Sacramento Da Penitência
Sacramento Da Penitência
Sacramento Da Penitência
A Confissão foi instituída pelo próprio Jesus, quando confiou aos Apóstolos e aos seus
sucessores o poder de perdoar pecados em seu nome: “Aqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (cf. Jo 20, 23). Isso acontece porque o pecado rompe não
somente a comunhão com Deus, mas também com a Igreja, na qual Cristo atua por meio dos
que ordenou seus ministros (sacerdotes), na sucessão apostólica.
— O sacerdote é um instrumento de Deus. Por isso, o sacerdote também se confessa com
outro sacerdote.
— O segredo da Confissão é absolutamente inviolável em qualquer situação, ou seja, o padre
não pode, de forma alguma, revelar nada do que foi dito em Confissão sob pena de
excomunhão latae sententiae (automática) reservada à Sé Apostólica;
— A Confissão é o meio que Jesus escolheu para o perdão dos pecados graves cometidos após
o Batismo. Se a Confissão for possível, não buscá-la é agir de forma contrária à graça de Deus,
que deseja nos perdoar.
— O mandamento da Igreja é que o fiel com mais de sete anos confesse os pecados graves
pelo menos uma vez ao ano. Porém, é sumamente recomendável que se confesse com uma
frequência maior, como por exemplo, uma vez por mês (para buscar o seu crescimento
espiritual) ou se tiver caído em pecado grave – para retornar para a vida na graça.
2) Arrependimento:
— O arrependimento é a dor por ter ofendido Deus pelos pecados cometidos e o propósito de
não mais cometê-los;
— Sem o arrependimento, a Confissão é inválida, pois não passa de um teatro. Exemplo: se
alguém confessar já planejando cometer de novo o mesmo pecado, a Confissão é inválida;
— Pessoas deixam de confessar por pensarem: “Eu acho que cometerei o mesmo pecado,
então não vou confessar.” Porém, a consciência do risco de cair novamente não impede de
confessar. Havendo propósito de lutar contra o pecado, a Confissão é válida. Além disso,
devemos confessar, pois a Confissão nos dará mais graças para não cair.
4) Absolvição
— Após o ato de contrição (que poderá ser lido, decorado ou espontâneo), o Sacerdote dará a
absolvição. Se os outros passos foram realizados corretamente, o fiel já se encontra em estado
de graça.
Exemplo de ato de contrição:
“Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração de vos Ter ofendido, porque sois tão bom e
amável.
Prometo, com a vossa graça, esforçar-me para ser bom. Meu Jesus, misericórdia!”
5) Penitência
— A penitência é um bem para compensar o mal cometido pelo pecado. O fiel completará o
processo de reconciliação cumprindo a penitência da Confissão, geralmente alguma oração
simples ou uma boa obra.
O Catecismo da Igreja Católica define o pecado como “uma falta contra a razão, a verdade, a
consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por
causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a
solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei
eterna” (CIC 1849). Resumidamente, o pecado é uma ação contrária ao amor de Deus. Do
mesmo modo que o homem é livre para amar e praticar a caridade, também é livre para
desobedecer.
O pecado, conforme sua gravidade, pode ser dividido em Pecado Mortal ou Pecado Venial.
Por pecado venial entende-se aquele ato que não separa o homem totalmente de
Deus, mas que fere essa comunhão.
Já o pecado mortal, por sua vez, atenta gravemente contra o amor de Deus, desviando
o ser humano de sua finalidade última e da bem-aventurança.
A Igreja diz que “é pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que
é cometido com plena consciência e deliberadamente”. Logo, existem três condições que são
necessárias para que uma coisa seja pecado grave.
1º Matéria grave
A matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos. Uma falta praticada contra um dos
mandamentos do Decálogo incorre nesta matéria. Os delitos aqui podem ocorrer por
pensamentos.
2º Consciência do erro
O Catecismo da Igreja Católica diz que “o pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno
consentimento”. A pessoa deve saber que o que faz é errado, pois não pode pecar por
ignorância.
Veja o exemplo: se esqueci que hoje é dia de abstinência e comi carne, para mim não haverá
pecado.
Quanto a ignorância acima citada, se a pessoa não quer informar-se (ter consciência, saber) só
para não incorrer em um pecado mortal, ela já é culpada.
3º Resolução livre de praticar o ato
Não se pode cometer um pecado mortal sem a resolução livre de praticar determinado ação
(ou omissão) contrária a vontade de Deus.
Um exemplo: não se pode pecar dormindo, por mais maldosos que se apresentem os sonhos,
pois estes são uma ação involuntária.
Ensina o Catecismo:
“O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o
conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também
um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância
afetada e o endurecimento do coração não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário
do pecado.” (CIC 1859)
Isso significa que o pecado mortal só acontece quando o indivíduo comete um delito contra
Deus, consciente desses três requisitos citados acima, não somente pela matéria grave. Por
exemplo, se uma pessoa sem formação moral e intelectual adequada e sem condições de
adquiri-la pratica uma ação pecaminosa, ela pode ser isenta de culpa, pois se enquadra no
caso da ignorância invencível. Por outro lado, existe também a ignorância afetada, que é
quando a pessoa tinha condições de conhecer a verdade, mas preferiu não a conhecer. Neste
caso, o indivíduo peca gravemente.
Na prática, o que um pecado mortal pode fazer com a pessoa que o comete? O mesmo
Catecismo ensina:
“O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor.
Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se
esse estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a
exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder
de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é
em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de
Deus.” (CIC 1861)
“O pecado cria uma propensão ao pecado, gera o vício pela repetição dos mesmos atos. Disso
resultam inclinações perversas, que obscurecem a consciência e corrompem a avaliação
concreta do bem e do mal. Assim, o pecado tende a reproduzir-se e a reforçar-se, mas não
consegue destruir o senso moral até a raiz.” (CIC 1865)