Seringueira
Seringueira
Seringueira
Assunto
Agricultura e pecuária
Palavras-chave
Identificação da demanda
Solução apresentada
1 INTRODUÇÃO
A cultura da seringueira é apropriada para pequenos agricultores, por não ter custos fixos
elevados e nem encargos sociais. O cultivo da seringueira é considerado uma atividade leve -
uma única pessoa pode cuidar de cinco a dez hectares de seringais - e o trabalho podem ser
realizados por toda a família. Além dos aspectos sociais e econômicos, a seringueira pode ser
utilizada no reflorestamento, ajudando na conservação do solo e da água e no seqüestro de gás
carbônico da atmosfera, amenizando o efeito estufa.
Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica durante o longo ciclo de vida
da planta, sem a necessidade de desnudamentos periódicos do solo.
2 SERINGUEIRA – PLANTA
Seringueira é o nome vulgar de uma planta do gênero Hevea, família Euphorbiaceae, que foi
introduzida na Bahia por volta de 1906. A sua dispersão natural está circunscrita aos limites da
região Amazônica Brasileira, porém mostrando grande adaptabilidade aos mais variados
ambientes. A espécie Hevea Brasileira (Wild. Ex. A. Juss.) Muell. Arg é a mais explorada
economicamente, por produzir látex de melhor qualidade e com elevado teor de borracha.
Do seu tronco extrai-se o látex que, por coagulação espontânea ou por processos químico-
industriais, se transforma no produto comercial denominado de borracha. A matéria-prima
borracha é largamente utilizada na produção de bens industrializados, sendo a indústria de
pneumáticos a sua maior consumidora.
As áreas planas são mais fáceis e econômicas para a implantação e exploração de seringais de
cultivo. Em áreas de relevo ondulado, promover o plantio da média encosta para cima, e em
curvas de nível. Sempre que possível, locar as linhas de plantio no sentido norte/sul, a fim de
receberem intensa insolação e evitar o auto-sombreamento. Em áreas sujeitas a ventos fortes,
dispor o plantio no sentido dos ventos dominantes e usar tutores, assim que as plantas
começarem a dar sinal de inclinação de seu caule.
2.2 Propagação
As áreas potencialmente indicadas para novos plantios são geralmente de solos ácidos e pobres
em nutrientes. Assim, recomenda-se a análise prévia do solo para orientar de forma adequada a
calagem e a adubação. Em seringais jovens, a mistura NPK deve ser aplicada em círculos
crescentes, em função do desenvolvimento da planta, até o terceiro ano. Após este período, a
adubação será feita em faixas laterais às plantas. O cronograma de adubação estende-se de
outubro a março. Em seringais adultos, a adubação dever ser em função de uma nova análise de
solo e, em casos especiais, também de folhas. Nessa fase, a mistura NPK dever ser aplicada, de
uma só vez e por planta, no período de hibernação, por ocasião da queda de folhas que
SBRT – Formulário de Resposta Técnica Padrão 2
geralmente ocorre ente junho e julho. Após três ou quatro meses, sugere-se uma adubação
complementar nitrogenada.
Pode ser obtido um melhor uso dos recursos produtivos na área na propriedade rural através da
diversificação de cultivos. O aproveitamento do espaço intercalar em um arranjo de linhas duplas
de seringueira, no espaçamento 16 x 4,0 x 2,5 m (400 árvores /ha), permite a composição de
sistemas agroflorestais com culturas anuais e semi-perenes (arroz, milho, feijão, abacaxi,
pupunha, café e fruteiras)
3 DOENÇAS E PRAGAS
3.1 O mal-das-folhas
Doença causada pelo fungo Microcylus ulei, é o principal fator limitante à expansão da
heiveicultura no Brasil, notadamente na região Norte do país. O dano maior é a queda prematura
de folhas, podendo levar as plantas à morte. É controlada: plantio em "área de escape"; clones
resistentes ou tolerantes; enxertia de copa; controle químico-Benlate, Bayleton e cycosin
(400g/ha). Em viveiros e jardins cloriais as pulverizações devem ser semanalmente no período
chuvoso e quinzenalmente no período seco. No plantio definitivo fazer seis pulverizações
durante o período de reenfolhamento.
