Dissertacao Hugo Raphael Gomes SIlva
Dissertacao Hugo Raphael Gomes SIlva
Dissertacao Hugo Raphael Gomes SIlva
Rio de Janeiro
2019
Hugo Raphael Gomes Silva
Rio de Janeiro
2019
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/C
CDU 552(815.6)
Bibliotecária responsável: Fernanda Lobo / CRB-7:5265
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, desde que citada a fonte.
______________________________________ ______________________
Assinatura Data
Hugo Raphael Gomes Silva
Banca Examinadora:
_________________________________________________________
Prof.Dr. Hernani Fernandes Aquini Chaves (Orientador)
Faculdade de Geologia - UERJ
_________________________________________________________
Prof. Dr. Rogério Schiffer de Souza
Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobrás
_________________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Bergamaschi
Faculdade de Geologia - UERJ
Rio de Janeiro
2019
DEDICATÓRIA
SILVA, Hugo Raphael Gomes. Avaliação sismoestratigráfica de uma área no Bloco SS-
AR3-SANTOS, pós-sal da Bacia de Santos. 2019. 87f. Dissertação (Mestrado em Análise
de Bacias e Faixas Móveis) – Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
The Santos Basin is considered the main potencial basin of of Brazil with several
proved oil fields, mainly the pre-salt. With mostly of main fields locates at ultradeep waters,
the present work turns it´s approach to the proximals fields inserts in the post-salt sequencies
to identify potential. The project used data available from Agência Nacional de Petróleo
(ANP), being between those, 2D sismic lines, 3D sismic cube and well data drilling in the
área. The development of this work focused in the drif sequence, at the central portion of the
basin. The research metodology began with a sismic wich use well-tie and domain coversion
deep-velocity. Through these, was posible to identify the sismic horizons and using
sismofacies and geobody technique, sand turbites were interpretated as reservoir of the oil
system of the presente lead. Then, using the wells, petrophysical calculations were make from
the well 1-BRSA-498-SPS, generating values of total porosity, water and oil saturation and
Net-to-Gross of the Ilha Bela Member sands. In the conclusion of this work, was estimated
the presente oil volumetric, with values of 14616,4 MM STB to oil in place and to volume of
recoverable oil a value of 3650,5 MM STB. To achieve this results, were insert calculated
parameters of the rock, fluid and thick and área of the reservoir, in the Monte Carlo
simulation.
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA............................................................................... 14
3 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL........................................................ 16
3.1 Evolução tectono-sedimentar.............................................................................. 19
3.2 Arcabouço estrutural........................................................................................... 21
3.3 Estratigrafia.......................................................................................................... 22
4 SISTEMAS PETROLÍFEROS........................................................................... 27
4.1 Geração................................................................................................................. 27
4.2 Reservatórios........................................................................................................ 28
4.2.1 Carbonáticos........................................................................................................... 29
4.2.2 Siliciclásticos.......................................................................................................... 30
4.3 Trapas e Selos....................................................................................................... 30
4.4 Migração e Acumulação...................................................................................... 31
4.5 Sincronismo........................................................................................................... 31
5 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 32
5.1 Dados disponibilizados......................................................................................... 33
5.2 Análise dos dados sísmicos.................................................................................. 35
5.2.1 Sismoestratigrafia.................................................................................................. 35
5.2.2 Atributos sísmicos.................................................................................................. 37
5.3 Análise de dados de poços.................................................................................... 38
5.3.1 Controle de Qualidade das Curvas......................................................................... 38
5.3.2 Amarração Poço-sísmica........................................................................................ 38
5.3.3 Geoquímica orgânica.............................................................................................. 42
