Antropologia Gnostica

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

ANTROPOLOGIA
GNÓSTICA
Samael Aun Weor
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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4

1ª CÁTEDRA ........................................................................................................................................... 7

2ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 14

3ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 23

4ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 31

5ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 37

6ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 44

7ª CÁTEDRA ......................................................................................................................................... 49

GLOSSÁRIO............................................................................................................................................ 55

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INTRODUÇÃO
Antropologia gnóstica

Pela primeira vez alguém se atreve a arrancar a enganosa máscara da antropologia materialista.
Primeira ocasião em que um autor se atreve a julgar com bases poderosas os erros cometidos pela falsa
ciência. Primeira análise exata em que se dá a conhecer publicamente as provas de que o homem não
provém do macaco, mas que o macaco provém do homem. Primeiro momento histórico e cultural em que
aparece um escritor e conferencista que demonstra claramente que a pré-história e a história estão
completamente equivocadas; que tudo começa com a raça protoplasmática. Primeira vez que se comprova
que o homem não evoluiu, mas que se encontra num terrível estado de involução. Primeira obra
antropológica em que se encontra as provas da existência de três raças anteriores à atlante: a
protoplasmática, a hiperbórea e a lemuriana. Primeiro livro em que o autor dá a conhecer as bases sólidas
que permitem demonstrar que a vida surgiu da 4ª dimensão. Primeiro documento insólito em que são
encontradas corroborações de que a atual raça ariana descende de raças superiores, desconhecidas do
homem atual. Primeiro compêndio em que se desvela que o homem contemporâneo provém do
cruzamento de homens antepassados com animais selvagens.
Este TRATADO DE ANTROPOLOGIA GNÓSTICA está baseado em fatos exatos e
comprováveis, os quais, à medida que passe o tempo e que aumentem as descobertas arqueológicas e
antropológicas, se farão mais fortes e abundantes do que os hoje existentes. As divulgações que faz
SAMAEL AUN WEOR, presidente mundial da ANTROPOLOGIA GNÓSTICA, ciência que conta com
uma organização com cinco milhões de membros, sobre a influência cósmica nas ações dos seres vivos e
nas mesmas etapas geológicas da Terra, estão comprovadas pelas investigações de PICCARDI, cientista
estudioso dos SISTEMAS INSTÁVEIS, ou seja, dos seres vivos que são influenciáveis pelos fatores
ambientais. PICCARDI demonstrou que as influências solares e galácticas afetam o comportamento dos
coloides, os quais ao serem afetados, afetam o movimento da vida.
Com relação aos aforismos que SAMAEL AUN WEOR delineia sobre a existência de dimensões
superiores ou universos paralelos, encontramos nos dias atuais as últimas investigações da física nuclear.
O Dr. GERALD FEINBERG, Chefe do Departamento de Física da Universidade de Colômbia,
diz que os TÁQUIONS, partículas que viajam mais depressa que a luz, se movem ao inverso do tempo.
O Dr. RICHARD FEIMANN recebeu em 1965 o prêmio NOBEL pela investigação realizada
sobre as menores partículas da matéria, que deu como resultado a descoberta da existência de antimatéria
no universo. EINSTEIN demonstrou que não há linhas retas no universo, por isso resulta lógico pensar-
se que a coordenada do tempo também seja curva.
Sobre as afirmações feitas por SAMAEL AUN WEOR sobre o fato concreto de que a ciência
materialista não pode afirmar nada sobre os eventos do passado, temos confirmação nos tempos atuais no

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simples caso de que não são capazes nem sequer de saber de onde provém os famosos pigmeus que habitam
no Zaire, antigo Congo Belga. Trata-se de uma das raças mais antigas do mundo, cuja origem os cientistas
não puderam determinar.
SAMAEL AUN WEOR postula sobre a antiguidade do México e sobre muitos enigmas. Entre
eles podemos citar, para marcar esta introdução, o caso da ZONA DO SILÊNCIO. Na ZONA OU CONE
DO SILÊNCIO, situada entre os 24° 24' norte e 103° 39' oeste, encontram-se pedras que não foram
achados exemplares semelhantes em outros lugares da Terra. Também foram encontrados animais e plantas
estranhas.
Por exemplo: a tartaruga que vive no deserto e que pertence a um gênero não classificado.
Outro fato que demonstra o exposto neste livro de antropologia por SAMAEL AUN WEOR
vemo-lo na descoberta feita nos arredores da cidade de CUAUHTEMOC, no sítio chamado YEPÓMERA,
estado de CHIHUAHUA, México. Trata-se de um RUBÍ NEGRO, o qual tem 102 elementos e 5 materiais
não conhecidos, o que o torna a mais valiosa de todas as pedras preciosas existentes no mundo. Data da
era pré-cambriana, isto é, da primeira fase do planeta Terra, ocorrida há uns 2.400 milhões de anos.
Podemos assim ver claramente a antiguidade do bloco geológico mexicano. Quanto à tese, levantada por
SAMAEL AUN WEOR nesta interessante obra, de que a Lua teve vida e foi habitada, encontramos um
acontecimento especial com relação a isto. Vemos que em 1950 o mundo se assombrou com o fato de ter
sido encontrado um mapa do lado escondido da Lua gravado na porta de um templo Maya. Outro fato que
citaremos é que tanto as naves russas como as americanas fotografaram menires ou torres sobre a Lua;
tinham entre 12 e 23 metros de altura e um diâmetro de 15 metros.
Estudando as explicações de SAMAEL AUN WEOR sobre a existência de outros continentes e
que os polos tiveram outras posições, encontramos que: a ANTÁRTIDA é um gigantesco continente
situado no polo sul e encontra-se completamente coberto de neve, não dando mínimas condições à vida
humana. Mas, os geólogos já descobriram que a ANTÁRTIDA nem sempre esteve coberta de gelo nem
tampouco ali esteve sempre o polo sul. Em outras épocas, o polo sul esteve situado ali onde hoje é o deserto
do SAARA. As grossas camadas de carvão existentes na ANTÁRTIDA demonstram que teve vegetação
tropical e vida animal.
Para completar, no século XVIII, descobriram-se uns mapas pertencentes ao almirante turco PIRI
REIS, os quais descrevem com exatidão as COSTAS DA AMÉRICA de sul a norte e os CONTORNOS
DA ANTÁRTIDA com suas cadeias de montanhas, as quais não foram "descobertas" pelo homem antes
de 1952. Esses famosos mapas mostram a ANTÁRTIDA como tinha sido há milhões de anos: sem gelo.
Ademais, a exatidão desses mapas só poderia ser conseguida com fotografias aéreas.
Assim sendo, concluímos que AS VERDADES DE SAMAEL AUN WEOR, de que o homem
primitivo não surgiu na idade do gelo, estão amparadas em descobrimentos modernos tais como os das

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pirâmides da França e dos desenhos em cavernas centro-americanas, nas quais aparecem dinossauros
extintos há 70 milhões de anos. Há também as esculturas Mayas representando a homens de raças orientais,
africanas e caucásicas - além de representações de elefantes - que podem ser vistas hoje em dia em qualquer
museu.
ANTROPOLOGIA GNÓSTICA é o livro que alberga os documentos mais inéditos dos últimos
tempos; é a passagem à antropologia do estranho e divino.

VOPUS

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1ª CÁTEDRA
A origem da vida

Muito investigou-se sobre a origem do homem e na realidade, os antropólogos materialistas desta


idade decadente e tenebrosa só elaboraram hipóteses. Se perguntássemos aos senhores da antropologia
oficial qual foi a data e o modo exato como surgiu o primeiro homem, seguramente não saberiam dar uma
resposta exata.
Desde os dias de DARWIN até HAECKEL e depois, desde HAECKEL até hoje, têm surgido
inúmeras teorias sobre a origem do homem, porém temos de esclarecer de forma enfática que nenhuma
delas pode ser demonstrada. O próprio HAECKEL assegurou com grande ênfase que nem a geologia nem
tampouco a ciência chamada filogenia teriam jamais essa exatidão no terreno da ciência oficial. Se afirmação
deste tipo faz um HAECKEL, que poderíamos nós acrescentar à questão? Na verdade, isto da origem da
vida e da origem do homem, humanidade que não estudasse a fundo a antropologia gnóstica não poderia
conhecer.
Que dizem os protistas materialistas? Que afirmam com tanta arrogância? Que supõem sobre a
origem da vida e da psique humana? Lembramos claramente da famosa MONERA ATÔMICA de
HAECKEL no seu abismo aquoso. Esse complexo átomo não poderia de modo algum surgir ao acaso,
como supõe aquele bom senhor, ignorante de base, que, louvado por muitos ingleses, causou um grande
mal ao mundo com as suas famosas teorias. Só poderia repetir, parodiando a JÓ: " Que sua lembrança se
apague da humanidade e que seu nome não figure nas ruas ". Creem vocês, por acaso, que um átomo do
abismo aquoso, a monera atômica, poderia surgir ao azar? Se para construir uma bomba atômica precisa-
se da inteligência dos cientistas, quanto maior talento não seria requerido para a elaboração de um átomo?
Se negássemos os PRINCÍPIOS INTELIGENTES à natureza, a mecânica deixaria de existir.
Assim, que não é possível a existência da mecânica sem mecânicos. Se alguém considerasse possível a
existência de uma máquina sem construtor, gostaria que me o demonstrasse. Que pusesse os elementos
químicos sobre a mesa do laboratório a fim de que deles surgisse um rádio, um automóvel, ou simplesmente
uma célula orgânica! Sabemos que Dom Alfonso Herrera, o autor da plasmogenia, conseguiu fabricar a
célula artificial, mas está sempre foi uma célula morta, jamais viveu.
Que dizem os protistas? Que a CONSCIÊNCIA, o SER, a ALMA, o ESPÍRITO ou simplesmente
os princípios psíquicos nada mais são do que evoluções moleculares do protoplasma através dos séculos!
Obviamente, as almas moleculares dos fanáticos protistas não resistiriam jamais a uma análise de base.
Aquela célula-alma, o BATHYBIUS gelatinoso do famoso HAECKEL, da qual surgiria toda a espécie
orgânica, está muito boa para um MOLIERE e suas caricaturas.
No fundo de todo este assunto e por trás de tanta teoria mecanicista e evolutista, o que se tem é
o afã de se combater o clero. Busca-se sempre um sistema que satisfaça a mente e o coração a fim de se
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demolir a gênese hebraica. Trata-se de uma reação contra o ADÃO bíblico e sua famosa EVA extraída de
uma costela. Esta é a vibrante origem dos DARWIN, dos HAECKEL e demais sequazes. Não está certo
que por reações mecânicas se dê origem a tantas hipóteses desprovidas de qualquer embasamento sério.
Que diz DARWIN sobre a questão dos macacos catarríneos? Que possivelmente o homem
proveio dele! No entanto, não o afirma com a ênfase que supõem os materialistas alemães e ingleses.
CHARLES ROBERT DARWIN, na verdade, dentro do seu sistema, pôs certos fundamentos que vêm
desvirtuar e até aniquilar a suposta procedência humana do macaco, ainda que estes sejam catarríneos ou
catarrinos.
Em primeiro lugar, como já o demonstrara THOMAS HENRY HUXLEY, o esqueleto do
homem é completamente diferente, em sua construção, do esqueleto do macaco. Não duvido que haja certa
semelhança entre o antropóide e o pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem, mas não é
algo definitivo ou definitizante. O esqueleto do antropóide é de trepador, está moldado para trepar, assim
o indica a elasticidade e a constituição do seu sistema ósseo. Em troca, o esqueleto humano foi feito para
caminhar. Definitivamente, são duas construções ósseas totalmente diferentes.
Por outro lado, a flexibilidade dos ossos do eixo craniano do antropóide e do ser humano são
completamente diferentes. Isto nos deixa pensando seriamente. Há também, a afirmação feita pelos
antropólogos materialistas, com inteira claridade meridiana, de que um ser organizado, de modo algum,
poderia vir de outro que seguisse no sentido inverso, isto é, ordenado antiteticamente. Nisto, é necessário
algum exemplo: Vejamos o antropóide e o homem. Ainda que este último esteja degenerado nos tempos
atuais, é um ser organizado. Agora, estudemos a vida e os costumes do antropóide e veremos que está
ordenado de forma diferente, contrária à técnica. Um ser organizado não poderia vir de outro ordenado de
forma oposta, mas foi o que sempre afirmaram severamente as escolas materialistas.
Qual seria a idade do antropóide? Em que época teriam aparecido os primeiros símios sobre a
superfície da Terra?
Inquestionavelmente, no MIOCENO. Quem poderia negá-lo? Teve de aparecer, obviamente, na
terceira parte do MIOCENO, entre 15 e 25 milhões de anos. Por que apareceram os antropoides sobre a
superfície da Terra? Porventura, os senhores da antropologia materialista, os brilhantes cientistas modernos
que tanto se presumem de sábios, poderiam dar uma resposta exata? É obvio que não! Ademais o mioceno
de modo algum esteve localizado dentro da famosa PANGAEA, tão acreditada pela geologia do tipo
materialista. Resulta ostensível que o MIOCENO teve o seu cenário próprio na ANTIGA TERRA
LEMURIANA, continente localizado no oceano PACÍFICO. Restos da LEMÚRIA temos ainda, na
OCEANIA, na grande AUSTRÁLIA, na ilha de PÁSCOA, onde são encontrados certos monólitos
talhados, etc. Isto, a doutrina materialista não aceita porque está engarrafada na PANGAEA..., mas que
importa às pessoas, à ciência e a nós? O fato é que não vão descobrir a LEMÚRIA com os testes do

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carbono14, do potássio argônio ou do pólen. Todos esses sistemas de provas materialistas servem muito
bem para um MOLIERE e suas comédias.
Pelos tempos atuais, depois das infinitas suposições dos HAECKEL, dos DARWIN, dos
HUXLEY e de todos seus sectários, segue-se entronizando a teoria da seleção natural das espécies. Em
nome da verdade, temos de dizer que a seleção natural como poder criador é simplesmente um jogo de
retórica para ignorantes, algo que não tem fundamento. Isso, que mediante a seleção natural se consiga criar
novas espécies, isso que mediante a seleção natural haja surgido o homem, resulta no fundo espantosamente
ridículo e acusa uma ignorância elevada ao extremo.
Não nego a seleção natural. É obvio que ela existe, porém não tem poder para criar novas espécies.
O que existe na verdade é a seleção fisiológica, a seleção de estruturas e a segregação dos mais aptos; isso é
tudo. Agora, levar a seleção natural até o grau de convertê-la em um poder criador universal é o cúmulo
dos cúmulos. A nenhum verdadeiro sábio ocorreria semelhante tolice. Nunca vi, através da seleção natural,
surgir alguma espécie nova. Em que época? Quando? As estruturas sim, se selecionam; não o negamos. Os
mais fortes triunfam nosso da luta pelo pão de cada dia, na batalha incessante de cada momento, em que
se briga para comer e para não ser comido. Obviamente, triunfa o mais forte que transmite suas
características aos seus descendentes: particularidades fisiológicas, propriedades estruturais e outras...
segregam e transmitem tais aptidões aos seus descendentes. Eis como se deve entender a lei da seleção
natural. Eis como deve ser compreendida.
Uma espécie qualquer nas profundas selvas da natureza tem de lutar para devorar e para não ser
devorada. Logicamente, a luta sabe ser espantosa. Como resultado, triunfam, como é próprio e natural, os
mais potentes. No mais forte, há estruturas maravilhosas, características importantes, que são transmitidas
à sua descendência, mas isso não implica em mudança de configuração nem significa o nascimento de uma
nova espécie. Nunca um cientista materialista viu surgir uma espécie de outra por lei de seleção natural.
Não lhes consta que hajam tocado nela de algum modo. Então, em que se baseiam? É fácil lançar uma
hipótese e depois afirmar dogmaticamente que esta é a verdade e nada mais do que a verdade.
No entanto, não são eles, por acaso, os senhores da antropologia materialista, os que dizem que
não creem senão naquilo que veem, que não aceitam nada que não haja visto? Que contradição horrível!
Creem em suas figurações e nunca as viram. Afirmam que o ser humano vem do ratão, porém isso não lhes
consta, nunca o perceberam diretamente.
Também enfatizam a ideia de que o ser humano vem do mandril (quadrúmano cinocéfalo da
África ocidental).
São inumeráveis os sofismas desses cientistas tontos; afirmações absurdas de fatos que nunca
viram. Nós gnósticos não aceitamos superstições e isso é fetichismo. Nós somos matemáticos na

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investigação e exigentes na expressão. Não gostamos dessas fantasias. Queremos atos e fatos concretos e
definitivos.
Assim que, investigando este tema relacionado com os nossos possíveis antecessores, podemos
evidenciar claramente o estado caótico em que se encontra a doutrina materialista. Há desordem total em
suas mentes degeneradas e falta de capacidade para a investigação. Esta é a crua realidade dos fatos.
Esse assunto de que certas formas homínidas surjam de outras, assim, porque sim,
fundamentando-se em provas ridículas como as do carbono 14, do pólen ou do potássio, demonstra
palpavelmente a vergonha deste século XX.
Nós, antropólogos gnósticos, temos sistemas de investigação diferentes, possuímos disciplinas
especiais que nos permitem pôr em atividade certas faculdades latentes no cérebro humano, certos sentidos
de percepção completamente desconhecidos pela antropologia materialista. Que a natureza tenha memória
é uma conclusão lógica e um dia poderá ser demonstrado! Os ensaios científicos já começaram e breve as
ondas sonoras poderão ser decompostas em imagens, as quais serão perceptíveis através de telas especiais.
Há certas tentativas técnicas nesse sentido. Então, os televidentes do mundo inteiro poderão ver a origem
do homem, a história da Terra e de suas raças. Quando chegar este dia, que não está longe, o anticristo da
falsa ciência ficará despido diante do veredicto solene da consciência pública.
O problema da seleção natural, do clima, do ambiente, etc., tem fascinado a muita gente que
termina se esquecendo dos tipos originais, dos quais surgiram as espécies. Creem os néscios cientistas que
a seleção natural poderia se processar de maneira completamente mecânica, sem PRINCÍPIOS
DIRETORES INTELIGENTES. Isso seria tão absurdo como pensar que uma máquina poderia ser
construída sem um princípio inteligente, sem uma mente que a arquitetasse ou sem um engenheiro que lhe
dessa forma. Fora de dúvida, esses PRINCÍPIOS INTELIGENTES da natureza somente poderiam ser
repelidos pelos néscios, por aqueles que pretendem que uma máquina orgânica surja do acaso. Jamais esses
princípios seriam recusados por homens verdadeiramente sábios no sentido mais completo da palavra.
À medida que o tempo passa e que nos aprofundamos nisso tudo, vemos, encontramos, todas as
falhas da antropologia materialista. É necessário se refletir profundamente em todas estas coisas. Se, ao
invés de assumir essa posição de ataque contra qualquer clericanismo, eles tivessem passado por um prévio
período de análise reflexiva, em tempo algum se atreveriam a lançar hipóteses anticientíficas.
Bem sabemos que o ADÃO e a EVA, que tanto molestam aos senhores da antropologia
materialista, não passam de símbolos. Seria bom que os senhores da antropologia materialista, que como
profanos querem refutar a gênese bíblica, entendessem e que entendessem todos, que o GÊNESIS é tão
somente um TRATADO DE ALQUIMIA para alquimistas e que deveria ser estudado como tal e jamais
de forma literal. Assim é que os senhores da antropologia se esforçam em refutar algo que nem sequer
conhecem. Por isso, atrevo-me a dizer que suas hipóteses simplesmente não têm bases sólidas.

