Aula 03

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GB807 – DINÂMICAS

GEOGRÁFICA NO ESPAÇO
PARANAENSE
Professor: José Guilherme de Oliveira
Curso: Geografia
E-mail: [email protected]

15/08
Agosto
11 – Geologia
18 – Geomorfologia e Pedologia
25- * Atividade
Setembro
01- *Atividade
08 *
15 – Aula – Seminário
22 – Aula
29 – Aula
Outubro 10 e 11 de novembro,
06 – Avaliação Escrita
13 – Aula
trabalho de campo
20* SIEPE
27 - Aula
Novembro
03 – Aula
10 – Aula
17 – Aula
24 – SAG
Dezembro
04 – Exame Final
Relembrando...
Geologia Simplificada
Santos et al. (2006)

Primeiro Planalto
Serra do Mar
Paranaense

Segundo Planalto Escarpa


Paranaense Devoniana

Terceiro
Escarpa Triássico-
Planalto
Jurássico
Basáltico

Terceiro
Planalto Planície
Arenítico
3° Planalto
2° Planalto

1° Planalto
Planície
Litorânea
Serra do
Mar
E os outros aspectos do
meio físico
Tropical Brasil
Central

Temperado
Um resumo global das classificações é dado pelo seguinte quadro:

https://portais.ufg.br/up/68/o/Classifica____o_Clim__tica_Koppen.pdf
Tipos e subtipos climáticos
Da combinação da primeira e segunda letras dos código acima descritos obtém-se os seguintes tipos climáticos:

• A : Clima tropical — climas megatérmicos das regiões • Cs : clima temperado húmido com Verão seco (clima mediterrânico)
tropicais e subtropicais • Csa : clima temperado húmido com Verão seco e quente
• Af : clima tropical húmido ou clima equatorial • Csb : clima temperado húmido com Verão seco e temperado
• Am : clima de monção • Csc : clima temperado húmido com Verão seco, curto e fresco
• Aw : clima tropical com estação seca de Inverno • D : Clima continental ou climas temperados frios — clima das grandes
• As : clima tropical com estação seca de Verão regiões continentais de média e alta
• B : Clima árido — climas das regiões áridas e dos desertos latitude
das regiões subtropicais e de média latitude. • Df : clima temperado frio sem estação seca
• BS : clima das estepes • Dfa : clima temperado frio sem estação seca e com Verão quente
• BSh : clima das estepes quentes de baixa latitude e altitude • Dfb : clima temperado frio sem estação seca e com Verão temperado
• BSk : clima das estepes frias de média latitude e grande • Dfc : clima temperado frio sem estação seca e com Verão curto e
altitude fresco
• BW : clima desértico • Dfd : clima temperado frio sem estação seca e com Inverno muito frio
• BWh : clima das regiões desérticas quentes de baixa latitude • Dw : clima temperado frio com Inverno seco
e altitude • Dwa : clima temperado frio com Inverno seco e com Verão quente
• BWk : clima das regiões desérticas frias das latitudes médias • Dwb : clima temperado frio com Inverno seco e com Verão
ou de grande altitude temperado
• C : Clima oceânico — climas das regiões oceânicas e • Dwc : clima temperado frio com Inverno seco e com Verão curto e
marítimas e das regiões costeiras ocidentais dos continentes fresco
• Cf : clima temperado húmido sem estação seca • Dwd : clima temperado frio com Inverno seco e muito frio
• Cfa : clima temperado húmido com Verão quente • E : Clima glacial — clima das regiões circumpolares e das altas
• Cfb : clima temperado húmido com Verão temperado montanhas
• Cfc : clima temperado húmido com Verão curto e fresco • ET : clima de tundra
• Cw : clima temperado húmido com Inverno seco • EF : clima das calotes polares
• Cwa : clima temperado húmido com Inverno seco e Verão • EM : clima das altas montanhas
quente
• Cwb : clima temperado húmido com Inverno seco e Verão
temperado
• Cwc : clima temperado húmido com Inverno seco e Verão
curto e fresco

https://portais.ufg.br/up/68/o/Classifica____o_Clim__tica_Koppen.pdf
Classificação climática de Koppen
Localização, altimetria e classificação climática no Estado do Paraná.

