EEEF MADRE ZARIFE SALES

Diretora: LIDIANA

Professor (a): FRED BAHIA CAP.5- Grandes Projetos na Amazônia

Aluno (a): Nº

Data:___/___/2023 Série 9 ANO Turma: Turno: T

GRANDES PROJETOS NA AMAZÔNIA

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I- DEFINIÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO Programa Grande Carajás (PGC)

Os Grandes Projetos são empreendimentos com O Programa

investimentos superiores a 1 bilhão de dólares, Grande
subsidiados pelo Estado, com grandes extensões de Carajás foi
terra, excelente infra-estrutura logística, com a lançado em
construção de minas, fábricas, portos, usinas 1979 com o
hidrelétricas, rodovias, ferrovias e company towns, objetivo de
estando ligados muito mais a realidade nacional e produzir
internacional do que local, gerando, contraditoriamente, minérios em
grandes enclaves socioambientais na região e escala
estimulando uma intensa migração desordenada, industrial
provendo a industrialização da Amazônia. para o
abastecimento do mercado internacional. Esse programa
tem como base a Serra dos Carajás, uma grande
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS GRANDES província mineralógica que contém a maior reserva
A
PROJETOS mundial de minério de ferro de alto teor, além de
a) Escala gigante da construção, da mobilização de importantes reservas de manganês, cobre, ouro e
capital e de mão-de-obra; minérios raros.
b) Voltado ao atendimento de interesses externos à A prospecção de minério na Serra dos Carajás, no leste
região amazônica. do Pará, começou em 1966 com a participação de
c) Conexão em sistemas econômicos internacionais. empresas transnacionais. Em 1970 os minérios já tinham
d) Presença de núcleos urbanos espontâneos ao lado sido localizados e constituiu-se a Amazônia Mineração
dos planejados, expressão da segmentação da força S.A., que associava empresas estrangeiras com a
de trabalho qualificada/não qualificada. Companhia Vale do Rio Doce. No final dos anos 70 a
CVRD pagou uma vultuosa indenização às suas parceiras,
partir da década de 1950 houve, no Brasil, a consciência assumiu o controle total do empreendimento e lançou o
de que o Pará e a Amazônia não deviam mais ficar Programa Grande Carajás.
isolados do resto do país. A Amazônia, por sua enorme
riqueza natural, começou a ser cobiçada por alguns Para a consolidação desse ambicioso projeto, foi
países, que defendiam a tese de que a Amazônia era um implantada várias infra-estrutura, que inclui a Usina
patrimônio extraordinário, não explorado, e que devia Hidroelétrica de Tucuruí, a Estrada de Ferro Carajás-
ser internacionalizada: desta forma, um conjunto de Itaqui e o Porto de Ponta da Madeira, localizado em
países poderia supostamente gerenciar os recursos Itaqui (MA).
naturais da Amazônia. É assim que o Governo Federal
Em geral os grandes projetos mudaram, em parte, a
teve a ideia de implantar um desenvolvimento planejado
face da economia e sociedades da Amazônia, pois que
para a região.
são empreendimentos econômicos de grande porte e
O Estado do Pará, pelo seu potencial energético e fortes impactos sócio-ambientais. Entre os mais comuns
mineral, passou a ser foco de atenção. No Pará houve
instalação de Grandes Projetos econômicos voltados para
o mercado internacional ou destinados à produção de
insumos para indústrias localizadas em outras regiões do
país.
A década de 1970 no Brasil irá marcar um momento
em que emerge no âmbito político e econômico brasileiro
um novo padrão de desenvolvimento baseado na
ocupação territorial, comandado pelo Estado e pelos
Grandes Projetos, postos em ação no âmbito dos Planos
Nacionais de Desenvolvimento (PNDs). Isto surge
inicialmente no governo do general Emilio Garrastazu
Médici (1970-1974).
A estratégia de desenvolvimento do governo Médici,
que buscava a recuperação econômica e a superação do
subdesenvolvimento do Brasil, pretendia realizar isto
através de uma política nacional que visava transformar podemos destacar:
o país em “nação desenvolvida” dentro de uma geração.  Aumento do desmatamento.
Em termos de realização de Grandes Projetos, os  Intensificação dos fluxos migratórios para a região.
principais empreendimentos produtivos que se  Criação de cidade planejadas (Company Towns).
instalaram na região amazônica foram estes: a Usina  Crescimento econômico concentrado na região.
Hidrelétrica de Tucuruí (UHT), sobre o rio Tocantins; o da  Crescimento dos conflitos sociais na Amazônia.
Mineração Rio do Norte (MRN), de exploração de bauxita
metalúrgica, a noroeste do Estado, no município de II. AS HIDRELÉTRICAS NA AMAZÔNIA
