Apostila 2
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CURSOS
TÉCNICOS
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Eixo Gestão e Negócios
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NETeP – Coordenação Técnica
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 .....................................................................................................................................5
1. QUALIDADE DOS PROCESSOS ................................................................................................5
1.1 Conceitos e importância .............................................................................................................5
1.2 Inovação e tecnologia .................................................................................................................8
1.2.1 Tipos de inovação ............................................................................................................. 11
1.3 Reengenharia ............................................................................................................................14
1.4 Análise de gargalos ..................................................................................................................15
1.4.1 Quais as causas dos gargalos.............................................................................................16
1.5 Uso de fluxogramas ..................................................................................................................17
1.6 Plano de ação ............................................................................................................................20
1.7 Gestão de qualidade total - TQM .............................................................................................21
1.7.1 Elementos básicos da gestão da qualidade total ................................................................22
UNIDADE 2 .......................................................................................................................................24
2. FERRAMENTAS DA QUALIDADE .........................................................................................24
2.1 Cinco Sensos - 5 S ....................................................................................................................24
2.1.1 Seiri – Senso de utilização ................................................................................................24
2.1.2 Seiton – Senso de ordenação ou arrumação ......................................................................25
2.1.3 Seiso – Senso de limpeza ..................................................................................................26
2.1.4 Seiketsu – Senso de saúde e higiene .................................................................................27
2.1.5 Shitsuke – Senso de autodisciplina ...................................................................................28
2.1.6 Auditoria interna de 5S .....................................................................................................29
2.2 5W2H .......................................................................................................................................30
2.2.1 Aplicabilidade prática .......................................................................................................30
2.3 Ciclo PDCA..............................................................................................................................31
2.3.1 Desempenho do processo ..................................................................................................32
2.4 Método de Análise e Solução de Problemas - MASP ..............................................................33
2.4.1 Etapa 1 – identificação do problema .................................................................................34
2.4.2 Etapa 2 – observação.........................................................................................................34
2.4.3 Etapa 3 – análise ...............................................................................................................35
2.4.4 Etapa 4 – plano de ação.....................................................................................................35
2.4.5 Etapa 5 – ação ...................................................................................................................35
2.4.6 Etapa 6 – verificação da eficácia da ação .........................................................................36
2.4.7 Etapa 7 – padronização .....................................................................................................36
2.4.8 Etapa 8 – conclusão...........................................................................................................37
2.5 Benchmarking ..........................................................................................................................37
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Produzir mais e melhor é uma necessidade dos seres humanos e a qualidade é uma aliada
poderosa.
Bons estudos!
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UNIDADE 1
Assim como existe, por parte das empresas uma preocupação com a qualidade dos
produtos e serviços, também existe para com a qualidade dos processos.
Inicialmente, vamos focar nos conceitos de qualidade, para num segundo momento
compreendermos o que são processos e, desta forma teremos uma ideia da importância na
qualidade dos processos.
E, você, já pensou ou falou sobre qualidade com as pessoas a sua volta? Já observou
que para alguns qualidade significa não ter problemas com o produto ou serviço, durante
sua vida útil; para outros trata-se de o produto ter um adicional que remeta ao conforto ou
não (carro com ar acondicionado ou tecnologia embarcada, por exemplo), ou seja, baseada
em preferências pessoais; para outros, ainda, trata-se de atender as conformidades
especificadas pelo produto ou serviço e, também encontramos pessoas que a definem como
sendo algo com bom desempenho e preço acessível. Essas são as mais diversas maneiras,
dentre outras, com que as pessoas encaram qualidade.
Diante disso, pode-se concluir que a qualidade sofre influência das percepções dos
indivíduos, considerando fatores culturais e até mesmo as expectativas relacionadas aos
produtos e/ou serviços prestados. Por isso, qualidade, conforme vimos assume distintos
significados, dependendo de quem a observa.
A qualidade teve seus primórdios na inspeção dos produtos (década de 1920), passando
pela fase de controle da qualidade (1930); garantia da qualidade total (década de 50);
chegando à gestão da qualidade (década de 1980) e seguindo aos tempos atuais (desde 1990)
com a chamada gestão estratégica da qualidade.
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Para Neto (2016), nas fases da inspeção e controle da qualidade, o foco recaia
sobre os aspectos qualitativos dos produtos e serviços, com responsabilidade apenas dos
departamentos de qualidade das organizações. Nas fases da garantia e da gestão da qualidade,
a abordagem ficou centrada no sistema da qualidade e, a responsabilidade dividida entre
todos os funcionários da organização.
Neste sentido, gestão da qualidade que foi despontada na quarta fase, possui o seguinte
entendimento:
Nesse contexto, dos estudos acerca da qualidade temos os chamados “gurus”, como por
exemplo Willian Edwards Deming, que foi o percursor da qualidade total e popularizou o
ciclo PDCA, embora não o tenha criado; temos Walter Shewhart, criador das cartas de
controle para controle estatístico de processos – CEP e, criou também o ciclo PDCA (Pan, Do,
Check e Action); Joseph Moses Juran apresentou a trilogia para a qualidade (planejamento,
controle da qualidade e aperfeiçoamento); Phillip Crosby foi o criador do conceito Zero
Defeitos e Fazer certo da primeira vez, evitando-se perda e retrabalhos e, propagava que a
prevenção dos problemas é mais viável economicamente do que a competência para sua
resolução após a ocorrência.
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E, por fim, temos Vicente Falconi Campos, conhecido como Professor Falconi e “guru”
da qualidade brasileira. Ele preconiza que qualidade está baseada em análise de dados,
estabelecimento e cumprimento de metas, controle e padronização de processos para as
empresas alcançarem eficiência máxima. Neste sentido, Falconi (2014) define qualidade
como sendo algo que atenda da forma mais completa e transparente possível e, no tempo
certo as necessidades do cliente.
