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Contos de grin 19.09.

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Cara Professora,
Caro Professor,
Estamos oferecendo a você e a seus alunos um interessante livro de contos -
Contos de Grin Golados, do autor mineiro Leo Cunha. Junto com a obra, estamos
também oferecendo-lhe sugestões de atividades para tornar a leitura de seus alunos
mais significativa.

quais você, como o maior conhecedor de sua


Se você ainda não conhece o autor, lembre-se de que
na 4ª capa do livro há uma pequena biografia dele. Se
turma, poderá escolher os mais adequados
puder, entre no seu site: (http://leocunha.jex.com.br). para as suas crianças, ou a partir dos quais
poderá imaginar outras atividades.
De todo modo, é importante saber que se trata de um
Nem sempre a criança dará as respostas
autor com muitos prêmios nacionais, com prosa e
com poesia, desde sua estréia, em 1993. Vale a pena tão complexas quanto as que nós apresenta-
conhecer O sabiá e a girafa (Nova Fronteira); A meni- mos. Na verdade, tais respostas funcionam
na da varanda (Record); O menino que não mascava também como orientação para a leitura do
chiclê, Clave de lua (Paulinas); Pela estrada afora, As professor.
pilhas fracas do tempo (Atual); Conversa pra boy dor- Apesar de nos remeter aos contos de fadas,
mir e o Inventor de brincadeiras, da Dimensão.
muitas vezes contados e lidos para crianças
Três características muito marcantes deste autor você bem pequenas, lembramos que este livro é
perceberá facilmente nos contos desta obra: o humor, voltado para crianças a partir de 8 anos, ou
o tom poético e o gosto de brincar com as palavras.
mesmo antes, desde que elas não acreditem
em Papai Noel.
Como sempre, preferimos criar sugestões Outro ponto importante é que as crianças
para você, Professora, Professor, em vez de que conhecem as histórias recontadas aqui
elaborar uma ficha para o aluno preencher: (Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e Os Três
achamos que um dos aspectos importantes da Porquinhos) farão uma leitura mais rica dos
leitura – sobretudo a literária – é compartilhar contos deste livro, porque muito do humor
significados e emoções – o que será consegui- deles tem a ver com as alterações que o
do, em sua classe, não só no diálogo entre os autor Leo Cunha faz das narrativas tradicio-
alunos, mas também com você, o grande e nais.
sempre mediador da leitura. Por isso, muitas propostas de trabalho
Assim, apresentamos uma série de conside- estão relacionadas com os contos tradicio-
rações e sugestões de trabalhos, dentre os nais.
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Esse processo de recontar, alterando ou não poderão entender e até descobrir, com facili-
o cerne de outros textos, é conhecido com o dade.
nome de intertextualidade. Se o nome é com- Esses Contos de Grin Golados têm sido
plicado, esse expediente de nos apropriarmos, muito "curtidos" até por crianças bem peque-
em alguma medida, da fala ou da experiência nas (para essas, não contamos a primeira his-
do outro é mais comum do que podemos per- tória). Insistimos sempre nesta questão, para
ceber. Na verdade, tudo ou quase tudo que nós, fundamental: o ponto central de todo o
dizemos, criamos, ou experimentamos tem trabalho de mediação da leitura é propiciar a
uma sementinha em nossas experiências ante- aproximação prazerosa com o livro.
riores. Sem nos darmos conta disso, recriamos Esse prazer não pode estar, em momento
sempre o já criado. algum, ameaçado. Nenhuma atividade vale a
Esse procedimento é muito importante nas pena, se ela retira da leitura o prazer de desco-
artes e nas ciências. Aqui, interessa-nos a brir, de encontrar novas formas de ver o
abordagem da questão na literatura. mundo, de se divertir.
A maioria dos contos de fadas que conhece- Por isso, é a reação das crianças à história e
mos são versões dessas histórias, inicialmente o seu amadurecimento que vão determinar
escritas por Charles Perrault, depois, pelos que atividades são mais pertinentes para aque-
irmãos Grimm e por Andersen. A própria tra- le grupo.
dução e todas essas versões são intertextuali-
dades. Como são muito próximas dos origi-
nais, com poucas modificações – apenas com I- Criando a curiosidade em torno
mais ou menos detalhes, mais ou menos per- do livro - A título de motivação
sonagens – são exemplos de paráfrases.
Outras narrativas mudam muito as histórias: Imaginamos primeiramente a situação em
por exemplo, invertem as situações e caracterís- que as crianças não conhecem ainda o livro e
ticas das personagens, modificam o final. Mas você quer estimulá-las a ler e/ou adquiri-lo.
percebemos os traços da narrativa anterior, Este momento ocorre quase sempre em sala,
mesmo por trás dos elementos cômicos, em para despertar o interesse dos alunos pelo
geral predominantes. São as chamadas paródias. livro e suas histórias. Você deve ter o livro em
Os Contos de Grin Golados são claramente mãos, mas os alunos não precisam tê-lo, neste
paródias. A própria brincadeira do título suge- momento. É óbvio que você já terá lido a
re isso. obra, para poder, de repente, aproveitar algum
É claro que, com as crianças, você não vai dado da história, a partir da fala de alguma
usar esses nomes complicados: intertextuali- criança.
dade, paráfrase, paródia. Mas o processo elas
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1- O título Agora, discuta com eles os elementos da


