Unidade 1

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Unidade 1 – Conhecimento

O homem não age directamente sobre as coisas. Sempre há um


intermediário, um instrumento entre ele e seus actos. Isso também
acontece quando ele faz ciência, quando investiga. Ora, não é possível
fazer um trabalho científico sem conhecer os instrumentos. O primeiro
capítulo faz um enquadramento sobre o 1) conhecimento e seus níveis,
2) o trinómio entre verdade, evidência e certeza, 3) importância do
conhecimento para sociedade humana e a 4) formação do espírito
científico

1.1. Conhecimentos e seus níveis

Conhecer evidencia uma relação que se estabelece entre o sujeito que


conhece e o objecto conhecido. No processo de conhecimento o sujeito
cognoscente se apropria, de certo modo, do objecto conhecido. Se a
apropriação é física, sensível, por exemplo, a representação de uma onda
luminosa, de um som, o que acarreta uma modificação de um órgão
corporal do sujeito cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Este

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tipo de conhecimento é encontrado tanto em animais como no homem.

Se a representação não é sensível, o que ocorre com realidades, tais


como conceitos, verdades, princípios e leis, tem-se então um
conhecimento intelectual. (a água, prumo, gravidade, rotação/translação
da terra, etc.).
O conhecimento sempre implica uma dualidade de realidades: de um
lado, o sujeito cognoscente e, de outro, o objecto conhecido, que está
possuído, de certa maneira pelo cognoscente. O objecto conhecido
pode, às vezes, fazer parte do sujeito que conhece. Pode-se conhecer a si
mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus pensamentos.
Mas nem todo o conhecimento é pensamento, pois o pensamento é
actividade intelectual. Pelo conhecimento o homem penetra nas diversas
áreas da realidade para dela tomar posse. Ora, a própria realidade
apresenta níveis e estruturas diferentes em sua própria constituição.
Assim, a partir de um ente, facto ou fenómeno isolado, pode-se subir até
situá-lo dentro de um contexto mais complexo, ver seu significado e
função, sua natureza aparente e profunda, sua origem, sua finalidade, sua
subordinação a outros entes; enfim, sua estrutura fundamental com
todas as implicações daí resultantes.

Essa complexidade do real, objecto de conhecimento, ditará,


necessariamente formas diferentes da apropriação por parte do sujeito
cognoscente. Essas formas darão os diversos níveis de conhecimento
segundo o grau de penetração do conhecimento e consequente posse
mais ou menos eficaz da realidade, levando ainda em conta a área ou
estrutura considerada.

Com relação ao homem, por exemplo, pode-se considerá-lo em seu


aspecto externo e aparente e dizer uma série de coisas que o bom senso
dito ou a experiência cotidiana ensinou. Pode-se, também, questioná-lo

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quanto à sua origem, sua realidade e destino e pode-se, ainda, investigar
o que dele foi dito por Deus através dos profetas e de seu enviado Jesus
Cristo. Enfim, pode-se estudá-lo com propósito mais científico e
objectivo, investigando experimentalmente as relações existentes entre
certos órgãos e suas funções.

Têm-se, assim, quatro espécies de considerações sobre a mesma


realidade; o homem, consequentemente o pesquisador, está se movendo
dentro de quatro níveis diferentes de conhecimento. O mesmo pode ser
feito com outros objectos de investigação. Têm-se, então, conforme o
caso: conhecimento empírico, conhecimento científico,
conhecimento filosófico e conhecimento teológico.
1.1.1. Conhecimento empírico:

A palavra empírica vem do grego e significa experiência. Então, o


conhecimento empírico – ou senso comum – resulta das observações e
das experiências das pessoas. Em outras palavras, parte de um
conhecimento popular, que tem origem nas observações do cotidiano.
Conhecimento empírico, também chamado vulgar ou de senso comum, é
o conhecimento do povo, obtido ao acaso, após ensaios e tentativas que
resultam em erros e em acertos. É uma expressão cujo significado
reporta ao conhecimento adquirido através da observação. É uma forma
de conhecimento resultante do senso comum, por vezes baseado na
experiência, sem necessidade de comprovação científica.