Oriximiná; o da Albrás e Alunorte de produção de
alumínio e alumina, respectivamente, localizados nas A necessidade de implantação de UHE (usina
proximidades de Belém, no município de Barcarena; o hidrelétricas) na Amazônia advém, antes de tudo, da
Projeto de Ferro Carajás (PFC), no sudeste do Estado, no crise energética dos anos 70 provocada pelas altas no
município de Parauapebas. preço do petróleo. Internamente via-se na implantação
de hidrelétricas uma forma de se diversificar a política
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 energética do país e diminuir a dependência em relação pesquisadores e movimentos sociais discordam alegando
ao petróleo importado que se tornava cada vez mais que as hidrelétricas trazem fortes impactos sócio-
oneroso para o país, até porque as demais alternativas ambientais como:
energéticas tiveram resultados poucos promissores como
 o deslocamento da população na área de inundação e
o PRÓ-ÁLCOOL e o Programa Nuclear Brasileiro. Além
a sua realocação subseqüente devido a uma praga de
disso, o país passava por um intenso crescimento
mosquitos Mansonia;
econômico o que gerava uma grande demanda por
energia elétrica, base para o funcionamento de plantas  o desaparecimento da pescaria que sustentava,
industriais. tradicionalmente, a população a jusante (depois) da
barragem;
A região amazônica apresenta uma série de condições
naturais que favorecem a instalação de hidrelétricas  os efeitos sobre a saúde devido à malária e a
como: contaminação por mercúrio;
 Extensa bacia hidrográfica.  e o deslocamento de grupos indígenas (Parakanã,
Pucurui e Montanha).
 Grande quantidade de rios de planaltos (possuem
maior força d’água).  Intensificação dos desmatamentos no entorno do lago
artificial.
 Clima favorável bastante chuvoso (o que aumenta a
recarga d’água no rio).  Perda de biodiversidade.
Assim a parir dos anos 60 os governos militares A implantação de uma usina hidrelétrica requer a
realizaram iniciaram uma série de estudos para avaliar o formação de um lago de barragem que serve como
potencial de geração de energia nos rios amazônicos a reservatório para a usina, no entanto esse lago inunda
conclusão, passado 30 anos de levantamento foi que a uma grande área e, no caso de Tucuruí, houve a
região Amazônica é, na atualidade, a área que apresenta inundação da área sem a prévia limpeza do local
a maior capacidade de geração de energia por promovendo assim a destruição da biomassa vegetal em
hidrelétricas. Assim o governo iniciou a construção larga escala, implicando o desaparecimento de uma
dessas enormes obras de infra-estrutura. grande quantidade de espécies vegetais, animais e
microrganismos.
A USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ (1975-
1985) Interrupção dos fluxos naturais dos rios promove uma
diminuição na velocidade do escoamento das águas, isso
A UHE de
acaba facilitando a proliferação de uma fauna indesejada
Tucuruí está sob
controle da A construção de UHE nos moldes amazônicos
empresa estatal impossibilita a utilização dos rios como via de transporte
Eletronorte – (hidrovia) na medida em que interrompe a navegação
Centrais Elétricas natural nos trechos ocupados pelas barragens.
do Norte do
Brasil S/A – A construção das barragens dificulta também a
durou cerca de reprodução dos peixes, pois no período de reprodução
seis anos para (piracema) encontram extrema dificuldade para subir os
ser construída, rios para fazer a desova, isso depois implica a redução
entrando em da oferta de alimentação para a população ribeirinha.
funcionamento em 1984. Para se ter um ideia de sua Em função dos severos impactos ambientais as
grandiosidade, essa usina possui uma barragem de 7 km hidrelétricas na Amazônia enfrentam tantas resistências
de extensão, com capacidade para gerar 8 milhões de e que prometem aumentar mediante o plano do governo
KW de energia. Criada como o objetivo de garantir de construir 30 hidrelétricas na região até 2020.
autonomia energética à região, na verdade a energia
gerada está voltada principalmente para o abastecimento
de complexos de alumínio do PGC, como já foi dito. Além
disso, essa hidrelétrica abastece também a cidade de
Belém e outros municípios do Estado do Pará e da região
nordeste.
AS CONSEQÜÊNCIAS DA IMPLANTAÇÃO DE HIDRELÉTRICAS NA
AMAZÔNIA
O governo brasileiro argumenta que a construção de
hidrelétrica é uma alternativa sustentável de geração de
eletricidade, por essa lógica ele seria: menos poluente,
renovável e de menor custo, a longo prazo. Entretanto,