5.3.3.1 Carbono Orgânico Total......................................................................................... 43
5.3.3.2 Pirólise Rock-Eval.................................................................................................. 43
5.3.4 Petrofísica)............................................................................................................. 45
5.3.4.1 Raios gama (GR).................................................................................................... 45
5.3.4.2 Sônico (DT) )......................................................................................................... 45
5.3.4.3 Densidade)............................................................................................................. 46
5.3.4.4 Resistividade (ILD)................................................................................................ 46
5.3.4.5 Cálculo de volume de argila (Vsh)......................................................................... 47
5.3.4.6 Cálculo de porosidade total (Øt) e efetiva (Øe) .................................................... 47
5.3.4.7 Cálculo de resistividade (Rw) e saturação da água (Sw) ...................................... 48
5.4 Análise volumétrica.............................................................................................. 50
6 RESULTADOS OBTIDOS.................................................................................. 52
6.1 Interpretação sismoestratigráfica....................................................................... 52
6.2 Interpretação sismoestrutural............................................................................. 65
6.3 Caracterização do reservatório........................................................................... 67
6.3.1 Reservatório do Membro Ilha Bela........................................................................ 68
6.4 Avaliação de ocorrência de hidrocarbonetos..................................................... 75
CONCLUSÃO...................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS................................................................................................... 81
12
INTRODUÇÃO
1 OBJETIVOS
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
A bacia pode ser dividida em duas porções, uma mais interna, rasa, próxima
à zona litorânea; e uma externa, profunda, onde o embasamento encontra-se a pelo
menos 8000m de profundidade (LEYDEN et al., 1971; ALVES, 2002; PONTES &
ASMUS, 1976; ALVES, 2002). Estas encontram-se separadas por uma linha de
charneira, denominada Charneira de Santos ou Charneira Cretácea (ALVES, 2002),
que se encontra paralela à linha de costa e às direções estruturais das rochas pré-
cambrianas expostas no continente emerso.
3.3 Estratigrafia
4 SISTEMAS PETROLÍFEROS
4.2 Reservatórios
4.2.1 Carbonáticos
4.2.2 Siliciclásticos
4.5 Sincronismo
5 DADOS E MÉTODOS
Resistividade Resistividade
Poço GR Calliper DT RHOB NPHI
Rasa profunda
1-BRSA-498-
x x x x x x x
SPS
Legenda: Gr = Raios Gama; DT= Sônico; RHOB = Densidade; NPHI = Neutrão
Fonte: O autor, 2018.
34
5.2.1 Sismoestratigrafia
Para o estudo das linhas sísmicas 2D e cubo sísmico 3D, foram utilizadas
técnicas para melhoria da visualização, são conhecidas como “atributos sísmicos”,
que podem ser definidos como quaisquer informações computadas a partir do dado
sísmico com a finalidade de destacar ou ressaltar características geológicas deste, ou
que não são diretamente identificadas no dado convencional (SHERIFF, 2002). A
que apresentou o melhor resultado é conhecida como Técnica de Volume de
Amplitude ou TecVa. Essa técnica resulta da combinação de outros atributos
sísmicos que são RMS Amplitude, Remove Bias e Phase Shift, nessa ordem. Esta
técnica gera um atributo volumétrico que destaca os altos contrastes de impedância,
resultantes das diferenças de compactação.
38
A fim de se obter uma maior confiança nos dados, foi realizada um controle
de qualidade das curvas utilizadas. Caso necessário, faz-se um processo de
eliminação de spikes (picos considerados anômalos), junção de curvas de diferentes
corridas (merge) e análises de perfis de Caliper. Para a execução desta etapa foi
utilizado o software Techlog®. Somente foi necessário a análise dos perfis de
Caliper para se avaliar a integridade das paredes do poço.
Uma vez gerado o sismograma sintético, parte-se para a etapa onde este será associado
ao dado sísmico real baseando-se na correlação dos refletores.
41
orgânico total, determinando o índice de oxigênio (IO). Esses índices permitem avaliar
a quantidade de petróleo que o querogênio pode gerar, quando submetido a
temperatura adequada, além de estimar a evolução térmica ou grau de maturação da
rocha.
Os índices obtidos de hidrogênio (IH) e oxigênio (IO) correspondem,
aproximadamente, às razões H/C e O/C da análise elementar do querogênio
(EPISTALIÉ et al.,1977) e representam a interação entre a natureza da matéria
orgânica e seu grau de preservação, respectivamente. Utilizando desses índices, pode-
se estimar e classificar o tipo de matéria orgânica presente, plotando estes no diagrama
proposto por Van Krevelen, onde a matéria é classificada como tipo I, II, III e IV
(TISSOT & WELTE, 1984).
