Aula 2 - Tratamento de Efluentes - 04-03-2021

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Engenharia Ambiental

A Engenharia Ambiental é um ramo da engenharia que estuda os problemas ambientais


de forma integrada nas suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica,
visando à promoção do desenvolvimento sustentável.

Legislação Ambiental e Padrões de Potabilidade


Legislação Federal > Legislação Estadual > Legislação Municipal
Ex.: CONAMA / IMA / FUNAT
Órgãos Estaduais podem ceder a tarefa do licenciamento de certas atividades aos entes
municipais.

Legislação Federal (CONAMA): Resolução 357/2005 (substituída pela 430/2011);


Resolução CONAMA 357/2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Alterada pelas
Resoluções nº 370, de 2006, nº 397, de 2008, nº 410, de 2009, e nº 430, de 2011.
Complementada pela Resolução nº 393, de 2009.

Legislação Estadual (FATMA): IN 04, IN 05, etc.

Água: Inodora, incolor, sem sabor. (RDC 274 e 275 do M.S.)

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS
 Odor, cor (real e aparente), sabor;

CARACTERÍSTICAS FISICO-QUÍMICAS
 pH, Turvação, Temperatura, Sólidos totais, Dureza, etc;

CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS
 Coliformes fecais, Coliformes totais, etc;

PARÂMETROS DE POLUIÇÃO

 Resolução Conama 430 (Federal);


 Decreto 14520 (Estadual/SC);
 Legislação municipal;

Demanda Química de Oxigênio – DQO (mgO2/L)

Mede indiretamente a quantidade de matéria orgânica dissolvida em um efluente.

CxHyNwSt + K2Cr2O7 + (na presença de H2SO4) CO2 + H2O + SO4-2 + NO3- + K2Cr2O7
-
(resid.) + CrO5 (verde)
 K2Cr2O7 (resid.)  medido por UV/VIS; titulação (Sulfato Ferroso Amoniacal);
 Interferente: Cl-;

Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mgO2/L)

Mede indiretamente a quantidade de matéria orgânica biodegradável em um efluente.

Matéria orgânica + O2 + microorganismo  CO2 + H2O + microorganismo

 Recipiente fechado c/ o efluente + O2 dissolvido, após 5 dias, verifica a


quantidade de O2 dissolvido  DBO5;
 Há também a DBO20;

Relação DQO/DBO

 Se DQO/DBO > 2, trat. Físico-químico;


 Se DQO/DBO =< 2, trat. biológico;

Obs.: Se DQO/DBO > 2,  processo enzimático  DQO/DBO =< 2;


Obs.: Microorganismos só conseguem atuar/sep. sólidos dissolvidos;

Sólidos totais
1. dissolvidos
DQO/DBO =< 2 biológico
DQO/DBO=< 50mg/L físico-químico
2. suspensos
Fixos (180ºC)
Voláteis

 Se tiver grande quantidade de fixos  comp. Inorgânicos  processo físico-


químico;
 Se tiver grande quantidade de voláteis  após dissolução  comp. orgânicos 
processo biológico;

Demais parâmetros de poluição

Metais (Ferro, Alumínio, Silício)


Orgânicos (Fenol, ABS (detergente), óleos e graxas)

CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO

Processos Preliminares - gradeamento


(físico) - peneiramento
- retenção de óleos/graxas
- equalização
Processos Secundários - anaeróbios
(biológicos) - aeróbios
- facultativos
- enzimáticos
Processos Terciários - floculação/oxidação
(físico-químico) - adsorção
- precipitação
- oxidação

Fluxo Geral

*adensamento, aterro, reuso, incineração, etc.

Principais produtos químicos utilizados nos tratamentos em ETA’s/ETE’s

Coagulantes: Sulfato de Alumínio, Sulfato Ferroso, Cloreto Férrico, Sulfato Férrico,


Aluminato de Sódio, Polímeros;
Desinfecção: Cloro gasoso, barrilha, Hipoclorito de Sódio, Ozônio, Iodo, Permanganato
de Potássio;
Ajustadores de pH: NaOH, Cal;

Tratamento de Esgoto
GRADE GROSSEIRA: Retenção dos materiais de grandes dimensões, como latas,
madeiras, papelão, etc.

ELEVATÓRIA DE ESGOTO BRUTO: Recalque dos esgotos para o canal das grades
médias.

GRADE MÉDIA: Remoção de materiais, como trapos, estopas, papéis, etc.

CAIXA DE AREIA: Remoção da areia contida no esgoto, que, depois de sedimentada,


vai para o classificador de areia.

DECANTADOR PRIMÁRIO: Remoção do resíduo sedimentável dos esgotos, gorduras


e óleos flutuantes. Estes materiais, após serem recolhidos por pontes raspadoras, são
bombeados para os digestores.

TANQUE DE AERAÇÃO: O efluente do decantador primário passa para o tanque de


aeração. Combinando-se a agitação do esgoto com a injeção de ar, desenvolve-se, no
tanque de aeração, uma massa líquida de microorganismos denominada "lodos
ativados". Estes microorganismos alimentam-se de matéria orgânica, contidos no
efluente do decantador primário, e se proliferam na presença do oxigênio.

DECANTADOR SECUNDÁRIO: Remoção dos sólidos (flocos de lodo ativado), que,


ao sedimentarem no fundo do tanque são raspados para um poço central, retornando
para o tanque de aeração. A parte líquida vertente do decantador é destinada ao Rio.

