Artigo Eliane

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1

FACULDADE CENTRO-OESTE DO PARANÁ - FACEOPAR


CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

CARMENI BRAGA RODRIGUES MUTTER


ELIANE PEREIRA DOS SANTOS

AÇÕES QUE COMBATEM A EXCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS DO


ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI.

PEDRO II
2017
2

CARMENI BRAGA RODRIGUES MUTTER


ELIANE PEREIRA DOS SANTOS

AÇÕES QUE COMBATEM A EXCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS


DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI.

Artigo científico apresentado a Faculdade


Centro-Oeste do Paraná - FACEOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Serviço Social, sob a orientação da
Professora Tatiane Zeferino da Silva.

PEDRO II
2017
3

FOLHA DE APROVAÇÃO

_______________________________________________________________
Concludentes

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________________
TATIANE ZEFERINO DA SILVA

_______________________________________________________________
Examinador 1

_______________________________________________________________
Examinador 2

DATA DA DEFESA: ____/____/______

CONCEITO: _______________
4

AÇÕES QUE COMBATEM A EXCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS DO


ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI.

Carmeni Braga Rodrigues Mutter1

Eliane Pereira dos Santos2

Tatiane Zeferino da Silva3

RESUMO

A Educação Inclusiva é, sem dúvida, um dos maiores desafios da sociedade. Desenvolvida na


década de 70, ela envolve muito mais que a pessoa com deficiência, envolve também a família, a
escola e a sociedade. Portanto, este é o foco do presente estudo: ações que combatem a exclusão
de alunos com deficiência no ensino fundamental no município de Pedro II - PI. Assim, pretende-se
avaliar como se processa a inserção desses alunos no contexto da classe comum, em que a maioria
dos alunos, não apresenta tais necessidades. Acredita-se que essa situação traz impactos em
relação às possibilidades de interação, comunicação e construção de conhecimento desses alunos. A
partir do processo de democratização da educação se evidenciou o paradoxo inclusão/exclusão,
quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos
considerados fora dos padrões normais da escola. Para a realização dessa pesquisa utilizamos o
questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas com intuito de chegar a tais
conclusões da pesquisa. A aplicação do questionário deu-se por caráter quali-qualitativa, para se ter
uma melhor interpretação das entrevistas aplicadas aos pais dos alunos, durante a pesquisa foi
constatado que realmente existe exclusão de alunos no ensino fundamental.

Palavras-Chave: pessoas com deficiência – inclusão – escola regular

ABSTRACT

Inclusive education is, without doubt, one of the biggest challenges of society. Developed in the 70, it
involves much more than the person with disability; it also involves the family, school and society. So,
this is the focus of this study: actions to combat the exclusion of students with disabilities in elemen-
tary school in the municipality of Pedro II-PI. Thus, it is intended to assess how the insertion of these
students in the context of the common class, in which the majority of students, does not have such
needs. It is believed that this situation brings impacts in relation to the possibilities of interaction, com-
munication and construction of knowledge of these students. From the process of democratization of
education is highlighted the paradox inclusion/exclusion, when school systems universalize access,
but still excluding individuals and groups considered outside the normal standards of the school. For
carrying out such research using semi-structured questionnaire, with open and closed questions in or-
der to arrive at such conclusions of the research. The application of the questionnaire gave for quality
qualitative character to have a better interpretation of the interviews applied to parents of the students;
during the research it was found that there really is deletion of students in elementary school.

Keywords: people with disabilities – inclusion – regular school


INTRODUÇÃO

1
Graduanda em Bacharelado em Serviço Social na Faculdade Centro-Oeste do Paraná –
FACEOPAR.
2
Graduanda em Bacharelado em Serviço Social na Faculdade Centro-Oeste do Paraná –
FACEOPAR.
3
Professora Orientadora. Assistente Social
5

A escola é o local de educação, ensino e aprendizagem. A educação é


desenvolvida pela convivência humana, o ensino são os processos didáticos e
metodológicos que possibilitam a aprendizagem dos educandos e o acúmulo de
várias experiências durante a vida do sujeito, ou seja, é uma relação de trocas de
conhecimentos.
Para que a escola possa desempenhar o seu papel político, ela deve
desenvolver o senso crítico do aluno portador de deficiência, precisando estar em
sintonia não só com a realidade do aluno, como também com a realidade da
comunidade na qual ela se encontra inserida. Deve, assim, respeitar a realidade
social, cultural e econômica dos seus alunos e, partindo dela, a iniciativa de
desenvolver ações para combater a exclusão dos alunos com deficiência do ensino
fundamental do município de Pedro II – PI.
Nesta perspectiva, a ação do Serviço Social, dentro destas propostas, se
destaca na atuação direta com a comunidade via instituição escolar e outras
entidades comunitárias. O incentivo e a implantação de assembleias escolares e
órgãos colegiados, a promoção de seminários e encontros que atendem às
necessidades da comunidade, bem como o acompanhamento social de famílias dos
alunos da rede pública de ensino, são ações importantes para combater a exclusão
dos alunos com deficiência do ensino fundamental.
A motivação para as reflexões que aqui se apresentam surgiram de minha
preocupação profissional em atender as demandas dos desafios vividos nos dias
atuais das escolas com alunos com deficiência do ensino fundamental, por já estar
inserida neste mundo maravilhoso, mas não menos preocupante e desafiador, que é
a educação.
O método de pesquisa utilizada foi a Pesquisa Bibliográfica, cujo
desenvolvimento foi por meio de estudos de pesquisas já realizados de vários
autores, com suas referencias preservadas, selecionadas em livros. Artigos, revistas
e sites que comtemplam essa linha de pesquisa, foi utilizada também a pesquisa de
campo exploratória com o propósito de coletar dados utilizando um questionário
semiestruturado com perguntas abertas que foram aplicadas com famílias de alunos
com deficiência do Ensino Fundamental do município de Pedro II – PI. Dentre os
autores utilizados como base para o referencial destacam-se os seguintes autores:
FACION, (2008); PAM,(2008); Revista da Educação Especial,(2010), utilizou-se
6

