Paulo Costa Amaral

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU


MESTRADO EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

PAULO COSTA AMARAL

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE DANÇA COMO PRÁTICA


CORPORAL SOBRE A PERCEPÇÃO CORPORAL DE IDOSAS

SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

PAULO COSTA AMARAL

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE DANÇA COMO PRÁTICA


CORPORAL SOBRE A PERCEPÇÃO CORPORAL DE IDOSAS

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em


Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu
para análise da banca examinadora como requisito à obtenção
do título de Mestre em Ciências do Envelhecimento.

Linha de Pesquisa: Aspectos educacionais, psicológicos e


socioculturais do envelhecimento.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda.


Co-Orientadora: Profa. Dra. Eliane Florêncio Gama.

SÃO PAULO
2015
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

Amaral, Paulo Costa


A485e Efeitos de um programa de dança como prática corporal sobre
a percepção corporal de idosas / Paulo Costa Amaral. - São
Paulo, 2015.
75 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Maria Luiza de Jesus Miranda.


Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu,
São Paulo, 2015.

1. Dança. 2. Envelhecimento. 3. Imagem corporal. 4. Movimento.


I. Miranda, Maria Luiza de Jesus. II. Universidade São Judas
Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência
do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 –
613.70446
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a DEUS por me proporcionar mais uma conquista,


fé, esperança, paz, amor e união.
A minha esposa Claudia Mathias Pereira e aos meus filhos Paulo Henrique
Pereira Amaral e Isabely Pereira Amaral, pelo apoio que tive que abdicaram o tempo
de estarmos juntos em favor de novos horizontes.
Aos meus amigos Deborah Duarte Palma e Fernando Rodrigues, pela
confiança, incentivo e paciência em querer me ajudar nos momentos difíceis.
A todos os professores, mestres e doutores, que ministraram os módulos do
mestrado, ampliando e diversificando meu conhecimento, e com isto possibilitou a
realização deste trabalho.
A todas as idosas que participaram do estudo, e que, carinhosamente,
chamava de “meninas”, os meus imensos agradecimentos.
A Profa. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda, pela orientação, aprendizagem,
incentivo e reflexões. Sem a sua orientação não seria possível a conclusão deste
estudo. Não me arrependo em nenhum momento em ter escolhido como
orientadora, a minha imensa gratidão.
A Profa. Dra. Eliane Florêncio Gama, pela orientação, atenção e
aprendizagem de novos conceitos e instrumentos, os meus profundos
agradecimentos.
Agradeço ao financiamento da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) durante o semestre final desse projeto, muito importante
para a conclusão do mesmo.
“Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade”.
(Walt Disney)
5

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 7

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 10

RESUMO................................................................................................................... 11

ABSTRACT............................................................................................................... 12

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS DO ESTUDO..................................................................................... 16

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 16


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 16

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16

3.1 PERCEPÇÃO CORPORAL ......................................................................................... 16


3.2 DANÇA PARA IDOSOS .............................................................................................. 20
3.3 DANÇA COMO PRÁTICA CORPORAL ........................................................................... 22

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 25

4.1 TIPO E DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 25


4.2 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................. 25
4.3 AMOSTRA .............................................................................................................. 26
4.4 LOCAL DO ESTUDO ................................................................................................. 27
4.5 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ................................... 27
4.6 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO ................................................................................. 32
4.7 GRUPO CONTROLE ................................................................................................ 34
4.8 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35

5.1 IMAGEM CORPORAL ................................................................................................ 35


5.2 ESQUEMA CORPORAL ............................................................................................. 37
5.3 A INTERVENÇÃO DE UM PROGRAMA DE DANÇA COMO PRÁTICA CORPORAL ................... 40
6

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 42

ANEXO I. PARECECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ....................................... 49

ANEXO II. FATORES DO MOVIMENTO DE LABAN ............................................... 52

APÊNDICE I. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.)


.................................................................................................................................. 53

APÊNDICE II. ANAMNESE ...................................................................................... 55

APÊNDICE III. TESTE DE MARCAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL (IMP) –


GRUPO INTERVENÇÃO .......................................................................................... 57

APÊNDICE IV. TESTE DE MARCAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL (IMP) –


GRUPO CONTROLE ................................................................................................ 67

APÊNDICE V. CRONOGRAMA DAS AULAS DO GRUPO INTERVENÇÃO .......... 72


7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação do córtex cerebral e da localização da área terciária


temporo-parietal........................................................................................17
Figura 2. Escala de Silhuetas para adultos do sexo feminino...................................28
Figura 3. Modelo de fotografia que exemplifica o resultado do teste de Marcação do
Esquema Corporal.....................................................................................31
Figura 4. Esquema dos segmentos corporais tocados durante o teste de marcação
do esquema corporal e o resultado final da união dos pontos reais e
pontos percebidos.....................................................................................39
Figura 5. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 01 e 02.............................57
Figura 6. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 03 e 04.............................58
Figura 7. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 05 e 06.............................59
Figura 8. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 07 e 08.............................60
Figura 9. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 09 e 10.............................61
Figura 10. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 11 e 12.............................62
Figura 11. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 13 e 14.............................63
Figura 12. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 15 e 16.............................64
8

Figura 13. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participantes GI 17 e 18.............................65
Figura 14. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas de intervenção). Participante GI 19......................................66
Figura 15. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas). Participantes GC 01 e 02....................................................67
Figura 16. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas). Participantes GC 03 e 04....................................................68
Figura 17. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas). Participantes GC 05 e 06....................................................69
Figura 18. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas). Participantes GC 07 e 08....................................................70
Figura 19. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta)
e percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após
12 semanas). Participantes GC 09 e 10....................................................71
9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação do IMC para idosos..............................................................27


Tabela 2. IMC médio e intervalos de IMC atribuídos a cada figura para a Escala de
Silhueta para adultos.................................................................................29
Tabela 3. Categorização do esquema corporal baseado no IPCg das
participantes..............................................................................................32
Tabela 4. Comportamento da variável IC pré e pós 12 semanas..............................35
Tabela 5. Valores da média e desvio padrão da percepção segmentar da dimensão
corporal. Grupos GC e GI pré e pós 12 semanas ..........................................38
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ALTCAB Altura da cabeça


DP Desvio Padrão
EC Esquema Corporal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC Imagem Corporal
IMC Índice de Massa Corporal
IMP Image Marking Procedure
IPC Índice de Percepção Corporal
IPCg Índice de Percepção Corporal geral
GC Grupo Controle
GI Grupo Intervenção
2
Kg/m Peso corporal em quilogramas, dividido pela altura em metros ao
quadrado
LARGC Largura da cintura
LARGO Largura de ombro
LARGT Largura de trocânter
PRÉ Momento inicial do estudo
PÓS Momento final do estudo
SA Silhueta Atual
SI Silhueta Ideal
SR Silhueta Real
SMT Silhouette Matching Task
SNC Sistema Nervoso Central
SPSS Statistical Package for Social Science
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
vs. Verso
11

RESUMO

Com o processo de envelhecimento, muitos idosos apresentam distorção na


percepção corporal, e o seu desenvolvimento é fundamental para a manutenção da
autoestima, bem estar físico e emocional. O objetivo deste estudo foi investigar os
efeitos de um programa de dança como prática corporal sobre a percepção corporal
de idosas. Para os fins a que se propõe este estudo, os procedimentos
metodológicos seguiram a linha da pesquisa experimental, de delineamento quase
experimental, com uma amostra não probabilística intencional. Participaram deste
estudo 29 mulheres, com idade entre 62 a 84 anos, distribuídas em dois grupos:
Grupo Intervenção (GI, n=19, participantes de um programa de dança, como prática
corporal, por um período de 12 semanas), e Grupo Controle (GC, n=10, não
participaram de nenhum programa regular de intervenção motora). Para a coleta de
dados foram aplicados os seguintes instrumentos: Escala de silhuetas para adultos e
o Teste de marcação do esquema corporal (Image Marking Procedure – IMP). Para
a análise dos resultados foi utilizado o software estatístico SPSS versão 20.0, o teste
t Student não pareado, o teste t Student pareado e o teste estatístico ANOVA para
medidas repetidas, e para o ajuste do intervalo de confiança foi aplicado o teste de
Tukey-Kramer, como post-hoc. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05).
Os resultados obtidos foram: No GC, houve uma aproximação do tamanho real,
onde no inicio do estudo a silhueta atual era 9,9±1,6, e ao final do estudo passou
para 9,5±1,3 (p=0,03). O IPCg, não apresentou modificação ao longo do tempo (GC
PRÉ = 107,18±2,5; GC PÓS = 107,19±2,5; p=0,3042), e se manteve adequado. A
percepção segmentar da dimensão corporal, no momento final do estudo obteve
diferenças significativas na comparação entre os seguintes segmentos: altura da
cabeça vs. largura do trocânter (ALTCAB = 97,45±5,8; LARGT = 128,64±30,6;
p<0,001); largura do ombro vs. largura do trocânter (LARGO = 102,49±4,6; LARGT =
128,64±30,6; p<0,01), e largura da cintura vs. largura do trocânter (LARGC =
100,18±3,4; LARGT = 128,64±30,6;p<0,01). No GI, após a prática corporal, houve
uma aproximação do tamanho real, onde no inicio do estudo a silhueta atual era
9,4±1,5, e ao final do estudo passou para 7,3±1,0 (p<0,0001). Com relação ao IPCg,
foi constatado que o GI não apresentou modificação após a prática corporal (GI PRÉ
= 108,81±3,2; GI PÓS = 106,00±2,0; p=0,1040), e se manteve adequado. No
entanto, a percepção segmentar da dimensão corporal, no momento final do estudo,
obteve diferenças significativas na comparação entre os seguintes segmentos: altura
da cabeça vs. largura da cintura (ALTCAB = 100,76±2,6; LARGC = 111,10±14,1;
p<0,05), altura da cabeça vs. largura do trocânter (ALTCAB = 100,76±2,6; LARGT =
111,69±20,3; p<0,05), largura do ombro vs. largura da cintura (LARGO =
100,42±5,8; LARGC = 111,10±14,1; p<0,05), e largura do ombro vs. largura do
trocânter (LARGO = 100,42±5,8; LARGT = 111,69±20,3; p<0,05). Conclui-se que um
programa de dança como prática corporal contribuiu para a melhoria da satisfação
da imagem corporal e percepção das dimensões corporais.

Palavras-chave: envelhecimento, imagem corporal, movimento, dança.


