Aplicações Da Glicerina

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Aplicações da glicerina no mercado e potencial

energético

Resumo

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de biodiesel, consequentemente de glicerina. De acordo


com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2021 foi a maior produção de biodiesel. Foram
fabricados quase 7 milhões de metros cúbicos no país. Produzindo assim 5% a mais que o volume de
2020. O biodiesel, pela via metílica ou etílica, além do biodiesel, gera glicerina; esse subproduto tem
despertado o interesse do mercado para vários fins. Este trabalho analisou as opções de destinação e uso
da glicerina, um subproduto da produção de biodiesel com crescente interesse do mercado. Realizou-se
uma revisão de literatura para conhecer-se as principais destinações da glicerina no mercado brasileiro e o
potencial energético. As pesquisas sobre as utilizações da glicerina apontaram para: desenvolvimento de
outros compostos químicos a partir da glicerina; a produção de aditivos para gasolina e novos
combustíveis, e a purificação de glicerina. E existe, ainda, um potencial para produção de energia
renovável, mas é uma aplicação pouco explorada devido a rentabilidade das aplicações mais exploradas.
Conclui-se de que o potencial energético encontrado para a glicerina foi positivo, viabilizando o uso da
glicerina para produção Biogás, na indústria farmacêutica e com grande potencial na alimentação de
animais. Há um grande potencial energético para a produção de energia renovável, mas pouco explorada
devido a rentabilidade econômica das principais aplicações – novos produtos químicos, aditivos para
gasolina e purificação da glicerina.

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INTRODUÇÃO

O glicerol é um composto orgânico, pertencente ao grupo dos álcoois, cujos derivados


possuem diversas aplicações em áreas e indústrias distintas, sendo em sua maioria indústrias de
cosméticos e fármacos. Ele é um componente do metabolismo normal dos animais, sendo
encontrado na circulação e nas células (Menten et al, 2008), e está presente em óleos e gorduras,
tanto de origem animal, quanto vegetal, ligado a ácidos graxos formando uma molécula de
triacilglicerol. É uma das mais versáteis e valiosas substâncias químicas conhecidas para o homem.
Comercialmente, o glicerol recebe, o nome de glicerina (ARAÚJO et al, 2010).

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),


foram gerados mais de 494,6 mil m3 de glicerina em 2019 e grande parte deste material foi
exportado de forma bruta, que tem um baixo valor comercial. A glicerina bruta tem um valor de
mercado muito baixo devido suas impurezas. A composição desta glicerina varia dependendo da
família da matéria prima utilizada e as condições do processo de produção do biodiesel. A
composição química das diferentes gorduras e óleos usados para fabricar o biodiesel tem algumas
diferenças entre si (POSADA-DUQUE et al, 2010).

De acordo com Pinto et al (2012), as principais aplicações desta substância são: síntese de
resina e ésteres com 18%, aplicações farmacêuticas com 7%, uso em cosméticos com 40%, uso
alimentício 24% e outros 11% e que a Ásia é o maior consumidor e produtor de glicerina refinada,
respondendo por 40% da produção em 2010. A glicerina bruta pode ser utilizada em construções
civis, em defensivos agrícolas, destilações e nutrição animal. Já a bidestilada pode ser utilizada em
setores como: de alimentos, têxtis, cosméticos, limpeza, explosivos, papéis, plásticos etc.

Segundo Karam et al (2016), a glicerina é utilizada para a conservação de peças


anatômicas, como exemplo a glicerina semipurificada, que foi utilizada por Carvalho et. al (2013),
e Hammer et al. (2012), para a preservação de órgãos humanos, utilizou uma solução constituída
por etanol e glicerina. A técnica de preparação utilizando glicerina, com base nas descrições e os
métodos utilizados em vários contextos, tem beneficiado a duração das peças anatômicas, nas
quais se pode observar um efeito de durabilidade prolongada, sendo armazenadas por um longo
período (MUÑETÓN GÓMEZ & ORTIZ 2013).

O RenovaBio é um programa que permite o aumento da produção de biocombustíveis e


o estímulo da competitividade entre usinas. Tendo como objetivo a diminuição de emissão do
CO2 e contribuir com a diminuição do efeito estufa, o RenovaBio traz a proposta de gerar valor

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em processos menos poluentes e mais eficientes. Existem vantagens sociais, políticas,
tecnológicas e macroeconômicas na substituição de combustíveis, tais como nas máquinas
agrícolas a substituição pelo biometano (gás de derivação do biogás). Em uma unidade de
produtora de biocombustíveis, a implantação de uma biorrefinaria pode ter o aumento de
produtos oferecidos. Assim como uma planta de biogás, com o uso de diversos substratos tal
como a glicerina, tem a capacidade de gerar biogás com alto valor de CH 4 (cerca de 50% a 80%) e
o seu digestato pode ser utilizado como fertilizante.

Devido ao crescimento do mercado da produção de Biodiesel, já que os altos volumes se


tornaram um gargalo pois ela atende um mercado muito específico e restrito. Por conta desta
restrição, tenta-se ser encontrar alternativas para a glicerina proveniente do biodiesel.

