Corrente Nebulosa - Laços Entre Irmãos (PDF)

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Introdução

Esta história foi lançada na revista Jump Selection 1, sendo escrita


por Takao Koyama, o mesmo autor do roteiros do filme de Durval e com
ilustrações de Nobuyoshi Sasakado, o principal desenhistas do filme de
Éris. Acredita‐se que Ikki de Fênix morreu na luta contra Dócrates, mas
por ser como opássaro imortal, o cavaleiro retorna. Secretamente, Ikki
visita seu irmão mais novo, Shun, e pede para ele ir consigo até o túmulo
de sua mãe morta. Mas, quando retorna para a Mansão Kido, uma sombra
sinistra parece se aproximar.
Capítulo Único

O sino da Capela do Orfanato Filhos das Estrelas, está silencioso.


Este sino que se cala completamente às 6 da manhã e às 6 da noite, é
chamado de o Sino da Esperança por Seiya e os demais órfãos. Seiya gosta
deste sino, que parece curar os corações feridos das crianças, que tiveram
destinos difíceis sem os pais.

Um dia, quando estava perto do sexto aniversário de Seiya, pela


vontade de Mitsumasa Kido, o presidente da Fundação Graad, Seiya foi
indevidamente retirado de sua irmã, Seika. Naquela época ele não podia
ouvir o som do sino.

"Irmã, o som do sino. Eu acho que ouvi algo parecido antes de virmos para
o orfanato." – Um dia, quando Seiya estava remontando a uma instância
em sua memória jovem, ele foi capaz de se lembrar do que sua irmã mais
velha, Seika, uma vez lhe disse:

"Seiya, antes de virmos para este orfanato, perto da casa onde os nossos
pais viveram, houve também uma Capela! Quando você ouviu o som do
sino tocar, você correu em volta gritando: Kin Kon Kan!!!"

"Uhmm..." Seiya esqueceu dos rostos de seus pais há muito tempo atrás,
mas o que é interessante é que ele pode lembrar o que Seika disse para ele
aquele dia. “Irmã, onde você foi…”

"Seiya, Seiya", a voz de Makoto de repente traz Seiya de volta. Por


derrotar os assassinos enviados por Arles, o Grande Mestre do Santuário,
Seiya aproveitava essa longa espera e o breve período de descanso. Ele foi
visitar o orfanato Filhos das Estrelas. Parado em frente da entrada
principal, o sino da capela lhe deu as boas vindas. Sem querer, Seiya olhou
para a torre do sino e pareceu se lembrar da conversaque teve com sua
irmã.
"Ah, Makoto?" – O orfão mais animado, Makoto, veio junto com Akira e
Tatsuya, esperando com um sorriso: "Seiya. Nós estávamos te chamando e
você não respondeu. Foi por causa... Você estava pensando na Mino de
novo?"

"Sim. Sim."

"Um belo casal" – com as palavras de Makoto, Akira e Tatsuya mostram as


línguas pra Seiya numa velocidade incrível.

"Pare de dizer coisas atrevidas. Olhe, um presente" – Makoto pegou o


presente e o desembrulhou.

"Hey, Mino, o Seiya veio!!!" – Makoto e os outros não correrram rápido o


bastante para esconder sua felicidade do lado de fora. Cheios de alegria,
eles correram dentro do orfanato. Como se Seiya tivesse sido expulso
pelas crianças sorridentes, ele esqueceu completamente que é o Cavaleiro
de Pégaso, ele era apenas o Seiya.

Naquele momento, Shun e seu irmão Ikki estavam em uma colina


elevada observando o mar. Era um cemitério, um lugar sagrado onde os
mortos dormem profundamente envoltos em uma gama de sentimentos e
lembranças. O coração de Shun saltava de seu peito. Fora do comum,
estava repleto de alegria, pois seu irmão Ikki, que no passado reaparecera
como inimigo, erguendo seu punho contra ele, voltara a vida tal como sua
constelação protetora, a Fênix, e agora estava em pé ao seu lado como um
estimado aliado. Contemplavam a lápide recente de sua querida mãe e
isto era como um sonho para Shun.