também como suporte o ECA – Estatuto da Criança e do adolescente que trata


sobre os direitos e deveres assegurados a criança e ao adolescente.
Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo geral, verificar a questão da
exclusão dos alunos com deficiência do Ensino Fundamental no município de Pedro
II – PI e os objetivos específicos, conhecer as políticas públicas em educação e
ações para combater a exclusão de alunos com deficiência, apresentar a
importância do assistente social na educação para combater a exclusão do aluno
portador de deficiência, descrever possíveis ações para o combate a exclusão dos
alunos com deficiência do Ensino Fundamental de Pedro II – PI.
Portanto, o presente artigo aborda as principais questões relacionadas a
exclusão dos alunos com deficiência do Ensino Fundamental do município de
Pedro II – PI, é fundamental evidenciar que na escolarização de uma aluno com
deficiência estão envolvidos, além do próprio aluno, seus pais e os educadores.
Cabe à escola acolher esse aluno, fazer o que estiver ao seu alcance para que se
beneficie do contexto escolar e usufrua das mesmas obrigações e direitos das
outros alunos.

2 BREVE HISTÓRICO: INCLUSÃO E EDUCAÇÃO ESPECIAL

Na investigação deste tema de pesquisa se torna importante abordarmos


as diferentes concepções da pessoa com deficiência no decorrer da história da
humanidade. Os deficientes, os considerados “diferentes” da antiguidade até
nossos dias, sempre foram marcados pela exclusão e trazem consigo a marca da
rejeição. Rejeição essa marcada já no código de Hamurabi onde a história já
registra as primeiras notícias sobre o assunto. Já os filósofos Aristóteles e Herófilo,
escreveram notas relacionadas à deficiência mental como alterações da estrutura
cerebral.
A pessoa com deficiência, sempre foi considerada como alguém fora dos
padrões normais pela ótica histórico-cultural, que sempre ditou para a sociedade,
critérios para a normalidade. Muitos termos foram usados para identificar pessoas
com deficiência e atravessaram décadas buscando assumir um sentido de
inovação na busca pela superação de preconceitos.
Durante muitos séculos usou-se o termo retardo mental, atualmente ainda
presente nos mais importantes códigos de classificação de doenças. Na década
7

de 1960 a pessoa deficiente ou com retardo era reconhecida como “indivíduo


excepcional”, significando que se tratava de alguém especialmente talentoso, em
uma tentativa de atribuir um sentido positivo aos indivíduos, superando assim as
atitudes preconceituosas em que eram enunciadas. Em pouco tempo novas
expressões passaram a circular, como por exemplo, pessoas com necessidades
educacionais especiais, pessoa especial, ou apenas especial, na tentativa de
apagar o sentido da deficiência.
As diferentes formas de nomear podem apenas representar o esconderijo
de velhas arapucas a maquiar valores sociais contraditórios e a encobrir as
tensões geradoras de novas formas veladas de exclusão (PAM, 2008, p.
28).

Dentre os vários grupos de crianças excluídas das escolas públicas regular


estão os afro-americanos e os nativos americanos que eram em grande parte
educados em sistemas escolares separados. Da mesma forma, os alunos com
deficiência mental visível em sua maioria continuaram sendo segregados. As
instituições residenciais e as escolas especiais permaneceram sendo as indicadas
para colocar alunos cegos, surdos ou com deficiência física. Os alunos com déficits
de desenvolvimento em geral não tinham nenhum tipo de serviço educacional
disponível e ficavam quase sempre nas alas dos fundos das grandes instituições do
Estado.
A segregação é reforçada por Sigmon (1983, p. 3), quando cita: “Quase
todas as crianças confinadas a cadeira de rodas, não treinadas no controle das
funções fisiológicas ou consideradas ineducáveis eram excluídas, devido aos
problemas que seu ensino iria envolver”.
Existem referências sobre a legalização do infanticídio das crianças
deficientes até o século IV. Neste período a luta do bispo S. Nicolau Taumaturgo foi
grandiosa e o mesmo passou a ser considerado o grande protetor e defensor destes
seres humanos.
Na antiguidade predominava o abandono e a eliminação das pessoas com
deficiência. O deficiente na Idade Média era tido como fruto da ação demoníaca
sendo considerado pela igreja como um castigo merecido aos pais.
A excepcionalidade foi vista sob o enfoque patológico onde o indivíduo era
um eterno doente, inválido, incapaz, sem condições de sobreviver por sua própria
capacidade, e temos como exemplo claro o filme O Corcunda de Notre Dame onde o
Quasimodo, personagem que interpreta um deficiente físico, coxo e deformado que
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vivia isolado na torre da Catedral de Paris, sem direito a conviver ou participar da