O presente artigo teve como objetivo apresentar e avaliar as aplicações do glicerol e


identificar seu potencial energético; avaliar as rotas anaeróbicas e térmicas – para uso energético;
quebra e refino da glicerina para uso farmacêutico e alimentício. E qual glicerina mais indicada
para cada setor.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Mendes et al (2012), reforça com sua colocação, que a necessidade do aumento na


investigação científico/tecnológica, referindo-se à utilização da glicerina, oriunda de processos de
produção de biodiesel, faz-se necessária, podendo essa se tornar uma importante matéria-prima
para a indústria química, ocupando parcela considerável da nafta petroquímica na produção de
plásticos e outros derivados químicos de maior valor agregado. Algumas novas rotas de
purificação e tratamento, usando a glicerina, estão sendo investigadas, para que a entrada do
biodiesel no mercado nacional venha a ser efetiva e os preços desse combustível se mantenham
estáveis, propiciando, também, o crescimento de uma nova linha de investigação, a chamada
gliceroquímica. Todavia, faz-se necessário encontrar rotas mais viáveis e que apresentem alta
eficiência na remoção de impurezas.

Após a reação de transesterificação, a massa reacional final é constituída de duas fases,


separáveis por decantação ou centrifugação. Essa decantação pode ocorrer em tanques
horizontais, onde a separação das fases ocorre com maior facilidade. A centrifugação também é
uma forma eficiente e mais rápida de separar as fases no processo de produção de biodiesel. Para
a glicerina atender as exigências das indústrias, necessita-se atingir um elevado grau de pureza. O
grau de pureza da glicerina bruta proveniente do biodiesel só pode ser alcançado através de

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processos complexos e caros como a destilação e, especialmente, no caso da glicerina, procedente
da transesterificação de óleos e gorduras residuais. O processo é tecnicamente complexo e sua
viabilidade econômica precisa ser muito bem avaliada (ROBRA, 2006; MENDES et al, 2012).

Biogás

Segundo Siqueira (2012), a glicerina possui propriedades físico-químicas que são


convenientes a digestão anaeróbica, por ter uma composição rica de carbono com alta
degradabilidade, que pode ser aproveitada junto de outros resíduos orgânico. Siqueira et al (2012),
menciona que a biodigestão anaeróbica de resíduos orgânicos proporciona o aproveitamento
energético por meio da utilização do biogás gerado, podendo ser usado como fonte primária de
energia para fonte de calor, e eletricidade em motores geradores, ou ainda ser purificado e usado
em veículos automotores na forma de metano.

Côté et al (2006), apontam que a biodigestão anaeróbia pode ser definida como uma complexa
interação de microrganismos que degradam os diversos componentes orgânicos presentes no resíduo
até a forma final de metano e dióxido de carbono, principalmente. (SCHWINGEL et al, 2016). Nesse
sentido, Robra et al (2010) afirmam que a glicerina bruta é uma fonte de carbono adequada para
processos anaeróbios microbiológicos em biodigestores, sendo uma possível solução para a recuperação
da glicerina bruta proveniente da produção de biodiesel no Brasil, constituindo uma fonte de energia
renovável e versátil (KONRAD et al, 2010).

De acordo com Nagamani e Ramasamy (1999) e Robra (2006), em um biodigestor


anaeróbio a decomposição do substrato e a formação do biogás ocorrem em etapas que podem
ser divididas didaticamente para maior entendimento. Na Tabela 1 é possível visualizar estas
etapas de maneira resumida (BERTOZZO, 2013).

Tabela 1. Resumo das etapas da biodigestão anaeróbia

Etapas Processo químico Produtos Intermediários Tipo de bactérias


açúcares simples Bactérias anaeróbias
1 Hidrólise aminoácidos facultativas (Bactérias
ácidos graxos hidrolíticas)

Ácidos graxos de cadeia


curta Bactérias formadoras
2 Acidogênese CO2 de ácidos (Bactérias
H2 fermentativas)
Álcoois

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Ácido acético Bactérias formadoras
3 Acetogênese CO2 de ácido acético
H2 (Bactérias acetgênicas)

CH4
CO2 Bactérias formadoras
4 Metanogênese H2O de metano (Bactérias
H2S metanogênicas)
N2
Fonte: Adaptado de Eder e Schulz (2007) apud Backes (2011); Bertozzo (2013).

Konrad et al (2012), concluiu em sua pesquisa que a adição de 6% de glicerina ao


substrato bovino incrementou o potencial do biogás em 206,07%, o que evidenciou sua
potencialidade como cossubstrato na geração de biogás. E em relação ao potencial energético,
afirmou que houve um incremento de 157,36% com relação à amostra controle. Pela Tabela 2,
pode-se observar que a amostra com glicerina, houve um aumento da relação do
carbono/nitrogênio de 49% e que houve um incremento de 38% DBO e uma pequena redução
de sólidos totais em 12%. Acontecimentos ligados a carga orgânica da glicerina, que é
consideravelmente alta.

Tabela 2. Resultados da experimentação com e sem glicerina

Sólidos Sólidos Sólidos Relação


Análise base pH DBO
Totais Voláteis Fixos C/N
Pré- 17000
7,62 5,52% 73% 26% 5,9:1
Experimentação mg/LO2
Pós-
2000
experimentação 7,4 5,55% 65,68% 43,31% 4,69:1
mg/LO2
sem glicerina
Pós-
experimentação 23500
5,12 4,06% 63,65% 36,34% 8,84:1
com 6% de mg/LO2
Glicerina
Fonte: Adaptado de Konrad (2012).