12

ABSTRACT

With the aging process, many elderly have distortion in body perception, and its
development is essential for the maintenance of self-esteem, physical and emotional
well-being. The objective of this study was to investigate the effects of a dance
program as body practice on body perception of elderly. For the purposes for which it
is proposed this study, the methodological procedures followed the line of
experimental research, almost experimental design with a non-probabilistic sample
intentional. Participants were 29 women, aged 62 to 84 years, assigned to two
groups: Intervention Group (IG, n=19, participants in a dance program, as body
practice for a period of 12 weeks), and Control Group (CG, n=10, did not participate
in any regular program of motor intervention). For the data collection have been
applied the following instruments: Silhouettes scale for adults and the Image Marking
Procedure (IMP). To analyze the results we used the SPSS statistical software
version 20.0, the unpaired Student t test, the paired Student t test and ANOVA for
repeated measures and the confidence interval adjustment was applied the Tukey-
test Kramer as a post-hoc. The significance level was 5% (p≤0.05). The results were:
In the CG, there was an approximation of the actual size, where on study start the
figure current was 9.9±1.6, and passed to the end of the study 9.5±1.3 (p=0.03). The
General Body Perception Index (BPI), not presented change over time (CG PRE =
107.18±2.5; GC POST = 107.19±2.5; p=0.3042), and remained adequate. The
perception segmental body size at the end point of the study obtained significant
differences when compared the following segments: head height versus width of the
trochanter (ALTCAB = 97.45±5.8; LARGT = 128.64±30.6; p<0.001); shoulder width
versus width of the trochanter (LARGO = 102.49±4.6; LARGT = 128.64±30.6;
p<0.01), waist width versus width of the trochanter (LARGC = 100.18±3.4; LARGT =
128.64±30.6; p<0.01). In the IG, after the body practice, there was an approximation
of the actual size, where the study of beginning the actual figure was 9.4±1.5, and the
study of the final rose to 7.3±1.0 (p<0.0001). Regarding the General Body Perception
Index (BPI), revealed that the GI showed no change after the body practice (IG PRE
= 108.81±3.2; IG POST = 106.00±2.0; p=0.1040), and remained appropriate.
However, the perception segmental body size at the end time of the study, obtained
significant differences when compared the following segments: head height versus
waist width (ALTCAB = 100.76±2.6; LARGC = 111.10±14.1; p<0.05), head height
versus width of the trochanter (ALTCAB = 100.76±2.6, LARGT = 111.69±20.3,
p<0.05), shoulder width versus waist width (LARGO = 100.42±5.8; LARGC =
111.10±14.1; p<0.05), and shoulder width versus width of the trochanter (LARGO =
100.42±5.8; LARGT = 111.69±20.3; p<0.05). It is concluded that a dance program as
body practice contributed to the improvement of with body image satisfaction and
perception of body size.

Key Words: aging, body Image, motion, dancing.


13

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo comum a todos os seres vivos animais, que


se inicia ao nascer e termina com a morte. Consiste em uma das preocupações da
humanidade desde o início da civilização. É irreversível e natural, variando de uma
pessoa para outra (NETTO, 2011), sendo caracterizado por alterações nos
processos biológicos e na aparência física, podendo ou não ser acompanhado pelo
surgimento de doenças crônicas, perda de capacidades físicas e mentais ou perda
de papéis sociais. No entanto, é muito difícil determinar o início desta fase, pois
depende das condições sociais, econômicas, regionais, culturais, étnicas e gênero
(CAMARANO; KANSO, 2011).
No Brasil, a expectativa de vida da população encontra-se em expansão. No
período de 2001 a 2011, a quantidade de idosos brasileiros com 60 anos ou mais
cresceu 55%, passando de 15,5 para 23,5 milhões de pessoas, representando cerca
de 12,1% da população brasileira (IBGE, 2012). Em 2001, os idosos representavam
apenas 9,0% da população brasileira.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060,
26,7% da população no Brasil será composta por idosos, o que representará 58,4
milhões de pessoas idosas (IBGE, 2013).
Dados demográficos demonstram que em 1950 a expectativa que era de 50
anos passou em 2013 para 74,8 anos, e em 2060 será de 81 anos, com as mulheres
vivendo, em média 84,4 anos, e os homens 78,03 (IBGE, 2013).
Uma justificativa é a queda da fecundidade que leva à redução na proporção
da população jovem e a um consequente aumento na proporção de idosos
(CAMARANO; KANSO, 2011). Além disso, com os efeitos do avanço na medicina, a
implementação de academias populares1 e treinamentos corporais em instituições
públicas e privadas, a população vive mais e melhor em comparação às décadas
anteriores.
Estudos epidemiológicos evidenciam que idosos ativos têm menor incidência
de doenças crônicas, como a hipertensão arterial, obesidade, diabetes do tipo II,
dislipidemia, osteoporose, sarcopenia, ansiedade e depressão (SANTAREM, 2008).

1
A academia popular, também conhecida como academia ao ar livre, é composta por equipamentos
instalados em praças, parques públicos ou clubes, e compreende atividades para o fortalecimento,
alongamento e relaxamento muscular.
14

No entanto, muitos idosos possuem um estilo de vida sedentário, e a


ausência de exercitação regular é condição que predispõem o indivíduo a maior
risco de doenças.
Entretanto, as percepções do corpo dos idosos se diferem permeadas de
significâncias adquiridas durante as experiências vividas (TEIXEIRA et al., 2012).
Em síntese, é um processo dinâmico e progressivo, podendo ocorrer alterações
morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, sendo necessário implementar
ações em favor dos idosos, de caráter mais preventivo e menos curativo, capazes de
contribuir para a manutenção da qualidade de vida (CAETANO et al., 2008).
Assim, desenvolver a percepção do próprio corpo em idosos é fundamental
para manter a autoestima, bem estar físico e emocional, além de contribuir para uma
maior percepção dos segmentos corporais (FONSECA, 2008).
Deste modo, a prática corporal, definida como o ser humano em movimento
(CARVALHO, 2006), composta por expressões individuais ou coletivas de forma
livre, é um meio para os idosos se manterem ativos, pois considera os gestos
advindos das experiências vividas e atividades do cotidiano.
E através da dança, como prática corporal, é possível despertar emoções
positivas, prazer e socialização, dentro do âmbito da promoção à saúde, de um
envelhecimento ativo e saudável (WITTER et al., 2013).
Segundo Fonseca (2008), a dança é uma estratégia para a manutenção de
uma vida saudável, auxiliando na melhora na percepção corporal, auto aceitação e
satisfação corporal. Mais especificamente, a prática da dança em idosos produz
alterações positivas tanto no seu aspecto proprioceptivo (esquema corporal) como
no aspecto emocional (imagem corporal).
No mesmo sentido, Nanni (2005), aponta que uma proposta de dança
contribui significativamente para a melhoria da consciência corporal, desenvolve a
autoimagem, o autoconhecimento e a autoestima, além de ser considerada como
uma manifestação fundamental no processo de socialização do ser.
Deste modo, a dança como prática corporal é caracterizada como uma dança
livre por meio de movimentos improvisados. Segundo Marques (2001), é também
uma alternativa para as aulas que possuem os movimentos codificados e rígidos, na
qual o praticante não possui qualquer interferência no que diz respeito à criação de
movimentos.
15

Logo, a dança livre proporciona para o indivíduo uma vida mais ativa de forma
harmônica e integral, respeitando-o como ser humano único (HAAS; GARCIA, 2008),
resgatando a memória corporal do participante, pois todos possuem limitações e,
quando estas são respeitadas, o processo torna-se tão importante quanto as
coreografias (MINELLO, 2006).
Assim, com base na improvisação, a dança de forma livre em seus gestos e
em seus passos, proporciona uma relação entre as novas formas de expressão e
dos hábitos de movimento, de modo que seja capaz de dominar todas as
possibilidades do corpo (LABAN, 1990).
E através do movimento, suas formas e ritmos mostram a atitude da pessoa
que se move em uma determinada situação (LABAN, 1978). Portanto, por meio do
domínio do movimento controlamos todas as ações corporais, envolvendo aspectos
físicos e comportamentais, incluindo a consciência da percepção corporal, na qual
as ideias e sentimentos são expressos pelo fluir do movimento.
No entanto, quando falamos de dança livre, é sugerido uma proposta que
possui técnica, exigindo uma didática específica que estimule o domínio do
movimento nos aspectos corporais (LABAN, 1990).
Porém, poucos são os estudos que propõem intervenções práticas para o
reconhecimento das percepções corporais de idosas utilizando movimentos livres e
não codificados.
Com base nestas informações, será que uma proposta de dança como prática
corporal para idosas, utilizando didática específica, que estimule movimentos livres
com base no cotidiano, levaria a uma melhoria sobre a percepção corporal?
Portanto, a relevância deste estudo se faz no intuito de produzir conhecimento
sobre a eficiência da dança como prática corporal sobre a percepção corporal de
idosas.
16

2 OBJETIVOS DO ESTUDO

2.1 Objetivo Geral

Investigar os efeitos de um programa de dança como prática corporal sobre a


percepção corporal de idosas.

2.2 Objetivos Específicos

Analisar a imagem corporal de idosas antes e após um programa de dança


como prática corporal.
Analisar o esquema corporal de idosas antes e após um programa de dança
como prática corporal.
Analisar a relação entre a imagem corporal e o IMC de idosas antes e após
um programa de dança como prática corporal.

3 REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura foi elaborada a partir de artigos, livros, dissertações e


tese referentes aos temas abordados.

3.1 Percepção Corporal

A habilidade de identificar as partes do corpo, organiza-las durante um


movimento e obter um entendimento completo das possibilidades de ação corporal é
conceituada como percepção corporal (GONZÁLEZ, 2012).
A percepção do corpo no espaço ocorre no córtex cerebral, na junção dos
lobos parietal2 e temporal3, localizado em uma área denominada terciária temporo-
parietal, conforme Figura 1.

2
O Lobo Parietal está localizado na parte superior do córtex cerebral. É responsável pela
interpretação dos estímulos sensoriais do corpo, pela combinação das impressões relacionadas à
forma, à textura e ao peso, transformando-as em percepções gerais.
3
O Lobo Temporal está localizado nas partes laterais de cada hemisfério do córtex cerebral. É
responsável pelo gerenciamento da memória, e tem como função processar os estímulos auditivos.
17

Figura 1. Representação do córtex cerebral e da localização da área terciária temporo-


parietal.
Fonte: http://cistosaracnoide.org/anatomia.html.