sociedade.
Já na Idade Contemporânea inicia uma grande preocupação com a
educação das pessoas com deficiência e a proliferação dos discursos em prol das
diferenças, preocupação essa de pouca valia já que a segregação fazia parte da
realidade dessa época, deixando, até os dias atuais, efeitos ainda prejudiciais às
pessoas com deficiência, às escolas e à sociedade em geral.
A guerra do Vietnã foi responsável por um aumento impressionante de
deficientes, que além de comprometimentos físicos, apresentavam grandes
problemas de readaptação social ao retornar da guerra, muitas vezes por problemas
emocionais, levando-os a isolarem- se da vida em sociedade. O problema do
isolamento dos deficientes tornou-se tão grave, que levou à reação social, através
dos movimentos de defesa dos direitos das minorias, entre elas os deficientes. A
ideologia da normalização foi um dos produtos desse momento histórico.
Essa ideologia é discutida por Braddock (1977, p. 4) que define
normalização como o “conjunto de ideias que refletem as necessidades sociais e
aspirações de indivíduos atípicos na sociedade”.
Referiu-se a normalização como um processo de ajuda ao deficiente, no
sentido de garantir a ele condição de existência o mais próximo possível das normas
e padrões da sociedade.
Hoje, sabe-se que não se trata de normalizar as pessoas, mas de
“normalizar” o contexto em que se desenvolvem, ou seja, oferecer aos deficientes
modos e condições de vida os mais compatíveis com suas limitações, incluindo-os
no restante da sociedade a fim de que possam desenvolver o máximo suas
potencialidades.
Com os avanços dos Direitos Humanos registraram-se consideráveis
progressos na conquista da igualdade e do exercício de direitos e o que se sente e
observa atualmente, tendo como grande enfoque, é a busca da inclusão destas
pessoas historicamente marcadas pela segregação, pelo preconceito e pela
rejeição.
A Educação Especial que irá surgir ao longo dos tempos retrata a concepção
e a visão da deficiência próprios de cada momento histórico, político e social, onde
muitas vezes o que predominava era a educação elitista sendo que poucas
instituições ofereciam atendimento aos deficientes revelando assim a pouca
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preocupação com sua educação e com o nível de segregação a que estavam


submetidos.
As grandes tendências que marcaram o início do século XX e determinaram
a direção pedagógica do atendimento educacional das pessoas com deficiência
foram a vertente médico-pedagógica, embora a prioridade fosse o atendimento
médico, mas a questão pedagógica foi significativa.
De acordo com Mazzota (1996), a educação especial no Brasil é marcada
por dois períodos: de 1854 a 1956, com iniciativas oficiais, particulares e isoladas, e
de 1957 a 1993, com iniciativas oficiais e de âmbito nacional.
No Brasil, até a década de 50, praticamente quase não se falava em
Educação Especial, mas na educação de deficientes.
A Educação Especial passa, no final do século XX e início do século XXI, por
grandes reformulações, crises e mudanças. É dentro deste contexto histórico que se
intensifica o processo de exclusão e que o termo excepcional passa a ser utilizado.
Portanto, a história da humanidade, nas diferentes culturas ocidentais, nos
transporta ao resgate das diferentes formas de se entender a deficiência e, portanto,
seus paradigmas de atendimento.
Na década de 70 criam-se então as classes especiais e constata-se a
necessidade de integração social dos indivíduos que apresentam deficiência,
começando um movimento cujo objetivo era integrá-los em ambientes escolares,
registrando nesta época muitos avanços na conquista da igualdade e do exercício
de direito aumentando aos poucos a pressão, de toda uma comunidade envolvida,
para que o Estado reconhecesse cada vez mais a Educação Especial como
responsabilidade e dever. Surgem programas de reabilitação global, incluindo a
inserção profissional de pessoas com deficiência.

A partir da década de 80 surgem, em nosso país, principalmente no Rio


Grande do Sul, os estudos e aplicações da estimulação precoce, em
crianças de zero a três anos de idade que apresentam alguma alteração
global em seu desenvolvimento, tanto na área hospitalar e médica, como
nas escolas especiais e, posteriormente, nas creches e escolas infantis. A
partir desta nova abordagem dinâmica no tratamento de bebês com
deficiência mental, inicia-se a intervir mais precocemente nas desordens
neuromotoras, cognitivas e afetivas desses sujeitos, modificando o
prognóstico de aprendizagem dos mesmos (MOSQUERA; STOBAUS, 2004,
p. 19).

A trajetória de luta em busca da educação e principalmente da luta pelos


10

seus direitos como cidadãos, apesar de suas deficiências, deve-se ao determinante


papel exercido pelas instituições particulares e de caráter filantrópico. Foram estas
que organizaram grandes movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência e
trouxeram para o eixo das discussões os direitos tão sonegados ao longo do tempo,
denunciando a discriminação, o preconceito e a falta de programas educacionais
básicos.
Desde meados dos anos 80 e princípio dos 90, inicia-se no contexto
internacional um movimento materializado por profissionais, pais e as
pessoas com deficiência, que lutam contra a ideia de que a educação
especial, embora colocada em prática junto com a integração social,
estivera enclausurada em um mundo à parte, dedicado à atenção reduzida
proporção de alunos qualificados como deficientes. Surge também mais ou
menos nesta época o movimento que aparece nos EUA denominado
“Regular Education Iniciative” (REI), cujo objetivo era a inclusão na escola
comum das crianças com alguma deficiência (INCLUSÃO – REVISTA DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL, out. 2005).

