A Bíblia e A Ciência

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A Bíblia e a Ciência

Os séculos anteriores viram pouco conflito entre as Escrituras e a ciência. Era comum
os cientistas e religiosos verem a Bíblia e a ciência em completo acordo. Se uma
aparente discrepância vinha à tona, a Bíblia era considerada mais confiável, mas as
duas eram amplamente aceitas como harmoniosas.
Mas a harmonia que existia entre a Bíblia e a comunidade científica em grande parte
desapareceu.
Um recente estudo demográfico concluiu que, das quarenta horas semanais de
tempo livre do norte-americano médio, uma norte-americana típica gasta cerca de
quinze horas com a televisão e apenas uma única hora com a religião. Entre os
homens o tempo dedicado à religião é ainda menor. A tecnologia e o entretenimento
têm conspirado para derrubar a religião do seu pedestal.
A atitude comum no passado era deixar que a Bíblia tivesse precedência sobre as
descobertas científicas, agora a situação é inversa. “Tem se desenvolvido no
século XIX o chamado ‘cientificismo’. Ou seja, somente a ciência tem a chave para a
verdade e que tudo o que não é científico é falso” (James Hitchcock, O Que é o
Humanismo Secular? [What Is Secular Humanism? ] 1982, pág. 44).
Um olhar mais atento sobre a evidência mostra que as Sagradas Escrituras
proclamam e difundem o conhecimento que o homem, através de sua própria
pesquisa científica, só descobriu recentemente. Este conhecimento é básico, mas
seria muito melhor para humanidade se tivesse sido bem compreendido e aplicado.
Vamos considerar algumas verdades que foram registradas na Bíblia milhares de
anos atrás, mas que só recentemente foram redescobertas e confirmadas por outras
fontes como cientificamente comprovadas.
A instrução da Bíblia está muito à frente de seu tempo
Para compreender quão à frente de seu tempo demonstra estar a instrução da Bíblia,
considere a situação do conhecimento médico no Egito, a nação mais poderosa no
período em que Deus revelou Suas leis de saúde a Moisés. Os egípcios sofreram
muitas doenças, porque não compreendiam os princípios de saúde que Deus deu a
Moisés. Sua ignorância é ilustrada no Papiro de Ebers, um texto médico egípcio que
data de 1500 a.C. (no tempo de Moisés).
“Os remédios prescritos neste papiro egípcio são embaraçosos aos leitores
modernos. Alguns dos tratamentos incluíam: poeira de estátua, cascas de besouros,
rabos de rato, pêlos de gato, olhos de porco, dedos do cão, leite materno, sêmen
humano, olhos de enguia, e tripas de ganso … Para tirar farpas, os médicos do antigo
Egito aplicavam uma pomada de sangue de minhoca e estrume de burro. Uma vez
que o estrume está cheio de esporos do tétano, uma simples farpa resultava
frequentemente em uma morte horrível por trismo” (Doutor S.I. McMillen e doutor
David Stern, Nenhuma Dessas Doenças [None of These Diseases], 2000, pág. 10).
Moisés e a medicina egípcia
Moisés viveu no Egito, enquanto semelhantes “tratamentos” equivocados estavam
sendo praticados. Levado à corte real como um filho adotivo da filha do faraó, ele foi
“educado em toda a ciência dos egípcios” (Atos 7:22, ARA)―que sem dúvida incluíam
estas perigosas práticas infecciosas.
Em contrapartida, Deus fez uma promessa surpreendente: “Se ouvires atento a voz
do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos
seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá
sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara”
(Êxodo 15:26, NVI).
Por vários séculos os israelitas, como os egípcios ao seu redor, tinham morrido de
doença aos milhares. A promessa de Deus de libertação das doenças
era surpreendente!
“Deus entregou a Moisés, em seguida, muitas regras de saúde, preenchendo uma
seção inteira da Bíblia … Milhares de pessoas morreram ao longo dos séculos, mas
foi porque os médicos ignoravam as regras bíblicas. Finalmente, quando os médicos
leram e executaram essas diretrizes, rapidamente descobriram como evitar a
propagação de epidemias. Assim, Moisés poderia ser chamado de pai do moderno
controle de infecções. Até hoje ainda somos beneficiados pelas instruções de Deus
de três mil e quinhentos anos atrás” (McMillen e Stern, pág. 11).