Legenda: Classificação e evolução térmica dos querogênios exibidos no diagrama tipo “Van Krevelen”
Fonte: ESPITALIÉ et al., 1977
45
5.3.4 Petrofísica
A petrofísica é a área que visa estudar as propriedades físicas da rocha, sua interação
com os fluídos, gasosas ou líquidas. Se demonstra de suma importância, pois através desta são
obtidas importantes informações para a avaliação de oportunidades exploratórias e
desenvolvimento de campos produtores. O objetivo é apontar e quantificar zonas de
acumulação de hidrocarbonetos, se baseando nas propriedades da rocha interpretada como
reservatório. Para realização dos estudos, foram utilizados perfis geofísicos adquiridos
durante a perfuração de poços por ferramentas LWD e Wireline.
O perfil sônico é registrado pela ferramenta sônica que mede o tempo de intervalo que
uma onda acústica necessita para percorrer a distância de um pé através de uma litologia.
Valores elevados registrados pela ferramenta indicam uma maior porosidade, uma vez que
ondas acústicas se propagam mais rápido em meios sólidos do que em vazios (poros). Esse
perfil é de grande importância, pois é utilizado para cálculos de velocidades intervalares,
calibração de poços para amarração sísmica e fornecimento de informações litológicas e
porosidade. Sua unidade é uSec/ft.
46
5.3.4.3 Densidade
ØD = ƿma – ƿb (1)
ƿma - ƿf
Esse perfil é gerado pelo registro da resistividade elétrica medida nas rochas quando
estas são induzidas por uma corrente elétrica. A ferramenta de resistividade é equipada com
um transmissor elétrico que irá emitir a carga e com sensores que irão registrar essa
resistividade. Esses dados permitem análises de fluidos presentes, podendo indicar a presença
de água (salina ou doce) e fluidos de hidrocarbonetos. Sua unidade é ohm.m.
47
Utilizando os perfis de Raio Gama, é possível distinguir os folhelhos e/ou argilas dos
demais tipos litológicos. Uma das principais vantagens desse tipo de perfil é ser possível
realizá-lo em poços revestidos, sendo extremamente útil em trabalhos de completação e
restauração de poços.
Tendo em vista esta informação, este perfil pode ser utilizado como um indicador do
volume destes nas rochas (VSHGR). É possível se calcular através de outros métodos, porém,
este, hoje, é o mais comum.
Aqui, o cálculo foi feito utilizando perfil gama, onde o volume é calculado a partir da
determinação de um valor médio máximo que seja representativo no intervalo, que indica a
presença do material, desconsiderando spikes anômalos, e um valor mínimo médio, também
representativo no intervalo desejado, que indica ausência de material. Com esses dados
utiliza-se a fórmula a seguir:
O espaço vazio presente nas rochas, normalmente, preenchido por fluidos, é conhecido
como porosidade, os dois tipos de porosidade abordados no trabalho são as porosidades total e
efetiva. A porosidade total é aquela que leva em consideração todos os poros presentes na
rocha, não importando se estão conectados ou não. Já a porosidade efetiva, abrange os poros
conectados entre si (interconectados), permitindo dessa maneira, uma movimentação dos
fluidos dentro da rocha. O trabalho apresentado por Rider (2011) defende que litologias
diferentes possuem uma variação determinada nos valores de densidade. A seguir, encontra-se
os valores para as rochas mais comuns.
48
Fonte: RIDER,2011
Existem vários métodos para obtenção das porosidades, tais como perfis sônico (DT) e
neutrão (NPHI), porém nesse estudo optou-se pelo método que utiliza as informações
presentes no perfil densidade (RHOB), disponibilizado pela ANP.
Para a realização dos cálculos nos intervalos de interesse foram utilizados valores de
2.71 g/cm3 (calcários) para a densidade da matriz e 1 g/cm3 (água) e 0,9 g/cm3 (óleo leve)
para a densidade do fluido.
Os perfis de resistividade são perfis que medem a resistividade da formação, que nada
mais é do que sua resistência à passagem do fluxo de uma corrente elétrica. A obtenção dos
valores de resistividade da formação é um dos métodos para a identificação dos fluidos
presentes no reservatório e também no cálculo da saturação de água (NERY, 1990).