Com base no conhecimento empírico pode-se saber que uma


determinada acção provoca uma reacção, sem que, contudo, se saiba
qual o mecanismo que leva da acção à reacção. Sendo o conhecimento
empírico adquirido de forma ingénua, através da mera observação e com
base em deduções simples, é por vezes passível de erro. Por exemplo,
durante muitos séculos, aceitou-se como fruto do conhecimento
empírico que o Sol girava em torno da Terra, tendo a ciência mais tarde

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vindo a demostrar que, contrariamente ao que possa indicar a nossa
percepção é, na realidade, a Terra que gira em torno do Sol.

Esse tipo de conhecimento e ametódico e assistemático. A pessoa


comum, sem formação para operacionalizar os métodos e as técnicas
científicas, tem conhecimento do mundo material exterior onde se acha
inserida e de certo número de pessoas, seus semelhantes, com as quais
convive.
Vê essas pessoas no momento presente, lembra-se delas, prevê o que
poderão fazer e ser no futuro. Tem consciência de si mesma, de suas
ideias, tendência e sentimentos.
Cada qual se serve da experiência do outro ora ensinando, ora
aprendendo, em um intenso processo de interacção humana e social.
Pela vivência colectiva os conhecimentos são transmitidos de uma
pessoa à outra, de uma geração à outra. Pelo conhecimento empírico, a
pessoa conhece o facto e sua ordem aparente, tem explicações
concernentes à razão de ser das coisas e das pessoas.

Tudo isso é obtido das experiências feitas ao acaso, sem método e de


investigações pessoais feitas ao sabor das circunstâncias da vida ou
então sorvido do saber dos outros e das tradições da colectividade ou,
ainda, tirado da doutrina de uma religião positiva.

1.1.2. Conhecimento científico

O conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer,


além do fenómeno, suas causas e leis. Para Aristóteles o conhecimento
só se dá de maneira absoluta quando sabemos qual a causa que
produziu o fenómeno e o motivo, porque não pode ser de outro modo; é
o saber através da demonstração.

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No século XV, a ciência era tida como um sistema de proposições
rigorosamente demonstradas, constantes e gerais que expressam as
relações existentes entre seres factos e fenómenos da experiência. O
conhecimento científico era caracterizado como:

a) Certo, porque sabe explicar os motivos de sua certeza, o que


não acontece com o conhecimento empírico;
b) Geral, no sentido de conhecer no real o que há de mais universal
e válido para todos os caos da mesma espécie. Partindo do
indivíduo concreto, procura o que nele á de comum com os
demais da mesma espécie.
c) Metódico e sistemático. O cientista não ignora que os seres e
fatos estão ligados entre si por certas relações. O seu objectivo é
encontrar e reproduzir esse encadeamento. Alcança-o por meio
do conhecimento ordenado de leis e princípios.
A essas características acrescentam-se outras propriedades da ciência,
como a objectividade, o interesse intelectual e o espírito crítico. A ciência,
passou a ser vista como resultado da demonstração e da
experimentação, só aceitando o que fosse provado. Hoje a concepção de
ciência é outra. A ciência não é considerada como algo pronto, acabado
ou definitivo. Não é a posse de verdades imutáveis.

Actualmente, a ciência é entendida como uma busca constante de


explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus resultados,
apesar da sua falibilidade e de seus limites. Nessa busca sempre mais
rigorosa, a ciência pretende aproximar-se cada vez mais da verdade
através de métodos que proporcionem controlo, sistematização, revisão
e segurança maior do que possuem outras formas de saber não-
científicas. Por ser algo dinâmico, a ciência busca renovar-se e reavaliar-
se continuamente.

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A ciência é um processo em construção. Faz-se, hoje, uma distinção em
relação aos três níveis de conhecimento científico:
i. Inorgânico, estudado pelas ciências físicas;

ii. Orgânico, investigado pelas ciências biológicas;

iii. Superorgânico, abrangido pelas ciências sociais.

Os três níveis encontram-se inter-relacionados, e a transição de um para


outro é gradativa. O superorgânico é observado no mundo dos seres
humanos em interacção e nos produtos dessa interacção: linguagem,
religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, usos e costumes e outros
aspectos culturais e da organização social.
Portanto, ao estudar o superorgânico, as ciências sociais têm o seu
interesse voltado para o homem em sociedade. As ciências sociais ou
humanas englobam: Antropologia Cultural, Direito, Economia, Política,
Psicologia Social e Sociologia. No entanto, há autores que consideram
também como ciências sociais ou humanos ramos de estudo, tais como:
História, Geografia Humana, Ecologia Humana, etc.

