Apelação Muro

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Ana Tereza Basilio Ludmila P. Q. Telles de Menezes Marcella Faria de Mendonça Mariana David Ferreira Machado
João Augusto Basilio Thiago Vilas Boas Zimmermann Luciana Ferretti de Souza Samara Magalhães Khoury
Mario Roberto Carvalho de Faria Bárbara Van Der Broocke de Castro Viviane Morgado Leite Lawrence Augusto Sales
Bruno Di Marino Alvaro José do Amaral F. Rodrigues Maria Clara Coelho do Nascimento Rafaela Carneiro Pinto
Márcio Henrique Notini Carlos Mario Villela Santos Ribeiro Amanda Chaves Rodrigues Raphael Cesena Gutierrez
Fabio Cotecchia Leonardo Esteban Fontoura Eduarda de Castro Rochedo Caroline da Cunha Müller
Thiago Drummond de Paula Lins Francisco E. de Carvalho Posada Michelle de Oliveira Morkoski Fernanda Barroiun Mello
Fábio Levy Tredler João Gabriel Maffei Stefany A. Calixto de Azevedo Jéssica Figueiredo Tavares
Jorge Corrêa do Lago Flávia Ganem Maria Eduarda Ulrich de O. e Castro Luccas Equi Benatti Bartoli
Ana Carolina Reis do V. Monteiro Felipe Vieira de Araujo Corrêa Bianca Duff de Mello Serra Maria Rafaela Bichara
Cesar Eduardo Cury Fernandes Maria Beatriz de Souza Moreira Andréia Barbosa Roriz Caroline Souza Leal Salles
Ana Luiza Faria Flexa Ribeiro Daniela Gross Paulo Peres Peixoto Ana Amélia Resende Cury
Marcos de Campos Salgado Patricia Barbosa Ramos Maria Fernanda Matheus Pimentel Roberta Issa Maffei
Marcelo B. Ludolf Gomes Mariane Cadore Ana Luisa Fernandes Pereira Bruna Maria Pinheiro Fernandes
Fábio Nascimento de Souza Leão Luiza Santos Andrade Thiago Mucury Cardoso Thais Nóbrega Tavares de Souza
Fernanda Carvalho de Miéres Daniel Santos Banho Yasmin da Silveira Farias Yasmin Benevides de Faria
Lidia Guimarães Cupello Evie Nogueira e Malafaia Breno Conde Tavares Neyla Cristina de Gregorio
Maria Isabel R. de Siqueira Campos Pedro Augusto Teixeira Salarini Tânia Aguida de Oliveira Stephanie de Oliveira Gomes

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1012754-49.2013.8.26.0309 e código 117A706.
Paula de Andrade Boechat Denise C. Pinto Ferraz de Campos Marcelo Brigido Ayala Pereira Beatriz do Carmo Leandro Arandas
Diego Justiniano Capistrano Pinho Daniel Dias Carneiro Guerra Roberto Mauricio Atalla P.O. Vieira Alexandre Weisz
Fernanda Medeiros Pieranti Sorj Talitah Regina de M.J.Badra Roesler Aline Domingues Costa de Araujo Felipe de Oliveira Gonçalves

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDREIA BARBOSA RORIZ, protocolado em 10/10/2016 às 20:04 , sob o número WJAI16701410677 .
Aline Breschigliari S. Carezzato Bruna de Morais Costa Cauan Hubner Domingues
Rodrigo Bittencourt da Silva Freitas Hugo Pupak Lopes Saraiva Pollyana Pereira da Cruz
Gabriela de Deus A. Ferreira Dias Naiara H. Gomes Jorge Jéssica Wendler
Julia Mariana Silva Jácome Carla Penna Machado Gisele de Souza Cavalcante Consultores
Evelyn Wanzeniak Aguiar Patrícia dos Santos Castro André Paes Faciola
Fernanda Marques Ferreira Adriana de Abreu Junqueira Borges Estela Leão de Aquino Frederico José Leite Gueiros
Fernando Euleotero Oroski da Silva Elise Miranda Gonzaga Jéssica Leone Santos Carlos Roberto Barbosa Moreira
Priscila Noya Pinheiro Mayara Rahman Rufino Felipe Terra Passos da Rocha Pereira

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CIVEL DO FORO


DA COMARCA DE JUNDIAÍ – SP

Processo nº. 1012754-49.2013.8.26.0309

BROOKFIELD SÃO PAULO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A e


BELLA COLONIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS, nos autos desta ação que lhes
movem CONDOMÍNIO BELVEDERE GENOVA E BELVEDERE PADOVA, vem, por seus
advogados, com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do CPC, interpor apelação contra a r.
sentença, mediante as inclusas razões.