Os hidrocarbonetos, por não serem condutores, provocam o aumento na resistividade
medida da rocha, ao contrário do que acontece quando os poros de rochas que são
preenchidos por água salobra, que se apresentam como ótima condutora, fazendo assim que a
leitura obtida de resistividade seja baixa. Sendo assim, estes perfis são muito importantes na
identificação das zonas de hidrocarbonetos e também permitem o cálculo de resistividade da
água de formação (Rw).
Para a obtenção de valores da saturação de água na formação, antes é necessária a
realização do cálculo de resistividade da água presente na camada. É possível a determinação
através de dois métodos: direto e Resistividade da água aparente (Rwa). No método direto, as
informações são plotadas em um gráfico Temperatura x Resistividade x Salinidade. O método
49
Rwa é calculado através da fórmula de Archie, descrita a seguir, considera o arenito limpo
com saturação de 100% de água, como descrito a seguir. Assumindo que é comum os
expoentes de saturação e cimentação receberem o valor estipulado de 2 e o fator de
tortuosidade de 1.
a x Rw = Rt x Swn x Øm (3)
a = Fator de Tortuosidade
n = Expoente de Saturação
m = Expoente de Cimentação
Rt = Resistividade da Formação
2
Rwa = Rt x Ø (4)
Fonte: São demonstrados nessa figura o Volume de folhelho(Vsh), Porosidade total (PHIT) e efetiva (PHIE),
permeabilidade PERM_COAT), saturação de água (SW_AR) e resistividade de água aparente (RWA).
Fonte: O autor, 2018.
50
6 RESULTADOS OBTIDOS
Legenda: Fase drifte (amarelo) e fase transicional (linha azul) da Bacia de Santos mostrando diápiros e uma
relativa calmaria tectônica
Fonte: O autor, 2018.
Legenda – Horizonte Topo do Aptiano representado por deposição evaporítica durante a fase transicional
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Sedimentos carbonáticos de idade albiana inferior, apresentando zonas com transparência
Fonte: Autor
Legenda: Setas em vermelho e azul marcam terminações de superfície erosional e downlaps, respectivamente.
Fonte: O autor, 2018.
57
Legenda: Horizonte Albiano Superior representado pela Fm. Itanhaém composta por folhelhos e margas.
Fonte: O autor, 2018.
58
O Topo do Turoniano é marcado por uma discordância que separa os folhelhos da Fm.
Itajaí-Açu das areias progradantes da Fm. Juréia. O refletor que representa essa discordância é
um refletor positivo não muito forte, mas que pode ser bem observado pela presença da
mudança de padrão de refletores acima do mesmo. As sismofácies aqui presentes são plano-
paralelas, podendo apresentar transparência. Também são encontradas sismofácies caóticas,
por vezes com downlaps, que estão associadas aos turbiditos do Membro Ilha Bela. São
encontrados antiformais e sinformais associadas a tectônica salífera abaixo. No presente
trabalho, a Formação Itajaí-Açu é apontada como a rocha geradora e o Membro Ilha Bela
como a rocha reservatório.
59
Legenda: Horizonte Turoniano representado por folhelhos da Fm. Itajaí-Açu e corpos turbidíticos do
Mb. Ilha Bela
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Pode-se observar na imagem estruturas em downlaps (marcadas pelas setas vermelhas) e estruturas
caóticas próximas à anticlinal (marcada pelo círculo vermelho)
Fonte: O autor, 2018.
auxiliou na interpretação. A formação representada é a chamada Fm. Juréia, que são grandes
volumes de areias progradantes. Estudos indicam que esse grande aumento no volume de
sedimentos esteja ligado ao soerguimento da Serra do Mar, servindo como uma enorme fonte.
Nas áreas próximas ao sal, a sedimentação, devido ao grande peso, causou deformações no
sal, formando mini-bacias e diápiros.
Legenda: Horizonte de idade maastrichtiana, representado por grandes cunhas de areia progradante.
Fonte:O autor, 2018.
61
Legenda: São identificadas terminaçōes de superfícies erosivas (setas vermelhas), a seta azul demonstra a
direção das progradaçōes e a seta preta exibe a espessura de uma mini-bacia formada por diápiro
salino.