capa.
Comece por explorar com os alunos o títu- Faça perguntas que ajudem a criar interesse
lo do livro. É necessário que você fale o título, pela(s) história(s).
separando bem as sílabas, como estão na
capa: Contos / de Grin / golados. A - O que a imagem nos mostra? Já sabemos
que o livro contém mais de uma história. A
A - Veja se eles, de início, já fazem a relação capa dá uma sugestão de quantas são?
com o nome dos irmãos Grimm. Se não,
tenha à mão algum livro desses dois escrito- (A ilustração da capa apresenta três núcleos
res alemães, para eles verem alguns títulos claros. O mais evidente é o que traz os 3 por-
de histórias escritas por eles. quinhos. Há duas figuras femininas. Uma tem
longos cabelos vermelhos, o que pode ser dica
B - Chame a atenção deles para o resto da pala- para muitos alunos descobrirem uma segunda
vra de grin golados. A palavra formada história – a de Rapunzel. A outra figura não
(degringolados) é conhecida? Se não conhe- facilita uma antecipação de sua história.
cem, a palavra parece significar coisa boa ou Incentive as crianças a fazerem hipóteses
ruim? (Se for fácil, deixe que eles olhem a sobre ela. Se não acertarem, mostre a página
palavra no dicionário.) Que tipo de história onde aparece o título da primeira história:
podemos esperar, a partir dessa palavra? Chapeuzinho de Natal. Leia também o título
das outras histórias: Rapunzel no Alto da Torre
(Deixe que eles opinem livremente. Não há e Pedrito, Palito e Palhaço.)
respostas erradas, uma vez que são hipóteses.
O importante é você não dar as respostas, para B - Alguém quer contar rapidamente as histó-
não diminuir o interesse de procurá-las nas his- rias identificadas?
tórias.)
(Veja que o resumo que eles vão fazer é um
2- A capa exercício de intertextualidade. Peça aos cole-
gas que ajudem o aluno que está resumindo o
conto, se for o caso. É fundamental que eles
tenham a história viva na cabeça, para perce-
ber melhor as mudanças que vão ocorrer nos
Contos de Grin Golados.)
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C - Comente cada título: editora, informe pelo menos sua sede: Belo
Horizonte.)
* Que relação pode existir entre
Chapeuzinho e o Natal? 3- Folheando o livro

(Deixe que façam hipóteses, sem dizer a Proponha que os alunos folheiem o livro,
relação estabelecida no conto.) sem a preocupação de ler qualquer coisa, para
criar uma primeira impressão sobre a obra.
* Como podemos justificar o título Deixe que apresentem suas impressões sobre
Rapunzel no Alto da Torre? ilustrações, cores, etc. É um momento de apro-
ximação, para sentir o livro, ter uma primeira
("No alto da Torre" já sugere que a história impressão sobre ele.
começa próximo do fim -– ela já é moça – e
nos prepara para a situação mais dramática II - LENDO O LIVRO
que existe no conto de Grimm: a moça presa
na torre.)
Imaginamos que a motivação para a leitura
do livro tenha funcionado e que os alunos
* A história tradicional se chama Os três
estão com os livros em mãos. Se a motivação
porquinhos. Em muitas histórias, eles apare-
para chegar ao livro ocorre fundamentalmente
cem com os nomes Pedrito, Palito e
em sala de aula, a leitura da obra pode dar-se
Palhaço. Que diferença existe neste título?
fora da sala.
O que pode acontecer de novidade, a partir
* Enquanto estão lendo o livro fora da classe,
dessa diferença?
você pode, a cada começo de aula, conversar
rapidamente sobre as narrativas: que história já
(Em todas as histórias que acompanham o
leram? Que cena acharam mais interessante?
conto tradicional, a ordem em que os porqui-
* Depois de ler todo o livro, você pode
nhos aparecem na história é a inversa. Deixe
pedir a releitura em grupos de um conto com
que apareçam livremente as hipóteses sobre os uma pergunta a responder, dentre as atividades
acontecimentos da narrativa, por causa da propostas mais adiante. Em seguida, ou no dia
inversão da ordem dos nomes.) seguinte, cada grupo apresenta suas posições e
"descobertas" para a turma toda.
D - Os nomes : além do nome da editora,
há os nomes do autor e do ilustrador. Lendo cada um dos contos
(Mostre o retrato e leia alguma coisa da bio- Enquanto os alunos estão lendo o livro
grafia deles, na quarta capa do livro. Sobre a inteiro, você pode propor que, em grupos, se
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detenham mais em um dos contos. (ATENÇÃO! Mais para o fim da história, o