A Educação Especial é uma modalidade de ensino cuja aplicação permeia


todo o sistema educacional do país e visa proporcionar a pessoa com deficiência a
promoção de suas capacidades, o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a
participação ativa na sociedade e no mundo do trabalho e aquisição de
conhecimentos.
Também, segundo o Ministério da Educação e Cultura, Espanha (Madri,
1988) “É o conjunto de recursos educativos postos a disposição de alunos que em
alguns casos possam necessitar, de forma transitória ou de forma mais continuada
ou permanente” (Las necessidades Educativas Especiales Madrid, REVISTA
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010).
O papel da Educação Especial é de grande importância dentro da
perspectiva de atender as crescentes exigências de uma sociedade em processo de
renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada quando
todas as pessoas tiverem acesso à informação, ao conhecimento e aos meios
necessários para a formação de sua plena cidadania.
A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que existem 600 milhões
de pessoas com deficiência no planeta, sendo que, 400 milhões nos países em
desenvolvimento. Dados do Banco Mundial apontam que pelo menos 79 milhões de
indivíduos com deficiência estão na América Latina e Caribe, dos quais vinte e
quatro milhões são brasileiros. O Censo Demográfico (2000) do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística aponta que existem aproximadamente 3.605.183 jovens
11

com pelo menos uma deficiência (14,7% do total de jovens) (INCLUSÃO – REVISTA
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010).

2.1 REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO.

Entende-se por educação especial a educação dirigida aos portadores de


necessidades especiais mental, auditiva, visual, física múltipla e portadores de altas
habilidades. A deficiência refere-se á perda, anormalidade de estrutura ou função de
toda a alteração do corpo ou da aparência física, de um órgão ou de uma função,
qualquer que seja a sua causa.
A incapacidade refere-se à restrição de atividades em decorrência das
conseqüências de uma deficiência em termos de desempenho e atividade funcional
do individuo e que representam as perturbações ao nível da própria pessoa.
“Desvantagens referem-se á condição social de prejuízo que o individuo
experimenta devido a sua deficiência e incapacidade, as desvantagens refletem a
adaptação do individuo e a interação dele com seu meio”. (AMARAL; AQUINO,
1998, p. 24-25).
No contexto da inclusão educacional de crianças com necessidades
especiais é fundamental que a criança seja vista como criança, não lhe negando sua
diferença ou característica orgânica, mas nunca se deve supervalorizar esse fator e
resumir uma ação a uma única característica, principalmente aquele que deprecia
uma pessoa ao diferenciá-la diante das demais.
“Na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida
dificilmente ensina: respeitar as diferenças, esse é o primeiro passo para construir
uma sociedade mais justa.” (MANTOAN, 2005, p. 24-26). A autora Maria Teresa
Eglér Mantoan, é uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil, e
crítica convicta das chamadas escolas especiais, a mesma ressalta na entrevista as
grandes lições para professores e alunos, onde a tolerância, respeito e solidariedade
são atitudes importantes na busca de uma sociedade mais justa, em que todas as
pessoas realmente serão iguais perante a lei.
A escola inclusiva deveria ser chamada de escola para todos, pois esta sim
está aberta totalmente para que qualquer pessoa possa ter uma educação digna,
sem ser necessário estudar em uma “escola especial’’, uma escola que abrigue as
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diferenças e se enriqueça com elas, portanto, a inclusão deve ser defendida e


investida”.
A Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional 9394/96 (LDB) e o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), afirma que é incumbência dos
docentes zelar pela aprendizagem do aluno com necessidades especiais na
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino.
Entretanto, promover a inclusão apesar de ser um dever das escolas
expresso em lei está bem longe de alcançar o objetivo maior que é garantir a todas
as crianças portadoras de alguma deficiência uma escola acolhedora, de qualidade
que supra suas necessidades, pois a estrutura de ensino esta montada para receber
um aluno ideal, com suportes padrões de desenvolvimento emocional e cognitivo. E
incluir as crianças da educação infantil, garantindo-lhes o direito a educação,
demanda romper paradigmas educacionais vigentes na maioria de nossas escolas.
A educação inclusiva é uma tendência internacional deste final de século. É
considerada escola inclusiva aquela que abre espaço para todas as crianças,
abrangendo aquelas com necessidades especiais. O principal desafio da escola
inclusiva é desenvolver uma pedagogia centrada na criança capaz de educar a
todas, sem discriminação respeitando suas diferenças, uma escola que dê conta da
diversidade das crianças e ofereça respostas adequadas, a suas características e
necessidades solicitando apoio de instituições e especialistas quando isso se fizer
necessário. É uma meta a ser alcançada por todos aqueles comprometidos com o
fortalecimento de uma sociedade democrática, justa e solidária.
Um requisito para que a inclusão educacional ocorra de forma satisfatória, é
o professor ser criativo, buscar cada vez mais conhecimentos, ampliando seu
repertório de ações e recursos para satisfazer as diferentes necessidades que
advém da diversidade de pessoas inseridas numa sala de aula, porque nem sempre
é possível atender as especificidades inerentes a cada aluno seja ele com ou sem
deficiência. Afinal, um professor predisposto à docência não consegue se acomodar
com as coisas prontas e resolvidas, ele se incomoda diante de um desafio, de algo
que exige dele um maior empenho e compromisso.
E diante da inclusão educacional de crianças com necessidades especiais é
essencial que o professor busque inovar-se, adquirir sempre mais conhecimento,
pois todo o conhecimento que viermos a adquirir no dia a dia no contexto da
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educação inclusiva em sala de aula no atendimento a essas crianças será sempre


