2-Ficha Preparar Exame Global 12o 1

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2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

M7 - TESTE 1

GRUPO I – UMA NOVA ORDEM INTERNACIONAL APÓS 1919


Doc. 1 – OS CATORZE PONTOS DE WOODROW WILSON
O programa da paz mundial é de agora em diante o nosso programa; e o único programa possível é, em nosso
entender, o seguinte:
I. As convenções de paz devem ser abertas e não deve haver acordos particulares de tipo algum e a diplomacia
deve ser sempre franca e à vista de todos. […] VI. Evacuação de todo o território russo […] de modo a garantir a
melhor e livre cooperação de todas as nações com vista a poder, de forma livre e sem constrangimentos,
determinar o seu desenvolvimento político e a sua política interna e assegurar-lhe as boas-vindas à sociedade das
nações livres […]. VIII. O território francês deve ser libertado e as regiões invadidas restituídas […]. IX. O
reajustamento das fronteiras da Itália deve ser resultado do reconhecimento claro dos limites das nacionalidades.
X. Aos povos da Áustria-Hungria, cujo lugar entre as nações queremos salvaguardar e garantir, deve ser dada a
oportunidade para o seu desenvolvimento autónomo. XI. A Roménia, a Sérvia e o Montenegro devem ser
evacuados das tropas e as regiões ocupadas devem ser restituídas; à Sérvia deve ser garantido o livre acesso ao
mar; […] devem ser dadas garantias internacionais de que os Estados Balcânicos se desenvolvam económica e
politicamente de forma independente e que lhes seja garantida a sua integridade territorial. XII. À parte turca do
Império Otomano deve ser garantida a segurança da soberania […] e os Dardanelos devem permanecer abertos
como uma livre passagem para todos os barcos e comércio de todas as nações de acordo com os acordos
internacionais. XIII. Um Estado polaco independente deve ser edificado e deverá incluir os territórios habitados por
populações indiscutivelmente polacas, devendo-lhe ser garantido um acesso livre e seguro ao mar e cuja
independência política e territorial e a integridade territorial devem ser garantidas. XIV. Uma organização geral das
nações deve ser estabelecida sob um pacto específico com o objetivo de assegurar garantias mútuas de
independência política e de integridade territorial tanto para os grandes como para os pequenos Estados.
Discurso do presidente Wilson ao Congresso Americano, 8 de janeiro, 1918.

DOC. 2. – A EUROPA EM 1924

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1. Refira, a partir do documento 1, três transformações geopolíticas resultantes da derrota dos Impérios
e da vitória dos aliados em 1918.
2. Identifique, com base no documento 1, três das propostas defendidas por Woodrow Wilson
consagradas no novo político da Europa e do Médio Oriente (DOC. 2).
3. Identifique a organização responsável pela manutenção da integridade territorial resultante das
alterações geopolíticas do pós-guerra.

II GRUPO – A SITUAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL DA EUROPA E DOS EUA APÓS A PRIMEIRA


GUERRA

Doc. 1 – A PERSPETIVA DE KEYNES SOBRE A SITUAÇÃO ECONÓMICA DO PÓS-GUERRA

O Tratado [de Versalhes] não contém qualquer disposição relativa à recuperação económica da Europa, nada
que seja de molde a transformar os impérios derrotados do centro do Continente em bons vizinhos, nada que
possa estabilizar os novos Estados europeus, nada que aponte para a recuperação da Rússia, do mesmo modo
que de maneira nenhuma promove uma solidariedade económica consistente entre os próprios aliados; não se
acordaram em Paris quaisquer disposições capazes de restabelecer as finanças desequilibradas de França e da
Itália; ou de ajustar os sistemas do Velho e do Novo Mundo […].É extraordinário que os problemas económicos
fundamentais de uma Europa que sucumbia à fome e se desintegrava diante dos seus olhos tenha sido uma
questão para a qual foi impossível atrair o interesse dos Quatro. As reparações foram a sua principal incursão
no terreno económico, e eles consideravam-nas um problema teológico ou político, ou de esquemas eleitorais
[…] exceto o do futuro económico dos Estados cujos destinos tinham nas suas mãos.
John Maynard Keynes, As Consequências Económicas da Paz, 1920.
Doc. 2 – A SITUAÇÃO ECONÓMICA DA EUROPA E DOS EUA (alguns indicadores)
A PRODUÇÃO INDUSTRIAL E O COMÉRCIO DAS CINCO O RENDIMENTO ECONÓMICO AMERICANO
MAIORES POTÊNCIAS (1921-1929)

Parte da produção industrial e do comércio mundial Anos RENDIMENTO RENDIMENTO


em % NACIONAL NACIONAL PER
192 193 1913 .1928 1938 (BILIÕES* DE DÓLARES) CAPITA (DÓLARES)
19 6 a 6 a Exp Imp Exp Imp Exp Imp. 1921 59,4 522
13 192 193
9 8 1922 60,7 553
EUA 35, 42,2 32,2 12,4 8,3 15,4 12,2 14 8,7 1923 71,6 634
Alemanha 8 11,6 10,7 12,3 11,8 8,7 9,2 9,1 8,3 1924 72,1 633
Grã- 14, 9,4 9,2 13,6 15,5 10,7 14,3 10,3 16,9 1925 76 644
Bretanha 3 1926 81,6 678
França 14, 6,6 4,5 6,7 7,4 6,2 5,7 3,9 5,4 1927 80,1 674
Rússia 1 4,3 18,5 - - - - - - 1928 81,7 676
1929 87,2 716
7
Prada, 1992, p. 364.
4,4

1 bilião = 1 milhão de milhões

1. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:


1. Segundo John Keynes, o tratado “não contém qualquer disposição relativa à recuperação económica da
Europa” porque…

(A) preocupou-se apenas com a questão das fronteiras da Polónia e da Rússia.


(B) criou disposições económicas para aproximar vencidos e vencedores.
(C) esqueceu a necessidade de promover a solidariedade e o reequilíbrio financeiro.
(D) procurou responsabilizar a Alemanha pela guerra e recuperar a Rússia.

2. De acordo com John Keynes, os principais problemas que afetavam a Europa eram

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(A) a fome, a desintegração e a dificuldade de recuperação económica.


(B) a fome, a união entre vencedores e vencidos e a facilidade de recuperação económica.
(C) a fome, uma população jovem em crescimento e uma indústria de bens de consumo em
desenvolvimento.
(D) a fome, a unificação de vários países e a falta de produtos agrícolas.

3. As reparações de guerra foram “a principal incursão no terreno económico” e consistiram…

(A) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha à Áustria-Hungria.


(B) na compensação pelos danos de guerra causados pelos países da Tríplice Aliança aos EUA.
(C) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha aos EUA.
(D) na compensação pelos danos de guerra causados pela Alemanha aos Aliados.

4. Keynes atribui a falta de previsão na recuperação económica da Europa ao “interesse dos Quatro” que
eram…

(A) quatro empresas multinacionais americanas que dominavam o comércio e as finanças


internacionais.
(B) quatro impérios causadores das perdas materiais e humanas decorrentes da Primeira Guerra
Mundial.
(C) quatro potências vencedoras da Primeira Guerra: EUA, França, Inglaterra e Itália.
(D) quatro novos países europeus saídos da nova ordem internacional: Polónia, URSS,
Checoslováquia e Jugoslávia.

2. Com base nos indicadores do documento 2, compare a situação económica dos países da Europa
com a dos EUA
IIII GRUPO – O TRIUNFO DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE NA RÚSSIA

Doc. 1 – O TRIUNFO DO PODER DOS SOVIETES

Aos cidadãos da Rússia!


O Governo Provisório foi destituído. O poder de Estado passou para as mãos do órgão do Soviete de Deputados
Operários e Soldados de Petrogrado, o Comité Revolucionário Militar, que está à frente do proletariado e da
guarnição de Petrogrado. A causa pela qual o povo entrou em luta: proposta imediata de uma paz democrática,
abolição dos direitos de posse da terra pelos agrários, controlo operário da produção, criação de um Governo
dos Sovietes – esta causa foi definitivamente assegurada.
VIVA A REVOLUÇÃO DOS OPERÁRIOS, DOS SOLDADOS E DOS CAMPONESES!
Primeira Proclamação do Poder Revolucionário, 25 de outubro, 1917.

Doc. 2 – A ORGANIZAÇÃO DO PODER REVOLUCIONÁRIO


Até à reunião da Assembleia Constituinte é formado um Governo Provisório de Operários e Camponeses, o qual
terá a denominação de Conselho dos Comissários do Povo. A administração dos diferentes setores da atividade
estatal será confiada a comissões, cuja composição será feita de forma a assegurar a execução do programa do
Congresso, em estreita união com as organizações de massas dos operários, das operárias, dos marinheiros,
dos soldados, dos camponeses e dos empregados. O poder governamental assenta no Collegium que é
constituído pelos presidentes dessas comissões, isto é, no Conselho dos Comissários do Povo. […]
Decreto da Constituição do Poder, 25 de outubro, 1917.

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1. Associe cada um dos elementos relacionados com as revoluções de 1917,


presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B

(A) Assembleia formada em Petrogrado, composta por delegados (1) Czarismo


eleitos pelos operários, soldados e camponeses, que se constituíram
como a base do poder popular na Rússia soviética. (2) Revolução
de Fevereiro
(B) Período vivido durante o ano de 1917 durante o qual a ação do
Governo Provisório foi dificultada pela ação e contestação do Soviete (3) Governo
de Petrogrado. Provisório

(C) Regime político de cariz absolutista, vivido na Rússia até 1917, (4) Soviete
marcado pela autoridade absoluta do poder e que acabou com a
abdicação de Nicolau II. (5) Kerenski

(D) Golpe de Estado liderado pelos bolcheviques que institui a (6) Lenine
transferência de poder para o Soviete e que conduz à afirmação do
primeiro Estado socialista do mundo. (7) Revolução
de Outubro
(E) Formado depois da Revolução de Fevereiro, composto por
constitucionais democratas e socialistas moderados, procurou (8) Poder dual
transformar a Rússia num Estado democrático e parlamentar.

2. Explicite, a partir dos documentos 1 e 2, quatro das medidas revolucionárias


tomadas pelos bolcheviques depois da Revolução de outubro.

IV GRUPO – AS TRANSFORMAÇÕES NO COMPORTAMENTO E NA CULTURA

Doc. 1 – A CRISE DOS VALORES NA EUROPA DO PÓS-GUERRA


Nós civilizações tardias …também nós sabemos que somos mortais. […] Estamos conscientes de que a civilização tem a
mesma fragilidade da vida. […] Com os nossos próprios olhos, vemos o trabalho consciencioso, a aprendizagem mais sólida
e a mais séria disciplina e empenho aplicados aos fins mais horríveis. Tantos horrores não teriam sido possíveis sem tantas
virtudes. Sem dúvida, muita ciência foi necessária para matar tantos, para devastar tanta propriedade, aniquilar tantas cidades
num tão curto espaço de tempo […]. A crise militar pode ter terminado. A crise económica ainda nos atinge com força. Mas a
crise intelectual, mais subtil e, pela sua natureza de aparência mais enganadora, dificilmente nos permite compreender a sua
verdadeira extensão […]. Ninguém sabe o que estará morto ou vivo amanhã, na literatura, filosofia, estética; ninguém sabe
que ideias, modos de expressão serão inscritos na lista de vítimas, que novidades serão proclamadas. […] perdeu-se a ilusão
de uma cultura europeia, e o conhecimento mostrou-se impotente para salvar o que quer que fosse; a ciência está ferida de
morte nas suas ambições morais […]; o idealismo mal sobrevive […], o realismo é inútil derrotado e preso aos seus próprios
crimes e erros […], até os céticos perderam as suas dúvidas, recuperaram, e voltaram a perdê-las novamente, não sendo
mais mestres do seu pensamento. [...] Adeus fantasmas! O mundo não precisa mais de vós ou de mim […]. Reina ainda uma
certa confusão; mas dentro em breve tudo se tornará claro, e todos testemunharemos o milagre de uma sociedade animal
[…].
Paul Valéry, La Crise de l’Esprit, 1919 [tradução adaptada].

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Doc. 3 – Ernest Kirchner, Cena


Doc. 2 – A NOVA IMAGEM DA MULHER URBANA NOS ANOS 20 de rua em Berlim, 1913-1914.