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

O próprio DARWIN jamais pensou em ir tão longe com suas doutrinas. Recordemos que ele fala
de caracterizações. Depois que uma espécie orgânica passou por um processo seletivo, estrutural e
fisiológico, inquestionavelmente caracteriza-se de maneira constante e definitiva. Vemos, pois, que o
famoso antropóide teve de passar por processos seletivos, tendo posteriormente assumido características
totais, porém não voltou a passar por mudança alguma. Isto é óbvio.
Aquela questão do Noé pitecóide com seus famosos três filhos: o cinocéfalo com rabo, o macaco
sem rabo e o homem arbóreo do paleolítico, nunca, na verdade, teve comprovação exata. São tão somente
teorias sem embasamento algum e por certo, espantosamente ridículas.
Vê-se que aqueles que se afanam tanto pelos mamíferos prossímios, entre os quais estão as
famosas lêmures, nem remotamente suspeitam o que é o homem em si mesmo e qual a sua origem. Alguns
cientistas atuais consideram as insignes lêmures como um de nossos antepassados devido a sua suposta
placenta discoidal. Ora, isso nada tem que ver com a gênese humana. No fundo, isso nada mais é do que
fantasias desprovidas de realidade.
Os renomados cientistas materialistas entram em ação para estudar a evolução mecânica da espécie
humana ou de qualquer uma das outras espécies na metade do caminho, depois que se cristalizaram em
formas sensíveis. Desconhecem que antes passaram por terríveis processos evolutivos e involutivos dentro
do espaço psicológico, no hipersensível, nas dimensões superiores da natureza e do cosmos.
Claro que ao falarmos assim, os antropólogos oficiais sentem-se tão nervosos e incomodados
como chineses que escutam um concerto de música ocidental. Riem, possivelmente riem sem saber que
quem ri do que desconhece, está a caminho de tornar-se idiota.
Buscam semelhanças sim! Querem fazer crer que o formato da cabeça e da boca do tubarão prova
ser ele origem de outros mamíferos; entre eles está o irmão ratão que agora passou a ser um grande senhor.
Supõe-se que seja nada menos do que o predecessor dos HAECKEL, dos DARWIN, possivelmente dos
HUXLEY e dos famosos faraós do velho Egito, de EINSTEIN ... sei lá!
Modernamente considera-se o ratão como um mamífero prossímio. Passou para o primeiro posto
nas salas de conferência. Até onde chegou a ignorância do ser humano! Não nego que o ratão tenha existido
na Atlântida, quando certamente tinha o tamanho de um porco. Sobre isso, o insigne escritor espanhol
Dom MÁRIO ROSO DE LUNA fala claramente. No dicionário Pequeno Larousse Ilustrado encontra-se
um comentário de que o ratão na antiguidade era denominado com a palavra ALTO.
Sim, ele existiu na Atlântida e tampouco nega-se a sua presença na Lemúria. Mas, que seja um dos
mais importantes antecessores do homem, resulta totalmente falso. Na verdade, quando se desconhece a
antropologia gnóstica, cai-se nos mais espantosos absurdos. Em plena época espacial, os sequazes do
anticristo inclinam-se diante do ratão, diante do tubarão, a quem também se considera um velho antecessor,
ou diante das lêmures, um animalzinho por certo muito interessante.

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Quando se conhece bem a antropologia gnóstica, é lógico que não se cai nessas situações ridículas.
Analisando cuidadosamente os princípios da antropologia materialista, descobrimos que as suas fantasias
são devidas ao absoluto desconhecimento do gnosticismo universal. Isso de que a feição de um rosto ser
parecida a de outro rosto, servir para se estabelecer as bases de uma possível descendência, resulta tão
empírico quanto aquilo de supor que o homem foi feito de barro, sem dar-se conta de que se trata apenas
de um símbolo.
Os germes originais da grande natureza, homens ou animais, desenvolvem-se sempre no espaço
psicológico, nas dimensões superiores, antes de se cristalizarem na forma física. Não há dúvida de que são
similares em sua constituição, o que de maneira alguma poderia servir de base, de pedestal para se colocar
uma teoria ou simplesmente para se lançar um conceito básico. Os germes diferenciam-se à medida que se
cristalizam lentamente e isso é apenas normal.
A origem do homem é algo mais profundo. Ele desenvolveu-se do caos nas dimensões superiores
da natureza até se cristalizar de forma sensível nos tempos antigos. Inquestionavelmente, em futuros
capítulos, iremos avançando mais e mais em toda esta exegese. Quero dizer que a ORIGEM DA
HUMANIDADE ficará à descoberto nestas CÁTEDRAS. Exploremos também as causas primárias e
secundárias que deram origem à espécie humana e outros temas de transcendental repercussão.
Por acaso, alguém conhece as respostas das interrogações anteriores? Os antropólogos
materialistas? Se os próprios cientistas seguidores de HAECKEL sabem muito bem que todo o passado
geológico e a filogenia materialista não chegaram a ser ciências exatas! Assim o afirmaram, assim o disseram,
então o que?
Vivemos um momento de grandes inquietações e o mistério da origem do homem deve ser
esclarecido. O terreno das conjeturas é detestável. Assemelha-se a um muro sem cimentação. Basta que se
lhe dê um ligeiro empurrão para convertê-lo em um monte de escombros. O mais grave da antropologia
materialista é o fato de negar os PRINCÍPIOS INTELIGENTES da maquinaria universal. Obviamente,
tal atitude deixa a maquinaria sem cimentação. Não é possível que a maquinaria ande ou se construa ao
azar. Os PRINCÍPIOS INTELIGENTES da natureza estão ativos em todo processo seletivo e se
manifestam sabiamente.
Também é absurdo nos engarrafarmos no dogma da mecânica evolutiva. Se na natureza existem
os princípios construtivos, sem dúvida também existem os destrutivos. Se há evolução nas espécies vivas,
nelas também há involução. Por exemplo: Há evolução no germe que morre para que o talo nasça; há
evolução na planta que cresce, que lança folhas e flores e por fim dá frutos. Mas há involução na planta que
murcha, que fenece e que por fim se converte em um lenho seco. Há evolução na criatura que está sendo
gerada no ventre materno, no menino que brinca e no jovem. Mas, há involução no ancião que envelhece
e por fim morre. Os mundos evoluem quando surgem do caos da vida e depois involuem quando se
convertem em cadáveres lunares. Se consideramos a antropologia exclusivamente dentro da mecânica

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evolutiva, estamos falando de forma parcial e caindo no erro. Mas, se estudamos a antropologia também à
luz da involução, estamos caminhando equilibradamente porque evolução e involução constituem o eixo
mecânico de toda a natureza. Estimar que a evolução é a única base de todo este grande mecanismo natural
resulta totalmente absurdo. Temos de considerar a vida e a morte, os tempos de desenvolvimento e os
tempos de caducidade; somente assim caminharemos corretamente dentro da dialética gnóstica em sua
estrutura integral.
De modo algum estamos dispostos a ficar engarrafados no dogma materialista evolutivo. Temos
de estudar também os processos involutivos da antropologia ou caminharemos pela senda do erro.
Quais são os tipos originais desta raça humana? Quem os conhece? Nós temos métodos científicos
mediante os quais podemos ver, ouvir e tocar nos tipos originais da raça humana. Sabemos muito bem que
antes de o animal intelectual aparecer na ATLÂNTIDA de PLATÃO, a qual não é uma simples fantasia
como pretendem os fanáticos ignorantes da famosa PANGAEA materialista, o homem existiu na
LEMÚRIA, assim como na época hiperbórea e polar. Porém estes pontos iremos desenvolver nas
CÁTEDRAS seguintes.
Realmente a ATLÂNTIDA existiu. Restos dela são o arquipélago das ANTILHAS, as ilhas
CANÁRIAS e também a própria ESPANHA, que é um pedaço da antiga ATLÂNTIDA. Isto, os
apaixonados da antropologia materialista desconhecem, como também o desconhecem os geólogos, no
fundo tão atrasados quanto incapazes de se projetarem no TEMPO. E como poderiam eles saber algo
sobre o que ocorreu há tantos milhões de anos, na era do mioceno? Que sabem eles a respeito? Por acaso
viram alguma coisa? Tocaram?
Nós falamos do mioceno porque podemos vê-lo, o que é exequível para aquele que seja capaz de
desenvolver as faculdades latentes do cérebro humano. Contudo, a atitude de negação dos materialistas é
incongruente. Dizem que não creem senão naquilo que veem e terminam acreditando em todas suas
figurações absurdas. Suposições que ninguém viu e que a ninguém consta. Com toda a certeza, declaramos
que cientista algum viu surgir o primeiro homem, no entanto falam dele com suma autossuficiência, como
se tivessem estado no mioceno, como se tivessem visto os antropoides surgindo, lá na antiga LEMÚRIA.
Os antropólogos materialistas entronizam seus maravilhosos deuses, tais como as lêmures e os
mandris, e colocam-nos como sublimes prossímios dos quais descendemos. Consta-lhes isso? Viram-no
alguma vez? Nunca! Em que se baseiam? Em casos que não viram e, por ventura, não são eles os que dizem
que não creem senão no que veem? Como que então estão crendo no que nunca viram? Não é uma
contradição isso? No fundo, não resulta incongruente, tudo isso?

SAMAEL AUN WEOR

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2ª CÁTEDRA
A origem do homem

O tema da origem do homem é realmente muito discutível, muito espinhoso. CHARLES


ROBERT DARWIN assentou certos princípios em sua obra que devem ser lembrados pelos antropólogos
materialistas. DARWIN diz que:

"uma espécie que evolui positivamente, de modo algum poderia descender de outra que evolui
negativamente".

DARWIN afirma também que:

"duas espécies similares, porém, diferentes, podem fazer referência a um antecessor comum,
mas nenhuma proviria da outra".

Assim que, conforme vamos avançando nestas análises da antropologia profana, vamos
encontrando certas contradições no materialismo.
Como é possível que os princípios darwinistas sejam ignorados? Como é possível que ainda hoje
em dia exista quem pense que o homem provém do macaco? Inquestionavelmente, os fatos estão falando
por si sós e até agora não se encontrou o famoso elo perdido. Onde está?
Muito falou-se contra a existência do pai de MANU, o DHYANCHOHAN, mas, na realidade,
somam-se a milhões as pessoas no mundo oriental e ocidental que o aceitam. Ademais, é bem mais lógica
tal crença do que a daquele homem-macaco de HAECKEL, o qual não passou de mais uma fantasia do seu
autor. Os tempos vão passando e ainda não se descobriu em lugar algum da Terra o famoso homem-símio.
Onde está o mono que raciocina, que pensa e que tem uma linguagem própria a de todo mundo?
Mas, qual é?
Esta classe de fantasias literárias não serve, no fundo, para nada. Observe-se, por exemplo, o
tamanho dos cérebros: a massa encefálica de um gorila não alcança sequer a terça parte do cérebro de
qualquer selvagem do nosso globo terrestre. Faltaria um elo que ligasse o gorila mais adiantado com o
selvagem mais atrasado da Austrália.
Onde está esta junção? Que foi feito dela? Existe?
Fora de dúvida, no continente lemuriano, na era mesozoica, surgiram os primeiros símios. Qual
seria a sua origem?
A gnose afirma de forma enfática que determinados grupos lemurianos humanos misturaram-se
com animais dando origem às espécies simiescas. HAECKEL jamais se opôs ao conceito de que os macacos
tenham tido seu nascedouro na Austrália, na Lemúria; ele sempre aceitou a realidade do continente
lemuriano.
Agora, reflitamos um pouco...
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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Onde se localizava a Lemúria?


No oceano Pacífico, obviamente. Ela cobria uma extensa zona desse oceano. Através de dez mil
anos de terremotos, foi afundando pouco a pouco nas embravecidas ondas, porém, restaram alguns
vestígios: a OCEANIA, a AUSTRÁLIA, a ilha de PÁSCOA, etc. A LEMÙRIA teve realidade. Ocupou seu
lugar num tempo longínquo. Isto poderá molestar os antropólogos materialistas partidários da PANGAEA.
Esses senhores agarraram-se no dogma da PANGAEA e nem remotamente aceitam a possibilidade da
LEMÚRIA.
Que os símios tenham surgido na era cenozoica, no próprio mioceno, terceira parte a contar do
eoceno, não tem absolutamente nada de raro! Mas nossas afirmações não terminam aqui. Outras espécies
de macaco surgiram também na ATLÂNTIDA de PLATÃO, continente que também não passa de um
mito para os fanáticos materialistas da PANGAEA. No entanto a ATLÂNTIDA existiu, ainda que eles o
neguem. Já foi descoberta, ainda que eles se oponham. Qualquer um que tenha estudado o solo marinho
sabe muito bem que entre a AMÉRICA e a EUROPA existe uma grande plataforma submarina. Ainda há
pouco, alguns cientistas descobriram a ATLÂNTIDA e se propuseram a explorá-la desde a ESPANHA.
No entanto, era época do regime de FRANCO e não lhes foi permitido realizar as suas investigações.
A ATLÂNTIDA, portanto, não é, como se crê, uma lenda fantástica, mas uma tremenda realidade.
O mapa do mundo em outro tempo era completamente distinto.
Tudo vai mudando, até a própria PANGAEA dos seguidores de ALFRED WEGENER teria de
sofrer grandes mudanças. Bem sabemos que os continentes flutuam e tendem a realizar deslocamentos.
Dom MARIO ROSO DE LUNA o explicou claramente e isso não deve surpreender mais a ninguém.
Nisso, os fanáticos materialistas da PANGAEA estão de acordo, não o negam, porém lhes falta muito ainda
para conhecerem as causas de tais flutuações continentais. Considero que se estudassem Dom MARIO
ROSO DE LUNA completariam melhor as suas informações.
Se pensássemos em nossa Terra como um ovo, a gema seria os continentes que se sustentam sobre
a clara. Entre a gema e a clara não faltariam substâncias, líquidos e elementos que a ciência materialista
ainda hoje desconhece plenamente.
Há quem acredite que certos tipos de macacos superiores, como: o gorila - gênero de macaco
antropomorfo da ÁFRICA EQUATORIAL; com uma estatura de uns 2m e um peso máximo de 250 kg -
o orangotango - do malaio: homem dos bosques; grande macaco antropomorfo da SUMATRA e
BORNEO, altura entre 1,20m e 1,50m, arborícola, facilmente domesticável - o chimpanzé - macaco
antropomorfo da ÁFRICA - Vêm da LEMÚRIA. Também há quem afirme categoricamente que as classes
inferiores como catarríneos, platirrinos, etc. vêm da ATLÂNTIDA. Nisso, não podemos fazer objeções,
porém, temos de refletir com profundidade.

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Atualmente estão sendo feitos certos comentários muito simpáticos. A ciência materialista inventa
todos os dias novas hipóteses. Estabeleceu-se uma cadeia curiosa e ridícula por excelência com relação aos
nossos possíveis antepassados. Como rei dessa cadeia aparece o tubarão, do qual descendem, segundo
dizem os antropólogos, os lagartos. Teoria ridícula, somente concebível por mentes de lagartos. Depois,
prosseguem com o famoso opossum, criatura similar ao crocodilo, um pouquinho mais evoluída, segundo
enfatizam. Daí, passam, seguindo o curso da grande cadeia de maravilhas, para certo animalzinho ao qual
se tem dado modernamente muita importância. Refiro-me de forma enfática às lêmures.
Atribuem-lhe uma placenta discoidal, questão que é refutada pelos zoólogos. Contradições
gigantescas são encontradas nos recôncavos da falsa ciência, que prossegue dizendo que as lêmures podem
ter existido há uns 150 milhões de anos, de quem descende por sua vez o macaco e por fim o gorila. Nessa
fantástica cadeia, o gorila é o nosso antecessor imediato, o predecessor do homem.
Alguns antropólogos, como dizia em minha primeira cátedra, não deixam de encaixar nestes
tempos ao pobre ratão e até querem incluí-lo nesta cadeia.
Como?
De que maneira?
Eles e suas teorias! Afirmam com um tom de extraordinária sapiência que o homem era diminuto,
microscópico, isto é, tão pequeno que nos assombraríamos hoje ao vê-lo.
Em que se baseiam?
Em que o ratão é pequeno?
Segundo eles, nós também somos filhos do ratão. Não sei em que parte o incluem, se antes dos
lêmures ou depois deles.
Divulgam que fomos crescendo até chegar à altura de uma grande civilização, perfeita e
extraordinária, como a que hoje temos. Nos dias atuais, desta grande civilização, o ratão passa a ocupar os
primeiros postos nas conferências públicas. Se as coisas continuarem assim, dentro de pouco tempo o
governo terá de proibir a matança de ratões, pois, segundo eles, são nada menos do que nossos
antepassados.
Onde estão os elos?
Como é possível que do esquilo, assim por assim, apareça da noite para o dia ou através de uns
quantos séculos o lagarto?
Os milhões de anos passaram e os tubarões seguem tranquilos. Nunca se viu, de uma espécie de
tubarão, seja no Atlântico ou no Pacífico, nascer novos lagartos. Segundo me consta, os crocodilos ou
caimões que conheço, se não estão demasiados civilizados e andando pelas ruas inventando teorias, na
realidade não se encontram no mar e sim nos rios ou lagos.
Alguém conhece alguma espécie de lagarto que tenha surgido das embravecidas águas do oceano?