Requer, ainda, a juntada da guia anexa, comprobatória do recolhimento do preparo


recursal, e, após cumpridas as formalidades legais, a remessa dos autos ao e. Tribunal de Justiça
de São Paulo, para processamento e julgamento do recurso.

Termos em que pede deferimento.


São Paulo, 10 de outubro de 2016.

JORGE CORRÊA DO LAGO


OAB/SP 349.558

Rio de Janeiro - Centro: Av. Presidente Wilson, 210 – 12° andar, Centro - Cep 20030-021 - Tel.: 55 21 2277 4200 Fax 55 21 2210 6316
Rio de Janeiro - Barra: Av. das Américas, 4200, Bloco 2, sala 206 – Ed. New York - Centro Empresarial Barra Shopping –RJ - Cep 22640-102 – Tel/Fax: 55 21 3325 4200
Brasília: SCN - Quadra 4 Bloco B Pétala D Sala 502, Centro Empresarial Varig - Cep 70714-900 Tel/Fax: 55 61 3045 6144
São Paulo: Rua Leôncio de Carvalho, 234 – 4º andar, Paraíso - Cep 04003-010 Tel/Fax: 55 11 3171 1388
www.basilioadvogados.com.br
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Razões das Apelantes


BROOKFIELD SÃO PAULO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
BELLA COLONIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

Colenda Turma Cível,


Excelentíssimos Desembargadores,

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1012754-49.2013.8.26.0309 e código 117A706.
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TEMPESTIVIDADE

1. A r. sentença apelada foi disponibilizado no DJE do dia 16/09/2016 (sexta-feira),


publicado no dia 19/09/2016 (segunda-feira) e consequentemente, o prazo recursal se iniciou em
20/09/2016.

2. Assim, o prazo de 15 (quinze) dias úteis para interposição da apelação, nos termos
do art. 219 e 1.003, §5º do Código de Processo Civil/2015, chegará a seu termo no dia 10/10/2016.
Portanto, tempestivo o presente recurso protocolizado nesta data.

BREVE RESUMO DA LIDE

3. Trata-se de ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada ajuizada


pelo apelado, onde o mesmo alega que as apelantes foram as responsáveis pela construção do
condomínio-autor, de modo que são obrigadas a proceder com as obras emergenciais para por fim
a fissuras e trincas e demais problemas existentes no muro de arrimo do condomínio, pois alega
que este escora uma porção de terra localizada nos fundos do imóvel, sendo que se o muro vier a
ruir, toda a terra se movimentaria e atingiria o condomínio.

4. Desta forma, o apelado requereu a condenação das apelantes a, liminarmente,


promover as obras emergenciais pendentes e não realizadas sob pena de multa cominatória. No
mérito, requereu a procedência da ação, bem como indenização por danos morais e materiais.

5. O MM. Juízo a quo deferiu a tutela antecipada, determinando às apelantes a


execução das obras, sob pena de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)

6. As apelantes apresentaram contestação demonstrando a real versão dos fatos, uma


vez que na vistoria realizada pelas apelantes, constatou-se que o referido muro não apresentava os
problemas de trincas r, sendo detectado que havia um buraco aberto na caixa de captação de água
pluvial do muro, realizada pelo próprio condomínio-apelado.
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7. Desta feita, no momento da vistoria foi informado ao condomínio que a mesma


deveria ser fechada, o que foi realizado e, no lado de fora do muro, foi feito um aterro pelo
zelador do condomínio. Contudo, a caixa danificada é responsável pela captação das descargas de
todas as ruas do condomínio e, provavelmente, esse dano gerou infiltrações, com o aparecimento
seguinte das citadas trincas e fissuras.