Já Pazuch et al (2017), concluiu em seu experimento que: a adição de 4% (mm -1) resultou
em uma produção de biogás significativamente maior, embora a eficiência na remoção de matéria
orgânica tem sido seriamente comprometida. Se o objetivo for apenas a produção biogás, sem
levar em consideração a qualidade do efluente gerado, o acima a concentração é a que melhor
atende a esse requerimento. Ressaltando que a adição de 6% de glicerina causa instabilidade ao
processo devido ao provável acúmulo de voláteis ácidos graxos, criando um ambiente tóxico para
microrganismos metanogênicos e causando uma interrupção da produção de biogás.

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Schwingel et al (2017), concluiram que a adição de 5 a 6% de glicerina bruta (com 39,3%
de glicerol em sua composição) melhora a produção e o potencial de produção de biogás por
litros de afluente adicionados, quando submetidos entre 17 e 24 dias de retenção nos
biodigestores. As reduções de ST, FDN e FDA são favorecidas com o aumento do tempo de
retenção e inclusão da glicerina bruta. Para biodigestores semi contínuos, manejados sob
condições semelhantes a este trabalho, com TRH (tempo de retenção hidráulica) igual ou inferior
a 10 dias, a utilização da glicerina bruta não é indicada.

Bertozzo (2013), teve como objetivo avaliar a co-digestão de dejetos de bovinos leiteiros e
dois tipos de glicerina: bruta e bruta loira, em biodigestores anaeróbios operados em sistema
semi-contínuo, sob delineamento experimental inteiramente casualizado com cinco repetições
por tratamento, sendo DBL – dejetos de bovinos leiteiros + água; DBL+GB – dejetos de
bovinos leiteiros + glicerina bruta + água; DBL+GL – dejetos de bovinos leiteiros + glicerina
bruta loira + água. A Tabela 3 apresenta os resultados.

Tabela 3. Produção média de biogás (m 3) com o respectivo teor de metano (CH 4), obtida da
biodigestão anaeróbia, em sistema semi-contínuo, de dejetos de bovinos leiteiros (DBL), de
dejetos de bovinos leiteiros e glicerina bruta (DBL+GB) e de dejetos de bovinos leiteiros e
glicerina bruta loira (DBL+GL)

Tempo de Tratamentos ➝% de
experimento glicerina bruta Média de Biogás (m3) CH4 (%)
(dias) adicionada
DBL➝0 0,0085 b 63,5
30 DBL+GB➝1,25 0,0234 a 64,8
DBL+GL➝1,25 0,0235 a 63,5

DBL➝0 0,0127 b
63,0
60 0,0271 a
DBL+GB➝2,25 64,0
0,0270 a
DBL+GL➝2,25 62,6

DBL➝0 0,0126 b
64,8
90 DBL+GB➝5 0,0257 a
65,9
DBL+GL➝5 0,0249 a
66,0

DBL➝0 0,0127 b 65,5


120 DBL+GB➝7,5 0,0221 a 63,9
DBL+GL➝7,5 0,0220 a 64,8

DBL➝0 0,0128 b
64,7
150 DBL+GB➝10 0,0210 a
64,5
DBL+GL➝10 0,0209 a
61,8

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DBL➝0 0,0125 b
64,1
180 DBL+GB➝15 0,0179 a
67,1
DBL+GL➝15 0,0188 a
59,6

DBL➝0 0,0122 b
65,0
210 DBL+GB➝20 0,0173 a
66,6
DBL+GL➝20 0,0166 a
60,2

Total de 210 DBL➝0 2,5161 b


64,4
dias de DBL+GB➝total 4,6369 a
65,3
experimento DBL+GL➝total 4,6079 a
62,9

Fonte: Adaptado de Bertozzo (2013).

Uso Energético Térmico

Segundo Viana et al (2012), o biogás produzido em um sistema anaeróbio digerindo


glicerol residual pode ser utilizado, por sua vez, para geração de energia térmica ou elétrica. O
desempenho energético, bem como sua eficiência, depende de algumas variáveis importantes que
estão intrinsecamente ligadas ao tipo de matéria-prima que passa pela transesterificação durante o
processo de produção de biodiesel. Os parâmetros de biodegradação e de potencial de produção
de metano (PPM) são ótimos julgadores do processo global da transformação de glicerol em
biogás, pois variam de forma considerável de acordo com os grãos ou sementes utilizadas. Para
fins paramétricos, utilizando alguns tipos diferentes de oleaginosas no processo de
transesterificação e um processo único de digestão anaeróbica do glicerol, observou-se que
existiu uma variação entre o PPM e a biodegradação total que foram justificados por algumas
variáveis presentes na composição físico-química do glicerol, tais como: pH, porcentagem de
cinzas, pureza, umidade e taxa de matéria orgânica não glicérica (NASCIMENTO et al, 2016).

Leitão et al (2011), utilizou-se um reator anaeróbico de manta de lodo e fluxo ascendente


tipo UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket ), em escala laboratorial. Ao reator foram
adicionadas uma carga orgânica volumétrica (COV) de 10 kg DQO/m³/dia, glicerol residual com
80% de pureza e outros insumos vitais para a biodegradação, resultando na produção de 61,5
L/dia de biogás com concentração média de 60% de metano. Empregando-se os parâmetros
estabelecidos por Viana (2011), pode-se inferir que, nesse processo, foi possível produzir cerca de
0,300 m³ de CH4/kg de glicerol, resultando, teoricamente, num retorno de 200 kW térmicos por
tonelada de glicerol convertido em metano (NASCIMENTO et al., 2016).