Letra maiúscula - Grupo

A – tropicais
B – secos
C- temperados
D – Frios
E – polares
Climas Tropicais (A) - Tipo

f – Equatorial
m – Monçonico
w – de savana (estação seca no
inverno)
s – de savana (estação seca no
verão)

Fonte: Miranda (2005); Alvares et al. (2013).


Classificação climática de Koppen
Localização, altimetria e classificação climática no Estado do Paraná.

Letra maiúscula - Grupo

A – tropicais
B – secos
C- temperados
D – Frios
E – polares
Climas Temperados (C) - Tipo

f – sem estação seca


w – inverno seco
s – verão seco
Climas Temperados sem
estação seca (Cf) - subtipo

a – verão quente
b – verão fresco
c – verão frio
Fonte: Miranda (2005); Alvares et al. (2013).
Distribuição espacial da rede de estações pluviométricas.

Distribuição espacial da rede de estações meteorológicas MI.


Temperatura média do ar anual no Estado do Paraná.

Precipitação anual no Estado do Paraná.


Verão Inverno

Outono Primavera
Verão Inverno

Outono Primavera
Paranavaí Curitiba

Pato Branco Antonina


Fatores que levam a
essas diferenças
Fonte: Monteiro, 1968.
...antes e depois!
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
Durante os meses de verão do Hemisfério Sul, A ZCAS é um fenômeno meteorológico que exerce um
papel preponderante no regime de chuvas na região onde atua, acarretando altos índices pluviométricos
na América do Sul. Este fenômeno é caracterizado pela persistência de uma banda de nebulosidade
orientada no sentido noroeste-sudeste (NW-SE), que se estende desde o centro sul da Amazônia, regiões
Centro-Oeste e Sudeste, centro sul da Bahia, norte do Estado do Paraná e estendendo-se em direção ao
Oceano Atlântico sudoeste (Ferreira et al., 2004). Uma das principais consequências da atuação da ZCAS é
a ocorrência dos altos índices pluviométricos, principalmente no final da primavera e nos meses de verão,
nas regiões afetadas (Grimm, 2011). (Quadro et al., 2012.)

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
77862012000200004&script=sci_arttext
“Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)”

Principal sistema de grande escala responsável pelo regime de chuvas sobre as Regiões Sul e
Sudeste do Brasil durante os meses de primavera e verão;

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77862012000200004&script=sci_arttext
El Niño e La Niña ?
“... principal responsável pela formação dos tipos de tempo da Região Sul, em virtude
da atuação de Massas Polares e da ação das Frentes Frias” (MONTEIRO, 1963, p.
122).
E a vegetação?
Cinco Regiões Fitogeográficas do Paraná

Roderjan et al. 2002


AS UNIDADES FITOGEOGRÁFICAS DO ESTADO DO PARANÁ

• Originalmente 83% coberto por florestas.


• Os 17% restantes eram ocupados por
formações não-florestais

• campos
• cerrados
• vegetação pioneira de influência
marinha (restingas),
• fluviomarinha (mangues)
• flúvio-lacustre (várzeas), vegetação
herbácea do alto das montanhas
(campos de altitude e vegetação
rupestre) (Maack, 1968).

Roderjan et al. 2002


Floresta Ombrófila Densa

Na porção leste do Estado, definida


praticamente em toda sua extensão
pela barreira geográfica natural da
Serra do Mar, com altitude máxima
de 1887 m, situa-se a região da
Floresta Ombrófila Densa (floresta
atlântica), influenciada diretamente
pelas massas de ar quentes e úmidas
do oceano Atlântico e pelas chuvas
relativamente intensas e bem
distribuídas ao longo do ano. Estão
incluídas nesse caso as formações
florestais da Planície Litorânea, das
encostas da Serra do Mar e de parte
do vale do rio Ribeira.

