Indicadores de Sustentabilidade Uma Abordagem Empirica A Partir de Uma Perspectiva de Especialistas
Indicadores de Sustentabilidade Uma Abordagem Empirica A Partir de Uma Perspectiva de Especialistas
Indicadores de Sustentabilidade Uma Abordagem Empirica A Partir de Uma Perspectiva de Especialistas
Resumo
1. Introdução
1/16
ANAIS
De acordo com Epstein e Roy (2001) e Krajnc e Glavic (2005a), muitas empresas que
até então apenas utilizavam indicadores financeiros para acompanhar os resultados de suas
atividades operacionais, passaram a utilizar práticas sustentáveis devido às exigências de
vários agentes, tais como, consumidores, fornecedores, empregados, agências reguladoras
nacionais e internacionais, bancos, companhias de seguros, acionistas, associações comerciais
e comunidade local.
Esse novo posicionamento foi motivado principalmente pelo fato de que o
reconhecimento, por parte das empresas, que a lucratividade por si só não mais garante a
continuidade de suas atividades e que através da adoção de princípios e ações de
sustentabilidade há uma possibilidade em estender suas atividades por um maior período e
gerar um aumento no valor de mercado de suas ações.
Através da criação e acompanhamento de resultados de indicadores de
sustentabilidade, torna-se possível analisar e acompanhar as mudanças que ocorreram no
processo produtivo e identificar até que ponto estas mudanças estão sendo eficazes no que diz
respeito ao alcance da sustentabilidade social, econômica e ambiental.
Os indicadores de sustentabilidade são utilizados como ferramentas simplificadas de
análise, monitoramento e comunicação. A sua utilização tem por objetivo avaliar um
determinado sistema dentro de uma realidade conceitual e, dessa forma, permitir a
quantificação de fenômenos complexos (CLARO e CLARO, 2004).
De acordo com Veleva e Ellenbecker (2000) e Potts (2006), o desenvolvimento de
indicadores de sustentabilidade que possam ser aplicados em empresas vem ganhando
continuadamente espaço, visto que diversas organizações, independente do setor de atividade,
têm direcionado esforços em avaliar o desempenho social, econômico e ambiental.
O procedimento utilizado para definir atributos, indicadores e pesos através de
consultas a especialistas, além de oferecer a possibilidade em estabelecer um consenso por
meio de assessoria técnica, traz para dentro do processo de elaboração de uma proposta, uma
consideração explícita de prioridades relativas que podem ser alocadas em diferentes critérios
de sustentabilidade (RIGBY et al., 2001).
O objetivo deste artigo é investigar a relevância de indicadores de sustentabilidade a
partir de uma perspectiva de especialistas. Além desta seção introdutória, o presente artigo
possui mais quatro seções. Na seguinte, foram apresentados diversos e conceitos de
indicadores de sustentabilidade no contexto empresarial. Na terceira são apresentadas diversas
características de indicadores de sustentabilidade. Na quarta são discutidos os aspectos
metodológicos desta pesquisa. A quinta seção apresenta os resultados encontrados nesta
pesquisa. E, por fim, são apresentadas as conclusões da pesquisa.
2. Indicadores de Sustentabilidade
2/16
ANAIS
progresso em direção a uma meta de forma simples e objetiva o suficiente para retratarem o
mais próximo da realidade, mas dando ênfase aos fenômenos que tenham ligações entre a
ação humana e suas conseqüências (VAN BELLEN, 2008).
Toda iniciativa realizada em função da sustentabilidade deve ser associada a um
indicador de desempenho específico. Assim como os gerentes implementam novos programas
ou investem em novas tecnologias para aumentar seus resultados voltados à sustentabilidade,
eles precisam definir claramente objetivos e metas e compará-los ao atual desempenho.
Assumindo um sentido de comparação, Moura (2002) define indicador de
sustentabilidade como sendo um conjunto de parâmetros que permite medir as modificações
antrópicas em um determinado sistema e comunicar, de forma simplificada, o estado deste
sistema em relação aos critérios e as metas estabelecidas para avaliar a sua sustentabilidade.
Os indicadores podem conter um ou vários parâmetros que podem ser considerados
isoladamente ou combinados entre si, mas o conjunto de indicadores deve expressar as inter-
relações entre eles que possam afetar a sustentabilidade do sistema.