Então, fatores como custo acessível, segurança, prazos, local, hora e quantidade certa
(just in time) são preponderantes para a qualidade.
Todavia, cada vez mais o foco do mercado tem sido a satisfação do cliente e, com isso
as empresas buscam aprimorar a qualidade de seus processos, implementando melhorias
contínuas (Kaizen). Quando as empresas conduzem sua gestão sob a perspectiva da
qualidade total ganha em redução de custos e maiores possibilidades de satisfazer seu cliente
final.
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Para Juran (1992, p 197) processo trata-se de “uma série de ações direcionadas para a
consecução de uma tarefa”. Os processos, produtos (saídas ou outputs) e foco no cliente são
alvo dos princípios da qualidade.
De acordo com Falconi (2004), a empresa pode ser definida como um grande processo,
formado por vários outros processos menores de manufatura ou de serviço, acrescentando
que gerenciar a empresa poderia ser entendido como gerenciar o grande processo.
A qualidade do processo passa pela padronização, a fim de evitar erros em sua execução,
evitando dessa forma as não conformidades. Nesse sentido, a recomendação é auditar os
processos periodicamente.
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É possível identificar a inovação nas empresas sob o ponto de vista de empresas com
estratégia de inovação fechada e empresas de inovação aberta ou open innovation, conforme
descrito:
Tendem a ser pioneiras em inovação no mercado, tendo em vista que o foco é a geração
de valor à empresa. Nessa estratégia, a empresa busca a inovação em seu próprio ambiente
e com seus próprios recursos.
Essa estratégia apresenta como desvantagem o fato de que uma ideia inovadora, tende
a ser facilmente copiada e melhorada, por competidores especialistas em imitações. Isso
dificulta a empresa em manter sua vantagem competitiva pela inovação. Exemplo: Wikipédia.
São abertas às ideias externas, que podem ser extraídas de centros de pesquisas,
universidades, outras empresas (até mesmo da concorrência,).
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Nesse tipo de estratégia não se impõe barreiras aos concorrentes, para fins de obtenção
de vantagem competitiva, mas sim, as destrói, focando em negócios baseados no
aproveitamento coletivo da criatividade. Daí a importância de instituir relacionamentos
externos, através de parcerias e associações para o desenvolvimento de suas inovações e com
o intuito de obtenção de vantagem competitiva. Obviamente, que isso depende das partes
envolvidos no processo de inovação, que devem criar valor e apresentar ganhos coletivos.
Para que esses valores e ganhos coletivos se concretizem, há que se repensar o modelo
de negócio das empresas participantes. Então, se faz “necessário não só um conhecimento
sobre a inovação em si, mas também sobre como coordenar esse tipo de ação conjunta e
colaborativa, de forma a prover valor a todos que dela participam” (MENDES, 2020, p. 15)
Quando uma empresa, funcionário ou equipe cria algo novo e/ou sugere a substituição de algo existente
em atendimento a uma necessidade até então não atendida se está propondo inovação.
Pode-se inovar em produtos, serviços, processos ou procedimentos que impactam tanto na clientela
interna, quanto externa.
Nesse sentido, contribuições de funcionários, clientes e parceiros são bem-vindas.
LEMBRETE!
Faz parte do processo de estratégia de inovação, seja aberta ou fechada, a definição de métricas que
possibilitem quantificar o processo de inovação.
Nesse sentido, autores como Muller, Vãlikangas e Merlyn, recomendam métricas para
empresas que estão iniciando em seus processos inovadores, conforme figura 2.
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Observem que, tais métricas não devem ater-se somente ao produto, mas mensurar
outros fatores relevantes do processo inovador da empresa, como por exemplo os aspectos
voltados aos recursos, capacidade e liderança do processo de inovação.
Cabe ressaltar que o tipo objetos focais da inovação refere-se às características que
sofrem consequências direta dos processos de inovação. Enquanto o tipo impacto da inovação
consiste em observar pequenas melhorias ou mudanças radicais nos processos de inovação.
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DICA!
Para saber mais acesse:
https://blog.aevo.com.br/4-motivos-para-se-investir-em-inovacao-tecnologica/
De acordo com Pedro Luiz, Diretor da Academia Brasileira de Qualidade - ABQ, em geral,
os conceitos de inovação enfatizam tecnologia, entretanto, essa não é uma condição
necessária para se inovar, pois o que efetivamente é necessária num processo de inovação é
o agregar valor ao seu uso.
Quanto ao foco: voltadas para dentro e voltadas para o mercado. O cruzamento des-
sas duas classificações aponta para onde incidem as inovações, conforme a figura 2.
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Fonte: https://folhavitoria.com.br/economia/
Bem, antes de mais nada é importante saber que tecnologia vai além da simples
disponibilidade e uso dos equipamentos (computador, smartphone, drones, ...) ou das
informações advindas de fluxos, esquemas, manuais, equações, ....
Ela está associada ao conhecimento útil (das pessoas e empresas), das pesquisas
científicas e avanços, aos aspectos econômicos relacionados aos processos produtivos e à
lucratividade das empresas.
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Quanto aos impactos negativos, temos que algumas formas de trabalho são extintas,
afetando colocações no mercado de trabalho às pessoas não familiarizadas com o mundo
digital, o que fortalece a condição de dificuldade de acesso às inovações tecnológicas, em
virtude estar sendo excluído do mercado. Um outro ponto negativo é a dependência da
internet, gerando baixa interação social, sedentarismo e afastamento da realidade cotidiana
(mundo das redes sociais, por exemplo).
1.3 Reengenharia
DICA!