TEXTO DE APOIO

A polêmica Usina Hidrelétrica de Belo Monte

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte já começou como um projeto
polêmico. Projetada para ser a maior Usina Hidrelétrica inteiramente
brasileira (terá potência de 11.233 MW), a Belo Monte será instalada no
Rio Xingu, ao longo de uma extensão de 100 km e seu lago terá

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uma área de 516 km². O custo para a instalação da Belo Monte é estimado em 19 milhões de reais, e, com a capacidade produzida, seria
capaz de abastecer uma área de até 26 milhões de habitantes. O primeiro projeto para a Usina data de 1989, mas foi mantido em aberto
em função de protestos da população indígena, apoiados pelo cantor Sting.
As principais questões que cercam a construção da Belo Monte é a destruição de áreas indígenas, que obrigariam os índios a se
realocarem, assim como parte da população da cidade de Altamira, o equivalente a 20.000 pessoas; assim como o alagamento de áreas
verdes preservadas. Há uma movimentação e debate constante, principalmente com a contestação do projeto por parte de organizações
ambientalistas e estudiosos. Estes afirmam que o desvio de parte do leito do Rio Xingu irá reduzir o escoamento da água para parte da
região, o que afetará a fauna e a flora da região.
O alagamento dos igarapés de Altamira e Ambé irá afetar a população ribeirinha. Com a baixa do Rio Xingu, outra conseqüência será
prejudicial para cidade de Altamira, pois as vias de navegações de pequeno porte, o principal meio de transporte da região, também será
afetado. Os defensores da construção da Usina afirmam que o projeto acarretará um investimento 19 vezes maior para o estado do Pará,
e que levará muitas melhorias para o estado.
Fonte: http://frenteambientalista.com.br

EXERCÍCIO a) A integração da Amazônia à economia nacional

baseou-se nas atividades agrícolas e minerais que
1. (UFMG) Observe o mapa, em que estão assinalados promoveram o desenvolvimento sustentável da região.
quatro grandes elementos geográficos que fazem parte
do Programa Grande Carajás. b) O desenvolvimento das atividades mineradoras esteve
relacionado às empresas estrangeiras com alta
Nas alternativas, cada um dos elementos geográficos capacidade de investimentos
assinalados no mapa está correlacionado com os
impactos ambientais resultantes da sua instalação. c) As atividades econômicas desenvolveram-se sem
exigência de vultosos investimentos.
Assinale a
alternativa em que d) A abundância de água não foi aproveitada, como
essa correlação recurso energético, devido às baixas altitudes regionais.
está correta. e) A inexistência de institutos de pesquisa na região
comprometeu a exploração de seus recursos minerais.
a. Elemento 2:
redução urbana
desordenado e 3. (UFAL 2000) "No final da década de 1970, a Vale do
agravamento dos Rio Doce apresentou ao governo um projeto bastante
problemas sociais. ambicioso, denominado 'Amazônia Oriental - um
projeto nacional de exportação', envolvendo não só a
b. Elemento 4: exploração dos recursos minerais, mas também o
Intensificação da potencial agrícola-pecuário e madeireiro".
erosão e poluição
(Melhem Adas. "Panorama Geográfico do Brasil" São Paulo: Moderna, 1998. p. 271.)
das águas
superficiais. Conhecido como Projeto Grande Carajás, este
empreendimento implicou na construção de
c. Elemento 1: Extinção da flora e fauna e inundação
grandes equipamentos de infraestrutura na região
das áreas agricultáveis.
Norte, dentre os quais destacam-se:
d. Elemento 3: Garimpos ilegais na rede hidrográfica e a) a usina hidrelétrica de Tucuruí, o porto de Itaqui no
assoreamento dos rios. Maranhão e a Estrada de Ferro Carajás.
b) a Zona Franca de Manaus, a rodovia Transamazônica
e a usina hidrelétrica de Tucuruí.
2. (Fuvest-2001) Considerando o desenvolvimento
econômico da Amazônia, nos últimos trinta c) o projeto SIVAM, a Zona Franca de Manaus e a
anos, assinale a afirmação correta Companhia Siderúrgica Nacional no Pará.
d) a usina hidrelétrica de Balbina, a rodovia Belém-
Brasília e o porto de Itaqui no Maranhão.

4. Quais são os principais impactos ambientais associados à construção da Usina de Belo Monte?
a) Erosão do solo e poluição do ar
b) Desmatamento e poluição sonora
c) Aumento das chuvas ácidas e contaminação do solo
d) Deslocamento de comunidades indígenas e alterações nos ecossistemas locais

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5. O Projeto Carajás, oficialmente conhecido como Programa Grande Carajás
(PGC), é um projeto de exploração mineral, iniciado nas décadas de 1970 e
1980, nas mais ricas áreas minerais do planeta. Estende-se por 900 mil
km², numa área que corresponde a um décimo do território brasileiro,
cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia, e engloba terras do sudeste
do Pará, norte de Tocantins e sudoeste do Maranhão.
A partir das informações contidas no texto e no mapa, explique um
dos objetivos do Programa Grande Carajás.

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6. (Unicamp 2011 - 2a fase) As discussões sobre a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte iniciaram-se no
começo da década de 1970, definindo os primeiros diagnósticos sobre o inventário hidrelétrico da bacia hidrográfica na
qual a usina será instalada. Em fevereiro de 2010, foi concedida a licença ambiental para a construção da usina,
considerada a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.
a) Em qual bacia hidrográfica será construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, e em qual unidade
federativa será localizada?
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b) Aponte um impacto ambiental e um impacto sócio-econômico decorrentes da instalação e do
funcionamento de uma usina hidrelétrica de grande porte no bioma em que será instalada a usina de Belo
Monte.
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