‐ Antes de meu irmão ser enviado em meu lugar a Ilha da Rainha da Morte,
e eu a Ilha de Andrômeda, nunca havia tido algo como isto. ‐ A mente de
Shun imergiu‐se em lembranças calorosas quando, repentinamente, uma
lágrima escapou de seus olhos. E Ikki percebeu.
‐ Não chore, Shun, se chorar pelo amor de nossa mãe ela não poderá
descansar profundamente e em paz.

‐ Shun voltou‐se rapidamente à seu irmão:

‐ Não, não é por isso, só estou feliz por estar comigo neste momento, ao
meu lado, irmão... e, de agora em diante, por um longo tempo, não?.

‐ Shun, lembre‐se que um dia eu já levantei o punho contra você.

‐ Irmão.

Ikki, com expressão apática, não tocou mais no assunto.

‐ Shun, você não se recorda do rosto da mamãe, não ?

‐ É, não lembro.

‐ Normal, mamãe morreu muito cedo, quando você ainda era um bebê.

‐ Você sim se lembra, não é, irmão?

‐ ...

‐ Como ela era?.

‐ Parecida contigo.

‐ Fff, comigo? Sem essa, ela não se pareceria comigo. ‐ Fato raro, um largo
sorriso se estampou no rosto de Ikki.

‐ Irmão, me desculpe por ter deixado que fosse em meu lugar à Ilha da
Rainha da Morte.

‐ É passado.
‐ Mas, por minha causa...

‐ Verdadeiramente, essa ilha era um inferno. Um fraco, um qualquer, lá se


tornaria um cadáver facilmente... Mas, nós, cada um de nós, nos tornamos
Cavaleiros, sofrendo sempre, suportando dores à custo de nosso sangue e
levando as costas o peso de nosso destino... por longos seis anos.

‐ ...

Os olhos de Ikki alcançavam ao longe enquanto parecia tocar o


íntimo de suas memórias. ‐ Se Esmeralda não estivesse ao meu lado,
possivelmente eu não poderia ter posto os pés novamente no Japão.

‐ Esmeralda...

‐ Ahn, era a filha de meu mestre.

‐ ...

‐ Nessa ilha infernal, onde tanto o coração de seu povo quanto a terra e
tudo ao seu redor era corroído pela erosão, ela era para mim como um
anjo que os deuses enviaram do céu. Sim, um anjo, uma garota tão doce
que não era possível crer que era filha do meu mestre, ao ponto de me
envolver completamente. Se não fosse por seu sorriso reconfortante, sem
dúvida eu não estaria aqui contigo agora. ‐ A face de Esmeralda tomou o
pensamento de Ikki.

‐ Além disso, prova que fora um ato dos deuses, é que ela era igualzinha à
você!

‐ Igual a mim?

‐ Tirando o fato dela ser mulher e a cor de cabelo diferente, sim, era
totalmente idêntica.
‐ Mas, como pode?...

‐ A casa que me abrigou na Ilha da Rainha da Morte era um cômodo


subterrâneo, úmido, fétido e sobre as pedras duras. Em um quarto assim,
onde parecia ver esqueletos por todos os lados, ao dormir sentia‐me
morrer todos os dias, mas, Esmeralda... ela me animava, me acordava,
lembrando‐me de que tinha que continuar lutando, conquistar a
Armadura de Fênix e regressar ao Japão. ‐ Acabara de falar. Shun escutava
a respiração profunda de Ikki.

‐ Irmão, e o que aconteceu com a Esmeralda? ‐ A expressão de Ikki se


turvou totalmente, como se recusasse a prosseguir a conversa. Shun
pareceu entender e calou‐se obediente. Naquele momento um raio brilhou
no céu e um trovão estrondou levemente ao longe.

‐ Irmão.

‐ Hum, parece que vai chover... Mãe, estamos preparados para perder
nossas vidas, a qualquer momento, por Athena. Assim, não sei quando
poderemos voltar a vê‐la novamente.

‐ Mas irmão, assim sendo, quando isto ocorrer novamente estaremos


juntos de nossa mãe.

‐ Pff... Shun, nunca desista de sua vida.

‐ Eu sei, irmão, já não sou aquele Shun chorão, agora sou o Cavaleiro de
Andrômeda.

‐ Lute até o fim, como um homem.

