Espirito Santo de Deus
Espirito Santo de Deus
Espirito Santo de Deus
Ainda hoje diversas linhas teológicas divergem quanto à sua atuação nos dias
atuais. Por muito tempo a Terceira Pessoa da Trindade foi negligenciada,
sendo pouco citada e pregada.
Enquanto era muito comum ouvir falar de Deus Pai e de Jesus Cristo, pouco
ou quase nada se pregava sobre o Espírito Santo.
Por outro lado, muito ministérios deram uma centralidade indevida ao Espírito
Santo e lhe atribuíram sinais e ações que pouco, ou nada, tem a ver com Ele.
Você sabe dizer qual é a real função do Espírito Santo? Entende por que ele é
tão importante para a Igreja hoje?
Muitas pessoas tratam o Espírito de Deus como se fosse uma energia, algo
que o cristão controla e dá poderes a ele. Mas o Espírito é uma pessoa.
E a Bíblia deixa claro que não somos nós quem mandamos, ordemos ou
sopramos o Espírito Santo, mas é ele quem guia e controla a sua igreja.
Isso fica evidente em Atos, quando Paulo viajava em missões e tem os planos
modificados. A Palavra diz que o Apóstolo ia em uma direção quando foi
“impedido pelo Espírito Santo” (At 16.6-7).
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O Espírito é o próprio Deus que habita nos cristãos e nos capacita vivermos a
vida que Cristo tem para nós.
Dou essa ênfase na palavra “outro” porque ela é de suma importância para
entendermos.
Quando Jesus diz que o Pai enviaria “outro” Paracleto, Jesus está colocando o
Espírito Santo no mesmo patamar que ele próprio.
É como se Jesus dissesse: “eu sou o primeiro Consolador, porém o Pai enviará
outro!”.
2º Isso nos ensina que o Espírito tem conosco hoje o mesmo papel que Jesus
tinha com os seus apóstolos
Jesus era o líder, amigo, conselheiro, pastor, advogado, consolador etc. tudo
isso é também função do Espírito Santo em nossas vidas.
O que é Paracleto?
Traduzido em algumas Bíblias como Consolador em alguns momentos e
Advogado em outros, Paracleto, além desses dois sentidos, significa,
literalmente, o que é chamado para o lado de alguém.
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Chamá-lo apenas de Consolador ou Advogado acaba nos levando a reduzir o
riquíssimo significado que essa palavra possui.
Jesus havia instruído os seus apóstolos que esperassem até que fossem
revestidos de poder para serem testemunhas dEle (At 1.8).
Apenas quando recebem o Paracleto para caminhar com eles, é que são
capacitados para fazer a obra e testemunharem a respeito de Cristo.
Apesar de ser o Espírito Santo que faz milagres, sinais e distribui dons por
meio dos seus discípulos, vemos que a ênfase do seu ministério não é essa.
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1. Capacitando José para interpretação do sonho de Faraó (Gn 41.34)
2. Deu habilidade e inteligência para o serviço a Bezalel e a Aoliabe (Ex 36.1)
3. Capacitando Gideão na liderança (Jz 6.34)
4. Dando força extraordinária para Sansão (Jz 14.6)
5. Falou por meio dos Profetas (Is 48.16)
Por mais que caminhassem com Jesus, os Apóstolos ainda eram incapazes de
compreender todo o seu ensino e sua identidade em toda plenitude.
Mesmo após tanto tempo juntos, após viver o ministério com o seu mestre, eles
não compreendiam a necessidade do Cristo padecer.
No meio de seu último discurso Tomé pede para que Jesus os “mostre o Pai”
(Jo 14.8), sem compreender que em Cristo estava toda a plenitude da
divindade.
Paulo diz que o Evangelho é “loucura para os gentios e tropeço para os judeus”
(1Co 1.23), após a ressurreição de Cristo os seus discípulos tem o
entendimento aberto para “compreenderem as Escrituras” (Lc 24.45).