Instruções básicas de medidas sanitárias

Em comparação com os tratamentos médicos insalubres dos egípcios, Deus enfatizou


a limpeza física para o Seu povo. Hoje nenhuma pessoa educada duvida da relação
entre higiene e saúde. As principais pragas e epidemias que mataram milhões através
dos tempos, geralmente se originaram porque esse princípio foi comprometido de
alguma forma. O cólera, por exemplo, tem sido uma das principais causas de morte
ao longo da história. Essa doença surge quando os princípios de saneamento são
infringidos, e as epidemias resultantes podem ter alcance mundial.
Para ilustrar, uma pandemia de cólera que começou na Índia em 1817, se espalhou
para a China, Sri Lanka, África Oriental, Filipinas, Japão, Pérsia, Arábia e Rússia.
Outra onda começou na Índia em 1826, seguindo um curso semelhante, mas também
se espalhou para a Europa continental e Ilhas Britânicas. De lá, ela cruzou o Atlântico
rumo ao Canadá, e então encontrou seu caminho para os Estados Unidos, onde se
espalhou por quase todo o país antes de, finalmente, extinguir-se em 1838.
Atualmente, o cólera é endêmico em muitas partes do mundo e emerge quando as
condições insalubres prevalecem. Isto é particularmente verdade quando não existe o
adequado tratamento de esgoto, porque a doença é normalmente transmitida a partir
da matéria fecal de vítimas de cólera. Se ocorrer um colapso em grande escala das
medidas sanitárias, as autoridades sanitárias advertem que os modos de viagens
rápidas de hoje poderiam levar a uma pandemia de cólera em semanas ou meses.
Entretanto, milhares de anos atrás, a Bíblia já tinha instruções que preveniam o
cólera, tifo, desinteria, hepatite e outras epidemias similares: “Arranjem um lugar fora
do acampamento onde poderão fazer necessidade. Junto com as suas armas levem
uma pá e, antes de fazer necessidade, cavem um buraco e depois cubram as fezes
com terra” (Deuteronômio 23:12-13, BLH).
“Se usado como diretriz, esta receita [simples] poderia ter salvo mais vidas do que
todos os remédios até hoje” (McMillen e Stern, pág. 34). Deus determinou que os
dejetos humanos deviam ser eliminados de um modo que as pessoas e os animais
ficassem longe de seu contato direto.

A lição da Peste Negra


A Bíblia revela os fundamentos desse código no livro de Levítico. Esse livro “trata da
higiene pública, do abastecimento de água, do esgoto sanitário, da inspeção e
seleção de alimentos e do controle de doenças infecciosas” ( Novo Dicionário da
Bíblia, 1996, “Saúde, Doença e Cura”).
A maioria desses princípios foram desdenhados durante a Idade Média na Europa.
Por quê? Simplesmente porque a Bíblia não estava disponível em toda parte. As
consequências de somente poucas pessoas terem o conhecimento oferecido
foram catastróficas.
A temida Peste Negra da Idade Média se alastrou por causa das condições
insalubres da Europa medieval. A praga apareceu lá pela primeira vez em 1347,
“quando uma frota genovesa retornando do Oriente fez uma escala no porto de
Messina, todos os membros de suas tripulações estavam mortos ou estavam
morrendo de uma mescla de peste bubônica, pneumonia e de cepas septicêmicas”
(Manchester, pág. 34). As pragas resultantes desse século estimam-se que mataram
cerca de um quarto da população do Continente.
A praga ressurgiu periodicamente na Europa por várias centenas de anos. Era prática
comum nas cidades da Idade Média permitir o acúmulo de lixo e esgoto nas ruas.
Esse lixo era uma fonte de alimento abundante para uma população crescente de
ratos, que serviam de hospedeiros para as pulgas, que, por sua vez, carregavam os
organismos da praga.
No entanto, as pessoas que praticavam as normas sanitárias descritas na Bíblia
foram afetadas de modo menos severo. A população judaica, que era muito mais
familiarizada com as Escrituras nessa época, sofreu bem menos porque praticou os
princípios bíblicos de higiene.
Por exemplo, eles realizavam uma limpeza completa em suas casas a cada ano para
remover o fermento, ao se preparar para a Festa bíblica dos Pães Asmos
(Êxodo 12:15, 19), e nessa ocasião se removiam até as migalhas de alimentos que
atraíam ratos e camundongos. E uma de suas práticas de proteção, enquanto durou a
peste, era a de colocar em quarentena os suspeitos de estarem infectados
(compare Levítico 13:46).
Na verdade, “a origem da palavra ‘quarentena’ [do latim por quarenta] é judaica, pois
usavam um período de quarenta dias de segregação para pacientes que tinham
certas doenças … adotada pelos italianos no século XIVpor causa da relativa
imunidade de judeus a algumas pragas” ( Novo Dicionário da Bíblia [New Bible
Dictionary] , 1996,”Saúde, Doença e Cura”, pág. 455).
Se esses princípios bíblicos de saúde pública tivessem sido usados pelas pessoas
assim que a Peste Negra começou, a epidemia poderia ter sido controlada ou
eliminada. A mortalidade, sem dúvida, teria sido apenas uma fração do que foi.
Centenas de milhares de vidas poderiam ter sido salvas.