ELEVATÓRIA DE RETORNO DE LODO: O lodo ativado, recolhido no decantador


secundário por pontes removedoras de lodo, é encaminhado a bombas, retornando aos
tanques de aeração e o excesso do lodo ao decantador primário .

ELEVATÓRIA DE LODO PRIMÁRIO: Recalque do lodo gradeado para o interior dos


adensadores de gravidade e digestores.
RETIRADA DO SOBRENADANTE: Os adensadores e digestores são equipados com
válvulas para a retirada do sobrenadante (líquido que se separa do lodo digerido), que
retorna ao início do processo.

ADENSADORES DE GRAVIDADE: Equipado com um removedor mecanizado de


lodo e escuma, de tração central. O efluente é coletado em um canal periférico e
enviado para um sistema de coleta de efluentes da fase sólida.

DIGESTORES: O lodo removido durante o processo de tratamento é enviado aos


digestores. São grandes tanques de concreto hermeticamente fechados, onde, através do
processo de fermentação, na ausência de oxigênio (processo anaeróbico), se processará
a transformação de lodo em matéria altamente mineralizada, com carga orgânica
reduzida e diminuição de bactérias patogínicas.

SECADOR TÉRMICO: Retira a água do lodo proveniente dos digestores, elevando seu
teor de sólidos até o mínimo de 33%, seguindo para os silos e com destino para
agricultura ou aterro sanitário.

Tratamento de água

Um sistema normal e clássico de abastecimento é constituído das seguintes partes


principais: Captação; Adução; Tratamento; Reservatórios e Redes de Distribuição.

Pré cloração: Adição de cloro assim que a água chega à estação para facilitar a retirada
de matéria orgânica e metais;

Pré-alcalinização: Adição de cal ou soda à água para ajustar o ph aos valores exigidos
para as fases seguintes do tratamento.
Coagulação: Adição de sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante,
seguido de uma agitação violenta da água para provocar a desestabilização elétrica das
partículas de sujeira, facilitando sua agregação.

Floculação: Mistura lenta da água para provocar a formação de flocos com as


partículas.

Decantação: Passagem da água por grandes tanques para decantar os flocos de sujeira
formados na floculação.

Filtração: Passagem da água por tanques que contêm leito de pedras, areia e carvão
antracito para reter a sujeira que restou da fase de decantação.

Pós-alcalinização: Correção final do ph da água para evitar problemas de corrosão ou


incrustação das tubulações.

Desinfecção: Adição de cloro à água antes de sua saída da Estação de Tratamento para
manter um teor residual, até a chegada na casa do consumidor, e garantir que a água
fornecida fique isenta de bactérias e vírus.

Fluoretação: Adição de flúor à água para a prevenção de cáries.

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Exercício:

Uma determinada empresa produz um efluente com vazão de 22m3/h e possui uma
DBO de 550mg/L. Esse efluente deve ser despejado em um rio de águas doces e classe
2, que possui uma vazão média de 30L/s e um valor desprezível de matéria orgânica. A
partir desses dados, determine qual deverá ser a mínima eficiência de remoção de DBO
em uma estação de tratamento para essa empresa, considerando o fato de atendermos
aos requisitos da legislação. (Obs.: A DBO máxima aceita no rio, segundo o
CONAMA, é 5mg/L).

Caminhos de resposta: GABARITO


Balanço Global

mrio + mefluente = mrio+efluente

Como m=ρ.V ou ρ=m/V

ρ.Vrio + ρ.Vefluente= ρrio+efluente.Vrio+efluente

Assumindo que ρ ~ constante

Vrio + Vefluente= Vrio+efluente

Vrio+efluente = 22 + 108

Vrio+efluente = 130m3/h

Balanço para DBO

mrio.DBOrio + mefluente.DBOefluente = mrio+efluente.DBOrio+efluente

Como m=ρ.V ou ρ=m/V

ρ rio.V rio.DBOrio + ρ efluente.V efluente.DBOefluente = ρ rio+efluente.V rio+efluente.DBOrio+efluente

Assumindo que ρ ~ constante

Vrio.DBOrio + Vefluente.DBOefluente = Vrio+efluente.DBOrio+efluente

108.0 + 22. DBOefluente = 130.5

DBOefluente = 29,54 mg/L

Eficiência = (1 - DBOefluente/DBOafluente)*100

Eficiência = (1 – 29,54/550)*100

Eficiência = 94,63%
Atividade assíncrona: assistir aos 4 vídeos abaixo, e elaborar

Como funciona uma Estação de Tratamento de Esgoto?


https://www.youtube.com/watch?v=f61JxBM8wrY
https://www.youtube.com/watch?v=E3I74m_fQqA

Como funciona a Estação de Tratamento de Água


https://www.youtube.com/watch?v=4Dw-6L48OTo
https://www.youtube.com/watch?v=YcLtPJBjdAc

Exercício de Rotina nº1 (para entregar até 05/03/2021 às 11:59 p.m.):

Uma determinada empresa produz um efluente com vazão de 22m3/h e possui uma
DBO de 535mg/L. Esse efluente deve ser despejado em um rio de águas doces e classe
2, que possui uma vazão média de 33L/s e um valor matéria orgânica na ordem de
1mg/L. A partir desses dados, determine qual deverá ser a mínima eficiência de
remoção de DBO em uma estação de tratamento para essa empresa, considerando o fato
de atendermos aos requisitos da legislação. (Obs.: A DBO máxima aceita no rio,
segundo o CONAMA, é 5mg/L).

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