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Bem sabe todo mundo que os lagartos são da água doce. Vimo-lo nos grandes rios; isso me consta.
Visitei os oceanos e nunca vi ou escutei de algum pescador que se tenha apanhado um lagarto em pleno
mar. Pescaram tubarões, porém lagartos... quando?
Estamos falando de fatos concretos, claros e definitivos.
Onde estariam os laços que ligariam o lagarto com o opossum? Onde estão os elos que ligam o
opossum com os lêmures, os quais, desprovidos de placenta, são assinalados por HAECKEL como uma
criatura com placenta discoidal?
Prosseguindo, onde estariam os encadeamentos que uniriam os lêmures com o antropóide? Onde
estão os elos que relacionam o mono com o gorila e onde estão as junções do gorila com o homem? Quais
são?
Estamos vendo exemplos precisos e observa-se que faltam pontos de conexão. Falar assim porque
sim, resulta demasiado absurdo. Comentou-se muito sobre a monera, o átomo do abismo aquoso, primeira
gota de sal em um oceano silúrico, cheio de lodo no fundo e onde ainda não havia sido depositada a primeira
camada de rochas.
Mas, qual é a origem da monera?
Porventura, poderia se conceber que algo tão extraordinário como o primeiro ponto atômico do
protoplasma, tão devidamente organizado e com uma construção tão complexa, pudesse ser o resultado da
sorte, do acaso?
Entendo que ao se negar os PRINCÍPIOS INTELIGENTES da natureza, o protoplasma perde
todo o sentido de organização! O tempo vai passando e com ele a antropologia materialista irá sendo
destruída pouco a pouco. Os antropólogos materialistas até agora ainda não puderam dizer em que data e
como surgiu o homem. Hipóteses e nada mais, hipóteses ridículas, conjeturas que não têm fundamentos
sérios.
Muito se apela na antropologia materialista à AUSTRÁLIA. Resulta mui socorrida a posição da
antropologia oficial ao dizer que as tribos selvagens que vivem na AUSTRÁLIA descendem do macaco.
Cientificamente, isto cai por si só. Medidos os cérebros e feitas as confrontações, vê-se que o cérebro do
mais avançado gorila não alcança a metade do volume do cérebro de um selvagem australiano. Faltaria,
pois, um ponto de união entre ambos.
Onde está esse elo? Que o apresentem aqui para que possamos vê-lo.
Em minha primeira cátedra, dizia que eles, os senhores do materialismo antropológico, afirmam
de uma maneira eloquente que não creem senão no que veem, mas os fatos estão demonstrando sua
falsidade. Estão crendo com firmeza em hipóteses absurdas que jamais viram. Isso de atribuir, de dizer, que
nós viemos do tubarão, isso de estabelecer uma cadeia de caprichos, simplesmente por parecências

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morfológicas, demonstra no fundo a superficialidade levada ao extremo. Se escrevem isso, estão abusando
demais da inteligência dos leitores. Se falam e ensinam isso, tornam-se terrivelmente cômicos e até absurdos.
Que na LEMÚRIA os homens tenham se misturado com os animais, não os pomos em dúvida.
Daí resultaram não somente os símios, porém múltiplas formas monstruosas que ainda hoje têm
documentação, tanto no Leste como no oeste do mundo.
Citaremos como exemplo certos símios lemurianos estranhos que poderiam servir de mofa aos
materialistas superficiais desta época, porém alguém tem de confirmar com coragem o que é verdade. Quero
me referir a uma espécie que existiu e que tão rápido se punha em suas mãos e pés, como qualquer símio,
como se erguia sobre seus dois pés. Havia os de cara azul e os de cara vermelha. Foram o produto do
cruzamento de certos seres humanos com animais sub-humanos do mioceno, especialmente na era
mesozoica. Encontramos referências a seu respeito, sobretudo em papiros, códices, tijolos, em antigos
monumentos e em manuscritos arcaicos. Assim que foram múltiplas as formas simiescas que surgiram no
velho continente MU.
Porém, como teria surgido o homem? De que maneira? Até agora, todas estas interrogações têm
sido um verdadeiro enigma, um quebra-cabeças, para os materialistas seguidores de DARWIN,
HAECKEL; mesmo para os modernos antropólogos.
Onde poderíamos achar a origem do homem? Inquestionavelmente no próprio homem.
Em que outro lugar?
Agora, temos a AUSTRÁLIA concretamente.
O que dizem os antropólogos materialistas?
Afirmam que as tribos australianas têm como ascendentes aos antropoides. Claro que não podem
provar isso, porém o afirmam, acreditam nisso. Vejam todos quão paradoxais resultam esses senhores! Os
clãs australianos são os mais primitivos que existem atualmente no mundo.
Qual seria a origem de tais famílias?
Primeiro teríamos de saber qual a origem da AUSTRÁLIA. Ora, a AUSTRÁLIA é um pedaço da
LEMÚRIA, situada no oceano PACÍFICO, uma terra velha.
Onde estarão os antepassados dessas tribos?
Falemos de seus corpos físicos. Obviamente, acharemos suas ossadas no fundo do próprio
PACÍFICO. São esqueletos de animais porque os clãs australianos são misturas de homens e animais que
passaram por muitas transformações e que atualmente ainda existem. Teria de se observar tais famílias para
se dar conta de que se trata do cruzamento de habitantes da antiga LEMÚRIA com certos animais da
natureza. Na AUSTRÁLIA há lugares em que o corpo das pessoas têm cabelo tão abundante que mais
parece o pelo de animais. Isto dá uma base aparente para que os senhores materialistas digam: Eis aí... são
os filhos dos antropoides... nossa teoria está demonstrada... os antropólogos materialistas são terrivelmente

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

superficiais, não possuem maturidade no entendimento; trata-se de mentes em estado de decrepitude,


degeneradas, o que é muito lamentável.
Se queremos buscar a origem do homem, temos de conhecer a fundo a antogenia. Observem os
processos de recapitulação do ser humano no ventre materno. A natureza sempre recapitula. Olhem uma
semente, o germe de uma árvore, aí está uma árvore em potencial. Só falta que se desenvolva. Para que
progrida precisa de água, terra, ar e sol. A natureza recapitula todos os processos da árvore que serviu de
pai nesse germe que se há de desenvolver. Em outros termos, diríamos que a natureza recapitula nesse
germe o que há de se desenvolver: os processos pelos quais passou toda a família dessa árvore, toda essa
espécie de árvores, as quais vão se desenvolvendo lentamente e crescendo da mesma maneira que as outras
árvores ou que a árvore da qual se desprendeu o germe. Há um processo de recapitulação folha por folha
até que a árvore dá finalmente o seu fruto e a semente para que outras árvores nasçam e continuem fazendo
sempre as mesmas recapitulações.
Observemos, que a natureza recapitula no cosmos todas as suas maravilhas. A cada ano voltam a
primavera, o verão, o outono e o inverno. É uma perfeita recapitulação. Assim também, no ventre materno
há recapitulação correta de toda a espécie humana. Ali estão, no ventre humano, todas as fases pelas quais
passou o ser humano desde as suas mais antigas origens. Portanto, ninguém poderia negar que o feto, no
ventre, passa pelos 4 REINOS da natureza. Ele primeiro é pedra (mineral), depois planta, por terceiro é
animal e no final homem.
Como germe o corpúsculo é inorgânico. É o óvulo que se desprende do ovário e vai se unir com
a matéria orgânica. A circulação conduz o óvulo até o próprio fundo da matéria para seu desenvolvimento.
No segundo aspecto, vemos o estado vegetal: uma espécie de cenoura, redonda em sua base e
pontuda na parte superior. Quando se a estuda clinicamente, mais parece uma cebola com diversas capas
entre as quais há um líquido maravilhoso. Do umbigo dessa aparente cebola pende a possibilidade do feto
como o fruto de uma planta. Eis aí o estado vegetal.
Mais tarde aparece a forma animal. O feto assume o aspecto de um filhote de rã e isto está
completamente demonstrado.
Por fim, assume a figura humana.
As 4 fases, mineral, vegetal, animal e humana, foram recapituladas.
Conhecendo-se e analisando o exposto, concluiremos dizendo que a nenhum médico consta ter
visto nessas 4 fases do feto a forma do antropóide. Qual foi o cientista que viu, durante o processo de
recapitulação fetal, o feto tomar alguma vez o aspecto de um gorila, de um orangotango, dos macacos
catarríneos ou dos platirrinos? Portanto, o que a ciência materialista afirma é absurdo! A origem do homem
tem de ser procurada no próprio ventre da mulher. Nesses processos de recapitulação está a origem do
homem e as fases pelas quais passou.

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Tampouco apareceu um tubarão no ventre de uma mãe!
Que houve com os lêmures antes mencionadas e pelos quais HAECKEL se apaixonou?
Onde estão?
Em que fase da gravidez aparecem?
Porque esses senhores querem sair do correto?
Porque não buscam a origem do ser humano no próprio ser humano? Porque buscam fora?
Todas as leis da natureza existem dentro de cada um. Se não as encontramos em nosso interior,
muito menos no exterior.
Chegamos a um ponto delicado e bastante difícil: Que fomos PEDRA, PLANTA, ANIMAL e
HOMEM! Isto está bem aceito, mas... quando? Como? Que causas primárias e secundárias governaram
todos esses processos?
Enigmas. Se os senhores materialistas não estivessem tão fanatizados com o dogma da geometria
tridimensional de EUCLIDES, isto poderia ser esclarecido. Tudo seria diferente. Infelizmente, estão
empenhados em querer que todos aceitem esse artigo de crença. Querem nos manter engarrafados dentro
desse fundamento. Isso é tão absurdo como querer engarrafar a vida universal ou querer encerrar o oceano
dentro de um copo de vidro. Que existe uma quarta vertical, uma quarta coordenada, isso é inegável, porém
incomoda aos materialistas. No entanto, EINSTEIN, que cooperou na fabricação da bomba atômica,
aceitou a quarta dimensão. Na matemática, ninguém pode negar a quarta dimensão, porém, às pessoas
materialistas desta época, nem sequer assim, lhes entra este conhecimento de que pode existir outras
dimensões superiores na natureza. À força, querem que nos encerremos no mundo tridimensional de
EUCLIDES. Devido a essa falsa e absurda posição, a FÍSICA encontra-se totalmente detida em seu avanço.
Nesta época, já deveriam existir naves cósmicas capazes de viajar através do infinito, mas isso não será
possível enquanto a FÍSICA permaneça embutida no dogma tridimensional de EUCLIDES.
Se esses senhores que até agora não foram capazes de responder às perguntas: de onde surgiu o
homem, em que data, como e quando, aceitassem a possibilidade de uma quarta, quinta, sexta e sétima
dimensões, tudo seria diferente. No entanto estamos seguros que não a aceitarão jamais. Por que? Porque
suas mentes estão em processo de franca degeneração devido ao abuso sexual. Nessas condições, não é
possível compreender as teses que nós expomos. Para entendê-las, teriam que começar a regenerar o
cérebro. Depois sim, aceitariam nossos postulados gnósticos.
Pedra, planta, animal e homem; eis aqui a base de uma antropologia séria. Pensemos agora na
forma anterior ao estado humano, em nossos legítimos antecessores. Inquestionavelmente, nos
encontraríamos com a vida animal na natureza, porém situada na quarta dimensão. Isto é chocante para o
materialismo. No entanto, eram os próprios materialistas que riam de LOUIS PASTEUR e suas teorias,
que mofavam dele, quando desinfetava os instrumentos cirúrgicos. Não acreditavam nos microrganismos
porque não os viam, mas hoje os aceitam.

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Pode haver vida animal numa quarta coordenada? Mas, claro que sim! Haverá algum método de
comprovação? É obvio que sim, porém são métodos bem diferentes dos da falsa ciência, já que esta se
encontra num estado retardatário.
Quem tem estes processos e sistemas? Nós os temos e com muito prazer os ensinamos àqueles
que querem de verdade investigar no terreno da ciência pura.
Houve vida animal na quarta coordenada? É lógico que houve. Houve vida vegetal na quinta
coordenada? Naturalmente houve!
Houve vida mineral na sexta coordenada? Sim, mas, esclareço: a vida mineral na sexta, a vida
vegetal na quinta e a vida animal na quarta, de modo algum se pareciam à vida animal, vegetal ou mineral
deste mundo meramente físico.
Que mais tarde essa vida mineral, vegetal e animal se condensou neste globo terrestre de matéria
tridimensional, não o negamos; isso se fez através de milhões de anos.
Como poderíamos definir de alguma maneira os processos evolutivos preliminares da natureza?
Esta questão foi devidamente traçada por GOTTFRIED WILHELM LEIBNITZ. Refiro-me às
MÔNADAS, PRINCÍPIOS INTELIGENTES da natureza ou jibas. Por certo que entre a monera atômica
de HAECKEL e o zaristripa de MANU, o jiba dos hindus ou a mônada de LEIBNITZ há um enorme
abismo. A monera atômica de HAECKEL está muito longe do que é a verdadeira MÔNADA ou
PRINCÍPIO DE VIDA.
É certo e de toda verdade que as chispas virginais ou simplesmente as mônadas de LEIBNITZ
evoluíram no reino mineral durante a época das grandes atividades da sexta dimensão. As mônadas
evoluíram também no reino vegetal na quinta dimensão e depois avançaram para o estado animal na quarta
dimensão. Isto é inquestionável. Essas dimensões da natureza poderão ser vistas no futuro com aparelhos
de alta precisão ótica, porém, enquanto não chega este dia, podemos estar seguros que nós, os antropólogos
gnósticos, teremos de suportar a mesma zombaria que PASTEUR teve de agüentar quando falava dos
micróbios. Mas, chegará o momento em que essas dimensões serão perceptíveis através da televisão e então
estas sátiras terminarão.
Por agora, como já lhes disse, tenta-se transformar as ondas sonoras em imagens e quando isto se
verificar, todos poderão ver os processos evolutivos e involutivos da natureza. Então, o anticristo da falsa
ciência ficará despido diante do veredicto solene da consciência pública.
Quanto ao organismo humano, vemos que um princípio é invisível; que a simples vista não se vê
nem o óvulo nem o zoosperma, quando começam o processo da concepção, quando a célula primitiva
começa a ser germinada.
Quem poderia supor que de um zoosperma e de uma célula fertilizada pudesse sair uma criatura?
Por acaso, se vê a simples vista?

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Sabe-se que existem pelo microscópio, é claro. Assim que, tornando em fatos concretos, as
mônadas que passaram pelo reino mineral na sexta dimensão são as mesmas que passaram pelo reino vegetal
na quinta e pelo animal na quarta. Foi precisamente no final da quarta dimensão que apareceu certa criatura
semelhante ao antropóide. Não era um gorila, um chimpanzé ou algo similar. Ao se aproximar a época de
atividade para o mundo tridimensional, tal forma sofreu algumas mudanças e várias metamorfoses, iguais
às que sofreu o planeta Terra, tendo finalmente se cristalizado na figura humana.
Tenha-se em conta que a morfologia das criaturas humanas e da natureza muda conforme passam
os séculos. Inquestionavelmente, a morfologia humana surgiu de acordo com a idade protoplasmática da
nossa Terra para vir ter realmente existência. Assim passou pelos períodos hiperbóreo, lemuriano e atlante,
alterando-se um pouco até os dias atuais.
As criaturas que nos precederam, a antiga raça humana, como o testemunham as tradições do
antigo MÉXICO e de diferentes países, foram gigantes e com o tempo perderam estatura até serem o que
atualmente são.
A seguir continuaremos explicando as quatro etapas, mineral, vegeta, animal e humana,
exclusivamente dentro da zona tridimensional de EUCLIDES neste mundo chamado Terra. Estou seguro,
completamente seguro, que tudo isso ficaria convertido em novos enigmas, sem solução alguma, se, à
medida que nos aprofundássemos nestes temas, depois do fracasso da antropologia materialista, não
pudéssemos dar a data, o como, o quando e o porquê surgiu o ser humano. Hoje em dia, não há outra saída
para os cientistas além da de aceitar a crua realidade das dimensões superiores da natureza e do cosmos.
Que o neguem! Têm todo o direito de negar. Que riam! Já se disse: quem ri do que desconhece está a
caminho de se tornar idiota.
À medida que o tempo vá transcorrendo, a ciência materialista irá ficando despida diante das novas
descobertas. Cada dia se afundará mais e mais dentro do poço de sua própria ignorância. Isso do NOÉ
pitecóide com seus três filhos bastardos: o cinocéfalo com rabo, o macaco sem rabo e o homem arbóreo,
serve muito bem para um MOLIERE e suas caricaturas. Na verdade, não temos nada de pitecóide em
nosso sangue e até agora os fatos têm falado por nós.