1.1.3. Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico surgiu a partir do abandono da mitologia


como forma de explicar a realidade. A curiosidade e a vontade de
conhecer gerou a necessidade de desenvolver explicações lógicas e
racional a partir da capacidade humana de reflectir e criar conceitos e
ideias. O conhecimento filosófico utiliza-se da razão, mas dispensa a
necessidade da verificação científica, visto que os seus objectos de
estudo são os próprios conceitos.

A principal preocupação do conhecimento filosófico é questionar e


encontrar respostas racionais para determinadas questões, mas não
necessariamente comprovar algo. Neste sentido, pode-se afirmar que

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este modelo de conhecimento é crítico e especulativo. As principais
características do conhecimento filosófico, são:

 Sistemático: acredita que a base para a resolução das questões seja


a reflexão orientada pela lógica;
 Elucidativo: tenta entender os pensamentos, os conceitos, os
problemas e demais situações da vida que são impossíveis de
serdes desvendados cientificamente;
 Crítico: todas as informações devem ser profundamente analisadas
e reflectidas antes de serem levadas em consideração;
 Especulativo: as conclusões são baseadas em hipóteses e
possibilidades, devido ao uso de um conhecimento teórico puro.
O conhecimento filosófico distingue-se do conhecimento científico pelo
objecto de investigação e pelo método. O objecto das ciências são os
dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por
instrumentos, pois, sendo de ordem material e física, são por isso
susceptíveis de experimentação. O objecto da filosofia é constituído de
realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que, por serem de
ordens supra-sensíveis, ultrapassam a experiência.

A ordem natural do procedimento é, sem dúvida, partir dos dados


materiais e sensíveis (ciência) para se elevar aos dados de ordem
metafísica, não sensíveis, razão última da existência dos entes em geral
(filosofia). Parte-se do concreto material para o concreto supramaterial,
do particular ao universal.

Na acepção clássica, a filosofia era considerada a ciência das coisas por


suas causas supremas. Modernamente, prefere-se falar em filosofar. O
filosofar é um interrogar, e um contínuo questionar a si mesmo e à
realidade. O conhecimento filosófico não é algo feito, acabado, pois
constitui uma busca constante do sentido, de justificação, de
possibilidades, de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o

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ser humano e sobre o próprio ser em sua existência concreta.

Filosofar é interrogar e, a interrogação parte da curiosidade


constantemente renovada, pois surge quando um fenómeno nos revela
alguma coisa de um objecto e ao mesmo tempo nos sugere o oculto, o
mistério. Esse impulsiona o ser humano a buscar o desvelamento do
mistério. Vê-se, assim, que a interrogação somente nasce do mistério,
que é o oculto enquanto sugerido.
A tarefa fundamental da filosofia resume-se na reflexão. A experiência
fornece uma multiplicidade de impressões e opiniões. Adquirem-se
conhecimentos científicos e técnicos nas mais variadas áreas. Têm-se
aspirações e preocupações as mais diversas.
A filosofia procura reflectir sobre esse saber, interroga-se sobre ele,
problematiza-o. Filosofar é interrogar principalmente sobre factos e
problemas que cercam o ser humano concreto em seu contexto
histórico.

Esse contexto muda através dos tempos, o que explica o deslocamento


dos temas de reflexão filosófica. É claro que alguns temas perpassam a
história como a própria humanidade. A filosofia procura compreender a
realidade em seu contexto mais universal. Não há soluções definitivas
para grande número de questões. Entretanto, habilita o ser humano a
fazer uso de suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta.
(efeito estufa).

1.1.4. Conhecimento teológico

Conhecimento teológico (também chamado de conhecimento religioso)


é todo conhecimento baseado em doutrinas sagradas ou divinas. Este
conhecimento é sustentado pela fé religiosa, ou seja, a crença de que
todos os fenómenos acontecem pela vontade de entidades ou energias
sobrenaturais. Por esse motivo, o conhecimento religioso apresenta

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explicações dogmáticas que não podem ser refutadas.