pouco, porque todos os dias estaremos nos reciclando.
As atividades realizadas neste tipo de trabalho devem ser abertas e
diversificadas, além de flexibilizado para a abordagem em vários níveis de
compreensão, entendimento, apropriação e desempenho nessas atividades. Nunca
se deve evidenciar ou comparar alunos que possuem habilidades e potencialidades
diferenciadas, o ideal é elogiar e incentivar os aspectos positivos construídos por
todos, porém essas atividades podem ser enriquecidas por debates, pesquisas em
grupo, registros escritos e falados, dinâmicas, filmes, músicas e vivências grupais.
Os conteúdos deverão ser trabalhados gradativamente sem cobranças e
limitações, a avaliação para este ensino deverá ser processual e um dos aspectos a
ser observado é o processo dos alunos no tratamento das informações e
participação na vida social, devem-se evitar os métodos quantitativos e
classificatórios e também trabalhar para que o aluno faça sua auto avaliação, alguns
instrumentos poderão ser de grande valia na atuação num ambiente inclusivo:
registros diários, portfólio, arquivos de atividades, impressos e reflexões
significativas das crianças.
O processo de ensino-aprendizagem de educando com ou sem deficiência
ocorre num processo de respeito, diálogo e trocas de vivências, pois se o educador
conseguir propiciar a seu educando um ambiente saudável, estimulante e facilitador
da aprendizagem, não haverá no ambiente escolar deficiências nem diferenças, mas
haverá uma prática pedagógica diferenciada. Por isto é importante a formação do
professor, na capacitação continuada para que se tenha um suporte necessário para
modificar práticas retrógadas e reconstruir o ato de ensinar e aprender.
“A socialização da criança não só ativa e exercita suas funções
psicológicas, como é a fonte do surgimento de uma conduta determinada
historicamente (...)”. A relação social é a fonte do desenvolvimento dessas
funções, particularmente na criança deficiente mental’’ (Vygotsky, 1989,
p.109).

De acordo com Vygotsky é possível entender que as limitadas oportunidades


de interação do portador de deficiência, em seu contexto social, interferem no
desenvolvimento das funções mentais superiores. A sua exclusão do meio social lhe
traz complicações secundárias na forma de um desenvolvimento social insuficiente,
com considerável prejuízo na aprendizagem e, consequentemente, no
desenvolvimento. Por isso, a escola, espaço interativo por excelência, tem um
14

importante papel no desenvolvimento, oportunizando a integração social,


impulsionando a aprendizagem, criando zonas de desenvolvimento proximal,
propiciando as compensações ás deficiências.
“A aprendizagem da linguagem é a condição mais importante para o
desenvolvimento mental, porque, naturalmente, o conteúdo da experiência histórico-
social, não está consolidado somente nas coisas materiais; está generalizado e
reflete-se de forma verbal na linguagem’’ (Vygotsky, 1989, p.114). Ou seja, levar em
consideração a produção da linguagem significa estudar o portador de deficiência
como sujeito da e na história, sujeito produtor de textos, autor da sua palavra. Nesse
sentido, o conhecimento, da educação especial é dialógico, é acontecimento, é
encontro.

3 INCLUSÃO/EXCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA.

A humanidade demonstra através dos tempos uma história de preconceitos


e discriminação que, vem gerando, por muitas décadas, movimentos de exclusão
em todos os níveis da sociedade.
A exclusão social vem desde a antiguidade, onde mulheres, estrangeiros,
deficientes e demais pessoas consideradas fora do que é normal pela sociedade
eram excluídas, mas o fenômeno na época era tido como natural.
A crise econômica mundial, que ocorre na idade contemporânea, da
evidência à pobreza, tornando a exclusão social com maior visibilidade e força. Mais
tarde, os efeitos dessa exclusão despontam, gerando desemprego prolongado onde
muitos passam a ser socialmente excluídos. Nesta época, a exclusão passa a ser
tema centralizador nos diversos meios da sociedade.
A exclusão ocorre devido a práticas e valores da cultura que orientam as
ações do homem. É o resultado de um processo histórico de construção de valores
morais por parte das diferentes culturas. Este movimento do que é normal/anormal,
também parte para a educação e provoca movimentos no contexto escolar.
A escola de ensino fundamental no seu percurso histórico se caracterizou
como uma educação seletiva em que grupos minoritários tinham privilégios.
Entretanto, sabemos que a escola pode ter um papel fundamental na construção de
valores que auxiliam os membros da sociedade em geral a pautar sua vida pessoal
e coletiva no respeito pelas diferenças, provocadoras de exclusão, criando
15

condições para que na prática cotidiana haja principalmente mais tolerância,


ajudando assim, os alunos a levarem em consideração os pontos de vista do outro.
A partir de meados do século XX com a intensificação dos movimentos
sociais de luta contra todas as formas de discriminação que impedem o
exercício da cidadania das pessoas com deficiência surge a nível mundial o
desafio de uma sociedade inclusiva (INCLUSÃO – REVISTA DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 20).

A educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade


contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão de alunos
com deficiências do ensino fundamental.
A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens
gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da
condição de viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em
que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da
igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da
justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o
Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).