A Tabela 4 apresenta os resultados citados por Maturana (2011), para a combustão de


glicerol, diesel e propano em queimadores tipo vórtice.

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Tabela 4 - Combustão de glicerol, Diesel e Propano em queimadores tipo vórtice

Glicerol Glicerina Glicerina


Propano Diesel
USP Bruta Técnica
Carga (kW) 7,3 7,3 7,3 7,4 7,4 7,3 7,3 80,5 53,9
Ração de 0,444 0,392 0,37 0,562 0,488 0,645 0,488 0,63 0,77
equivalência1
Ração 2,25 2,55 2,71 1,78 2,05 1,55 2,05 1,58 1,3
estequiométrica1
NOx (ppm) 3 3,5 3,6 60,2 62,8 74,7 62,5 146,5 118,3
NOx a 0% de 6,9 9,1 9,6 110,5 135,4 117,8 128,6 235,2 155,5
O2 (ppm)
O2 (% v/v) 11,8 12,9 13,3 9,6 11,3 7,7 10,8 7,9 5,1
CO2 (% v/v) 7,3 6,7 6,3 6,8 5,9 7 6,2 12,5 15,4
CO (% v/v)2 0 0,01 0 0,01 0 0 0 - -
HCT (ppm) - - - - - - - 4,7 7,1
MP (g/m3) - - - - - - - 2,20 3,38
Temperatura 958 901 877 1001 974 986 946 1041 1075
saída (º C)
Temperatura 1201 1103 1060 1359 1213 1628 1343 1782 1716
chama (º C)3
Fonte: Maturana (2011).

A conversão do glicerol em biogás acarreta perdas energéticas consideráveis, tanto para a


geração de energia térmica quanto elétrica, quando comparada à queima direta do glicerol
(MATURANA, 2011). É necessário considerar os aspectos ambientais de ambos os processos.
Normalmente, a biodigestão do glicerol ocorre associada a algum outro material orgânico residual
como forma de incrementar o processo anaeróbico de biodigestão. Assim, a biodigestão do
glicerol residual pode servir para o tratamento complementar de outros tipos de resíduos
orgânicos, tais como esgoto, dejetos agrícolas e domésticos ou ainda lodo industrial. O glicerol
pode compor proporções 1:1 nos biodigestores, ou ainda ser empregado como um adjuvante
indispensável para a geração de metano a partir de outros resíduos orgânicos em maior
quantidade (NASCIMENTO et al, 2016).

Setor Farmacêutico

De acordo com Vieira (2008), a glicerina proveniente do Biodiesel, tem pequenas


quantidades de impurezas e para a purificação, acaba sendo um processo caro, para que possa ser
utilizada nos setores de cosméticos e de limpeza, que são os setores que mobilizam o mercado
global da glicerina. As propriedades umectantes e lubrificantes, além de ser solvente, por haver
mais substâncias que a própria água, tornam a glicerina um produto apreciado.

D’Arce (2008), prevê um incremento no uso da glicerina pela indústria de alimentos,


acompanhando tendências de aplicação de novos ingredientes e novos métodos de conservação.
Por se tratar de uma substância glucogênica, pode ser utilizada em formulações para alimentação

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animal. Em vacas leiteiras de alta produção, é associada à prevenção da cetose. Estudos avaliam a
adição de diferentes níveis de glicerina à ração, atingindo até 20% de concentração. De maneira
geral, para ruminantes, conclui-se que a glicerina pode substituir parte dos carboidratos da dieta
sem afetar a saúde e o desempenho dos animais.

Canesin et al (2014), concluiu que o processo de pré-purificação foi eficaz para remoção
de ácidos graxos livres, sais e impurezas que conferem cor e odor à glicerina bruta, no caso da cor
conseguiu-se redução de até 86,34 % (amostra proveniente do óleo de soja novo). Os processos
de troca iônica foram eficientes na remoção de sais e de pigmentos que não foram removidos na
pré-purificação. Além da excelente redução de cor das amostras e um grande aumento na
quantidade de glicerol, comparando-se as amostras de glicerina bruta com as amostras de
glicerina purificadas com as resinas de troca iônica.

Sena (2008), concluiu que os valores da concentração de glicerol que foram observados
nos testes que os espectros UV das amostras com diferentes quantidades de carvão ativado
demonstraram que ele é adsorvente de escolha em relação a argila esmectítica. O teor final obtido
foi de 97,88% em massa de glicerol, com rendimento em relação à massa de óleo utilizada de
2,87%. O teor obtido do glicerol, e o baixo teor de sódio na forma de sais de 0,011%, possibilita
sua classificação como glicerina grau técnico segundo a classificação de mercado. Sena 2008,
sugere experimentos em coluna de adsorção para que se possa realizar uma comparação de suas
capacidades de adsorção e a relação de custo-desempenho.

De acordo com o relatório do Transparency Market Research (2018), o maior consumidor


no mercado global de glicerol por região é a Ásia-Pacífico. A região consumiu quase 36% do
glicerol em volume em 2011. O principal fator que fez com que a região dominasse o mercado
global são os estilos de vida dos indivíduos em rápida mudança, complementados pela melhoria das
economias e pelo aumento da renda disponível por indivíduo. Explica o escopo do mercado global
de glicerol em termos de seus segmentos de aplicação, que incluem instalações de armazenamento
de alimentos e bebidas, saúde, higiene pessoal e produtos farmacêuticos. Em 2011, 37,0% do
consumo total de glicerol foi feito em conjunto pelos segmentos de higiene pessoal e farmacêutico.
O relatório também afirma que o glicerol tem sido cada vez mais usado como uma plataforma para
intermediários químicos renováveis. Assim como demonstrado na Figura 1.