Ao redor do mundo, o conhecimento teológico é organizado em


diferentes religiões que possuem seus próprios conjuntos de crenças,
rituais e códigos morais, a exemplo do cristianismo, islamismo,
hinduísmo, judaísmo, etc. As características do conhecimento teológico
são

 Valorativo: o conhecimento religioso baseia-se em julgamentos


subjectivos e não em fatos e acontecimentos comprovados.
 Inverificável: por lidar com questões espirituais, metafísicas, divinas
e sobrenaturais, o conhecimento religioso não é submetido à
verificação científica.
 Infalível: o conhecimento religioso explica os fenómenos e
mistérios da vida através de proposições dogmáticas (verdades
absolutas) que não podem ser refutadas.
 Sistemático: independente da religião, o conhecimento religioso é
organizado em um conjunto de regras que se complementam.
 Inspiracional: o conhecimento religioso é baseado em doutrinas e
ensinamentos revelados de forma sobrenatural.

Qualquer conhecimento valorativo fundamentado exclusivamente na fé


pode ser classificado como conhecimento religioso. No entanto, de
acordo com cada religião, é possível citar exemplos de conhecimentos
religiosos mais populares:

a. No Cristianismo, Jesus Cristo é filho de Deus e veio ao mundo com


a missão de ensinar o amor ao próximo e de salvar os que crêem
através da Sua morte na cruz.
b. No Islamismo, Deus (Alá) se comunicou directamente com o
profeta Maomé, que transcreveu os ensinamentos e deu origem ao
livro sagrado Alcorão (ou Corão).
c. No Judaísmo, o povo judeu seria descendente directo de Abraão,

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Isaac e Jacó. Segundo a religião, Deus teria prometido aos israelitas
a terra situada entre o Rio Egipto e o Rio Eufrates, onde se acredita
que Jesus voltará no Dia do Juízo Final.

Duas são as atitudes que se podem tomar diante do mistério.


 A primeira é tentar penetrar nele com o esforço pessoal da
inteligência. Mediante a reflexão e o auxílio de instrumentos,
procura-se obter um procedimento que seja científico ou filosófico.
 A segunda atitude consiste em aceitar explicações de alguém que
já tenha desvendado o mistério e implica sempre uma atitude de fé
diante de um conhecimento revelado. Esse conhecimento revelado
ocorre quando há algo oculto ou um mistério, alguém que o
manifesto e alguém que pretende conhecê-lo.
Entende-se por mistério tudo o que é oculto enquanto provoca a
curiosidade e leva à busca. O mistério é o oculto enquanto sugerido.
Pode estar ligado a dados da natureza, da vida futura, da existência do
absoluto, para mencionar apenas alguns exemplos.
Aquele que manifesta o oculto é o revelador. Pode ser o próprio homem
ou Deus.

Aquele que recebe a manifestação tem fé humana, se o revelador for um


homem ou uma mulher, e tem fé teológica, se Deus for o revelador.
A fé teológica sempre está ligada a uma pessoa que testemunha Deus
diante de outras pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que tal
pessoa que conhece a Deus e que vive o mistério divino o revele a outra.
Afirmar, por exemplo, que tal pessoa é o Cristo equivale a explicitar um
conhecimento teológico.

O conhecimento revelado – relativo a Deus – e aceito pela fé teológica


constitui o conhecimento teológico. Esse por sua vez é o conjunto de
verdades ao qual as pessoas chegam, não com o auxílio de sua
inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina.
Vale-se de modo especial do argumento de autoridade. São os

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conhecimentos adquiridos nos livros sagrados e aceitos racionalmente
pelas pessoas, depois de terem passado pela crítica histórica mais
exigente.
O conteúdo da revelação, feita a crítica dos factos ali narrados e
comprovados pelos sinais que a acompanham, reveste-se de
autenticidade e de verdade. Essas verdades passam a ser consideradas
como fidedignas, e por isso são aceitas. Isso é feito com base na lei
suprema da inteligência: aceitar a verdade, venha de onde vier, contanto
que seja legitimamente adquirida.
1. 2. Trinómio: Verdade, evidência e certeza

O ser humano é cheio de limitações e a realidade que pretende conhecer


e dominar é múltipla e complexa. O esforço será exactamente no sentido
de compreender o caminho que cientistas, pesquisadores e estudantes
percorrem para nos proporcionar evidências científicas que, com razoável
grau de certeza, nos indiquem senão a verdade, pelo menos nos ajudem
a entender o universo, a vida e a realidade.

