Portaria 22129-2021 - Destinação - Fauna - Silvestre
Portaria 22129-2021 - Destinação - Fauna - Silvestre
Portaria 22129-2021 - Destinação - Fauna - Silvestre
22 de Janeiro de 2021
Ano · CV· No 23.074
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
III - Adaptação: capacidade que possuem os seres vivos de adquirir meios que os
habilitem a viver em um novo ambiente ou a um ambiente específico;
VIII - Entrega voluntária: entrega por livre e espontânea vontade de um animal, por um
particular ou instituição;
IX - Espécie: conjunto de indivíduos semelhantes, com potencial reprodutivo entre si,
capazes de originar descendentes férteis, incluindo aqueles que se reproduzem por
partenogênese;
X - Espécime: indivíduo;
XI - Fauna doméstica: toda espécie que, por meio de processos históricos tradicionais
e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico, apresenta características
biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, apresentando
fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que o originou;
XII - Fauna silvestre exótica: conjunto de espécies cuja distribuição geográfica original
não inclui o território brasileiro e suas águas jurisdicionais, ainda que introduzidas, pelo
homem ou espontaneamente, em ambiente natural, inclusive as espécies
asselvajadas e excetuadas as migratórias;
XIII - Fauna silvestre nativa: toda espécie nativa, migratória e qualquer outra não
exótica, que tenha todo ou parte do seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras;
XIX - Termo de Guarda de Animal Silvestre (TGAS): termo de caráter provisório pelo
qual o interessado, que não detinha o espécime, devidamente cadastrado no órgão
ambiental competente, assume voluntariamente o dever de guarda do animal
resgatado, entregue espontaneamente ou apreendido, enquanto não houver
destinação nos termos da lei.
CAPÍTULO II
DA DESTINAÇÃO DOS ANIMAIS SILVESTRES
Art. 3º - Os animais poderão ser recebidos nas Unidades Regionais (UR), Postos
Avançados (PA), Unidades de Conservação (UC), sede do INEMA em Salvador, ou
nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) por meio de entrega
voluntária, apreensão durante as atividades de fiscalização, atendimento a denúncias
e resgate nas situações de risco aos animais ou à população.
I - Soltura;
§ 2º Os animais que vierem a óbito, deverão ter suas carcaças encaminhadas para
instituições de pesquisa ou para empresas responsáveis pela coleta de resíduos
sólidos.
Parágrafo único. Para situações em que os animais não pertençam ao local onde
foram encontrados ou não haja área adequada para soltura imediata, estes deverão
ser encaminhados preferencialmente, para as áreas cadastradas para soltura pelos
órgãos ambientais competentes.
Art. 6º - Os animais que não forem considerados aptos para soltura, deverão ser
encaminhados para Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS).
Parágrafo único. Animais que não possam retornar a natureza, seja por aspectos
físicos ou comportamentais, conforme avaliação da equipe do CETAS, e que não
possam mais ficar sob a guarda provisória, podem ter como destinação final,
criadouros científicos, criadouros conservacionistas, mantenedouros de fauna silvestre
ou jardins zoológicos, devidamente licenciados e autorizados, conforme previsto na
Instrução Normativa IBAMA Nº 07, de 30 de abril de 2015.
Art. 11º - Os bens utilizados para cometer infração serão destruídos ou apreendidos e
encaminhados para armazenamento e ficarão sob a guarda ou controle do INEMA até
a adoção das providências.
CAPÍTULO III
DO TERMO DE GUARDA DE ANIMAIS SILVESTRES
Art. 13º - O Termo de Guarda de Animal Silvestre (TGAS) tem caráter provisório, para
os animais silvestres oriundos de Centros de Triagem de Animais Silvestres - CETAS,
ou de Centros de Reabilitação de Animais Silvestres - CRAS, quando houver
justificada impossibilidade das destinações previstas na legislação vigente.
II - Que constem das listas oficiais da fauna brasileira ameaçada de extinção, nacional,
estadual, ou no Anexo I da Convenção Internacional para o Comércio de Espécies da
Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção - CITES, salvo na hipótese de assentimento
prévio do órgão ambiental estadual competente, os quais deverão estar disponíveis
para programas de conservação de espécies, sem que haja a necessidade de
revogação do TGAS;
Art.15º - O animal objeto do TGAS deverá ser marcado individualmente, nos termos
da legislação vigente, devendo ser realizada pelo órgão ambiental antes da entrega do
animal, e constando explicitamente no termo emitido.
§ 2º - O laudo técnico elaborado pela equipe técnica do CETAS ou CRAS deverá ser
apensado ao processo de requerimento de guarda e uma cópia entregue ao guardião
juntamente com o animal objeto do TGAS.
Art. 17º - Fica instituído o cadastro informatizado, de caráter estadual, com o objetivo
de reunir informações, e possibilitar o gerenciamento e integração das concessões de
TGAS.
b) Cópia do RG e CPF;
§4º Fica a cargo do INEMA a realização de vistorias nos locais indicados pelos
requerentes habilitados para assinatura do TGAS, devendo ser elaborado relatório
conclusivo pelo deferimento ou indeferimento do pedido.
Art. 18º - O TGAS é de caráter pessoal e intransferível, não podendo ser concedido
nos seguintes casos:
§3º O guardião não pode utilizar o espécime sob sua guarda em atividades que
possam acarretar danos a sua saúde, nem submetê-los a exposição em locais
públicos e mídia sem autorização prévia e expressa do órgão ambiental competente;
Art. 19º - O TGAS será concedido nos autos do processo administrativo, observando-
se os requisitos e limites desta Portaria.
Parágrafo Único. A ampliação do número de animais poderá ser concedida pelo órgão
ambiental, mediante justificativa técnica, respeitado o limite previsto no item III do art.