Roderjan et al. 2002


Floresta Ombrófila Densa
Estima-se que a flora arbórea da Floresta Ombrófila Densa seja representada por mais de 700
espécies, sendo a maioria exclusiva, não ocorrendo em outras unidades vegetacionais.
• Floresta Ombrófila Densa das
Terras Baixas Perfil esquemático destacando a estrutura de um segmento de Floresta Ombrófila
• Floresta Ombrófila Densa Densa no município de Guaratuba - PR

Submontana
• Floresta Ombrófila Densa
Montana
• Floresta Ombrófila Densa
Altomontana
• Floresta Ombrófila Densa
Aluvial

Roderjan et al. 2002


Floresta Ombrófila Mista

A oeste da serra, ocupando as


porções planálticas do Estado
(em média entre 800 e 1200 m
de altitude), situa-se a região da
Floresta Ombrófila Mista
(floresta com araucária), sem
influência direta do oceano, mas
igualmente com chuvas bem
distribuídas ao longo do ano. A
composição florística é
fortemente influenciada pelas
baixas temperaturas e pela
ocorrência regular de geadas no
inverno.

Roderjan et al. 2002


Floresta Ombrófila Mista
É uma unidade fitoecológica onde contempla-se a coexistência de representantes das floras
tropical (afro-brasileira) e temperada (austro-brasileira), em marcada relevância fisionômica de
elementos Coniferales e Laurales, onde domina Araucária angustifolia (Bertol.) Kuntze
(Araucariaceae), espécie gregária de alto valor econômico e paisagístico.
• Floresta Ombrófila Mista Perfil esquemático destacando a estrutura de um segmento de Floresta
Ombrófila Mista no município de Irati - PR
Montana;
• Floresta Ombrófila Mista
Aluvial;

Roderjan et al. 2002


Floresta Estacional Semidecidual

Norte e oeste do Estado e nos


vales dos rios formadores da
bacia do rio Paraná, abaixo de
800 m de altitude, define-se a
região da Floresta Estacional
Semidecidual (floresta
estacional) onde, além da
ocorrência eventual de geadas, a
flora está condicionada a um
período de baixa precipitação
pluviométrica, quando 20 a 50%
das árvores do dossel da floresta
perdem suas folhas, modificando
fortemente a fisionomia da
vegetação.

Roderjan et al. 2002


Floresta Estacional Semidecidual

As formações vegetais dessa unidade têm como principal característica fisionômica a


semidecidualidade, na estação desfavorável. Esse fenômeno é praticamente restrito aos estratos
superiores e parece ter correlação principalmente com os parâmetros climáticos, quer históricos
ou atuais (Leite, 1994).
• Floresta Estacional Perfil esquemático destacando a estrutura de um segmento de Floresta
Estacional Semidecidual no município de Maringá - PR
Semidecidual Submontana;
• Floresta Estacional
Semidecidual Aluvial.

Roderjan et al. 2002


Estepe (Campos)

áreas de Estepe (campos),


entremeadas por capões e
florestas de galeria (margens dos
rios), abrangendo cerca de 14%
da superfície do Estado,
localizadas geralmente nas
porções mais elevadas dos três
planaltos paranaenses

Roderjan et al. 2002


Estepe (Campos)
De origem semelhante às estepes, pequenas manchas de Savana ocorrem nas regiões nordeste e
centro-norte do Estado, com fisionomia e florística semelhantes àquelas dos planaltos do Brasil
central, sua principal área de ocorrência. São encontradas diferentes faciações, desde
campestres até florestadas, todas dominantemente sobre Latossolos

Perfil esquemático destacando a estrutura de um segmento de Savana no


município de Jaguariaíva – PR

Roderjan et al. 2002


Savana (Cerrado)

localizada nas regiões norte e


nordeste, ocupa cerca de 1%
da superfície. Esse tipo de
vegetação, característico do
planalto central brasileiro,
encontra no Paraná o seu
limite austral de ocorrência. A
Savana e a Estepe constituem
no Estado do Paraná relictos
de uma condição climática
semi-árida anterior, associada
à última glaciação.

Roderjan et al. 2002


Ocorrem ainda restingas
litorâneas, manguezais,
várzeas, campos de altitude e
vegetação rupestre,
esparsamente distribuídos em
função de condicionantes
ambientais, onde os solos
assumem papel
preponderante.