Possivelmente, mais de um grupo cuidará de narrador fala em fita verde no cabelo, e apre-
uma mesma narrativa, o que dá oportunidade senta uma fala da menina em que ela disse
de uma boa troca de idéias. Nesse caso, um que tinha medo do lobo. Esses dados fazem
expediente interessante é, antes da apresenta- referência a um conto de Guimarães Rosa
ção para toda a turma, os grupos que trabalha- recriando a mesma história. Possivelmente o
ram a mesma história se reunirem, para com- texto não seja adequado a seus alunos, mas a
plementar ou discutir as posições de cada um. narrativa é tão bela, que vale a pena você
conhecê-la. Seu título é Fita Verde no Cabelo,
1- Chapeuzinho de Natal e está no livro "Ave, palavra".)

A - Veja como o autor começa a história: C - Para continuar as diferenças, que


este início é parecido com outros contos de expressão substitui o clássico "Um dia"?
fadas? (Naquele dia)
D - A partir desse ponto, procure ver todas
(A introdução da história corresponde ao as semelhanças e as diferenças que há entre o
texto da primeira página da narrativa (p. 5). A conto tradicional e este.
diferença começa quando o narrador põe a
história mais perto no tempo “há poucos e (* Semelhanças:
poucos anos” e no espaço “numa cidade perto - a ida à casa da avó, a pedido da mãe;
daqui”). - as flores, levadas para a avó;
- a conversa da menina com o lobo/ Papai
(ATENÇÃO! Tenha livros com contos de Noel, com as famosas perguntas. Por
fadas tradicionais para os alunos consultarem, exemplo, "para quê esses olhos tão gran-
sempre que preciso.) des?" vira "por que seus olhos se parecem
tanto com os do meu pai?"
B - A descrição da menina junta caracterís-
ticas de meninas-personagens importantes de * Diferenças:
outras histórias da literatura brasileira. Vocês - a data do pedido da mãe: véspera de Natal;
conhecem essas histórias? a avó não está doente;
- as flores são compradas num shopping, e
(As histórias são: O Menino Maluquinho, não colhidas na floresta;
de Ziraldo; Reinações de Narizinho, ou outras - a presença do pai, que não existe no conto
histórias do Sítio do Picapau Amarelo, de tradicional;
Monteiro Lobato; Menina Bonita do Laço de - a desconfiança da menina, que no conto
Fita, de Ana Maria Machado.) tradicional era muito ingênua;
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- a reprimenda de Chapeuzinho, feita à avó; 2- Rapunzel no Alto da Torre


- a questão central: a descoberta da verdade
sobre Papai Noel.) A - Esta história é muito parecida com o
conto tradicional. A diferença está sobretudo
na brincadeira e no humor, ausentes na narra-
tiva dos Grimm. Aqui também procurem as
semelhanças e as diferenças das duas histórias.

(* Semelhanças:
- Rapunzel presa na torre, por obra de uma
bruxa;
- a chegada do Príncipe;
E - Vocês conhecem a expressão "com a - a subida dele à torre pelas tranças da
pulga atrás da orelha"? O que significa? Uma moça.
passagem/parte da história põe essa pulga em * Diferenças:
evidência. O que há de divertido nesse trecho? - o tom de humor, presente em todo o texto:
" e virou esta linda moça da ilustração"
(A menina coça uma pulga que é imaginá- " – Eu sou o Príncipe. Encantado em te
ria; a pulga tem uma musiquinha, que conhecer..."
Chapeuzinho canta, substituindo a "Pela estra- " – Suba logo, rapaz, que a bruxa já vem!"
da afora...."; em vez de empolgada, a menina - a bruxa esperneando , deitada no chão.)
vai "empulgada".
No final da história, a pulga reaparece, ligada - São especialmente divertidas as insistentes
à leitura de obras literárias. É que a arte tem mui- referências a um equipamento que não existe:
tas vezes a intenção de nos pôr uma pulga atrás o elevador.
da orelha; quer dizer, a arte nos "incomoda",
nos convida a rever nossas crenças e posições.)