‐ Te prometo em frente de nossa mãe, irmão.

‐ Muito bem. ‐ Ikki consentiu com a cabeça.


‐ Irmão, olhe, cisnes voando para o sul.

‐ Shun, eu não suporto andar em grupo.

Neste momento novamente reverberou um trovão distante. Não


comentaram um com o outro, mas sentiram um estranho cosmo agressivo
atrás daquele relâmpago. Desceram então a colina e quando os dois
irmãos estavam atravessando o rio, Shun notara alguma coisa sobre sua
superfície. ‐ Irmão, são carpas. ‐ De fato no rio ao qual Shun apontava com
o dedo haviam carpas que nadavam tranquilamente. Ikki dera razão a
Shun e prosseguiu:

‐ Shun, eu não gosto de andar em grupo.

‐ É... ‐ Quando Shun virou‐se para trás, Ikki já havia desaparecido. ‐


Irmão... Irmão! ‐ A voz de Shun a clamar por seu irmão foi sublimada
abruptamente pelo retorno de um novo raio e do som das gotas de chuva
que começavam a cair com força, perfurando a superfície do rio como uma
metralhadora. O cardume de carpas desaparecera rapidamente, tal como
Ikki. O único que sobrava ali era Shun em meio a tempestade, com seu
coração congelado, e com sua camiseta encharcada.

Quando Shun voltou completamente ensopado à Mansão Kido, por


azar Tatsumi estava junto a Saori e uns visitantes no saguão de entrada.
Em um escuro canto escondido ouviu a voz rude de Tatsumi a
repreendê‐lo de modo cem por cento baixo e vulgar.

‐ Shun, que te passa para chegar assim frente a nossos convidados? Pela
porta dos fundos, bastava dar a volta e entrar pelos fundos! ‐ Shun, que
imediatamente postou‐se em reverência aos visitantes, já se dirigia à
porta dos fundos quando fora chamado amavelmente por Saori.

‐ Não importa, Shun, suba e se aqueça imediatamente, sim?.


‐ Senhorita Saori.

‐ Senhorita Saori, não deve fazer isso, se for sempre tão condescendente
com estes moleques eles vão ficar mal‐acostumados, um péssimo hábito.

Saori, como sempre, ignorou Tatsumi. Ela queria apenas que Shun se
prevenisse.

‐ Claro que um Cavaleiro não se resfriaria tão facilmente, todavia é bom se


cuidar.

‐ Obrigado, senhorita Saori.

‐ Tatsumi, eu acompanho nossos convidados à saída e você leve Shun ao


banheiro, sim?.

‐ Como, eu?.

‐ Sim, sim, você. É uma ordem minha, ou não é?

‐ Não, claro. Shun, venha aqui.

‐ Tatsumi, Shun está ensopado até a ponta dos pés, como é que ele pode
subir assim? Carregue‐o você mesmo até lá em cima.

‐ Heein? Carregar?

‐ Isso mesmo.

‐ Tatsumi tenta esconder sua cara feia ardendo de raiva, parecendo


mesmo até sair fumaça de sua cabeça, a qual havia abaixado docilmente
em respeito.

‐ Tatsumi....
Era insuportável para ele ser repreendido por Saori.

Mesmo amargurado, encurvou‐se e pediu desculpas. ‐ Rápido Shun, suba.

‐ Está bom assim?

Shun montara nas costas de Tatsumi sem pudor ou agradecimento, seja


com gestos ou palavras. Tatsumi então lhe dirigira poucas palavras em
confidência.

‐ Shun, esqueceu‐se que o ser humano possui um dom dado por Deus, um
dom chamado recato? Pois então, é bom pensar bem nisto.

Enquanto Tatsumi ia discursando, debatendo com Shun, adentraram em


um corredor. E como Saori estava ausente, não se dera conta do
desaparecimento de Ikki.

‐ Ahn e o... que... o que Ikki estará fazendo? ‐ Lá fora, de súbito, uma
preocupação tomou conta do coração de Saori.

Shun também, e novamente, pensava sobre o paradeiro de Ikki enquanto


se aquecia embaixo da ducha.

‐ Irmão, como eu poderia deixar uma tempestade separar nosso destino,


um mesmo pulso de vida... Não importa o quanto sejamos golpeados e as
dificuldades que passamos, nossos laços são como uma forte "corrente
nebulosa", irmão.