Doc. 4 – O EXPRESSIONISMO E O ADVENTO DE UMA NOVA ERA NA ARTE


Nestes tempos de luta por uma nova arte, lutamos como “selvagens” desorganizados contra o poder antigo e
estabelecido. A batalha parece desigual, mas as questões espirituais nunca são decididas pelos números, apenas
pelo poder das ideias. As armas temidas dos “selvagens” são as suas novas ideias. […] Todas as obras de arte
criadas por espíritos verdadeiros e que não consideram as obras convencionais permanecem genuínas para sempre
[…].Estamos hoje num ponto de viragem de duas longas épocas, num estado semelhante ao do mundo há 1500
anos, quando estávamos num período de transição sem arte e sem religião – um período em que as grandes e
tradicionais ideias morreram e quando novas ideias tomaram o seu lugar. […] Os primeiros trabalhos de uma nova
era são extremamente difíceis de definir. Quem pode ver com clareza quais são os seus objetivos e o que se segue?
Mas o facto de eles existirem e surgirem em muitos lugares […], muitas vezes independentes uns dos outros, e por
possuírem uma verdade interior, faz-nos ter a certeza de que são os primeiros sinais de uma nova época que está
para vir […].

Franz Marc, Almanach Der Blaue Reiter, 1912 [tradução adaptada].

1. Identifique a designação atribuída aos comportamentos sociais e à vivência quotidiana nas


cidades dos anos 20.

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2. Associe cada um dos elementos relacionados com as características dos comportamentos e da


cultura nos anos 20, presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna
B:

COLUNA A COLUNA B

(A) Corrente artística com especial destaque na Alemanha que expressa (1) Modernismo
as emoções e as perspetivas do mundo através da obra de arte,
valorizando a interioridade e revelando preocupações políticas e sociais. (2)
Centra as suas obras na essência humana e na natureza. Expressionismo

(B) Movimento reivindicativo que defende o estado de igualdade de direitos (3) Vanguarda
políticos, económicos, culturais e sociais para as mulheres.
(4) Feminismo
(C) Sentimento de descrença nos valores, de vazio, de perda de raízes,
em virtude das mudanças sociais provocadas pelo fim das normas e dos (5) Psicanálise
valores tradicionais de regulação da vida em sociedade.
(6) Relativismo
(D) Movimento cultural e artístico que rompeu com a tradição académica e
valorizou a liberdade de criação, inaugurando um novo sentido estético, (7) Futurismo
baseado na liberdade de criação, na subjetividade e na força emocional.
(8) Anomia
(E) Põe em causa as verdades absolutas e o valor da ciência tradicional, social
aceita a probabilidade e conduz à descrença no progresso e na capacidade
humana em controlar a natureza.

3. Desenvolva o seguinte tema:

Os novos caminhos da modernidade nos comportamentos e na cultura europeia dos anos


20.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
- a mudança dos valores e dos comportamentos na sociedade urbana;
- as características do modernismo na arte e na cultura;
- o expressionismo: uma corrente de vanguarda.

Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.

M7 - TESTE 2

GRUPO I – O IMPACTO SOCIAL E POLÍTICO DA GRANDE DEPRESSÃO: O INTERVENCIONISMO


NOS PAÍSES DE DEMOCRACIA LIBERAL
Doc. 2 – O IMPACTO DA CRISE DE 1929

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Era o fim do mundo para um povo que tinha apostado tudo na riqueza. As indústrias […] não encontravam mais
compradores. O número dos desempregados subia. […] Mas, quando as pessoas cessaram as compras, então o
desemprego aumentou em proporção geométrica, devido à baixa dos preços, à falta de confiança, ao crash de
Wall Street.
André Maurois, Chantiers Américans, 1933.

DOC. 2. – A SITUAÇÃO ECONÓMICA NOS ANOS 30 Doc. 3 – AS PROPOSTAS DE ROOSEVELT PARA A


RECUPERAÇÃO DOS EUA

Para que as nossas fábricas e as nossas quintas


retomem o trabalho com a segurança de conseguirem
escoar os seus produtos, temos de assegurar aos
consumidores os meios de comprar os produtos. Mas,
para que isso aconteça, não podemos ter entre esses
consumidores 12 milhões de desempregados sem
poder de compra. É necessário que esses homens
regressem ao trabalho, pelo que propomos o seguinte:
dividiremos o trabalho entre os homens atualmente
ocupados e os desempregados de forma a suprimir o
desemprego. E faremos isso assegurando a cada
trabalhador um salário mínimo suficiente para viver
[…].
F. D. Roosevelt, Discurso, 1933.

4. Refira, com base nos documentos 1 e 2, três consequências económicas e sociais da crise de 1929.
5. Identifique a política implementada por Roosevelt para fazer face à crise (DOC. 3)
6. Explicite, a partir do documento 3, três das medidas económicas e sociais implementadas por
Roosevelt para enfrentar a crise nos EUA.

II GRUPO – OS FASCISMOS: IDEOLOGIA E PRÁTICAS

Doc. 1 – OS PRINCÍPIOS FASCISTAS


A. É preciso um partido único para que a disciplina económica derive da disciplina política. A liberdade é um cadáver
em putrefação. Nada deve haver acima do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado. Só a guerra conduz
ao máximo de tensão todas as energias humanas. A Nação é a mais alta forma de sociedade que a raça humana
pode desenvolver. O poder executivo não pode ser reduzido a um grupo de manequins que as assembleias fazem
dançar ao sabor dos seus caprichos. Se o liberalismo significa indivíduo, o fascismo significa Estado.

Benito Mussolini

B. O movimento nazi é, na sua essência e na sua organização, antiparlamentar. Aquele que quer ser o chefe carrega,
com a autoridade suprema e sem limites, o pesado fardo de uma responsabilidade total. O Estado totalitário exige de
cada um o cumprimento total dos seus deveres para com a Nação. Forte e bela, eis como eu quero a minha juventude.
Quero que ela aprenda a vencer o temor da morte. O fim supremo do Estado racista deve ser o de assegurar a
conservação dos representantes da raça primitiva.

Adolf Hitler.

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1. Associe, cada um dos elementos relacionados com os princípios ideológicos dos fascismos, presentes
na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B
COLUNA A COLUNA B

(A) Crença na superioridade de uma raça que legitima o domínio e a aniquilação de outros (1) Totalitarismo
povos considerados inferiores.
(2) Culto do
(B) Sentimento de patriotismo exacerbado que exalta a grandeza da nação e aspira à chefe
hegemonia do seu povo, promovendo a conquista territorial.
(3) Militarismo
(C) Culto da força e da violência que promove as virtudes da guerra e do combate, que
substituiu a racionalidade pelo instinto e promove a luta pela defesa do chefe, do Estado, (4)
do povo e da raça. Corporativismo

(D) Sistema político segundo o qual o Estado se sobrepõe ao indivíduo e em que o partido (5) Imperialismo
único promove a ideologia oficial e controla todos os domínios da sociedade e da
economia. A polícia política garante o funcionamento do regime. (6)
Nacionalismo
(E) Defesa do expansionismo territorial e do domínio dos povos considerados inferiores
para edificação de um império que simboliza a grandeza da nação, do povo e da raça. (7) Partido único

(8) Racismo
2. Identifique duas organizações repressivas do fascismo e do nazismo responsáveis pela perseguição
aos opositores.
3. Enuncie, a partir do documento 1B, três das medidas implementadas por Hitler no sentido de concretizar
«o Estado racista».
IIII GRUPO – A EDIFICAÇÃO DO SOCIALISMO NA URSS DE ESTALINE

Doc. 1 – A PLANIFICAÇÃO DA ECONOMIA


A tarefa do plano de cinco anos para a agricultura é transformar a URSS país de pequenos agricultores num país de
grande agricultura organizada a partir do trabalho coletivo, dando o
máximo de produtos para o mercado. O que é que o Partido alcançou
com o plano de cinco anos do programa, ao fim de quatro anos, no
domínio da agricultura? O Partido obteve em vez de 500-600 milhões de
toneladas de trigo por comerciante, arrecadados no tempo da economia
camponesa individual, a capacidade de armazenar 1 200-1 400 milhões
de grãos por ano. O partido ganhou e os kulaks foram derrotados
enquanto classe, apesar de a sua derrota ainda não estar totalmente
concluída; o campesinato laborioso foi libertado da escravidão dos kulaks
e da sua exploração, e uma forte base económica foi assegurada com o
poder dos Sovietes nos campos, a base da economia coletiva. O Partido Julgamentos de Moscovo: 1936-1938.
conseguiu que a URSS de país de pequenos camponeses se transformasse num país da maior agricultura do
mundo. Josef Estaline, 1938.
Doc. 2 – O CULTO A ESTALINE
Os séculos passarão, e as gerações vindouras olharão
para nós como os mais felizes dos mortais, como os
homens mais afortunados, porque vivemos no século
dos séculos, porque fomos privilegiados em ter Estaline,
o nosso líder inspirador. […] Os homens de todas as
épocas chamarão o teu nome, que é forte, belo, sábio e
maravilhoso. […] Tudo te pertence, chefe do nosso
grande país […].
Ó grande Estaline, ó líder dos povos,
Tu que deste vida aos homens.
Tu que frutificaste a terra,
Tu que restauraste os séculos,
Tu que fizeste despontar a primavera, Estaline na festa do seu 62.º aniversário com os principais líderes
[…] mundiais. 8
Ó tu, sol refletido por milhões de corações…
Discurso lido por A.O. Avdienko, 1935.
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3. Explicite, a partir do documento 1, três métodos usados para impor o regime estalinista.
4. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:

1. A organização da economia na URSS ficou a cargo de um organismo central (Gosplan), encarregue


de…
(E) elaborar os planos quinquenais, onde se definiam as regras a implementar nas empresas
privadas.
(F) elaborar os planos septenais, onde se definiam prioridades económicas, revistas de dois em dois
anos.
(G) elaborar os planos quinquenais, onde se definiam prioridades económicas, metas a atingir,
recursos a utilizar.
(H) elaborar os planos anuais, onde se definiam prioridades económicas e regras a implementar nas
empresas estatais.

2. De acordo com Estaline, a deskulakização possibilitou…


(E) a eliminação dos pequenos proprietários agrícolas, a coletivização das terras, a libertação de mão-
de-obra para a indústria e a edificação da igualdade social.
(F) a eliminação dos grandes proprietários agrícolas, a manutenção das pequenas propriedades, a
libertação de mão-de-obra para as quintas coletivas e a criação de um novo grupo social.
(G) a eliminação dos pequenos comerciantes, a criação de redes de distribuição estatal e a libertação
de mão-de-obra para a indústria.
(H) a eliminação dos pequenos proprietários, a eliminação dos pequenos comerciantes e industriais
e a criação de armazéns estatais.

3. A construção de um Estado totalitário provocou a condenação de milhões de pessoas que…


(E) foram obrigadas a pertencer ao partido único, a participar nos desfiles em honra de Estaline.
(F) foram enviadas para campos de concentração e de extermínio ou para o exílio na Alemanha.
(G) foram perseguidas e presas em guetos para serem reeducadas no marxismo-leninismo.
(H) foram deportadas, obrigadas a trabalhar no gulag,
torturadas julgadas e em processos sumários.

4. Estaline foi objeto de veneração e foi seguido como líder


incontestável mediante o recurso a…
(E) propaganda, eleições livres e multipartidárias, festas
comemorativas e altares comemorativos..
(F) propaganda, odes e cânticos, desfiles, festas
comemorativas e eliminação da oposição.
(G) propaganda, livre crítica à liderança, aproximação às
massas, discursos de louvor.
(H) propaganda, divulgação internacional da sua imagem,
espetáculos populares de glorificação.

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IV GRUPO – DA QUEDA DA REPÚBLICA À CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NOVO

Doc. 1 – A INSTABILIDADE DA PRIMEIRA REPÚBLICA


O custo de vida e os salários: 1914-1926

Excerto da primeira página do jornal diário


A Batalha, 7 de agosto, 1922.

Doc. 2 – A NOVA CONCEÇÃO DE ESTADO SEGUNDO OLIVEIRA SALAZAR


A. Não há Estado forte onde o Poder Executivo o não é, e o enfraquecimento deste é a característica geral dos
regimes políticos dominados pelo liberalismo individualista ou socialista, pelo espírito partidário e pelos excessos e
desordens do parlamentarismo. O princípio salutar da divisão, harmonia e independência dos poderes está
praticamente desvirtuado pelos costumes parlamentares e até por normas insertas nas constituições relativas à
eleição presidencial e à nomeação e demissão dos ministros. Essas normas vêm sujeitando, de facto, o Poder
Executivo ao Legislativo, exercido por maiorias variáveis e ocasionais, e à mercê também de votações de centros
partidários estranhos aos poderes públicos.
Oliveira Salazar, “Discurso de 30 de julho de 1930”, Discursos, 1961.