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8. Assim, seria indevido os pedidos formulados pelo apelado, uma vez que não

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seriam de responsabilidade das apelantes.

9. Na fase de instrução, as apelantes requereram a realização de perícia para apuração


dos alegados vícios, tendo sido deferido pelo MM. Juízo a quo. A perícia foi devidamente
realizada, conforme demonstra o laudo pericial juntado às fls. 216-257 dos autos.

10. Em seguida, o MM. Juízo a quo julgou a demanda, dando parcial procedência aos
pedidos formulados pelo apelado, nos seguintes termos:

(...)Posto isso, com fulcro no artigo 487, inciso I, do Código de Processo


Civil,julgo procedente em parte o pedido e o faço para condenar as rés,
solidariamente, à obrigação de fazer, consistente na correção dos defeitos
aparentes e ocultos do muro objeto da demanda, que já considero
cumprida,condenando-as à devolução, aos autores, da importância de R$
3.000,00, com correção monetária pela tabela prática do E. Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, desde o ajuizamento, e juros de mora de 1% (um por
cento) ao mês,a partir da citação.Torno definitiva a antecipação concedida a fls.
88,condenando as rés, em decorrência do descumprimento da determinação no
prazo fixado, ao pagamento da multa de R$ 5.000,00, com correção monetária
pela tabela prática do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desde a
fixação, e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir do trânsito em
julgado.Sucumbentes os autores em mínima parte, condeno as rés,ainda, ao
pagamento das custas judiciais, das despesas processuais e dos honorários
advocatícios, estes fixados em 20% (quinze por cento) sobre o valor da
condenação, considerado este a soma do valor a ser devolvido e da multa
imposta.

11. No entanto, não obstante os fundamentos apresentados pelo MM. Juízo a quo, a
sentença merece ser reformada, como se verá a seguir.

REFORMA DA SENTENÇA
QUANTO À APLICAÇÃO DA ASTREINTES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
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12. Esclareça-se que o quantum devido a título de astreinte, fixada em razão da


demora no cumprimento de antecipação de tutela recursal deverá ser substancialmente reduzido,
conforme inteligência do artigo 537, §1º, do Código de Processo Civil1.

13. A propósito, o c. Superior Tribunal de Justiça já decidiu que “a multa poderá,


mesmo depois de transitada em julgado a sentença, ser modificada, para mais ou para menos,
conforme seja insuficiente ou excessiva. O dispositivo indica que o valor da astreinte não faz

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coisa julgada material, pois pode ser revista mediante a verificação de insuficiência ou

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excessividade”2.

14. A importância do artigo 537, §1º, do Código de Processo Civil e o seu


enquadramento dentre as questões de ordem pública são facilmente verificadas, haja vista a
possibilidade do juiz proceder ex officio, resguardando a manutenção de princípios
imprescindíveis no ordenamento pátrio, bem como para evitar o enriquecimento sem causa ou
para garantir a efetividade da prestação judicial.

15. No caso dos autos, fica evidente que o valor da multa é excessivo, não guardando
qualquer vinculação com os parâmetros da suficiência e da compatibilidade, o que a
transformaria em “indenização”, e não meio coercitivo, conforme a vontade do legislador.

16. Ademais, há distinção entre a indenização por perdas e danos das astreintes,
vislumbrando-se o caráter ressarcitório ou compensatório, das perdas e danos, restando às
astreintes natureza de meio processual coercitivo, o que justifica a possibilidade de sua concessão
e revisão de ofício.

17. Evidenciada a distinção da multa e da condenação em perdas e danos, resta nítido


que a fixação de multa em patamares extremamente elevados malfere a própria natureza jurídica
da multa, afastando desta forma a observância do princípio da proporcionalidade e da
razoabilidade que devem servir de norte para as decisões judiciais.

18. A inobservância dos preceitos supracitados enaltece comportamento vedado em


nosso ordenamento jurídico e que é combatido por nossos tribunais, na medida em que encerra
odioso enriquecimento injustificado (CC, art. 884).

19. É esse o consenso das decisões dos mais diversos Tribunais do país e do Superior
Tribunal de Justiça, conforme descritas ementas abaixo.