1.2.1. Verdade

Todos falam, discutem e querem estar com a verdade. Nenhum mortal,


porém, é o dono da verdade. Isso porque o problema da verdade está na
finitude do próprio ser humano, de um lado, e na complexidade e
ocultamento do ser da realidade, de outro. O ser das coisas e objectos
que pretende-se conhecer oculta-se e manifesta-se sob múltiplas formas.
Aquilo que se manifesta, que aparece em um dado momento, não é,
certamente, a totalidade do objecto, da realidade investigada.

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A pessoa pode apoderar-se e conhecer aquele aspecto do objecto que se
manifesta, que se impõe, que se desvela, e isso ainda de modo humano,
Isto é, imperfeito, pois não entra em contacto directo com o objecto, mas
apenas com sua representação e impressões que causa. Contudo, a
realidade toda jamais poderá ser captada por um investigador humano;
quiçá, nem todos juntos alcançarão um dia desvendar todo esse mistério.

O desvelamento do ser das coisas supõe a capacidade de percebermos


as mensagens; isso implica atenção, boa capacidade de percepção e
bons instrumentos de pesquisa. Inútil lembrar que os instrumentos são o
centro de toda pesquisa científica rumo à abertura do ser, à manifestação
do ser, ao conhecimento da verdade.
O encontro da pessoa com o desvelamento, com o desocultamento e
com a manifestação do ser, pode ser designada verdade. A essência das
coisas se manifesta, torna-se translúcida, visível ao olhar, â inteligência e
â compreensão humana. Pode-se dizer que há verdade quando percebe-
se e/ou diz-se o ser que se desvela, que se manifesta. Há uma certa
conformidade entre o que e julgado e dito e aquilo que do objecto se
manifesta.

O objecto, porém, nunca se manifesta totalmente, nunca é inteiramente


transparente. Por outro lado, não somos capazes de perceber tudo
aquilo que se manifesta e nem nos é possível estar de posse plena do
objecto de conhecimento; quando muito, podemos conhecer os objectos
por suas representações e imagens. Por isso, nunca conhecemos toda a
verdade, a verdade absoluta e total.

Muitas vezes ocorre, ainda, que, levados por certas aparências e sem o
auxílio de instrumentos adequados, emitimos conclusões precipitadas
que não correspondem aos factos e â realidade: temos então o erro. E os
erros são frequentes ao longo da história; temos, por exemplo, as

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afirmações do geocentrismo, da geração espontânea, etc.

1.2.2. A evidência

Evidência significa algo que está claro, em destaque, que é visível para
todos algo em carácter do que esta em destaque, em bom conceito, ou
situação. A evidência é também tudo que pode ser usado para provar
que uma determinada afirmação é verdadeira ou falsa. A verdade só
resulta quando há evidência estamos diante de uma manifestação clara,
é transparência, é desocultamento e desvelamento da natureza e da
essência das coisas.
A respeito daquilo que se manifesta das coisas, pode-se dizer uma
verdade. Mas, como nem tudo se desvela de um ente, portanto, não se
pode falar arbitrariamente sobre o que não se desvelou.
A evidência, o desvelamento, a manifestação da natureza e da essência
das coisas são, pois, o critério da verdade. A evidência científica, que é o
conjunto de informações utilizados para confirmar ou negar uma teoria
ou hipótese científica, e ela somente existirá através de pesquisas
científicas.

1.2.3. A certeza

A certeza é o estado de espírito que consiste na adesão firme a uma


verdade, sem temor de engano. Esse estado de espírito se fundamenta
na evidência, no desvelamento da natureza e da essência das coisas.
Relacionando o trinómio, pode-se concluir dizendo que, havendo
evidência, isto é, se o objecto, facto ou fenómeno se desvela ou se
manifesta com suficiente clareza, pode-se afirmar com certeza, sem
temor de engano, uma verdade.

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Quando não houver evidência ou suficiente manifestação do objecto,
fato ou fenómeno, o sujeito será encontrado em outros estados de
espírito, o que deve transparecer também na sua expressão ou na sua
linguagem. São os casos da ignorância, da dúvida e da opinião. A
ignorância é um estado intelectual negativo, que consiste na ausência de
conhecimento relativo às coisas por falta total de desvelamento. A
ignorância pode ser:

a) Vencível – quando pode ser superada;


b) Invencível – quando não pode ser superada;
c) Culpável – quando há obrigação de fazê-la desaparecer;
d) Desculpável – quando não há obrigação de fazê-la desaparecer.
A dúvida é um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação. A
dúvida é espontânea quando o equilíbrio entre a afirmação e a negação
resulta da falta do exame dos prós e dos contra; a dúvida reflectida é um
estado de equilíbrio que permanece após o exame das razões prós e
contra; a dúvida metódica consiste na suspensão fictícia ou real, mas
sempre provisória do assentimento a uma asserção tida até então por
certa para lhe controlar o valor; a dúvida universal consiste em considerar
toda asserção como incerta.