B. Nós não aceitamos a luta de classes produtoras como facto histórico nem como princípio informador da organização
económica e social. Os interesses mediatos, últimos dos indivíduos ou dos grupos, tendem para a unidade do
interesse nacional. Mas os interesses imediatos do operário e do patrão, umas vezes, de operários e operários, outras,
chocam-se amiúde na vida prática, […] sem que devamos deixar de conciliar os interesses opostos, […] em benefício
da normalidade da vida económica. […] É necessário organizar os interesses materiais e morais da Nação – não
abandonados a si próprios, às tendências da sua própria força, mas integrados na harmonia e no interesse comum
que o próprio Estado representa.
Oliveira Salazar, “Discurso de 20 de dezembro de 1933”, Discursos, 1961.

C. Cartaz da União Nacional, 1934.

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2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 3 – CARTAZ COMEMORATIVO DA CAMPANHA DO TRIGO (1929)


Doc. 4 – POPULAÇÃO ATIVA E ATIVIDADE
ECONÓMICA

4. Ordene cronologicamente os seguintes


acontecimentos:
(A) Oliveira Salazar, Presidente do Conselho
(B) Publicação do Ato Colonial
(C) Golpe militar do 28 de Maio
(D) Exposição do Mundo Português
(E) Constituição de 1933

5. Identifique três princípios do modelo de organização


socioeconómica defendido por Oliveira Salazar no
documento 2B.

6. Desenvolva o seguinte tema:

A queda da Primeira República e a afirmação do Estado Novo: a política económica dos


anos 30 e 40 do século XX.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
- a instabilidade económico-social nos últimos anos da República;
- os princípios ideológicos do Estado Novo;
- a política económica do Estado Novo nos anos 30 e 40.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a

M8 - TESTE 3

GRUPO I – O MUNDO BIPOLAR NO SEGUNDO PÓS GUERRA: DA PAZ À GUERRA FRIA

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Doc. 3 – ACORDOS DE POTSDAM

A Conferência de Potsdam, realizada na cidade


alemã do mesmo nome, perto de Berlim, ficou
também conhecida como a Conferência dos Três
Grandes. Reuniu pela última vez os líderes dos
Aliados que estavam prestes a obter a vitória total
sobre a Alemanha. Na imagem podem ver-se,
sentados da esquerda para a direita, o primeiro
ministro do Reino Unido, Attlee, que entretanto
substituíra Churchill, o presidente Truman, dos
EUA, que fora eleito na sequência da morte de
Roosevelt, e Estaline líder da URSS.
Acordos da Conferência de Potsdam, 17 de julho e 2 de agosto,1945.

DOCUMENTO 2 – A EUROPA DIVIDIDA EM DUAS (1945-1949)

1. Identifique a organização responsável pela manutenção da paz no segundo pós-guerra.


2. Explicite, a partir dos documentos 1 e 2, três das caraterísticas da situação da Europa entre 1946-
3. -1949.
4. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:

1. Churchill, em duas ocasiões distintas, lançou um conceito geopolítico que ficou conhecido como…
(A) contenção.
(B) coexistência Pacífica.
(C) Não alinhamento.
(D) Cortina de Ferro.

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2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

2. A doutrina Truman, em termos de política internacional, significou por parte dos EUA…
(A) a urgência na contenção do avanço do comunismo exclusivamente na Europa.
(B) a divulgação da conceção do mundo dividido em dois blocos opostos.
(C) a necessidade de cooperação com a URSS e os seus aliados.
(D) a liderança americana na defesa do socialismo.

3. A URSS fez uso de vários meios para dominar os países de Leste, que se tornaram seus satélites…
(A) aderiu à NATO e à OECE.
(B) promoveu a doutrina Jdanov.
(C) recusou o Plano Marshall e criou a OCDE.
(D) garantiu o direito de escolha livre nos países libertados do domínio nazi.

4. A Guerra Fria correspondeu a um período…


(A) vivido entre 1947 e 1991, durante o qual não se assistiu ao confronto direto entre as duas superpotências,
marcado pela tensão e desconfiança mútua que fez com que o mundo vivesse suspenso no equilíbrio pelo
terror.
(B) vivido entre 1945 e 1989, durante o qual as duas superpotências se confrontaram diretamente em conflitos
localizados em várias partes do Globo, fazendo uma exibição do seu poder militar.
(C) vivido entre 1962 e 1974, durante o qual as duas superpotências se limitaram, através de uma diplomacia
cooperante, a evitar conflitos entre fações rivais.
(D) vivido entre 1952 e 1989, durante o qual a URSS conseguiu superar os EUA e afirmar o comunismo na
Europa e no mundo.

II GRUPO – ÁREAS DE CONFLITO E ESCALADA ARMAMENTISTA DURANTE A GUERRA


FRIA
DOC. 1- A QUESTÃO ALEMÃ (1948) DOC. 2- A CONSTRUÇÃO DO MURO DE BERLIM EM
1961

“Para pôr fim às atividades hostis das forças


provocatórias e militaristas da Alemanha ocidental
[...]: Até que Berlim oeste se torne na cidade livre,
neutra e desmilitarizada, os cidadãos da capital da
República Democrática Alemã necessitam de uma
permissão especial para franquear a fronteira da
Berlim Oeste”.
Decreto Governamental da RDA,
noite de 12 para 13 de agosto,1961.

Doc. 3 - ACORDO PROVISÓRIO ENTRE A URSS E OS EUA PARA A LIMITAÇÃO DE ARMAS


ESTRATÉGICAS OFENSIVAS
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os Estados Unidos da América convencidos de que o tratado sobre
a limitação dos sistemas de mísseis antibalísticos e a presenta convenção provisória […] contribuirão para promover
condições mais favoráveis à prossecução de negociações ativas sobre a limitação dos armamentos estratégicos, e
par diminuir a tensão internacional, reforçando a confiança entre os Estados […].Artº 1 - as duas partes
comprometem-se, a partir do dia 1 de julho de 1972, a não mais empreender a construção de novas rampas de
lançamento terrestres fixas para mísseis balísticos intercontinentais [...]. Artº 2 – As duas partes comprometem-se a
prosseguir negociações ativas para a limitação dos armamentos estratégicos ofensivos.
Convenção Provisória relativa a medidas destinadas a limitar os armamentos estratégicos ofensivos, Moscovo, 26
de maio, 1972 [tradução adaptada].
13
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

1. Enuncie, a partir dos documentos 1 e 2, três dos fatores que fizeram da Alemanha um
cenário de tensão entre os dois blocos.
2. Identifique, com base no documento 3, três dos objetivos das negociações para o
controlo de armamento entre as duas superpotências, durante a década de 70.

III GRUPO – O MUNDO COMUNISTA: EXPANSIONISMO SOVIÉTICO E OPÇÕES


ECONÓMICAS

Doc. 1 – O EXPANSIONISMO SOVIÉTICO

Doc. 2 – A NOVA ORIENTAÇÃO ECONÓMICA SOB A LIDERANÇA DE KRUSHCHEV


É preciso encontrar uma solução, simples e fundada, para um dos principais
problemas colocados no programa do PCUS: organizar um sistema de
planificação e de avaliação da atividade das empresas para que se interessem
verdadeiramente por alcançar metas produtivas mais elevadas, por adotar
novas técnicas e melhorar a qualidade da produção; numa palavra para obter a
máxima eficiência produtiva. […] Isto só será possível se as empresas se
interessarem moral e materialmente na plena utilização das suas reservas, não
só na fase de execução, mas também na da elaboração dos planos. […] Que
propomos concretamente para melhorar a produção? 1 – estabelecer que os
planos das empresas, uma vez aprovado o volume de produção, sejam
completamente elaborados pelas empresas. […] 4 – reforçar e melhorar a
planificação centralizada, remetendo os objetivos obrigatórios para os
sovnarkhoz. […] 6 – fixar um critério elástico de formação de preços para os
novos produtos, para que os mais eficazes sejam rentáveis, tanto para os Capa da revista Time, de
produtores e consumidores, isto é, para o conjunto da economia nacional. novembro de 1953, onde se
“Plano, benefício e prémios”, Pravda, 9 de setembro, 1962 [tradução lê: “Rússia: a nova direção”.
adaptada].

14
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

1. Refira, a partir do documento 1, como se concretizou o expansionismo soviético na Europa.


2. Associe, cada um dos elementos relacionados com o mundo comunista do segundo pós-guerra,
presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.

COLUNA A COLUNA B

(A) Designa os concelhos económicos regionais que, mediante a descentralização, se (1)


encarregavam da gestão económica de uma região, substituindo a planificação da Desestalinização
economia feita centralmente.
(2) Coexistência
(B) Líder soviético a partir de 1956 cuja governação ficou marcada pelo processo de pacífica
renovação económica e pela aproximação aos EUA. Teve um papel determinante,
juntamente com John Kennedy, na resolução da crise dos mísseis de Cuba. (3) Leonidas
Brejnev
(C) Designa o período entre 1953 e 1962, marcado por uma certa acalmia imposta pela
necessidade de controlar o perigo de uma guerra nuclear. Foi atravessado por várias (4) Sovnarkhoz
crises militares e políticas, em diversas áreas geográficas, que provocaram um ambiente
de grave tensão, obrigando a cedências mútuas por parte das duas superpotências. (5) Sovietização

(D) Planos destinados a definir as metas das empresas, ajustados anualmente, com (6) Nikita
possibilidade de serem prolongados por sete anos. Krushchev

(E) Processo implementado por Nikita Krushchev, segundo o qual condenou os erros (7) Planos
do regime de Estaline, nomeadamente o culto da personalidade, e procurou liberalizar quinquenais
o regime, tanto em termos políticos como económicos.
(8) Pacto de
Varsóvia

IV GRUPO – PROSPERIDADE ECONÓMICA E AFIRMAÇÃO DO ESTADO-PROVIDÊNCIA NO


MUNDO CAPITALISTA APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Doc. 1 – A PROTEÇÃO SOCIAL Doc. 2 – O CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL (EM DÓLARES)


Destinado a providenciar o bem-estar geral através do
estabelecimento de um sistema federal de benefícios
sociais e da capacidade dos vários Estados em
providenciarem apoio às pessoas de idade, aos cegos,
aos deficientes, às crianças, ao bem-estar das crianças
e de suas mães, à saúde pública e à administração de
compensações por desemprego, esta lei estabelece um
quadro de Segurança Social, com vista a aumentar os
rendimentos […].
Benefícios socais aos idosos – Todos os indivíduos
[…] têm o direito de receber, a partir dos 65 anos de
idade […] e até à sua morte, um benefício social pago
em prestações mensais
Social Security Act, 14 de agosto, 1935 [tradução
adaptada].

15
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 3 – A SOCIAL-DEMOCRACIA: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS

Nos anos 60 reformámos o sistema educativo nos diferentes graus, ao mesmo


tempo que o número de alunos aumentava de modo quase explosivo. […] Nos
anos 60, construímos quase 900 mil apartamentos, o que significa que,
durante este período, 2,5 a 3 milhões de suecos mudaram-se para novas
casas. As pensões praticamente duplicaram, o sistema de seguros de saúde
foi reformado […]. Decidimos alargar o apoio aos idosos […]. O número de
pensionistas aumenta anualmente. […] Estes são os quatro campos centrais
da política nos próximos cinco a dez anos – política regional e reforma dos
impostos, conservação do meio ambiente e educação de adultos, política
cultural e abastecimento de eletricidade, serviços de saúde e de transportes.
[...] Estes objetivos da política a longo prazo são construídos de acordo com
as experiências da década de 60. […] Em primeiro lugar, precisamos de uma
economia em expansão. O progresso social provém do crescimento. […] A
Social-Democracia não admirou o crescimento económico por si mesmo. Mas
aprendemos com a experiência que o aumento da produção é importante para Doc. 4 – O ESTADO-PROVIDÊNCIA
aqueles que desejam criar uma sociedade justa. […] A segunda condição é Cartaz inglês alusivo ao modelo de Estado do
estritamente de política económica […]. A mudança da nossa sociedade deve segundo pós-guerra, onde se pode ler: “Tem 2
ser feita através do fortalecimento económico. A terceira condição diz respeito ou mais filhos na sua família? Se sim, peça nos
à nossa visão da sociedade e à nossa ideologia. […] A visão da social- correios a requisição para o abono de família”.
democracia de uma sociedade solidária e cooperante permanece. Exigimos
uma sociedade forte que possa proteger a segurança dos seus cidadãos.
Pedimos sacrifícios sob a forma de elevados impostos. Estamos preparados
para intervir na economia com vista a realizar os interesses essenciais
Olof Palme, A Política para os Anos 70, dos cidadãos.
Discurso proferido no Congresso do Partido Social Democrata Sueco, 4 de
outubro, 1969.