De acordo com Cosenza e Guerra (2011), esta região não tem relação com
as diferentes modalidades sensórias, todavia, recebe informações de todas elas,
tendo a função de integrá-las.
Para Festas (2002), percepção corporal é a “imagem de si”, “percepção de si”,
“representação de si”, “consciência de si” e “conceito de si”, estando relacionado
com o indivíduo e seu eu, ou seja, com seu próprio corpo.
Por outro lado, Thurm et al. (2011) definem a percepção corporal a partir de
dois elementos distintos: a imagem corporal e o esquema corporal.
Segundo os mesmos autores, a imagem corporal representa os aspectos
cognitivos, crenças e expectativas do indivíduo em relação ao seu corpo. Gardner
(2011) conceitua a imagem corporal como multidimensional, que inclui os
componentes atitudinais e comportamentais. Para Le Boulch (2000), a imagem
corporal é quando o indivíduo apropria-se e percebe a imagem do seu corpo, que
corresponde à organização do esquema corporal, resultante das sensações do
corpo, da noção espacial corpórea e do domínio dos movimentos.
Neste contexto, o termo imagem corporal refere-se como percebemos o
nosso próprio corpo bem como é a imagem no olhar do outro, e está relacionado
com a nossa satisfação corporal.
18

Já a expressão esquema corporal está relacionada com a base neurológica


da percepção corporal, que depende de uma somatória de informações acerca da
percepção do equilíbrio, da posição das várias partes do corpo e da postura
corporal. É a percepção da dimensão do corpo relacionada ao tamanho e à forma
corporal (THURM et al., 2011), por meio da qual o indivíduo tem o domínio sobre os
movimentos corporais, que vai ao encontro dos objetos no mundo (JERUSALINSKY,
2004). De acordo com Fonseca (2008), esquema corporal é a representação das
relações espaciais das partes corporais percebidas cinestesicamente e
proprioceptivamente.
No entanto, há divergências sobre a conceituação de imagem e esquema
corporal. Para Schilder (1999), não existe diferenciação, definindo o esquema e
imagem corporal como uma imagem tridimensional que todo indivíduo tem de si
mesmo.
Porém, mesmo esses dois termos sendo citados como sinônimos diferem
entre si, pois apesar de caminharem juntos, são incorporados na organização da
percepção do corpo (AQUINO et al., 1997; KANDEL et al., 2003; FREITAS, 2004).
Deste modo, a percepção das dimensões corporais está relacionada com a
integridade do esquema corporal e do SNC (Sistema Nervoso Central),
caracterizado por uma interação neuromotora que permite perceber o próprio corpo
no espaço e desenvolver as ações de forma adequada (FONSECA et al., 2012).
A percepção corporal é um processo contínuo de construção e desconstrução
durante a vida (BRANDÃO et al., 2004), que influencia diretamente no estado geral
de saúde (MENEZES et al., 2014), sendo de extrema relevância para os idosos, pois
permite a ampliação da comunicação e expressão corporal com o meio externo de
forma harmônica (MATSUO et al., 2007).
Segundo a perspectiva do desenvolvimento da personalidade proposta por
Erick Erikson, o indivíduo possui oito fases, também conhecidas como “fases da
vida”, que em cada uma das etapas a pessoa tem de resolver uma crise resultante
do conflito com o qual o meio o confronta, e o resultado é expresso como “positivo”
ou “negativo” (VERÍSSIMO, 2002).
Quando essas crises psicossocial são positivas, surgem naturalmente uma
imagem corporal consciente e com o máximo de rendimento em qualquer âmbito
(BARBOSA, 2013).
19

Porém, com relação ao idoso, caso não aceite que está envelhecendo, ocorre
uma crise psicossocial negativa, promovendo uma imagem distorcida de si mesmo e
dos outros. Como consequência, desenvolve um sentimento de autodesvalorização
e baixa autoestima (ROCHA; CUNHA, 1994). Quando ocorre o contrário, com a
presença de uma autoestima positiva, o idoso sente-se mais confiante, competente,
merecedor e adequado à vida (CHAIM et al., 2009).
Em estudo descritivo realizado por Teixeira et al. (2012), cujo objetivo foi
verificar em nove idosos institucionalizados quais aspectos consideram ao remeter à
percepção e visão que têm de seus corpos, constatou-se que 44,4% relataram sua
percepção de corpo positivamente, e os discursos negativos (33,3%) evidenciaram
uma forte relação com a presença de doenças, concluindo que as percepções de
corpo diferem significativamente, em especial nos idosos.
Significa que quando envelhecemos, podem ocorrer alterações no SNC,
incidindo na diminuição dos sistemas somatossensorial (propriocepção), visual e
vestibular, promovendo mudanças no controle postural e o equilíbrio (HERNANDEZ
et al., 2010), resultando na dificuldade de concentrar-se, na adaptação à luz ou à
escuridão, e dificuldade de ouvir (BARBOSA, 2013), além da perda de neurônios,
perda dendrítica, redução das ramificações, diminuição do metabolismo, perfusão
cerebral, e alteração da síntese de neurotransmissores (HERNANDEZ et al., 2010).
No entanto, cada pessoa envelhece de forma diferente, e alguns aspectos
inferem na noção que os idosos têm da sua imagem corporal (MENEZES et al.,
2014).
Mas, com a imposição de um padrão de beleza jovem em nossa sociedade, a
imagem corporal do idoso pode ser alterada em virtude da sua imagem envelhecida
(TEIXEIRA et al. 2012). Contudo, uma imagem corporal positiva no envelhecimento
depende do estilo de vida da pessoa (BARBOSA, 2013).
Assim, a construção da imagem corporal baseia-se nas experiências visuais,
motoras, auditivas e relação com os outros (CABRAL; BARBOSA, 2013), carregadas
de significados afetivos e emocionais que determinam o corpo motor e o estado
psíquico (BRANDÃO et al., 2004).
Diante disso, a movimentação corporal interfere positivamente na regulação
das funções orgânicas, psicossociais e neuromotoras (BARBOSA, 2013).
20

3.2 Dança para idosos

A dança é uma modalidade que os idosos aderem em razão do seu caráter


socializador e motivador, pois não exige uma vivência anterior ou uma condição
física específica, podendo ser praticada em par ou individualmente.
É conceituada como uma arte constituída de expressões gestuais e faciais
através de movimentos corporais, emoções sentidas a partir de determinado estado
de espírito (GARCIA; HASS, 2003). Atua com o corpo em diversos segmentos do
espaço, alternando a velocidade e energia, dentro de um ritmo utilizando diferentes
formas e movimentos.
Para os idosos, a dança é um meio de prática corporal que proporciona bem-
estar social, psicológico e físico (LEAL; HAAS, 2006).
O benefício social promovido pela dança é um fator importante para o idoso,
pois gera o convívio com as pessoas (OLIVEIRA et al., 2008), favorece os
relacionamentos, as recordações pessoais, apresenta variedade de gestos e
movimentos, e contribui para a expressividade e criatividade, além de trazer
benefícios para a saúde (SILVA; MARZO, 2007).
Mesmo o idoso sem experiência anterior com dança, pode usufruir dos
benefícios sociais da prática, principalmente pelo contato com o grupo e
relacionamento com o instrutor.
Com relação aos aspectos cognitivos, a dança, para idoso, é benéfica para o
resgate das lembranças, sensações e sentimentos que os acompanham desde a
sua infância, proporcionando diversão, satisfação, felicidade e prazer (LEAL; HAAS,
2006).
Um estudo descritivo elaborado por Wikström (2004), por meio de uma
entrevista semiestruturada, com o intuito de investigar a importância das formas
estéticas e de expressão em 166 idosos suecos (média de 76,6 anos de idade),
identificou-se que a dança é importante na promoção do envelhecimento bem-
sucedido, concluindo que as formas estéticas e de expressão contribuem para as
práticas corporais e intelectuais, bem como na interação com outros indivíduos.
Em outro estudo, com duração de seis meses de um programa de dança para
idosos, os resultados foram positivos nos aspectos sensoriais, motores, cognitivos,
sociais e emocionais (KATTENSTROTH et al., 2010).
21

A respeito do efeito agudo da prática de 40 minutos de dança aeróbica para


idosos, conclui-se que este tipo de dança possui significativamente efeitos positivos
no desempenho cognitivo (KIMURA; HOZUMI, 2012).
Assim, a manutenção de um programa regular de dança para idosos contribui
para a preservação do desempenho cognitivo, motor e habilidades de percepção,
além de potencializar a capacidade de manutenção do equilíbrio e postura
(KATTENSTROTH et al., 2010).
Relacionado com a capacidade funcional de idosos, a prática regular da
dança proporciona uma melhoria do equilíbrio dinâmico durante a realização da
marcha (MONTEIRO et al., 2007), aumenta a agilidade, coordenação motora e
resistência aeróbia geral (COELHO et al., 2008), reduz o risco de transtornos
cognitivos em portadores de síndrome metabólica (SM)4 (KIM et al., 2011), além de
proporcionar sobrecarga suficiente para obter melhor resposta nas variáveis
neuromotoras e metabólicas (BOCALINI et al., 2007).
De acordo com Guimarães et al. (2011), idosas que praticam dança de forma
regular possuem menor nível de ansiedade-traço, valores adequados de pressão
expiratória máxima e maior valor na cirtometria5 em nível basal, o que leva a uma
melhor dinâmica ventilatória.
Observou-se também a utilização da dança folclórica para idosos na melhoria
da capacidade funcional. De acordo com Eyigor et al. (2009), a dança folclórica turca
melhora o desempenho físico, equilíbrio e qualidade de vida de idosas. Segundo
Ueno et al. (2012), a dança folclórica brasileira pode ter influência positiva no
desempenho funcional, podendo preservar sua independência e autonomia do
idoso. Em outro estudo brasileiro, a prática de dança é um importante fator para a
melhora e/ou manutenção da aptidão funcional no decorrer do processo de
envelhecimento (CIPRIANI et al., 2010). Segundo Jeon et al. (2005), um programa
de dança tradicional coreana melhora o equilíbrio, depressão e diminui o índice de
queda e custos médicos das idosas. Assim como, um programa regular de dança
chinesa Yuanji para idosos possui efeitos positivos sobre as funções cognitivas,

4
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno representado por um conjunto de fatores de risco
cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina
(RODRIGUES et al., 2007).
5
Cirtometria é a técnica mais utilizada pelos fisioterapeutas para avaliação da mobilidade torácica, da
qual se obtêm pela diferença entre a inspiração e a expiração máximas mensurada por meio de uma
fita métrica não distensível ao redor do tórax (LEHMKUHL et al., 2005, p. 1.589).
22

perceptivas e motoras, contribuindo para o seu desempenho funcional (WU et al.,


2010).
Além disso, o equilíbrio é uma das capacidades físicas analisadas nos
estudos com dança para idosos. Em estudo descritivo realizado por Da Silva et al.
(2014), com 27 idosos de ambos os sexos, praticantes de dança de salão, cujo
objetivo foi avaliar o equilíbrio funcional, aplicou-se um questionário associado ao
teste Timed Up and Go Test, constatando que 70,5% dos idosos apresentaram um
equilíbrio considerado excelente.
Para Kattenstroth et al. (2010), a manutenção de um programa regular de
dança para idosos pode preservar o desempenho cognitivo, motor e habilidades de
percepção, potencializando a capacidade de manutenção do equilíbrio e postura,
contribuindo para a manutenção das atividades da vida diária. Outro estudo,
concluiu que a dança melhora o equilíbrio em idosos e, portanto, pode ser uma
ferramenta útil na redução no índice de quedas, além de possuir benefícios nos
aspectos psicossociais (FEDERICI et al., 2005).
Com relação a idosos institucionalizados, a prática regular de dança promove
uma redução significativa no peso corporal, aumento do nível de autonomia
funcional e equilíbrio postural (BORGES et al., 2012).
Em um levantamento bibliográfico realizado por Amaral et al. (2014), foi
identificado que o ritmo mais utilizado nos estudos científicos com idosos, na
melhoria da capacidade funcional, é o Tango Argentino, principalmente com
portadores da Doença de Parkinson.
Neste sentido, a dança para idosos contribui para a manutenção da qualidade
de vida, principalmente na autonomia das atividades da vida diária.