De acordo com a Global Reporting Initiative – GRI (2006), indicadores de
sustentabilidade apresentam o modo que a organização contribui ou pretende contribuir no
futuro para a melhoria das condições econômicas, ambientais e sociais em nível local,
regional ou global.
A seleção de indicadores para o desenvolvimento sustentável é uma importante
questão na orientação de atividades não apenas empresariais e industriais, bem como as ações
humanas, principalmente do ponto de vista prático, pois se apresenta importante buscar
atribuir medidas e métricas para aspectos que não possuem medidas de uso corrente.
Partindo dessa perspectiva, Azapagic (2004) apresenta indicadores do
desenvolvimento sustentável como tradutores de aspectos da sustentabilidade em
(usualmente) medidas quantitativas de desempenhos econômicos, ambientais e sociais com o
principal objetivo em ajudar a solucionar as principais preocupações. A identificação de
aspectos relevantes, que captem características específicas de cada ação, é crucial para o
desenvolvimento desses indicadores.
3/16
ANAIS
• melhoria contínua: os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando
necessário, devem ser modificados ou ajustados para atender às mudanças no
ambiente organizacional e não perderem seu propósito e validade.
De acordo com Moura (2002), as características desejáveis nos indicadores de
sustentabilidade são:
• pressupostos: deve partir de uma clara definição de sustentabilidade, ter uma visão
clara do objetivo, estar nitidamente relacionado aos princípios e às exigências da
sustentabilidade e representar um equilíbrio entre os interesses ambientais,
econômicos e sociais.
• metodologia: levar em conta os pressupostos do processo, apresentar um enfoque
sistêmico, quantificar fenômenos complexos, contemplar as inter-relações entre os
indicadores e contemplar os atores envolvidos na questão.
• validade: possibilitar a comparação entre si, com critérios legais ou outros
padrões/metas existentes, ser relativamente certo e fácil de interpretar, ter limites
óbvios que separe o sustentável do insustentável e ser objetivo e capaz de medir
causas e mudanças nos sistemas.
• relevância: ser suficientemente sensitivo para o público local, ter relevância
política, ser confiável analiticamente, atender aos objetivos do processo de
monitoramento, abranger elementos essenciais em relação aos objetivos, ser fácil
e simples de interpretar, capaz de mostrar tendências no longo prazo e ser
replicável.
• viabilidade: haver facilidade da obtenção de dados, ser de fácil quantificação,
existência de dados acessíveis com recursos locais, ser de rápida determinação e
interpretação, ser estatisticamente mensurável e apresentar um custo de
implementação viável.
• Comunicação da informação: simplificar informações para permitir a
comunicação entre os diversos atores envolvidos no processo, ser de fácil
compreensão para as pessoas comuns, ter valor de referência para comparação, ser
apresentado de modo que usuários possam entender o significado dos valores
associados a ele e ser atraente para a mídia local.
O processo de seleção de indicadores de sustentabilidade, segundo o World Bank
(1999), deve obedecer aos seguintes critérios: possuir relevância direta aos objetivos de um
projeto; limite de número; clareza no delineamento; custos realistas no desenvolvimento;
identificação clara das relações causais; alta qualidade e confiabilidade; escala temporal e
espacial apropriada; e objetivos e fundamentos
Ao se caracterizar a operacionalização desses indicadores, Azevedo (2002) considera
importantes os seguintes aspectos: a sustentabilidade deve ser mensurada por um índice de
fácil aplicação e interpretação; o índice de sustentabilidade deverá ser dinâmico, refletindo as
mudanças estruturais e de conjuntura das unidades de produção; o índice de sustentabilidade
deverá ser relativo e, portanto, objeto de comparação entre unidades produtivas ou da mesma
unidade ao longo do tempo; o índice de sustentabilidade é um instrumento de avaliação do
sistema de produção e na avaliação da própria sustentabilidade.
Foi observado por Veleva e Ellenbecker (2000) que grande parte das presentes
metodologias de análise utiliza apenas indicadores quantitativos para mensurar o desempenho
da sustentabilidade. Entretanto, muitos desses indicadores tornaram-se apenas exercícios da
contabilidade. É importante romper o paradigma corrente de análise e fazer um maior uso de
indicadores qualitativos, mesmo que isso represente uma maior subjetividade no processo de
análise.