Roderjan et al. 2002


Teoria dos Refúgios ???
[...] flutuações climáticas da passagem para uma fase mais seca e fria durante
o Pleistoceno terminal, a biota de florestas tropicais ficou retraída às exíguas
áreas de permanência da umidade, a constituir os refúgios e sofrer, portanto,
diferenciação resultante deste isolamento. A expansão destas manchas
florestadas tropicais, em consequência da retomada da umidade do tipo
climático que se impôs ao final do período seco e mais frio, deixou setores de
maior diversidade e endemismos como evidência dos refúgios que atuaram
no Pleistoceno terminal. (VIADANA, 2002, p. 20-21)
TEORIA DOS REFÚGIOS FLORESTAIS DO QUATERNÁRIO

✓ J. Haffer (geológo e ornintólogo) é o primeiro a sistematizar a teoria para o neotrópico pesquisando a Amazônia “Speciation in
Amazonian forest birds”(1969).
✓ Posteriormente Vanzolini também contribuirá com a teoria “Zoologia sistemática, geografia e a origem das espécies”(1970).
✓ Os trabalhos de Tricart, Cailleux, Ab´Saber datam de (1965, 1968, 1975, 1977, 1979).
✓ Tricart 1974: Existence des périodes sèches au Quaternaire en Amazonie et dans le régions voisines.
✓ Ab´Saber 1977: Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais
quaternários.

Base da Teoria:

Durante o quaternário (glaciação Wisconsin) os trópicos teriam passado por uma expansão dos
climas secos e um rebaixamento de temperaturas.
TEORIA DOS REFÚGIOS FLORESTAIS
(FATOS PALEOGEOGRÁFICOS E PALEOECOLÓGICOS)
Ab’Saber (1979): postulou que a desintegração das fitofisionomias no Brasil foi desencadeada pelos efeitos paleoclimáticos, no período Würm-
Wisconsin , com maior incidência entre 13.000 – 18.000 anos A.P., com os possíveis fatos paleogeográficos e paleoecológicos:

✓ (i) Predomínio de condições ecológicas em faixa tropical estreita, favoráveis aos avanços dos cerrados e caatingas.
✓ (ii) Alongamento das correntes frias oceânicas do Atlântico até a altura das latitudes dos territórios capixaba e baiano (atuais).
✓ (iii) A atuação destas correntes frias fez diminuir e umidade procedente do Atlântico para o interior do continente, desde o Uruguai até a porção centro-
meridional do litoral da Bahia.
✓ (iv) A perda de continuidade das florestas tropicais ao longo da Serra do Mar, no sentido da base para o topo, a constituir refúgios nas áreas melhores servidas
pela umidade.
✓ (v) Diminuição das temperaturas nas terras baixas amazônicas e da pluviosidade, com formação de refúgios por retração das massas florestais tropicais em
setores sul-ocidentais dos Andes.
✓ (vi) Com o nível do oceano dezenas de metros mais baixo e a linha litorânea afastada de quilômetros, a exposição de saliências cristalinas decompostas tornou-se
a fonte de areias para a formação de restingas e dunas a partir da transgressão flandreana.
✓ (vii) Formação de linhas de pedras indicadoras de ressecamento climático.
✓ (viii) Presença na Amazônia de climas “localmente quentes e úmidos ou subúmidos, de pequena expressão espacial (nas áreas de refúgios)”.
✓ (ix) Compreensão dos diferentes tipos vegetacionais na Amazônia, através de modelos de convivência local e regional das biotas florísticas de formação aberta
(cerrados e caatingas), tais como se estruturam atualmente.
✓ (x) Convivência entre caatingas ou vegetação semelhante, com manchas de florestas tropicais que se relacionam às chuvas orográficas.
✓ (xi) No Holoceno, as expansões das florestas tropicais ao longo do litoral, no alto e médio Paraná e da periferia para o centro da Amazônia promoveram
transformações radicais dos tecidos ecológicos pela retomada da umidade.
✓ Damuth e Fairbridge (1970): primeira tentativa integrada de explicar o processamento
desencadeador do ressecamento climático durante os períodos glaciais quaternários, com
níveis marítimos mais baixos que os atuais, para o continente sul-americano.