51
Figura 1- Demanda global por glicerol da indústria de poliéster

Fonte: https://www.transparencymarketresearch.com

Setor Alimentício

Huepa (2013), mostra que é necessária uma atenção aos fatores de qualidade relacionados
com a produção da glicerina, pois os resíduos, provenientes dos reagentes utilizados durante a
produção do biodiesel (sódio, potássio, metanol, umidade) podem acabar intoxicando os animais;
porém que não foram observados sintomas de intoxicação (cegueira, vômito, depressão do
sistema nervoso e alteração motora) nos animais que consumiram glicerina. Silva et al. (2012)
demonstraram que só 4 de 16 usinas produtoras de biodiesel cumprem com os valores médios
permitidos pelo MAPA, 13 indicando uma grande variação na composição das glicerinas
disponibilizadas pelas indústrias, tornando-se recomendável analisá-las quanto aos teores de
umidade e glicerol se estas forem destinadas para o uso na alimentação animal.

Diferentes pesquisas realizadas anteriormente (KERR et al (2009); LAMMERS et al


(2008b); SCHIECK et al (2010ª); SHIELDS et al (2011); BERENCHTEIN et al (2010);
GALLEGO, (2012)) também não relataram lesões relacionadas à toxicidade do metanol nos
diferentes órgãos dos suínos (olhos, rins, fígado). Embora existam, na atualidade, diferentes
pesquisas com o uso da glicerina na alimentação animal, há pouca literatura com informações
sobre o uso da glicerina semipurificada neutralizada na alimentação de leitões, especificamente
(HUEPA, 2013). A Glicerina para produção de alimento animal deve ser totalmente isenta de
metanol. Assim como descreve a Tabela 5, mostrando o padrão de qualidade exigido no Brasil.

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Tabela 5. Padrão de qualidade da glicerina exigido no Brasil

Composto Limite Valor (base MN*)


Glicerol Valor mínimo 800 g/kg
Umidade Valor máximo 130 g/kg
Metanol Valor máximo 150 g/kg
Sódio Valor máximo garantido pelo
fabricante e pode variar em
função do processo produtivo
Material Mineral Valor máximo garantido pelo
fabricante e pode variar em
função do processo produtivo
Fonte: Adaptado de Oliveira et al (2010); Dalmaso et al (2014).

O uso da glicerina na alimentação animal é uma saída, pois ela possui características
interessantes como a alta energia disponível e o sabor adocicado, para o aumento da produção da
mesma através do biodiesel, porém necessita-se de mais estudos quanto à toxidade do metanol e
teor de inclusão na dieta (DALMASO et al, 2014).

Lima et al 2014, concluiram em sua pesquisa com cães que a inclusão de glicerina
aumenta a utilização da energia da dieta, demonstrando ser altamente metabolizável por cães
(4190,8 kcal kg-1). Entretanto, a inclusão de mais de 3% resulta em fezes menos consistentes.

O milho é o principal ingrediente energético da dieta de não ruminantes, compreendendo


60% a 70% da dieta. Porém, apresenta grande variação de preço devido para o período de
entressafra, seca, etanol produção e seu uso na alimentação humana, que termina sobrecarregando
a produção de gado (MIN et al, 2010; FERREIRA et al, 2014; ZAVARIZE et al, 2014; BROCK et
al, 2020). A glicerina bruta (CG), subproduto da produção de biodiesel, é um desses possíveis
substitutos aqueles comumente usados nas dietas, reduzindo assim os custos de produção e
aumentando o fornecimento desses cereais para outros setores da indústria (BROCH et al, 2020).

Os valores de energia metabolizável dos ingredientes podem ser calculados por vários
métodos, com as equações propostas por Matterson et al. (1965) sendo o mais utilizado. No
entanto, o os valores energéticos dos ingredientes podem ser influenciados por vários fatores,
como níveis de inclusão, idade, o sexo dos pássaros, e a metodologia usada em ensaios de
metabolismo (BERTELT e SCHNEIDER, 2002; KUNRATH et al, 2010; BROCH et al, 2020).

METODOLOGIA

Para a glicerina atender as exigências das indústrias, necessita-se atingir um elevado grau
de pureza. O grau de pureza da glicerina bruta proveniente do biodiesel só pode ser alcançado
através de processos complexos e caros como a destilação e, especialmente, no caso da glicerina,

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procedente da transesterificação de óleos e gorduras residuais. O processo é tecnicamente
complexo e sua viabilidade econômica precisa ser muito bem avaliada (ROBRA, 2006). A
glicerina loira é destilada sob condição de alto vácuo (600-1330 Pa absoluto), numa temperatura
superior a 190° C e inferior a 200° C, pela injeção de vapor vivo, pois, acima dessa temperatura, o
glicerol pode polimerizarse e até decompor-se. A separação do glicerol da água é feita através da
condensação com temperatura controlada, possibilitando a separação destes dois componentes
miscíveis (MENDES et al., 2012).