Vivemos em uma época em que é possível ser diferente, mas não é possível
viver e demonstrar a diferença, e isto é percebido no momento em que uma
sociedade que luta por liberdade de expressão discrimina pessoas em razão de
diferenças de características intelectuais, físicas, culturais, sexuais, sociais,
linguísticas, discriminando ainda as pessoas que não vão às aulas porque trabalham
e também aquelas que de tanto repetir desistiram de estudar, entre outras
estruturantes do modelo tradicional de educação escolar.
Para Mills (1999, p. 25) o princípio que rege a educação inclusiva é: “o de
que, todos devem aprender juntos, sempre que possível, levando-se em
consideração suas dificuldades e diferenças”.
De fato, todos devem fazer parte, do Sistema Educacional inclusivo onde
deve ser proibida a utilização de práticas discriminatórias para que se garanta
igualdade de oportunidades. Discriminação que, muitas vezes, acontece em
condutas veladas que frustram e que negam ou restringem o direito de acesso a um
direito que é de todos.
O movimento em favor da inclusão tem como base o princípio de igualdade
de oportunidades nos sistemas sociais, incluindo a instituição escolar. Significa que,
todos os alunos têm o direito de frequentar a escola regular onde toda diversidade
deve ser valorizada, e a construção de aprendizagem deve ser oferecida a todos, no
mesmo espaço escolar com oportunidades iguais.
16

4 – AÇÕES QUE COMBATEM A EXCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA


DO ENSINO FUNDAMENTAL DE PEDRO II – PI: UM ESTUDO REALIZADO COM
PAIS DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA.

4.1 – Em relação ao conhecimento sobre o conceito de inclusão.

Tendemos pela distorção/redução de uma idéia, a nos desviar dos desafios


de uma mudança efetiva de nossos propósitos e de nossas práticas. A
indiferenciação entre o processo de integração e o de inclusão escolar é prova
dessa tendência na educação e está reforçando a vigência do paradigma tradicional
de serviços educacionais. Muitos, no entanto, continuam mantendo-o ao defender a
inclusão.
Para Mills (1999, p. 25) o princípio que rege a educação inclusiva é: “o de
que, todos devem aprender juntos, sempre que possível, levando-se em
consideração suas dificuldades e diferenças”.
Diante do que foi colhido das respostas obtidas na entrevista como podemos
observar no gráfico 01, vimos que 90% dos pais que foram entrevistados, possuem
conhecimento sobre o conceito de inclusão, pois as maiorias das respostas foram
sim e os outros 10% disseram que não possuem conhecimento.

Gráfico 01

2º Tri
10%

Sim
90%

Fonte: Própria Autora, 2018.


17

4.2 – A respeito da maior dificuldade encontrada pelos pais dos alunos no


momento da matrícula.

A educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade


contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão de alunos
com deficiências do ensino fundamental.
No momento da matrícula falei sobre a deficiência do meu filho, mas a
escola não colocou na matrícula como uma dificuldade, e que deve manter
a criança na escola (MÃE 01)

De acordo com as respostas obtidas nas entrevistas podemos perceber que


a escola possui um conhecimento sobre a inclusão de alunos com deficiência.
A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens
gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da
condição de viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em
que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da
igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da
justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o
Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).

Conforme o gráfico abaixo pode observar que 60% dos pais relataram que
na hora da matrícula falaram sobre a deficiência dos filhos, mas que a escola não
considera como dificuldade, e outros 30% não falaram sobre a deficiência dos filhos
na hora da matrícula e os 10% relatam que não sabem como falar do assunto com a
escola.

Gráfico 02
70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Pais que relataram com a es- Pais que não falaram sobre a Pais que não sabem falar sobre
cola sobre a deficiência dos deficiência dos filhos com a esc o assunto
filhos ola

Fonte: Própria Autora, 2018.


18

4.3 – Sobre o conhecimento das mães sobre de como a escola trabalha com a
inclusão.

Quanto à inclusão, esta questiona não somente as políticas e a organização


da educação especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração.
Ela é incompatível com a integração, pois prevê a inserção escolar de forma radical,
completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem freqüentar às salas
de aula do ensino fundamental.
Nesse quesito 100% das mães entrevistadas responderam que sim, tem o
total conhecimento sobre o trabalho da escola em relação à inclusão do aluno com
deficiência.
O processo de ensino-aprendizagem de educando com ou sem deficiência
ocorre num processo de respeito, diálogo e trocas de vivências, pois se o educador
conseguir propiciar a seu educando um ambiente saudável, estimulante e facilitador
da aprendizagem.
“A socialização da criança não só ativa e exercita suas funções
psicológicas, como é a fonte do surgimento de uma conduta determinada
historicamente (...)”. A relação social é a fonte do desenvolvimento dessas
funções, particularmente na criança deficiente mental’’ (Vygotsky, 1989,
p.109).

4.4 – sobre a existência de campanhas que esclareçam o que o processo de


inclusão dentro da escola.

Diante dessa existência de campanhas sobre o processo de inclusão de


alunos com deficiência na escola 100% das mães responderam que sim existem
campanhas, para se ter a total certeza disso de acordo com a afirmação abaixo de
uma das mães entrevistadas afirma que:
Sabe existem sim, as professoras sempre fazem palestras com os alunos
com a participação dos pais, e geralmente nas reuniões de pais e mestres
elas fazem questões de tocar no assunto. (MÃE, 02)

E diante da inclusão educacional de crianças com necessidades especiais é


essencial que o professor busque inovar-se, adquirir sempre mais conhecimento,
pois todo o conhecimento que viermos a adquirir no dia a dia no contexto da
19

educação inclusiva em sala de aula no atendimento a essas crianças será sempre


pouco, porque todos os dias estaremos nos reciclando.