1
Art. 461, § 6º O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou
insuficiente ou excessiva.
2
(STJ-3ª T., REsp 705.914, rel. Min. Gomes de Barros, j. 15.12.2005)
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RECURSO INOMINADO. IMPUGNAÇÃO À FASE DE CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA. REDUÇÃO DE ASTREINTE. EXECUÇÃO DE MULTA
PELO DESCUMPRIMENTO DE LIMINAR. MULTA DIÁRIA DE R$ 500,00.
VALOR EXCESSIVO. FINALIDADE DA PENALIDADE. VEDAÇÃO DO
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. QUANTUM REDUZIDO. Trata-se de
impugnação à fase cumprimento de sentença relativamente à multa diária pelo
descumprimento de ordem judicial, tendo a recorrente cumprido a obrigação em
18/11/2010, restando 60 dias de descumprimento da obrigação. Disso decorreu
um valor consolidado em execução de R$ 27.532,67, que é excessivo para

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sua finalidade. Possibilidade de revisão do valor da multa a fim de evitar o
enriquecimento sem causa. Redução do valor consolidado da multa para R$

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7.240,00, equivalente ao parâmetro fixado pelas Turmas Recursais em casos de
dano moral por inscrição indevida, hipótese dos autos. A multa por não
cumprimento espontâneo da sentença não deve ser excluída. A um, porque
fixada na sentença da fase de conhecimento, que foi confirmada em grau
recursal. A dois, porque não foi objeto da impugnação à fase do cumprimento da
sentença. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-RS - Recurso Cível:
71004447561 RS , Relator: Lucas Maltez Kachny, Data de Julgamento:
11/03/2014, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 13/03/2014)

***

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUÇÃO DE ASTREINTES.


TUTELA ANTECIPADA. DESCUMPRIMENTO. MULTA DIÁRIA.
MONTANTE EXCESSIVO. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. REDUÇÃO
DAS ASTREINTES. NECESSIDADE. I.A fixação de astreintes por
descumprimento de decisão judicial é meio executivo de coação,com vistas a
garantir a efetividade da prestação jurisdicional. II. Não obstante o montante
final das astreintes tenha sido acumulado em face da recalcitrância do agravante,
que não se preocupou em cumprir a ordem judicial, o valor alcançado encontra-
se em total dissonância com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade,
sendo imperiosa a sua redução a fim de evitar enriquecimento sem causa da
parte agravada. III. Agravo de instrumento conhecido e provido. (TJ-MA - AI:
0353692012 MA 0006137-28.2012.8.10.0000, Relator: JAIME FERREIRA DE
ARAÚJO, Data de Julgamento: 25/06/2013, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data
de Publicação: 01/07/2013)

***

EMBARGOS À EXECUÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE TUTELA


ANTECIPADA. AUSÊNCIA DE COISA JULGADA MATERIAL.
ASTREINTE. COMINAÇÃO EXCESSIVA. MANUTENÇÃO DA MULTA.
EFETIVIDADE DA MEDIDA. JUÍZO DE EQUIDADE.
REDIRECIONAMENTO DE PARTE DO VALOR AO FECON - FUNDO
ESTADUAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR. POSSIBILIDADE DE
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA AFASTADA. I - A astreinte tem natureza
estritamente coercitiva, sem efeito remuneratório ou reparatório. Assim, a sua
fixação em valores excessivos provoca enriquecimento indevido a ensejar, a
partir de juízo de equidade, o redimensionamento da multa. II - Configurado o
excesso na penalização, a ponto de gerar enriquecimento injustificado, deve-se
estabelecer um limite como aceitável em relação ao litigante do processo, a
preservar não só sua condição de parte, mas também a adequada reparação pelos
efeitos do cumprimento tardio e o restante deverá, dentro da ideia de
preservação da credibilidade e efetividade do aparato judicial, ser recolhido a um
fundo, seja o de reaparelhamento do Judiciário ou outro externo ligado à defesa
dos direitos dos consumidores. III - No caso, o recolhimento do excesso é
redirecionado a Fundo que atinge todos os consumidores, a um, para afastar
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qualquer ideia de parcialidade, e, a dois, para reforçar a defesa dos consumidores


em geral, a evitar a reiteração de práticas abusivas ou a afronta às regras
consumeristas. IV - Justa também a expectativa de que a manutenção de
punições por valores significativos em decorrência do descumprimento reiterado
de decisões judiciais, sem justificativa plausível, tenha repercussão econômica
de modo que grandes grupos, como a parte recorrente, revisem sua conduta,
senão pela obrigação legal de cumprir determinação judicial, pela repercussão
econômica que o descumprimento venha a gerar. RECURSO INOMINADO
IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71004408688, Terceira Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em 25/09/2013)