✓ Como consequência destes eventos, as caatingas e os cerrados teriam se expandido por


setores mais amplos do território brasileiro, se comparados por aqueles que na atualidade se
acham ocupados por estas mesmas formações vegetacionais.

✓ Confecção do mapa das situações contemporâneas e as referentes ao Pleistoceno teriminal,


situando a dinâmica das correntes marítimas frias e quentes com suas correspondentes
atuações.
Mapa das situações contemporâneas e as referentes ao Pleistoceno terminal, situando a dinâmica das
correntes marítimas frias e quentes com suas correspondentes atuações (Damuth; Fairbridge,1970)
Foi o Biogeógrafo alemão Carl Troll (1899/1975) que, na década de 30, observou junto a sua cidade natal, Munique,
na Bavária, que quatro áreas relativamente pequenas apresentavam uma paisagem com cobertura vegetal
totalmente diferente daquela que ocorria em toda a região. Aninhadas entre Florestas de carvalhos sob clima
temperado úmido, estas áreas, as "Heiden", apreentavam uma vegetação xerofítica formando importante e
marcante biocenose (BECK, 1973).
✓ Diante disso, Troll fez a pergunta: Por que a ocorrência de xerófitos em clima temperado úmido? - Pergunta esta
que, até aquela data, não tinha sido formulada e muito menos respondida por botânicos ou geógrafos.
✓ Realizando pesquisas geomorfológicas e pedológicas, Troll verificou que as áreas
em questão eram cones de dejeção com profundas camadas de material glacial -
morainas, trazido pelos rios torrenciais formados pelo degelo, na Primavera.
Posteriormente, estes sedimentos glaciais pedregosos, localizados sempre no
fim de um vale e no sopé de serras, foram cobertos por delgadas camadas de
solo, insuficientes para reter, devido à intensa percolação, água por muito
tempo. Originaram-se, assim, espaços secos ocupados pela vegetação
xerofítica, mostrando a estreita correlação entre vegetação e solo (ou meio
ambiente). Foi quando Troll afirmou "o que ocorre aqui na minha pátria deve
ocorrer também em outras áreas do mundo" (TROLL, 1968).
Carl Troll - 1928 in Bolivien
Fonte: http://www.digiporta.net/index.php?id=554041772

TROLL, Carl. Abschiedsvorlesung. Bonn, 1968.


TROPPMAIR, H. Ecologia da paisagem: da geografia para ciência interdisciplinar. Geografia, v. 26, p. 103-108, 2001.
Um dos indícios utilizados por Ab’Saber (2003) na interpretação da paleodistribuição da vegetação do cerrado e da
caatinga diz respeito às “linhas de pedra” (stonelines) encontradas na estrutura superficial da paisagem:
Convém lembrar, porém, que tais indícios de antigos chãos pedregosos têm um valor relativo, pois nada dizem
diretamente sobre quais teriam sido os stocks de floras a elas associados em cada setor de ocorrência. No
entanto, indicam sempre vegetação esparsa, de troncos finos ou de cactáceas, onde fragmentos locais de barras de
rochas resistentes foram capazes de esparramar-se no chão das antigas paisagens, vindo a formar chãos pedregosos
de maior ou menor espessura. Para esse atapetamento do chão da paisagem, apenas a gravidade e as enxurradas
em lençol devem ter colaborado: os fragmentos, de diferentes natureza petrográfica, origem e formas, percolaram
por entre as raízes de uma vegetação raquítica.
Entretanto, tudo levar a crer que a paleo-paisagem desses sítios era de caatingas. (...) O Conjunto das paisagens
típicas de cerrados, no Planalto Central, era menor e menos contínuo por ocasião do último período seco; todas as
depressões interplanálticas que envolvem ou interpenetram o conjunto das terras altas atuais do Planalto Central
eram faixas de paisagens fortemente diferentes, comportando muito menos cerrados e mais caatingas ou
vegetações similares.

AB’SÁBER, 2003, p. 127-129.