4.5 – Em relação como as mães veem o desenvolvimento dos filhos com


deficiência no processo de inclusão da escola.

As soluções sugeridas para se reverter esse quadro parecem reprisar as


mesmas medidas que o criaram. Em outras palavras, pretende-se resolver a
situação a partir de ações que não recorrem a outros meios, que não buscam novas
saídas e que não vão a fundo às causas geradoras do fracasso escolar. Esse
fracasso continua sendo do aluno, pois a escola reluta em admiti-lo como sendo seu.
De acordo com as respostas obtidas com as mães que foram entrevistadas
100% responderam que sim a cada dia elas observam que seus filhos tem um
desenvolvimento melhor na escola.
A inclusão também se legitima, porque a escola, para muitos alunos, é o
único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes
condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma
identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver
dignamente.
A inclusão também se legitima, porque a escola, para muitos alunos, é o
único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes
condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma
identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver
dignamente.

4.6 – E na questão se elas acreditam que a escola possui todos os


instrumentos para a inclusão dos alunos com deficiência.

Incluir é necessário, primordialmente para melhorar as condições da escola,


de modo que nela se possam formar gerações mais preparadas para viver a vida na
sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos
contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto,
pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma
evasão, uma criança estigmatizada sem motivos.
20

E de acordo com as mães que forma entrevistadas 100% deram suas


respostas que sim, a escola possui todos os instrumentos para essa inclusão de
alunos com deficiência.
Desde meados dos anos 80 e princípio dos 90, inicia-se no contexto
internacional um movimento materializado por profissionais, pais e as
pessoas com deficiência, que lutam contra a ideia de que a educação
especial, embora colocada em prática junto com a integração social,
estivera enclausurada em um mundo à parte, dedicado à atenção reduzida
proporção de alunos qualificados como deficientes. Surge também mais ou
menos nesta época o movimento que aparece nos EUA denominado
“Regular Education Iniciative” (REI), cujo objetivo era a inclusão na escola
comum das crianças com alguma deficiência (INCLUSÃO – REVISTA DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL, out. 2005).

4.7 - Quais os acompanhamentos profissionais necessários para a melhoria do


desenvolvimento escolar da criança com necessidades especiais.

Certamente, um acompanhamento de uma equipe de profissionais formada


por um psicólogo, fonoaudióloga, psicopedagoga e assistente social que engendra
e participa da caminhada do saber com os alunos deficientes e consegue entender
melhor as dificuldades e as possibilidades de cada um e provocar a construção do
conhecimento com maior adequação.
E de acordo com as mães entrevistadas 50% acreditam que o
acompanhamento desses profissionais melhora no desenvolvimento das crianças
que possuem necessidades especiais, e outras 30% acreditam que deve ter um
acompanhamento melhor, e 10% não possuem conhecimento sobre o assunto.

Gráfico 03
Não possuem conhecimento
sobre o assunto
11%
Acreditam que o
aompanhmento
de profissionais é
necessário para
melhora das
Acreditam que deve ter crinaças com
um acompanhemento deficiências
melhor 56%
33%

Fonte: Própria Autora, 2018.


21

4.8 – A família tem um papel fundamental no acompanhamento da criança na


escola e como é realizado esse acompanhamento por você.

A participação da família é fundamental para o desenvolvimento,


aprendizagem e interação da criança no contexto escolar. Visto que a inclusão não
se limita a colocar a criança dentro da escola, é preciso que ela consiga interagir de
acordo com suas potencialidades com outras crianças. De acordo com 100% das
respostas obtidas pelas as entrevistadas elas relatam que como podemos observar
na citação de umas das mães abaixo ela diz que:
Eu acho muito importante a participação da família na escola sabe! A gente
fica por dentro de tudo que acontece, ajuda nas tarefas da escola e como os
nossos filhos estão sendo tratados. (MÃE, 03)

Salientamos que é essencial a compreensão de que a inclusão e integração


de qualquer cidadão com necessidades especiais ou não, são condicionadas pelo
seu contexto de vida, ou seja, dependem das condições sociais, econômicas e
culturais da família, da escola e da sociedade.

4.9 – As intervenções feitas através da escola satisfazem as famílias.

A escola inclusiva deveria ser chamada de escola para todos, pois esta sim
está aberta totalmente para que qualquer pessoa possa ter uma educação digna,
sem ser necessário estudar em uma “escola especial’’, uma escola que abrigue as
diferenças e se enriqueça com elas, portanto, a inclusão deve ser defendida e
investida”.
De acordo com as mães entrevistadas 90% responderam que sim que as
intervenções realizadas pela a escola satisfazem todas, as atividades realizadas
neste tipo de trabalho devem ser abertas e diversificadas, além de flexibilizado para
a abordagem em vários níveis de compreensão, entendimento, apropriação e
desempenho nessas atividades, e 10% das entrevistadas relatam que não possuem
conhecimento sobre essas atividades.
O processo de ensino-aprendizagem de educando com ou sem deficiência
ocorre num processo de respeito, diálogo e trocas de vivências, pois se o educador
conseguir propiciar a seu educando um ambiente saudável, estimulante e facilitador
da aprendizagem, não haverá no ambiente escolar deficiências nem diferenças.
22

Gráfico - 04

90%

80%

70%

60%
Sim
50%
Não
40%

30%

20%

10%

0%

Fonte: Própria Autora, 2018.