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDREIA BARBOSA RORIZ, protocolado em 10/10/2016 às 20:04 , sob o número WJAI16701410677 .
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - AÇÃO
INDENIZATÓRIA - EXECUÇÃO DO VALOR REFERENTE À MULTA
DIÁRIA - VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - REDUÇÃO
DO QUANTUM EXECUTADO - POSSIBILIDADE DE OFÍCIO OU A
REQUERIMENTO DA PARTE. 1. O legislador concedeu ao juiz a prerrogativa
de impor multa diária ao réu com vista a assegurar o adimplemento da obrigação
de fazer (art. 461, caput, do CPC), bem como permitiu que o magistrado afaste
ou altere, de ofício ou a requerimento da parte, o seu valor quando se tornar
insuficiente ou excessiva, mesmo depois de transitada em julgado a sentença,
não se observando a preclusão ou a coisa julgada, de modo a preservar a
essência do instituto e a própria lógica da efetividade processual (art. 461, § 6º,
do CPC). 2. Do acórdão recorrido (fl. 554, e-STJ) verifica-se que a recorrente já
depositou R$ 30.800,00 (trinta mil e oitocentos reais) a título de astreintes,
restando o saldo devedor de R$ 110.241,00 (cento e dez mil duzentos e quarenta
e um reais), quantia que se distancia dos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Nesses termos, diante da excessividade do valor da multa
diária agora executado, impõe-se a sua limitação ao valor já depositado, por se
mostrar suficiente e adequado para os fins que lhe presta, sob pena de
enriquecimento ilícito. 3. Certo é que o valor estabelecido a título de astreintes
não pode gerar um enriquecimento sem causa da acionante, agora exequente,
razão pela qual impositiva era a sua redução, tarefa que pode perfeitamente ser
realizada durante a fase de execução das astreintes, com base no disposto no art.
461, § 6º, do CPC, consoante entendimento consolidado nesta Corte Superior. 4.
Agravo regimental desprovido.(STJ - AgRg no REsp: 1098061 RJ
2008/0239015-7, Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento:
28/05/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/06/2013)

***

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC)- AÇÃO


INDENIZATÓRIA - FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA -
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MULTA DIÁRIA - VEDAÇÃO AO
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - REDUÇÃO DO QUANTUM
EXECUTADO - POSSIBILIDADE DE OFÍCIO OU A REQUERIMENTO DA
PARTE. 1. O legislador concedeu ao juiz a prerrogativa de impor multa diária
ao réu com vista a assegurar o adimplemento da obrigação de fazer (art. 461,
caput, do CPC), bem como permitiu que o magistrado afaste ou altere, de ofício
ou a requerimento da parte, o seu valor quando se tornar insuficiente ou
excessiva, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, não se observando
a preclusão ou a coisa julgada, de modo a preservar a essência do instituto e a
própria lógica da efetividade processual (art. 461, § 6º, do CPC). 2. Ante o
inadimplemento da dívida, o credor requereu o pagamento do valor das
astreintes, no valor de R$ 443.785,75 (quatrocentos e quarenta e três mil,
setecentos e oitenta e cinco reais e setenta e cinco centavos). Tendo em vista a
evidente desproporção do quantum executado, o Tribunal a quo, em sede de
agravo de instrumento, reduziu o valor da multa para o valor da condenação por
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7

danos materiais e morais com as devidas atualizações, aproximadamente R$


51.917,68 (cinquenta e um mil, novecentos e dezessete reais e sessenta e oito
centavos). 3. Certo é que o valor estabelecido a título de astreintes não pode
gerar um enriquecimento sem causa do acionante, agora exequente, razão pela
qual impositiva era a sua redução, tarefa que pode perfeitamente ser realizada
durante a fase de execução das astreintes, com base no disposto no art. 461, § 6º,
do CPC, consoante entendimento consolidado nesta Corte Superior. 4. Agravo
regimental desprovido.(STJ - AgRg no AREsp: 195303 SP 2012/0131451-3,
Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 28/05/2013, T4 -
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/06/2013)