✓ Bigarella (1964) e Ab’Sáber (1966) teceram a teoria mais contundente sobre a gênese das linhas de
pedra relacionando-as com a última grande flutuação climáticas Quaternária à época da fase Würm-
Wisconsin.
✓ Para os autores, as linhas de pedras são pedimentos originários da morfogênese na fase de semi-
aridez que ocorreu ao final do Pleistoceno. Tal hipótese afirma que em virtude da semi-aridez, a
vegetação que recobre e protege o solo de agentes erosivos sofreu um recuo e por isso o material
regolítico exposto sofreu transporte coluvial sendo então depositado em regiões de baixada.
“As implicações de tais mudanças climáticas sobre as condições ecológicas são tão ou mais
expressivas do que a atuação dos processos físicos sensu stricto. Ocorrem mudanças de marcha
nas condições do ambiente/espaços ecológicos/paisagens; horizontes de solo são removidos
gradualmente com o fenecimento de biomassas anteriormente predominantes; modificam-se os
processos morfogenéticos; inicia-se a formação de novos solos pela transformação sutil dos
remanescentes dos solos pré-existentes, ou pelo acréscimo de novos depósitos de cobertura em
processo de pedogenização.

Milhares de anos de fases harmônicas entre a morfogênese, a pedogênese e a exploração


biológica dos espaços geoecológicos, são interrompidos por fases agressivas de transformações
na superfície dos terrenos, com redução e retração de biomassas anteriormente existentes. Às
fases de biostasia sucedem-se fases de desintegração em cadeia das condições ambientais ditas
de resistasia. Ao tempo que complexos de vegetação em clímax sofrem o advento de fases
disclímax, altamente fragilizadoras, suficientes para a expansão de floras de outras de
vegetação”.

AB’SÁBER, 1992, p. 29-30


A proposição central da Teoria dos Refúgios Florestais está relacionada com a grande fase
terminal de desintegração resistásica na América Tropical. Porém, de acordo com Ab’Sáber
(1992), ela inclui necessariamente uma subproposta que é a de tentar acompanhar a
recomposição da tropicalidade ao longo dos últimos milênios.
Com a retomada da umidade, os processos de evolução paisagística se inverteram e a vegetação
úmida tropical refugiada passa a se expandir em detrimento da cobertura xerófila.
Neste processo de retropicalização não houve, no entanto, uma total recomposição da vegetação
higrófita, isso por que mesmo nos atuais domínios úmidos existem Geótopos onde as condições
edáficas e microclimáticas dão condição para a permanência da vegetação seca a comportar
“Redutos” de vegetação com a presença de indivíduos relictuais da fase resistásica da paisagem
(AB’SÁBER, 1992).

Estes “redutos” são comuns sobre os pães de açúcar de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Santa Catarina. Ocorrem também nas cuestas da bacia do Paraná e nos morros residuais
mineiros, goianos e mato grossenses. No litoral fluminense há um interessante enclave de
caatingas em Cabo Frio, região mais seca e dunar por influência da ressurgência de uma corrente
marítima fria.
HAUCK e TRATZ, 2006
“Algumas áreas de planaltos subtropicais e mesmo tropicais, da metade centro-sul do Planalto Brasileiro, foram
mais secos e ligeiramente mais frios. Estas condições fisiográficas favoreceram as florestas de Araucárias que se
expandiram sob a forma de pontes, acompanhando as terras altas do Brasil, como as cuestas entre os segundos e
terceiros planaltos do Paraná que se estendem por São Paulo e a Serra de Paranapiacaba. Estas formações florestais
atingiram os altos da Mantiqueira e Bocaina e se estenderam por Minas Gerais e o a serra fluminense”. (Viadana,
2002)
“A área do Domínio das Araucárias, no entanto, de
acordo com Ab’Sáber (1977, pg. 13) era bem menos
compacta e contínua, entremeado de setores sub-
rochosos, estépicos secos e um tanto deslocado para o
Norte, através das ditas serras alongadas dotadas de
cimeiras sub-úmidas e úmidas”