1. Refira, a partir do documento 2, três dos fatores responsáveis pelo crescimento económico nos
países capitalistas a partir da Segunda Guerra Mundial.
2. Identifique a designação atribuída ao período de crescimento económico vivido no mundo
capitalista.
3. Desenvolva o seguinte tema:

A afirmação do Estado-Providência: das origens à sua consolidação no segundo pós-guerra.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
- origens do Estado-providência como resposta à crise do capitalismo;
- contexto político e ideológico da afirmação do Estado-Providência na Europa;
- realizações do Estado-Providência a partir dos anos 50.

Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.

16
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

M8- TESTE 4

GRUPO I - ESTAGNAÇÃO DO MUNDO RURAL E EMIGRAÇÃO

Doc. 2 - POPULAÇÃO ATIVA – Continente e Ilhas (1970-1991)


Doc. 1 - POPULAÇÃO AGRÍCOLA EM
PORTUGAL (1940-1960)- em % da população ativa (%)

Doc. 3. – A REGULAMENTAÇÃO DA EMIGRAÇÃO DURANTE O ESTADO NOVO


A. Considerando que o Estado tem o direito e o dever de coordenar e regular
a vida económica e social da nação, com o objetivo de estabelecer o
equilíbrio populacional, das profissões, dos empregos, do capital e do
trabalho e, também, de desenvolver a povoação dos territórios nacionais,
proteger os emigrantes e disciplinar a emigração […] o governo decreta […]
o seguinte: art. 1.º - […] quando as circunstâncias especiais o impuserem, o
Governo pelo Ministro do Interior poderá determinar a suspensão total ou
parcial da emigração para determinado país ou região. art. 2.º - compete ao
Ministro do Interior, […] conforme os casos estabelecer, de harmonia com a Embarque de colonos portugueses
com destino a Angola, 1955.
evolução das circunstâncias as normas relativas ao condicionamento da
emigração. art. 3.º - […] os portugueses que se proponham ausentar-se do
território nacional […] deverão ser portadores de passaporte de emigrante.
[…] art. 5.º - o recrutamento no país, de indivíduos de nacionalidade
portuguesa para trabalharem no estrangeiro depende de autorização da
Junta de Emigração […].

Decreto-Lei n.º 44 427, 29 de junho, 1962.

B. art.4º - a concessão de passaporte de emigrante é pedida por meio de


requerimento no qual o impetrante*requerente declare onde pretende
estabelecer-se, e que será instruído com documentos destinados a provar:
1º. a sua identidade; 2º. que tem a saúde e robustez física necessárias; 3º.
que tem trabalho ou manutenção assegurada no país de destino […]; 4º. que
tem autorização de entrada no país de destino; 5º. que a manutenção das
pessoas de família a seu cargo fica devidamente assegurada; 6º. que, sendo
maior de 18 e menor de 45 anos, satisfaz os preceitos das leis e
regulamentos militares aplicáveis; […] 9º. que tem habilitações literárias
exigidas por lei.

Decreto-Lei nº 44 428, 29 de junho, 1962.

1. Refira, com base nos documentos 1 a 3, três consequências económicas e sociais da


estagnação do mundo rural.
2. Apresente três características da emigração portuguesa entre os anos 50 e 70.

17
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

II GRUPO - AS OPÇÕES DO CRESCIMENTO ECONÓMICO PORTUGUÊS (DE 1950 A 1970)


Doc. 1 - A EVOLUÇÃO COMPARADA DO PIB PER CAPITA (em dólares por referência ao valor de 1990)

(a)Com a Grécia e a Turquia a partir de 1913


Fonte A. Maddison, 1995, cit Ramos Silva, A regulação da economia no salazarismo,
ISEG/Universidade Técnica de Lisboa, 1999.

DOC. 2- NOVAS PERSPETIVAS FACE ÀS OPÇÕES DA ECONOMIA PORTUGUESA SEGUNDO MARCELO CAETANO
Deixaremos então perecer a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem de mais
precioso na Filosofia, e na Arte, na Ciência e na Técnica, e do qual irradiaram para o resto do orbe*mundo,
generosamente, as conceções, as invenções e as formas de vida que os outros povos hoje utilizam, mesmo
quando delas desdenham? É certo que o que individualiza a Europa é a sua Cultura, o seu espírito portanto. A
Europa é um espírito. Mas nenhum espírito pode subsistir nesta condição terrena, que é a nossa, sem um
invólucro, uma base material. Se a independência das Nações me parece indispensável à manutenção do
espírito europeu, […] nada impede que os Estados europeus colaborem mais intimamente entre si na
prossecução de fins comuns, pondo ponto a velhas rivalidades que só têm concorrido para as suas dificuldades
presentes. A atual comunidade dos Seis tem uma população à roda dos 170 milhões de habitantes e o seu
comércio externo representa 1/5 do valor do comércio mundial. A sua produção de carvão é um sétimo da
produção de todo o Mundo, e produz a quinta parte do aço também em relação à produção mundial. Estamos,
portanto, perante uma realidade muito séria e que seria imprudente desconhecer.
Marcello Caetano, O Planeamento até ao II Plano de Fomento (1959).
http://www.isa.utl.pt/ceap/index_files/memoria&prospectiva1.pdf

1. Identifique a lei criada em 1945 com vista a dinamizar a economia e a criar novas indústrias.
2. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:
1. A “evolução comparada do PIB” permite afirmar que Portugal era, nos anos 50, um país…
(A) economicamente atrasado face aos restantes países europeus.
(B) economicamente desenvolvido face à Grécia e a Espanha.
(C) economicamente mais desenvolvido que a Irlanda.
(D) economicamente desenvolvido devido ao dinamismo do setor agrícola.
2. A “evolução do PIB” nos anos 70 permite concluir que…
(A) os planos quinquenais possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(B) os planos de industrialização possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(C) os planos de fomento possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
(D) os planos diretores possibilitaram o crescimento da economia portuguesa.
3. Marcello Caetano ao afirmar que “a Europa - este continente ao qual a civilização moderna teve o que tem
de mais precioso ( …) A Europa é a sua Cultura (…) A Europa é um espírito”, revela…
(A) interesse por que Portugal se mantenha isolado na Europa.
(B) interesse político pela aproximação de Portugal à Europa.
(C) vontade em aderir imediatamente ao projeto europeu.
(D) interesse na manutenção da política de autarcia.

18
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

4. Marcello Caetano ao afirmar que “ (…) se a independência das Nações me parece indispensável (…) nada
impede que os Estados europeus colaborem (…) entre si na prossecução de fins comuns” defende…
(A) o valor do Estado-Nação acima de tudo embora aberto à cooperação multilateral.
(B) a autarcia em ligação com o corporativismo.
(C) o reforço do poder dos Estados mediante a formação de uma federação de Estados Europeus.
(D) a soberania dos Estados europeus integrados no que Churchill designou como “Estados Unidos da
Europa”.
3. Refira, a partir do documentos 1 e 2, três das opções da economia portuguesa no final da década
de 60 a 1973.

III GRUPO – A POLÍTICA COLONIAL APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: FOMENTO


ECONÓMICO E MANUTENÇÃO DO COLONIALISMO
Doc. 1 - MOVIMENTO DE PASSAGEIROS ENTRE PORTUGAL E AS SUAS COLÓNIAS (1938-1974)

NUNO VALÉRIO (coord.), Estatísticas históricas, 2001.

Doc. 2 - SALAZAR E A POLÍTICA ANTICOLONIALISTA INTERNACIONAL


A. Aqui e no Ultramar, […] o Português de qualquer cor ou raça sente essa unidade tão vivamente que toma
as discussões como ameaças [ao] espírito da unidade: seria pensar numa espécie de exclusivo ou privilégio
que negasse a um português o direito de trabalhar ou de servir em qualquer fração do território, segundo as
suas aptidões. O Governo tem o espírito aberto a todas as modificações da estrutura administrativa, menos
às que possam atingir a unidade da Nação e o interesse geral.
Salazar, Discurso, 30 Março, 1956.

B. As últimas considerações levam-me a encarar […] problemas de África. Literalmente a África arde; arde
mesmo nas […] das fronteiras portuguesas. E porque arde a África? Não pensemos que é […] pela fatalidade
de um movimento histórico que arrasta as suas populações para a rebeldia, a subversão, a forçada dispersão
e independência; arde porque lhe deitam o fogo de fora. […] Repetirei uma velha ideia, hoje, ao que parece,
generalizada: a África é o complemento da Europa, imprescindível à sua defesa, suporte necessário da sua
economia. […] Nós não pensamos em negar o relativo atraso de algumas regiões e a deficiência de alguns
serviços. É evidente faltarem estradas e pontes, faltarem hospitais, faltarem escolas, e faltarem até,
senhores, elementos de polícia e forças de defesa. Porque milagre então, de Timor a Cabo Verde, há paz e
todos podem notar o tranquilo viver das populações? Porque pode atravessar-se de lés-a-lés Angola ou
Moçambique, não se contando senão com a boa disposição do nativo, a sua fraterna ajuda, no fundo o seu
portuguesismo?

Salazar, Discurso, 23 de Maio, 1959.

19
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 3 – A CONDENAÇÃO INTERNACIONAL DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

A. A Assembleia Geral […] convida os membros administrantes a examinar a conveniência de adotar nos
1. Identifique,
territórios com uma
não autónomos base política
no documento 4, três dos
de investimento objetivos
que queo orientaram
assegure a política
desenvolvimento de
económico
colonização e desenvolvimento económico das colónias
equilibrado e o progressivo aumento do rendimento per capita dos habitantes desses territórios.
2. Compare, com base nos documentos 2 e 3, os argumentos utilizados por Salazar e pela ONU
Resolução 1329 da ONU, 12 de dezembro, 1958.
quanto ao colonialismo.
B. Reconhecendo que o desejo de independência é a aspiração certa dos povos que estão subjugados à
dominação colonial e que a negação do direito de autodeterminação desses povos constitui uma ameaça ao
IV GRUPO - DA APARENTE ABERTURA DO REGIME DO ESTADO NOVO À “PRIMAVERA
bem-estar da humanidade e à paz internacional;
MARCELISTA”: conscientes das
A LIBERALIZAÇÃO suas responsabilidades
FRACASSADA mediante o artigo
(1958-1974)
14 da Carta; sabendo que o Governo de Portugal não transmitiu informações sobre os territórios que estão
sob a sua administração […] e não expressou qualquer intenção de o fazer […] 1. Considera que os territórios
sob administração portuguesa […] são territórios não autónomos […]. 2. Declara que há a obrigação, por parte
de Portugal, de transmitir informação […] sobre esses territórios sem mais demoras.
Resolução 1541 da ONU, 15 de dezembro, 1960.

Doc. 1 - A CAMAPANHA DE HUMBERTO Doc. 2 - MANIFESTAÇÕES DE ESTUDANTES


DELGADO NO PORTO, 1958 UNIVERSITÁRIOS, 1969

Doc. 3 – MARCELLO CAETANO – PERSPETIVA SOBRE AS ELEIÇÕES E POLÍTICA ULTRAMARINA


Encerra-se hoje a campanha eleitoral […], que decorreu de modo ordeiro. […] Os candidatos da oposição que […]
deliberaram ir às urnas comunicaram que o faziam “apesar das intimidações recebidas”. […] O governo não intimidou
ninguém. […] Do que o governo tem sido acusado […] é da liberdade com que, em escritos e discursos, se
propagandearam doutrinas subversivas, se fez a apologia da greve e da ação direta, se atacou a posição de Portugal
no Ultramar […]. Fala-se por vezes em regressar ao regime dos partidos: estaremos nós dispostos a tolerar a
intromissão na vida política portuguesa de partidos filiados, dependentes e observantes de Internacionais, seja a
segunda ou seja a terceira, apresente-se ela colorida com o amarelo do socialismo ou o vermelho cor de sangue do
comunismo? […] Viu-se nesta campanha eleitoral que havia quem discutisse a política ultramarina, empregando […]
muitas das razões, dos argumentos e das soluções apresentados no estrangeiro pelos adversários de Portugal. […]
Temos de responder-lhes internamente, como o fazemos nas assembleias internacionais. E precisamos de mostrar ao
mundo que o governo, ao seguir determinada política, tem o apoio do eleitorado. […] Assumi há um ano as minhas
[responsabilidades]. Não fujo a elas. Agora cumpre ao eleitorado tomar as suas. Eu tenho a certeza de que ele saberá
escolher a causa da Pátria, a causa da Ordem, a causa do Ultramar português!
Comunicação de Marcello Caetano ao país, através da RTP, 24 de outubro, 1969.