Apenas o Espírito Santo é capaz de remover o véu que está no coração dos
homens, impedindo que compreendam a verdade sobre Deus Pai e Cristo
Jesus (2Co 3.12-18).
Além de nos ensinar, o Espírito nos lembra de tudo o que Cristo nos prometeu.
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Nosso Advogado
Um dos sentidos da palavra Paracleto é advogado.
Vimos que Cristo é nosso advogado perante o Pai (1Jo 2.1). Se pecarmos,
podemos nos arrepender e descansar sabendo que Cristo nos justifica perante
o Senhor. Jesus intercede POR nós.
Ele nos assiste (auxilia) em nossa fraqueza. Não sabemos orar como convém,
porém sabemos que o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis
(que não pode ser expressado em palavras).
E é segundo a vontade de Deus Pai que Ele intercede por nós. (Rm 8.26-27)
Além disso, Jesus nos promete que quando sua Igreja fosse perseguida e
colocada diante de reis e governadores, seríamos testemunhas a seus
respeito.
Quando estava na Terra, Jesus falava por seus Apóstolos, hoje o Espírito fala
por nós.
É por isso que temos a plena certeza da vida e obra de Cristo. E é por isso que
nós podemos dar testemunho de Jesus. O Espírito nos transforma.
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Porém, Jesus se referia ao poder para sermos testemunhas a seu respeito.
É por isso que Paulo afirma que não precisamos de discursos eloquentes e
esbanjar conhecimento. Damos testemunho de “Cristo e este crucificado” (1Co
2.1-2).
E é por meio do Espírito que proclamamos aquele que não vimos, porém
amamos (1Pe 1.8). Porque fomos feitos testemunhas, pela fé, não apenas
cremos, mas conhecemos a Deus.
Por meio do Espírito, pela fé que nos é outorgada, pregamos não daquilo que
ouvimos falar, mas que nossos olhos veem (Jo 42.5).
Muitos de nós sabemos esse versículo de cor, mas muitas vezes não
entendemos a profundidade desse convencimento:
Pecado: dificilmente alguém admitirá que é uma pessoa ruim. Dificilmente uma
pessoa se descreverá como depravada, impura, egoísta, cruel, má, injusta etc.
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Justiça: quando convencidos do pecado, temos a plena convicção de que não
há justiça própria.
Nada que eu faço, nenhuma boa ação, nada poderá me justificar do meu
pecado perante Deus.
Porém, Deus fez justiça mediante Cristo Jesus. A justiça que vem pela fé em
Cristo, que se ofereceu como sacrifício por todo aquele que nele crê. Todo
homem pecou e carece da graça de Deus, e a única forma é por meio da
justificação em Cristo. (Rm 3:21-26)
E toda maldade que existe neste mundo será condenada no retorno de Jesus.
O meu pecado está condenado, Satanás está condenado, mas nós, estamos
justificados, em Cristo.
Sabe o dia que você estava triste e uma pessoa te falou “nem olhos viram nem
ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”?
Porém, no verso seguinte Paulo prossegue: “mas Deus no-lo revelou pelo
Espírito” (1Co 2.10).
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O Espírito Santo é quem leva sua Igreja a ansiar pela volta de Cristo, sabendo
o quão maravilhoso será estar com nosso Senhor.
Se o Filho veio para glorificar o Pai, o Espírito vem para glorificar o Filho. Isso é
muito importante compreendermos, uma vez que isso nos mostra que o
Espírito Santo nunca é o Centro das reuniões da Igreja!
Isso não quer dizer que não devemos prestar nossos louvores a Ele, mas nos
mostra que Ele veio para glorificar o Filho e não assumir o Centro da adoração
da Igreja.
É correto dizer que Ele é o Centro na condução do culto. Afinal, é Ele quem
nos conduz em adoração, direciona nossas orações e deve ter liberdade para
se mover na reunião.
Porém, sua obra não deve ser o Centro da reunião. Ele nos conduz à adorar a
Cristo e sua obra redentora, além de edificar os santos.