Para saber mais acesse:
https://blogdaqualidade.com.br/reengenharia/
https://www.ibccoaching.com.br/portal/como-aplicar-o-conceito-de-reengenharia-organizacional-na-
administracao/
A reengenharia já teve seu “boom” de mercado na década de 1980 a 1990, com o advento
dos sistemas de gestão da qualidade total, essa vem perdendo força, embora ainda se fale em
reengenharia como sinônimo de se repensar os processos. Vejamos comparações entre a
reengenharia e a qualidade total, conforme figura 2.
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Gargalo é um recurso em que a sua demanda é igual ou maior que a sua capacidade de
atender esta demanda. Também entendido como um impedimento no fluxo do processo,
acumulando atividades em espera de concretização.
Nas ilustrações abaixo, observa-se que cada escoteiro possui um ritmo de caminhada,
que a mesma ocorrência na condução dos processos organizacionais e produtivos. Assim
como no caso dos escoteiros, nas empresas também existem ritmos diferentes entre as
pessoas e as máquinas, enfim os recursos de produção do serviço/produto e tarefas, pois
existem eventos dependentes.
No caso da ilustração dos escoteiros, aqueles que vão atrás dos primeiros dependem
destes para continuar sua caminhada, quando os que estão à frente são velozes, os que estão
atrás terão que imprimir um ritmo igualmente mais rápido (GOLDRATT; COX, 2003).
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Após identificar e explorar o gargalo do sistema (pois o que restringe é que cada escoteiro
possui uma capacidade de caminhada e ambos devem chegar ao final do trajeto), reorganiza-
se a tropa de forma que todos andem na velocidade do menos veloz, evitando que a tropa se
disperse, com isso o gargalo foi gerenciado.
o Lideranças despreparadas.
o Clima organizacional.
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Por exemplo, em uma fábrica de cadeiras, que existem três máquinas uma faz as pernas,
a outra a escora das costas e o assento e a terceira máquina faz o estofamento do assento.
As máquinas apresentam o seguinte ritmo/capacidade:
Como pode-se observar no exemplo acima, o gargalo é a máquina que estofa os assentos,
de nada adianta ganhar produtividade em outras máquinas que não seja ela. Porque mesmo
assim, a produção será de 150 cadeiras por hora. O que limita a produção nesse caso é a
máquina de estofamento, sendo ela o gargalo.
DESAFIO!
Observe em sua empresa ou seu setor de trabalho, exemplos de gargalos e os relate aos colegas
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Fonte: word
Onde:
Rotina: é o nome do processo em estudo.
Símbolos: apresentam as operações possíveis.
Tipo de rotina: indica se o processo é atual ou proposto.
Setor no cabeçalho: indica os responsáveis pelo fluxo, considerando o nome do setor,
do especialista e a data da criação.
Ordem: identifica a sequência das operações (tantas quantas forem necessárias)
Setor (no corpo do fluxo) identifica outros setores/funções responsáveis pela ação.
Descrição em passos: define de forma direta e assertiva as operações do processo.
Total: totalizador das operações por símbolos
Já, o fluxograma de blocos, assim como o fluxograma vertical, tende a ser muito
utilizado pelas empresas. É rico em simbologias, mas é restrito aos processos de um
determinado setor, caso contrário fica um volume elevado de operações, diferentemente do
vertical que é possível visualizar a participação de outros setores no processo de forma mais
clara.
Nesse tipo de fluxograma nenhuma “ponta do processo deve ficar solta”, é preciso
finalizar a operação.
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DESAFIO!
Faça um organograma de sua rotina profissional ou pessoal, considerando um dos tipos estudados.
Trabalhar com plano de ação tem se tornado imprescindível no mundo corporativo. Pois
é uma maneira de organizar as ações empreendidas numa disposição metodológica.
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Fonte: https://www.siteware.com.br/blog
Importante tomar ciência de que o TQM (total quality management), ou seja, gestão da
qualidade total e, o também conhecido TQC (total quality control) – controle de qualidade total
não se trata de qualidade e, sim de sistema de gerenciamento, que permite o alcance da
qualidade.
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Para Vieira (2020, p. 20), “ TQM é composta por alguns elementos básicos para
sua implementação e ferramentas e técnicas que lhe dão suporte”.
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Mercado de
Mão de Obra
Concorrentes Governo
Sistema
Financeiro Tecnologia
Órgãos/
Sindicatos
Fonte: autor
Os objetivos e metas da organização devem ser disseminados a todos que fazem parte
dela, de forma clara e objetiva.
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UNIDADE 2
2. FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Em 1950, foi criado pelos japoneses (inspirados pelos EUA) um sistema de tarefas que
poderia ser usado por equipes ou pessoas para organizar o local de trabalho, melhorando o
desempenho, o conforto, a segurança e a limpeza.
Envolve separar aquilo que é necessário daquilo que é desnecessário, ou seja, separar
o útil do inútil. Com isso:
Regra:
Ganha-se espaço.
Um é melhor!
Evita-se o desperdício.
Deixa-se de perder tempo com coisas que não têm utilidade.
Aplicabilidade
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Quadro 1- Seiri
O que fazer? Como?
Benefícios
Aplicabilidade
Quadro 2 - Seiton
O que fazer? Como fazer?
Escolher como armazenar os objetos Separando uma gaveta para documentos,
que são úteis. outra para material de escritório.
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Benefícios
Não basta que o ambiente esteja organizado, ele precisa também estar limpo. E de quem
é a obrigação de manter uma empresa limpa? Cada funcionário é responsável por manter
limpo o local que usa.
Regra:
Ambiente limpo não é o que mais se
limpa, e sim o que menos se suja!
Aplicabilidade
Quadro 3 - Seiso
O que fazer? Como fazer?