3.3 Dança como prática corporal

Existe consenso na literatura sobre os efeitos positivos da dança para os


idosos. Para um envelhecimento bem-sucedido são necessários hábitos saudáveis,
proporcionando ao idoso a descoberta de novas perspectivas, ensinando-o a
reconhecer o seu próprio corpo (CABRAL; BARBOSA, 2013).
Entretanto, nem sempre todas as práticas de dança coreografada permitem
com que os participantes se tornem conscientes das relações entre o corpo e o
espaço, das diferenças rítmicas, da fluência, experimentando essas descobertas não
23

apenas no âmbito das ideias, mas também segundo as próprias experiências


práticas.
Neste aspecto, a dança como prática corporal representa uma possibilidade
de intervenção para os idosos, inclusive para a manutenção da saúde (SILVA;
DAMIANI, 2005).
Contudo, o conceito deste termo necessita de consenso na comunidade
acadêmica. Em um estudo de revisão bibliográfica realizado por Filho et al. (2010), a
prática corporal é conceituada em duas perspectivas: a) termo específico: na direção
da cultura corporal, atividade física, exercício físico, jogo e dança; b) termo genérico:
através de gestos e atividades do cotidiano.
Assim, neste estudo será adotada a definição proposta por Carvalho (2006): a
prática corporal é o ser humano em movimento, que se expressa corporalmente e
atribui valores, sentidos e significados ao conteúdo e à intervenção, e se diferencia
dos conceitos de atividade física6 e exercício físico7.
De acordo com Saraiva et al. (2005), a dança como prática corporal é
indicada para o desenvolvimento da consciência estética, materialização da
sensibilidade humana e ampliação da capacidade expressiva8 (SARAIVA et al.,
2005), bem como, propicia um aprendizado interpessoal dos participantes a partir do
convívio com o outro, potencializando a motivação para a continuidade das
atividades do dia a dia, além de promover a construção do autocuidado (TOLDRÁ et
al., 2014).
Neste sentido, a dinâmica de uma aula de dança como prática corporal deve
envolver movimentações individuais e coletivos, pois existe um reconhecimento do
“outro” que dança no momento que observa o colega, compartilhando as suas
emoções.
No entanto, a maioria das práticas corporais para idosos, seja pública ou
privada, fundamenta o trabalho em programas estruturados de dança como meio de
atividade física ou exercício físico, com foco na aptidão física9.

6
Atividade Física é qualquer movimento corporal voluntário, produzido pelos músculos esqueléticos,
que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso (CASPERSEN et al., 1985).
7
Exercício Físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem por objetivo a
melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física (CASPERSEN et al., 1985).
8
Capacidade expressiva refere-se à produção de sinais vocálicos, gestuais ou verbais (APA, 2014).
9
Aptidão física é a capacidade de desempenhar atividades profissionais, recreativas e da vida diária
sem fatigar em excesso (HEYWARD, 2013).
24

Deste modo, a dança, como prática corporal, deve ser exercitada de forma
autônoma, utilizando as técnicas trazidas pelas experiências dos participantes,
desconstruindo os movimentos estereotipados com base na repetição ou imitação
(SARAIVA et al., 2005).
Em estudo realizado por Saraiva et al. (2005), envolvendo a dança como
prática corporal, foi constatado que alguns participantes acostumados com dança de
salão ficaram dispersos tentando alguma interação ou comando do professor para a
realização do movimento. Todavia, também foi observado no mesmo estudo que
muitos participantes manifestaram a satisfação e o encantamento decorrente das
descobertas de novas possibilidades de movimentos.
Com relação à interação do professor com os alunos é sugerido que sejam
rompidas as hierarquias existentes nas danças tradicionais, propiciando a
participação ativa dos alunos, com suas opiniões, descobertas e criação de
movimentos (SARAIVA et al., 2005).
Assim, enquanto método, a improvisação é utilizada em aulas de dança como
prática corporal com o intuito de que os indivíduos criem formas de se movimentar,
promovendo momentos nos quais a imaginação e criatividade sejam exploradas, não
priorizando modelos pré-estabelecidos (SARAIVA et al., 2005).
Para Laban (1990), o treinamento corporal com base nas questões estruturais
do movimento, faz com que os participantes se tornem conscientes das relações
entre o corpo e o espaço, das diferenças rítmicas, da fluência, experimentando
essas descobertas não apenas no âmbito das ideias, mas também segundo as
próprias experiências práticas.
De acordo com Muniz (2014), a utilização da improvisação nas práticas
corporais possibilita a consciência interna dos movimentos, potencializando a
consciência sobre o espaço e o tempo.
Na prática, o movimento da dança como prática corporal é a passagem de
uma posição para outra, sendo um resultante de impulsos provenientes do centro do
corpo, através de quatro fatores de movimento (fluência, espaço, peso e tempo)
(RENGEL, 2006).10. Assim, a maneira como as pessoas individualmente utilizam os
fatores é peculiar, e faz parte da sua personalidade e vivência motora.

10
Cf. Anexo II.
25

Logo, os movimentos nunca acontecem separadamente, isto é, se combinam.


No entanto, a fluência, espaço, peso ou tempo pode ocorrer com maior ou menor
ênfase dependendo do movimento.
Como propostas de ensino aprendizagem, o professor deve encontrar sua
própria maneira de estimular os movimentos corporais, e posteriormente, incluir a
dança livre, propondo inicialmente para os participantes a realização dos mesmos
movimentos utilizados no cotidiano, de acordo com cada indivíduo ou da maioria do
grupo, e progressivamente explorar novos movimentos corporais (LABAN, 1990).
Nesta proposta de prática corporal, variações de tempos de movimento11
podem ser necessárias, de forma que cada tema seja trabalhado e entendido pelos
participantes. Com base neste método é possível criar situações onde surgem
associações de movimentos (MUNIZ, 2014), incluindo os mesmos das atividades da
vida diária.
Dessa forma, o idoso, por meio da dança como prática corporal, tem a
oportunidade de conhecer o corpo e explorar a criatividade.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Tipo e Delineamento da Pesquisa

Para os fins a que se propõe este estudo, os procedimentos metodológicos


seguiram a linha da pesquisa experimental, de delineamento quase experimental,
com uma amostra não probabilística intencional.

4.2 Aspectos Éticos

As participantes do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido (T.C.L.E.), segundo as normas estabelecidas pela Resolução nº 466, de
12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para as pesquisas
envolvendo seres humanos (APÊNDICE I).

11
Descrito no Apêndice V.
26

Este estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da


Universidade São Judas Tadeu, CAAE nº 23310313.9.0000.0089, em sessão de 11
de dezembro de 2013 (ANEXO I).

4.3 Amostra

A amostra foi composta por 29 mulheres, com idades entre 62 a 84 anos,


residentes na comunidade do bairro da Mooca, na cidade de São Paulo/SP,
distribuídas em dois grupos: 19 idosas (média de 71,79±5,11 anos de idade)
compondo o grupo intervenção (GI), e 10 idosas (média de 69,10±4,39 anos de
idade) compondo o grupo controle (GC).
O recrutamento da amostra ocorreu por meio do acesso ao cadastro de
idosas do Centro Integrado de Saúde de uma universidade particular, na cidade de
São Paulo. Inicialmente, as idosas foram contatadas por telefone, e posteriormente
convidadas para participar de uma palestra de apresentação do projeto.
Todas as idosas possuíam histórico com algum tipo de prática corporal.

4.3.1 Critérios de Inclusão

Não possuir nenhuma deficiência física ou restrição médica quanto à prática


corporal;
Ser capaz de deslocar-se até o local de realização das atividades de maneira
autônoma e por vontade própria;
Atestado médico recente, assinado por um médico clínico geral ou
cardiologista;
Disponibilidade para participação em, pelo menos, 75% (setenta e cinco por
cento) das atividades propostas.

4.3.2 Critérios de Exclusão

Participante que apresentasse restrição médica para a prática corporal


durante a intervenção;
Caso apresentasse dor osteomuscular em alguma região do corpo durante a
intervenção.
27

4.4 Local do estudo

Para a realização do estudo houve uma parceria com o Centro Integrado de


Saúde em uma universidade particular, na cidade de São Paulo, onde ocorreu a
palestra inicial, o recrutamento das idosas, a aplicação dos instrumentos e
avaliações, e o desenvolvimento do programa de intervenção.

4.5 Instrumentos e Procedimentos para Coleta de Dados

Todos os instrumentos e procedimentos para coleta de dados foram aplicados


em um ambiente tranquilo e silencioso, o que proporcionou uma avaliação adequada
das participantes. Tanto a avaliação inicial como a final foram realizadas pelo
mesmo pesquisador e, também, no mesmo período do dia (vespertino).

4.5.1 Anamnese

Consta de informações sobre a identificação da participante (nome, endereço,


idade, telefone, dados do convênio médico, contato em caso de emergência, índice
de massa corporal, estado de saúde, fatores de risco de doenças crônicas,
medicamentos, prática de atividade física, saúde psicológica e dores articulares,
ósseas ou musculares) (APÊNDICE II).

4.5.2 Índice de Massa Corporal (IMC)

O Índice de Massa Corporal (IMC) é um indicador para classificar adultos. O


IMC mais utilizado é o Índice de Quetelet ou kg/m² (peso corporal em quilogramas,
dividido pela altura em metros ao quadrado) (NIEMAN, 2011).
Na Tabela 1, observa-se a classificação do IMC para idosos, sugerido por
Lipschitz (1994) e validado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004):

Tabela 1. Classificação do IMC para idosos.


IMC Classificação
<22kg/m2 Baixo peso
22kg/m2 e 27kg/m2 Adequado ou Eutrófico
>27kg/m2 Sobrepeso
Fonte: LIPSCHITZ (1994).
Nota: Esta classificação considera as modificações na composição corporal próprias do
envelhecimento.
28

A massa corporal foi mensurada em uma balança marca Filizola com os pés
descalços e o mínimo de roupa possível. As participantes permaneceram na balança
com ligeiro afastamento lateral dos pés, mantendo-se sobre o centro da plataforma
da balança e com a cabeça e as costas eretas e, desta forma, foi aferida e anotada
a massa corporal em quilogramas.
A estatura foi mensurada em um estadiomêtro Standard marca Sanny. As
medidas foram realizadas com a participante em posição ortostática12, pés unidos,
colocando em contato com a parede as superfícies posteriores do calcanhar, cintura
pélvica, cintura escapular e região occipital, em apneia inspiratória.
Depois de determinar o IMC, esse valor foi correlacionado com a Escala de
Silhuetas para avaliação da percepção da imagem corporal, proposto por Kakeshita
(2008).