SAMAEL AUN WEOR

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

3ª CÁTEDRA
A origem do animal intelectual

Chegou a hora de se fazer certas análises com relação ao homem. Em nome da verdade, tornamos
a afirmar que a antropologia meramente materialista nada sabe sobre a origem do homem. Em CÁTEDRAS
passadas, fizemos alguns estudos sumários; agora vamos nos aprofundar um pouco mais nesta questão.
Pensemos por um momento nos tempos mesozoicos do nosso mundo, na era dos répteis. Na
verdade, o homem já existia antes. Claro que a antropologia materialista o nega. Mas, na verdade, a
antropologia meramente profana desconhece a origem real do ser humano. A antropologia materialista não
quer que o homem exista antes da era quaternária; nega-lhe a possibilidade de ter existido durante o período
cenozoico, o que resulta manifestamente absurdo. No entanto, há coisas que deixam alguém pensando: Por
que certas espécies como o plesiossauro e o pterodáctilo puderam sobreviver durante tanto tempo e no fim
morreram, deles sobrando nada mais do que restos em alguns dos principais museus?
Apesar de essas espécies terem falecido, terem se extinguido da superfície da Terra, como o
homem seguiu existindo? Por que se extinguiram todas as espécies da era mesozoica? Como é que os seres
humanos não se extinguiram? Tantas espécies desapareceram e os seres humanos continuam vivos, como
é isto? Que explicação poderia dar a ciência materialista? É lógico que não dá nenhuma.
Obviamente, a espécie humana deveria ter desaparecido. Se os seus contemporâneos da era
quaternária, bem como os da terciária desapareceram, também os seres humanos deveriam ter sido
eclipsados da face da Terra, porém continuam.
Isto nos permite inferir a existência do ser humano bem antes da era quaternária e ainda bem antes
da época dos répteis ou da idade carbonífera. Temos o direito de discutir a existência dos seres humanos
em tempos que estão além do período mesozoico. Tal direito confere-nos precisamente o fato concreto de
que todas as espécies da era terciária e quaternária hajam desaparecido e, no entanto, seu contemporâneo,
o homem, prossiga sua existência.
Se as outras espécies se esfumaram, por indução devemos dizer que o animal intelectual chamado
homem, por não ter desaparecido deve ter existido além da era mesozoica e da idade carbonífera. Os fatos
o estão demonstrando; fatos são fatos e diante deles temos de nos render.
Uma coisa é terrivelmente certa; a BÍBLIA fala-nos, por exemplo, de serpentes voadoras e JÓ cita
ao LEVIATÃ. O ZOHAR afirma de forma enfática que a serpente tentadora do EDEN era um camelo
voador. Não será demais recordar que na ALEMANHA se encontrou uma espécie de camelo voador.
Refiro-me aos restos fósseis que puderam ser perfeitamente organizados pelos antropólogos. Tem 78 pés
de altura, é gigantesco, possui um pescoço comprido semelhante ao dos camelos e está provido de asas
membranosas. Quando se observa o corpo daqueles restos fósseis, pode-se evidenciar que, na verdade, se
trata de uma serpente voadora, semelhante ao camelo quanto ao seu longo pescoço.
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Seria, talvez, o LEVIATÃ? Que diriam a respeito os antropólogos?
Obviamente, esse sáurio ou, melhor diríamos, mosassauro é no fundo unicamente o que sobrou
daquilo que foram as serpentes voadoras dos tempos arcaicos da nossa TERRA. Concluiremos dizendo
que o mosassauro tem mais relação com os ofídios do que com os lacertílios.
Aprofundemo-nos na questão. Há muitos aspectos nesse campo da antropologia. Na
BIBLIOTECA IMPERIAL DE PEQUIM havia umas pinturas nas quais se observava alguns plesiossauro
e alguns pterodáctilos. Perguntamos: Como é possível que os antigos, que nada sabiam de paleontologia ou
de paleontografia conhecessem espécies já extintas da época dos répteis?
O antes exposto seria algo sem explicação se não fosse a possibilidade de o cérebro humano poder
desenvolver certas capacidades e faculdades do tipo transcendental. Faculdades que permitem o estudo da
história da natureza e do homem, no fundo mesmo das memórias que jazem ocultas em tudo que é, foi e
será.
Na realidade, na verdade, meus estimados amigos, temos de saber que o homem atual de modo
algum é o homem real. Na única coisa que poderíamos estar de acordo com os antropólogos profanos, é
na questão do animal intelectual. Que este venha desde a era quaternária ou dos finais da era terciária é algo
que de modo algum negaríamos.
Antes de tudo, convém se fazer uma plena diferenciação entre o HOMEM e o ANIMAL
INTELECTUAL. O homem verdadeiro existiu antes da idade carbonífera e dos tempos mesozoicos. Esse
homem verdadeiro viveu na época dos répteis, também. Infelizmente, alguns desses seres humanos
autênticos degeneraram terrivelmente no final da era terciária, durante o mioceno. Misturaram-se
absurdamente, como já foi por mim dito, com alguns animais selvagens e desse cruzamento resultaram
certos símios gigantescos. Por sua vez, esses espécimes misturaram-se com outras bestas sub-humanas e
disso tudo resultaram os macacos que conhecemos e certas evoluções de alguns tipos de humanoides.
Tais humanoides seguiram se reproduzindo incessantemente durante a era quaternária. E também,
depois, nesta época em que nos encontramos. Esses humanoides são, pois, a humanidade atual, mistura de
homens autênticos com animais da natureza. Agora sim, se poderá ver a diferença que há entre os homens
reais da primeira, segunda e terceira raças e os animais intelectuais da quarta e quinta raças, sendo esta
última a em que nos encontramos. Mas, não devemos desanimar por causa disso. Os germes para o retorno
ao homem estão nas glândulas sexuais; não há quem não os carregue, posto que são o resultado do homem
com o animal.
Se o homem contém tais germes, existe a possibilidade de que se eleve ao verdadeiro estado
humano. Isso sim... há que se trabalhar com esses germes. Há que se conhecer os mistérios do sexo para se
poder criar o homem autêntico dentro de cada um. Infelizmente os antropólogos materialistas creem que
são homens. Desconhecem completamente os mistérios do sexo e inventam múltiplas teorias sobre a
origem da humanidade. Nenhuma dessas teorias pode dar resultados úteis. Penso que todas as especulações

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

dos antropólogos estão causando um dano gravíssimo aos povos. É lamentável que a antropologia
materialista esteja corrompendo a raça humana, que já está bastante degenerada e com essas fantasias, a
cada dia se degenera mais. Nós, como gnósticos antropólogos, temos de julgar severamente aos
antropólogos materialistas, esses que dizem só acreditar no que veem e no entanto estão a crer no que não
viram, em utopias tão absurdas quanto aquela de que somos filhos do ratão ou a de que nosso antepassado
mandril foi um elegante cavalheiro. Temos de procurar a origem desta 5ª RAÇA humana a qual
pertencemos pela CACHEMIRA, pelo PLANALTO CENTRAL DO TIBETE, pelo EUXÍMIO, etc.
Não quero afirmar que as regiões citadas tenham sido o único berço da raça atual, porém, em
nome da verdade, há que se dizer que tais lugares da Terra foram muito importantes para a origem da raça
humana. Refiro-me especificamente às pessoas da 5ª RAÇA.
Existiram 5 raças no mundo que correspondem a 5 épocas diferentes. Em Primeiro lugar vem a
raça protoplasmática, depois os hiperbóreos, segue-se os lemurianos, os atlantes e por fim vem a nossa raça
ariana. Nós iremos desenvolvendo através destas CÁTEDRAS a história de cada raça, ainda que de forma
rápida, juntando uma descrição dos cenários dos quais se desenvolveram. Agora, limito-me a dizer que os
homens da 1ª RAÇA moravam na calota polar norte, na ILHA SAGRADA. Naqueles tempos, a calota
polar norte ocupava a zona equatorial.
Inquestionavelmente, a forma de vida daquela raça era bem diferente da atual e sobretudo, a
antropologia materialista nada conhece dela. Ainda mais, estas afirmações em nada concordam com a
famosa PANGAEA ou GRANDE CONTINENTE PRIMITIVO. Portanto, ao fazermos tais declarações,
nos expomos à zombaria dos antropólogos profanos. Eles desconhecem totalmente a mecânica celeste.
Não sabem que existe um processo de revolução dos eixos terrestres. Pensam que a TERRA manteve
sempre a mesma posição com relação ao SOL. É óbvio que por tal motivo inventaram a sua PANGAEA,
posto que lhes resulta mais cômodo do que estudar astronomia.
Os hiperbóreos viveram nessa ferradura que rodeia o polo norte. A INGLATERRA e até a
IRLANDA pertenceram às terras dos hiperbóreos. Também fazia parte, o ALASCA, pois que todas essas
regiões formam uma ferradura em torno da calota polar norte.
A LEMÚRIA existiu mais tarde, no Oceano PACÍFICO; era um enorme continente que cobria
toda a área do PACÍFICO.
Quanto à ATLÂNTIDA, esta existiu depois no local onde está o oceano que leva seu nome.
Portanto, a fisionomia do globo terrestre mudou muitas vezes. Cinco aspectos ou cenários teve o
mundo, nos quais se desenvolveram cinco raças. Não podemos aspirar a que os senhores da antropologia
materialista aceitem tudo isto. Inquestionavelmente é algo impossível porque eles pensam que sabem tudo,
quando não somente ignoram, como ainda, isto é o pior, ignoram que ignoram.

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2
5
Os sequazes do absurdo propõem-se a atacar a gênese bíblica. Em seu afã anticlerical, inventaram
essas especulações que abundam por aqui e acolá. Não querem sequer entender o que significa a palavra
EDEN. Em sua etimologia, embasada numa raiz grega que a explica, EDEN significa
VOLUPTUOSIDADE. Assim, pois, EDEN quer dizer VOLUPTUOSIDADE. O EDEN é o próprio
SEXO. Toda a GÊNESE da BÍBLIA é uma obra de alquimia que nada tem a ver com relatos históricos.
Aquele EDEN que outrora se situou na MESOPOTÂMIA, entre o TIGRE e o EUFRATES,
converteu-se mais tarde, na escola dos magos da CALDÉIA, os ALEIM. Esse EDEN tem alguma relação
com o famoso ADI-VARSHA dos antigos lemurianos e até com o JARDIM DAS HESPÉRIDES do
continente atlante.
O EDEN é o SEXO, mas isto os antropólogos do materialismo jamais aceitariam e muito menos
os grandes MISTÉRIOS SEXUAIS DA CALDÉIA, da ÍNDIA, da BABILÔNIA, do MÉXICO e do
EGITO.
Na LEMÚRIA a reprodução efetuava-se pelo sistema de KRIYASHAKTI. Isto ocorreu durante
o mesozoico, muito antes de a raça humana cair na geração animal. Bem sabemos nós que esta raça caiu no
período terciário, ou seja, na época do mioceno. Os verdadeiros homens da era mesozoica reproduziam-se
por KRIYASHAKTI, o poder da vontade e da inteligência. Eles eram homens legítimos e seu sistema de
reprodução não seria aceito modernamente pelos animais intelectuais. O KRIYASHAKTI, o sistema de
reprodução dos homens verdadeiros, é um sistema sagrado que causaria riso e repulsa entre os antropólogos
materialistas; sentir-se iam como que ofendidos.
Nessa época, o sexo era considerado sagrado e jamais se ejaculava o esperma santo. O esperma
era considerado como matéria venerável. Um único esperma que escapasse tornava a matriz fecunda. A
raça humana possuía ingentes poderes e faculdades extra-sensoriais que lhes permitiam conhecer as
maravilhas do universo e do cosmos. Por isso, diz-se que viviam em estado paradisíaco. Porém, quando o
homem caiu na geração animal, isto é, quando começou a ejacular a entidade do sêmen, precipitou-se na
involução. Isso aconteceu na terceira parte do eoceno. Foi nessa época que o homem caído chegou a se
misturar com animais. Daí nasceu o animal intelectual.
Definitivamente o animal intelectual não poderia jamais aceitar o sistema de reprodução por
KRIYASHAKTI precisamente por sua condição animal. O sistema KRIYASHAKTI não é para animais
intelectuais e sim para homens. Trata-se de dois reinos bem diferentes. Assim, que, na realidade, não
surpreende a nós que os animais intelectuais da antropologia materialista repilam este sistema de
reprodução.
Como quer que, apesar de tudo, os germes do homem estão em nossas glândulas endócrinas, é
óbvio que, se trabalharmos com o sistema de KRIYASHAKTI, poderemos regenerar o cérebro e
desenvolver dentro da natureza fisiológica e psicossomática ao homem real, ao homem verdadeiro. Porém,
repito, isto não agrada aos animais intelectuais.

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

A GNOSE difundiu por todas as partes os MISTÉRIOS DO SEXO. Se bem que o gnosticismo
universal tenha aceitado o sistema de reprodução por KRIYASHAKTI, também não é menos certo que
milhões de animais intelectuais o rechaçaram e não podemos criticá-los, posto que são isso: animais
intelectuais, produto da relação sexual de certos homens que degeneraram na época terciária com animais
da natureza.
Como poderia esse produto de homens e animais aceitar um sistema sexual que não lhes pertence.
Impossível! Assim que, vale a pena refletirmos um pouco.
Vamos agora entrar num tema bastante importante a fim de que reflitam sobre ele. Afinal de
contas... de onde surgiram as espécies vivas? De onde surgiu esta natureza? Por que teríamos de aceitar as
utopias materialistas? Porque teríamos de aceitar o dogma da evolução? Por que temos de viver num mundo
de hipóteses? Chegou o momento de nos aprofundarmos um pouco nesta questão.
Em minha 2ª CÁTEDRA, disse que a espécie humana havia se desenvolvido em outras dimensões.
Afirmei também que os senhores materialistas não aceitavam as dimensões superiores. Eles querem manter-
nos à força no dogma tridimensional de EUCLIDES; são como o porco que a todas as horas quer estar na
pocilga e não quer saber de nada que não se pareça com ela. Porém, nós não aceitamos dogmas. A eles não
lhes consta todas as crenças que afirmaram, como a de que o homem venha do macaco. DARWIN nunca
disse que o homem vinha do macaco. Ele apenas afirmou que o homem e o macaco tinham um antecessor
comum, logo DARWIN abriu uma porta, nada mais. CHARLES ROBERT DARWIN nunca se
conformou com o relato bíblico da criação, pois DEUS aparecia como um castigador dos não crentes. No
entanto, não quis que MARX lhe dedicasse a edição inglesa de O CAPITAL porque não desejava que seu
nome ficasse vinculado aos ataques à religião. Não obstante, ele sempre conservou uma fé vaga na
divindade. Nos estados de dúvida extrema, nunca foi ateu, isto é: " Nunca neguei a existência de um DEUS",
declara em sua autobiografia. Sentia horror por tudo que fizesse sofrer a outrem. Não admitia o sofrimento
que o patrão infligia ao escravo ou um homem a um animal. Dito horror foi uma das causas que o levaram
a abandonar a religião. DARWIN não era materialista; investigava. Ele apenas abriu uma saída. Isso é tudo.
A nós cabe aproveitar essa porta e mergulhar no mistério. Se tudo o que há até agora são hipóteses,
como diz HAECKEL: "Quem na verdade assegura de forma enfática que a geologia ou a filogenia sejam
ciências exatas?"
Se as teorias de um dia desaparecem no outro, se os senhores estão afirmando o que nunca viram,
se estão mentindo dessa forma, então não podemos nem devemos dar-lhes crédito. Portanto, temos que
apelar à sabedoria dos antigos ensinada pelo GNOSTICISMO. Que a raça humana tenha se desenvolvido
em outras dimensões, isso é um impossível para a ciência materialista, porém uma realidade para os
GNÓSTICOS.

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Se os antigos sábios podiam falar do plesiossauro, se podiam mencionar a diferentes feras da época
dos répteis primitivos e ainda mais do período carbonífero sem saber de paleontologia e de paleontografia,
sem ter esse jargão na cabeça, é porque possuíam faculdades extraordinárias, que podem ser desenvolvidas
e que residem no cérebro humano.
Os antropólogos materialistas poderiam afirmar que já conhecem o cérebro humano? É óbvio
que não! Ademais, afirmo que nem a ciência médica conhece o corpo humano. Acreditam que conhecem,
porém não o conhecem.
Mas enfim: Qual é a origem da humanidade, da terra, das raças e da natureza? De tudo o que foi,
é e será? Isto é o que temos para refletir agora.
Que nos dizem os NAHOAS sobre o OMEYOCAN?
O que é o OMEYOCAN?
Diz-se que no OMEYOCAN só há vento e trevas. Assim afirmam os NAHOAS. Chama-se o
OMEYOCAN, devido ao vento e às trevas, também de YOALLI EHECATL e isto nos deve convidar a
refletir.
Que nos diria o mundo oriental sobre o OMEYOCAN, os eruditos do nosso país e os ocidentais?
Uma vez estive falando sobre o que é a matéria em si mesma. Disse que sua forma podia ser
destruída, mas que como substância a matéria continuava em outras dimensões e que, por fim, a Terra, a
substância ou o germe da Terra era depositado no espaço profundo do universo, na dimensão ZERO
desconhecida. Também afirmei que essa substância era o ILIASTER. A semente ficaria depositada nas
profundezas do espaço infinito esperando a hora de uma nova manifestação cósmica. Assim como quando
morre uma árvore, fica sua semente e nela estão todas as suas possibilidades para um novo
desenvolvimento, para uma nova árvore. Quando um mundo morre, resta uma semente ou matéria
homogênea, insípida, incolor, inodora e insubstancial depositada no seio da eterna MÃE do espaço. Essa
semente, com relação ao UNO é DUAS. Não devemos esquecer que para se ser "1" se precisa ser "2" e
que o UNO se sente DOIS. Essa Terra caótica, primitiva é o germe do mundo; depositado na MÃE
ESPAÇO é o OMEYOCAN, um verdadeiro paraíso que durante o tempo de inatividade vibra felicíssimo.
Chama-se também de YOALLI EHECATL ao OMEYOCAN, devido ao vento e às trevas e também
porque EHECATL é o Deus do Movimento Cósmico, o Deus do Vento. YOALLI EHECATL, o grande
movimento cósmico do OMEYOCAN, é o lugar onde reina a autêntica felicidade do mundo, felicidade
profunda e inesgotável. Há dias e noites cósmicas. Quando a Terra está em estado germinal, quando um
mundo qualquer se encontra em estado de germe, depositado no seio do espaço profundo, dorme e sendo
"2", é "1". Depois de um certo período de inatividade, o impulso elétrico, o furacão elétrico, faz com que
os aspectos positivos e negativos entrem em atividade. Por isso, se diz que, no OMEYOCAN, há ventos e
trevas. Não queremos dizer trevas no sentido corrente da palavra. Usamos uma forma alegórica de falar.
Recordemos que nos Mistérios Egípcios, os sacerdotes aproximavam-se do neófito e diziam-lhe no ouvido:

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

" OSIRIS é um DEUS NEGRO ". Não que fosse negro; acontece que a luz do espírito puro, a luz da
grande realidade, é trevas para o intelecto. Por isso, se diz que, no OMEYOCAN, só há trevas e vento, isto
é, movimento cósmico, de onde emana a luz incriada e de onde desabrocha o movimento universal
representado por EHECATL.
No OMEYOCAN, amontoa-se a quietude infinita antes da manifestação do LOGOS SOLAR, a
unidade múltipla perfeita. O LOGOS SOLAR, na sagrada terra de ANAHUAC, sempre foi chamado de
QUETZALCOATL. QUETZALCOATL como LOGOS existe, indubitavelmente muito antes de qualquer
manifestação cósmica. O OMEYOCAN é o umbigo do universo, onde o infinitamente grande rebenta no
infinitamente pequeno através de recíprocos remoinhos que vibram e palpitam intensamente. Lá o grande
e o pequeno se encontram, o MACROCOSMOS e o MICROCOSMOS se encontram.
Com a aurora do universo, o furacão elétrico faz com que os átomos palpitem na forma de
remoinho dentro do OMEYOCAN, dentro do umbigo do universo, dentro da matriz cósmica que é o 2.
No OMEYOCAN, o TLOQUE NAHUAQUE é tempestade noturna de todas as possibilidades. Quando
o movimento elétrico, o furacão elétrico, o torvelinho elétrico faz girar todos esses átomos dentro da
matéria caótica, persiste todas as possibilidades da vida universal. Assim o escreveram sempre os melhores
autores de COSMOGÊNESE.
O OMEYOCAN, o SENHOR DA NOITE, o negro TEZCATLIPOCA, nega-se, rebenta-se em
luz e nasce o fecundo universo que QUETZALCOATL, o LOGOS SOLAR, maneja. TEZCATLIPOCA
representa a LUA e ao DEUS-MÃE em seu aspecto feminino. O OMEYOCAN é precisamente isso, o
DEUS-MÃE, a matriz do mundo. Por isso, se diz que TEZCATLIPOCA explode em luz e a mãe incha
como flor de lótus. Finalmente, nasce o universo que de fato o LOGOS fecunda. Em NAHUATL diz-se
que QUETZALCOATL então dirige e maneja esse universo que surge para a existência.
O LOGOS, a UNIDADE MÚLTIPLA PERFEITA, é radical, mas mesmo assim, desdobra-se
em 49 fogos para trabalhar com o nascente universo. Inquestionavelmente, o LOGOS QUETZALCOATL
quem dirige este universo, a consciência cósmica governando, dirigindo, o que é, foi e será. Estou
perfeitamente seguro que a antropologia oficial não aceitaria esta concepção de QUETZALCOATL. Não
temos dúvida de que a antropologia materialista repele ao LOGOS, o qual se encontra na tradição mexicana.
Eles não querem nada com a sabedoria do MÉXICO. A antropologia materialista ao rechaçar a
QUETZALCOATL como verdadeiro governante do universo coloca-se de fato contra o próprio
MÉXICO.
Assim que, meus queridos amigos, vale a pena que reflitamos um pouco. Tampouco convém que
formemos do senhor QUETZALCOATL uma concepção antropomórfica, não! Repito:
QUETZALCOATL é uma unidade múltipla perfeita; ele é o DEMIÚRGO dos gregos ou LOGOS de

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PLATÃO. O PRINCÍPIO INGENTE DA NATUREZA fazendo vibrar a cada átomo, fazendo
estremecer a cada átomo. Ele é o fogo criador do primeiro instante.
Os sequazes do materialismo antropológico jamais poderiam assegurar que conhecem o fogo. Não
o conhecem e muito menos a eletricidade. A nós nos interessa o fogo do fogo e o conhecimento profundo
da eletricidade.
Eles julgam e consideram o fogo como sendo um produto da combustão, mas se enganam. Na
verdade, se esfregamos um palito de fósforo, vemos que surge o fogo. Dirão eles que isso é produto da
combustão. Não senhor! A combustão é que é um produto do fogo. A mão que risca o fósforo tem fogo
para se movimentar e mesmo o fogo está latente dentro do próprio fósforo. Basta que se elimine o
envoltório de matérias químicas do palito, mediante a fricção, para que surja o fogo. O fogo existe antes de
o palito de fósforo ser aceso e isto é algo desconhecido para a química. O fogo em si mesmo é o LOGOS,
O PRINCÍPIO INTELIGENTE FUNDAMENTAL da natureza.
Que conste que nós jamais defenderíamos a um deus antropomórfico, o qual tanto desagrada aos
materialistas! Não! Nós estamos unicamente dando ênfase ao que dizemos: que a natureza tem
PRINCÍPIOS INTELIGENTES e que a soma deles é QUETZALCOATL, o DEMIURGO dos gregos,
o LOGOS dos platônicos, a unidade múltipla perfeita latente em todo átomo, em todo corpúsculo que vem
à vida e em toda a criatura que existe sob o SOL.
Não resta a menor dúvida, queridos amigos, que o monoteísmo causou um grande mal à
humanidade, porque em consequência dele apareceu i materialismo e o ateísmo. Digo também que o
politeísmo, levado ao extremo, causou por sua vez um grande mal, porque dele surgiu o monoteísmo e do
monoteísmo apareceu o ateísmo materialista. O politeísmo, tendo degenerado, deu origem ao monoteísmo
antropomórfico e deste, devido aos abusos dos vários cleros religiosos, frutificou o materialismo.
Se nós aceitamos PRINCÍPIOS INTELIGENTES na natureza e no cosmos, como fundamento
de toda a maquinaria da relatividade, não desconhecemos que, no fundo, A VARIEDADE É UNIDADE.
Conceituo que num futuro próximo a humanidade terá que voltar ao politeísmo, mas de uma
forma monística transcendental. Deverá se equilibrar, do ponto de vista espiritual, entre o monoteísmo e o
politeísmo. Somente assim poderá ser iniciada uma renovação de princípios e uma revolução completa da
consciência.

SAMAEL AUN WEOR

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

4ª CÁTEDRA
Mais absurdos da antropologia materialista

Antes de tudo, convém saber que os antropólogos não falam de três épocas importantes:
 O período PALEOZÓICO
 O Período MESOZÓICO
 O período CENOZÓICO
Afirmam eles de forma enfática que durante o período paleozoico existiram apenas sobre as águas
da vida os primeiros seres unicelulares, os microrganismos, os moluscoides, os moluscos, peixes e os
primeiros répteis. Os antropólogos materialistas afirmam isso com uma segurança incrível, como se eles
tivessem estado presentes nas épocas arcaicas, como se tivessem podido ver, cheirar, tocar e até ouvir ao
que aconteceu naquelas idades.
No entanto, como já foi dito em passadas CÁTEDRAS, os antropólogos do materialismo afirmam
sempre que não creem senão no que veem, que jamais aceitariam o que não viram com seus olhos ou não
tocaram com suas mãos. Ainda que tenha de reiterar várias vezes, declaro que tal afirmação é absurda e
completamente falsa, porquanto eles estão crendo em coisas que nunca viram e estão divulgando suposições
falsas de uma maneira absolutista.
Quando viram a era primária?
Quando estiveram presentes no período paleozoico?
Viveram no período mesozoico?
Por acaso existiram no cenozoico?
Estão afirmando meras hipóteses que não lhes consta. Afirmam o que nunca viram e no entanto
julgam-se eminentemente práticos.
Nunca viram o período paleozoico! Que sabem dele, das formas de vida que existiram nessa
primeira idade, dos acontecimentos dessa época arcaica do nosso mundo? Falam também do período
mesozoico, a época dos grandes répteis antediluvianos. Nós não negamos que os répteis tenham existido na
Terra. É claro que houve a época dos répteis; foi um fato. Que nossa Terra esteve povoada por enormes
répteis é inegável! Recordemos o estegossauro, o palesiossauro, o pterodáctilo, etc.
Todos esses sáurios foram realmente gigantescos, enormes, monstros que tinham uma e até duas
quadras de tamanho. Porém consta aos senhores da falsa ciência ter visto todos os répteis do período
mesozoico? Como se reproduziam? Como viviam? Foram testemunhas disso?
Depois vem o período cenozoico. Diz-se que muitos répteis evoluíram até o estado de mamíferos.
Assegura-se que dos primatas vieram os hominídeos, antecessores do animal intelectual equivocadamente
chamado homem. Não há dúvida, dizem eles, que dos primatas nasceram os hominídeos que deram origem

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ao homem e, por outro lado, àquele ramo dos grandes gorilas, chimpanzés, etc. Ao falarem assim,
praticamente colocam-se ao lado de DARWIN.
Bem sabemos que DARWIN de modo algum declara que o homem descenda do macaco. Apenas
esclarece que o homem e o macaco têm um antecessor comum. Os antropólogos do materialismo dizem
que esse antecessor comum são os primatas. Que dos primatas nasceram os primeiros hominídeos e também
os grandes símios do período que poderíamos chamar de cenozoico. Assim, pois, é como arranjam suas
teorias para que de alguma maneira coincidam com os planejamentos de DARWIN. Mas, será que esses
primatas existiram?
Os antropólogos viram alguma vez aos primeiros hominídeos? Poderiam jurar que desses
hominídeos nasceram, por um lado símios gigantescos e por outros homens? Poderiam provar que dos
primatas tivessem nascido os hominídeos que são os antecessores do homem? Será que se atreveriam a dizer
que desses primatas nasceram todas as espécies de gorilas e chimpanzés gigantes que povoaram a superfície
da Terra em épocas arcaicas? Que sabem disso os senhores do materialismo?
Por outro lado, HAECKEL, como sempre com suas teorias atribui ao humanoide atual umas 17
ou 18 genealogias. Que estas provêm de marsupiais, de didelfos mamíferos... e fala com tanta segurança
como se de fato o tivesse visto. Estão acreditando em utopismos fantasmagóricos da mente que não têm
demonstração alguma. Os mamíferos, os marsupiais e todas essas genealogias de HAECKEL resultam
tremendamente absurdas. Entre as genealogias, os antropólogos não descartam os famosos lêmures com
placenta discoidal. Mas...
Onde está a placenta dos lêmures?
Nos tempos atuais afirma-se que viemos dos lêmures e não faltam por aí certos pseudo-sapientes
que apregoam que nosso antecessor é o ratão.
Sabemos muito bem, por tradições antigas, que a raça humana esteve formada pelos gigantes da
ATLÂNTIDA, da LEMÚRIA, da raça HIPERBÓREA e da raça POLAR. Para fazer essas asseverações de
que somos descendentes do ratão tem de haver uma excessiva ignorância. Nem mesmo o ratão era tão
pequeno na ATLÂNTIDA como o é agora! Dizer que o ser humano era pequenino e que foi crescendo,
afirmar que é de baixa estatura porque é filho do ratão, resulta no fundo espantosamente ridículo.
Estamos vendo como esses cínicos do materialismo se movimentam. Tão logo dizem que somos
oriundos dos primatas como já dizem outra coisa. Quando se cansam do irmão ratão, apelam para o irmão
mandril devido a que o pobre animal tem as nádegas vermelhas. Que ignorantes são esses pseudo-
antropólogos!

"Foram eles que precipitaram o mundo pelo caminho da involução e da degeneração. São
eles os que estão degenerando a humanidade, os que estão tirando delas os princípios e valores
espirituais eternos".

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Quando se tira do ser humano os valores espirituais eternos, ele degenera espantosamente. São eles
que mandam seus sequazes, os velhacos do materialismo, ensinar à gente do campo todas essas tolices. Eles
converteram-se nos instrutores dos pobres seres que vivem nas cidades. Poderíamos considerá-los como
corruptores de menores porque corrompem à gente humilde do campo com seu grande desenvolvimento
de falácias. São eles que danificam a mente dos homens. São eles que estruturam os planos educacionais e
que deles excluem tudo o que tenha sabor de espiritualidade. Eles não têm base suficiente para se
pronunciarem contra os ensinamentos místicos da humanidade!
Asseverar que viemos do mandril, do ratão ou dos primeiros primatas da época cenozoica é por
demais ridículo!
Os senhores materialistas riem-se do Pai de MANU, de quem se originou toda a raça humana,
tanto no Norte, como no Sul, como em diferentes regiões da Terra. Riem-se do DHYANCHOHAM, o qual
lhes parece um personagem utópico. No entanto não veem inconveniente algum em acreditar na insipidez
de HAECKEL, uma espécie de pitecóide estúpido, com uma capacidade falante, mil vezes mais fantástica
do que a afirmativa do MANU ou DHYANCHOHAM. Contudo, a humanidade ainda crê no
DHYANCHOHAM, ainda que isso aborreça os insignes materialistas. Há milhões de pessoas que aceitam
o Pai de MANU; acreditam nele na ÁSIA. Ainda se acredita no homem-espírito, no homem-protótipo,
colocado em um nível de SER muito superior. Se fizéssemos investigações retrospectivas com
procedimentos diferentes dos do carbono14 ou do potássio argônio, descobriríamos que os protótipos desta
humanidade vêm das dimensões superiores da natureza e do cosmos.
Temos de analisar judiciosamente o que é essa cultura materialista, que está servindo de base aos
povos e às nações. Devemos buscar a origem de tanta corrupção e tanta perversidade. Não é possível que a
humanidade siga sendo vítima de tanta ignorância; isto é, cem por cento absurdo. Dizer que aqueles lêmures,
pequenos animais de olhos muito vivos, tivessem placenta e que contassem entre os nossos antecessores é
absurdo porque os lêmures nunca tiveram placenta. Este é um erro zoológico imperdoável. De fato,
HAECKEL causou um grande dano à sociedade. Por isso, certa vez dissemos, parodiando o profeta JÓ:

"Que se esqueçam suas memórias e que jamais se ponha seu nome nas ruas".

Na época de HAECKEL, ainda não se conhecia a embriogenia. Como se atreveu ele a falar de
lêmures com placenta, sendo isso incongruente?
Quando alguém investiga este tema, não pode deixar de sentir repugnância por essa escola
materialista, a qual está corrompendo a cultura atual e tirando-lhe os valores eternos; está precipitando-a no
caminho da perdição.
Qual é na realidade o antecessor do homem na época cenozoica?
Quais são os antecessores do homem paleolítico e quais são seus descendentes?

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Os conheceu alguma vez, DARWIN?
Os conheceu HAECKEL ou HUXLEY?
Em que se baseia a antropologia materialista para falar com tanta autoridade sobre o HOMO
SAPIENS, o homem primordial? A que época pertenceu o HOMO SAPIENS?
HUXLEY tentará, em vão, buscar entre as camadas subterrâneas da época quaternária os restos
fósseis do homem primordial. Não os achará nunca! Acontece que o homem é bem mais antigo do que o
supõem os porcos do materialismo. O homem do período cenozoico existiu, como existiu o do mesozoico
e o do paleozoico. Os materialistas não aceitam isto. Eles querem que o homem venha exclusivamente da
era quaternária e de modo algum admitem que tenha existido durante o período cenozoico.
Chegou o instante das grandes reflexões e das análises máximas...
Que sabem os pseudo-antropólogos da vida?
De como foi se processando durante as eras primária, secundária, terciária e quaternária?
Dote-se a todos seres humanos de sua MÔNADA e veremos todo o teatrinho de HAECKEL,
DARWIN, HUXLEY, MARX e demais sequazes cair feito poeira. A antropologia oficial é um edifício
levantado sem cimento.
Na 3ª CÁTEDRA falei sobre o umbigo do universo...
Seria que a nossa TERRA teria também um umbigo?
Porque não?
Se nós quando nascemos, quando viemos ao mundo também tínhamos. Assim como éno
MACROCOSMOS, é no MICROCOSMOS. Assim como é em cima, é em baixo.
Comentei na CÁTEDRA passada sobre o OMEYOCAN. Porém, o que é o OMEYOCAN?
Nada menos do que o umbigo do universo. Uma vez a TERRA-LUA teve mares e montanhas cheias de
vida e vegetação. Ademais teve seus períodos paleozoico, mesozoico e cenozoico. Todos os mundos que
são, foram e serão, nascem, crescem, envelhecem e morrem. A matéria meramente física da LUA morreu.
Hoje ela é um cadáver como ficou demonstrado pelos astronautas que desceram em seu solo. Agora, a vida
em si mesma, a substância viva da matéria, não morreu. Ela continuou processando-se em uma 4ª
coordenada, em uma 4ª vertical, junto com as sementes de todo o existente.
Essa substância processou-se mais tarde em uma 5ª coordenada, depois em uma 6ª e finalmente
em uma 7ª Quando caiu nesta última, submergiu no seio do ESPAÇO ABSTRATO ABSOLUTO. Essa
substância homogênea, esse MULAPRAKRITI dos orientais, essa Terra primitiva, continua existindo. Era
uma semente que não poderia se perder, que estava depositada no espaço profundo. Nessa semente, a vida
continuou latente. Sete eternidades dormiu tal semente no caos, no espaço profundo, para ser mais claro.
Muito mais tarde, o torvelinho elétrico, o furacão elétrico, as trevas e o vento, como diz o povo de
ANAHUAC, habitaram aquele mundo primitivo também chamado de ILIASTER. Foi então que o 2

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

funcionou com seus opostos positivo e negativo, masculino e feminino. Do ILIASTER surgiu o caos, por
isso se diz que no OMEYOCAN prevalece o furacão, a tempestade e as trevas.
YOALLI EHECATL é o Deus do vento, dos furacões, do movimento elétrico, do
MACROCOSMOS transformado no MICROCOSMOS; tudo em incessante atividade. Assim é o caos.
Existiu no OMEYOCAN e foi o próprio OMEYOCAN. No entanto ali estarão todas as possibilidades a
espera de que o TODO possa torna o caos fecundo. Quando o fez fecundo, apareceu o LIMBUS. Esse
LIMBUS extraordinário deu origem a tudo o que É, FOI e SERÁ. Desde então, o umbigo do universo teve
sucessivos desdobramentos através de várias dimensões e o homem meramente germinal passou ao
protoplasma e a vida, evolutiva e involutiva, através de várias dimensões, veio a se cristalizar por fim na
Terra protoplasmática.
Existiu uma primeira manifestação no mundo da mente, na região da mente cósmica ou da
inteligência universal. Uma segunda manifestação de tudo o que foi é e será num segundo período. Como
resultado, apareceu uma terceira manifestação numa dimensão posterior. A vida desenvolveu-se e involuiu
em 3 dimensões extraordinárias antes de aparecer neste mundo físico.
É óbvio que antes de a vida humana aparecer em nosso mundo protoplasmático, havia surgido
dentre as espécies de animais existentes uma criatura bastante semelhante a qualquer mamífero ou a qualquer
símio, porém, na realidade, muito diferente dos símios. O homem original ou primitivo, quando conseguiu
se cristalizar na forma densa, passou por uma transformação morfológica e apareceu sobre a calota polar do
Norte, a qual outrora estivera localizada na zona equatorial.
Em minha próxima CÁTEDRA, falarei sobre o movimento dos continentes. Então, diremos
realmente ao mundo o que é a PANGAEA. Agora, nos limitaremos a explanar que a vida se desenvolveu
em outras dimensões, antes de se cristalizar no mundo físico. Quero por certa ênfase ao declarar que, antes
de o animal intelectual equivocadamente chamado homem existir, já existia o HOMEM real da primeira,
segunda e terceira raças. O animal intelectual, esse que surgiu na era quaternária, não é HOMEM e sim um
animal intelectual. Na CÁTEDRA anterior disse que os HOMENS reais viveram esplendidamente na
LEMÚRIA, mas alguns degeneraram no final daquela era e se misturaram com animais, de cuja mescla veio
a resultar a humanidade atual, o ANIMAL INTELECTUAL.
Este é o momento de se entender estas questões tão delicadas. O HOMEM é anterior aos períodos
quaternário, terciário, secundário e primário. Prova disso é que apesar de todas as espécies vivas dos tempos
arcaicos terem desaparecido, o homem continua existindo.
Se o animal intelectual equivocadamente chamado homem foi capaz de subsistir a tantas tormentas,
à revolução dos eixos da Terra, aos acontecimentos da PANGAEA; se os animais, os répteis, etc., de outras
eras, não foram capazes de sobreviver, isto está demonstrando que o homem é anterior a todos os períodos
assinalados pelos antropólogos materialistas.