20
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 4 - CARTA DE MARCELLO CAETANO A KAÚLZA DE ARRIAGA 1 (1971)


Tenho seguido com a mais desvelada atenção todos os problemas ligados à luta em África. Os comandantes-chefes
queixam-se sempre da falta de recursos – em dinheiro, homens, material. E não lhes posso negar razão. Mas nós
atingimos o limite máximo do esforço financeiro ao consagrar quase 45 % das receitas às despesas militares e de
segurança. O Ministério das Finanças declara também, com razão, que é impossível ir mais longe.

1- Comandante-chefe das Forças Armadas em Moçambique de 1970 a 1973.

1. Associe os elementos da coluna A, relacionados com a o processo eleitoral em Portugal no


segundo pós-guerra, às designações correspondentes que se encontram na coluna B.

COLUNA A COLUNA B

(A) Fundado em outubro de 1945 reuniu diversas correntes de oposição ao Estado Novo. (1) Norton Matos

(B) General, apresentado como candidato pela União Nacional às eleições presidenciais de (2) Craveiro Lopes
1951 e que assumiu o cargo até 1958.
(3) Quintão
(C) Contra-almirante apoiado pela União Nacional que defrontou Humberto Delgado nas Meireles
eleições presidenciais de 1958.
(4) MUD
(D) General que se apresentou como candidato oposicionista às eleições presidenciais de
1949 e que por não ter garantias de um ato eleitoral isento retirou a sua candidatura. (5) Arlindo Vicente

(E) Designa as várias forças de oposição ao Estado Novo que congregou diferentes (6) Oposição
organizações e figuras políticas, responsável pela apresentação de candidatos às eleições democrática
legislativas e presidenciais, a partir de 1945.
(7) Óscar Carmona

(8) Américo
Thomaz

2. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos:


(A) Portugal e o Futuro, de António de Spínola
(B) Abandono da Assembleia Nacional dos deputados da ala liberal
(C) Marcello Caetano nomeado Presidente do Conselho
(D) Candidatura de Humberto Delgado
(E) III Congresso da Oposição Democrática

3. Desenvolva o seguinte tema:

Do sobressalto político de 1958 à “primavera marcelista”: limitações do reformismo político


e impacto da guerra colonial na desagregação do Estado Novo (1958-1974).

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:

- a radicalização das oposições a partir de 1958;


- reformismo político e continuidade durante a “primavera marcelista”;
- contestação internacional e interna à política colonial do regime.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.

21
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

M8- TESTE 5
GRUPO I - A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO
Doc. 1 - A DENÚNCIA DA SITUAÇÃO POLÍTICA E MILITAR NO Doc. 2 - A PERSPETIVA DO GENERAL SPÍNOLA SOBRE A
ULTRAMAR POR UM GRUPO DE CATÓLICOS POLÍTICA COLONIAL
A verdade é que todos nos deixámos instalar nesta guerra, que a Haveremos de continuar em África. Sim! Mas não pela
admitimos como inevitável e imposta; que nos acobardámos sob a força das armas, nem pela sujeição dos africanos, nem
desculpa dos riscos que corre quem ousa pôr dúvidas à sua justiça pela sustentação de mitos contra os quais o mundo se
encarniça. […]
e à sua legitimidade; que somos todos cúmplices de uma
Temos plena consciência dos riscos que se correm na
conspiração de silêncio à sua volta. Na verdade, procuramos fazer linha política preconizada, baseada na abertura, na
a nossa vida normal e considerar em paz a nossa consciência liberalização, na segurança cívica, na africanização, na
enquanto em África aldeias inteiras são arrasadas, populações autonomia dos territórios ultramarinos e no respeito pelo
dizimadas, prisioneiros porventura torturados e assassinados; direito dos povos a disporem de si mesmos, única via de
enquanto homens, mulheres e crianças ficam estropiados física e solução para os problemas nacionais; mas temos
moralmente para toda a vida; enquanto milhares de jovens igualmente plena consciência dos riscos bem mais graves
continuam sem acesso a um ensino adequado, populações inteiras que envolve a sua ignorância ou a sua negação.
sem assistência médica suficiente, multidões de operários sem António de Spínola, Portugal e o Futuro, 1974.
possibilidades de trabalho na sua pátria.
Carta de um grupo de católicos, enviada ao Cardeal Patriarca de
Lisboa, no ”Dia Internacional da Paz”,1 de janeiro, 1969.

por um grupo de católicos

Doc. 3 - A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL

A. Primeira página do jornal República de 25 de abril de 1974 a dar conta da revolução ocorrida de madrugada.
B. No cartaz de propaganda do Partido Popular Democrático (PPD) pode ler-se:
“ O ABRIR EM PORTUGAL/25 DE ABRIL 1974”.

3. Identifique, com base nos documentos 1 e 2, três das características da situação política no
período final do Estado Novo.
4. Refira, a partir dos documentos, em que consistiu a Revolução de 25 do Abril de 1974.

5. Selecione a opção correta para cada uma das seguintes afirmações:


1. A afirmação «As Forças Armadas tomaram o poder» refere-se…
(A) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MFA, um movimento de
militares, sobretudo capitães, com reivindicações políticas.
(B) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MFA, um movimento de
militares, sobretudo capitães, com revindicações de natureza corporativa.
(C) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo movimento de capitães,
constituído por altas patentes do exército, com reivindicações económicas.
(D) ao golpe ocorrido na madrugada de 25 de abril de 1974 implementado pelo MCA, um movimento de
capitães, com reivindicações político-militares.

22
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

2. A defesa da ideia de que «Haveremos de continuar em África. Sim! Mas não pela força das armas […]» por
António de Spínola revela que…
(A) na obra O Futuro de Portugal, publicada em 1974, a guerra colonial em curso tinha solução militar desde
que houvesse um reforço de meios militares e humanos nas colónias.
(B) na obra Portugal e o Futuro, publicada em 1974, a guerra colonial em curso não tinha solução militar,
podendo ser resolvida apenas pela via política.
(C) na obra Portugal e o Futuro, publicada em 1975, a guerra colonial em curso não tinha solução militar,
podendo ser resolvida apenas pela via política.
(D) na obra Portugal Que Futuro?, publicada em 1974, a solução para o problema do ultramar era conciliar
a via militar com a via negocial.
3. Para o sucesso de “ O ABRIR EM PORTUGAL/25 DE ABRIL 1974” foi determinante Otelo Saraiva de Carvalho
que…
(A) planeou o golpe do 25 de Abril de 1976, com a operação “Regime no Fim”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e derrubar o Estado Novo.
(B) planeou o golpe do 25 de Abril de 1974, com a operação “Fim-Regime”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e derrubar o Estado Novo.
(C) planeou o golpe do 25 de Abril de 1974, com a operação “Fim-Regime”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e do Porto e derrubar o Estado Novo.
(D) planeou o golpe do 25 de Abril de 1975, com a operação “Regime no Fim”, que devia tomar pontos
estratégicos de Lisboa e afastar Salazar do poder.
4. Para o sucesso revelado na afirmação «As Forças Armadas tomaram o poder» foi fundamental a ação
desempenhada por Salgueiro Maia, um…
(A) capitão de Abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Torres Vedras e que no
Quartel da Pontinha conseguiu a rendição de Marcello Caetano.
(B) capitão de Abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel
do Carmo conseguiu a rendição de Oliveira Salazar.
(C) capitão de Abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel
do Carmo conseguiu a rendição de Marcello Caetano.
(D) capitão de Abril que comandou a coluna da Escola Prática da Cavalaria de Santarém e que no Quartel
do Carmo conseguiu a rendição do general Spínola.

II GRUPO – DO FIM DAS ESTRUTURAS DO ESTADO NOVO AO DESENCADEAR DE TENSÕES


POLÍTICO-IDEOLÓGICAS NA SOCIEDADE E NO INTERIOR DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
Doc. 1 – O FIM DAS ESTRUTURAS DO ESTADO NOVO
O Movimento das Forças Armadas Portuguesas, na profunda convicção, de que interpreta as aspirações e os interesses da
esmagadora maioria do povo português e de que a sua ação se justifica plenamente em nome da salvação da Pátria, […] proclama
e compromete-se a garantir a adoção das seguintes medidas […]
B. Medidas a curto prazo:
1. […] a Junta de Salvação Nacional escolherá, de entre os seus membros, o que exercerá as funções de Presidente da República
Portuguesa […]. 2. Após assumir as suas funções, o Presidente da República nomeará o Governo Provisório Civil que será composto
por personalidades representativas de grupos e correntes políticas […]. 5. o Governo Provisório […] obrigar-se-á a promover
imediatamente: a) a aplicação de medidas que garantam […] o futuro exercício efetivo da liberdade política dos cidadãos. b) a
liberdade de reunião e de associação. Em aplicação deste princípio será permitida a formação de “associações políticas”, possíveis
embriões de futuros partidos políticos, e garantida a liberdade sindical, de acordo com lei especial que regulará o seu exercício. c) a
liberdade de expressão e pensamento sob qualquer forma.[…] : 1. a extinção dos “tribunais especiais” […]. 6. O Governo Provisório
lançará os fundamentos de: a) uma nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em particular das camadas da
população até agora mais desfavorecidas […]. b) uma nova política social que, em todos os domínios, terá […] como objetivo a
defesa dos interesses das classes trabalhadoras […]. 8. a política ultramarina do Governo Provisório […] orientar-se-á pelos
seguintes princípios: a) reconhecimento de que a solução nas guerras do ultramar é política, e não militar […].
Programa do Movimento das Forças Armadas, 1974.

Programa do Movimento das Forças Armadas, 1974.

1. Identifique, a partir do documento 1, três das medidas destinadas a pôr fim às estruturas do
Estado Novo.

23
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

2. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos:


(A) Verão Quente
(B) Golpe de 25 de Novembro
(C) Manifestação “Maioria silenciosa”
(D) Eleições para a Assembleia Constituinte
(E) Golpe de 11 de Março
3. Associe os elementos da coluna A, referentes às tensões político-ideológicas sentidas a partir de
maio de 1974, às designações correspondentes que constam na coluna B

COLUNA A COLUNA B

(A) Corresponde ao período dos Governos Provisórios, associado ao nome do primeiro- (1) COPCON
ministro, e que foi marcado pela radicalização da vida política nacional.
(2) Reforma
(B) Período de radicalização revolucionária com vista a conduzir o país para o socialismo, agrária
marcado pela assinatura do Pacto MFA/Partidos, que manteve o Conselho da Revolução
como órgão de soberania depois das eleições para a Constituição. (3) Gonçalvismo

(C) Período em que culminou o processo de radicalização da vida política, entre junho e (4) Poder
setembro de 1975, em que se promoveu o controlo da economia por parte do Estado e popular
dos trabalhadores e durante o qual se pôs em causa o processo de democratização e a
consagração das liberdades. (5) PREC

(D) Criado depois do golpe do 11 de março de 1975 era composto exclusivamente por (6) Verão
militares e tinha por objetivo institucionalizar o programa do MFA e constituir-se como um Quente
centro de poder.
(7) 11 de Março
(E) Comando Operacional do Continente, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, cujo de 1975
objetivo era cumprir os ideais da Revolução, que se afirmou como um órgão de poder
durante o processo de transição para a democracia. (8) Conselho da
Revolução

III GRUPO – POLÍTICA ECONÓMICA ANTIMONOPOLISTA E INTERVENÇÃO DO ESTADO NOS


DOMÍNIOS ECONÓMICO E FINANCEIRO
Doc. 1 - A EXPROPRIAÇÃO DAS TERRAS
Os latifundiários constituíram o estrato social dominante no
campo, durante o fascismo. Esse domínio […] assentou na
exploração desenfreada da massa dos operários agrícolas e na
espoliação e submissão dos pequenos agricultores. […]
Artigo 1º - Ficam sujeitos a expropriação […] os prédios
rústicos que se encontrem nalguma das seguintes situações
[…]: a) Mediante a aplicação da tabela anexa a este diploma,
se verifique corresponderem a mais de 50 000 pontos ou […]
ultrapassem a área de 700 hectares; c) Estejam incultos […].
Decreto-lei nº 406-A/75, de 29 de julho, 1975.

Doc. 2 – AS NACIONALIZAÇÕES

Considerando a necessidade de concretizar uma política económica antimonopolista que sirva as classes
trabalhadoras e as camadas mais desfavorecidas da população portuguesa, no cumprimento do Programa do
Movimento das Forças Armadas. […] Considerando que os recentes acontecimentos de 11 de Março vieram pôr em
evidência os perigos que existem […] se não forem tomadas medidas imediatas no campo do controlo efetivo do poder
económico. […]
Nestes termos […] o Conselho da Revolução decreta […]: ARTIGO 1.º - 1. São nacionalizadas todas as instituições
de crédito com sede no continente e ilhas adjacentes […]. 2. As condições de reembolso dos acionistas das instituições

24
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

nacionalizadas […] serão estabelecidas em legislação a publicar pelo Governo dentro de noventa dias. […] ARTIGO
3.º - O Primeiro-Ministro […] nomeará por despacho uma comissão administrativa para cada uma das instituições
nacionalizadas […], composta por três a cinco elementos de reconhecida competência em problemas bancários […].
Decreto-Lei n.º 132-a/75, de 14 de março, 1975.