Embora Shun seja considerado muito parecido com uma mulher,


diferentemente do Cavaleiro de Bronze, Seiya, cujo corpo bruto e
descuidado fora esculpido pelos treinos na Grécia, a informação de que
seu rosto era idêntico à sua mãe também explicaria então a suavidade de
sua pele, tocada carinhosamente pela água quente do chuveiro.
‐ Meu irmão sempre acreditou nisto, de todo modo.

Um relâmpago reluziu pelo banheiro ao cair da noite revelando o corpo


liso e sem máculas de Shun.

Enquanto se aquecia com a água que caía do chuveiro pelo corpo


inteiro, crescia gradualmente em si uma sensação de "frio ardente" ao
lembrar‐se da "ressurreição" de seu irmão.

‐ Irmão, você que teve que suportar a dor de seu irmão, voltou a viver e
ainda foi capaz de tirar da memória tudo pelo que passou.
Ao ouvir Saori lhe chamando à fora, Shun não pode esperar e encerrou
seu banho vestindo um roupão.

‐ Ikki estava com você, ou não, Shun?

Subitamente Shun corou de vergonha e correu à porta, lá começou a


explicar friamente o que acontecera.

‐ Meu irmão ainda parece ressentir‐se por ter lutado contra nós uma vez.
Então sempre parece frio conosco, resistente a lutar ao nosso lado,
ajudando um ao outro...

‐ Ele é assim desde criança, aliás era em dobro. É um sujeito que não gosta
de ser ajudado.

Tatsumi apareceu murmurando que o odiava.

‐ Tatsumi!. ‐ Saori o repreendeu.

‐ Sim, mas... mas, senhorita.

‐ Ikki é um amigo de confiança. O Cavaleiro de Fênix ajudou‐nos o


necessário para removermos o mal que dominava completamente o
Santuário. ‐ Dizendo isto, distinta e enfaticamente, Saori demonstrou toda
sua confiança em Ikki. E um belo sorriso voltou à face de Shun.

‐ Saori, Hyoga e Shiryu já deixaram a mansão?

‐ Sim, Shiryu partiu aos Cinco Picos Antigos e Hyoga voltou para a Sibéria.

‐ Mesmo? E Seiya foi para o Orfanato Filho das Estrelas?

‐ É. Esperamos que ele entre em contato hoje a noite.

Shun mostrou então uma expressão abatida.


‐ Todos possuem uma casa para onde ir... e eu os invejo por isso.

‐ Shun, há um lugar para você ir, uma casa...

‐ Ehn?

‐ Esta casa onde você está agora também é sua. Aceite o convite e não
desconfie de más intenções. Não pense que é uma armadilha, pois eu não
mordo. Esta é praticamente a casa onde nascemos, mas todo modo, a
decisão é sua.

‐ Senho... Senhorita Saori.

Um brilho retomou novamente o rosto de Shun. A visão de Saori refletiva


fortemente em seus olhos.

‐ Tsc. Agora parece uma pessoa feliz. ‐ Tatsumi continuava a murmurar. A


noite, Shun deitou‐se cedo à cama, embora não conseguisse dormir
profundamente.

‐ Neste momento meu irmão pode estar em qualquer lugar. Será que
dorme em uma cama boa e limpa? Desde que seu destino fora trocado por
eu não ir para a Ilha da Rainha da Morte, o paradeiro de meu irmão é
constantemente desconhecido. Se tudo pudesse ser apagado... Irmão,
desculpe‐me.

O rosto de Ikki nublou‐se, desaparecendo das lembranças de sua


mente. Sem mais suportar saltou de sua cama e abriu uma janela. Uma
estrela tomava conta do céu.

‐ Ahn... Uma estrela tão brilhante assim em plena Tóquio? Certamente


meu irmão também poder ver esta estrela... Estaremos juntos algum dia,
observando esta Estrela de Andrômeda subir ao céu lentamente. Espero
ansiosamente por isto.
Sua expressão mudara drasticamente. ‐ Este cosmo ofensivo que sinto...