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Reflitamos profundamente nestes estudos. Dote-se o pobre animal intelectual de MÔNADA, a
qual se lhe tenta tirar, e todo esse circo de DARWIN, HAECKEL e HUXLEY cairá definitivamente. Estes
são tempos de se desmascarar a antropologia materialista. Este é o instante de se devolver à humanidade os
seus valores eternos.

SAMAEL AUN WEOR

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

5ª CÁTEDRA
Acontecimentos cósmicos

Há fatos, acontecimentos cósmicos e geológicos, que bem vale a pena estudar neste tratado de
antropologia. Não há dúvida que a antropologia científico-gnóstica retira todos os véus que cobrem a origem
do homem e do universo. Obviamente resulta portentosa essa mecânica da natureza, porém jamais
aceitaríamos a possibilidade de uma matemática sem matemáticos ou de uma mecânica sem mecânicos.
Não quero defender um Deus antropomórfico ao estilo do Jeová judaico, aquele da doutrina do
olho por olho, dente por dente. Sabemos que este tipo de dogmatismo traz como consequência ou corolário
a reação do tipo ateísta e materialista. Torna-se necessário entender que qualquer abuso é prejudicial à
humanidade. Nos tempos antigos, rendeu-se culto aos Deuses, isto é, aos PRINCÍPIOS INTELIGENTES
da natureza e do cosmos, ao DEMIURGO, arquiteto do universo, o qual não é um sujeito humano nem
divino, mas antes, UNIDADE MÚLTIPLA PERFEITA, o LOGOS dos platônicos.
Infelizmente, na augusta Roma dos césares e até na Grécia do passado houve um processo de
degeneração religiosa. Quando se abusou do culto aos Deuses surgiu, por reação, o monoteísmo com o seu
Deus antropomorfo. Mais tarde, esse monoteísmo com o seu Deus antropomorfo produziu por reação o
materialismo atual. De maneira que o abuso do politeísmo traz por fim o antropomorfismo monoteísta, a
crença em um Deus antropomórfico. Por sua vez, o monoteísmo dá origem ao ateísmo materialista. Estas
são as fases religiosas pelas quais passam os povos. Francamente, em nome da verdade, considero que
chegou o momento de se eliminar esse antropomorfismo monoteísta, o qual deu origem a tão más
consequências. O ateísmo materialista não existiria hoje se os cleros religiosos não tivessem abusado do culto
monoteísta. Portanto, o ateísmo surgiu por reação.
Infelizmente, o ateísmo materialista nasceu em reação ao antropomorfismo monoteísta, o qual já
surgira como oposição ao abuso politeísta. Sempre que se abusa dos cultos aos Deuses do universo surge,
por simples reação, o monoteísmo.
Precisamos reconhecer os PRINCÍPIOS INTELIGENTES da natureza e do cosmos. Repito: Não
estamos defendendo um Deus antropomórfico. Reconhecer PRINCÍPIOS INTELIGENTES parece que
resiste a qualquer análise científica.
Observemos, por exemplo, um formigueiro. Aí vemos os PRINCÍPIOS INTELIGENTES em
plena atividade. Vejam como essas formigas trabalham, como fazem seus palácios, como governam, etc. A
mesma coisa acontece numa colmeia de abelhas; a sua ordem é assombrosa. Dotemos cada uma das formigas
ou cada uma das abelhas de uma MÔNADA pitagórica ou de um JIBA hindu e todo o formigueiro, toda a
colmeia toma sentido, porque todas as criaturas vivem de um princípio monádico. O materialismo de
HAECKEL, de DARWIN e de HUXLEY cai completamente destroçado diante disto.
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Não estamos rendendo culto a nenhum Deus antropomórfico. Queremos unicamente que se
reconheça uma inteligência da natureza. Parece-nos absurdo que a natureza esteja desprovida de inteligência.
A ordem que existe na construção da molécula e do átomo está nos demonstrando com inteira claridade
meridiana os PRINCÍPIOS INTELIGENTES.
Estamos na época exata de se revisar princípios. Se não estamos de acordo com o materialismo é
porque ele não resiste a uma análise de base. É puro lixo; isto é óbvio. Aquela criação do homem através de
processos mecânicos é mais incongruente que a do Adão surgido instantaneamente do barro da terra. Tão
absurda uma como a outra.
Reconheçamos que há inteligência em toda essa mecânica da natureza: no movimento dos átomos
ao redor do seu centro de gravitação, no movimento dos mundos ao redor dos sóis, etc.
É certo e de toda verdade que o nosso sol, este que nos ilumina e dá vida, é um dos sóis dessa
grande constelação que gira ao redor de ALCIONE, a qual se chamou nos tempos antigos de as PLÊIADES.
Que existem 7 sóis girando ao redor de ALCIONE não é estranho. Vivemos em um rincão das PLÊIADES,
em um pequeno planeta que gira ao redor do Sol, o qual está povoado de animais intelectuais. Esse mundo
chama-se TERRA.
Cada um dos sóis das PLÊIADES, cada um dos 7 sóis dá vida aos seus mundos correspondentes
os quais giram ao redor deles. É certo e não o negamos que o nosso planeta TERRA é um pequeno mundo
que gira em torno do 7º sol das PLÊIADES. Não é menos certo que as PLÊIADES precisam de um
princípio diretor inteligente. Naturalmente, os porcos do materialismo não creem senão na ração e na
gordura. Estão empenhados em reduzir o pobre bípede tricentrado ou tricerebrado a uma simples máquina
de produção e consumo tridimensional.
Os materialistas querem tirar os PRINCÍPIOS INTELIGENTES da humanidade. Querem à força
despojar a mentalidade humana de seus valores eternos, os VALORES DO SER. Compreendemos
perfeitamente que ao tirar os valores do SER da humanidade, esta degenera espantosamente. Isto é o que
está acontecendo nestes momentos de crise mundial e de bancarrota de todos os princípios. Os sabichões
da antropologia materialista obstinam-se em precipitar a pobre gente do século XX no caminho da mais
franca perdição.
As PLÊIADES precisam de um PRINCÍPIO DIRETOR, ou melhor, de PRINCÍPIOS
DIRETORES; só assim não se cairá outra vez no antropomorfismo que foi tão fatal, produzindo o ateísmo
materialista. O PRINCÍPIO DIRETOR é plural, mas tem uma representação que os porcos do materialismo
de modo algum aceitariam. Quero me referir ao SOL ASTRAL EQUATORIAL DAS PLÊIADES, invisível
para as lentes dos telescópios, mas visível para quem desenvolveu um tipo de visão extraordinária: a visão
da intuição, PRAJNAPARAMITA em seu grau mais elevado. Este termo, de pronúncia bastante difícil por
ser sânscrito, não é aceito pela antropologia ateísta, porém é real em sua transcendência para os homens
verdadeiros.
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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

O SOL EQUATORIAL DAS PLÊIADES coordena inteligentemente todos os labores e


atividades cósmicas, humanas, minerais, vegetais e animais; e ainda esse grupo de corpos celestes conhecido
como as PLÊIADES. O SOL EQUATORIAL é na realidade uma soma de PRINCÍPIOS
INTELIGENTES. Tudo isto é aborrecível para os sequazes do materialismo, porém o mundo é mundo e
sempre será. O materialismo sempre produz a degeneração do cérebro e da mente, involução dos valores
humanos, decadência total, incapacidade de desenvolvimento da RAZÃO OBJETIVA DO SER, etc.
As PLÊIADES com seu SOL constituem um belo panorama do universo. O SOL das
PLÊIADES não é um sol visível, é um SOL ASTRAL situado na 5ª coordenada. Se aceitássemos apenas as
3 coordenadas, se estivéssemos engarrafados na geometria tridimensional de EUCLIDES, seríamos como
os ateus materialistas, inimigos do eterno, que somente creem, como os burros, no pasto que veem. Que os
PRINCÍPIOS INTELIGENTES desse SOL ASTRAL mantêm as PLÊIADES em perfeita harmonia
mantêm as PLÊIADES em perfeita harmonia é algo que não ignoramos. Temos métodos e procedimentos
para o desabrochar de certas faculdades transcendentais do SER que permitem ver além dos simples
telescópios e se aprofundar além dos microscópios.
Já não nos devemos ater agora simplesmente às PLÊIADES e sim ter em conta toda a galáxia em
que existimos: a grande VIA LÁCTEA com os seus cem mil sóis, milhões de mundos, de luas e de pedras
soltas. Galáxia extraordinária que gira ao redor do sol SÍRIO. Esse sol é gigantesco e perto dele há uma lua
cinco mil vezes mais densa que o chumbo. Essa lua gira ao redor do sol SÍRIO. Desse sol vêm radiações
extraordinárias para a matéria cósmica. Não devemos negar que daquela lua, cinco mil vezes mais densa que
o chumbo vem também terríveis radiações infra-humanas. Poder-se-ia dizer que as radiações do sol SÍRIO
afetam todos os supra-céus de qualquer corpo e que as infra-radiações tenebrosas do satélite que o rodeia
afetam os infra-infernos, os quais produzem estados caóticos na mente das criaturas humanas, engendram
ateísmo materialista, etc.
A galáxia em si, com toda essa ordem extraordinária, com sua forma expiraloide a girar ao redor
do sol SÍRIO, sem dúvida alguma, precisa de PRINCÍPIOS INTELIGENTES que a governem. Vem-nos
à memória nestes momentos o SOL POLAR. É obvio que nele estão os PRINCÍPIOS INTELIGENTES
que controlam, governam e coordenam sabiamente esta galáxia na qual vivemos, nos movemos e temos o
nosso SER. Trata-se de um SOL ESPIRITUAL maravilhoso que dirige completamente a VIA LÁCTEA. É
óbvio que esta galáxia sem PRINCÍPIOS INTELIGENTES, ainda que gravitasse toda ao redor do sol
SÍRIO, ainda que fosse governada inteligentemente, algo lhe ficaria faltando. Faltar-lhe-ia o sol espiritual, o
sol POLAR, o fundamento mesmo de todos esses PRINCÍPIOS INTELIGENTES. Mas, a questão não
termina aqui. Temos de ir mais longe. EINSTEIN disse: " O infinito tende a um limite ". Ele ainda afirmou
que o infinito era curvo.

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Não há dúvida que existem muitos infinitos. Além deste infinito há outro infinito e, mais além,
entre infinito e infinito há espaços vazios. Não há um limite para os incontáveis infinitos. Nosso infinito, o
infinito de EINSTEIN, tem cerca de cem mil galáxias com ima média de cem mil sóis cada uma mais os
seus milhões de mundos correspondentes. Isto é o que alcança a percepção com telescópios. Mas, na
verdade, este infinito em que vivemos precisa de PRINCÍPIOS INTELIGENTES soberanos para tudo
coordenar e evitar, no possível, as colisões e fracassos de todo tipo.
Felizmente existe o SOL CENTRAL, o SAGRADO SOL ABSOLUTO. Nesse SAGRADO SOL
ABSOLUTO estão as INTELIGÊNCIAS DIRETORAS de todo este infinito, no qual, repito, vivemos,
nos movemos e temos nosso SER. A inteligência governa todo o cosmos, no infinitamente pequeno e no
infinitamente grande: no macrocosmos, no microcosmos, num sistema de mundos, em um formigueiro,
numa colmeia, etc. A inteligência cósmica reside justamente em cada partícula desta grande criação.
Vivemos aqui, como já dissemos, num pequeno planeta do infinito universo, num diminuto mundo que gira
ao redor do sétimo sol das PLÊIADES e que tem uma mecânica governada por PRINCÍPIOS
INTELIGENTES. Inquestionavelmente, os geólogos, que tanto têm estudado, não conhecem a mecânica
viva deste planeta TERRA.
Sempre se acreditou que os continentes, nos quais vivemos, fossem fixos, firmes, imóveis, porém,
tal conceito não está certo. Bem sabem os cientistas gnósticos que a TERRA em sua constituição mais se
parece a um ovo do que a uma massa firme. Se observamos um ovo de galinha, vemos que tem uma gema
que se movimenta e que se sustenta sobre uma clara. A mesma coisa acontece com a TERRA. Os
continentes são como a gema sustentando-se sobre uma substância como a clara, pastosa, fluídica e
gelatinosa. A gema não está quieta. Mexe-se e gira sobre um eixo, periodicamente. Um dia toda a América e
a Europa estavam juntas e agora estão separadas, isto é o que dizem os antropólogos materialistas sobre a
PANGAEA. Eles desconhecem os ritmos, os movimentos periódicos e a verdadeira história geológica.
Há provas mais do que suficientes para demonstrar o movimento das massas continentais. Um dia
existiu a ATLÂNTIDA no continente que levou seu nome. Continente que foi considerado fantasia pelos
seguidores do materialismo. A ATLÂNTIDA já foi devidamente demonstrada e de forma concludente pelos
verdadeiros sábios que apareceram de quando em quando na TERRA. Que aquele continente tivesse
afundado como a nata do leite é uma afirmação absurda e tola dos ignorantes ilustrados. Se a ATLÂNTIDA
afundou, foi devido à revolução dos eixos da TERRA, mas isto, os dedicados materialistas desconhecem.
A catástrofe atlante deixou os nossos continentes em má situação. Observem as AMÉRICAS e
verão que do lado do PACÍFICO, se inclinam, como que querendo afundar no oceano, enquanto que o lado
oriental se levanta. Assemelha-se ao que sucede num barco; nunca afunda verticalmente, e sim sempre de
lado. A própria cordilheira dos ANDES se carrega para o oceano PACÍFICO. Olhemos a EUROPA. Não
há dúvida que quer afundar pelo MEDITERRÂNEO; está mais submersa para este lado. A mesma coisa

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

acontece com a ALEMANHA E A RÚSSIA. O continente asiático está inclinado como que querendo
afundar no mar das ÍNDIAS.
Os continentes foram avariados pela grande catástrofe da ATLÂNTIDA que desequilibrou a
formação geológica do nosso mundo.
Falamos muito de sóis, de catástrofes e de muita coisa por extensão. Os sóis de ANAHUAC
convidam-nos à reflexão. Eles são interessantíssimos pois são de fogo, ar, água e terra. Eles marcam terríveis
catástrofes cósmicas.
Diz-se que os filhos do primeiro sol, os protoplasmáticos, pereceram devorados pelos tigres. Está
claro que se trata dos tigres da sabedoria!
Diz-se que os filhos do segundo sol, os hiperbóreos, pereceram arrasados por fortes furacões. Isto
se refere à humanidade que viveu na ferradura que circunda o polo norte.
Afirma-se que os filhos do terceiro sol, os lemurianos, pereceram por um sol de chuva de fogo e
grandes terremotos.
Os filhos do quarto sol, os atlantes, foram mortos pelas águas.
Quanto aos filhos do quinto sol, os arianos, as pessoas desta época, perecerão pelo fogo e por
terremotos. Assim será, assim se cumprirá dentro de pouco tempo.
Os filhos do sexto sol, os coradis, da futura Terra de amanhã, também morrerão.
Depois de lhes falar sobre os sóis de ANAHUAC, passaremos a um ciclo menor. Naturalmente
que sempre houve idades primária, secundária, terciária e quaternária. Só que não embasaremos essas idades
nas cinco raças que existiram. Desta vez nos fundamentaremos em algo diferente, precisamente nos
movimentos da gema terrestre, nesses movimentos geológicos que se processam periodicamente sobre o
seu próprio eixo, nos movimentos dos continentes sobre essa substância pastosa e gelatinosa.
Deste ponto de vista, podemos falar de idades primárias, secundárias, terciárias e quaternárias; de
um oceano, de um período primário desconhecido por quase todos. Podemos falar de oligoceno, mioceno
e plioceno sim, bem como dos tipos de catástrofes que também existem, como glaciações terríveis, as quais
não negamos. A ATLÂNTIDA marca o final da era terciária com o seu desaparecimento. Essa era terciária
foi belíssima, devido aos seus edênicos jardins e deliciosa por seus vastos paraísos.
Houve várias glaciações. Não há dúvida de que nos aproximamos de outra glaciação. Há catástrofes
produzidas pela revolução dos eixos da TERRA, pela verticalização dos polos do mundo, porém, também
há catástrofes causadas pelo movimento dos continentes, e quando surgem os terremotos e sobrevém as
glaciações. Fala-se de cinco glaciações que se processaram de acordo com os movimentos continentais, mas
saibam que também houve glaciações produzidas pela verticalização dos polos da TERRA. As catástrofes e
glaciações são múltiplas, isso é óbvio.

