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AO JUÍZO DE DIREITO DA _____ VARA DE FAMÍLIA, INFÂNCIA,


JUVENTUDE E IDOSO DA COMARCA DE RIO DAS OSTRAS/RJ.

GUILHERME FERNANDES DOS SANTOS, brasileiro, menor absolutamente


incapaz, com 12 anos de idade, neste ato representado por sua genitora, GLEYCE DOS
SANTOS DA CUNHA MUNIZ, brasileira, divorciada, autônoma, portadora do RG nº
24.136.682-2 Detran/RJ, inscrita no CPF sob o nº 128.609.317-16, residente e domiciliada
Travessa Jorge, n° 38, Casa 02, Cidade Beira Mar, Rio das Ostras/RJ, CEP: 28890-203,
telefone: (22) 99263-2132, vem respeitosamente, por meio do seu Advogado, infra-
assinado, ajuizar:

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Em face de UALLACE FERNANDES DE SOUZA, brasileiro, solteiro,


residente e domiciliado na Rua das Papoulas, n° 2270, Ancora, Rio das Ostras/RJ, pelos
fatos e motivos que passa a expor.

+55 (22) 99949-3072 – [email protected]


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I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A representante legal do menor não possui condições financeiras para arcar com
o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento
e de sua família. Conforme CTPS anexa, a mesma é autônoma.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus a
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA -


JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida -
Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem
condições de suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar,
presumindo-se como verdadeira a afirmação de hipossuficiência
formulada nos autos principais - Decisão reformada - Recurso
provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares; Órgão
Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro Central - Fazenda
Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do
Julgamento: 23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019

Cabe destacar que a lei não exige atestada miserabilidade da requerente, sendo
suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e
honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a


parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da
gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos suficientes

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para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo.


Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não
têm liquidez para adimplir com essas despesas, há direito à
gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio
Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil
comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art.
98)

Nesse sentido, junta declaração de hipossuficiência. (doc. Em anexo), carteira de


trabalho. Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela
Constituição Federal artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015, art. 98 e seguintes.

II. DOS FATOS

As partes constituíram um relacionamento pelo período de 4 (quatro) anos,


rompido no ano de 2014, momento em que o Requerido deixou a residência onde morava
junto com a representante legal e o autor.

Nesse rompimento, foi acordado entre as partes que o Requerido auxiliaria na


manutenção do autor, seu filho, com a quantia que lhe fosse possível.

Porém, o requerido não depositava qualquer valor, dificultando o sustento e


formação da criança. Após muita insistência da genitora, no ano 2017, o Requerido passou
a depositar R$250,00 (duzentos e cinquenta reais) na conta da avó do autor, pois a esposa
do Requerido não aceita contato com a representante legal do autor.

Após 3 anos efetuando o pagamento de R$250,00 (duzentos e cinquenta reais)


para o autor, o requerido vem depositando quando quer e pode o valor de R$350,00

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(trezentos e cinquenta reais), no entanto, apenas esse valor é de ajuda de custeio com o
autor, não dando mais qualquer valor para ajudar no sustento do autor.

Ocorre que, o menor não possui qualquer segurança de quanto receberá


mensalmente a título de pensão alimentícia. Além do mais o requerido é pessoa totalmente
ausente na vida do infante, deixando de cumprir com a sua parcela de responsabilidade no
sustento do menor, obrigando a interposição desta ação.

Vale ressaltar ainda que a comunicação com o requerido inexiste. Contudo, a


genitora do autor obteve informações de onde o mesmo labora atualmente, ou seja, na
empresa BAKER HUGHES ENERGY TECHNOLOGYDO BRASIL, cujo endereço
é Estrada Fazenda, Estrada São José do Mutum, n° 200 – Lagoa, Macaé/RJ, CEP:
27925-405.

Trata-se de ação que busca resguardar a dignidade e subsistência do autor.

A fixação de alimentos é medida urgente e indispensável à garantia de


condições mínimas de sobrevivência, razão pela qual busca a intervenção estatal.

III. DO DIREITO

3.1. DOS ALIMENTOS

A lei estabelece sabiamente os parâmetros a serem seguidos para que a prestação


de Alimentos seja firmada, devendo atender ao binômio Necessidade/Possibilidade, como
passará a demonstrar.

A Lei 5.478 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando está.

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O artigo 1.696 do diploma Civil diz que:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre


pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a
obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

O menor encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não


tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque no necessário ao seu sustento.

Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:

"O fundamento do dever de alimentos se encontra no princípio da


solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação alimentar são os laços
de parentalidade que ligam as pessoas que constituem uma família,
independentemente de seu tipo: casamento, união estável, famílias
monoparentais, homoafetivas, socioafetivas (eudemonistas), entre
outras." (Maria Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias -
Edição 2017, e-book, 28. Alimentos).