Sob a luz das estrelas, lançou seu corpo pela janela, saindo depressa,
mantendo os olhos no amplo horizonte. Todos os seus nervos estavam
atentos.

‐ Como Seiya não está aqui, preciso defender a Saori. É o dever daquele
que leva o nome de Andrômeda... Lá está!

Reconhecera o belo planetário erguido por Mitsumasa,


prendendo‐se a cúpula o sobrepôs. Veloz, o corpo de Shun corria sobre o
Planetário, mais além uma janela estava próxima. Então, cessando a
respiração, confirmou suas suspeitas. Sobre o Planetário avistara uma
imagem, e então a reconheceu. Uma gota de suor escorreu por sua testa.

‐ Quê? Como... A Armadura de Fênix! Mas não... não é possível.

‐ Ele emana um cosmo de pura maldade... Desagradável, um microcosmo


de profundo ódio. Demais para um irmão que...

Shun não acreditava. De todo modo, em prol da proteção de sua


deusa, arriscaria sua vida a qualquer momento. E esta era a hora. O
próprio Ikki o havia dito tais palavras, e então seu cosmo torpe inflamou
completamente.

‐ Por favor, pare com isto irmão, não brinque.

Nada. A figura no telhado está calada, nada fala.

‐ Se você não vai dizer nada, o que quer que eu faça?.

‐ ...
O cosmo oponente o empurra de corpo inteiro como se o desafiasse,
ao passo que Shun também avança. Gradualmente a respiração de Shun se
alterava, sem que tomasse conta disto. Fênix do telhado estendeu a mão
direita. E abruptamente, vindos do nada, quatro sombras se juntaram ao
redor de Fênix em seu auxílio.

‐ Idiota... Não se espante, esta não é a sua Armadura de Andrômeda. Nem


as Armaduras da Constelação de Pégaso, Dragão e Cisne... Nem pense se
isso é possível ou não, nós somos os Cavaleiros Negros!

Por último, o Fênix Negro se pronunciou:

‐ Ahahahaha... Shun, você parece ter se dado conta afinal. Não sou seu
irmão, Ikki de Fênix, que recentemente reunira Armaduras Negras a seu
comando.

‐ Fênix Negro...

Shun, quieto, limpou com a mão o suor que escorria de seu rosto.

‐ Ikki, aquele que falhou em morrer na Ilha da Rainha da Morte. Que


naquele tempo trouxe ao mundo a tensão, tentando conquistá‐lo. É, Ikki
pode estar agora em qualquer lugar.

‐ Entretanto, o lamentável é que meu irmão não esta aqui...

‐ Como?.

‐ Separamo‐nos hoje durante a tempestade.

‐ Uhum. Ele certamente era uma boa pessoa, eu sei. Somente foi a vítima
que deu seu sangue por ti, em teu lugar.

O Fênix Negro fez um sinal novamente, elevando a mão direita.


As quatro figuras de cabelos esvoaçantes saltaram ao céu, descendo
e cercando Shun abruptamente.

‐ ...

Shun não tem em seu alcance a Armadura de Andrômeda para vestir.

Embora a famosa Corrente de Andrômeda construa facilmente uma


teia de defesa intransponível, tão forte que nem uma formiga poderia
atravessar, sem sua vestimenta completa Shun estava em uma posição
crítica.

Subitamente a corrente negra do Andrômeda das Trevas vôou sibilante


como um rugido.

Shun avidamente pulou ao alto, escapando da teia enfeitiçada da corrente


negra.

Então, Andrômeda Negro, corajosamente e com um sorriso malicioso no


rosto, disse:

‐ Se conforme Shun, pois afinal de contas, você irá enfrentar o Dragão


Negro, o Cisne Negro, o Pégaso Negro, e claro, a mim, o Andrômeda Negro.

Dragão Negro, concordando com tudo, acenou abaixando a cabeça.


Assim Andrômeda Negro parte para a perseguição à Shun, mantendo uma
distância de luta, tagarelando e gritando com natural arrogância:

‐ "egue sua Armadura, Shun, ai veremos em um duelo se sua corrente será


vitoriosa, ou se a corrente negra deste Andrômeda Negro será a
vencedora.