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Se disséssemos que o homem não existiu nas épocas do mioceno, plioceno e eoceno, estaríamos a
afirmar algo falso. Resulta curioso que à medida que as espécies arcaicas de animais foram se extinguindo, o
homem tenha continuado existindo. Estou falando de homens no sentido meramente convencional, pois já
sabemos que o animal intelectual não é o verdadeiro homem, mas de alguma forma temos de falar. Que
houve mudanças terríveis, houve!
Pensemos naquela raça humana que surgira do oceano com seu clima tropical, naquela raça que
desabrochou e se desenvolveu durante o oligoceno com sua temperatura média e, por fim, naquela outra
que viveu no frio mioceno, das baixas temperaturas que se aproximaram com a última glaciação. O
interessante é que apesar de tantas glaciações e catástrofes os seres humanos continuam existindo.
O homem paleolítico ainda existe! Incrível, porém, verdadeiro! Todas as espécies de animais
arcaicos desapareceram, os enormes répteis do mesozoico morreram e, no entanto, os seres humanos
continuam existindo.
Como isso é possível?
Como é que todas as criaturas arcaicas tenham morrido e os seres humanos ainda vivam?
Passaram-se as épocas primária, secundária e terciária do nosso mundo e ainda vemos os seres
humanos caminhando pelas ruas. Isso nos dá autoridade mais que suficiente para dizer aos DARWIN, aos
HUXLEY e aos HAECKEL, que tanto mal causaram à humanidade com suas teorias materialistas, que o
ser humano existiu muito antes da era paleolítica.
Na CÁTEDRA passada comentei algo sobre o umbigo do universo, sobre o OMEYOCAN e
comparei ao germe do qual nasceu este planeta. É claro que o OMEYOCAN se desenvolveu em várias
dimensões antes de que a terra pudesse existir fisicamente. Quero dizer que no OMEYOCAN, no umbigo
do mundo, verificou-se a gestação de todo o planeta que passou por vários períodos de atividade em diversas
dimensões antes de se cristalizar na forma física atual.
O ser humano, como semente, desenvolveu-se do OMEYOCAN e foi cristalizando-se pouco a
pouco, através de diversas dimensões, até tomar a forma física da época polar.
Estamos tocando em assuntos que incomodam aos materialistas. Eles dizem que não creem senão
no que veem e no entanto acreditam em todas as suas utopias. Andam buscando o homem primordial entre
as camadas subterrâneas da época quaternária e a cada dia inventam mais e mais teorias nas quais creem sem
havê-las visto.
Andam dizendo mentiras. Estão acreditando no que não veem. São uns falsários. Nós podemos
comprovar o que afirmamos, já que temos sistemas de investigação. Com a técnica da meditação, podemos
desenvolver certas faculdades, como a do tipo INTUIÇÃO PRAJNAPARAMITA, a qual nos permite
estudar os registros akashicos da natureza. Nesses registros, está toda a história da TERRA e de suas raças.
Se os porcos do materialismo deixassem sua posição fanática e se resolvessem a entrar nas disciplinas
gnósticas, poderiam desenvolver certas faculdades mediante as quais a história da TERRA e suas raças se
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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

lhes tornaria acessível. Chegou a hora de cada um refletir sobre si mesmo e sobre o universo. O homem
existe sobre a TERRA muito antes da era primária, muito antes da era paleolítica. O fato concreto de que
sigamos existindo apesar de os animais dos tempos idos já terem desaparecido em sua maioria nos dá o
direito de fazer tal afirmação. Se isso é assim, temos o direito de dizer que somos tão antigos quanto a
TERRA e quanto a natureza. Fatos são fatos e diante deles temos de nos render. Se não perecemos, se não
desaparecemos do cenário do mundo, apesar de tantas catástrofes, apesar de todas as criaturas do mesozoico
terem se acabado, isso nos dá autoridade para declarar que somos seres especiais, que existimos na TERRA
antes de as criaturas do paleoceno ou do mesozoico terem aparecido sobre a superfície da TERRA. Este
direito nos dá o fato de ainda existirmos, o fato concreto de que se passaram eternidades e continuamos
vivendo. Morreram criaturas contemporâneas e, no entanto, estamos vivos. Todos pereceram, porém,
seguimos existindo. Portanto, temos bases para rirmos nos narizes de HUXLEY, DARWIN e HAECKEL,
personagens que foram letais para a humanidade.
Devemos ter em conta os diversos cenários em que se desenvolveu esta humanidade. Eles
merecem ser estudados. Quão maravilhosos e sábios são os sóis NAHOAS! Não somente contemplam a
raça que foi devorada pelos tigres da sabedoria como também aos hiperbóreos que foram arrasados por
fortes furacões, aos lemurianos que pereceram pelo sol de chuva de fogo e grandes terremotos e aos atlantes
que foram tragados pelas águas.
Esses sóis nahoas vão muito longe. Eles contemplam os movimentos dessa gema sobre a clara, os
movimentos periódicos desses continentes que tão depressa se separam e se afastam, produzindo grandes
glaciações onde toda a vida perece, como dão origem a novas atividades. Esses sóis de ANAHUAC
trabalham através dos períodos terciário, secundário e primário. Por último, se lhes eleva nas trocas de fogo
de cada 52 anos. Agora, estamos na 5ª dessas mudanças, no 5º SOL. A DOUTRINA SECRETA DE
ANAHUAC contém tesouros preciosos que os inimigos do México, os antropólogos do materialismo ateu,
nunca aceitariam.

SAMAEL AUN WEOR

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6ª CÁTEDRA
As glaciações

Inquestionavelmente a humanidade terrestre passou por diversas fases de desenvolvimento e isso


é algo que temos de analisar judiciosamente.
Fala-se da evolução mecânica da natureza, do homem e do cosmos. Do ponto de vista
antropológico temos de compreender que há duas classes de evolução.
A 1ª iniciar-se-ia obviamente com a cooperação sexual devidamente compreendida em todos e em
cada um de seus aspectos.
A 2ª é diferente. No princípio, a raça humana multiplicava-se da mesma maneira que as células.
Bem sabemos que o núcleo se divide em 2 dentro da célula viva que especializa uma determinada
quantidade de citoplasma e matérias inerentes para formar células novas.
As duas novas células por sua vez dividem-se em outras duas e assim, mediante esse processo
fissíparo de divisão celular desenvolvem-se os organismos e multiplicam-se as células. Se no princípio os
andróginos dividiam-se em 2, mais tarde tudo isso mudou. Houve necessidade de se preparar o organismo
para a reprodução mediante a cooperação sexual. Foi na LEMÚRIA, continente outrora situado no oceano
PACÍFICO, onde se realizaram os principais eventos relacionados com a reprodução.
No início, os órgãos criadores, o LINGAM-YONI, não estavam completamente desenvolvidos.
Era necessário que esses órgãos se cristalizassem e se desenvolvessem totalmente a fim de que mais tarde,
no tempo, a reprodução da espécie humana mediante a cooperação sexual, pudesse ser realizada
concretamente. Assim que, conforme os órgãos masculino e feminino foram se desenvolvendo, o ser
humano já não era mais um andrógino e sim um ser hermafrodita. Então aconteceram fatos bastante
interessantes dos pontos de vista biológico e psicossomático.
A célula-átomo desprendia-se do organismo pai-mãe para desabrochar e desenvolver. Em
consequência, através de processos delicados, surgia uma nova criatura.
O 2º aspecto dessa questão foi muito peculiar.
Se bem que é verdade que no início germes vivos desprendiam-se como radiação atômica para se
desenvolverem externamente e se converterem em novas criaturas, nesse segundo aspecto houve certa
mudança favorável. Poder-se ia dizer que o ovo fecundado, o óvulo que o sexo feminino elimina
normalmente de seus ovários a cada mês, tinha certa consistência extraordinária. Em si mesmo, em sua
construção intrínseca era um ovo, um ovo fecundado dentro do organismo pai-mãe, no interior do
hermafrodita, mas um ovo que ao sair para o mundo exterior, podia se desenvolver ou ser guardado; até que
no fim se abria para que uma criatura emergisse dali uma criatura que se alimentava nos seios do pai-mãe.
Isso por si só é muito importante.

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Muito mais tarde, no tempo, foi-se notando que certas criaturas vinham à existência com um órgão
mais desenvolvido que o outro. Por fim, chegou o momento em que a humanidade se dividiu em sexos
opostos. Quando isso ocorreu, a cooperação sexual tornou-se necessária para criar e voltar novamente a
criar.
As genealogias de HAECKEL, com respeito à possível origem do homem e das três raças
primordiais, não encaixam com a antropologia materialista que hoje invade o mundo. Eles zombam
igualmente tanto da genealogia de HAECKEL como das genealogias em geral.
Eles criticam as linhagens de HOMERO, como a de AQUILES, o ilustre guerreiro filho de
MARTE, ou a de AGAMENON, filho de JÚPITER, o que de longe manda, etc.
Estas são frases ou palavras poéticas daquele homem que em outros tempos cantou a velha TRÓIA
e a cólera do guerreiro AQUILES.
Temos de falar claro nestes rigorosos exames antropológicos. Os cientistas da época atual terão de
se definir por PARACELSO, o pai da QUÍMICA ou pelo sosura mitológico de HAECKEL. Em todo caso,
é muito o que temos para inquirir neste terreno exclusivamente antropológico.
Se se negasse a divisão da célula viva ou o processo reprodutor primitivo ou primordial, teria de se
negar, também, a reprodução da monera ou átomo do abismo aquoso de HAECKEL, o qual se dividiu a si
mesmo para se multiplicar. Na realidade, a ciência de modo algum poderia se pronunciar contra esse sistema
primitivo de reprodução através da divisão celular, mediante o ato fissíparo. No entanto, damo-nos conta de
que estas duas teorias expostas, sobre a maneira como começou a reprodução, seja por meio da cooperação
sexual ou aquela outra em que os órgãos criadores deviam se desenvolver antes da possível cooperação
começar, são discutíveis e espinhosas.
Todas as teogonias religiosas desde a órfica, que é bastante antiga, até a da BÍBLIA cristã falam-
nos de um começo através da cooperação sexual, porém de uma forma puramente simbólica. Poderiam estar
fazendo referência à alquimia, mas jamais a um fato científico-antropológico. Não se poderia começar um
processo evolutivo com cooperação sexual, quando os órgãos criadores ainda não tinham sido criados. É
óbvio que deve ter havido um período de preparação para a reprodução através da cooperação, um período
através do qual os órgãos criadores tiveram oportunidade de desabrochar e se desenvolver na fisiologia
orgânica do ser humano.
As escrituras religiosas, tanto do oriente como do ocidente, têm sido muito adulteradas, com
exceção das do VISHNU PURANA. Por exemplo: Diz-se que DATA, depois de ter dado aos seres
humanos a capacidade de se reproduzirem através da cooperação, declarou:

"Muito antes de que o ser humano pudesse ter essa capacidade, muito antes de que a
cooperação sexual entre homens e mulheres existisse, já haviam outros modos de reprodução".

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Está se referindo às etapas anteriores à formação dos órgãos criadores no ser humano.
Ele não chegou ao ponto de afirmar que os sistemas anteriores à cooperação não tivessem relação
alguma com a energia criadora. Penso que a energia sexual propriamente dita tem outras formas de
manifestação e antes de que os órgãos criadores tivessem se desenvolvido na espécie humana, tal energia
teve outros modos de expressão para criar.
É uma lástima que as sagradas escrituras de todas as religiões tenham sido adulteradas. É de nosso
conhecimento que até o próprio EDDA não deixou de alterar um pouco o PENTATEUCO da BÍBLIA
hebraica. A todas estas, torna-se indispensável que sigamos analisando e meditando:
De onde se desenvolveram as diversas raças?
Já dissemos várias vezes que isso do NOÉ pitecóide resulta bastante absurdo, tanto quanto o
cinocéfalo com rabo, o macaco sem rabo e o homem arbóreo. São questões utópicas que não têm qualquer
embasamento. Já rimos bastante do sosura de HAECKEL, aquela espécie de macaco com capacidade de
falar, algo assim como o elo perdido entre o macaco e o homem. Mas, faz-se necessário saber de onde saíram
as raças.
Em que cenários ocorreram essas evoluções e involuções da humanidade?
É isso o que precisamos realmente conhecer.
Seria possível desligar as raças humanas do seu meio ambiente, de seus diversos continentes, de
suas ilhas, de suas montanhas e de seus cenários naturais?
Chama-nos muito a atenção o fato de que a humanidade ainda viva, enquanto que os animais do
mesozoico tenham se extinguido apesar da sua grande variedade.
Como é possível que todos os monstros antediluvianos tenham desaparecido e que a humanidade
siga vivendo?
Temos posto muita ênfase neste aspecto e torna-se indispensável pensar um pouco nele.
Que o ser humano esteja relacionado com o seu ambiente não se pode negar!
Que tenha havido outras formas de reprodução diferentes da cooperação sexual também é
inegável!
Mas, convém conhecer algo sobre o ambiente onde se desenvolveram as diversas raças. Urge que
pouco a pouco estudemos os vários cenários da natureza.
De modo algum negamos que há fenômenos que os astrólogos verdadeiramente desconhecem.
Que sabem sobre as mudanças ou modificações do eixo da TERRA em relação com a obliquidade
da elíptica?
LAPLACE, aquele que inventou uma famosa teoria que até hoje existe, afirma que todos os
mundos saem de suas correspondentes nebulosas, feito que nunca foi comprovado. Chega até a dizer
fanaticamente que o declínio do eixo da TERRA em relação com a obliquidade da elíptica é quase nulo e
que sempre foi assim de forma secular.
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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Inquestionavelmente, a geologia está contra esses conceitos astronômicos até certo ponto. Claro
que o desvio do eixo terrestre dentro da obliquidade da elíptica, inclinação para ser mais exato, indica
períodos glaciais que se verificam através das idades.
Se negássemos os períodos glaciais, estaríamos afirmando coisas incoerentes porque as glaciações
estão completamente demonstradas e têm sua base justamente no desvio do eixo da TERRA, em sua
inclinação dentro da obliquidade da elíptica. Os estudos geológicos demonstram categoricamente o desvio
anterior negado pelos astrônomos. Há provas de tremendas glaciações. Já MAGALHÃES anotara
determinadas épocas de calor ou trópico no ÁRTICO acompanhadas de glaciações e frio intenso.
Concluiremos dizendo que a geologia e a astronomia ocupam posições opostas nesta investigação.
Chegamos a um ponto especial: o das glaciações. Parece incrível que no sul da EUROPA e no
norte da ÁFRICA tenha ocorrido em outros tempos as mais terríveis glaciações. Na ESPANHA, por
exemplo, pode se conhecer a época silúrica, na qual ocorreram glaciações gigantescas e isso está
demonstrado pelos estudos de paleontologia. Ninguém poderia negar que foram descobertos cadáveres
mumificados de animais antediluvianos na desembocadura de certos rios da Sibéria como o OBI ou OB e
outros. Isso significa que a SIBÉRIA, que é tão fria, em outros tempos foi região tropical de muito calor, da
mesma forma que a GROENLÂNDIA, a península Escandinávia, ISLÂNDIA, NORUEGA e SUÉCIA, e
toda essa ferradura que rodeia totalmente o polo norte.
Que houve calor nessas regiões; impossível, diria alguém, mas a paleontologia confirmou. Foram
descobertas criaturas muito interessantes justamente na embocadura do rio OBI. Isso nos convida a refletir.
Durante a época da ATLÂNTIDA, os polos sul e norte não se achavam onde estão agora.
Naqueles dias, o polo norte e o ÁRTICO estavam situados sobre a linha equatorial no ponto mais extremo
oriental da ÁFRICA e da ANTÁRTIDA. O polo sul estava situado exatamente sobre a mesma linha
equatorial no lado oposto, em um lugar específico do PACÍFICO.
Houve pois grandes mudanças na fisionomia do globo terrestre. Autênticos mapas daqueles
tempos são do conhecimento dos sábios desta época. Nas criptas secretas dos lamas, nos montes
HIMALAIAS, existem mapas das antigas terras; há cartas geográficas que demonstram ter tido o nosso
mundo, fisionomia diversa no passado. Pensemos na LEMÚRIA, nesse gigantesco continente situado no
PACÍFICO e no ÍNDICO. Estava unido à AUSTRÁLIA, posto que a AUSTRÁLIA era parte da
LEMÚRIA, do mesmo modo que a OCEANIA.
O ÁRTICO estava localizado no ponto mais oriental, sobre a linha equatorial da ÁFRICA; tudo
era diferente, distinto. Por aquela época, aconteceu uma era glacial gigantesca. Essa glaciação projetou-se
precisamente desde o polo ÁRTICO, situado na ÁFRICA, até a ARÁBIA e sudoeste da ÁSIA, cobrindo
também a LEMÚRIA quase completamente. Toda essa zona se encheu de gelo, mas este não conseguiu
passar o mar MEDITERRÂNEO.

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Resulta inquietante saber que há épocas em que o nosso mundo passa por glaciações, em que o
gelo invade determinadas zonas onde morrem milhões de criaturas. Tudo isso se deve realmente à inclinação
do eixo da TERRA em relação com a obliquidade da elíptica.
O ser humano teve de se desenvolver em diversos cenários e nós devemos conhecer a fundo quais
são esses cenários.
Como surgiu a AMÉRICA?
Como apareceu a EUROPA? Como afundou a LEMÚRIA?
Como foi que desapareceu a ATLÂNTIDA?
A LEMÚRIA foi aceita por DARWIN e ainda existe no fundo do oceano ÍNDICO. Obviamente,
os organismos passaram por inumeráveis mudanças morfológicas em tais ou quais ambientes. Se
disséssemos que o animal intelectual equivocadamente chamado homem tem por antepassado o famoso
ratão, do qual tanto falam os antropólogos, ou melhor diríamos, o runcho citado pelos sul-americanos,
estaríamos falseando a verdade.
Esse enorme ratão ou runcho da AMÉRICA DO SUL vem, como já sabemos, da ATLÂNTIDAde
PLATÃO. Sabemos também que o homem já existia muito antes da ATLÂNTIDA, logo o homem é
anterior ao famoso runcho atlante.
Se afirmássemos que o homem vem de certos primatas e, mais tarde, de certos hominídeos da
antiga terra lemuriana, tão aceita por DARWIN, também estaríamos torcendo a realidade, porque antes de
os símios existirem, muito antes de os tão cacarejados primatas e hominídeos aparecerem, o homem já
existia. O homem é ainda muito anterior à própria LEMÚRIA aceita por DARWIN.
Temos de reconhecer que esta raça humana tem sido estudada de forma superficial pelos
antropólogos materialistas. Esta raça que passou desde os tempos monolíticos pelas etapas do eoceno,
mioceno e paleoceno é mais antiga que os continentes atlante e lemuriano. Porém, precisamos seguir
estudando os diversos cenários do nosso mundo para compreender melhor os vários processos de evolução
e involução das diferentes raças humanas. Por agora quero dizer que os gnósticos são firmes nos conceitos.
Se se lhes põem escolher entre um PARACELSO, como pai da química moderna, e um HAECKEL, como
famoso criador do mítico sosura, francamente se resolveriam pelo primeiro, pelo grande sábio
PARACELSO.