4/16
ANAIS
4. Aspectos Metodológicos
4.2 Variáveis
5/16
ANAIS
Econômica Econômica (11)
Ambiental Ambiental (41)
Azapagic (2004) Social Social (19) Empírico
Econômica Econômica (23)
Ambiental Ambiental (42)
Claro e Claro (2004) Social Social (24) Empírico
Econômica Econômica (30)
Ambiental Ambiental (07)
Krajnc e Glavic (2005a) Social Social (05) Teórico
Econômica Econômica (04)
Ambiental Ambiental (22)
Krajnc e Glavic (2005b) Social Social (10) Empírico
Econômica Econômica (06)
Global Reporting Initiative Ambiental Ambiental (30)
(2006) Social Social (40) Teórico
Econômica Econômica (09)
Sydorovych e Wossink (2008) Ambiental Ambiental (08)
Social Social (11) Empírico
Econômica Econômica (06)
Searcy, McCartney, Ambiental Ambiental (04)
Karapetrovic (2005) Social Social (08) Empírico
Econômica Econômica (06)
Quadro 1 – Indicadores de sustentabilidade no âmbito de empresas
Fonte: elaborado pelos autores.
O instrumento utilizado para coletar os dados desta pesquisa foi um questionário, que
consistiu de listas de indicadores das dimensões ambiental, social e econômica. Essas listas
apresentavam os 435 indicadores de sustentabilidade selecionados. De acordo com Malhotra
(2006), este instrumento deve transformar a informação desejada em um conjunto de
perguntas específicas que os entrevistados tenham condições de responder.
Nesta pesquisa foi utilizado o método de amostragem não probabilística intencional
(ou por tipicidade). De acordo com Gil (1999), esse tipo de amostragem consiste em
selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser
considerado representativo de toda a população. Para Richardson (1999), os elementos que
formam uma amostra intencional relacionam-se com certas características estabelecidas pelo
pesquisador. Vergara (2003) corrobora a natureza desta abordagem metodológica ao afirmar
6/16
ANAIS
que uma amostra por tipicidade é constituída pela seleção de elementos que o pesquisador
considere representativos da população-alvo.
As características relevantes atribuídas aos especialistas aptos a integrar a amostra
foram as seguintes: possuir sólida formação e experiência profissional (acadêmica ou técnica)
em aspectos associados à sustentabilidade.
O questionário foi enviado a 10 (dez) especialistas. Dentre eles, 8 (oito) possuem o
título de Doutor, atuam em Programas de Pós-Graduação credenciados pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e estão vinculados a Grupos de
Pesquisa cadastrados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) em áreas e linhas de pesquisas associadas à sustentabilidade.
Além disso, 7 (sete) destes possuem bolsas e projetos de pesquisas financiados por agências
de fomento. Os outros 2 (dois) especialistas consultados possuem o título de Mestre, com
vasta experiência de atuação profissional em treinamento, consultoria e auditoria de sistemas
de gestão integrados, tendo integrado comissões responsáveis por diversos planejamentos
estratégicos de diferentes indústrias.
A consulta de especialistas foi realizada através de execução de três etapas, a saber:
contato, entrevistas e recebimento de questionários. O contato inicial com os especialistas foi
realizado através de correio eletrônico. A segunda etapa consistiu em realizar entrevistas com
os especialistas com a finalidade de explicar a natureza e o objetivo da consulta, bem como
para dirimir eventuais duvidas. Dada a distância geográfica de alguns especialistas, não foi
possível realizar entrevistas com todos, mas foi providenciado o envio de questionários e
instruções detalhadas por correio eletrônico e por correspondência por correios. Ao final deste
processo, todos os 10 (dez) questionários enviados foram respondidos e recebidos.
7/16
ANAIS
comparativa das avaliações dos indicadores das dimensões investigadas. E por último é
apresentado um ranking de ponderações atribuídas pelos especialistas aos indicadores mais
votados.
Foi observado que o indicador menos votado recebeu dois votos de especialistas. Os
indicadores que receberam 4, 5 e 6 votos de especialistas, representam, respectivamente,
33,3%, 29,7% e 20,9% do universo de indicadores investigados. Houve, porém, um grupo de
15 indicadores que recebeu 8 entre 10 votos possíveis de especialistas, ou seja, esse grupo de
indicadores possui um elevado grau de significância e importância atribuída pelos
especialistas consultados.