4.5.3 Escala de silhuetas para adultos

Foi apresentada uma sequência de 15 cartões plastificados, de 6,5 cm de


largura por 12,5 cm de altura, com a figura centralizada em fundo preto, contornada
por margem a 0,5 cm nas bordas de cada figura. As idosas apontaram aquela figura
que melhor a representavam no momento atual (percebida) (SA = Silhueta Atual) e
ideal (desejada) (SI = Silhueta Ideal), conforme figura abaixo.

Figura 2. Escala de Silhuetas para adultos do sexo feminino.


Fonte: Kakeshita (2008).

12
Posição em pé.
29

De acordo com Kakeshita (2008), esta escala possui um intervalo de


representação do Índice de Massa Corporal (IMC) de 11,25 a 48,75 kg/m2, e média
de 12 a 47,5 kg/m2 com incrementos constantes de 2,5 pontos em cada figura,
conforme apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. IMC médio e intervalos de IMC atribuídos a cada figura para a Escala de Silhueta
para adultos.
Intervalo de IMC (kg/m2)
Figura IMC Médio (kg/m2)
Mínimo Máximo
1 12,5 11,25 13,74
2 15 13,75 16,24
3 17,5 16,25 18,74
4 20 18,75 21,24
5 22,5 21,25 23,74
6 25 23,75 26,24
7 27,5 26,25 28,74
8 30 28,75 31,24
9 32,5 31,25 33,74
10 35 33,75 36,24
11 37,5 36,25 38,74
12 40 38,75 41,24
13 42,5 41,25 43,74
14 45 43,75 46,24
15 47,5 46,25 48,75
Fonte: adaptado de Kakeshita (2008).
Legenda: IMC = Índice de Massa Corporal; kg/m² = peso corporal em quilogramas, dividido pela altura
em metros ao quadrado.

A partir desses dados, a Silhueta Real (valor do IMC) também foi analisada.

4.5.4 Teste de marcação do esquema corporal

Para avaliar o esquema corporal foi empregado o IMP (Image Marking


Procedure) ou Procedimento de Marcação do esquema corporal, proposto por
Askevold (1975) e adaptado por Thurm (2007).
Materiais utilizados: Fita métrica, etiquetas redondas marca Pimaco, cor azul,
vermelha, preta (modelo TP 12) e verde (modelo TP 19), fita crepe, máquina
fotográfica digital e tripé.
As idosas foram orientadas para utilizar roupa justa para facilitar a palpação
exata das proeminências ósseas.
30

As participantes foram marcadas com fita crepe nas seguintes regiões


corporais: articulações acromioclavicular13 direita e esquerda, curvas da cintura14
direita e esquerda, trocânteres maiores do fêmur15 direito e esquerdo. O objetivo
deste procedimento é garantir que sempre sejam tocados os mesmos pontos por
três vezes.
O ambiente foi privado e silencioso para maior concentração e conforto da
avaliada.
A parede teve uma fita métrica colocada no sentido vertical para uso posterior
como referência de medida.
As participantes permaneceram em posição em pé diante de uma parede,
utilizando a distância do membro superior flexionado a 90º (noventa graus), de forma
que a mão das idosas alcancem a parede.
As idosas utilizaram um tapa olho preto, impossibilitando a sua visão, e foram
orientadas de que deveriam imaginar como se estivessem se enxergando por meio
de um espelho.
Em seguida, foram tocados os pontos marcados com a fita crepe e as idosas
apontaram na parede a projeção desses pontos tocados. Foram tocadas as
seguintes regiões corporais: alto da cabeça, seguido do ombro, cintura e quadril
direitos e depois ombro, cintura e quadril do lado esquerdo.
As idosas foram orientadas a apontar com o indicador direito os pontos
tocados do lado direito e os pontos do lado esquerdo também com o indicador da
mão correspondente.
Cada ponto indicado foi substituído com uma etiqueta de cor específica. A
primeira medida foi identificada com a etiqueta azul, a segunda com a etiqueta
vermelha, a terceira com a preta e a medida real foi identificada com a cor verde.
Na sequência, as idosas foram orientadas a deixar as mãos próximas à
parede, sem tocá-la, entre as marcações.
Após coletar as medidas percebidas, as idosas foram guiadas próximo à
parede, ainda de frente, de modo que o alinhamento anterior dos pés fosse mantido.
Nessa posição foi realizada a marcação dos pontos reais utilizando uma régua em

13
Processo ósseo que se projeta para frente a partir da parte superior da cintura escapular e palpável
na parte mais alta do ombro.
14
Ponto médio entre a última costela flutuante e a crista ilíaca.
15
Projeção acentuada da epífise proximal do fêmur. Pode ser palpado cerca de 10 cm abaixo da
crista ilíaca, na região lateral da coxa.
31

forma de L, em ângulo de 90° (noventa graus) com a parede, permitindo desta forma
medida exata do ponto.
As etiquetas e a fita métrica na parede foram fotografadas com máquina
digital para análise posterior no software AxioVision, específico para análise
quantitativa de imagens digitalizadas, conforme modelo apresentado na Figura 3.

Figura 3. Modelo de fotografia que exemplifica o resultado do teste de Marcação do


Esquema Corporal.
Nota: As etiquetas menores (cor azul, vermelha e preta) indicam a projeção dos pontos percebidos
apontado pela participante, e a etiqueta maior (cor verde) indica a projeção dos pontos reais avaliado
pelo examinador. A fita métrica representa um referencial de escala e o número no papel em branco
representa a identificação de cada participante avaliada.

Após a identificação dos pontos percebidos e dos pontos reais, foi mensurada
a distância destes pontos quanto à largura (distância entre o lado direito e o lado
esquerdo) e à altura (do solo até a indicação do ponto) para todas as medidas
realizadas (percebida e real).
32

Com base nestas distâncias, foi calculada a média dos pontos e, em seguida,
o Índice de Percepção Corporal (IPC), para cada uma das regiões corporais, através
da seguinte fórmula:

IPC = (média das três tentativas para o tamanho percebido/tamanho real) x


100.

Após a determinação do IPC, para cada região corporal, foi realizado o


cálculo para o Índice de Percepção Corporal geral (IPCg), baseado na seguinte
fórmula:

IPCg = média do IPC da altura da cabeça, da largura dos ombros, da largura


da cintura e da largura dos trocânteres.

Para classificar as idosas quanto ao esquema corporal (EC), foi adotado


como intervalo adequado os valores sugeridos por Segheto (2010), baseados na
população adulta, categorizados em hipoesquematia (percepção aquém do real),
esquema corporal adequado e hiperesquematia (percepção além do real), conforme
Tabela 3.

Tabela 3. Categorização do esquema corporal baseado no IPCg das participantes.


Classificação Parâmetro
Hipoesquematia ≤ 99,4%
EC adequado Entre 99,4% e 112,3%
Hiperesquematia ≥ 112,4%
Fonte: Segheto (2010).
Legenda: EC = Esquema corporal. IPCg = Índice de Percepção Corporal geral.

4.6 Programa de Intervenção

O Grupo Intervenção (GI), composto por 19 idosas, participou de um


programa de dança como prática corporal, por um período de 12 semanas,
frequência semanal de duas vezes por semana, contendo 24 sessões com duração
de 60 minutos cada, no período de 18 de março de 2014 a 10 de junho de 2014
(conforme cronograma descrito no APÊNDICE V), utilizando músicas dos ritmos
soltinho, bolero, gafieira, salsa, forró e pagode, atendendo às características
específicas de cada participante.
33

Etapas de cada sessão:

1ª Etapa: AQUECIMENTO EXPRESSIVO:


• Duração: 5 minutos;
• Ênfase nos aspectos cognitivos, sociais, motores, físicos e psíquicos.
Envolveu a exploração de movimentos por meio de brincadeiras em grupo,
em dupla ou individual, servindo de aquecimento corporal, e também para as idosas
conversarem umas com as outras.

2ª Etapa: DESENVOLVIMENTO I:
• Duração: 25 minutos;
• Exploração de movimentos do cotidiano.
Esta fase foi composta pela combinação de movimentos do corpo no espaço,
com um peso que lhe é peculiar em certo instante, com uma dada velocidade,
regulado por uma fluência específica, promovendo ações específicas, denominado
de fatores de movimento de Laban (fluência, espaço, peso e tempo)16 (RENGEL,
2006).

3ª Fase: DESENVOLVIMENTO II:


• Duração: 20 minutos.
Nesta fase, ocorreu a reprodução dos mesmos movimentos da 2a Etapa
associado a um ritmo de dança (soltinho, bolero, gafieira, salsa, forró e pagode),
utilizando a improvisação na construção coreográfica.

4ª Etapa: ALONGAMENTO E RELAXAMENTO:


• Duração: 5 minutos.
Ocorreu a aplicação de movimentos uniformes e lentos, alongamento estático
e respiração tranquila.

5ª Etapa: REFLEXÃO FINAL:


• Duração: aproximadamente 5 minutos.

16
Cf. Anexo II.
34

No final de cada sessão, foram enfatizadas as colocações, considerações,


opiniões, sentimentos e percepções das idosas em relação ao desenvolvimento da
sessão.

4.7 Grupo Controle

O Grupo Controle (GC), foi composto por 10 idosas que não participaram de
nenhum programa regular de intervenção motora durante o estudo.
Ao final deste estudo, todas as participantes do GC foram convidadas para
frequentar o mesmo protocolo de intervenção do GI. Seis idosas aceitaram a
proposta de uma intervenção, que ocorreu no período de 11 de agosto de 2014 a 31
de outubro de 2014.

4.8 Análise dos Dados

Foi utilizado o software estatístico SPSS (Statistical Package for Social


Science) versão 20.0.
Para a análise e comparação múltipla das silhuetas entre os grupos foi
utilizado o teste estatístico de Análise de Variância (ANOVA) para medidas
repetidas, e o ajuste do intervalo de confiança aplicado foi o teste de Tukey-Kramer,
como post-hoc.
Para o teste de marcação do esquema corporal foram utilizados os testes
estatísticos t Student não pareado, t Student pareado e Análise de Variância
(ANOVA) para medidas repetidas, e para o ajuste do intervalo de confiança foi
aplicado o teste de Tukey-Kramer, como post-hoc.
O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05).
35

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Imagem Corporal

Para avaliar a (in)satisfação corporal antes e após 12 semanas utilizou-se a


Escala de Silhuetas para Adultos (KAKESHITA, 2008), cujos resultados estão
expostos na Tabela 4.

Tabela 4. Comportamento da variável IC pré e pós 12 semanas.


GC (n=10) GI (n=19)

SR PRÉ Média 7,0 6,8


DP 1,7 0,8
SA PRÉ Média 9,9 9,5
DP 1,6 1,5
SI PRÉ Média 7,3 7,0
DP 1,2 1,3
SR PÓS Média 6,9 6,6
DP 0,7 1,0
SA PÓS Média 9,5* 7,3*
DP 1,3 1,0
SI PÓS Média 7,5 6,5
DP 1,2 1,0
*p>0,05.
Legenda: SR = Silhueta Real; SA = Silhueta Atual; SI = Silhueta Ideal; PRÉ = Momento inicial do
estudo; PÓS = Momento final do estudo; GC = Grupo Controle; GI = Grupo Intervenção; DP = Desvio
Padrão.