‐ Eu te espero.
Distintamente Shun aceitara a oferta, podendo vestir seu corpo com
a Armadura de Andrômeda. Logo, sua corrente respondeu, pondo‐se
imediatamente em posição de defesa. Quando mutuamente queimaram
seus cosmos, Andrômeda Negro começou o confronto com Shun de
Andrômeda. Pulando ao alto, sob o brilho da lua crescente, escondeu‐se e
lançou abaixo uma rajada de vento forte e negra. Como se energizando
sob o luar, por entre as nuvens duas correntes descarregaram um brilho.
A corrente de Shun também já se postara sob a forma de Nebulosa de
Andrômeda.

‐ Só isso?

Uma corrente do Andrômeda Negro voou rugindo. E outra corrente


de Shun voou rapidamente em resposta.

As duas correntes colidiram entre ambos tal como cobras enroladas


como foices e distintas entre o certo e o errado, voando e reluzindo
mutuamente, perfeitamente iguais.

‐ Pff... Este brilho que ostento é a verdadeira Corrente de Andrômeda,


Shun. E te provarei isto de qualquer maneira.

Logo.
‐ Corrente Nebulosa Negra!

‐ Uwaaah!

Um vago brilho tomou a Nebulosa de Andrômeda. Chocou‐se como


uma cobra impiedosamente contra a defesa de Shun, atravessando‐a
rosnando e emaranhando‐se com seu corpo, realizando com sucesso a
manobra.

‐ Arghh!

Deste jeito, sem ter como partir à batalha, a nobre face de Shun revela‐se
com fortes dores.

‐ Uuuurgh!

Não podendo mover um pé, nem uma mão, as cobrar se firmam


enroladas por todo o corpo de Shun.

‐ Uuuurgh!

‐ Pfuuu... Que absurdo, é disto que é feito o único irmão de Ikki, aquele que
cortara as roupas do Mestre Arles?.

‐ O quê?

‐ Você é um covarde, irmão de outro covarde, afinal de contas então, todos


covardes.

‐ Ur...gh. Não, não vou deixar de jeito nenhum ouvir você difamar o meu
irmão.

Shun inflamou‐se de raiva e então ascendeu o fogo de seu microcosmo.

‐ Uu...gh. O meu irmão... é um orgulho para mim!"


O cosmo de Shun elevou‐se totalmente.

‐ Mas como?.

Ao ver a centelha cósmica de Shun se expandir pelo corpo inteiro,


Andrômeda Negro atira extensas correntes‐cobras para chocar‐se com
ele. Todavia, as cobras largaram o corpo quando irrompeu, no exato
momento, sua corrente defensiva.

‐ Seu miserável!

O Andrômeda Negro agora queria muito vingar‐se por isso. Em sua


testa escorreu um fio de suor. Dois escorreram de Shun, que não os viu
fluir e cair.

‐ Eu sou o Andrômeda Negro e mostrarei para você o verdadeiro poder da


minha Corrente Negra e isto será a sua derrota. Não devia ter provocado a
minha ira.

‐ Com ou sem, não tenho medo de sua Corrente Negra.

E atirou então sua Corrente Negra, a qual fora seguida imediatamente por
Shun.

‐ Corrente Nebulosa. ‐ E a corrente nebulosa de Shun fora descarregada.


Ela invadiu e se apoderou do Andrômeda Negro, sua vida agora estava
presa nestas correntes.

‐ Urghhh!

Andrômeda Negro fora completamente abatido e lançado ao alto


pela Corrente Nebulosa, enquanto seu cosmo desaparecia deixando
somente o rastro de seu grito. Tendo vencido sozinho o primeiro, Shun
não teve tempo para descansar. Imediatamente, Pégaso Negro, Dragão
Negro e Cisne Negro, combinados tentam intimidar Shun se aproximando
para o combate.

‐ Irmão, eu lutarei como um homem, até o fim.

Então Pégaso Negro o atacou com seu Meteoro Negro, seguido da


Tempestade Negra do Cisne Negro e por último sobreveio o ataque
Dragão Negro Supremo do Dragão Negro. Em desvantagem numérica, a
Corrente Nebulosa voava verticalmente e horizontalmente para evitar que
Shun caísse no linchamento sem proteção alguma, pois estava
desesperadamente em perigo. O Fênix Negro já se declarava triunfante.