Morte em Viena
Na Europa do século XIX, ninguém sabia nada sobre bactérias. Em um hospital em
Viena, O doutor Ignaz Semmelweis ficou estarrecido com a taxa de mortalidade das
mulheres grávidas que vinham ao hospital para dar à luz. As mortes foram atribuídas
à “febre do parto”. Depois que as mulheres morreram, estudantes de medicina
realizaram as autópsias e logo em seguida tratavam os pacientes vivos.
Depois de muita observação, doutor Semmelweis chegou a uma conclusão
revolucionária: Os agentes contaminantes nas mãos dos estudantes de medicina é
que seriam os responsáveis por espalhar a morte de um paciente a outro. Assim, ele
ordenou que os estagiários lavassem as mãos em água clorada.
Então, ele ficou monitorando os resultados. “Os livros de história nos contam o que
aconteceu a seguir … Em apenas três meses a taxa de mortalidade caiu de dezoito
para um por cento” (McMillen e Stern, pág. 20).
No entanto, há mais de três mil anos Deus já tinha revelado a Moisés as medidas
sanitárias que deviam ser tomadas quando as pessoas tocassem em um cadáver.
Primeiro, elas deveriam ser consideradas “impuras” por sete dias e tinham que lavar-
se com água no terceiro e no sétimo dia (Números19:12-13). Enquanto uma pessoa
estivesse impura, ela devia evitar o contato social com os outros.
Mesmo que as pessoas na época não soubessem que tais coisas existiam. O
procedimento de lavagem limpava os germes da pessoa, e a exposição ao ar fresco e
a luz solar entre as lavagens ajudava nesse processo de purificação.

Os benefícios da pureza sexual


As taxas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e infecções sexualmente
transmissíveis (IST) estão altas em todo o mundo. “Mundialmente, estima-se que
existam mais de trezentos milhões de casos de IST por ano” ( Livro de Johns Hopkins
Para Saúde da Família [Johns Hopkins Family Health Book ], 1999, pág. 861). E “em
todo o mundo nas próximas décadas acredita-se que a AIDS matará quase trezentos
milhões―mais do que o total da população dos Estados Unidos” (McMillen e Stern,
pág. 116).
“Os preservativos, há muito tempo alardeados como sinônimo de sexo seguro para a
saúde pública, não protegem contra a disseminação de todas as doenças
sexualmente transmissíveis, de acordo com um relatório de avaliação emitido pelo
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos da América”
(Saúde da Mulher Weekly [Women’s Health Weekly], Setembro, 6, 2001, grifo nosso).
Um número muitíssimo grande de pessoas perde sua saúde, sua capacidade
reprodutiva e às vezes até a própria vida por causa da promiscuidade sexual. E elas
somente se arrependem quando é tarde demais. “Porque os lábios da mulher
estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite; mas o
seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios … e gemas
no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo” (Provérbios 5:3-4, 11).
A promiscuidade sexual também pode causar danos psicológicos. O adultério enche
uma pessoa de culpa e destrói casamentos. A libertinagem sexual antes do
casamento diminui a felicidade após o casamento.
Para muitas pessoas o concubinato substitui o casamento. No entanto, é um
substituto vulgar e pecaminoso. “As pessoas que estão coabitando em geral são
menos felizes do que as que estão casadas e são menos satisfeitas com suas vidas
sexuais” (Linda Waite e Maggie Gallagher, Em Defesa do Matrimônio [The Case for
Marriage], 2000, pág. 74).
Um estudo sistemático encontrou “níveis mais elevados de prazer físico e emocional
em pessoas casadas do que em pessoas que coabitam ou solteiras” (Jornal do
Casamento e da Família [Journal of Marriage and Family ], fevereiro de 2001).
O Sétimo Mandamento―“Não cometerás adultério”―é o caminho de Deus para
prevenir as epidemias de doenças sexualmente transmissíveis, bem como para nos
ajudar a alcançar a felicidade sexual e para outras esferas da vida. “Digno de honra
entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os
impuros e adúlteros” (Hebreus 13:4, NVI).