A análise estatística demonstra que as idosas do GC, no inicio do estudo,


superestimaram a silhueta atual em relação à silhueta real e a silhueta ideal, contudo
a silhueta real e silhueta ideal são iguais.
O GC no momento final do estudo não houve mudança, ou seja, a silhueta
atual continua superestimada em relação à silhueta real e silhueta ideal, contudo, a
silhueta real e a silhueta ideal permanecem iguais. Embora a comparação estatística
entre a percepção do tamanho real e tamanho ideal tenha sido significativa (p=0,03),
a observação concreta das médias das silhuetas (silhueta real: 9,9 e silhueta ideal:
9,5) não aponta para uma modificação pronunciada entre a percepção do contorno
corporal real e ideal, permanecendo na silhueta 9.
A análise estatística do GI, no início do estudo, foi semelhante ao GC no
momento inicial, demonstrando que a silhueta atual é superestimada em relação à
silhueta real e a silhueta ideal, contudo a silhueta real e silhueta ideal são iguais.
36

O GI no momento final do estudo não houve mudança, ou seja, a silhueta


atual é superestimada em relação à silhueta real e silhueta ideal, contudo, a silhueta
real e a silhueta ideal são iguais. Entretanto, a percepção do tamanho atual se
modificou significativamente. Houve uma aproximação do tamanho real, onde no
inicio do estudo a silhueta atual era 9,4±1,5, e ao final do estudo passou para
7,3±1,0 (p<0,0001).
Logo, a mudança estatística na percepção da silhueta atual ocorreu nos dois
grupos, mas foi muito mais pronunciada e concreta, pois passou de 9 para 7, no GI.
Observa-se, com base na análise estatística, que os dois grupos eram iguais
no momento inicial do estudo. Entretanto, se modificaram no momento final, sendo a
mudança na percepção da silhueta atual, que se aproximou mais da silhueta real no
GI.
Vários trabalhos têm demonstrado que as idosas estão insatisfeitas com a
sua silhueta atual, além de desejarem perder peso idealizando uma silhueta magra
(MATSUO et al., 2007; FUGULIN et al., 2009; MACHADO et al., 2010; AMARAL;
SANTIAGO, 2012; GONÇALVES; BARBOSA, 2013).
Em estudo realizado por Pereira (2012), utilizando o mesmo protocolo
sugerido por Kakeshita (2008), envolvendo idosos participantes de um programa de
12 semanas de aulas coreografas, com atividades que simulam as atividades do
cotidiano, foi constatado que a silhueta ideal das idosas foi menor que a silhueta
atual, corroborando com os resultados deste estudo.
Também foi verificada uma superestimação da percepção da silhueta atual
em comparação a silhueta ideal nos estudos de Segheto (2010) e Fonseca (2008),
com mulheres adultas. Neste sentido, independente da faixa etária, existe uma
tendência das mulheres serem insatisfeitas com o seu corpo.
Chaim et al. (2009) investigou a relação entre a satisfação com a imagem
corporal e autoestima de 41 idosos, constatando que a maioria estão insatisfeitos
com a sua imagem corporal, e desejam uma silhueta mais magra.
Observa-se que independente da prática de movimento corporal ou
inatividade física, existe uma prevalência de idosas que idealizam uma silhueta
corporal que corresponde a silhueta que a pessoa de fato tem, mas que ela não
percebe, pois superestima. Isso é fonte de insatisfação e sofrimento. Pode ser causa
de transtornos alimentares, comportamentos autodestrutivos.
37

Por consequência, a insatisfação do idoso com a imagem corporal pode estar


relacionada ao estado geral de saúde (MENEZES et al., 2014; TRIBESS et al.,
2010), podendo estar associado com transtornos psiquiátricos, anorexia nervosa ou
bulimia (MACHADO, 2010).
Portanto, um programa de prática corporal está diretamente relacionado com
uma política pública de promoção de saúde (MORETTI et al., 2009).
Assim, por meio da prática de movimentos corporais é possível o
reconhecimento da imagem corporal, e simultaneamente, enquanto estamos nos
movendo modificamos nossa imagem corporal (SCHILDER, 1999).
Neste sentido, a prática de dança como prática corporal assume um papel
importante no procedimento de reconstrução da imagem corporal, para o
reconhecimento corporal e sua relação com o mundo externo.

5.2 Esquema Corporal

Ao analisar o Índice de Percepção Corporal geral (IPCg), no momento inicial


do estudo, os grupos intervenção e controle apresentavam IPCg adequado (GI PRÉ
=108,81±3,2; GC PRÉ = 107,18±2,5; p=0,7367), entre 99,4 e 112,3%17.
Após o término do estudo os grupos intervenção e controle apresentavam
IPCg adequado (GI PÓS =106,00±2,0; GC PÓS = 107,19±2,5; p=0,7235).
Foi constatado que o GI não apresentou modificação após a prática corporal
(p=0,1040), e se manteve adequado.
O GC também não apresentou modificação ao longo do tempo, e se manteve
adequado (p=0,3042).
A análise da percepção segmentar da dimensão corporal foi apresentada na
Tabela 5.

17
Cf. Tabela 3.
38

Tabela 5. Valores da média e desvio padrão da percepção segmentar da dimensão


corporal. Grupos GC e GI pré e pós 12 semanas.
Média±DP
Segmento Corporal GC (n=10) GI (n=19)
PRÉ (%) PÓS (%) PRÉ (%) PÓS (%)
Altura da cabeça 97,45±5,8* 97,45±5,8* 99,44±4,5* 100,76±2,6*
Largura do ombro 102,49±4,6* 102,49±4,6* 101,89±8,2* 100,42±5,8*
Largura da cintura 100,18±3,4* 100,18±3,4* 110,31±16,3 111,10±14,1
Largura do trocânter 128,59±30,6 128,64±30,6 123,59±37,5 111,69±20,3
IPCg 107,18±2,5 107,19±2,5 108,81±3,2 106,00±2,0
*p<0,01 vs. LARGT.
p<0,05 vs. LARGC.
Legenda: DP = Desvio Padrão; GC = Grupo Controle; GI = Grupo Intervenção; IPCg = Índice de
Percepção Corporal geral; PRÉ = Momento inicial do estudo; PÓS = Momento final do estudo;
LARGT = Largura do trocânter; LARGC = Largura da cintura.

A análise estatística indica que o GC no momento inicial do estudo obteve


diferenças significativas na comparação entre os seguintes segmentos: altura da
cabeça vs. largura do trocânter (ALTCAB = 97,45±5,8; LARGT = 128,59±30,6;
p<0,001); largura do ombro vs. largura do trocânter (LARGO = 102,49±4,6; LARGT =
128,59±30,6; p<0,01), e largura da cintura vs. largura do trocânter (LARGC =
100,18±3,4; LARGT = 128,59±30,6;p<0,01). Significa que a percepção da largura do
quadril foi superestimada em relação a todos os outros segmentos. O GC no
momento final do estudo não se modificou ao longo do tempo, obtendo os mesmos
resultados.
O GI no momento inicial do estudo obteve diferenças significativas na
comparação entre os seguintes segmentos: altura da cabeça vs. largura do trocânter
(ALTCAB = 99,44±4,5; LARGT = 123,59±37,5; p<0,001) e largura do ombro vs.
largura do trocânter (LARGO = 101,89±8,2; LARGT = 123,59±37,5; p<0,01). Este
resultado é indicativo de que a percepção da largura do quadril foi superestimada
em relação a altura e a largura dos ombros.
Após a prática corporal, o GI obteve diferenças significativas na comparação
entre os seguintes segmentos: altura da cabeça vs. largura da cintura (ALTCAB =
100,76±2,6; LARGC = 111,10±14,1; p<0,05), altura da cabeça vs. largura do
trocânter (ALTCAB = 100,76±2,6; LARGT = 111,69±20,3; p<0,05), largura do ombro
vs. largura da cintura (LARGO = 100,42±5,8; LARGC = 111,10±14,1; p<0,05), e
largura do ombro vs. largura do trocânter (LARGO = 100,42±5,8; LARGT =
39

111,69±20,3; p<0,05). Representa que após a prática de dança como prática


corporal todos os segmentos se aproximaram de 100% da percepção dimensional.
Pereira (2012) fez um estudo com idosos envolvidos em um programa de
exercícios ritmados, constatando que após 12 semanas de intervenção houve uma
aproximação não significativa da percepção dimensional ideal.
De acordo com Thurm et al. (2011), o reconhecimento da localização dos
segmentos corporais no espaço que o cerca, influencia em uma melhor execução
dos gestos motores em relação ao seu próprio corpo, aos outros e objetos que o
cercam.
Para Segheto et al. (2011), o esquema corporal tem uma relação direta com o
movimento humano. Assim, a prática de movimentos corporais é determinante para
desenvolvimento do esquema corporal.
As imagens digitalizadas também foram avaliadas qualitativamente pela
comparação visual entre as distorções e similaridades da dimensão real (linha preta)
e percebida (linha vermelha) da altura da cabeça, largura do ombro, largura da
cintura e largura do quadril de cada idosa.
O ponto percebido mais próximo da marcação real foi considerado para a
união dos pontos no teste de projeção, conforme Figura 4.

Figura 4. Esquema dos segmentos corporais tocados durante o teste de marcação do


esquema corporal e o resultado final da união dos pontos reais e pontos percebidos.
40

A mesma cor do ponto percebido da primeira participante foi atribuída a todas


as demais. A linha vermelha mais próxima da preta foi considerada sinal indicativo
de boa percepção corporal.
No GI, após a intervenção, 63,16% das idosas (participantes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8,
12, 13, 16, 18 e 19) apresentaram uma tendência de maior centralização das
silhuetas, bem como melhor dimensionamento corporal, e 36,84% (participantes 7,
9, 10, 11, 14, 15 e 17) não apresentaram variação entre as silhuetas real e
percebida (APÊNDICE III). Não houve piora das silhuetas em nenhuma das idosas.
No GC, no final do estudo, nenhuma idosa apresentou tendência de melhora
do dimensionamento da imagem corporal, 70% (participantes 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 10)
não apresentaram variação entre as silhuetas real e percebida, e 30% (participantes
7, 8 e 9) apresentaram piora das silhuetas (APÊNDICE IV).
Corroborando com este dado, estudo realizado com o objetivo de avaliar os
efeitos de um programa de estimulação corporal perceptual sobre o esquema
corporal de idosas, constatou que após a intervenção também houve uma melhora
no dimensionamento da imagem corporal (61%) (FONSECA et al., 2012).
Resultado semelhante também foi constatado em outro estudo envolvendo
idosos participantes de um programa de aulas coreografadas, demonstrando que
62% dos idosos tiveram uma percepção do esquema corporal mais próxima da
medida real (PEREIRA, 2012).