‐ Shun, você foi derrotado. Entretanto, eu te mandarei para o inferno, é


bom obedecer.

‐ Você é capaz de suportar todos estes danos? Afinal, você é o único irmão
de Ikki de Fênix.

Imediatamente Shun é golpeado em seu corpo ferido. Ele não era


páreo para seus inimigos agora.

‐ Ugh...Arghh...Gurrrh...

O Pégaso Negro socava tão pesadamente que parecia golpear um


saco de areia. As mãos de Shun estavam livres. Uma tentava agarrar seu
oponente enquanto a outra atingia o ar.

‐ Pégaso Negro, vamos, ataque logo com o Meteoro Negro, é uma ordem
do Fênix Negro.

Naquele momento algo semelhante a uma folha alada cortara o ar,


as mãos, roupas e a bochecha do Pégaso Negro.

‐ O quê, mas quem?


Pégaso Negro gritara. O céu estava coberto por uma nuvem negra e
a voz de Ikki de Fênix ressoou dentro daquela escuridão, que a deixara
com somente um passo.

‐ Depois de vingar os golpes que deram em meu irmão irei rir destas suas
Armaduras Negras.

Ikki, usando sua Armadura de Fênix, surge rasgando a escuridão.

‐ Ir... Irmão, Você está aqui, ao fim de tudo.

‐ Shun, você está bem?

Fênix Negro então gritou alto de cima do telhado.

‐ Veja se não é o traidor Ikki, sabia que estava esperando você aparecer?
Eu venho em nome do Mestre Arles. Agimos silenciosamente sob suas
ordens em vários pontos do mundo.

Ikki observou bem o Fênix Negro.

‐ Eu o conheço bem, você não é o Ritahoa?

Rapidamente a fisionomia do Fênix Negro mudou. Enquanto


averiguava o rosto surpreso do Pégaso Negro, Ikki avançou e disse:

‐ E você não é Kenuma? E você Jid? E não é você, Shinadekuro?

Pégaso Negro que foi reconhecido por seu nome parecia


envergonhado e virou o rosto.

‐ Pff... Quando eu havia reunido as Armaduras Negras, Ritahoa, você ainda


era um fracassado da Ilha da Rainha da Morte. Este então é o Fênix
Negro… Dez milhões de vezes cômico isso. Eu tinha uma vida lamentável
antes de partir.
Mas também não seria derrotado pelo Fênix Negro.

‐ Ikki, Se pensa que somos os mesmos de antigamente está cometendo um


grande engano. Você se tornou um Cavaleiro de Bronze tendo recebido
treinamentos especiais sob a tutela do Santuário da Grécia, mas ainda
assim traiu aquele que lhe intitulara Cavaleiro, o Mestre Arles.

‐ "Então é isso, o que quer?

Se eu vencer você, que foi treinado na Ilha da Rainha da Morte como


eu, poderei me tornar um Cavaleiro. Esta é a primeira e última chance a
mim dada e vou agarrá‐la sem sombra de dúvida.

Deu ordens então ao Pégaso Negro. Mas, no mundo, não há pessoa


que consiga vencer um Cavaleiro que já tenha visto seu ponto fraco. E
tanto o Pégaso Negro, que se chamava Kenuma, quanto o Cisne Negro,
chamado Jid, e o Dragão Negro, Shinadekuro, Ikki os conhecia muito bem.

‐ Avê Fênix!

Com sua áspera técnica, Ikki atacou e sem piedade lançou ao longe
os três, que assim morreram. Somente restara uma pessoa, o Fênix Negro,
Ritahoa.

Agora eram dois Fênix em confronto.

‐ Ritahoa, sua existência e de sua Armadura Negra são minhas imagens


opostas. Sol e sombras afinal das contas. Você é como uma sombra frente
ao Sol. Mas, lamentavelmente, uma sombra varia de acordo com a
mudança do Sol, ao contrário do Céu e da Terra, sempre impassíveis.

‐ Se qualquer coisa que saísse de sua boca fosse bom não teria esperado
tanto tempo assim para este encontro. Vamos Ikki. Deixe isto de Sol e
Sombra para lá. Entenda isto imediatamente. 'Kieei'.
Junto com o forte brado, Fênix Negro atacara Ikki com seus punhos.
A velocidade de seus socos não era em nada inferior ao Meteoro de
Pégaso. Ikki, entusiasmado com isto, os evitava.

