Relatórios de Aula
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MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CÂMPUS DE ERECHIM
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO
ERECHIM - RS
2024
27/02 – Apresentação do Plano de Ensino da disciplina. Exposição da Aula 1 sobre a
Sociedade.
Descrição da aula: Nesta aula ocorreu a apresentação da disciplina de Ciência Política – Teoria
Geral do Estado, onde foi mostrada a ementa, o objetivo, o conteúdo programático, a
metodologia, o sistema de avaliações e a indicação de bibliografias. Também houve uma
exposição acerca dos elementos relevantes da disciplina, visto ser uma matéria multidisciplinar
que se adequa às problemáticas sociais a fim de buscar soluções.
Neste sentido, a Ciência Política se caracteriza como um saber operativo que busca o
conhecimento das instituições e dos problemas da sociedade. Ainda, ela oferece uma adequação
das problemáticas sociais e das soluções a serem elaboradas, além de ser uma disciplina de
análise e síntese de conhecimentos multidisciplinares. Em sua relação com o Direito, a Ciência
Política possui como objeto de estudo o Estado Moderno e a sua formação histórica, visto como
uma nova configuração do poder que têm em vista a constituição. Ainda, também foi realizada
algumas reflexões iniciais quanto a sociedade, no que se refere a perceber o Direito como um
produto da sociedade, e esta como uma união de objetivos comuns organizada pelo Estado, o
ente limitador dos conflitos e traz racionalidade à sociedade.
Temas trabalhados: Teorias sobre a origem da sociedade: Fato Natural ou Produto do Acordo
de Vontades. Conceito de Contratualismo. Principais teóricos do contratualismo: Hobbes e
Rousseau. Montesquieu e a divisão dos poderes. Constitucionalismo.
Em oposição à ideia da sociedade como fato natural, há autores que pensam a sociedade como
o produto de um acordo de vontades, os quais negam o impulso associativo natural e afirmam
que somente a vontade humana justifica a existência da sociedade. Esta concepção,
frequentemente chamada de contratualismo em sua acepção moderna, foi melhor sustentada em
Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau.
Na obra o Leviatã, de 1651, Thomas Hobbes descreve um estado de natureza hipotético como
uma condição inicial onde não há controle das ações humanas e a desordem é abundante. Nessa
situação, os homens são egoístas e agressivos, vivendo em constante medo e desconfiança uns
dos outros. Este estado gera a guerra de todos contra todos, onde a vida é pobre e solitária, e
todos temem uns aos outros, pois todos são igualmente capazes de causarem mal. Apesar das
paixões más, os homens são racionais e capazes de identificar princípios para superar o estado
de natureza, e por causa de sua racionalidade, eles possuem a possibilidade de descobrir as leis
da natureza. Estas os instruem a buscar a paz e renunciar conjuntamente ao direito sobre todas
as coisas e se satisfazer com a liberdade possível. A celebração do contrato social é esta mútua
transferência de direitos, que estabelece a vida em sociedade por meio de um ato racional. Para
garantir o cumprimento do contrato social e manter a paz, é necessário um poder visível que
obrigue os homens a observar as leis naturais por temor ao castigo. Esse poder é o Estado, o
qual é descrito como um homem artificial construído para proteção e defesa e que possui poder
soberano. Desta forma, o poder do governo não deve ter limitações, pois quem impõe tais
limitações se torna o verdadeiro soberano
Ressalta-se que tais teorias não só fundamentam os ordenamentos jurídicos das sociedades
modernas, já que definem os objetivos e propósitos da atuação estatal, mas também marcam os
debates contemporâneos acerca da estrutura social e dos direitos e obrigações dos indivíduos
inseridos na sociedade. Por exemplo, os conceitos de Rousseau sobre soberania popular,
liberdade e igualdade são fundamentos da democracia moderna e embora o contratualismo
como doutrina não tenha muitos adeptos declarados atualmente, seus princípios são vistos como
justificativas filosóficas da ordem social.
Descrição da aula: Consistiu em uma aula expositiva sobre os temas. O conceito de poder foi
tratado, e algumas formulações foram apresentadas, como: a expressão ordenada da ideia que
prepondera no grupo; a energia básica que anima a existência de uma comunidade humana e
mantém coesa e solidária; a posse das faculdades ou dos meios necessários para fazer os outros
homens contribuírem para as suas próprias vontades e; a capacidade de tornar efetivos objetivos
coletivos. Ainda, as definições de autoridade como poder consentido, força como poder de fato
e competência como poder de direito foram relacionados ao conceito de poder. Dentre as
características do poder, destaca-se a sua sociabilidade, pois ele não pode ser explicado em
indivíduos isolados, e a sua bilateralidade, porquanto o poder envolve a correlação entre duas
ou mais vontades, sendo que uma dessas vontades predomina sobre as outras. Para que o poder
exista, é necessário que haja alguma vontade submetida à vontade dominante.
Nesta conjuntura, o Estado é visto como um “poder institucionalizado”, pois além do poder ser
essencial ao Estado, ele difere de poderes personalizados ou derivados de outros grupos
humanos, pois o poder do Estado não é afetado pelas mudanças de seus agentes. É na
modernidade que o Estado se torna um poder institucional, tanto em seu caráter jurídico,
relacionado às normas e leis que regem a sociedade, como político, referente à autoridade e
influência exercidas na governança e administração pública. Ainda suas características incluem
imperatividade, autonomia, soberania e unidade.
