A43 e 44 - Civil 3 - Resoluo. 1 Parte
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Inadimplemento contratual.
Onerosidade excessiva.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I - DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais
perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda.
Inadimplemento contratual.
Impossibilidade objetiva.
Onerosidade excessiva.
HIPÓTESES PARA RESOLUÇÃO
Impossibilidade objetiva.
Inexecução involuntária.
Força maior, caso fortuito, fato de terceiro.
Mas pode ser voluntária (quando há culpa na impossibilidade).
Exceção:
SUBJETIVO.
Opção do credor via resolutiva, em vez da ação de cumprimento.
OBJETIVO.
Ex.: mútuo feneratício (com juros): contrato real, por isso unilateral.
NATUREZA JURÍDICA
DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO?
Incide decadência, não prescrição.
QUAL PRAZO?
O CC/2002 não estabeleceu prazo para a resolução.
Contudo, não será perpétuo.
PRAZO DECADENCIAL
CC/2002:
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
LEGITIMIDADE
ATIVA:
Contratante fiel, celebrante adimplemente ou parte lesada.
Quem pode ajuizar a ação com pedido de resolução contratual.
PASSIVA:
Contratante infiel, celebrante inadimplente.
Será o réu na ação.
PERDAS E DANOS
Se o contratante (fiel) não tiver pago nada, OK. Basta não pagar!
Se o contratante (fiel) tiver dado algum adiantamento???
Necessária ação judicial.
O provimento judicial será ex tunc (data do inadimplemento).
(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO
Por ser tácita, necessária interpelação para depois pedir resolução do contrato.
(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO
Ex. 1: O pedreiro realiza a reparação do telhado tão mal que na primeira chuva
Ex. 2: Fornecedor de ração para gado que entrega um lote com mistura de grãos
Mora.
Para Tepedino e Schreiber (2008, p. 343), desnecessária a teoria da
violação positiva da obrigação, porque o conceito de mora já é
suficiente.
Corrente majoritária.
Como o cumprimento foi defeituoso, ruim, insatisfatório, e refere-se
diretamente à prestação, a violação positiva do contrato é
diferente da violação dos deveres anexos.
Corrente minoritária.
A violação de deveres anexos é violação positiva do contrato.
Rosenvald (2017, p. 604).
TJRN, Apelação Cível nº 2015.017932-5
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. COMPRA E VENDA DE PRODUTOS QUE SERIAM UTILIZADOS
NAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS DA RECORRIDA. INADIMPLEMENTO DO CONTRATO POR
PARTE DA RECORRENTE. BEM NÃO ENTREGUE NA DATA PREVISTA: 27.12.2010. RESOLUÇÃO
CONTRATUAL. INCIDÊNCIA NO DISPOSTO DO ART.475, CC. RETORNO DAS PARTES AO ESTADO
ANTERIOR À CONTRATAÇÃO. NECESSIDADE DA RÉ/RECORRENTE DEVOLVER A QUANTIA PAGA
PELA AUTORA/RECORRIDA PELO PRODUTO QUE NÃO FORA ENTREGUE. CONHECIMENTO E
IMPROVIMENTO DO RECURSO.
2. De acordo com o item 1.4, "b", do Anexo II da IS-003/1997 do CNPq, é condição necessária, para
a concessão de bolsas de iniciação tecnológica e industrial (ITI), estar o estudante desvinculado
do mercado de trabalho. A finalidade de tal regra é garantir que o bolsista se dedique em tempo
integral e exclusivamente ao desenvolvimento do projeto
TRF5, APELAÇÃO CIVEL, 00010972520134058400
DES. FED. JOSÉ MARIA LUCENA, 1ª TURMA, 10/07/2014, DJ 17/07/2014
3. Na hipótese dos autos, não houve violação positiva do contrato mantido com o CNPq.
Com efeito, o vínculo empregatício mantido pelo bolsista/embargante resumia-se à
jornada de trabalho das 08h00 às 12h00 nos sábados. A ser assim, o diminuto tempo que o
bolsista dispensava ao emprego em nada prejudicou o desenvolvimento do projeto
institucional, cuja carga horária era distribuída de segunda a sexta-feira, das 08h às 12h. Deve-se
considerar que o relatório final do projeto apresentado recebeu parecer favorável do CNPq, o que
atesta o cumprimento das tarefas a cargo do embargante.
4. Nesse contexto, pretender a restituição integral dos valores concedidos ao bolsista, em razão de
dito descumprimento de dever lateral que não se mostrou nocivo à consecução da
finalidade do contrato, é manifestamente irrazoável e, assim, ilegítimo. Se o embargante
desenvolveu o projeto, causa do ajuste, de modo satisfatório, atendeu à função sócio-econômica
deste. Assim, tendo havido a efetiva satisfação dos interesses concretos envolvidos no contrato,
não se pode exigir a devolução das prestações concedidas pelo CNPq, sob pena de, aí sim, haver
prejuízo para a parte adversa.