Tratamento de feridas

A Bíblia também mostra por exemplo como um ferimento deve ser tratado e
enfaixado. A história do bom samaritano conta que ele aplicou vinho e azeite nas
feridas da vítima, em seguida, enfaixou-as para protegê-las enquanto cicatrizava
(Lucas 10:34). O vinho serviu de desinfetante e o azeite de oliva como
loção calmante.
Como A Enciclopédia International Padrão da Bíblia [The International Standard
Bible Encyclopedia] observa: “O azeite tem algumas qualidades curativas e ainda é
usado na medicina moderna”. A mistura de vinho e óleo produz um anti-séptico com o
qual o samaritano tratou a vítima (1986, “Óleo”). Estes procedimentos foram
esquecidos por séculos até serem redescobertos nas últimas décadas.
Se técnicas semelhantes fossem conhecidas e utilizadas ainda na Guerra Civil
Americana, a taxa de mortalidade poderia ter sido muito menor. Nessa guerra “mais
da metade dos homens que morreram não foram mortos em ação, mas simplesmente
morreram por doenças no acampamento militar: febre tifóide, pneumonia, disenteria e
doenças infantis como sarampo e catapora”.
Milhares morreram por ferimentos em batalha, ferimentos relativamente pequenos,
mas que se infeccionaram. “Não se sabia sobre como e por que as feridas se
infeccionavam … O número de homens que simplesmente adoeceram e morreram,
ou que tinham pequenas escoriações ou cortes, e que nessa ocasião nada pôde ser
feito para impedir essa infecção, foi horrível” (Bruce Catton, Reflexões sobre a
Guerra Civil, 1982, pág. 43).

O poder de uma atitude positiva


Numerosos outros exemplos confirmam a veracidade de princípios bíblicos
registrados há milhares de anos. “Ficar com raiva [habitualmente] é como tomar,
paulatinamente, uma pequena dose de veneno―arsênico, por exemplo―todos os
dias da sua vida” (Doutor Redford Williams, e doutora Virginia Williams, citado por
McMillen e Stern, pág. 205). A Bíblia nos exorta, em muitas partes, para não ficarmos
irritados facilmente. “A pessoa que se mantém calma é sábia, mas a que facilmente
perde a calma mostra que não tem juízo”, diz Provérbios 14:29, BLH.
Provérbios 17:22 nos diz que “o coração alegre serve de bom remédio”. Uma
perspectiva geral animada e otimista contribui para a boa saúde.
Pesquisas científicas confirmam esta simples verdade. Um estudo de vinte e sete
anos realizado pela Universidade de Duke “descobriu que as pessoas que
apresentavam … desespero, baixa auto-estima, falta de motivação … eram setenta
por cento mais propensas a ter um ataque cardíaco” (Jornal Portland
Oregonian, 20 de junho de 1996). Outros estudos têm mostrado que a inimizade
irresoluta e prolongada é um fator significativo para ataques cardíacos.
Em outro estudo, O doutor Michael Miller e seus colegas da Universidade de Medicina
de Maryland, em Baltimore, testaram a função dos vasos sanguíneos de vinte
voluntários saudáveis enquanto lhes foi mostrado dois filmes―um humorístico e outro
muito estressante. Eles se concentraram principalmente no endotélio, o revestimento
dos vasos sanguíneos, onde a aterosclerose (endurecimento das artérias) começa.
Eles descobriram que o fluxo de sangue diminuiu em quatorze dos vinte voluntários
depois que assistiram a clipes de filmes estressantes. O fluxo sanguíneo deles
diminuiu em média trinta e cinco por cento durante esses períodos estressantes.
Em contrapartida, dezenove dos vinte participantes do estudo tinham aumentado o
fluxo de sangue enquanto riam durante as partes de humor do filme, e esse aumento
do fluxo sanguíneo deu-se em uma média de vinte e dois por cento.
Ele também explicou que “a magnitude da mudança que vimos no endotélio é similar
ao benefício que poderíamos ver com atividade aeróbica, mas sem as dores,
sofrimento e tensões musculares associadas ao exercício físico”.
Em outro estudo, mil e cinco pacientes com insuficiência cardíaca foram monitorados
e testados quanto à depressão pelo doutor Wei Jiang e seus colegas da Universidade
Duke da Carolina do Norte. O doutor Jiang informou que os pacientes com depressão
leve apresentaram um risco de morte quarenta e quatro por cento maior do que
aqueles que não tiveram depressão, excluindo outros fatores como idade, estado civil
e causas naturais de falha cardíaca nos pacientes.