SAMAEL AUN WEOR

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

7ª CÁTEDRA
Enigmas

Realmente, o planeta TERRA merece ser estudado profundamente. Os seus habitantes querem
viajar a outros mundos quando ainda não conhecem o mundo em que vivem. Por todo o planeta se
encontram inúmeros fatos, eventos, fenômenos, completamente ignorados pela ciência oficial. Não será
demais recordar alguns acontecimentos que se verificam nos mares. Comecemos trazendo à lembrança
certos fenômenos que ocorrem a algumas criaturas dos oceanos. Em agosto de 1917, foi vista em CAPE
ANN (Massachussets, Estados Unidos) uma serpente marinha que media 27 metros de comprimento. A
Sociedade de Naturistas de Boston a esteve observando detidamente. Lamentavelmente nunca mais se
voltou a vê-la por aquelas regiões, é óbvio.
O oceanógrafo dinamarquês ANTON BRUNN viu em um barco de arrastão a captura de um
filhote de rã em estado de larva que media uns 2 metros de tamanho. Se o tivessem deixado se desenvolver,
de acordo com os estudos naturalistas, teria alcançado uns 22 metros. São geralmente criaturas
desconhecidas, mas...
Como vivem? Como atuam?
De onde se desenvolvem?
Por que existem?
Pensemos, agora, no famoso peixe azul que se considerava desaparecido. Se lhe chamou sempre
de forma poética com um nome que nos lembra o canto, a poesia. Refiro-me ao coleocanto; animal algo
estranho que tem extremidades parecidas com as dos seres humanos. Vive especialmente no fundo do
oceano ÍNDICO e viveu na LEMÚRIA. Isso indica que ainda pelos dias atuais aquele peixe segue
habitando a LEMÚRIA. Vive nas profundezas oceânicas e rara vez sobe para a superfície.
Inquestionavelmente as profundezas do Oceano ÍNDICO são extraordinárias.
Deixa-nos muito para pensar a existência de um animal antediluviano em pleno século XX.
Por que nestes tempos? A que se deve?
Certa vez, encontrou-se os restos fossilizados de um coleocanto e calculou-se-lhe 18 milhões de
anos de existência. O coleocanto era muito conhecido a 60 milhões de anos. É assombrosa a aparência do
coleocanto. Chama a atenção que tenha as extremidades residuais desenvolvidas, isto é, membros parecidos
com braços, mãos ou pés do ser humano. Ainda existe e está bem vivo.
Criatura antediluviana nas décadas finais deste século?
Que poderiam dizer os antropólogos materialistas sobre um animal assim? Qual seria seu
conceito?
Tudo isso nos convida para uma grande reflexão.

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Que diremos nós, em verdade sobre o mosassauro ou sobre o ictiossauro ou sobre o ictiossauro
dos tempos arcaicos, os quais anda seguem vivendo nas profundezas terríveis do Pacífico?
Que sabem sobre isso os homens da ciência profana?
Absolutamente nada!
Assim que, convém que sigamos explorando essas questões a fim de formarmos um conceito
claro.
O caso das enguias resulta por certo muito especial. Algumas enguias procedentes da EUROPA
e da AMÉRICA vão se encontrar no mar dos SARGAÇOS com o propósito de se reproduzirem. Porém,
o interessante é que nunca voltam ao ponto de partida. Quem na verdade retorna são os filhos.
Por que isso acontece?
Por que os pais não voltam e sim os filhos?
Como os antropólogos da falsa ciência poderiam explicar esses fenômenos?
O que sabem sobre este particular?
Estou seguro que eles ignoram completamente esses assuntos.
Estudemos o caso do atum, o qual em verdade merece muita reflexão. Os atuns saem do BRASIL
e se dirigem para a ESCÓCIA, depois aproximam-se da EUROPA e passam perto do MEDITERRÂNEO,
porém é raro o atum que viaja pelo MEDITERRÂNEO.
Que poderiam dizer sobre isso os homens da ciência?
Porque as correntes migratórias do atum não entram no MEDITERRÂNEO? Quem as dirige?
Por que o fazem?
Em que época os senhores da antropologia definiram esses eventos?
Se eles pretendem ter a sabedoria do universo, por que não falam sobre isso em particular?
Essa gente não somente ignora, como ainda ignora que ignora. Isso é gravíssimo.
Há enormes calamares, monstros gigantescos dotados de grandes tentáculos, sobre os quais a
ciência retardatária nunca falou nada. Pode-se calcular o tamanho desses calamares através dos esqueletos
achados ocasionalmente. Marca de tentáculos enormes foram encontradas no lombo das baleias. Sem
qualquer dúvida, os tentáculos dos calamares seccionam o pigmento da pele e deixam a marca que sugere
titânicas lutas nas profundezas oceânicas.
Há peixes-lagartos ou ichthysaurus de origem desconhecida sobre os quais a pseudo-antropologia
nunca fez comentários.
Continuando para frente, falaremos também de outros fenômenos que são desconhecidos pelos
ditos senhores. Sabemos que há rios no mar a centenas de metros de profundidade e que se deslocam em
direções opostas.
Por que o fazem?
Porque um rio vizinho do outro tem seu curso em direção oposta e no mesmo oceano?

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

Esses rios giram; os do Norte, da esquerda para a direita, como os ponteiros de um relógio visto
de frente e os do Sul, ao inverso. Porém...
Porque a corrente de BENGALA não gira?
Que se passa?
Qual a explicação dada pela pseudociência? Porque ficam calados?
Que podem nos dizer a respeito?
Frente à costa do PERU, a 1.500 metros de profundidade, pôde-se observar colunas talhadas entre
edifícios. Foram obtidas magníficas fotografias. Fica assim demonstrada a existência da LEMÚRIA, porém,
os tontos cientistas continuarão como sempre negando, negando e negando.
Há civilizações desaparecidas como a da ilha de PÁSCOA, onde ainda hoje existem monumentais
estátuas, enormes cabeças humanas talhadas por mãos de Titãs. A ciência materialista nunca disse nada;
somente cala, cala, cala...
Que diremos da ANTÁRTIDA?
Não há dúvida que antes da revolução dos eixos da TERRA existiram poderosas civilizações nos
polos sul e norte. Sem dúvida alguma, nos gelos da ANTÁRTIDA estão os restos dessas antiquíssimas
culturas. Chegará o dia em que a pá dos arqueólogos poderá desenterrá-los. Enquanto isso, a ciência não
dá explicações. Há ondas gigantescas em mares tranquilos e serenos, ondas isoladas que não têm razão de
ser. Refiro-me precisamente às ondas seishe.
Qual a sua origem?
Algum terremoto submarino?
Como os senhores cientistas materialistas poderiam explicá-las?
Que dizem os inimigos do eterno a respeito?
Que hajam ondas em mares furiosos, se aceita, mas que em um mar tranquilo surja uma onda
isolada, solitária, gigantesca, monstruosa, sem se saber o motivo, por que?
Isso nunca teve explicação científica!
No entanto, esses fatos ocorrem no oceano e os cientistas materialistas não podem explicar.
Na cordilheira submarina central do ATLÂNTICO, onde antes estivera o grande continente
atlante, ocorrem ao redor de cem mil terremotos anuais. Recordem que terríveis terremotos e grandes
maremotos acabaram com o continente atlante. Porém, ainda nos dias atuais, a submersa ATLÂNTIDA
segue tremendo.
Convém que reflitamos sobre todos estes temas, pois no fundo criam muita inquietação. A
TERRA é desconhecida pelos antropólogos materialistas. Na verdade, este mundo continua sendo um
verdadeiro enigma para eles.

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Há uma certa espécie de lagosta que se reúne em quantidades suficientes para constituírem uma
migração. Elas descem pela plataforma continental, seguindo para a planície abissal com rumo
desconhecido.
Que dizem sobre isso os supostos sábios?
Que explicação dão? Para onde se dirigem?
Qual é a meta exatamente?
Porque realizam semelhantes migrações?
Enigmas que os ignorantes ilustrados não entendem!
A TERRA não foi sempre como é agora. Sua fisionomia geológica mudou várias vezes. Se nós
examinarmos os quatro mapas de ELLIOT SCOTT veremos que a TERRA há um milhão de anos era
completamente diferente. Esses 4 mapas geográficos merecem ser tidos em consideração. Eles se
assemelham a quatro mapas que existem em algumas criptas subterrâneas da ÁSIA CENTRAL. Os
sabichões da ciência materialista desconhecem tais mapas, pois são guardados secretamente com o
propósito de conservá-los intactos, já que os senhores da antropologia estão sempre dispostos a alterar
tudo com a finalidade de justificar suas tão cacarejadas teorias.
O primeiro mapa de ELLIOT SCOTT chama muito a atenção, resulta interessantíssimo. Nele se
vê como era o mundo há uns oitocentos mil anos A.C. Naquela época, a região dos braquicéfalos da preclara
antropologia ultramoderna não existia. Desde o estreito de BERING, passando pela SIBÉRIA e EUROPA,
até a FRANÇA e ALEMANHA, a única coisa que havia era água. Nem a SIBÉRIA, nem a EUROPA
tinham ainda aparecido do fundo do oceano. Da ÁFRICA, não havia senão a parte oriental, porque o oeste
e o sul permaneciam submersos nas embravecidas ondas do oceano. O pequeno continente que então
existia na ÁFRICA oriental era conhecido com o nome de GRABONZI. A AMÉRICA DO SUL estava
no fundo das águas do oceano. ESTADOS UNIDOS, CANADÁ e ALASCA estavam submersos no
oceano e, no entanto, o MÉXICO existia.
Parece incrível que há 800 mil anos A.C. o MÉXICO já existisse. Quando a EUROPA ainda não
tinha aparecido, o MÉXICO já existia. Quando a AMÉRICA DO SUL ainda não tinha saído do fundo dos
mares, o MÉXICO já existia. Isso nos convida a compreender que nas entranhas da sagrada terra mexicana,
tão antiga quanto o mundo, há tesouros arqueológicos e esotéricos que ainda não foram descobertos. A
LEMÚRIA foi naquele tempo um gigantesco continente que se estendia pelo PACÍFICO e o cobria todo.
Sua área que abrangia a AUSTRÁLIA, a OCEANIA e o ÍNDICO projetavam-se por todo o PACÍFICO
até esses lugares onde mais tarde brotaria a AMÉRICA DO SUL. Quão monumental era a LEMÚRIA!
Que enorme!
A fisionomia do globo terrestre era completamente diferente há uns 800 mil anos A.C. A capital
da ATLÂNTIDA era TOYAN, a cidade das sete portas de ouro maciço. Dirão os antropólogos
materialistas, que não veem além de seus narizes: em que nos baseamos para poder falar sobre a grande

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

capital? Quero dizer aos senhores, que tanto trabalharam para tirar os valores eternos da humanidade e
para precipitá-la no caminho da involução, que temos dados exatos. Podemos falar sobre a ATLÂNTIDA
com segurança. Há mapas que são conservados secretamente em criptas subterrâneas e que indicam onde
estava TOYAN, a capital atlante. Assim, pois, se falamos, o fazemos com conhecimento de causa. Se
situamos a LEMÚRIA e a ATLÂNTIDA é porque foram continentes reais.
TOYAN estava situada em um ângulo, no sudeste daquele grande país, frente à costa sudeste de
uma franja de terra que se estendia claramente até o LOIRE, no MEDITERRÂNEO, e leste da ÁFRICA
e que por fim chegava até o sul da ÁSIA a qual já existia. A ATLÂNTIDA em si se projetava desde o
BRASIL até os AÇORES e desde a NOVA ESCÓCIA diretamente por todo o oceano ATLÂNTICO.
A ATLÂNTIDA cobria em sua totalidade ao oceano que leva seu nome. Era um grande país.
Imaginem por um momento a ATLÂNTIDA projetando-se até os AÇORES e NOVA ESCÓCIA e
descendo até onde hoje é o BRASIL. Que enorme continente era!
Estendia-se de norte a sul! Era grandioso! Afundou devido a grandes terremotos. Várias
catástrofes foram necessárias para que a ATLÂNTIDA desaparecesse definitivamente.
O cenário do mundo tem mudado. A fisionomia do globo terrestre não foi sempre a mesma e
nele se desenvolveram as diferentes raças humanas. Precisamos estudar cuidadosamente a fisionomia do
mundo dos antigos tempos e as diferentes alterações geológicas pelas quais passou. Apenas assim
conseguiremos formar um conceito preciso sobre a origem do homem, de suas diversas culturas e de seus
diversos processos evolutivos e involutivos. Mas, se ficarmos engarrafados nos preconceitos
contemporâneos, não conseguiremos conhecer nada sobre a geologia e muito menos sobre o
desenvolvimento da raça humana.
É necessário inquirir, investigar e analisar. Há muitos enigmas sobre a superfície da TERRA e
muitos deles a ciência oficial nem os conhece.
Como é possível que o ictiossauro ou monossauro, que pertenceu às épocas do plioceno, siga
existindo em pleno século XX nas profundezas do PACÍFICO? São enigmas que os insignes materialistas
até agora nem puderam compreender, quanto mais decifrar.
Temos de conhecer os diferentes cenários do mundo. Temos de lançar luz às trevas. Uma vez que
tenhamos posto os fundamentos científicos da antropologia gnóstica, revisaremos as antigas culturas. É
indispensável saber como surgiram os pelasgos na EUROPA. É preciso conhecer as culturas arcaicas. É
urgente saber algo sobre a civilização dos hiperbóreos, etc., porém, antes de tudo, há que se revisar as
diferentes mudanças geológicas pelas quais passou a TERRA. Compreendemos que cada raça teve um
cenário. Precisamos conhecer o ambiente, o clima, as condições que teve para viver, etc. Isto é
indispensável! Quando se diz que as culturas da AMÉRICA vieram do continente asiático através do

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estreito de BERING, está se afirmando uma espantosa falsidade porque os mapas antigos demonstram que
o estreito de BERING, a SIBÉRIA, o CANADÁ e os ESTADOS UNIDOS NÃO EXISTIAM.
Há 800 mil anos o MÉXICO tinha uma população solene, maravilhosa, separada do estreito de
BERING pelos grandes oceanos. Assim que a ciência materialista está falando do que não viu, do que não
lhe consta. Enquanto que nós falamos tomando como base mapas como os de ELLIOT SCOTT e outros
similares que se encontram nas criptas subterrâneas das cordilheiras do HIMALAIA na ÁSIA central.
Os que afirmam que a raça humana chegou à AMÉRICA pelo estreito de BERING estão
demonstrando uma grande ignorância, um desconhecimento total das antigas cartas geográficas. Com esse
tipo de afirmações, os antropólogos materialistas estão enganando a opinião pública e abusando da
inteligência dos leitores.
Nós, repito, somos amantes da investigação científica e da análise exata. Não nos permitimos ao
luxo de aceitar teorias materialistas. Não somos tão tontos a ponto de deixar que nos enganem com
suposições fundamentadas em falsos utopismos. Temos cartas geográficas e estamos seguros que os leitores
desta obra compreenderão bem a nossa posição e compreenderão ainda melhor depois que as entregarmos
ao mundo.

SAMAEL AUN WEOR

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SAMAEL AUN WEOR ANTROPOLOGIA GNÓSTICA

GLOSSÁRIO
Antropologia gnóstica

ABISSAL Relativo ao abismo; que vive nas profundezas.


BRAQUICÉFALO Brakhys = curto + kephale = cabeça. Diz-se do indivíduo,
cujo crânio, observado de cima, apresenta a forma de um ovo,
largo e achatado.
CATARRÍNEOS Kata = para baixo + rhinos = nariz + eos. Família de macacos
do antigo continente caracterizados principalmente por terem
as ventas abertas na base do nariz e muito próximas e o
sistema dentário como o do homem.
CINOCÉFALO Kyon ou kynos = cão + kephale = cabeça. Que tem cabeça
de cão. Espécie de macaco grande da África.

HOMINÍDEOS Homo, hominis = homem + eidos = forma. Família de


primatas que tem por tipo o homem.

ICTIOSSAURO Ichthys = peixe + sauros = lagarto. Réptil da época jurássica.

ILIASTER Matéria homogênea, substancial e puríssima que se cristaliza


nas formas sensíveis que conhecemos.
LACERTÍLIOS Subordem dos répteis que tem os ramos da mandíbula
soldados e o corpo revestido de pequenas escamas, como os
lagartos, camaleões e espécies vizinhas.
LÊMURES Família de quadrúmanos que tem o focinho como o da raposa
e o feitio geral do corpo análogo ao dos macacos
MONERA Do grego: moneres = solitário. Animálculo de uma classe
hipotética de protozoários constituídos por células sem
núcleo e sem movimento que segundo HAECKEL
representariam a forma primitiva de vida. Tais organismos são
hoje considerados como entidades hipotéticas oriundas de
uma observação incompleta das fases de maturação ovular,
especialmente no que respeita às monérulas.
OPOSSUM Pequeno marsupial da América do Norte, cuja pele é muito
apreciada como abrigo.
PANGAEA Teoria dos movimentos continentais proposta pelo geofísico
alemão ALFRED WEGENER em 1912.
PELASGO Natural ou habitante da Pelásgia, antigo nome do Peloponeso.
Raça raiz da Grécia e proveniente da Atlântida.
PLASMOGENIA Teoria segundo a qual a matéria viva se originou num líquido
que dela já continha a essência.
PLATAFORMA CONTINENTAL Parte do continente submersa no mar, de suave declive que se
estende até uma profundidade de 200 metros e que representa
o prolongamento submarino do próprio continente.
PLATIRRINOS Platys = chato + rhin, rhinos = nariz. Subordem de símios
americanos que compreende os hapálidas e os cebídeos.
PLESIOSSAURO Plesion = próximo + sauros = lagarto. Enorme réptil do
mesozoico.
PROSSÍMIOS Família de quadrúmanos; o mesmo que lêmures.
PROTISTAS Do grego: protistos = o primeiro de todos. Termo de
HAECKEL para as formas primitivas e inferiores dos reinos
animal e vegetal: protozoários, protófitos.

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