Cansada pelo fungo Thanatephorus cucumeris. Seu controle pode ser feito com pulverizações
semanais à base de cobre de 0,15% p.a., e com Triadimefon, a 0,3g de p.a./litro.
Requeima, queda anormal das folhas, podridão dos frutos, cancro estriado do painel e cancro do
tronco. O controle é feito preventivamente, através de práticas culturais pincelamento ou
pulverização com fungicidas eficientes nos períodos favoráveis à disseminação do patógeno e à
infecção. Recomendam-se: Ridomil-Mancozeb de 0,38% p.a., Aliette (Fozetyl) 0,5% p.a., dentre
outros.
No painel, seu controle é feito com uso do fungicida Daconil 0,25 p.a, cerconil 0,35 p.a. e
Benlate 0,20 p.a. Nas plantas, muito atacadas, usar uma pasta, após raspagem dos tecidos
lesados: 40 g de Benlate + 200ml de óleo vegetal + 400g cal + 600ml de água + 20g de
Agrimicina.
A principal praga da seringueira é o mandarová (Erinny ello e E. alope). Seu controle pode ser
feito com utilização do DIPEL(Bacillus thuringiensis), que atua sobre as lagartas de maneira
geral. Os esporos da bactéria são produzidos em laboratório. Ainda pode ser controlada com
piretróides (formulados com óleo) ou catação manual em seringais jovens.
Outras pragas encontradas, de menor importâncias, são as formigas, vaquinhas, mosca branca,
cachonilhas, cupins, paquinhas, coleobrocas, ácaros e percevejos-de-renda.
4 MELHORAMENTO
A coleta e conservação dos recursos genéticos são importantes como fontes de resistência a
doenças e de maior produção.
Teste quantitativo e mais confiável, feito em plantas com circunferência a partir de 21 cm a 1,0
m do solo.
Poliploidização
Leva ao gigantismo de certas partes vegetativas da planta, aumenta o diâmetro dos vasos
laticíferos com um conseqüente aumento de produção, aumenta o número de cromossomas. As
substâncias utilizadas são a colchicina e DMSO.
A sangria é iniciada quando pelo menos 50% das árvores (cerca de 200 árvores/ha) atingirem
45cm de circunferência do caule, a 1,30cm acima da soldadura do enxerto.
5.1.2 Estimulação
ANA; 2,4,5 - T; alguns óleos vegetais; Ácido 2 - cloroetilfosfônico (ETHREL) a 2,5 %, 5,0 % e
10 %, dependendo da idade do seringal.
Clones responsivos; sistema de sangria menos intensivo (mínimo de ½ S d/3); fazer adubação de
reposição; Não sangrar em condições ambientais adversas; corte bem feito.
5.2.1 Meia-Espiral
SBRT – Formulário de Resposta Técnica Padrão 5
-Perímetro do ronco ³ 45 cm a 1,30 m da soldadura do enxerto;
-Perímetro do tronco ³ 50 cm a 1,00 m do solo;
-Inclinação do corte de 30°;
-Simbologia: ½ S.
6 PUBLICAÇÕES
“Pesquisas realizadas sobre o mercado da borracha projetam na virada do século, uma elevação
nos preços, em virtude do aumento do consumo e do menor crescimento da oferta, no Brasil e no
mundo, o que se constituirá em ótima oportunidade para o incremento da produção nacional.
Neste videocurso, filme e manual, você aprenderá as técnicas do cultivo da seringueira para a
produção de borracha natural, mostrando, passo a passo, todas as etapas do processo produtivo
desta cultura, começando pelos aspectos gerais da produção, passando pelos tratos culturais e
doenças que atacam a seringueira e terminando no processo de sangria, colheita e processamento
do látex”.
Conclusão e recomendações
Não foi possível localizar nenhuma Associação de produtores de Seringueira em Minas Gerais,
porém existe uma Associação (segue contato abaixo) localizada no Acre que inclusive emite
certificado de qualidade da Seringueira.
Referências
17/02/2006