As instruções da Bíblia sobre dietas


Os teólogos e também médicos pesquisadores têm reconhecido os benefícios de
seguir as leis dietéticas das Escrituras. Comentando sobre Levítico 11-15, O
Comentário Bíblico Expositivo afirma: “Em geral, pode-se dizer que essas leis
protegiam Israel da alimentação deficiente, dos parasitas perigosos e das doenças
transmissíveis. “Os hebreus não apenas deviam evitar comer animais imundos como
também não podiam tocar em seus cadáveres. Assim, essas leis automaticamente
ajudaram a controlar os parasitas. Animais imundos comuns em residências, são as
aranhas, moscas, besouros, ratos e camundongos. Um rato morto em uma casa
hebréia não era deixado de lado. Ele era cuidadosamente retirado e enterrado. Em
um esforço para evitar tais problemas, a dona de casa hebréia normalmente mantinha
sua casa limpa …
O professor de teologia Roland Harrison escreve: “A classificação de espécies de
animais em categorias puras e impuras (Levítico 11:1-47) é significativa porque,
sendo parte do código médico do Pentateuco, foi constituída com base em
regulamentos dietéticos que ainda são respeitados por judeus ortodoxos e por
aqueles gentios que estão preocupados em manter a boa saúde física”.

O ponto de vista dos médicos


As leis de saúde da Bíblia são baseadas em fatos médicos? O doutor Rex Russell
escreve: “Quando olhamos para a ciência e a nutrição moderna, nós vemos que … há
uma ligação surpreendente entre as leis originais de Deus da pureza e da impureza e
os rígidos princípios de higiene … As Escrituras e a pesquisa médica concordam que
viver o estilo de vida moderno sem referência às leis de Deus encurta a vida e
apressa a morte “ ( O Que a Bíblia Ensina Sobre Vida Saudável[What the Bible Says
About Healthy Living ], 1999, págs. 14, 16).

O nutricionista David Meinz diz que mesmo que não possamos compreender todos os
aspectos das leis dietéticas bíblicas, seria sensato segui-las. “Grande parte da
sabedoria revelada na Bíblia agora faz sentido para nós por causa da nossa
perspectiva moderna”, diz ele, “mas isso significa que devemos desconsiderar as
partes que ainda não foram cientificamente comprovadas? ”

“Nós somente descobrimos que a gordura animal é ruim para nós nos últimos
cinquenta anos. Para o cristão de um século atrás, a ordem em Levítico 3:17para
evitar gordura animal não fazia nenhum sentido. No entanto, está claro para nós hoje.
E se há algo na lagosta que é prejudicial para a nossa saúde? E se não descobrirmos
o que é prejudicial até daqui a cinquenta anos? Precisamos de provas científicas para
dar à Bíblia o benefício da dúvida? ” (Alimentação pelo Livro[Eating by the
Book ], 1999, pág. 226).

O doutor Reginald Cherry comenta sobre a razão pela qual médicos e pesquisadores
passaram a concordar com a instrução bíblica de não comer gordura. Ele pergunta,
“Por que essa proibição contra a gordura é tão importante para nós? Mais de
cinquenta e três por cento das pessoas nos grandes países industrializados morrem
de doença cardíaca. A doença cardíaca é comumente causada por depósitos de
gordura que se acumulam nas artérias, muitas vezes no início da adolescência” ( A
Bíblia Cura [The Bible Cure ], 1998, pág. 20).

Tabus culturais ou revelação divina?