F - Ao lado do humor, a história é cheia de


ternura, é poética. Que acontecimento cria a
delicadeza do fim da história?

(A última pergunta da Chapeuzinho é res-


pondida com sinceridade pelo pai, e a menina
entendeu que tudo era uma forma de mostrar
o amor dele por ela.)
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3- Pedrito, Palito e Palhaço

A - A primeira atividade é voltar às hipóteses


que as crianças fizeram, para explicar a inver-
são da ordem dos nomes das personagens.
O importante é perceber que a ordem mos-
tra quem vai ser o "salvador" da pátria: ele é o
último. No conto tradicional, Palhaço é o irres- * Vejam o que há de interessante nas seguin-
ponsável, o de cabeça mais fraca. Pedrito é o tes expressões:
mais previdente, responsável, e, portanto, o sal-
vador dos irmãos. - " o lobo mau mal mal acreditou."
(O narrador fez um jogo entre palavras
B - Indiquem as semelhanças e as diferenças muito parecidas.)
entre o conto tradicional e este.
- "Aquele ali adora levar a vida na flauta".
(* Semelhanças:
(Levar a vida na flauta significa viver des-
- as personagens;
preocupadamente, sem grande trabalho.)
- a perseguição do lobo aos porquinhos;
- a destruição da casa de Palito; - ...já pensando em trocar de nome."
- a musiquinha do final da história. (O lobo estava achando que devia tirar o
"Mau" do nome, porque ele não conseguia
* Diferenças (além da inversão do título): nem pegar os três porquinhos.)
- a personalidade de cada porquinho;
- a casa de Pedrito incompleta; D - Em vários momentos, o narrador ou as
- a casa engraçada de Palhaço, que não foi personagens lembram a história tradicional.
reconhecida pelo lobo; Procurem encontrar os trechos em que isso
- a valorização do artista.) acontece.

C - Neste conto há ainda mais brincadeiras (* Era uma vez aqueles três porquinhos.
com as palavras do que nos outros contos. * ... e sabiam, de cor, que o lobo mau vivia
ali por perto.
* Por que o narrador diz que Pedrito "gastou * Nem precisou soprar pra derrubar a casa.
tanto tempo com preparos e proparoxítonos"? * E, como todo mundo já sabe, a casa de
(O trecho anterior é cheio de palavras pro- Palito voou pelos ares.
paroxítonas.) * – Se o lobo isso, se o lobro aquilo... – zom-
bou Palhaço. – Que chatice! se acontecesse
isso tudo, a história era outra.
... saiu tocando sua famosa musiquinha.)
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E - "Era uma casa muito engraçada. Não 3- Proponha aos alunos a produção de um
tinha teto, não tinha nada (que parecesse).." texto contando como ficaram sabendo que
Vocês já ouviram essas frases? Onde? Papai Noel não existe e qual a reação que tive-
(O autor lança mão de um trecho de uma ram.
outra obra. Este trecho começa o poema/músi- 4- Proponha que os alunos façam o mesmo
ca "A casa", de Vinícius de Moraes, do livro A que Leo Cunha fez com essas três histórias: a
Arca de Noé.) modificação dos contos tradicionais. Eles
podem trabalhar com esses ou outros contos.
III- DANDO SUA OPINIÃO SOBRE O Discuta com eles as modificações pretendi-
das. Lembre a eles que qualquer autor reescre-
LIVRO ve seus textos muitas vezes, até ficar satisfeito
com eles.
Vocês gostaram do livro? Ou não? Qual a Promova um tempo especial para a leitura
história preferida? Expliquem suas das produções.
razões . 5- Escrevam para o autor contando o que
acharam do livro e fazendo-lhe perguntas
(Dê oportunidade para que sobre sua obra, sua forma de escrever e sobre
todos externem francamente sua sua vida. O endereço é o da Editora, e está na
opinião. Procure estabelecer um página 2 do livro.
diálogo entre as várias opiniões,
fomentando com perguntas a fala
dos alunos. Procure registrar as
razões principais das preferências e
do desinteresse.)

IV- INDO ALÉM DAS HISTÓRIAS


1- Proponha que os alunos entrevistem os
pais e avós sobre a versão que conhecem das
três histórias. Eles trazem para a sala o que
encontraram e comandam uma discussão
sobre as diferenças.
2- As três histórias são muito fáceis de ser
encenadas. Proponha aos alunos a dramatiza-
ção de uma ou de todas as histórias. Dê a eles
tempo para o(s) ensaio(s).

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