A opinião caracteriza-se pelo estado de espírito que afirma com temor


de se enganar. Já se afirma, mas de tal maneira que as razões em
contrário não dão uma certeza. O valor da opinião depende da maior ou
menor probabilidade das razões que fundamentam a afirmação. A
opinião pode, às vezes, assumir as características de probabilidade
matemática. Essa pode ser expressa sob a forma de uma fracção, cujo
denominador exprime o número de casos possíveis e cujo numerador
expressa o número de casos favoráveis.

1. 3. Importância do conhecimento para sociedade humana

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O ser humano, indivíduo em crescimento constante, precisa de auxílio
do mundo externo para seu desenvolvimento interno; e, nesse processo,
ser colaborador também da construção da sociedade. Para que se
desenvolva o intelecto humano elabora-se teorias e práticas
pedagógicas visando organizar a actividade de ensinar e aprender.

A humanidade, como se observa até hoje, se vê sempre cercada de


processos de dominação, fruto da diligência equivocada de alguns, em
detrimento da ignorância de muitos. Nesse contexto a ciência busca
explicar como se dá o comportamento humano, e elaborar teorias para
dominar ou libertar.
Certo que a disseminação do conhecimento foi alavancada somente
com o advento da impressa, criada pelo alemão Gutenberg, no século
XV. Até este período a produção literária e a reprodução era feita por
poucos e para poucos. Assim, cria o termo “concepção bancária da
educação” como instrumento da opressão. Esclarecendo que o
educador bancário que deposita conhecimento em seus educandos, o
faz sem que estes possam apreender o objecto, participando de forma
mecânica do processo. O que não permitirá ao aluno utilizá-lo
conscientemente depois.

O ensino consegue ultrapassar o nível de busca do conhecimento pela


criação de cenários que permite vivenciar situações que possibilita a
análise de sua própria experiência, possibilitando a inclusão na
actividade social em que está inserido. O professor como componente
do processo de aprendizagem deve intervir na formação cidadã de seus
alunos, pensando em como ajudá-los a interagir na sociedade de modo
confiante e crítico.

No ensino superior, ainda que se tratando de pessoas já formadas

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intelectualmente é possível orientá-las para compreenderem as
contradições sociais existentes – mesmo dentro do mercado de
trabalho, e a desenvolverem valores para a construção de uma
sociedade melhor, a partir do ambiente que se encontrarão após a
graduação auferida.
Pode-se utilizar da significativa orientação quanto a necessidade de
entender-se o que o conhecimento permitirá que se analise o foco do
produto pronto e acabado. Conhecer a si mesmo, sem concepções
fundamentalistas, permitirá que o ser construa sua liberdade intelectual,
desenvolvendo-o e permitindo que tenha autonomia em sua vida. Essa
é a importância do conhecimento, para o homem que aprende e
apreende conceitos úteis para a sua vida.
É nesse contexto, contando com a disseminação de conteúdos através
da comunicação veloz e altamente socializada, que o professor tem
papel fundamental ao problematizar os conteúdos da aprendizagem, e,
dialogicamente, propiciar o desenvolvimento do intelecto humano.
Embora o conhecimento sempre tenha sido necessário para elaborar os
produtos, sua importância aumentou vertiginosamente com o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia, particularmente nas últimas
décadas do século XX.

É fundamental saber como utilizar as informações e o conhecimento já


existentes na organização. O "conhecimento" não se encontra apenas
nos documentos, nas bases de dados e nos sistemas de informação, mas
também nos processos de negócio, nas práticas dos grupos e na
experiência acumulada pelas pessoas para aumentar sua produtividade e
conquistar novas oportunidades.

O conhecimento tem valor especial para o homem, principalmente por


sua grandeza de objectivos e de liberdades, provenientes da visão
rigorosa, resultante de sua essência. Ela é importante para a construção
do conhecimento crítico e reflexivo, sendo diferente do senso comum e

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religioso, encontra sustentação nas condições reais e sociais.