Fonte: O autor, 2018.
Truncamentos
erosivos
Direção de
progradação
Legenda: Em detalhe da figura anterior, pode-se observadas terminações de superfícies erosivas e possíveis
calhas (setas vermelhas).
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Sedimentos depositados durante o Oligoceno são representados pela Fm. Ponta Agua composta por
areias progradantes.
Fonte: O autor, 2018.
63
Truncamentos
erosivos
Downlap
s
Legenda: Foram identificados truncamentos erosivos (setas vermelhas) e downlaps (setas azuis).
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Esse intervalo deposicional também é representado pela Fm. Ponta Aguda, porém, nesta ocorre
mudança no padrão deposicional, passando para agradação.
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Estruturas indicadas anteriormente em detalhe. Intervalo com padrão plano-paralelo, indicando uma
agradação.
Fonte: O autor, 2018.
Foi realizada uma interpretação sismoestrutural baseadas nas linhas 2D, uma vez que a
área 3D se apresentava pequena e não contemplava toda extensão vertical da região estudada.
As falhas interpretadas foram em sua maioria geradas por tectônica salina,
encontrando-se localizadas entre o topo do sal e o topo do eoceno, no intervalo denominado
drifte. Porém, também podem ser observadas falhas iniciadas na fase rifte se estendendo até o
Albiano.
As falhas da fase rifte podem ter sido reativadas, fazendo com que se prolongassem
até acima dos evaporitos. Estas se apresentam como falhas normais, com direção NE-SW e
mergulhos para SE, bem verticalizadas. Essas falhas podem servir como caminho migratório
de hidrocarbonetos do pré-sal para reservatórios do pós-sal, tais como turbiditos do Turoniano
ou carbonatos do Albiano.
66
Legenda: Destaque para as falhas marcadas em verde e amarela que ligam os sedimentos pré-sal aos sedimentos
do Turoniano, podendo formar um canal migratório de hidrocarbonetos.
Fonte: O autor, 2018.
67
Legenda: Os turbiditos de interesse se encontram localizados acima de um domo salino formado pela
tectônica salífera.
Fonte: O autor, 2018.
68
Legenda: Imagem demonstra a localização dos corpos turbidíticos no cubo sísmico. A linha verde
demonstra a localização do poço 1-BRSA-498-SPS.
Fonte: O autor, 2018.
69
Legenda: A imagem mostra o poço 1-BRSA-498-SPS com as curvas de raio gama cortando no cubo
sísmico a área de interesse. Variação no perfil gama mostra a presença de corpos arenosos
inseridos em uma formação de folhelho.
Fonte: O autor, 2018.
70
Legenda: Em detalhe a imagem anterior, com um aumento no intervalo do poço com o perfil gama.
Nesta, pode-se observar, amarelho a presença dos corpos arenosos, interpretados como
turbiditos. As curvas verdes foram interpretadas como folhelhos da formação Itajaí-açu.
Fonte: O autor, 2018.
71
Legenda: Corpos turbidíticos se encontram no sentido strike espalhados lateralmente. Estão cortados pelo poço
demonstrado pela linha verde.
Fonte: O autor, 2018.
Legenda: Pode-se observar a área do reservatorio sendo cortada por falhas que podem servir de rotas para
migraçōes secundárias de hidrocarbonetos.
Fonte: O autor, 2018.
73
Através da técnica de TecVa foram identificadas falhas profundas que poderiam servir
de rotas de migração de hidrocarbonetos presentes nas formações abaixo dos evaporitos.
Estudos petrofísicos foram realizados no intervalo de interesse para a realização de
cálculos petrofísicos. O poço utilizado foi o 1-BRSA-498-SPS, sendo esse o único inserido na
porção estudada. Buscou-se extrair os valores de porosidade total, saturação de água,
saturação de óleo e net-pay (Figura 45).
Legenda: PHIT = Porosidade Total, SW_AR = Saturação de Á́ gua de Formação e PAY_NET = zonas
de net pay.
Fonte: O autor, 2018.
Através dos perfis de densidade foram obtidos os valores de porosidade e com o uso
da equação de Archie e perfis de resistividade profunda os valores de saturação de água.