Se algumas das regras alimentares da Bíblia, como tem sido mostrado, oferecem
benefícios à saúde, o que podemos dizer das outras instruções?
O doutor Cherry continua: “O Velho Testamento … transborda em muitas revelações
de Deus sobre higiene, alimentos saudáveis e prevenção de doenças … Como um
médico especializado em medicina preventiva, acho o Antigo [Testamento] fascinante
e intrigante. Ao longo de seu texto hebraico antigo, encontra-se muitos segredos e
mistérios revelados sobre o que devemos comer, como evitar objetos e doentes
contaminados, e quais substâncias naturais são usadas por Deus para efetuar
a cura”.
O doutor Cherry explica que as instruções comprovadas da Bíblia a respeito de saúde
e dieta são ainda mais surpreendentes ao considerar a falta de interesse dos médicos
quanto à medicina dos antigos hebreus quando comparados com outras culturas ao
redor deles.
“Os hebreus não procuravam saber mais sobre a anatomia, ciência ou a ordem
natural como fizeram seus contemporâneos das civilizações antigas do Egito,
Mesopotâmia e Grécia”, observa ele. “Muito pelo contrário: Qualquer coisa que possa
ser descoberta nos antigos textos hebraicos da Bíblia chegou a eles através do
conhecimento sagrado e sobrenatural revelado por Deus.
“Assim, o que poderá vir a ser descoberto do Antigo [Testamento] não surgiu de
especulações humanas sobre saúde e medicina, mas sim da própria Palavra de Deus
e de Seu caminho de cura para nós―Sua criação. Como Criador, Deus sabe mais
sobre nossos corpos, Sua criação, do que poderíamos descobrir através da filosofia
ou da ciência” (págs. 16-17).
Ele cita como exemplo as instruções da Bíblia sobre que tipos de animais que podem
ser consumidos. “As listas de animais puros e impuros em Levítico 11e
Deuteronômio 14 têm um significado, muitas vezes ignoradas. Longe de ser um
catálogo de proibições alimentares baseado em modismo ou extravagância, estas
listas destacam um fato que não foi descoberto até o final [de 1800] e que ainda não é
de conhecimento geral: Animais são portadores de doenças perigosas para o homem”
(pág. 22).

Risco para a saúde dos seres humanos?