Chamar o pessoal da limpeza regularmente Solicitando ao responsável pela
ou sempre que necessário. limpeza, ou você mesmo limpar
(quando cair café sobre a mesa, por
exemplo) ou troca de lâmpada
queimada.
Evitar sujar o local. Recolhendo papel no chão, por
exemplo.
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Benefícios
Regra:
Cuidar de si é sinônimo de qualidade!
Aplicabilidade
Quadro 4 - Seiketsu
O que fazer? Como fazer?
Adotar as práticas de cuidados com a Efetuando exames médicos periódicos.
saúde.
Prestar atenção às condições do ambiente. Ajustando a altura da cadeira de
acordo com sua condição física
(ergonomia), por exemplo.
Benefícios
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Aplicabilidade
Quadro 5 - Shitsuke
O que fazer? Como fazer?
Fazer dos sensos anteriores parte das Adotando uma rotina de execução das
tarefas do dia a dia. atividades.
Definir a mesma regra a todos os Combinando com os colegas de
envolvidos e respeitá-las. trabalho onde devem ser guardados os
materiais de escritório comuns, por
exemplo.
Benefícios
E a manutenção??
Existem algumas ações que se fazem necessárias para fins de manutenção do 5S, tais como:
Equipes de acompanhamento.
Relatórios mensais que são divulgados a todos.
Prática de auto verificações diárias.
Implantação de Processos de Auditoria.
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As áreas devem ser visitadas e anotadas numa planilha as observações realizadas. Após
deverá ser realizada uma reunião de feedback, bem como de proposição das melhorias,
utilizando as ferramentas da qualidade para a resolução dos problemas. Para
encaminhamento das ações, a ferramenta recomendada é o 5W2H.
DESAFIO 2
É comum algumas empresas acrescentarem outros S à ferramenta 5S. Portanto, pesquise que outros S as
empresas vêm adotando e, comente em aula.
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2.2 5W2H
Essa ferramenta é composta por perguntas que iniciam com a letra W e H, as quais
objetiva a geração de respostas que clarifiquem o problema a ser solucionado ou que
organizem ideias relacionadas à resolução do problema.
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É uma ferramenta de gestão que, em geral, é representada por um círculo que funciona
em sentido horário, conforme demonstrado na figura 11 (PDCA).
Figura 11 – Ciclo PDCA
É composto pelas quatro fases básicas do controle: planejar, executar, verificar e atuar
corretivamente. Então, temos que para sua realização é necessário proceder com a análise e
a mensuração dos processos para fins de manutenção e melhoria, considerando fatores como
planejamento, padronização e documentação. As etapas são:
Cada vez em que se roda o ciclo, o processo tende a melhorar e, cada fase do
PDCA dá conta de um conjunto de diretrizes a serem adotadas quando do uso dessa
ferramenta, conforme detalhado no quadro 8.
De acordo com Barros e Bonafini (2014), o caminho adequado para obtenção do Kaizen
nos processos requer a utilização do gerenciamento de manutenção e melhorias contínua dos
processos.
Observando a figura 11, temos o Ciclo PDCA, aliado ao controle do processo, desde a
fase do planejamento das atividades (PLAN), passando pelas fases da execução (DO), da
comparação dos resultados com os padrões estabelecidos/ planejados (CHECK), encerrando-
se com a fase das ações de melhorias (ACTION).
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CLIENTE
CLIENTE
Responsabilidade da
administração
R
S
E
A
Q
T
U Gestão de I
I recursos Medição, análise e S
S melhoria.
F
I
A
T
Realização do Ç
O Entrada Saída
Produto/ ser- Ã
S viço O
O PDCA foi utilizado como base para o MASP, proporcionado às empresas uma
transformação direcionada à melhoria contínua e ao controle da qualidade total.
Quando o ciclo PDCA segue em direção à melhoria contínua, o MASP o usa para a
análise e solução do problema, validando a solução proposta após sua formulação.
O MASP (figura 13) é composto de oito processos e consiste na utilização do PDCA para
a solução de problemas.
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Figura 1 – MASP
Tarefas/Recomendações:
Objetivo: Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sob
vários pontos de vista.
Tarefas/Recomendações:
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Tarefas / Recomendações:
Definição das causas influentes (designar um grupo de trabalho para descobrir as causas
prováveis).
Escolha das causas mais prováveis (definir, dentre as hipóteses, quais são as principais
causas do problema).
Análise das causas mais prováveis (testar e confirmar se as causas escolhidas – hipóteses
– de fato são as responsáveis pelo problema).
Objetivo: Elaborar um plano de ação para bloquear o problema, eliminando suas causas
fundamentais.
Tarefas
Recomendações
Definir ações para bloqueio do problema, certificando-se que elas eliminarão as causas e
não somente os efeitos. Se for o caso, adotar ações também contra os efeitos.
Tarefas
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Treinamento.
Execução da ação.
Recomendações
Tarefas
Recomendações
Utilizar dados antes e depois da ação de bloqueio para a comparação dos resultados. Deve
ser utilizado o mesmo tipo de apresentação de dados (não mudar de ferramenta).
Tarefas
Comunicação.
Educação e Treinamento.
Acompanhamento.
Recomendações
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Estabelecer a data de início do novo padrão e que áreas serão afetadas (através de reuniões
e circulares).
Tarefas
Reflexão.
Relação dos problemas remanescentes.
Recomendações
Avaliar o que foi feito, questionando: houve atrasos ou folgas no cronograma?
Houve participação do grupo? O grupo era o melhor para solucionar aquele problema?
As reuniões ocorreram sem brigas? Foram produtivas?
A distribuição de tarefas foi bem estruturada? O grupo utilizou todas as técnicas?