1. Identifique a lei que permitiu concretizar os objetivos presentes no documento 1.


2. Explicite, com base nos documentos 1 e 2, três das características da política económica
implementada entre abril de 1974 e novembro de 1975.

IV GRUPO - A OPÇÃO CONSTITUCIONAL E O IMPACTO POLÍTICO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL

Doc. 1 - DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, GENERAL COSTA GOMES, NA CERIMÓNIA DE


PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1976
[Na constituição] se consignam, como objetivos fundamentais do Estado, a promoção da independência nacional,
em termos tanto políticos, como económicos, sociais e culturais; a democratização da vida pública, garantindo-se o
respeito e a defesa intransigente da democracia e da liberdade; e ainda a adequação da riqueza ao seu fim social,
criando-se as condições que permitam promover o bem-estar e melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Aos
olhos dos portugueses e do Mundo, surge como um texto que, apontando finalidades eminentemente progressistas,
reconhece a realidade resultante das grandes mudanças operadas na vida nacional, reflete os anseios de futuro
melhor que em nós existe e reconhece o direito de homens expressarem livremente a sua vontade e as suas razões.
[...] Integrando, ainda, nos órgãos de soberania, o Conselho da Revolução, a Constituição Política empenhou
decisivamente as FA e comprometeu inteiramente todos os militares na defesa intransigente da democracia […]
momento decisivo de uma nova fase da caminhada em direção à democracia e ao socialismo. […] [A Constituição
é um] instrumento básico para a construção, em liberdade e em paz, da sociedade que ambicionamos para todos
nós, em Portugal. [as Forças Armadas] vinculadas como já estão por outras normas constitucionais, nomeadamente
a Lei n.º 17/75, de 26 de Dezembro, agirão com escrupuloso respeito da Constituição, acatando as decisões dos
órgãos do Poder que, nos seus termos, forem legitimamente investidos e serão o garante último da sua defesa.
Costa Gomes, Discurso na cerimónia da promulgação da Constituição de 1976, Excertos.

DOC. 2 - A CONSTITUIÇÃO DE 1976


Preâmbulo da Constituição Portuguesa de 1976
A 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português 25e
interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o
início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa. A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e
liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

DOC. 4 A REVOLUÇÃO DE ABRIL VISTA DE FORA

Doc.3 – OS OBJETIVOS DA REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL NA ASSEMBLEIA DA ONU


Sou o Chefe de Estado dum país que, depois de humilhado por meio século de ditadura, soube iniciar na longa noite
de 25 de abril uma revolução sem sangue que outros classificaram de a mais pura do século. Estamos perfeitamente 26
determinados a salvaguardar a pureza dos principais objetivos revolucionários: - Devolver ao Povo Português a
dignidade perdida, implantando condições de vida mais justa, com instituições democráticas pluralistas legitimadas
na vontade do povo livremente expressa; - iniciar o processo irreversível e definitivo de descolonização dos territórios
sob administração portuguesa. Não mais admitiremos trocar a liberdade de consciência coletiva por sonhos
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

1. Refira três dos objetivos do MFA refletidos no Preâmbulo da Constituição de 1974.


2. Desenvolva o seguinte tema:
A estabilização do regime constitucional a partir de 1976: a promulgação da Constituição e
o reconhecimento internacional do Portugal democrático.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
- o caráter democrático e descentralizador da Constituição de 1976;
- o caráter socialista e mais revolucionário da Constituição de 1976;
- as repercussões internacionais da Revolução de Abril de 1974.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.

M9 – TESTE 6
I GRUPO - O FIM DO BIPOLARISMO
Doc. - 2 UMA NOVA POLÍTICA PROPOSTA POR GORBATCHEV
Perestoika é uma
Doc. 1 – AS FRONTEIRAS ABREM-SE
necessidade urgente
que desponta do
processo profundo de
desenvolvimento na
nossa sociedade
socialista. Esta
sociedade está pronta
para a mudança. Há
Circulação de cidadãos, a 10 de novembro de muito que a deseja. […] a partir dos anos 80. […] a
1989, depois da abertura da barreira de controlo
economia estava a abrandar. Nos últimos quinze anos,
da fronteira de Berlim oriental para Berlim
ocidental, após o início da queda do Muro de o PIB ….no início dos anos 80, caiu para um nível
Berlim a 9 de Novembro de 1989. próximo da estagnação económica. Um país que se
aproximava das nações mais avançadas do mundo começou a perder, progressivamente, terreno. Para além do mais,
a produção deixou de ser eficiente, a qualidade dos produtos diminuiu, houve um atraso científico e tecnológico […].
Perestroika só pode chegar através da democracia… Esta nova atmosfera é, talvez, manifestada de forma mais viva
na glasnost. Queremos mais abertura em todos os assuntos da vida pública […]. Precisamos tanto da glasnost como
necessitamos de ar…
Mikhail Gorbachev, Perestroika – Um Novo Olhar sobre o Nosso País e o Mundo, 1987 [tradução adaptada].

27
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 3– A DESINTEGRAÇÃO DA URSS


1. Indique, a partir dos documentos 1 e 3, três das
consequências dos acontecimentos representados.

2. Selecione a opção correta para cada afirmação.


1. Quando Gorbatchev assumiu o poder, a URSS debatia-se
com graves problemas económicos. Por isso defendeu a
adoção de uma política designada…

(A) Perestroika ou reestruturação das empresas coletivas de


produção, procurando ultrapassar os atrasos tecnológicos,
apostando no reforço do investimento dos Estado na produção de armamento moderno e sofisticado.
(B) Perestroika ou reestruturação do sistema económico que deveria assentar na modernização, na liberalização de
iniciativas de gestão das empresas e do mercado mais aberto ao consumo e à melhoria das condições de vida e à
abertura ao investimento estrangeiro.
(C) Perestroika ou restabelecimento da economia com base na coletivização das terras e na intervenção do Estado
na planificação reforçada da economia com vista a alargar a eficácia do Estado soviético na orientação da economia.
(D) Perestroika ou reestruturação da economia assente na recuperação dos planos quinquenais e na eliminação dos
kolkhoz com vista a criar unidades coletivas de produção e de consumo, substituindo os subsídios aos produtos por
tabelamento de preços.

2. Gorbatchev criticou a política que os seus antecessores haviam seguido. Apresentou propostas para a
mudança ao nível da política militar e das relações com o Ocidente, entre as quais:
(A) a definição de um programa de mísseis de defesa nas fronteiras com a Europa para prevenir futuros conflitos e o
reforço do Pacto de Varsóvia para ajudar a manter as tropas da URSS no Afeganistão.
(B) o esforço da URSS acompanhar o progresso tecnológico dos EUA em matéria armamentista e a adoção de um
programa de defesa conhecido como “guerra das estrelas”.
(C) a recusa da continuação da política armamentista e do uso da força e do terror nuclear, a par do prosseguimento
de negociações com o Ocidente com vista à diminuição dos arsenais nucleares.
(D) a defesa de um programa de armamento nuclear em parceria com Cuba de modo a conter a influência americana
e a apoiar militarmente os movimentos independentistas em várias zonas do mundo.

3. A política de Gorbatchev procurou a reforma política da URSS que tinha por base a…
(A) glasnost, que visava abolir o comunismo e dar liberdade às repúblicas soviéticas de escolher o seu regime político,
demarcando-se do regime repressivo, autoritário da época estalinista e de Brejnev.
(B) glasnost, que visava fortalecer o papel do Partido Comunista da União Soviética e do aparelho burocrático,
acentuando o caráter repressivo e autoritário do Estado soviético.
(C) glasnost, que visava uma política transparente que resultaria, a médio prazo, no fim do domínio do partido único
e para a desagregação da URSS, com a progressiva mudança para uma democracia de tipo ocidental.
(D) glasnost, que visava implementar reformas liberalizantes, combate à corrupção e proporcionar liberdade de
expressão e de participação aos cidadãos e instituição de um sistema pluripartidário.

4. Nos países-satélite da URSS, a perestroika e a glasnost desencadearam a contestação do domínio soviético,


traduzida…
(A) na subida ao poder de líderes não comunistas e na retirada do Exército Vermelho dos países de Leste.
(B) na subida ao poder de líderes apoiados pela URSS e na entrada de tanques soviéticos nas zonas de contestação.
(C) na subida ao poder de líderes não comunistas e no apoio da Gorbatchev quanto à libertação destes países face
ao domínio soviético.
(D) na subida ao poder de líderes não comunistas apoiados pelos EUA e na ocupação destes países pelos
americanos.

28
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

II GRUPO - A HEGEMONIA DOS ESTADOS UNIDOS


Doc. 1 – O PAPEL DOS EUA NA NOVA ORDEM MUNDIAL
Nas primeiras horas de 02 de agosto, na sequência das negociações e depois de o ditador iraquiano Saddam Hussein ter
prometido não usar a força, um poderoso exército iraquiano invadiu o seu vizinho Kuwait. […] Neste momento, os nossos
valentes soldados, homens e mulheres, estão de guarda no deserto remoto e mares distantes, ao lado das forças de mais
de vinte outras nações. ... Os nossos objetivos no Golfo Pérsico são claros, precisos e bem conhecidos: - O Iraque deve
retirar do Kuwait completamente, imediata e incondicionalmente; - O governo legítimo do Kuwait deve ser reposto; - A
segurança e a estabilidade no Golfo Pérsico deve ser garantida;- Os cidadãos norte-americanos no exterior devem ser
protegidos. Estas metas não são apenas nossas. Elas foram aprovados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas
[…]. A maioria dos países compartilham o nosso compromisso […]. E muitos deles têm interesse na estabilidade no Golfo
Pérsico. […]. Como sabeis, tive recentemente uma reunião muito produtiva com o presidente da União Soviética Mikhail
Gorbachev .[…]. Em Helsínquia afirmámos na nossa declaração conjunta, a nossa determinação para responder à ameaça
que o Iraque representa para a paz. E cito: "Estamos unidos para garantir que a agressão por parte do Iraque não seja
tolerada.”. É claro que já nenhum ditador pode contar com o confronto Leste-Oeste para bloquear a ação da ONU contra
qualquer agressão. [...]. A crise no Golfo Pérsico, apesar de sua gravidade, oferece uma rara oportunidade para um período
histórico de cooperação. Nestes tempos difíceis, o nosso quinto objetivo, uma nova ordem mundial poderá emergir: uma
nova era, menos ameaçado pelo terror, mais forte na busca da justiça e seguro na busca da paz. Uma época em que todos
os países do mundo, seja no Oriente ou no Ocidente, do Norte ou do Sul, podem prosperar e viver em harmonia. Uma
centena de gerações têm procurado esse caminho evasivo para a paz, enquanto milhares de guerras se enfureceu ao longo
da história humana. Hoje, este novo mundo luta para nascer. Um mundo bem diferente do que nós experimentamos. Um
mundo em que o Estado de Direito substitui a lei da selva. Um mundo no qual afirma reconhecer a responsabilidade
compartilhada para assegurar a liberdade e a justiça. Um mundo onde a grande respeito pelos direitos dos mais fracos. […]
Discurso do George Bush, perante o Congresso, 11 setembro, 1990.

Doc. 2- PAISAGEM DA AGRICULTURA MODERNA NO TEXAS Doc.3- POLO TECNOLÓGICO E

EMPRESARIAL DE SILICON VALLLEY

1. Identifique, com base no discurso do presidente americano, os argumentos usados para


justificar a intervenção militar americana no mundo.
2. Explicite, a partir dos documentos, três dos motivos que fizeram dos Estados Unidos uma
potência mundial em termos económicos.