O conhecimento provoca mudanças no comportamento do homem,


contribui para a elevação da auto-estima, leva-o a acção e reflexão.
Funciona como um olhar crítico que revitaliza as verdades absolutas,
torna-se uma esfera de estudo completa, sua aplicação na nossa vida
circunstância preconceitos e experiências. Hoje as empresas vencem ou
são derrotadas pelo facto de utilizar bem ou mal às informações
corporativas, de forma geral as informações mais relevantes para que um
gerente ou tomador de decisões analise informações, conclua seus
diagnósticos de forma rápida e instrua as tácticas e estratégias ao seu
grupo de trabalho.
Acredita-se que as próximas sociedade será uma sociedade do
conhecimento”. O conhecimento será seu recurso chave e os
trabalhadores de conhecimento irão construir o grupo dominante da
força de trabalho. As três características principais dessa sociedade serão:
 Ausência de fronteiras, porque o conhecimento se desloca com
menos esforço até do que o dinheiro;
 Mobilidade para cima, disponível para todos por meio de uma
educação formal facilmente adquirida;
 Potencial para o fracasso, assim como para o sucesso. “Qualquer
um pode adquirir os “meios de produção”, isto é, o conhecimento
exigido para a tarefa, mas nem todos podem vencer”.
Essas três características em conjunto tornarão a sociedade do
conhecimento altamente competitiva, tanto para organizações quanto
para indivíduos. A tecnologia da informação, embora seja apenas uma
das muitas novas características da nova sociedade, já está tendo um
efeito enormemente importante: ela está permitindo que o
conhecimento se espalhe quase instantaneamente e se torne acessível a
todos.

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Dadas a facilidade e a velocidade com a qual a informação se desloca,
todas as instituições na sociedade do conhecimento – não só as
empresas, mas também escolas, universidades, hospitais e, cada vez
mais, órgãos governamentais – terão de ser competitivas em termos
globais, embora a maioria das organizações continue a ser local em suas
actividades e em seus mercados. Isso porque a Internet manterá os
clientes de qualquer lugar informados sobre o que está disponível em
qualquer parte do mundo e a que preço.

Hoje, o conhecimento está nas mãos das pessoas que aprendem,


transmitem e produzem conhecimentos de maneira cooperativa em sua
actividade cotidiana. E constata que quando a informação é transmitida
de uma pessoa para outra, esta não a está perdendo; e que quando esta
informação é utilizada, ela não é destruída.
Ler se torna ainda mais essencial quando se está cursando uma
Faculdade, aprender palavras diferentes, saber melhor interpretar um
texto, aprender a usar pontuações e tudo isso através de uma boa leitura,
o livro pode ser de sua preferência.

O estudante que lê bastante, procura se manter informado só tem a


ganhar e melhorar seu aprendizado, a diferença é nítida entre esse
estudante e o que não tem esse hábito, seu desenvolvimento será bem
melhor e a facilidade em entender melhor o professor, a matéria e todo
o conteúdo será gratificante. Não se pode apenas depender do que é
passado em sala de aula, o tempo é curto, nunca se consegue passar
tudo de um assunto em apenas 4 horas de aula, então seja curioso (a)
pesquise, questione tudo que foi falado para adquirir algo mais
completo.

Entretanto, a leitura pode se manifestar de formas diferentes, do que a


simples leitura de textos. Pode ser igualmente informativo o olhar sobre
uma figura retratada sobre uma tela, quando assistimos a um filme,
quando olhamos uma fotografia, ou quando temos alguma percepção
dos aspectos do mundo que nos cerca. Antes de tudo, ler é perceber e

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entender tudo aquilo que nos envolve fisicamente e mentalmente. Entre
tanto há várias formas se adquirir conhecimentos que seja benéfico para
o meio académico.

1.4. Formação do espírito científico


A formação do espírito científico tem seu ponto de partida na
curiosidade infantil, passa pela inquietação da adolescência e pelos
sonhos do jovem. Se bem cultivados e administrados tais atributos, a
coerência metodológica que se espera na maturidade pode resultar em
cientistas e pesquisadores produtivos ou, no mínimo, em adultos capazes
de tratar, analisar e sintetizar os dados da realidade de maneira lógica e
coerente.
Assim como a formação do espírito científico pode se dar em qualquer
idade e em quaisquer circunstâncias, a ciência pode ser praticada
também nas mais variadas situações de vida, e não apenas no recesso
dos laboratórios e na solidão das pesquisas de campo. O desafio nas
sociedades é, sobretudo, encontrar soluções para os graves problemas
sociais que o país vive, soluções muito mais urgentes e necessárias do
que toda a indústria de armas, de foguetes e de viagens espaciais, por
exemplo.