VIADANA, A.G. A teoria dos refúgios florestais aplicada ao estado de São


Paulo. Edição do autor. Rio Claro, 2002. 71p.
SILVA, P. A. H.; PASSOS, E. A teoria dos refúgios florestais: distribuição e
evolução das paisagens ao fim do pleistoceno. REVISTA GEOGRAFAR, 2009.
Localização das áreas de campinas na Amazônia.
Ferreira 2009
Flona do Araripe

Encraves úmidos e sub-úmidos no NE


Souza 2006
“Segundo dados da Mineropar, a Ilha do Mel já foi
um morro em meio a uma planície, sendo em
outras épocas completamente coberta pela água”.

“Durante os períodos glaciais, a água que


evaporava dos oceanos precipitava na forma de
neve e ficava retida na forma de gelo sobre os
continentes, causando o rebaixamento do nível do
mar. Durante os períodos interglaciais as geleiras
derretiam e a água voltava aos oceanos elevando
seu nível. Atualmente vive-se num período
interglacial com um dos níveis do mar mais altos de
todo o período Quaternário”.

Fonte: IAT, 2012. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha do Mel. Disponível em:
https://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-
terra/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/pe_ilha_mel_anexo_4_03.pdf
Exemplo: Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais.

Figura - Regiões de distribuição de A. angustifolia, segundo Hueck (1953).

WREGE, Marcos Silveira et al. Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais. Brazilian Journal of Forestry Research, Pesquisa Florestal
Brasileira, v. 37, n. 91, p. 331-346, jul./set. 2017. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1077240
Exemplo: Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais.

WREGE, Marcos Silveira et al. Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais. Brazilian Journal of Forestry Research, Pesquisa Florestal
Brasileira, v. 37, n. 91, p. 331-346, jul./set. 2017. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1077240
Exemplo: Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais.

WREGE, Marcos Silveira et al. Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais. Brazilian Journal of Forestry Research, Pesquisa Florestal
Brasileira, v. 37, n. 91, p. 331-346, jul./set. 2017. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1077240
Exemplo: Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais.

WREGE, Marcos Silveira et al. Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais. Brazilian Journal of Forestry Research, Pesquisa Florestal
Brasileira, v. 37, n. 91, p. 331-346, jul./set. 2017. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1077240
Exemplo: Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais.

WREGE, Marcos Silveira et al. Distribuição natural e habitat da araucária frente às mudanças climáticas globais. Brazilian Journal of Forestry Research, Pesquisa Florestal
Brasileira, v. 37, n. 91, p. 331-346, jul./set. 2017. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1077240
E ainda existe essa
vegetação?
QUADRO RESUMO POR ESTADO E TAXA DE DESFLORESTAMENTO
Desflorestamentos da Mata Atlântica ocorridos no período 2017-2018

*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem


contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período
2017-2018, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2016-2017).

Fonte: SoS Mata Atlântica. Atlas da Mata Atlântica: Identificar, monitorar e manter atualizada a situação dos remanescentes
florestais e áreas naturais da Mata Atlântica é a principal missão do Atlas da Mata Atlântica. Disponível em:
https://www.sosma.org.br/iniciativas/atlas-da-mata-atlantica/
QUADRO RESUMO POR ESTADO E TAXA DE DESFLORESTAMENTO
Desflorestamentos da Mata Atlântica ocorridos no período 2017-2018

*A tabela indica os desflorestamentos, em hectares, somente das florestas nativas (sem


contar outras classes, como vegetação de mangue e restinga), observados no período
2017-2018, com comparativo e variação em relação ao período anterior (2016-2017).

Fonte: SoS Mata Atlântica. Atlas da Mata Atlântica: Identificar, monitorar e manter atualizada a situação dos remanescentes
florestais e áreas naturais da Mata Atlântica é a principal missão do Atlas da Mata Atlântica. Disponível em:
https://www.sosma.org.br/iniciativas/atlas-da-mata-atlantica/
Projeto MapBiomas
64%
do país
coberto
por
vegetação
nativa
Mapas SOS Mata Atlântica: Remanescentes
(2016), Domínio (Lei 11.28/06), etc.

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