5.0 – Os profissionais são preparados para atender a demanda da escola.

De acordo com as respostas das entrevistadas, 60% delas relataram que


sim, 40% das entrevistadas não souberam responder ou não entendem sobre o
assunto perguntado podemos observar essas respostas de acordo com o gráfico
exposto abaixo:

Gráfico - 05

Sim
Não

Fonte: Própria Autora, 2018.


23

A citação abaixo foi relatada por uma das mães que foram entrevistadas, por
tudo isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não
atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de
aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa
geral.
Sim, os profissionais são pessoas maravilhosas e atendem muito bem, tanto
os nossos filhos, e a gente também! Sabe às vezes nós estamos um pouco
aflita, pois cuidar de uma criança com deficiência não é fácil e os
profissionais da escola sempre estão nos apoiando. (MÃE, 03).

Os alunos cora deficiência constituem uma grande preocupação para os


educadores inclusivos. Todos sabem, porém, que a maioria dos que fracassam na
escola são alunos que não vêm do ensino especial, mas que possivelmente
acabarão nele! (Mantoan, 1999)

CONCLUSÃO

Educação é um processo de atuação de uma comunidade sobre o


desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade
pronta para a busca da aceitação dos objetivos coletivos. Para tal educação,
devemos considerar o homem no Plano físico e intelectual consciente das
possibilidades e limitações, capaz de compreender e refletir sobre a realidade do
mundo que o cerca, devendo considerar seu papel de transformação social como
uma sociedade que supere nos dias atuais a economia e a política, buscando
solidariedade entre as pessoas, respeitando as diferenças individuais de cada um.
Portanto, é importante reforçar o quão essencial é a instituição escolar e o
quão vital esta pode ser na construção de um projeto de uma nação soberana,
democrática, que organiza seus pilares econômicos na valorização do
conhecimento, da ciência e na busca do combate à desigualdade. No entanto,
educar é um processo amplo e complexo, que extrapola os muros escolares; por
isso a importância da criação de retaguardas e de outras políticas sociais e serviços
no entorno da política educacional.
A discussão acerca das políticas públicas tomou nas últimas décadas uma
dimensão muito ampla, haja vista o avanço das condições democráticas em todos
os recantos do mundo e a gama de arranjos institucionais de governos, que se
24

tornou necessário para se fazer a governabilidade. Entende-se por governabilidade


as condições adequadas para que os governos se mantenham estáveis. São essas
condições adequadas, enquanto atitudes de governos (sejam eles de âmbito
nacional, regional/estadual ou municipal), que caracterizam as políticas.
A escola como um dos principais equipamentos sociais, tem sido desafiada
cotidianamente em articular o conhecimento que é trabalhado no contexto escolar
com a realidade social do aluno, ou seja, seus problemas e necessidades sociais.
Neste sentido, se tornam essencial e fundamental que a escola comece a conhecer
a realidade social dos seus alunos, podendo também encurtar a distância que a
separa do universo familiar.
Nesse sentido, a contribuição que o Assistente Social tem a oferecer dá-se
também na atuação em equipes interdisciplinares, no âmbito das quais, os distintos
saberes, vinculados às distintas formações profissionais, possibilitam uma visão
mais ampliada, e compreensões mais consistentes em torno dos mesmos processos
sociais. Assim, o profissional do Serviço Social pode articular propostas de ações
efetivas, a partir do resgate da visão de integralidade humana e do real significado
histórico-social do conhecimento.
O assistente social deverá trabalhar com ações educativas e não só com
soluções de problemas, entendendo que a educação se constitui em uma política
social que tem como compromisso garantir os direitos sociais, consequentemente
podendo apresentar uma ampliação do conceito de educação impregnado na
sociedade atual.
Além do mais, o profissional de Serviço Social, inserido na escola, não
desenvolve ações que substituem aquelas desempenhadas por profissionais
tradicionais da área de Educação. Sua contribuição se concretiza no sentido de
subsidiar, auxiliar a escola, e seus demais profissionais, no enfrentamento de
questões que integram a pauta da formação e do fazer profissional do Assistente
Social, sobre as quais, muitas vezes a escola não sabe como intervir.
O assistente social pode atuar, também, junto ao Colegiado da escola, não
como membro eletivo, com direito a voz e voto, mas como assessoria, no sentido de
pensar e propor alternativas diante de problemas e demandas de decisões, típicas
dessa instância organizacional.
O contato direto com todas essas realidades (colegiado, grêmio, corpo
docente) proporcionará, ao assistente social, os caminhos para a inserção mais
25

natural no espaço escolar, para a percepção dos problemas e a elaboração de


ações de intervenção de maneira mais qualificada e própria da formação deste
profissional.
Algumas distinções, em termos das funções específicas do profissional da
Sendo assim, há uma grande necessidade de refletir sobre a efetiva contribuição do
Serviço Social na área da educação, mas para isso devemos conhecer as políticas
públicas que regem a mesma, pois sabemos que o profissional, assistente social,
esta dotado de conhecimentos para enfrentamento dos desafios existentes hoje em
todas as esferas da educação criando assim, Cria-se um caminho de mão dupla.
Sendo assim, o Assistência Social e os demais profissionais que estão
incluídos na escola também é, hoje, uma demanda emergente da política de
educação, no que se refere aos benefícios prestados aos alunos, ao atendimento
social às suas famílias e à orientação para a organização social.

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