Além de alguns sais, o resíduo de metanol na glicerina bruta se constitui em um ponto


importante quando se avalia o valor desse produto para a alimentação animal. O potencial efeito
prejudicial do metanol incorporado às rações pode ser desprezado quando a ração for peletizada,
uma vez que a temperatura atingida na peletização é mais alta que a temperatura de vaporização do
metanol. Uma avaliação recente da toxicidade do metanol contido na glicerina bruta indicou que as
quantidades consumidas, levando em conta a concentração na glicerina e a inclusão desta nas
rações, parecem não afetar os animais, a glicerina tem seu uso seguro e reconhecido na alimentação
animal, no entanto, o teor de metanol presente na glicerina deverá ser levado em consideração, não
devendo ultrapassar 150 mg/kg (Code of Federal Regulations) (DALMASO et al, 2014).

Trabalhando com diferentes níveis de inclusão de glicerina semipurificada mista e bruta


mista em codornas de corte, Pasquetti (2011) observou aumento linear na umidade da cama.
Segundo Min et al. (2010), altos níveis de inclusão de glicerina na alimentação das aves ocasiona
uma capacidade limitada de metabolização do glicerol, já que, o glicerol ingerido não é totalmente
metabolizado, devido à saturação da enzima glicerol quinase que transforma o glicerol em
glicerol-3-fosfato (HUEPA et al, 2013).

Analisando-se a bibliografia pesquisada foi possível encontrar as principais destinações


comerciais ao subproduto da produção de biodiesel – glicerina; que de resíduo, passou à
subproduto importante e rentável.

RESULTADOS e DISCUSSÃO

O grande volume de glicerina oriunda da produção de biodiesel, tanto no Brasil, como no


mundo, será uma fonte abundante e barata de uma matéria-prima renovável nos próximos anos.
Portanto, é necessário utilizar princípios criativos, e principalmente discernimento para realizar
estudos e aplicações economicamente viáveis e que possam beneficiar toda a sociedade (MOTA

54
et al, 2009). A Tabela 6 demonstra apresenta a evolução da produção de biodiesel e,
consequentemente, a de glicerina até 2010.

Tabela 6 - Evolução do Biodiesel da produção de Glicerina

2005 2006 2007 2008 2009 2010


Biodiesel Produzido
736 69.002 404.329 1.167.128 1.607.838 320.238
(m3)
Glicerina Gerada (t) 74 6.900 40.433 116.713 160.784 32.024
Fonte: Adaptado de Pinheiro et al (2013).

Souza (2020), em seu trabalho fez três experimentos em batelada em escala laboratorial: os
ensaios preliminares, para investigar as proporções dos três substratos que alcancem os melhores
rendimentos de biogás; os ensaios de concentração ótima de glicerina, para identificar as
concentrações ótimas do substrato para obter os melhores rendimentos de biogás; e o Potencial
Bioquímico de Hidrogênio (PBH) e Metano (PBM), para comparar a mono-digestão anaeróbia
(mono-DA) e a co-DA (Co-digestão Anaeróbia) em termos produção absoluta, rendimento e
velocidade de produção de biogás, H2 e CH4. Com base nos resultados do PBH e PBM, foi feito
um estudo energético e econômico para avaliar a possibilidade de produção e aplicação do biogás
em um cenário real em uma usina de etanol. Os ensaios preliminares indicaram que elevadas
concentrações de substrato (acima de 10 g SV L -1) apresentam efeito inibitório para produção de
biogás, e que o balanceamento de proporções de vinhaça e TF são benéficas para o processo. Os
ensaios de concentração ótima de glicerina mostraram que concentrações acima de 30 g L -1 não
resultam em aumento da produção de CH4. O PBH e o PBM mostraram que a co-DA traz
melhorias em diversos parâmetros operacionais, como rendimento e velocidade de produção de
biogás, e apontou vantagens do uso da glicerina para produção de H2.

A co-DA (Co-digestão Anaeróbia) de vinhaça e glicerina resultou em 257,15 mL CH 4 g


SV-1 e 64,31 mL H2 g SV-1. A avaliação energética indicou que, dentro do cenário proposto, é
possível alcançar produção de 20 mil Nm 3 de biogás por dia e substituir 30% do diesel utilizado
por máquinas agrícolas, considerando uma usina com capacidade de processamento de 3 Mt de
cana ano-1 (2,27 Nm3 t cana-1). A avaliação econômica mostrou que é possível, a partir de
investimento inicial de R$ 17,5 milhões, obter receita anual de R$ 9 milhões com biogás, com
tempo de payback de 4,5 anos (SOUZA, 2020).

Estudos realizados por Neto (2011) e Lima et al (2010) com glicerina semipurificada na
alimentação de cães concluíram que a inclusão de até 9% melhora a palatabilidade do alimento e

55
promove o aumento da digestibilidade energética. No entanto, níveis mais elevados podem
ocasionar produção de fezes inconsistentes pelos animais (HUEPA et al, 2013).

Fernandes (2012), teve como resultados significantes conversões para a produção de


hidrogênio e gás de síntese. A potência do laser de CO 2 foi a variável operacional mais importante.
Uma conversão na faixa de 54 a 66 % foi obtida quando uma potência de 60 W foi aplicada.