O doutor Russell pergunta: “O que é tão bom quanto carnes ‘puras’ e tão ruim quanto
carnes ‘impuras’?” Ele explica que “a carne de animais limpos como a carne bovina e
peixes com escamas e barbatanas, é ideal para a saúde dos seres humanos―como
se pode esperar da mão de um Criador amoroso … Muitos animais terrestres que
Deus destinou para alimentos provêm um benefício adicional na medida em que,
geralmente, comem ervas e grãos, também projetados para servir de alimento”
(Russell, págs. 73-74).
Em contrapartida, David Meinz resume o risco potencial à saúde ao comer criaturas
classificadas na Bíblia como impuras. “Quase todas as criaturas na lista dos impuros
são necrófagos”, observa ele. “Em muitos casos eles não caçam seu próprio alimento,
mas comem a matéria morta e em decomposição de nosso meio ambiente. Um peixe-
gato age assim no fundo de uma lagoa; as lagostas e os camarões fazem isso no
oceano. Um porco come qualquer coisa. Os abutres, quase por definição, são
conhecidos por seus hábitos de necrofagia” (Meinz, pág. 225).
O doutor Russell observa que “as diferenças entre os animais puros e os impuros
parecem estar relacionados com sua fonte primária de alimento e seus sistemas
digestivos. Os detritívoros, que comem qualquer coisa, não são adequados para o
alimento, segundo a Bíblia. Os animais descritos como limpos, e, portanto, bons para
se comer, comem principalmente ervas e grãos.
“… [Mas], note que um animal não tem que ser um detritívoro para ser imundo. Os
cavalos e os coelhos, por exemplo, são impuros, porque não têm cascos fendidos.
Apesar de serem considerados uma boa comida em alguns países, estudos têm
mostrado que a carne de cavalo, muitas vezes, contém vírus e parasitas. Os coelhos,
tão inocentes como parecem, são a causa da tularemia (uma doença infecciosa) em
seres humanos.
“Uma das razões para a carne suína ser proibida por Deus é que o sistema digestivo
de um porco é completamente diferente de uma vaca. É semelhante ao nosso, em
que o estômago é muito ácido. Os porcos são glutões, nunca sabem quando parar de
comer. Os ácidos de seu estômago então se diluem por causa do volume de comida,
permitindo que todo tipo de verme passe por essa barreira de proteção. Os parasitas,
as bactérias, os vírus e as toxinas podem passar para a carne do porco por causa do
excesso de alimento. Essas toxinas e os agentes infecciosos podem ser transmitidos
aos seres humanos quando comem a carne de porco” (Russell, págs. 76-77).
O doutor Don Colbert acrescenta: “Além de serem glutões, os suínos também são
animais extremamente sujos. Eles comem lixo, fezes e até mesmo carne em
decomposição. Tudo o que é comido geralmente se torna parte da própria carne do
porco … Além das doenças que os suínos normalmente carregam, a carne de porco
também é muito gordurosa. As toxinas da carne de porco estão depositadas
principalmente na gordura, a qual não é separada da carne como no caso da carne
bovina sem gordura, mas está espalhada por toda a carne” (O Que Jesus
Comeria? [What Would Jesus Eat? ] 2002, págs. 49-50).
À luz desses fatos raramente divulgados, podemos compreender e apreciar melhor as
palavras de Deus por meio de Moisés: “Guarda e ouve todas estas palavras que te
ordeno, para que bem te suceda a ti e a teus filhos, depois de ti para sempre, quando
fizeres o que for bom e reto aos olhos do Senhor, teu Deus” (Deuteronômio 12:28).
(Para saber mais sobre este assunto, peça ou baixe nosso livro gratuito O que a
Bíblia Ensina Sobre Carnes Limpas e Imundas?)
As Escrituras e a ciência não se contradizem, se complementam
A verdadeira ciência e a Bíblia não entram em conflito. Não há nenhuma necessidade
dos defensores de ambos os lados se envolverem em uma longa guerra. Um estudo
de mente aberta revela que a ciência e as Escrituras se complementam e muitas
vezes defendem uma à outra, como demonstram os exemplos neste livro.
A humanidade precisa da Bíblia e da ciência. Só podemos descobrir certos princípios
da verdade a partir da fonte divina de revelação, a Bíblia. Devemos também estudar
para aumentar o nosso conhecimento científico, para melhorar nossa situação e para
entender melhor o nosso mundo.
Alguns cientistas e teólogos têm reconhecido que as duas áreas de estudo não
precisam ser antagônicas. Há muitos séculos, quando a ciência moderna ainda
estava em sua infância e antes de alguns de seus exaltados proponentes declararem
guerra contra a Bíblia, muitos homens razoáveis viram o valor de ambas.
Durante esse tempo, “os defensores da investigação científica, muitas vezes
argumentavam que Deus revelou-Se em dois livros―o livro de Suas palavras (a
Bíblia) e o livro de Suas obras (a natureza). Como havia a obrigação de estudar o
primeiro, também havia, obrigatoriamente, que estudar o último” (John Hedley
Brooke, Ciência e Religião: Algumas Perspectivas Históricas [Science and Religion:
Some Historical Perspectives ], 1995, pág. 22).
Quando a Bíblia parece não concordar com a ciência
O que devemos fazer quando a Bíblia parece não concordar com a ciência?
Nos últimos séculos a natureza investigativa da humanidade junto com nossa
crescente capacidade de registrar, analisar e repassar o que aprendemos tem
produzido um aumento impressionante do conhecimento. Surpreendentemente, a
Bíblia previu esta explosão do conhecimento como uma característica da sociedade
moderna muito antes de nossos avanços tecnológicos e científicos pudessem ter sido
imaginados (Daniel 12:4).
À primeira vista, vemos o que parece ser uma rota de colisão da revelação com a
ciência. Nós achamos que devemos escolher entre a evidência física e científica e as
declarações das Escrituras. O resultado desse dilema pode nos trazer aflição. Mas a
própria Bíblia nos incentiva a encontrar respostas, a rever toda a informação relevante
antes de chegar a uma conclusão (Provérbios 18:13).
Embora a Palavra de Deus nos encoraje a aprender e descobrir a verdade, ela
também nos insta a manter a mente aberta. Muitas pessoas afirmam que a Bíblia diz
certas coisas que na realidade não diz. Outros se apegam a uma mentalidade
preconceituosa contra as Escrituras, porque imaginam que existe uma montanha de
evidências contradizendo o registro bíblico.
Infelizmente, será difícil para essas pessoas darem à Bíblia uma oportunidade justa.
Esperamos que você possa buscar a verdade, examinando objetivamente a evidência
para ver se a Bíblia é de fato o que afirma ser: a Palavra inspirada de Deus.

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