5.3 A intervenção de um programa de dança como prática corporal

A proposta de intervenção com base na dança como meio de prática corporal,


considerando as experiências vividas e atividades do cotidiano, é uma estratégia
para idosos, auxiliando na melhoria da satisfação corporal, corroborando com o
estudo elaborado por Fonseca (2008), utilizando um programa de dança de salão.
No entanto, diferente de outros estudos que utilizam intervenções com
movimentos codificados e rígidos, sem a interferência do participante, não existe a
garantia de continuidade desta atividade após o estudo. Já, na intervenção
envolvendo a prática corporal, as idosas foram orientadas e praticaram todas as
possibilidades do corpo, podendo usufruir deste aprendizado após a intervenção,
sem a necessidade da supervisão de um profissional.
41

Entretanto, vale ressaltar que o tempo de intervenção talvez não tenha sido
suficiente para proporcionar um maior domínio sobre os elementos do movimento e
consequente maior percepção dimensional corporal, principalmente das regiões da
cabeça, ombros e cintura.

6 CONCLUSÃO

Tendo em vista os aspectos observados, a propósito dos efeitos de um


programa de 12 semanas de dança como prática corporal sobre a percepção
corporal de idosas, conclui-se que a intervenção contribuiu para a melhoria da
satisfação da imagem corporal e percepção das dimensões corporais.
Além disso, existe uma carência de trabalhos científicos e intervenções
envolvendo a participação de idosos com práticas corporais, o que merece uma
atenção maior dos profissionais e pesquisadores da área da Ciências do
Envelhecimento, Educação Física e Dança, uma vez que sabemos a importância de
proporcionar hábitos saudáveis e autonomia para os idosos.
É valido destacar que a prática corporal contribui de forma significativa para o
idoso dominar os movimentos do seu cotidiano, além de favorecer a sociabilização
entre o professor e todos os participantes.
Embora o estudo apresente limitação com relação ao tamanho da amostra e
período de intervenção, estes dados podem servir como referência para futuros
estudos envolvendo práticas corporais com idosos.
42

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49

ANEXO I. PARECECER CONSUBSTANCIADO DO CEP


50
51
52

ANEXO II. FATORES DO MOVIMENTO DE LABAN

Segundo Rengel (2006), os fatores de movimento de Laban (fluência, espaço,


peso e tempo) promovem ações corporais específicas, conforme descrito abaixo:

• Fluência: Atua no controle do corpo, para que ele continue ou pare o


movimento. Os movimentos são livres e/ou contidos (libertada ou controlada).
Auxilia na integração e desperta a emoção, trazendo a sensação de unidade
corporal, e existe na ligação dos movimentos para orientá-los em relação a
eles mesmos e a outros movimentos.
• Espaço: Pode ser flexível ou linear. Atuando na atenção do indivíduo, no
caminho que o movimento desenha no espaço. Pode ser direta (um único
foco no espaço, onde o corpo ou partes dele dirigem-se para um só ponto
espacial) e/ou indireta (o corpo ou partes dele dirigem-se para vários pontos
espaciais). Vivências e movimentos com o fator espaço auxiliam o indivíduo a
se relacionar com o mundo à sua volta e lhe dá atenção fundamental para
com sua posição nos lugares.
• Peso: Atua na intenção, na sensação do corpo. Os movimentos podem ser
leves e/ou firmes. Auxilia o indivíduo a acentuar a percepção corporal de si e
dos outros e a distribuir melhor o peso corpóreo, no “centro de leveza” (região
escapular) e no “centro de gravidade” (região pélvica).
• Tempo: Implica a decisão no tempo interno de cada um, com o ritmo
construído no desenho do tempo. Os movimentos podem ser rápidos (curtos)
e/ou lentos (prolongados). O domínio do fator tempo denota maturidade, pois
a pessoa decide sobre o tempo, e está relacionada com a atitude da decisão
sobre a intuição e execução do movimento. Os tempos podem ser “métricos”,
como a adequação a uma música ou ao ritmo de trabalho (muito utilizado na
maioria das danças, com medidas métricas de quatro ou oito tempos ou
pulsação); ou “não-métrico”, executado em conformidade com o ritmo interno
ou biológico (por exemplo, a pulsação cardíaca e o ritmo respiratório), muito
utilizado nas improvisações.
53

APÊNDICE I. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.)

Eu, ______________________________________________________________________,
portadora do RG nº _______________________, abaixo assinado, dou meu consentimento
livre e esclarecido para participar como voluntária do estudo EFEITOS DE UM PROGRAMA
DE DANÇA COMO PRÁTICA CORPORAL SOBRE A PERCEPÇÃO CORPORAL DE
IDOSAS, sob responsabilidade das pesquisadoras Profa. Dra. Maria Luiza de Jesus
Miranda, Profa. Dra. Eliane Florêncio Gama e discente Paulo Costa Amaral, da
Universidade São Judas Tadeu.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1) O objetivo da pesquisa é investigar os efeitos de um programa de dança como prática


corporal sobre a percepção corporal de idosas.

2) Durante o estudo serão realizadas as seguintes avaliações, antes e depois do programa


de dança (duração aproximada de 30 minutos, antes e após 12 semanas): o preenchimento
de questionários sobre dados do convênio médico, contato em caso de emergência, estado
de saúde, fatores de risco de doenças crônicas, medicamentos, prática de atividade física,
saúde psicológica e dores articulares, ósseas ou musculares, escala de atividades da vida
diária e avaliação do esquema e imagem corporal.

3) Para avaliação do índice de massa corporal (IMC) deverei estar descalço e com o mínimo
de roupa possível, onde serão mensurados o meu peso corporal e a estatura. Para a
avaliação do esquema corporal deverei estar trajado com roupa justa, estar com os olhos
vendados e de frente para uma parede. O examinador tocará em determinados pontos
(cabeça, ombros, cintura e quadril) do meu corpo e deverei apontar na parede onde está
sentindo cada ponto. A medida (largura entre os pontos) obtida será, então, comparada com
a minha a real dimensão corporal. Será apresentado para mim uma sequência de 15 cartões
com silhuetas diferentes, e deverei apontar aquela figura que melhor me representa no
momento atual e apontar a silhueta que representasse o meu ideal (duração aproximada de
20 minutos, antes e após 12 semanas).

4) Procedimentos do estudo: Serei distribuída aleatoriamente em dois grupos: grupo


intervenção ou grupo controle. Caso seja convidada a participar do Grupo Intervenção
participarei um programa envolvendo movimentos corporais com e sem música, individual,
por um período de 12 semanas, frequência semanal de duas vezes por semana, composto
por 24 sessões com duração de 60 cada, iniciando em 18/03/2014 e terminando em
10/06/2014. Caso seja convidada a participar do grupo controle, estou ciente que deverei
participar no preenchimento dos questionários e as avaliações nas datas agendadas
previamente, e ao final do estudo, tenho a opção de participar do mesmo programa
envolvendo movimentos corporais ministrado ao grupo intervenção.

5) A presente pesquisa apresenta riscos mínimos para min estando especificamente


relacionado ao resultado da avaliação, momento em que poderei sentir inadequada em
relação ao meu próprio corpo, e durante a prática de atividade física, incluindo a
possibilidade de lesões musculares, articulares ou ósseas. Fui informada que todos os
procedimentos serão acompanhados por profissionais habilitados, com registro profissional
junto ao Conselho Regional, e que as atividades poderão ser interrompidas a qualquer
momento em que for identificado risco, desconforto ou mal estar. Se for observado
comprometimento emocional, serei encaminhada ao Centro de Psicologia Aplicada da
Universidade São Judas Tadeu gratuitamente. No caso de desconforto físico, será realizado
um primeiro atendimento no ambulatório do Centro Integrado de Saúde (CIS) da
54

Universidade Anhembi Morumbi e, se necessário, haverá transporte gratuito a um pronto-


atendimento do convênio médico da participante, ou da rede pública.

6) Ao participar da pesquisa poderei sentir um ou mais benefícios com alterações positivas


decorrentes da prática de dança, como: favorecimento nos estados emotivos e físicos,
promoção da interação social com o grupo, melhoria da resistência cardiovascular,
equilíbrio, força e coordenação, além da melhoria da percepção corporal, maior auto
aceitação e satisfação corporal.

7) Fica claro que todos os meus dados serão mantidos no mais absoluto sigilo, a fim de
manter a integridade moral. As avaliações ao longo do programa serão utilizadas
exclusivamente para as finalidades previstas no projeto de pesquisa, inclusive a publicação
dos resultados em revistas científicas. Terei acesso aos meus resultados nos seguintes
momentos: no momento da realização das avaliações, através da ficha individual e assim
que os resultados ficarem disponíveis. Estas informações serão armazenadas durante cinco
anos e depois eliminadas.

8) Não haverá nenhuma remuneração pela participação na pesquisa, como também não
haverá despesas extras cotidianas pela participação no estudo, pois a coleta de informações
será realizada em situação agendada e localizada no Centro de Integração de Saúde (CIS)
da Universidade Anhembi Morumbi, conforme pré-estabelecido em acordo entre eu e os
pesquisadores.

9) Tenho plena liberdade para afastar-se definitivamente da pesquisa, a qualquer momento


que desejar, sem nenhuma obrigatoriedade de prestar esclarecimentos e sem um único
ônus; e se julgar necessário, poderei entrar em contato com o pesquisador responsável pelo
telefone (11) 99585-8697, ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São
Judas Tadeu pelo telefone (11) 2799-1984.

10) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em meu
poder e outra com o pesquisador responsável.

Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre


a minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das
minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam,
concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE
PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.

São Paulo, __________de _______________ de 2014.

________________________________________________________________________
Assinatura da participante Profa. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda

________________________________________________________________________
Paulo Costa Amaral Profa. Dra. Eliane Florêncio Gama
CREF nº 023504-G/SP
Email: [email protected]
Tel.: (11) 99585-8697
55

APÊNDICE II. ANAMNESE


Matrícula nº: Data de Início: / / 2014
Nome:

Endereço:

Telefone:

Nome do Convênio Médico: Nº do convênio:

Em caso de Acidente, encaminhar em qual Hospital:

Tel. Em caso de Emergência: Contato:

Idade em Anos completos: Data de Nascimento: ____/____/____

Como está sua saúde: Muito ruim Fraca Nem ruim nem boa Boa Muito Boa
1ª DATA: _____/_____/_____
Peso Estatura IMC Classificação
2ª DATA: _____/_____/_____
Peso Estatura IMC Classificação
Fatores de risco de doenças crônicas

Assinale o espaço em caso de resposta afirmativa.