1.4.1. Natureza do espírito científico

O espírito científico é uma atitude ou disposição subjectiva do


pesquisador que busca soluções sérias, com métodos adequados, para o
problema que enfrenta. Essa atitude não é inata na pessoa; ao contrário
disso, é conquistada ao longo da vida, à custa de muitos esforços e
exercícios. Ela pode e deve ser aprendida. O espírito científico, na prática,
é expressão de uma mente crítica, objectiva e racional.

A consciência crítica levará o pesquisador a aperfeiçoar seu julgamento e


a desenvolver o discernimento, capacitando-o a distinguir e separar o

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essencial do superficial, o principal do secundário. Criticar é julgar,
distinguir, discernir, analisar para melhor poder avaliar os elementos
componentes da questão. A crítica, assim entendida, não tem nada de
negativa. É, antes, uma tomada de posição, no sentido de impedir a
aceitação do que é fácil e superficial. O crítico só admite o que é
susceptível de prova.

A consciência objectiva, por sua vez, implica o rompimento corajoso com


as posições subjectivas, pessoais e mal fundamentadas do conhecimento
vulgar. Para conquistar a objectividade científica, é necessário libertar-se
da visão subjectiva do mundo, arraigada na própria organização
biológica e psicológica do sujeito e ainda influenciada pelo meio social. A
objectividade é a condição básica da ciência.
O que vale não é o que algum cientista imagina ou pensa, mas aquilo
que realmente é. Isso porque a ciência não é literatura. A objectividade
torna o trabalho científico impessoal a ponto de desaparecer a pessoa do
pesquisador. Só interessam o problema e a solução. Qualquer um pode
repetir a mesma experiência, em qualquer tempo, e o resultado será
sempre o mesmo porque independe das disposições subjectivas. A
objectividade do espírito científico não aceita meias-soluções ou
soluções apenas pessoais.

O espírito científico age racionalmente. As únicas razões explicativas de


uma questão só podem ser intelectuais ou racionais. As razões que a
razão desconhece, as razões da arbitrariedade, do sentimento e do
coração nada explica nem justificam no campo da ciência.

1.4.2. Qualidades do espírito científico

Além das propriedades fundamentais, já referidas, poderíamos


acrescentar outras tantas qualidades de ordem intelectual e moral que o
espírito científico implica. Como virtude intelectual, ele se traduz no

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senso de observação, no gosto pela precisão e pelas ideias claras, na
imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na
curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e no
poder de discernimento. Moralmente, o espírito científico assume a
atitude de humildade e de reconhecimento de suas limitações, da
possibilidade de certos erros e enganos. O espírito científico é imparcial,
não torce os fatos, respeita escrupulosamente a verdade.

O possuidor do verdadeiro espírito científico cultiva a honestidade, evita


o plágio, não colhe como seu o que outros plantaram, tem horror às
acomodações e é corajoso para enfrentar os obstáculos e os perigos que
uma pesquisa possa oferecer.
Finalmente o espírito científico não reconhece fronteiras, não admite
nenhuma intromissão de autoridades estranhas ou limitações em seu
campo de investigação e defende o livre exame dos problemas. A
honestidade do cientista está relacionada, unicamente, com a verdade
dos fatos que investiga.

1.4.3. Importância do espírito científico

O universitário consciente de sua função na universidade vai procurar


imbuir-se desse espírito científico, aperfeiçoando-se nos métodos de
investigação e aprimorando suas técnicas de trabalho. O essencial é
aprender como trabalhar, como enfrentar e solucionar os problemas que
se apresentam não só na universidade, mas principalmente na vida
profissional.
E isso não é adquirir conhecimentos científicos comprovados, fórmulas
mágicas para todos os males, mas sim hábitos, consciência e espírito
preparado no emprego dos instrumentos que levarão a soluções de
problemas. Esses sempre se apresentarão, na carreira profissional, com
novos matizes, de tal forma que as soluções aprendidas na universidade,

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serão inadequadas. Logo, faz-se necessário apelar para a criatividade
para achar a solução mais indicada.
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