Uma grande preocupação do segmento de biodiesel é encontrar soluções que melhor


aproveitem a glicerina de biodiesel (CÉSAR e BATALHA, 2007). Alguns estudos para o
aproveitamento da glicerina são apresentados no Quadro 1. No entanto, vale destacar que a
maioria destes estudos está sendo realizado em laboratório e com o composto bruto (não com o
composto em processo de fabricação de biodiesel). A glicerina sofre variações de propriedade
física e química conforme processada e alguns desses resultados obtidos podem ser mais
distantes das necessidades reais (MORITA, 2011).

Quadro 1 - Pesquisa sobre utilizações da Glicerina

Local Pesquisas
Uso da glicerina bruta como suprimento na ração de galinhas, galetos e porcos.
EUA

Processo de obtenção de acroleina. Serve como gás teste para máscaras de gás.
Alemanha Em altas concentrações tem uso militar

EUA Preparo de 1,3propanodiol a partir da glicerina por via microbiológica


Portugal Produção de aditivos químicos para gasolina, transformando glicerina em éter.

Curitiba Produção de aditivos plásticos a partir da glicerina pura.

Biogás a partir da glicerina bruta na presença de microrganismos em ambiente


Bahia anaeróbico.

Produção de aditivos para gasolina a partir da transformação da glicerina em


Rio de Janeiro
etanol
Transformação da glicerina em propeno para uso em plásticos, substituindo
aditivos de petróleo.
Fonte: Adaptado de Morita (2011).

Pinheiro et al (2010), fizeram um levantamento tecnológico sobre o estado da arte da


glicerina, neste trabalho, recolheram diversos dados de artigos e fontes relacionadas ao Biodiesel e
fizeram uma tabela de distribuição de aplicações da glicerina entre os artigos e patentes
pesquisados por eles. Na Tabela 7, pode-se observar as principais aplicações.

56
Tabela 7- Aplicações da glicerina de artigo e patentes

Aplicações Total %
Desenvolvimento de outros compostos químicos a partir da glicerina 36 25%

Produção de aditivos para gasolina e novos combustíveis 23 16%

Purificação de glicerina 18 13%


Controle de poeira e anticongelante 12 8%
Produção de Biogás 10 7%

Utilização como plastificante 9 6%

Extração de petróleo 6 4%

Uso da glicerina bruta como suprimento na ração de animais 6 4%

Combustão da glicerina como fonte energética em plantas de biodiesel 5 4%

Utilização da glicerina para produção de compostos polímeros 5 4%

Outros 3 2%
Utilização da glicerina na compostagem 3 2%

Comparação entre o glicerol puro e derivado de biodiesel 2 1%

Pelotização de minérios de ferro 2 1%

Identificação tecnológica para glicerina 1 1%

Produção de antioxidantes 1 1%
Total 142 100%
Fonte: Adaptado de Pinheiro et al (2010).

O Quadro 2 apresenta um resumo das principais aplicações da glicerina.

Quadro 2. Resultados das aplicações da glicerina

Análise base Resultados a partir da Glicerina


Adição de 5 a 6% de glicerina ao substrato bovino incrementou o
Biogás potencial do biogás em 206,07%, mais que isso, inviabiliza seu uso.
(Konrad et al,2012).

Pesquisa com cães que a inclusão de glicerina aumenta a utilização da


Indústria Alimentícia energia da dieta, demonstrando ser altamente metabolizável por cães
(4190,8 kcal kg-1). E fezes 3% menos resistentes (Lima et Al, 2014).

57
Valores da concentração de glicerol que foram observados nos testes
preliminares bem como os espectros UV das amostras analisadas com
diferentes quantidades de carvão ativado demonstraram que ele é
adsorvente de escolha em relação a argila esmectítica. O teor final
Indústria Farmacêutica obtido foi de 97,88% em massa de glicerol, com rendimento em relação
à massa de óleo utilizada de 2,87%. Esse teor obtido do glicerol, bem
como baixo teor de sódio na forma de sais de 0,011% e possibilita sua
classificação como glicerina grau técnico segundo a classificação de
mercado (GERPEN, 2004; SENA, 2008).

Não foram observados sintomas de intoxicação (cegueira, vômito,


depressão do sistema nervoso e alteração motora) nos animais que
Uso da glicerina bruta como consumiram glicerina. Diferentes pesquisas realizadas anteriormente
suprimento na ração de (KERR et al, 2009; LAMMERS et al, 2008b; SCHIECK et al, 2010a;
galinhas, galetos e porcos. SHIELDS et al, 2011; BERENCHTEIN et al, 2010; GALLEGO, 2012)
também não relataram lesões relacionadas à toxicidade do metanol nos
diferentes órgãos dos suínos (olhos, rins, fígado) (HUEPA, 2013).

Esses resultados demonstram que as produtividades alcançadas pela


espécie Citrobacter freundii são inferiores às das demais espécies
Preparo de 1,3 propanodiol a capazes de produzir 1,3-PDO a partir de glicerol. Isso se deve
partir da glicerina por via principalmente à sua lenta metabolização de glicerol. Sendo assim,
microbiológica apesar da conversão de glicerol em 1,3-PDO ser elevada, essa conversão
é lenta necessitando de um longo período para acontecer, o que acaba
por reduzir muito a produtividade (FERREIRA, 2014).
Os benefícios da conversão do glicerol são vários, como a diminuição
do impacto ambiental, pois o glicerol não pode simplesmente ser
descartado no meio ambiente; a possibilidade de melhorar os
Produção de aditivos químicos
combustíveis fósseis, pois, os éteres de glicerol são bons aditivos para
para gasolina, transformando
estes combustíveis, pelo fato de melhorarem as suas propriedades; os
glicerina em éter.
éteres de glicerol também podem ser usados para melhorar as
propriedades do próprio biodiesel deixando-o um combustível cada vez
mais limpo (SOUZA, 2015).
O ácido fórmico tem aplicação na indústria do couro e têxtil, como agente
de tingimento, na indústria de pesticidas na produção do triadimefon, na
Produção de aditivos plásticos indústria química como formamide ou dimetilformamide, antioxidante, na
a partir da glicerina pura. indústria médica na produção de aminoácidos t, cafeína, vitamina B1e ainda
na indústria da borracha com a coagulação do látex (TCHE QUIMICA,
2006; PEITER et al, 2016).