Por isso, complemento o discurso de Jesus com uma das mais belas verdades
sobre o Consolador que a Bíblia nos revela.
Paulo na carta aos Romanos nos ensina que o Espírito é quem testifica que
somos Filhos de Deus.
Isso quer dizer que o é o próprio Espírito que nos leva a desejar a presença do
Pai, que nos leva a orar e a buscar um relacionamento íntimo com Ele.
Essa identidade de saber que Deus é nosso Pai é o mais profundo consolo que
podemos receber.
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O Deus criador dos Céus e da Terra, o Deus Santo e moralmente perfeito,
Aquele que é Eterno e majestoso, nos chama de Filhos.
Mas fica uma pergunta: como receber esse Espírito? O que precisa ser feito?
A verdade é que não existe uma resposta exata. O cristão recebe o Espírito
Santo no momento do novo nascimento, mas muitas vezes é difícil identificar o
momento exato que isso ocorre.
Se você deseja que Ele habite em você é porque Ele já habita. Ore para ter
essa convicção e experimente o poder consolador do Paracleto.
Nada que façamos nos tornará dignos de sermos templo desse Espírito, mas
pela graça e por amor, Ele faz morada em nós e nos faz Filhos de Deus.
Existem duas respostas mais comuns e aceitas para essa pergunta. Uma é a
visão de denominações Pentecostais e outra mais comum em denominações
Reformadas (no sentido mais amplo).
É Ele que nos convence do Pecado e nos direciona para Cristo, logo, quando o
recebemos somos batizados por Ele.
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A visão pode ser reforçada por Paulo na 1ª Carta aos Coríntios, quando afirma
que todos nós (cristãos) fomos batizados em um só Espírito, em um só corpo
(1Co 12.13).
Ou seja, se todos fomos batizados, parece não haver distinção entre cristãos
batizados ou não pelo Espírito Santo.
Esse Batismo seria então evidenciado pelo fluir nos dons espirituais (em
especial o dom de línguas) e em um relacionamento mais fervoroso e intenso
com Deus.
O que nos traz a outra pergunta muito importante sobre a Terceira Pessoa da
Trindade:
Muitas vezes pensamos naquela que chora e se expressa no louvor, que prega
eloquentemente, que ora com muito fervor, uma pessoa que entrega palavra no
culto, ou que ora em línguas, opera sinais etc.
Mas também não é bem assim que a Bíblia nos revela uma pessoa cheia do
Espírito.
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Pensamos que Espírito Santo é o nome da Terceira Pessoa da Trindade, mas
a verdade é que o Paracleto é chamado de Espírito de Deus, Espírito da
Verdade, Espírito do Senhor, Espírito de Cristo, Espírito de Vida etc.
Se você enxerga isso em uma pessoa, pode ter certeza, ela é cheia do
Espírito. Ainda que ela fique calma e não chore no louvor, não pregue
eloquentemente e nem faça grandes sinais.
E não apenas ama, mas vive para glorificá-lo a proclamá-lo para aqueles que
não o conhecem.
Todos esses são sinais de uma pessoa cheia do Espírito. Mas tudo isso são
frutos e consequências, o que podemos fazer para ser cheios?
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Uma das principais formas de ser cheio do Espírito é pelos meios da graça, as
populares disciplinas espirituais.
As principais delas são uma vida de oração e intimidade com Deus e, claro,
investimento em tempo e leitura da palavra. Uma vida que busca ouvir a voz
de Deus.
Esses são os dois principais, porém temos outras disciplinas que podem
auxiliar o Cristão a se tornar cada vez mais cheio do Espírito:
1. Jejum
2. Solitude
3. Meditação
4. Adoração
5. Comunhão
6. Confissão de pecados
7. Pregação da Palavra
Viver na prática destes meios da graça tendem a levar o Cristão a uma vida
cada vez mais íntima com Cristo e cada vez mais cheia do Espírito Santo.
Que possamos honrar o Espírito Santo, lembrando sempre que Ele habita em nós e
nos capacita a sermos parecidos com Cristo.
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