18°.
Art. 20º - Não será concedido TGAS à pessoa com condenação transitada em julgado,
penal ou administrativa, decorrente de crime ou infração ambiental, nos últimos 5
(cinco) anos.
c) Alimentação fornecida; e
Art. 24º - O tutor será responsabilizado civil e penalmente, inclusive com a perda da
guarda do espécime, quando constatadas as seguintes irregularidades:
CAPÍTULO IV
DO CANCELAMENTO DO TGAS
I - morte do responsável;
II - impedimento;
III - desistência;
§ 1º Nos casos previstos nos itens I a IV do caput o órgão ambiental deverá ser
comunicado no prazo máximo de 30 (trinta) dias do ocorrido.
§ 2º O órgão ambiental competente, nos casos previstos nos itens I a IV do caput, terá
o prazo de 120 (cento e vinte) dias para proceder à realocação dos espécimes.
§ 3º Superado o prazo de que trata o §2o, o tutor do animal fará sua entrega ao órgão
ambiental.
§ 4º Nos casos previstos nos itens V a VII, além do recolhimento imediato do animal
pelo órgão ambiental, o responsável pela guarda do animal estará sujeito às sanções
previstas na legislação.
§ 3º Não será concedida autorização de transporte para fora dos limites do estado.
CAPÍTULO IV
DO CADASTRAMENTO DAS ÁREAS DE SOLTURA
Art. 28º - O INEMA deverá criar um cadastro para áreas de soltura de animais
silvestres nativos (ASAS), mediante interesse dos proprietários das áreas que
apresentem características adequadas para estes fins conforme Art. 30.
Art. 29º - O interessado em cadastrar sua propriedade como ASAS deverá solicitar o
cadastro no sítio eletrônico do INEMA, na sede do INEMA, Unidade Regional ou Posto
Avançado de abrangência, mediante preenchimento de formulário, conforme modelo
(Anexo IV).
§2º As áreas serão avaliadas quanto à viabilidade por técnicos do INEMA por meio de
vistoria técnica.
§3º Outras vistorias poderão ser realizadas nas áreas, antes do cadastramento, caso o
INEMA julgue necessário.
§4º O interessado em cadastrar sua propriedade como ASAS não poderá ter sido
considerado culpado, em processo administrativo ou judicial transitado em julgado,
cuja punição ainda esteja cumprindo, nos termos do inciso X do Artigo 3° do Decreto
nº 6.514, de 22 de julho de 2008 ou no inciso XI do Artigo 72 da Lei 9.605/1998.
§5º Para cadastrar áreas públicas como ASAS, devem ser seguidos os mesmos
procedimentos.
Art. 31º - A vistoria técnica necessária para avaliação das áreas a serem cadastradas,
além das características acima mencionadas, deve observar:
Art. 32º - As áreas aprovadas, após vistoria técnica, serão cadastradas, mediante
assinatura do Termo de Compromisso (Anexo V) e emissão de Certificado.
Parágrafo único. O certificado é válido por dois anos, contados da data de sua
emissão e renovado conforme avaliação dos resultados dos relatórios de
monitoramento e acompanhamento (ASAS II / ASAS III).
I. ASAS I - Área para soltura imediata: destinada a espécimes da fauna que não
necessitem de aclimatização e readaptação, recém-capturados, com previsão de
imediata destinação para soltura após a apreensão ou resgate;
II. ASAS II - Área para soltura com aclimatização: destinada a espécimes da fauna que
não necessitem de readaptação, mas que devem passar período de aclimatização.
Esta área necessitará de recintos com estruturas menos complexas, somente para a
manutenção dos espécimes em contato com o ambiente local;
III. ASAS III - Área para soltura com necessidade de readaptação: destinada a
espécimes da fauna que além de aclimatização, necessitam de recintos para
readaptação. Esta área necessitará de recintos adequados à readaptação, que
também podem funcionar para aclimatização.
§2º As áreas cadastradas como ASAS II e III, também poderão ser utilizadas para
soltura imediata.
§3º Para cadastramento das áreas nas categorias ASAS II e ASAS III, o proprietário
deverá apresentar ao INEMA:
§1º O órgão ambiental competente é responsável pela retirada e destinação final dos
animais silvestres após o período de reabilitação, destinando para soltura e os que
não se reabilitaram para criadouros científicos, criadouros conservacionistas,
mantenedouros de fauna silvestre ou jardins zoológicos, devidamente licenciados e
autorizados, conforme previsto na Instrução Normativa IBAMA Nº 07, de 30 de abril de
2015.
Art. 38º - As áreas de soltura cadastradas poderão ser desativadas a qualquer tempo,
mediante justificativa do órgão ambiental competente ou do proprietário.
Parágrafo único - Caso a área desativada seja do tipo ASAS II ou ASAS III, e ainda
houver animais nos recintos, os mesmos deverão ser encaminhados para soltura,
CETAS ou outra ASAS II ou III a depender da avaliação técnica do órgão ambiental.
CAPÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS NAS ASAS
Art. 41º - Para a realização de solturas de animais silvestre nas áreas cadastradas,
devem ser atendidos os seguintes procedimentos:
V - Avaliar a época do ano mais apropriada para soltura das espécies, considerando
disponibilidade de alimento (floração, frutificação, insetos), horário do dia, migração da
espécie, entre outros;
Art. 42º - O monitoramento dos animais silvestres soltos nas ASAS deverá ser
realizado pelo INEMA, podendo ocorrer sob a forma de parceria com outras
instituições afins.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 43º - Os Anexos I, II, III, IV, V e VI desta Portaria encontram-se disponíveis na
página eletrônica do INEMA (www.Inema.ba.gov.br).