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“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA
POR DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. EXCESSO.
REDUÇÃO. A multa, pelo descumprimento de decisão judicial não pode ensejar
o enriquecimento sem causa da parte a quem favorece, como no caso, devendo
ser reduzida a patamares razoáveis. Recurso especial parcialmente conhecido e,
nessa extensão, provido.” (STJ, 4ª T., REsp 793491/RN, rel. Min. César Asfor
Rocha, j. em 26.09.2006, publicado no DJ de 06.11.2006).

20. Por fim, por se tratar de meio de coerção processual de natureza inibitória e
secundária, para evitar a inércia do sujeito obrigado, sem implicar, por outro lado, o
locupletamento da parte contrária, sob pena de desvirtuar-se de sua função coercitiva, a multa não
deve ter por fim impor seu pagamento, mas sim o cumprimento da obrigação imposta.

21. Além disso, o MM. Juízo tomou como base de que é devida a multa por uma
suposta informação do zelador que teria dito trabalhar ali há aproximadamente 9 meses. No
entanto, não foi juntado aos autos a Carteira de Trabalho do referido empregado do condomínio,
de modo que não há como se precisar se a informação prestada por ele foi feita com exatidão apta
a confirmar o tempo de eventual “descumprimento” da antecipação de tutela por parte das
apelantes.

22. A decisão proferida por este MM. Juízo a quo foi meramente presumida em
informações soltadas à esmo nos autos, sem qualquer comprovação suficiente de sua veracidade.
Por tais motivos é que também merece reforma a r. sentença.

23. Ante o exposto, confiam as apelantes no acolhimento da presente impugnação,


para que seja drasticamente reduzido o quantum devido a título de multa, em homenagem aos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

24. Quanto á condenação de ressarcimento do apelado pelos gastos que este teve com
a contratação de perito, unilateralmente e privativamente realizada pelo Autor, convém destcar
que também merece reforma a r. sentença.
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8

25. Como as apelantes já explicaram, estas não foram parte na contratação: “res inter
alios acta”. É certo que o contrato realizado foi decorrente de avença estritamente particular,
realizada entre o apelado e seu perito, não podendo ser ressarcidos já que as apelantes não
participaram do ajuste.

26. Em caso parelho, o Tribunal de Justiça decidiu nesse sentido:

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“(...) Valor referente à contratação privativa de honorários pelo recorrido.

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Apelante que não tomou parte na avença. Afastamento. Recurso, nesta parte,
provido” (Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado Ap. Cív. n.
994.08.050685-5, Relator(a): Donegá Morandini)”.

“RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS


MATERIAIS. I Reembolso do valor referente à contratação privativa de
honorários de advogado pelo autor. Apelada que não tomou parte na avença.
Restituição da importância indevida. II SENTENÇA PRESERVADA. APELO
IMPROVIDO (0015370-36.2011.8.26.0001, Apelação, Relator(a): Donegá
Morandini, Comarca: São Paulo, Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Privado,
Data do julgamento: 08/05/2012, Data de registro: 12/05/2012, Outros números:
153703620118260001)”

27. Desta forma merece reforma a r. sentença para que assim este pedido do autor
também seja julgado improcedente.

CONCLUSÃO

28. Por todo o exposto, a apelante confia na reforma da sentença proferida pelo
magistrado de primeira instância e que será julgado improcedente o pedido formulado na inicial,
ante a total inconsistência de seus fundamentos.

29. Por fim, a recorrente reitera o pedido de que todas as intimações referentes a este
processo sejam feitas em nome do advogado JORGE CORRÊA DO LAGO inscrito na OAB/SP
sob o no 349.558, sob pena de nulidade.

Termos em que pede deferimento.


São Paulo, 10 de outubro de 2016.

JORGE CORRÊA DO LAGO


OAB/SP 349.558

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