Neste mesmo sentido, foi diferenciado os conceitos de legalidade e legitimidade, essencial para
o estudo do fenômeno jurídico diante dos eventos da modernidade que mantém procedimentos
adequados ao sistema normativo formal, mas que não encontram aporte em valores universais
de dignidade humana e eticidade. Por fim, as formas de poder dominante, típico do Estado, e
não dominante, típico das outras organizações sociais, foi esclarecido em conjunto com a
exposição das ideias de Max Weber acerca da diferença das fontes de poder do Estado. Weber
percebe o poder do Estado como uma dominação legal-racional, baseada em considerações
utilitárias e de interesses do dominado, com base na coercibilidade da lei.
26/03 – Revisão da aula anterior e exposição do tópico 3.1 sobre Estado na História.
Temas trabalhados: Tópicos da aula do dia 12/03. Conceito de Estado. Surgimento do Estado.
Estado Antigo Oriental. Estado Antigo Ocidental: Grécia e Roma. Estado Medieval. Estado
Moderno.
Descrição da aula: Após uma revisão da aula anterior sobre Autoridade e poder do Estado, os
aspectos históricos da formação do Estado moderno foram estudados a fim de possibilitar a
compreensão das causas da atual configuração dos Estados, bem como dos sistemas jurídicos.
Assim, as características dos Estados Antigos, tanto do Oriente como do Ocidente, e dos
Estados Medievais foram observadas até o início da formação dos Estados Modernos no final
da Idade Média.
O Estado Medieval é um dos períodos mais difíceis de caracterizar, devido à sua tremenda
instabilidade e heterogeneidade. Os principais elementos que definiram o Estado Medieval
foram o cristianismo, as invasões bárbaras e o feudalismo. O cristianismo trouxe a ideia de
universalidade e igualdade entre os homens, a qual fomentou a aspiração a um Estado universal.
As invasões bárbaras introduziram novos costumes e estimularam as regiões invadidas a se
afirmarem como unidades políticas independentes. O feudalismo, por sua vez, valorizou
enormemente a posse da terra e estabeleceu uma organização social e militar baseada na
propriedade da terra, com relações de vassalagem e servidão. A combinação desses fatores
resultou em um Estado caracterizado por uma multiplicidade de ordens jurídicas e uma
permanente instabilidade política, econômica e social, gerando uma intensa necessidade de
ordem e autoridade que culminaria na criação do Estado Moderno.
09/04 – Revisão da aula anterior e finalização da Aula 3 sobre Estado na teoria política.
Temas trabalhados: Tópicos da aula do dia 09/04. Fases e características do Estado Moderno.
Elementos Constitutivos do Estado. Estado de Direito e as suas versões.
Descrição da aula: Após uma revisão da aula anterior sobre a formação histórica do Estado, a
história do Estado moderno é abordada a fim de mostrar o princípio do Estado de Direito, na
qual surge após o Absolutismo monárquico e possui como característica essencial a submissão
do Estado ao direito. Com este fundamento em mente, foi exposta as versões do Estado de
Direito entre os séculos XVIII e XXI, bem como os elementos constitutivos do Estado em sua
versão moderna (população, território e governo/soberania).
Descrição da aula: Após uma revisão da aula anterior sobre Estado na teoria política, as
modernas organizações dos Estados foram abordadas devido aos seus impactos nos
ordenamentos jurídicos dos países que adotam cada forma e sistema. Deste modo, foram
compreendidas, de forma dual, as formas de Estado (unitário e federado), as formas de governo
(república e monarquia) e sistemas de governo (parlamentarismo e presidencialismo).
O estado unitário é a forma clássica de soberania nacional, na qual não existe pluralidade
normativa, enquanto que no estado federado há a união de entes autônomos sob um poder único.
Neste sistema, que nasceu nos Estados Unidos, visto que os 13 estados autônomos iniciais se
uniram em torno de um poder central, as competências são distribuídas entre o governo nacional
e os entes federativos. Também ocorre a partilha do poder político e o direito de cada esfera
possuir seus próprios encargos e renda.
Ainda, a república se caracteriza como uma forma de governo em que o poder estatal não está
concentrado em uma única pessoa ou grupo, mas concede poder soberano ao povo ao
estabelecer um chefe de Estado eleito e com mandatos temporários. Na monarquia, por outro
lado, o monarca é o chefe de Estado de forma vitalícia, além da hereditariedade da função. Por
fim, dentre os sistemas de governo, o presidencialismo é aquele na qual o poder executivo é
desempenhado exclusivamente pelo Presidente da República, sendo ele chefe de Estado e chefe
de governo. No parlamentarismo, por outra via, há a separação do poder executivo entre um
chefe de governo e um chefe de estado. Uma diferença notável é que, enquanto no
presidencialismo há a irresponsabilidade política, com exceção do âmbito criminal, o chefe de
governo pode sofrer responsabilização política em sua prestação de contas ao Parlamento.
Descrição da aula: Após uma revisão dos conteúdos das Aulas 3 e 5, a formação histórica da
democracia até chegar nas modernas democracias representativas foi analisada, em conjunto da
caracterização da democracia como subordinação do governo ao exercício da vontade popular.
Ainda, foi explanado sobre os aspectos dos partidos políticos, agrupamentos de pessoas,
reunidas em razão de um conjunto de ideias, com o objetivo de implementar políticas próprias
e organizar e coordenar a vontade popular. Por fim, foram realizadas observações sobre
limitações constitucionais e formas de controle dos partidos no Brasil.