Avaliar os itens pendentes, organizando-se para uma futura aplicação do MASP.
DICA!
Pesquise sobre ferramentas recoemndadas não abordadas nesse material.
2.5 Benchmarking
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Desafio 2
Sua empresa pratica o benchmarking? De que forma?
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Serve para situações em que requer consenso do grupo, para a tomada de decisão.
Caracteriza-se por reunir ideias dispersas ou dados confusos. A técnica recomendada é o
brainstorming (tempestade de ideias - porém com geração de ideias registradas em cartões) e
até mesmo pesquisa sobre o tema e, é indicada para situações que não se dispõe de dados
estatísticos, assim como quando não se espera soluções imediatas.
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Importante divulgar o resultado a todos, para fins de uma nova rodada, até que ao final dos trabalhos,
chegue-se ao consenso sobre a ideia ou tema proposto no cartão de afinidades. Pronto! Temos o
Diagrama de Afinidades.
DICA:
Para uma melhor compreensão acesse:
http://gerisval.blogspot.com/2011/01/serie-ferramentas-de-gestao-diagrama-de_11.html.
EXEMPLO PRÁTICO:
Determinada empresa do setor varejista, detectou um alto volume de pedido demissão no
setor de suporte.
Nas entrevistas de desligamento havia registro de algumas informações acerca dos motivos
das demissões, porém estavam desorganizadas e dispersas, inviabilizando a identificação das
causas com precisão.
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Utilidade
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Identificar de maneira sistemática as causas que geram determinado problema. Para melhor
análise e estudo das causas, estas são divididas em seis categorias ou “6 M”, a saber:
Categorias
Matéria Prima
(materiais) Mão de Obra Máquinas
Efeito
Causas
Efeito ou Fim
MERCADORIA
AVARIADA
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Não se faz necessário ter todos os elementos dos 6M, basta quatro elementos por exem-
plo, dependendo do problema a ser solucionado.
Trata-se de um gráfico de barras que mostra as causas que devem ser priorizadas nas
soluções de problemas. Em sua construção, as causas são relacionadas de forma decrescente,
permitindo a visualização clara e a sequência em que estas deverão ser administradas pela
empresa, ou seja, ordena as ocorrências da maior para a menor.
Utilidade:
Serve para estabelecer uma hierarquia nas ações corretivas da empresa. Identificar as
“causas vitais” que geram a maior parte dos problemas em um determinado processo.
Tipos de defeitos
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Trata-se de um gráfico que permite visualizar a alteração que uma variável sofre quando
outra variável é modificada.
Serve para demonstrar a intensidade da relação existente entre duas variáveis, por isso
é representada de forma gráfica a possível relação entre as variáveis. Vamos observar um
exemplo na figura 19.
1) 2) 3) 4) 5)
5
y y y y y
x x x x x
Conforme observa-se na figura 19, existem diferentes níveis de correlação entre duas
variáveis, dependendo da distribuição dos pontos, de acordo com a seguinte interpretação:
1) Correlação positiva.
2) Possível correlação positiva.
3) Nenhuma correlação.
4) Possível correlação negativa.
5) Correlação negativa.
Quando não há correlação entre os dados analisados, as equipes devem focar em outros
dados ou fatores que permitam demonstrar correlações positivas e tomada de decisão emba-
sadas nessas correlações.
Desafio 2
Sua empresa utiliza algum tipo de ferramenta da qualidade? Quais? E como funciona?
Pesquise outras ferramentas de Ishikawa, como: folha de verificação; histograma e gráfico de controle.
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UNIDADE 3
3 INDICADORES DE CONTROLE
Goldratt nos presenteou com uma frase célebre sobre indicadores – Diga-me como me
medes e eu te direi como me comportarei. -. Na linha de Falconi que julga necessário metas
desafiadoras para manter as pessoas e as organizações em desenvolvimento, os indicadores
são importantes aliados, já que dentro deles estarão as metas a serem atingidas.
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Numa visão mais ampla acerca de indicadores temos o KPI, do inglês (Key Performance
Indicators, ou Indicadores Chaves de Desempenho, com foco no atingimento das metas
preestabelecidas pela empresa.
Ao criar seu rol de indicadores, a empresa deve considerar fatores como objetividade (o
que se quer mensurar de forma simples e direta); simplicidade (facilidade na coleta, análise
e cálculo); sensibilidade (capacidade de identificação dos gargalos); acessibilidade e
visualização (facilidade ao calcular e interpretar) e disponibilidade (informações atuais, úteis
e em tempo real).
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São entendidos como sendo indicadores de eficiência, justamente por estarem voltados
à produtividade, priorizando o uso adequado dos recursos disponíveis. Portanto, dizem
respeito à mensuração do uso das instalações, ferramentas/equipamentos, mão de obra,
insumos, meios de transporte, informatização, jornadas de trabalho, etc.
Exemplos:
Horas de setup.
Hora de trabalho por produto/serviço.
Custos operacionais.
Exemplos:
% de reclamação de clientes.
Durabilidade do produto.
Confiabilidade do serviço, produto ou equipe.
Agilidade no pedido e/ou chamado.
Índice de retrabalho.
Índice de sucata.
Custos da qualidade.
Índice de qualidade do fornecedor.
Índice de devoluções.
Índice de avarias.
Qualidade comparada com os concorrentes.
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Cabe ressaltar que todo e qualquer indicador conta com índices (número que reproduz
o resultado obtido via uso de indicadores); metas (o que se quer alcançar e que será retratado
via indicador) e, a tolerância permitida de gap, ou seja, a lacuna entre o projetado e o realizado,
retratado via indicador.