A Adição de 4% (m/m) resultou numa produção de biogás


significativamente maior, embora a eficiência na remoção de matéria
orgânica tenha sido seriamente comprometida. Se o objetivo for
Biogás a partir da glicerina
somente a produção de biogás, sem dar a importância à qualidade do
bruta na presença de
efluente gerado, essa concentração que é a que melhor atende esse
microrganismos em ambiente
requisito. Deve-se observar, entretanto, que a adição de 6% de glicerina,
anaeróbico.
causou instabilidade no processo, decorrente do provável acúmulo de
ácidos graxos voláteis, criando algum ambiente tóxico para as
metanogênicas. (SIQUEIRA, 2012)

Produção de aditivos para A eterificação do glicerol produz compostos de menor polaridade e


gasolina a partir da viscosidade, consequentemente de maior volatilidade e afinidade com
transformação da glicerina em hidrocarbonetos. Isto faz com que os éteres do glicerol tenham
etanol inúmeras aplicações, sobretudo como aditivos para combustíveis e
solventes. A reação de metilação do glicerol com cloreto e sulfato de
metila, foi otimizada para o preparo do 1,2,3-trimetoxi-propano. O
procedimento geral consistiu em reagir o glicerol com solução alcalina
para remover os prótons ácidos ligados à hidroxila e, na sequência, foi
adicionado cloreto e/ou sulfato de metila, usando-se quantidades

58
molares para trimetilação. O uso da glicerina bruta, vinda da produção
de biodiesel e sem qualquer tratamento prévio, levou a bons resultados,
levando a formação de 1,2,3- trimetoxi-propano em cerca de 20
minutos de reação (MOTA,2017).
A glicerina pode ser transformada em propeno, através de uma reação
Transformação da glicerina em de hidrogenólise sobre catalisadores específicos. A produção de
propeno para uso em plásticos, propeno inicia-se com a glicerina purificada (glicerina bidestilada) por
substituindo aditivos de um processo de adição de hidrogênio. A conversão é completa e o
petróleo. propeno é formado com seletividade de cerca de 90% (OLIVEIRA,
2008; PEITER et al, 2016).

Do ponto de vista de utilização efetiva para síntese de materiais


poliméricos de interesse industrial, geralmente os éteres de glicerol são
modificados através de reações de esterificação com ácidos carboxílicos,
originando ésteres de oligogliceróis. Tais ésteres são largamente
Poli glicerina
empregados na síntese de poliésteres de glicerol, materiais poliméricos
atrativos por apresentarem como principais características, boa
biodegradabilidade, elevada estabilidade térmica e excelente
transparência. (UMPIERRE et. al, 2013).
Resinas alquídicas podem ser obtidas de reações de policondensação
entre polialcoóis e ácidos polibásicos ou ácidos graxos insaturados.
Esta classe de resinas poliméricas é largamente empregada como tintas e
Resinas Alquídicas revestimentos. Não é incomum também a preparação de resinas
alquídicas via reações oxidativas, provenientes da substituição parcial de
ácidos polibásicos por ácidos graxos como, por exemplo, o ácido
linolênico (UMPIERRE et. al, 2013).
Fonte: Autores.

Observando as Tabelas 7 e 8, é possível identificar que existem várias aplicações da


glicerina sendo estudadas e que pouco se utiliza a glicerina em sua forma bruta nestes processos,
pois ela precisa de purificação. Nota-se também que para a produção de biogás, em algumas
pesquisas já se mantem o valor fixo de 6% de glicerina. Pode-se ver que os maiores índices de
aplicações são para: desenvolvimento de outros compostos químicos a partir da glicerina; para a
produção de aditivos para gasolina e novos combustíveis, e para a purificação de glicerina.

E existe um potencial para produção de energia renovável, mas ainda é uma aplicação
pouco explorada devido a rentabilidade de aplicações mais exploradas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A glicerina nos setores de biogás e fármaco, já estão sendo estudadas novas viabilizações,
ainda, pouco se tem pesquisas no setor alimentício animal. Pode-se ver também que a purificação
da glicerina bruta no setor farmacêutico se torna inviável, por ser um processo caro e ainda não
atingir o grau de pureza exigida pelo setor.

59
Há muita pesquisa sendo feita com a glicerina, o que ampliará as possibilidades de uso. O
setor fármaco é o que tem dado a melhor remuneração, por tanto, ainda tem preferência na
destinação da glicerina.

O potencial energético encontrado neste trabalho foi positivo, viabilizando o uso da


glicerina o uso da glicerina no Biogás, na indústria farmacêutica e com grande potencial na
alimentação de animais, potencial para a produção de energia renovável. E benefício para a
conservação de peças anatômicas no setor médico.

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