Em seguida são apresentados os resultados individuais de indicadores para cada
dimensão de sustentabilidade investigada. Inicialmente são apresentados os resultados de
indicadores da dimensão ambiental, conforme dados dispostos na Tabela 2. A análise desta
dimensão se deu através de uma lista de 177 diferentes indicadores.
Foi observado que os indicadores que receberam o menor número de votos foram
selecionados por apenas 3 especialistas, representando 2,3% do total de indicadores
analisados. Observou-se ainda que o conjunto de indicadores que receberam 4, 5 e 6 votos
representa, respectivamente, 42,9%, 26,0% e 19,2% do universo de indicadores investigados.
E por último tem-se o grupo de indicadores mais votados, que receberam 8 votos,
representando 2,8% do universo de indicadores investigados desta dimensão.
8/16
ANAIS
Ainda sobre os indicadores de sustentabilidade vinculados à dimensão ambiental,
buscou-se ainda identificar aqueles indicadores ambientais que receberam o maior número de
votos. Os resultados obtidos sobre este aspecto estão apresentados na Tabela 3.
É importante mencionar que dentre os indicadores que receberam menos votos pelos
especialistas consultados tem um que está associado às emissões e reduções de gases de efeito
estufa, um associado ao número de espécies que estão sujeitas ao risco de extinção e um
associado ao nível de ruído da empresa.
Em seguida foram analisados os indicadores de sustentabilidade pertencentes à
dimensão econômica. A análise desta dimensão se deu através de uma lista de 108 diferentes
indicadores. O resultado da consulta de especialistas destes indicadores está apresentado na
Tabela 5.
9/16
ANAIS
Tabela 5 – Resultados relativos aos indicadores da dimensão econômica
Número de votos de Quantidade de Percentual Percentual acumulado
especialistas indicadores (%) (%)
03 1 ,9 ,9
04 32 29,6 30,6
05 34 31,5 62,0
06 22 20,4 82,4
07 15 13,9 96,3
08 4 3,7 100,0
Total 177 100,0 100,0
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.
Pode-se observar que houve um indicador que recebeu apenas três votos. O indicador
econômico que recebeu o menor número de votos mensura o valor gasto com investimentos
para a prevenção e controle de poluição. Os indicadores que receberam 4, 5 e 6 votos de
especialistas, representam, respectivamente, 29,6%, 31,5% e 20,4% do universo de
indicadores investigados. Os diversos indicadores pertencentes ao grupo dos mais votados por
especialistas consultados receberam 8 votos, representando 3,7% dos indicadores
investigados.
De maneira semelhante à dimensão ambiental, buscou-se identificar o grupo de
indicadores econômicos que receberam o maior número de votos pelos especialistas
consultados. Os resultados obtidos sobre este aspecto estão apresentados na Tabela 6.
10/16
ANAIS
De acordo com os resultados apresentados, os indicadores econômicos que receberam
menos votos pelos especialistas consultados estão associados ao montante de valor pago com
finalidades de financiamento de partidos políticos ou candidatos, ao percentual que a empresa
contribui na formação do Produto Interno Bruto, bem como indicadores que mensuram os
custos associados aos funcionários em relação às vendas líquidas e indicadores que mensuram
o volume total de produto exportado.
E por último foram analisados os indicadores de sustentabilidade que compõem a
dimensão social. Esta dimensão foi composta por 150 diferentes indicadores. O resultado da
consulta de especialistas destes indicadores está apresentado na Tabela 8.
Foi observado que apenas um indicador (estética dos funcionários) recebeu apenas
votos de 2 entre os 10 especialistas consultados, sendo este indicador o menos votado da lista
total de indicadores investigados. Os indicadores que receberam 4, 5 e 6 votos de
especialistas, representam, respectivamente, 24,7%, 32,7% e 23,3% do universo de
indicadores investigado. Por último tem-se que o grupo de indicadores mais voltados por
especialistas consultados receberam 8 votos representando 4% do número total de indicadores
investigados.
Finalmente, foi ainda identificado o grupo de indicadores sociais que receberam o
maior número de votos de especialistas consultados. Os resultados desta análise estão
apresentados na Tabela 9.
11/16
ANAIS
Por fim, buscou-se identificar que indicadores sociais que receberam menos votos
(dois e três). Os resultados obtidos sobre este aspecto estão apresentados na Tabela 10.