Exemplo:
Pressupondo que, para determinado processo tenha sido projetado um resultado de 15% e,
ao auferir o resultado, chega-se a 12%. A tolerância é de 10%, então embora o resultado não
seja satisfatório, ainda assim está acima do mínimo aceitável.
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Através desse indicador a empresa consegue visualizar se está de fato honrando com as
promessas referentes à qualidade de seus serviços e produtos. Nesse sentido, o papel do pós-
venda é de fundamental importância.
O que mede/aplicabilidade:
Fórmula:
------------
O que mede/aplicabilidade:
Fórmula:
-----------------
Indicador de qualidade: foco no nível de aceitação pelo cliente, do produto e/ou serviço, ou
seja, considera a eficácia.
O que mede/aplicabilidade:
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Fórmula:
-----------------
O que mede/aplicabilidade:
Fórmula:
-----------------
Indicador de valor agregado: foca nas atividades de valor agregado (VA) e, naquelas que não
agregam valor (VNA), portanto desnecessárias. Porém pode não agregar valor, mas serem
necessárias, como por exemplo a de valor empresarial agregado (VEA).
LEMBRETE!
A gama de indicadores é bastante extensa. O importante é saber qual o processo deseja controlar através
de indicadores e, estabelecer uma sistemática de controle, após a seleção dos indicadores mais adequados.
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LEMBRETE:
Indicadores de qualidade, produtividade e competitividade auxiliam no processo decisório (baseado em
dados concretos), na identificação e na correção imediata de problemas.
Diante disso pode-se concluir que como vantagens na utilização de indicadores de con-
trole de qualidade e o uso de ferramentas de qualidade temos as melhorias contínuas (kaizen);
a obtenção de dados e informações que permite a tomada de decisão; reação ágil à criticidade;
melhor uso dos recursos; serviços prestados de forma mais eficaz e possibilita foco no con-
trole de qualidade dos processos, produtos e serviços.
3.1.1 Gráficos
Além das ferramentas da qualidade anteriormente abordadas, existe uma outra
ferramenta aliada ao sistema de informação e consequente tomada de decisão, denominada
cartas ou gráficos de controle. O conceito estatístico dos gráficos de controle foi primeiramente
proposto pelo Dr. Walter A. Shewhart, dos Bell Telephone Laboratories, em 1924.
Mediante isso, pode-se afirmar que ele serve como uma ferramenta para monitoramento
da estabilidade e do controle do processo, bem como uma ferramenta para análise do
processo, detectando falhas e variáveis.
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Ideal: processo sob controle com 100% de conformidade, estável e com excelente
nível de desempenho ao longo do período. Portanto, previsível e atende ao
solicitado pela clientela.
A beira do caos: percebe-se que o processo não está sob controle, mas ainda não
se observa defeitos. Portanto, imprevisível, embora atenda aos requisitos básicos
da clientela.
Em estado de caos: percebe-se que o processo não está sob controle estatístico e,
apresenta níveis imprevisíveis de não-conformidades, bem como não atende aos
requisitos da clientela.
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Os valores são alocados em ordem, num gráfico que contenha uma linha no meio (média,
ou seja, o padrão estabelecido para o processo), linha de controle superior (LS) e linha de
controle inferior (LI), denominados “limites de controle”.
Essas linhas evidenciam se o processo está fora de controle, requerendo uma tomada
de decisão gerencial e, os cálculos dos limites de controle (LS, LC e LI) são efetuados mediante
dados previamente selecionados e aplicação de fórmulas especificas, como média amostral e
desvio padrão amostral do processo.
Quando o processo está sob controle, a oscilação do processo ocorrerá dentro dos limites
(LS e LI) e, quando a oscilação estiver fora dos padrões esperados, significa que existe ali uma
causa específica e desconhecida atuando no processo, naquele momento.
Fonte: http://www.portalaction.com.br/graficos-ou-cartas-de-controle
Percebe-se que no gráfico (fig. 21) apenas em um momento do processo está fora do
“limite de controle”, os demais momentos estão sob controle.
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EXEMPLO PRÁTICO!
Imagine que você tenha que analisar a variação do quantitativo de volumes dos lotes de determinados
produtos. Com isso, a ideia é utilizar o gráfico de controle, com dados variáveis, já que são as medidas
numéricas que apresentam alterações.
Foram identificados lotes com 10 produtos, que na contagem foram obtidos os seguintes dados:
Para cálculo desses limites foi utilizado um fator 2 (em geral usa-se até 3 vezes).
Tabela 3 – Cálculo LS e LI
Produ-
tos Quantidade Média Limite Superior Limite Inferior Desvio Padrão
1 20 19,1 25,9 12,3 3,4140
2 15 19,1 25,9 12,3
3 19 19,1 25,9 12,3
4 16 19,1 25,9 12,3
5 18 19,1 25,9 12,3
6 15 19,1 25,9 12,3
7 22 19,1 25,9 12,3
8 18 19,1 25,9 12,3
9 23 19,1 25,9 12,3
10 25 19,1 25,9 12,3
Fonte: autora
Fonte: autora
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A partir desses dados e/ou informações, dispostas em planilhas e gráficos (do Excel),
deve-se avançar para a tomada de decisão, considerando as fases envolvidas num processo
decisório.
LEMBRETE!
A partir da análise dos resultados apresentados pelo gráfico de controle, pode-se agir para
corrigir os eventuais problemas no processo, gerando maior produtividade e eficiência, em
consonância com as ferramentas da qualidade.
Uma boa análise é capaz de captar a informação fornecida pela própria empresa, assim
como informações exteriores, para montar uma base de dados e gerando informações capaz
de apoiar a gestão da empresa de maneira qualificada, em sua tomada de decisão.