Ou seja, o direito à alimentos busca preservar o bem maior da vida e assegurar a


existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

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3.2. DA NECESSIDADE DO ALIMENTANDO

As necessidades do alimentando ficam perfeitamente demonstrada diante das


despesas fixas mensais inerentes à subsistência do Autor:

Alimentação: R$400,00
Explicadora: R$250,00
Lanche (escola): R$250,00
Internet: R$100,00
Remédios: R$250,00
TV: R$120,00
Gastos Pessoais: R$300,00

3.3. DA POSSIBILIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE

Considerando que o réu mantém hoje vínculo empregatício na empresa BAKER


HUGHES ENERGY TECHNOLOGYDO BRASIL, cujo endereço é Estrada
Fazenda, Estrada São José do Mutum, n° 200 – Lagoa, Macaé/RJ, CEP: 27925-405,
com renda em média que acreditamos ser superior a de R$ 2.700,00 (dois mil, setecentos
reais), ou seja apto a garantir sua subsistência e do Autor, é de bom alvitre que os alimentos
provisórios sejam determinados no patamar de 30% (trinta por cento) dos rendimentos
líquidos do réu, contemplando 13º salário, férias, horas extras, verbas rescisórias, com a
expedição de ofício ao seu empregador, a fim de que promova o desconto na folha de
pagamento e repasse o valor, mediante depósito bancário, ao autor da ação.

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IV. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Os alimentos provisórios têm fundamento amparo na Lei 5.478/68 em seu Art. 4º


"As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”.

No presente caso dois elementos ficam perfeitamente caracterizados, a


probabilidade do direito e o risco da demora. Vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca do vínculo familiar e de responsabilidade alimentar prevista no
Art. 1.694 do Código Civil.

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela natureza alimentar da


presente ação, indispensável à subsistência do Autor, ou seja, tal circunstância confere
grave risco de perecimento do resultado útil do processo, conforme leciona Humberto
Theodoro Júnior:

“Um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in
mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que
e a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no
direito "invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus
boni iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO


CUMPRIMENTO DE DECISÃO. REJEIÇÃO DA TESE DO

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ALIMENTANTE PARA QUE OS ALIMENTOS PROVISÓRIOS


ARBITRADOS EM FAVOR DA FILHA INCIDAM DA CITAÇÃO.
DIES A QUO QUE DEVE OBSERVAR A DATA DO
ARBITRAMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 4º DA LEI N.
5.478/1968. PRECEDENTES DESTA CORTE.
INTERLOCUTÓRIO MANTIDO. "Ao contrário dos alimentos
definitivos, ou seja, aqueles fixados na sentença - os quais, a teor
do art. 13, § 2º, da Lei 5.478/68, são devidos a partir da citação do
devedor -, os alimentos provisórios, fixados liminarmente, são
passíveis de exigibilidade a partir de seu arbitramento, pois visam
atender, desde logo, as necessidades do alimentado" (TJSC,
Agravo de Instrumento n. 2013.044826-2, Des. Eládio Torret
Rocha, j. 3/4/2014). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJSC, Agravo de Instrumento n. 4011281-46.2017.8.24.0000, da
Capital, rel. Des. Selso de Oliveira, Quarta Câmara de Direito
Civil, j. 28-02-2019)

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de


dano irreparável, sendo imprescindível a fixação de alimentos provisórios em valor de 30%
(trinta por cento) em caso de vínculo empregatício ou 70% (setenta por cento) do
salário mínimo em caso de ausência de vínculo empregatício, nos termos do Art. 4º da
Lei 5.478/68.

V. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

a) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de


Processo Civil;

b) O arbitramento de ALIMENTOS PROVISÓRIOS, ao equivalente a 30%


dos rendimentos líquidos do réu, contemplando 13º salário, férias, horas
extras, verbas rescisórias, ou, no caso de desemprego, requer seja fixado o
valor de alimentos ao equivalente a 70% do salário mínimo nacional

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vigente;

A expedição de ofício ao seu empregador BAKER HUGHES ENERGY


TECHNOLOGYDO BRASIL, cujo endereço é Estrada Fazenda, Estrada
São José do Mutum, n° 200 – Lagoa, Macaé/RJ, CEP: 27925-405, a fim de
que promova o desconto na folha de pagamento e repasse o valor, mediante
depósito bancário, na conta de GLEYCE DOS SANTOS DA CUNHA
MUNIZ, agencia: 4432, conta corrente: 01078868-1, Banco: Santander,
CPF: 128.609.317-16, cuja chave PIX é o CPF da titular;

c) A CITAÇÃO DO RÉU para responder a presente ação, querendo;

d) A notificação à empresa BAKER HUGHES ENERGY


TECHNOLOGYDO BRASIL para fins de obter prova da renda do
requerido e que promova o desconto na folha de pagamento e repasse o
valor, mediante depósito bancário ou PIX, à RL do menor;

e) A PROCEDÊNCIA TOTAL da ação para fins de que sejam fixados


alimentos, equivalente a 30% (trinta por cento) dos rendimentos líquidos do
réu, contemplando 13º salário, férias, horas extras, verbas rescisórias,
mediante depósito bancário, ao autor da ação;

f) A expedição de ofício ao seu empregador acima mencionado, a fim de que


promova o desconto definitivo na folha de pagamento e repasse o valor,
mediante depósito bancário, à RL do menor;

g) No caso de eventual desemprego ou trabalho autônomo, desde já requer seja


fixado o valor de 70% do salário mínimo nacional vigente;

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h) A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


testemunhal mediante designação de audiência;

i) Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja


designada audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva das partes e
testemunhas;

j) Intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do artigo


698, do CPC;

k) A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

VI. VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor R$9.720,00 (nove mil e setecentos e vinte reais).

Nestes Termos,
Pede Deferimento
Rio das Ostras/RJ, 29 de novembro de 2022.

Ully Cristina M. C. de Jesus


OAB/RJ 221.198

+55 (22) 99949-3072 – [email protected]

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