29
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

III - OS NOVOS POLOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO NA ÁSIA-PACÍFICO


Doc. 1 – O DESENVOLVIMENTO DAS ECONOMIAS Doc. 2 – TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL DO PIB
ASIÁTICAS NO CONTEXTO MUNDIAL

Doc. 3: AS "QUATRO MODERNIZAÇÕES" DA CHINA, SEGUNDO DENG XIAOPING

A. Aqui estamos novamente num ponto de viragem na história chinesa. Em 1978 lançámos um amplo programa a que
chamámos "quatro modernizações": modernização da indústria chinesa, agricultura, indústria, ciência e tecnologia, e da
defesa nacional. Para nós, chineses, isto tem um sentido muito real, é uma nova revolução; e é uma revolução socialista.
O objetivo de uma revolução socialista, de facto, é libertar as forças produtivas de um país e desenvolvê-lo [...]. A China
adotou agora uma política de abertura ao mundo, num espírito de cooperação internacional. [...] Nós queremos, à medida
que o nosso desenvolvimento se processar, expandir o papel da economia de mercado. Dentro do sistema de economia
socialista, uma economia de mercado e uma economia baseada na planificação da produção podem coexistir, e é possível
a coordenação entre as mesmas […].
B. Nós não queremos o capitalismo, mas não queremos ser pobres sob o socialismo. [...] Acreditamos na superioridade
do socialismo sobre o capitalismo. Essa superioridade é demonstrada pelo fato de que o socialismo oferece condições
mais favoráveis para o crescimento das forças produtivas do que o capitalismo. [...] Para a realização das quatro
modernizações, devemos seguir uma abertura para a política exterior. […] Devemos confiar nas conquistas científicas e
tecnológicas do mundo, bem como no potencial de capital estrangeiro para conseguir as quatro modernizações […].
Excertos de discursos de Deng Xiaoping, 1979.

Doc. 4: A CHINA A DUAS VELOCIDADES

Na China moderna, as coisas estão num estado permanente de transformação e as pessoas lutam para se adaptar.
Pequim tornou.se uma cidade de justaposições. Trabalhadores migrantes com chapéus de palha sobre os olhos dormitam
[…]. Os velhos de Pequim […] dão passeios ao fim do dia pela vizinhança que mal reconhecem. Arquitetos que outrora
ficavam em Manhattan passam por Xangai, onde procuram construir mais e o mais alto que puderem e o mais avant-
garde. […] As rápidas mudanças deixaram a sua marca não só no horizonte mas também nos chineses. A economia
chinesa está a crescer cinco vezes mais rápido que o Ocidente. O que levaria uma década para ser concluído no Ocidente,
na China faz-se em dois anos. […] O fosso geracional na China tende a estreitar-se à medida que a China avança no
crescimento económico e que as alterações sociais tendem para o nivelamento. No entanto, estas diferenças não acabam
por completo. As diferenças geracionais alargam-se à medida que o estilo de vida se altera.
Neil Arora, “Generation gaps widen as Chinese lifestyles change”, in China Daily, 2 de março, 2011 [tradução adaptada].

1. Explicite, três objetivos enunciados por Deng Xiaoping ao anunciar que a China estava “num
ponto de viragem na história”.

2. Desenvolva o seguinte tema:

30
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

A afirmação da zona da Ásia-Pacífico na economia internacional.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:
- estratégias de desenvolvimento das economias asiáticas;
- política económica de Deng Xiaoping;
- repercussões do processo de modernização na economia e na sociedade chinesas.
Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos
documentos 1 a 4.

IV GRUPO - A PERSISTÊNCIA DE FOCOS DE TENSÃO EM REGIÕES PERIFÉRICAS NUM MUNDO


MULTIPOLAR
Documento 1 Documento 2 Documento 3

GREENPEACE

1. Refira três dos contributos da intervenção da ONU e de outros organismos internacionais na


resolução de um dos problemas a que as imagens dos documentos 1 a 3 se referem.

2. Associe os elementos relacionados com o mundo contemporâneo, presentes na coluna A, às


designações correspondentes na coluna B:

COLUNA A COLUNA B

(A) Organismos que atuam para além dos governos e que visam uma intervenção independente em (1) Estados-nação
questões humanitárias e ambientais e, por vezes, em cooperação com as autoridades internacionais.
(2) Xenofobia
(B) Organismo da ONU que presta assistência humanitária a todos aqueles que se encontram
deslocados do seu país de origem por motivos de perseguição étnica, religiosa ou política. (3) Ambientalismo

(C) Atitude de intransigência na defesa de princípios de natureza religiosa da qual decorrem atitudes (4) ACNUR
extremistas.
(5) UNICEF
(D) Sentimento de rejeição face ao que é estranho ou estrangeiro e que promove a discriminação e
pode assumir contornos violentos. (6)
Fundamentalismo
(E) Confrontam-se com problemas e desafios que não se resolvem no interior das suas fronteiras e
que apenas a ação supranacional e de cooperação internacional pode resolver. (7) Sionismo

(8) ONG’s

31
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

M9 – TESTE 7
I GRUPO - A CONSOLIDAÇÃO DA CE: A INTEGRAÇÃO DE PORTUGAL DEMOCRÁTICO
Doc. 1 - DISCURSO DE GIULIO ANDREOTTI NA CERIMÓNIA DE ADESÃO DE PORTUGAL À CEE (JUNHO DE
1985)

Esta adesão contribui para uma maior coincidência entre a Europa geográfica e a Europa política e institucional; e ao mesmo
tempo prova, mais uma vez, que a adesão à Comunidade Europeia é o corolário da reconquista dos valores inerentes a uma
democracia pluralista. […] Hoje, quando – no fim de um longo processo de negociações – Portugal se torna membro de uma
Comunidade a Doze, podemos dizer que foram os Portugueses que aceleraram, pelas suas próprias mãos, as salvaguardas
democráticas. […] Pela sua parte, a Comunidade está em condições de proporcionar a Portugal uma nova dimensão política e
económica, na qual poderá encontrar o lugar que lhe pertence pela sua história, a sua cultura e as suas tradições. Assim, os laços
históricos, culturais e económicos de Portugal […] representam um contributo importante à ação que a Comunidade empreendeu
para criar, sobretudo nas zonas onde reina uma tensão internacional importante, as condições necessárias a novos equilíbrios e
a novas oportunidades de paz.
G. Andreotti, Bulletin des Communautés Européennes, n.º 6 Junho, 1985.

1. Identifique, com base no documento, a importância que a adesão de Portugal representou para
a Comunidade Europeia.
2. Associe os elementos relacionados com a consolidação do projeto europeu presentes na coluna
A, às designações correspondentes na coluna B:

COLUNA A COLUNA
B

(A) Portugal e Espanha tornaram-se membros da Comunidade Europeia e neste mesmo ano (1) 1957
foi assinado o Ato Único Europeu que previu a harmonização das leis nacionais para os
Estados-Membros, de forma a constituir um verdadeiro mercado único. (2) 1968

(B) Assinado em Maastricht permitiu a criação da União Europeia e que previu a introdução (3) 1972
de uma moeda única. No mesmo ano consolidou-se a Europa dos Quinze com a adesão da
Suécia, da Áustria e da Finlândia. (4) 1985

(C) Assinado em Haia permitiu o alargamento da CEE, mediante a entrada de três novos (5) 1986
países (Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca).
(6) 1992
(D) O euro tornou-se a moeda de 11 países e significou o fim das suas moedas nacionais que
deixaram de circular permanentemente entre 1 de janeiro e 17 de fevereiro de 2002. (7) 1995

(E) Assinado em Roma, pela Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, (8) 1999
instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE) e através de uma união alfandegária, criou
um mercado comum e um espaço económico unificado.

II GRUPO – A UNIÃO EUROPEIA NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL: REALIZAÇÕES E


DESAFIOS

32
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

Doc. 1 – A CIDADANIA EUROPEIA Doc. 2 – AS POLÍTICAS SOCIAIS NA UE


Foi o Tratado de Maastricht que criou a cidadania europeia. O Tratado de Lisboa reforça a dimensão social da União Europeia
De facto, no seu artigo 8º consta o seguinte: “São cidadãos (UE). Nos tratados fundadores, reconhece os valores sociais da
da Europa todos aqueles que têm a cidadania de um União e inclui novos objetivos em matéria social. […] No entanto, as
Estado-membro”. Seguidamente, enunciam-se algumas competências da UE neste domínio não registam grandes
alterações. O Tratado de Lisboa procede a algumas inovações, mas
consequências práticas daí decorrentes: - Direito de voto, a elaboração e a execução das políticas sociais continuam a ser da
no país de residência do cidadãos, em eleições municipais competência dos Estados- Membros. […] o Tratado de Lisboa
e eleições europeias, a confirmar e a explicitar por votação modifica três artigos dos tratados fundadores, a fim de clarificar e
unânime no Conselho Europeu. – Possibilidade de o reforçar os objetivos sociais da UE:
cidadão ser defendido num país terceiro pelas autoridades o artigo3.º do Tratado da UE passa a mencionar o pleno EMPREGO
diplomáticas e consulares de um outro país. – Direito de o , o progresso social, a luta contra a exclusão social e a proteção
social entre os objetivos da União;
cidadão dirigir petições ao Parlamento Europeu, com a
o artigo 9º do Tratado sobre o Funcionamento da UE refere que, na
instituição de um mediador. elaboração e execução das políticas da União, devem ser tidos em
Jacques Delors, Memórias, Quetzal, Lisboa, 2004. conta um nível de EMPREGO elevado, uma proteção social
adequada e a luta contra a exclusão social […].
http://europa.eu/legislation_summaries/institutional_affairs/treaties/li
sbon_treaty/ai0023_pt.htm
Doc. 3 - DESPESAS EM DIVERSOS SETORES % NAS DEPESAS TOTAIS DE SETORES ESPECÍFICOS
DO DOMÍNIO SOCIAL
DESPESAS COM A PROTEÇÃO SOCIAL % du PIB (Fonte: VELHICE DOENÇA INVALIDEZ FAMÍLIA DESEMPREGO HABITAÇÃO,
Eurostat).ANO: 2000 EXCLUSÃO
OU OUTRO
DINAMARCA 28.8 38.1 20.2 12.0 13.1 10.5 6.1
ALEMANHA 29.5 42.2 28.3 7.8 10.6 8.4 2.6
FRANÇA 29.7 44.1 29.1 5.8 9.6 6.9 4.5
IRLANDA 14.1 63.4 25.0 6.0 3.8 1.7 0.2
ITÁLIA 25.2 25.4 41.2 5.3 13.0 9.7 5.5
LUXEMBURGO 21.0 40.0 25.2 13.7 16.6 3.3 1.2
PORTUGAL 22.7 45.6 30.6 13.0 5.5 3.8 1.5
SUÉCIA 32.3 39.1 27.1 12.0 10.8 6.5 4.5
REINO UNIDO 26.8 47.7 25.9 9.5 7.1 3.2 6.8
EUROPA DOS 27.3 46.4 27.3 8.1 8.2 6.3 3.7
15**

Doc. 4 – AS TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO EUROPEU A PARTIR DA DÉCADA DE 90

33
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

1. Identifique, com base nos documentos 2 e 3, três das diferenças nas políticas sociais
evidenciadas no contexto da UE.

2. Selecione a opção correta para cada afirmação:


1. O fim da Guerra Fria deu lugar a profundas alterações no mapa político europeu, pois…
(A) surgiram novos países em consequência do desmembramento da Checoslováquia e da Polónia.
(B) surgiram novos países em consequência de revoluções independentistas na Europa de leste.
(C) surgiram novos países em consequência do desmembramento da URSS e dos nacionalismos nos países de leste.
(D) surgiram novos países em consequência do desmembramento da Turquia e dos nacionalismos nos países de
leste.
2. O projeto europeu ganhou um novo impulso com a constituição da Europa dos Vinte e Sete…
(A) em 2007, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos países a leste
da “cortina de ferro”.
(B) em 2004, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos países a
ocidente da “cortina de ferro”.
(C) em 2001, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos países do
Mediterrâneo Oriental.
(D) em 2000, com a coincidência das fronteiras políticas e geográficas em consequência da adesão dos países do sul
da Europa.
3. O projeto europeu foi reforçado em termos económicos e financeiros com a…
(A) criação em 2000 da moeda única, o Euro.
(B) criação em 1999 do Espaço Schengen.
(C) assinatura em 1996 do Ato Único Europeu.
(D) criação em 1999 da moeda única, o euro.
4. O aprofundamento político do projeto europeu não tem o consenso de todos os Estados-membros visível
na não ratificação…
(A) da Constituição europeia.
(B) do Tratado de Nice.
(C) do Tratado de Lisboa.
(D) do Tratado de Maastricht.

3. Desenvolva o seguinte tema:


A construção da União Europeia após a Guerra Fria: realizações e desafios dos anos 90 ao início
do
século XXI.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três dos seguintes aspetos para cada um dos
tópicos de desenvolvimento:

- a UE: os objetivos;
- a UE: obstáculos e desafios;
- a UE e a mundialização.

Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4.