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Fonte: autora
O esquema gráfico acima demonstra claramente o que deve ser observado. Pois contém
dados de entrada que deverão ser trabalhados de modo a se tornar informações úteis para a
empresa, que auxiliarão na decisão dos gestores e, consequentemente, no resultado futuro .
Exemplo:
O endereço de um cliente é um dado, a localização geográfica de um número grande de clientes é uma
informação estratégica que pode ser utilizada para se tomar a decisão do tipo onde devemos abrir uma
nova loja.
Diversas ferramentas fazem este tipo de análise de dados. Uma maneira simples de
compreender a utilização dos dados é a utilização do Excel e respectivos gráficos.
Com a planilha é possível trabalhar os dados que inserimos de modo que consigamos
tirar informações úteis para nosso trabalho.
Por exemplo, uma planilha de Excel com a soma das vendas do último ano pode nos
dar informações tais como o produto mais vendido, a sazonalidade das vendas, os principais
clientes, dentre outras.
Grandes empresas se valem de softwares de gestão, que contam com banco de dados.
Esses dados podem ser acessados rapidamente e de maneira organizada, assim, ajudando os
gestores nas suas decisões. Destaca-se entre esses softwares de gestão o SAP, ERP, WMS,
dentre outros.
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Os custos de falhas internas estão associados ao fato de não terem dado a devida
atenção à conformidade do produto ou serviço e, se constituem em falhas ou defeitos antes
mesmo da chegada do produto ao consumidor final.
Exemplos:
Refugo: todos os itens de um produto que devem ser desacatados, por falta de
alternativa.
Exemplos:
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Exemplos:
Inspeção de recebimento: custos com análises dos status dos produtos, inclusive
testando-os se for o caso, ao recepcioná-los.
Exemplos:
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Seleção da alternativa mais adequada: dentro das soluções elencadas, deve ser
escolhida aquela que melhor se adequa à situação da empresa.
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E quanto maior a qualidade, maior a produtividade e quanto mais produtiva for uma
empresa, mais competitiva se torna.
A eficiência é intimamente ligada ao uso maximizado dos recursos. Tempo, por exemplo,
é um recurso precioso, utilizar ele de maneira ótima é imprescindível para alcançar a
eficiência. Já a eficácia é relacionada ao que se propõe ser feito. Por exemplo, em um treino
de fórmula 1 o objetivo dos dois pilotos de determinada equipe, usando o mesmo carro é dar
voltas na pista com tempo abaixo de 1:30. Tanto piloto A como o piloto B conseguiram atingir
o objetivo. Sendo assim ambos foram eficazes. Mas os tempos quando observados um a um
indicavam o seguinte;
Piloto A –
Piloto B –
Pode-se concluir que sob a perspectiva da eficiência e eficácia, os dois foram eficazes,
mas o piloto A apresenta melhor eficiência no uso do carro.
EXEMPLO PRÁTICO 1:
Determinada empresa fabricou 2000 bolas de futebol mensais, com custo operacional mensal
de R$ 420.000,00, usando 15 auxiliares de produção e em 100m2.
11,4 bolas de futebol por hora; pois cada bola de futebol foi produzida por R$ 210,00; foram
produzidas 133,3 bolas de futebol por mês para cada auxiliar de produção e 20 bolas de
futebol por mês para cada m2.
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Duas UPAS na cidade de Porto Alegre recebem como repasse da secretaria de saúde 800 mil
reais por mês, cada. Com o objetivo de sanar a demanda da região, que é em média 6000
consultas por mês e, com uma meta de tempo médio de espera de no máximo 25 minutos.
Considerando que as duas recebam o mesmo número de pacientes/perfil seguem os dados:
A UPA 1 atende uma média de 2500 pessoas por mês e o tempo médio de espera é 34 minutos
para o atendimento.
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A UPA 2 atende uma média de 2150 pessoas por mês e o tempo médio de espera
é 48 minutos para o atendimento.
Tendo em vista que elas atendem a mesma população, com a mesma quantidade de recursos
financeiros e humanos podemos observar que, ambas são ineficazes já que não batem suas
metas.
E que a UPA 1 apresenta eficiência maior que a UPA 2.
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UNIDADE 4
4 AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO
Você sabia que auditoria e certificação estão associadas entre si? Pois bem, quando a
empresa está interessada em melhorar seus processos sem pretensão de certificação de
alguma natureza, ela pode implantar e implementar um sistema de auditoria interna (de
primeira parte) de seus processos, de forma periódica. Mas, se essa mesma empresa está
interessada em conquistar a certificação seja ela nacional ou internacional, ela deve
obrigatoriamente implantar e implementar uma sistemática de auditorias internas e externas
(de primeira e segunda parte) e, auditoria de terceira parte (de certificação e/ou acreditação).
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Serve para evidenciar como estão sendo praticados os processos e, em situações como
a determinação de conformidades ou não-conformidades dos itens contemplados pelo
sistema de gestão de qualidade (SGQ) com os requisitos preestabelecidos, assim como para
determinação da eficácia do SGQ implementado.
Falconi (2004) revela que a auditoria, sob o ponto de vista da qualidade, deve ser
entendida como uma oportunidade voltada à orientação de melhoria.
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LEMBRETE!
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
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A auditoria de terceira parte confronta as práticas da empresa auditada com o que está
estabelecido na norma a qual a empresa busca a certificação e, se constitui na última fase
de um processo de certificação do SGQ. Empresas como ABS e BVQI são tidas como empresas
certificadoras e demandadas pelas empresas que desejam certificar-se na Norma.
E, após as auditorias?
Uma vez vencias as etapas de auditoria, em especial a de terceira parte, cabe ao auditor
responsável efetivar a recomendação ou não da empresa, para a certificação da norma a qual
busca a certificação e no escopo no qual desenvolveu seu SGQ.