Foi observado que o indicador que recebeu a menor quantidade de votos (dois) analisa
os padrões estéticos dos funcionários. Ainda sobre os indicadores sociais menos votados, foi
identificado um grupo de indicadores que receberam três votos. Dentro desse grupo, tem um
indicador que apresenta um ranking de avaliação da organização através de pesquisas internas
com os empregados, um que analisa a composição de localização dos diferentes fornecedores,
e um que apresenta a composição de grupos responsáveis pela governança corporativa,
discriminando colaboradores por diferentes estratificações.
5.2 Análise comparativa das avaliações dos indicadores das três dimensões
Mediana
Observada 52 54 41
Esperada 60,2 50,5 36,3 147
Obs-Esp - 8,2 3,5 4,7
De acordo com os resultados obtidos, pode ser observado que as diferenças entre as
freqüências de medianas de freqüência de votos dos indicadores não foram estatisticamente
12/16
ANAIS
significativas (p=0,2240). Esse resultado indica que as avaliações efetuadas sobre a relevância
(votos atribuídos) pelos especialistas, considerando as três dimensões de sustentabilidade, não
podem ser considerados como discrepantes entre si. Deste modo, pode-se afirmar que as três
dimensões da sustentabilidade investigadas possuem relevâncias equivalentes.
6. Conclusões
13/16
ANAIS
Ao analisar os resultados obtidos a partir de consultas de especialistas, foi observada a
existência de um grupo de indicadores com elevado grau de significância, ou seja, apesar de
terem sido identificados 435 diferentes indicadores, a sustentabilidade no contexto
empresarial pode ser mensurada e analisada através de um grupo menor de indicadores, sem
com isso, perder sua representatividade.
A presente pesquisa identificou um grupo de 15 indicadores de sustentabilidade que
foram votados por 8 (oito) dos dez (10) especialistas. É importante destacar que esse grupo de
indicadores mais votados estão distribuídos homogeneamente entre as três dimensões de
sustentabilidade investigadas (5 - indicadores ambientais, 4 - indicadores econômicos e 6 –
indicadores sociais).
A importância em analisar a sustentabilidade a partir de uma abordagem
tridimensional, dá-se principalmente devido ao fato desta abordagem ter a capacidade em
agregar a interface existente entre aspectos ambientais, sociais e econômicos, muitos dessas
relações e interações existentes entre as diferentes dimensões de sustentabilidade que muitas
vezes não conseguem serem captadas através de indicadores unidimensionais, sejam eles
sociais, ambientais ou econômicos.
Este trabalho buscou contribuir na área de pesquisa associada aos indicadores de
sustentabilidade no contexto de empresas, a partir de uma proposta metodológica original de
seleção de indicadores.
Apesar de se perceber um avanço no número de pesquisas, os indicadores que
mensuram a sustentabilidade no contexto de empresas ainda não estão consolidados
cientificamente, pois diversas iniciativas de pesquisas associadas a este tema ainda se
encontram em desenvolvimento. É importante que esforços em levantar, discutir e apontar
aspectos ainda pouco explorados sejam realizados, para que se possa no futuro construir um
conhecimento cientifico sólido acerca de uma área sempre tão cercada de posicionamentos
subjetivos.
Referências
14/16
ANAIS
DAHL, A. L. The big picture: comprehensive approaches. In: MOLDAN, B.; BILHARZ, S.
(Organizadores). Sustainability indicators: report of the project on indicators of sustainable
development. Chichester: John Willey and Sons, 2007.
EPSTEIN, M. J.; ROY, M-J. Sustainability in Action: Identifying and Measuring the Key
Performance Drivers. Long Range Plannig, v.34, n.5, p.585-604, 2001.
NEELY, A.; RICHARDS, H.; MILLS, J.; PLATTS, K.; BOURNE, M. Design Performance
Measure: a Structure Approach. International Journal of Operation and Production
Management, v.17, n. 11, p. 1131-1152, 1997.
15/16
ANAIS
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2002.
RIGBY, D.; WOODHOUSE, P.; YOUNG T.; BURTON M. Constructing a farm level
indicator of sustainable agricultural practice. Ecological Economics, v.39, n.3, p.463-478,
2001.
TIRONI, L. F.; SILVA, L. C. E.; VIANA, S. M.; MEDICI, A. C Critérios para geração de
indicadores de qualidade e produtividade no setor público. Brasília: IPEA/MEFP, 1992.
16/16
The author has requested enhancement of the downloaded file. All in-text references underlined in blue are linked to publications on ResearchGate.