1. Seu pai ou irmão já sofreu um ataque cardíaco ou morreu de forma repentina em
decorrência de doença cardíaca antes de completar 55 anos de idade? Sua mãe ou
irmã teve esses problemas cardíacos antes dos 65 anos?
2. Você fuma atualmente?
3. Algum médico já lhe disse que sua pressão arterial é alta (maior que 140/90 mmHg)?
Você toma medicamentos para controlar sua pressão?
4. Seu colesterol sérico total é maior que 240 mg/dL ou algum médico já lhe disse que
seu colesterol está em um nível de alto risco?
5. Você tem diabetes melito?
6. Você é fisicamente inativa ou sedentária?
7. Assinale qualquer dos seguintes medicamentos que você esteja tomando regularmente.
Acrescente também o nome do medicamento:
Medicamento Nome do medicamento
Medicamento para pressão arterial __________________________________
Medicamento para colesterol __________________________________
sanguíneo
Medicamento para problemas __________________________________
pulmonares / respiratórios
Insulina __________________________________
Medicamentos para diabetes __________________________________
Medicamento para artrite __________________________________
Medicamento para depressão __________________________________
Medicamento para controlar a __________________________________
ansiedade
56

Medicamento para a tireóide __________________________________


Medicamento para úlcera __________________________________
Analgésicos __________________________________
Medicamentos antialérgicos __________________________________
Outros (por favor, especifique) __________________________________
Atividade física
8. Há quanto tempo você pratica atividade física regularmente?
Não pratico atividade física regularmente Há menos de um ano Entre 1 e 2 anos
Entre 2 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Há mais de 10 anos
Saúde psicológica
9. No geral, como você tem se sentido nos últimos meses?
Com excelente humor Muito bem-humorada
Bem-humorada a maior parte do tempo Meu humor tem oscilado muito ultimamente
De mau humor a maior parte do tempo Muito mal-humorada
10. Você diria que ao longo de último mês sofreu
Muito estresse Estresse moderado
Relativamente pouco estresse Quase nenhum estresse
11. Ao longo do último ano, em que quantidade de estresse afetou a sua saúde?
Bastante Um pouco Muito pouco ou quase nada
12. Em média, quantas horas de sono você tem em um período de 24 horas?
Menos de 5 De 5 a 6 De 7 a 9 Mais do que 9
Dores articulares, ósseas ou musculares
13. Assinale no desenho abaixo a região do seu corpo que sente dor:
57

APÊNDICE III. TESTE DE MARCAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL (IMP) –


GRUPO INTERVENÇÃO

INICIAL FINAL

Participante GI-01. Idosa com 69 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-02. Idosa com 67 anos.

Figura 5. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 01 e 02.
58

INICIAL FINAL

Participante GI-03. Idosa com 75 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-04. Idosa com 68 anos.

Figura 6. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 03 e 04.
59

INICIAL FINAL

Participante GI-05. Idosa com 68 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-06. Idosa com 65 anos.

Figura 7. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 05 e 06.
60

INICIAL FINAL

Participante GI-07. Idosa com 72 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-08. Idosa com 75 anos.

Figura 8. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 07 e 08.
61

INICIAL FINAL

Participante GI-09. Idosa com 70 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-10. Idosa com 68 anos.

Figura 9. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 09 e 10.
62

INICIAL FINAL

Participante GI-11. Idosa com 78 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-12. Idosa com 67 anos.

Figura 10. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 11 e 12.
63

INICIAL FINAL

Participante GI-13. Idosa com 68 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-14. Idosa com 72 anos.

Figura 11. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 13 e 14.
64

INICIAL FINAL

Participante GI-15. Idosa com 67 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-16. Idosa com 84 anos.

Figura 12. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 15 e 16.
65

INICIAL FINAL

Participante GI-17. Idosa com 79 anos.

INICIAL FINAL

Participante GI-18. Idosa com 77 anos.

Figura 13. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participantes GI 17 e 18.
66

INICIAL FINAL

Participante GI-19. Idosa com 75 anos.


Figura 14. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas de
intervenção). Participante GI 19.
67

APÊNDICE IV. TESTE DE MARCAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL (IMP) –


GRUPO CONTROLE

INICIAL FINAL

Participante GC-01. Idosa com 62 anos.

INICIAL FINAL

Participante GC-02. Idosa com 73 anos.

Figura 15. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas).
Participantes GC 01 e 02.
68

INICIAL FINAL

Participante GC-03. Idosa com 68 anos.

INICIAL FINAL

Participante GC-04. Idosa com 65 anos.

Figura 16. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas).
Participantes GC 03 e 04.
69

INICIAL FINAL

Participante GC-05. Idosa com 70 anos.

INICIAL FINAL

Participante GC-06. Idosa com 69 anos.


Figura 17. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas).
Participantes GC 05 e 06.
70

INICIAL FINAL

Participante GC-07. Idosa com 78 anos.

INICIAL FINAL

Participante GC-08. Idosa com 66 anos.


Figura 18. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas).
Participantes GC 07 e 08.
71

INICIAL FINAL

Participante GC-09. Idosa com 67 anos.

INICIAL FINAL

Participante GC-10. Idosa com 73 anos.


Figura 19. Teste de marcação do esquema corporal (IMP). Contorno real (cor preta) e
percebido (cor vermelha). Comparação entre medida inicial e final (após 12 semanas).
Participantes GC 09 e 10.
72

APÊNDICE V. CRONOGRAMA DAS AULAS DO GRUPO INTERVENÇÃO

Sessão Data Tema Ritmo

Tema 1 - Relacionado com a consciência corporal:


É a conscientização de partes do corpo, como
1 18/03/14 ombros, os cotovelos, os pulsos, os dedos das mãos
e dos pés, os quadris, os joelhos, os calcanhares, a
cabeça, o peito ou qualquer outra parte do corpo para
se mover, de forma lúdica. Propõe coordenar as
funções mecânicas do movimento, como flexionar
(dobrar), estender (esticar) e torcer, possibilitando
uma maior capacidade de ampliação do espaço.
Atividades como sentar, correr, levantar, parar,
2 20/03/14 sacudir, cair, derreter, engatinhar, balançar, deitar,
rolar, pular, rodar, empurrar, são exemplos de ações Soltinho
que podem ser exploradas neste tema.

Tema 2 - Relacionado com a consciência do peso


3 25/03/14 e do tempo: Envolve o movimento de qualquer parte
do corpo (tema relacionado com a consciência
corporal) de forma contínua ou repetitiva, forte ou
leve. Lida com dinâmicas e ritmos do movimento.
Neste caso, o peso tem a ver com um aspecto mais
4 27/03/14 físico do movimento, e o tempo ajuda a decidir em
relação à quando executar algo.

Tema 3 - Relacionado com a consciência do


5 01/04/14 espaço: Aborda a percepção da diferença entre os
movimentos amplos e restritos, envolvendo a
interação de qualquer parte do corpo no espaço, onde
o corpo se move com seu chão, suas paredes e seu
teto. Neste tema o foco não é só o indivíduo, mas
também o uso do ambiente. As atividades devem
6 03/14/14 explora o espaço (no chão, ao lado, em cima do
corpo), utilizando o corpo ou partes do corpo para
desenhar, penetrar, envolver e atravessar o espaço. Bolero

Tema 4 - Relacionado com a consciência da


7 08/04/14 fluência do peso corporal no tempo e no espaço:
Trata-se da fluência e lida com momentos diferentes
no movimento, isto é, quando ocorre a integração da
fluência com o peso, com deslocamentos pelo espaço
em linhas retas ou sinuosas e com ritmos diversos,
8 10/04/14
envolvendo diferentes velocidades, marcados,
batendo-se palmas ou cantando instrumentos.
73

Sessão Data Tema Ritmo

Tema 5 - Relacionado com as adaptações aos


9 15/04/14 companheiros: Quando ocorre a interação de uma
pessoa com o grupo, como por exemplo, um indivíduo
lidera um movimento e as outras pessoas respondem,
fortalecendo a sensação de pertencer a um grupo.
10 17/04/14 Pode ocorrer o contraste de velocidade (rápido ou
lento) e de direção (flexível ou linear).
Gafieira
Tema 6 - Relacionado com o uso instrumental dos
11 22/04/14 membros do corpo: Quando são empregadas partes
do corpo como instrumento. Um exemplo seria utilizar
os membros inferiores para a locomoção, isto é, são
instrumentos para transportar o corpo de um lugar
12 24/04/14 para o outro, podendo ser alterado com gestos de
outras partes corporais.

Tema 7 - Relacionado com a consciência de ações


13 29/04/14 isoladas: Ocorre quando as ações básicas de
esforço, realizadas por diferentes partes do corpo,
podem ser executadas posteriormente em várias
14 06/05/14 direções espaciais, por meio de repetição de ações
isoladas.
Tema 8 - Relacionado com os ritmos
ocupacionais: Desperta a consciência do ritmo do
movimento a uma série de ações de trabalho ou do Salsa
15 08/05/14 cotidiano, envolvendo a participação de todo o corpo,
como serrar, puxar uma corda, cortar, martelar,
parafusar, ferrar, regar, cavar, costurar, escovar, picar
etc.
Tema 9 - Relacionado com as formas de
movimento: É a exploração de todas as direções do
16 13/05/14 movimento, como desenhos angulares ou curvos, por
exemplo, ou a escrita no ar de letras (iniciais de
nomes) ou números.

Tema 10 - Relacionado com as combinações das


oito ações básicas de esforço: Ocorre quando há a
combinação entre duas ou mais ações básicas de
17 15/05/14 Forró
esforço, tais como: retorcer-se, pressionar, deslizar,
flutuar, dar lambadas18 leves, cortar o ar, dar socos
ou dar pequenos toques.

18
Como se o corpo estivesse chicoteando ligeiro, de modo flexível, bem solto. Essas lambadas
podem ser também com as mãos, com os pés ou com o corpo todo.
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Sessão Data Tema Ritmo

Tema 11 - Relacionado com a orientação no


espaço: Quando ocorre uma sequência de
movimentos, onde o indivíduo se dirige até certo
ponto do espaço, que rodeia o corpo, e ocorre a troca
18 20/05/14 de um ponto a outro de forma harmônica e fluida,
construindo desenhos definidos. Estes movimentos
podem se estender sobre todo o ar que circunda o
corpo (movimentos periféricos), ou passam perto do
centro do corpo (movimentos centrais).
Forró
Tema 12 - Relacionado com as figuras e os
esforços, usando diferentes partes do corpo:
Quando toda figura regular é realizada junto com
19 22/05/14
qualquer esforço, onde certas formas ou desenhos se
combinam melhor com diferentes partes do corpo ou
sucessão de movimentos do que outros.

Tema 13 - Relacionado com a elevação do solo:


20 27/05/14 São movimentos onde ocorre a elevação do corpo no
ar, como os pulos e os saltos.

Tema 14 - Relacionado com o despertar da


sensação de grupo: É a integração do movimento
individual do participante com o grupo, isto é, quando
ocorrem movimentos individuais diferentes,
21 29/05/14
mantendo-se as proporções espaciais e as distâncias
exatas entre os indivíduos, constituindo uma
excelente preparação para a realização de danças
com sensibilidade grupal.

Tema 15 - Relacionado com as formações


grupais: São as formações grupais, em formato de Pagode
22 03/06/14 fila, círculo ou desenhos angulares. As formações
podem se alongar ou se encurtar toda vez que a
distância entre os indivíduos aumenta ou diminui.

23 05/06/14 Tema 16 - Relacionado com as qualidades


expressivas ou modos dos movimentos: Quando
os elementos simples do movimento se integram em
24 10/06/14 outros, formando a composição coreográfica.

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