LEMBRETE!
O auditor não certifica a empresa, apenas a recomenda, se for o caso. Essa
recomendação conduz a empresa ao uso de um certificado da norma auditada, como
por exemplo ISO 9001:2018.
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Existem algumas etapas que devem ser cumpridas antes, durante e após
um processo de auditoria do sistema de gestão de qualidade, a saber:
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Reunião de abertura: no dia e local da auditoria deve haver uma reunião breve
e, que sirva para criar um clima favorável entre as partes (auditor e auditado),
apresentação das partes, legitimar o escopo e os objetivos da auditoria, divulgar
os métodos e técnicas que irão utilizar, estabelecer a forma de comunicação entre
as partes envolvidas, e divulgar outros detalhes do plano de auditoria.
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Reunião dos auditores: reunir a equipe para finalização dos trabalhos, trocar
impressões, registros e opiniões, analisar e discutir as observações e os dados
coletados e, elaborar uma prévia do relatório da auditoria para os auditados.
A partir daí o auditor líder apresenta as conclusões da auditoria, sob o ponto de vista
da eficácia do SGQ e efetiva ou não a recomendação da empresa à certificação ou a
manutenção do certificado (se for uma auditoria de re-certificação).
E, quanto às não-conformidades?
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Obtendo o certificado.
ISO 9000
De todo o modo, a ISO 9000 é um termo genérico voltado à série de normas da família
9000. Elas determinam as instruções para se implantar um SGQ, objetivando estabelecer
um conjunto padronizado de exigências para implantação e implementação dos sistemas de
qualidade nas empresas.
As normas ISO 9000 não conferem qualidade extra a um produto ou serviço, garantem
apenas que estes apresentarão sempre as mesmas características e padrão de qualidade.
Lembrando que as normas ISO 9000 podem ser utilizadas por todos os tipos de
organização, grande ou pequena, industrial, prestadora de serviços ou mesmo uma entidade
governamental.
Normas ISO 9000: que trouxe como titulação o Sistema de Gestão da Qualidade,
com foco em fundamentos e vocabulário da qualidade.
Normas ISO 9001: que trouxe como titulação o Sistema de Gestão da Qualidade,
com foco nos requisitos, com a finalidade de a empresa produzir produtos em
conformidade e satisfação dos clientes. É uma norma de natureza contratual da
série.
Normas ISO 9004: trouxe como titulação o Sistema de Gestão da Qualidade, com
foco nas diretrizes para melhorias de desempenho, incluindo as melhorias
contínuas para satisfação dos clientes e demais interessados.
Normas ISO 19011: trouxe diretrizes para auditoria do SGQ e gestão ambiental,
com foco nos requisitos para um completo processo de auditoria de certificação ou
acreditação ou até mesmo re-certificação da norma.
.
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Contudo, as revisões das versões, em geral, são efetuadas com base em dados e
informações coletadas mundialmente para compreender as demandas e a experiência das
pessoas que utilizam sistema de gestão da qualidade comuns, impactando dessa forma, na
nova norma, regulamentos para que as empresas executem suas atividades empresariais.
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A cada nova versão percebe-se alguns pontos de melhorias e a versão 2015 trouxe as
seguintes contribuições:
Pensamento baseado em risco como base para o sistema de gestão (risk-based thinking),
determinando: ao invés de uma abordagem única para todos os requisitos da norma, ela
desafia a organização a analisar seus riscos, a fim de planejar um sistema de gestão da
qualidade adequado.
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Recursos
Sobre a organização
Organização e os clientes
Maior ênfase na geração de valor, para a organização e para seus clientes. A nova
versão é voltada a geração de resultados e a melhoria dos mesmos.
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Controle de processos
Documentação
Estrutura da Norma
A estrutura da norma foi revisada para ficar alinhada com outras nor-
mas ISO de sistemas de gestão, facilitando a sua integração. Texto idêntico para
as normas de sistemas de gestão.
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Além das certificações da série ISO, existem certificações que ocorrem no âmbito
nacional e regional e, que também garante competitividade aos negócios das empresas.
No nível nacional por exemplo, temos a Fundação Nacional da Qualidade – FNQ, que
regulamenta a metodologia do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), considerado
atualmente o destaque da FNQ (criada em 1991), que é uma referência para melhoria da
produtividade das empresas e competitividade do Brasil.
LEMBRETE!
A metodologia de excelência em gestão não é uma certificação, é um modelo de excelência.
E, quanto à premiação?
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LEMBRETE!
É importante adequar a empresa para garantir sua qualidade segundo as normatizações, como por
exemplo ISO ou alguma certificação em nível nacional, até mesmo.
Com isso, o negócio só tem a ganhar no mercado nacional e, também, no internacional.
SAIBA MAIS...!
Acesse:
Fundação Nacional da Qualidade - https://fnq.org.br/sobre-a-fnq/
Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento - https://pnqs.com.br/
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - Ferramenta do
Governo Federal focada na habitação social - https://pbqp-h.mdr.gov.br/
Programa de Qualidade Setorial ABRECON - Reciclagem de Resíduos da Construção -
https://abrecon.org.br/programa-qualidade/
Programa de Qualidade Contábil – PQC é um programa criado pelo SESCON-RS e SESCON
- https://www.pqcrs.com.br/sobre
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
E, quais os benefícios?
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FERRAMENTAS DA QUALIDADE
5 REFERÊNCIAS
BARROS, Elsimar. BOFANI, Fernanda Cesar (Org) Ferramentas da Qualidade. São
Paulo/SP: Pearson Education, 2015.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da qualidade total (no estilo japonês). – 9. Ed. –
Nova Lima: FALCONI, Editora, 2014
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