74
Legenda: Layout demonstrando resultados obtidos, atentar para os altos valores de Vsh, representando
uma alta presença de folhelhos na formação turbidítica.
Fonte: O autor, 2018.
Não foi encontrado contato óleo-água, assim como indícios de gás, sendo considerado
somente a presença de óleo na formação. O volume de rocha (Gross rock volume) da
formação turbidítica estudada foi calculada pelo software Petrel®, sendo estimado em
aproximadamente 1.232 x 106 m3.
Apesar do estudo ter se baseado quase em sua totalidade no poço 1-BRSA-498-SPS,
foram considerados dados dos outros poços entre os dados cedidos pela ANP, tais como o
teste de formação que contempla informações referentes ao reservatório. Este, que foi
realizado no poço 4-BRSA-708-SPS, indicou a presença de óleo leve com um API de 43°,
permeabilidade efetiva ao óleo em 6 mD e produtividade em 1 m3/d/(kgf/cm2), ambas
consideradas baixas.
Após a inserção dos dados acima, o próximo passo foi inserir os dados referentes aos
elementos do reservatório, processos e dados de risco do play que está sendo investigado. Os
elementos são rocha geradora, rocha reservatório, selo e trapa e os processos são geração,
migração e preservação.
77
CONCLUSÃO
O presente estudo, que teve como objetivo a avaliação de uma área proximal inserida
na porção pós-sal da Bacia de Santos, localizada em sua região central, conquistou como
produto a identificação de um possível lead. Este estudo utilizou-se de uma metodologia para
a interpretação sísmica que abrangeu a aplicação de atributos com o intuito de melhorar a
visualização das linhas 2D e cubo sísmico disponibilizados, amarração poço-sísmica,
conversão tempo-profundidade. Para estudos petrofísicos foram utilizados poços e perfis
geofísicos que permitiram cálculos petrofísicos essenciais. Por fim, foram realizados cálculos
para estimar o volume de hidrocarbonetos.
A interpretação sísmica se deu a partir da utilização de quatro linhas 2D regionais
(duas dip’s e duas strike’s) e um cubo sísmico de aproximadamente 100 km2. Nestas foram
identificadas, através de técnicas de sismoestratigrafia, duas fases da bacia: fase Transicional
(Formação Ariri) e fase Drifte, que abrange as formações Guarujá, Itanhaém, Itajai-Açu Juréia
e Ponta Aguda. O uso de atributos sísmicos e principalmente a técnica TecVa, que é formada
pela combinação de determinados atributos sísmico, permitiram a visualização, identificação
e interpretação das unidades citadas anteriormente.
O estudo se concentrou na formação Itajai-Açu por esta apresentar um play juntamente
com os turbiditos do Membro Ilha Bela. Sendo a Formação Itajai-Açu a rocha reservatório e
selante e o Membro Ilha Bela a rocha reservatório.
A rocha reservatório interpretada, como pertencente ao Membro Ilha Bela, foi
classificada como arenitos argilosos, com sismofácies caóticas, localizada nos altos estruturais
gerados pela tectônica salina. Apresenta porosidade com valores entre 8% e 26%, saturação
de óleo entre 93% e 99% e Net-to-Gross chegando a apenas 5%.
Os estudos volumétricos obtiveram uma estimativa volumétrica de óleo in place de
14616,4 MM STB e volume de óleo recuperável de 3650,5 MM STB com uma probabilidade
de ocorrência de 49%. Dados resultantes do teste de formação feito pela companhia operadora
na área indicaram um óleo leve com 43° API, chegando a 47° API.
Concluiu-se que o sistema petrolífero existe e é válido, pois existe a ocorrência de
hidrocarbonetos, porém, devido ao elevado valor de sedimentos argilosos e/ou siltosos
inserido na rocha reservatório, não houve grande acumulação de óleo. Sendo assim,
recomenda-se que se considere a área estudada como um lead e se continue a explorar regiões
próximas que se assemelhem ao play apresentado.
81
REFERÊNCIAS
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PONTE, F.C. & ASMUS, H.E. – 1976. Brazilian marginal basins: current state
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