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2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

III GRUPO - A VIRAGEM PARA UMA NOVA ERA: O NOVO MODELO ECONÓMICO E A
GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA

DOC. 1 - A RESPOSTA DA ADMINISTRAÇÃO REAGAN À CRISE ECONÓMICA NO


INÍCIO DOS ANOS 80
Quando prestei este juramento, há quatro anos, fi-lo numa época de tensão económica. […]
Nesta terra bendita, sempre existirá um amanhã melhor. […] Permitimos que os impostos e
a inflação nos roubassem os lucros e as poupanças e fomos testemunhas de como a grande
máquina industrial que nos havia convertido no povo mais produtivo do mundo diminuiu o
seu ritmo e o número de desempregados aumentou. Em 1980 compreendemos que era o
momento de renovarmos a nossa fé, de lutarmos com todas as nossas forças para
alcançarmos o máximo de liberdade individual baseada numa sociedade regida pelo princípio
do direito. […] Os impostos foram reduzidos, a inflação diminuiu de maneira drástica e existe
mais emprego do que em qualquer outra época da nossa história. […] Se estivermos à altura
deste desafio, esta será a época em que os Americanos restabelecerão a sua confiança e a
sua tradição de progresso; [...] a América, de forma corajosa, apoiará a luta pela liberdade
individual, o autogoverno e a livre iniciativa em todo mundo […]. No centro dos nossos
esforços está uma ideia justificada por vinte e cinco meses consecutivos de crescimento
económico: a Liberdade e os incentivos promovem a iniciativa e o génio empresarial que
constituem o motor do progresso humano. Começámos a aumentar as retribuições pelo
trabalho, as poupanças e os investimentos; a reduzir os custos e as dimensões do governo,
assim como a sua interferência na vida das pessoas. Devemos simplificar o nosso sistema
fiscal, torná-lo mais justo, e baixar os impostos para todos aqueles que trabalham […].
Devemos atuar de imediato para proteger as gerações futuras da pretensão do governo em
gastar o dinheiro dos seus cidadãos e impor-lhes impostos pesados quando as contas
tiverem de ser pagas. Façamos com que seja considerado inconstitucional o ato de o governo
federal gastar mais do que arrecada. […]
Discurso de Ronald Reagan na tomada de posse do 2.º mandato, 21 de janeiro, 1985.

Doc. 2 – O COMÉRCIO MUNDIAL DE SERVIÇOS EM 11 SETORES (EM %)

SETORES VALOR DE 2010 (EM BILIÕES DE CRESCIMENTO 1997-2010 (EM


DÓLARES) %)
Serviços 3556 7,7
Transportes 798 6,7
Viagens 817 5,4
Outros serviços 1941 9,4
Informática e Informação 159 18,9
Finança 189 12
Seguros 119 11,2
Patentes e encargos 215 10,2
Comunicação 96 10
Outros serviços empresariais 857 8,5
Serviços financeiros pela 80 6,9
internet 30 5,7
Cultura e lazer 102 5,6
Administrações públicas

1. Explicite três medidas tomadas com vista a “um amanhã melhor”.

2. Refira, a partir do documento, três características da globalização.

35
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

IV GRUPO - PORTUGAL NO NOVO QUADRO INTERNACIONAL

Doc. 1 - A CPLP: ATOR MULTIPOLAR NO MUNDO GLOBAL segundo Murade Isaac Murargy***
Ao assumir a liderança do Órgão Executivo da CPLP, a três anos da Instituição perfazer 20 anos de existência, eu
impus-me o desafio de contribuir para a reflexão sobre o passado da Organização e os desafios para os próximos
20 anos, a partir de 2016. […] Parece-me evidente que um dos aspetos a tomar em conta será a realidade multipolar
da CPLP. Os Estados membros da CPLP, estão inseridos em quatro continentes e em diversificados espaços de
cooperação regionais, contribuindo esse fator para a riqueza da nossa Diversidade Cultural, para a potenciação da
expansão da Língua Comum e para uma cooperação multifacetada e intensiva. Por outro lado, no que concerne às
políticas de integração dos Estados membros da CPLP, essa dispersão representa, a um tempo, um desafio
colossal, mas também uma enorme fonte de oportunidades para o futuro. A integração dos Estados membros da
CPLP em Comunidades Regionais, com forte incidência económica, mas também política, tais como a União
Europeia, o Mercosul, […], e futuramente, a ASEAN, não deve ser encarada como um obstáculo intransponível à
integração económica dos Estados membros da CPLP. Essa mesma pertença múltipla a diversas Organizações
Regionais, comporta um vasto conjunto de oportunidades para a CPLP, se soubermos fazer da nossa Comunidade
uma Organização que, simultaneamente, seja complementar nos esforços de integração regional de cada um dos
nossos Estados membros e um veículo de interligação entre as diversas Comunidades Regionais, potenciando a
realização das suas políticas e ações de forma sinérgica com as medidas adotadas pela CPLP. […] Portugal e o
Brasil poderão dar importantes contributos aos demais Estados membros da CPLP nos domínios da capacitação,
com o objetivo de reforçar e desenvolver as competências, a competitividade da indústria, das infraestruturas e da
qualidade (normalização, acreditação e certificação), nomeadamente nas áreas da agroindústria, da energia, das
Tecnologias da Informação e da Comunicação, etc. Deste modo, através do Brasil e de Portugal, a CPLP estaria a
ser complementar dos esforços dos seus membros com vista à aceleração da industrialização, apoiando a
transformação industrial endógena das matérias-primas locais, o desenvolvimento e a diversificação das
capacidades produtivas, reforçando a capacidade de exportação de mercadorias manufaturadas e o potencial de
integração regional desses Estados membros da CPLP nos vários contextos geográficos em que se inserem. […]
Para além de Portugal, na União Europeia e do Brasil no Mercosul, os demais Estados membros da CPLP integram
várias Comunidades Regionais. Angola e São Tomé e Príncipe são membros da CEEAC; Angola e Moçambique
são membros da SADC; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da CEDEAO; A Guiné-Bissau é ainda parte
da UEMOA e Timor-Leste está e envidar sérios esforços com vista à sua integração na ASEAN. Essas Organizações
Regionais têm por missão fundamental promover a integração em todos os domínios da atividade económica,
nomeadamente, no comércio, na indústria, transportes, telecomunicações, energia, agricultura, mas também a
integração monetária e financeira. A par disso constam ainda das suas agendas questões culturais, sociais e
educativas, que se cruzam com os objetivos da CPLP. É, assim possível, encontrar áreas de convergência entre as
prioridades destas Organizações e as da CPLP, que permitem gerar sinergias e ganhos de complementaridade. […]
Ora, se os Estados membros da CPLP tiverem sempre presente a realidade da sua múltipla pertença à CPLP e a
outras Organizações regionais de caracter geográfico, poder-se-ão estabelecer pontes e fomentar o
desenvolvimento de programas de cooperação conjuntos, beneficiando da interligação entre os Estados membros
da CPLP e outras regiões geográficas. Também no domínio da cooperação económica, a múltipla inserção dos
países da CPLP em várias latitudes poderá ser uma importante mais-valia, num momento em que a CPLP começa
a buscar maior focalização económica, como meio para ganhos de eficiência da própria Organização, úteis para a
sua afirmação dentro e fora do espaço de Língua Portuguesa. […] Tendo em conta a dimensão dos mercados da
CEEAC (121 Milhões de habitantes), da SADC (233 Milhões), da CEDEAO (300 Milhões), do Mercosul (275
Milhões), da ASEAN (560 Milhões), e da União Europeia (500 Milhões), estamos perante um gigantesco mercado
de 1.989 Milhões. Mesmo excluindo o mercado da União Europeia, cujo acesso comporta requisitos mais
complexos, estaremos perante 1.489 Milhões de consumidores. Assim, a CPLP, Ator Multipolar, poderá no futuro,
ter um impacto Global, traduzido em maior bem-estar para os nossos povos.
Intervenção do Secretário Executivo da CPLP, Embaixador Murade Isaac Murargy, durante a III Conferência da
Lusofonia CPLP, 8 de janeiro, 2013, in http://www.cplp.org/id-
2439.aspx?PID=6891&M=NewsV2&Action=0&currentPage=6

****Murade Isaac Murargy é Secretário Executivo da CPLP desde a IX Conferência de Chefes de Estado e de Governo,
realizada a 20 de Julho de 2012, em Maputo.

36
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

1. Selecione a opção correta para cada afirmação:

1. O Secretário Executivo da CPLP na análise do passado e do futuro da organização, afirma que os


membros da CPLP podem beneficiar da “realidade multipolar” para …
(A) potenciar a expansão do inglês e para aumentar a cooperação multifacetada na União Europeia.
(B) potenciar a expansão da língua comum e para aumentar a cooperação multifacetada em espaços de regionais.
(C) potenciar a expansão do francês e para aumentar a cooperação multifacetada na área económica da ASEAN.
(D) potenciar a expansão do Castelhano e para aumentar a cooperação multifacetada na área do MERCOSUL.

2. O Secretário Executivo da CPLP na análise do passado e do futuro da organização, afirma que a CPLP
beneficia de um “vasto conjunto de oportunidades” devido à…
(A) pertença a diversas organizações regionais, económicas e politica, tais como a União Europeia, o Mercosul, e
futuramente, a ASEAN.
(B) pertença a diversas organizações regionais, económicas e politica, tais como a CIA, a NAFTA, e futuramente, a
OMC.
(C) pertença a diversas organizações regionais, económicas e politica, tais como a OMC, a União Europeia, e
futuramente, a ALCA.
(D) pertença a diversas organizações regionais, económicas e politica, tais como a ASEAN, a APEC, e futuramente,
a Comunidade Andina.

3. O secretário executivo da CPLP, na análise do passado e do futuro da organização, afirma que Portugal e
o Brasil poderão dar importantes contributos aos demais Estados membros da CPLP em vários domínios,
nomeadamente...
(A) Portugal na ASEAN; Brasil na APEC. Angola e São Tomé e Príncipe como membros da ALCA; Angola e
Moçambique integram a CIA; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da União Europeia; a Guiné-Bissau é ainda
parte da NAFTA e Timor-Leste procura a sua integração na OMC.
(B) Portugal na NAFTA; Brasil na OMC. Angola e São Tomé e Príncipe como membros da APEC; Angola e
Moçambique integram a OMC; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da NAFTA; a Guiné-Bissau é ainda parte
da ALCA e Timor-Leste procura a sua integração na União Europeia.
(C) Portugal no Mercosul; Brasil na União Europeia. Angola e São Tomé e Príncipe como membros da NAFTA; Angola
e Moçambique integram a ASEAN; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da OMC; a Guiné-Bissau é ainda
parte da APEC e Timor-Leste procura a sua integração na CIA.
(D) Portugal na União Europeia; Brasil no Mercosul. Angola e São Tomé e Príncipe como membros da CEEAC; Angola
e Moçambique integram a SADC; Cabo Verde e a Guiné-Bissau são membros da CEDEAO; a Guiné-Bissau é ainda
parte da UEMOA e Timor-Leste procura a sua integração na ASEAN.

4. O secretário executivo da CPLP, na análise do passado e do futuro da organização, afirma que os objetivos
da CPLP se cruzam com os objetivos “dessas organizações regionais” de que se destacam…
(A) a promoção e a integração apenas nos domínios da indústria e da finança.
(B) a promoção e a integração em todos os domínios da atividade científica e tecnológica.
(C) a promoção e a integração em todos os domínios da atividade económica, no campo monetário e financeiro, e
nas questões culturais, sociais e educativas.
(D) a promoção e a integração apenas nos domínios da atividade cultural e comercial.

37
2 - Preparar Exame - Ficha Global (12º)

2. Associe os elementos relacionados com a consolidação do projeto europeu, presentes na coluna


A, às designações correspondentes, presentes na coluna B:

COLUNA A COLUNA
B

(A) Designa a comunidade de países destinada a promover a cooperação e o (1) PALOP


desenvolvimento em diferentes áreas; a defender os valores democráticos, os direitos
humanos, o Estado de direito e a justiça social; a estabelecer relações de cooperação com (2) ASEAN
organismos internacionais e regionais, com vista a afirmar internacionalmente os países-
membros e promover e difundir a língua portuguesa. (3) CPLP

(B) Designa o espaço onde se fala a língua portuguesa. (4) OMC

(C) Designa a união aduaneira entre cinco países da América do Sul e que tem como línguas (5) CIA
oficiais o castelhano e o português.
(6) NAFTA
(D) Designa a Comunidade Ibero-Americana que visa a cooperação e o desenvolvimento
entre Portugal, Espanha e os países da América Central e Latina, reforçando o papel de (7) Lusofonia
Portugal na América
(8)
(E) Designa os países africanos, entre os quais se incluem Angola, Cabo Verde, Guiné MERCOSUL
Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e, mais recentemente, Guiné Equatorial. Entre
estes países e Portugal desenvolvem-se relações de cooperação em diferentes domínios e
implementam-se ações com vista à defesa e preservação da língua portuguesa.

FIM

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