‐ A qualquer momento, a qualquer momento posso ser atingido em uma


brecha se ele melhorar sua técnica. Serei ferido se eu o menosprezar,
seguramente.

‐ Morraaaa, Ikki!

Fênix Negro desferira uma sequência de socos.

‐ Uaaah!

Sem resistir ao choque Ikki é lançado pelo ataque ao longe,


colidindo violentamente com uma árvore de centenas de anos.

Alguma coisa caiu do pescoço de Ikki, que não se deu conta disto, e
cintilou no chão.

Recebido um belo ferimento, Ikki se levantava. Como era previsto,


com um leve assobio e com um rosto corado, Fênix Negro cantava vitória,
esperando ansioso por isto.

‐ Ikki, de qualquer maneira, este não é o mesmo Ritahoa de antigamente.


Agora o Mestre Arles terá que me admitir.

‐ É certo que você conseguiu ferir meu braço. Contudo, você ainda está a
cem anos de distância do meu poder.

Fênix Negro então avançou e desferiu novamente sua técnica.

‐ Vamos ver se meu golpe funciona pela segunda vez então?


Habilmente se esquivando, Ikki desviara do veloz punho do Fênix
Negro ao passo que no sentido oposto também descarregou um soco.

‐ Uwaaah!

Seu ataque o lançou justamente naquela árvore onde havia tombado


uma vez. Contudo, rapidamente seu oponente já estava de pé.

Naquele momento Ikki avistou um objeto brilhante abaixo dos pés


do Fênix Negro.

‐ Ahn?

Quando o Fênix Negro se pôs a andar e um som foi ouvido, um novo


brilho cintilou naquele objeto. A face de Ikki mudou abruptamente.

‐ Não toque isto com os seus pés imundos... Mas veja, veja muito bem
minha ilusão demoníaca.

‐ Golpe Fantasma de Fênix!

A ilusão demoníaca atingiu o Fênix Negro como um parafuso na altura do


encontro de suas sobrancelhas.

‐ Uwaaah!

Fênix Negro imergiu‐se na ilusão de seu ego. Pela regência da Ilha da


Rainha da Morte ele resistiu a Ikki visando promoção pessoal por meio de
grande número de assassinatos, os quais foram noticiados acima e abaixo.
E assim foi ele próprio devastando seu espírito, guerreando em uma
mente vaga ‐ que agora nem podia mais ser considerada mente.

Ikki estendera a mão para pegar aquele artefato caído.

‐ Irmão.
Shun correu uns dez passos até Ikki, que lhe apresentou então
aquele objeto. Era uma pequena cruz.

‐ Na intenção de partir e te deixar quase me esqueço disto.

‐ Isso é...

‐ Só uma recordação de nossa mãe.

‐ Da... da mamãe.

Nossa mãe usava isso em seu corpo até o momento de sua morte.
Antes de nos deixar, em seu último suspiro, ela pediu que nos
ajudássemos uns aos outros, para nos mantermos firmemente vivos,
sempre juntos.

Shun recebeu a cruz de sua querida mãe que não conhecera em sua
palma da mão e espontaneamente a acariciara. Então uma lágrima caiu de
seu rosto sobre a cruz.

‐ Irmão, vamos ficar juntos de agora em diante também.

‐ Shun, a cruz da mamãe é nossa. Eu sempre estarei junto de ti. Nós


sempre lutaremos juntos.

‐ Mas...

‐ Nos iremos nos ajudar sempre que preciso.

‐ Irmão, mas...

‐ Shun, gostaria de me fazer repetir tudo aquilo novamente?

‐ Eh...
‐ Não suporto grupos.

Ikki somente disse isto e o deixou, voltando a desaparecer por


dentro da escuridão noturna.

‐‐‐‐‐‐‐‐‐xx‐‐‐‐‐‐‐‐‐
FIM

Créditos de Tradução: Philip Ho, Diego Maryo e Marcus Ryuzaki


Revisão, adaptação e conversão para PDF: Sir. Sarah
Fonte de Imagens: CavZodíaco

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