A43 e 44 - Civil 3 - Resoluo. 1 Parte

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DIREITO CIVIL III –

RESOLUÇÃO DOS CONTRATOS


1ª PARTE
PROF. DR. FÁBIO BEZERRA
EXTINÇÃO NÃO ESPERADA

Extinção do contrato em virtude de circunstância não esperada pelas


partes.
Por causa anterior ou contemporânea:
Inexistência.
Invalidação.
Rescisão.
Por causa superveniente:
Resilição.
Resolução.
Cessação.
SEÇÃO II -
DA CLÁUSULA RESOLUTIVA

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno


direito; a tácita depende de interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir


a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o
cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos.
RESOLUÇÃO

Resolução do contrato é a extinção do contrato (quando não se prefere


o cumprimento da tutela específica), com base em fato superveniente
à celebração, consistente no inadimplemento contratual.

Fundamento: princípio do equilíbrio contratual.


SEÇÃO IV - DA RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de

uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem

para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,

poderá o devedor pedir a RESOLUÇÃO do contrato.

Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.


RESOLUÇÃO

Resolução do contrato é a extinção do contrato (quando não se prefere o


cumprimento da tutela específica), com base em fato superveniente à
celebração, consistente em:

Inadimplemento contratual.

Onerosidade excessiva.
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I - DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais
perdas e danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda.

RESOLUÇÃO POR IMPOSSIBILIDADE OBJETIVA SUPERVENIENTE!!!!


RESOLUÇÃO

Resolução do contrato é a extinção do contrato (quando não se prefere o


cumprimento da tutela específica), com base em fato superveniente à
celebração, consistente em:

Inadimplemento contratual.

Impossibilidade objetiva.

Onerosidade excessiva.
HIPÓTESES PARA RESOLUÇÃO

Inadimplemento contratual (ou impossibilidade subjetiva).


Inexecução voluntária.
Inadimplemento absoluto.

Impossibilidade objetiva.
Inexecução involuntária.
Força maior, caso fortuito, fato de terceiro.
Mas pode ser voluntária (quando há culpa na impossibilidade).

Onerosidade excessiva (ou dificuldade subjetiva).


EFEITOS

Extingue o contrato de maneira ex tunc.

Com restituição recíproca das prestações já feitas.

Exceção:

Se não for possível retornar ao status quo ante, será ex nunc.

Exemplo: a resolução do contrato de aluguel não pode desconstituir o

tempo do uso da coisa, que ficou indelevelmente no passado.


RESOLUÇÃO

Ex.: MARIA vendeu para TEREZA, mediante contrato, um kit de decoração de


São João. Pagamento em duas parcelas, de R$ 1.000,00. Na entrega do kit, em
23.06.2022, pagou uma parcela R$ 1.000,00. No dia 25.06.2002, TEREZA não
pagou a 2ª parcela. O que fazer?
RESOLUÇÃO

Ex.: MARIA vendeu para TEREZA, mediante contrato, um kit de decoração de


São João. Pagamento em duas parcelas, de R$ 1.000,00. Na entrega do kit, em
23.06.2022, pagou uma parcela R$ 1.000,00. No dia 25.06.2002, TEREZA não
pagou a 2ª parcela. O que fazer?

Resolução: devolve o kit, devolve a parcela paga.

Em caso de inadimplemento, a resolução é obrigatória?


RESOLUÇÃO

Em caso de inadimplemento, a resolução é obrigatória?

O contratante pode pedir cumprimento específico ou resolução!!!!

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento...
RESOLUÇÃO

Até quando pode pedir o cumprimento específico, em vez de resolução?

Tem que ser na petição inicial necessariamente?

Tem que ser na réplica da contestação do réu?

Pode ser até a sentença?

Pode ser até o recurso de apelação?


Informativo de Jurisprudência
(informativo nº 686, 1º de Março de 2021, quarta turma)
Direito Civil e Processual Civil

Tema: Extinção contratual. Cláusula resolutiva tácita. Art.475 do Código Civil.


Pedidos alternativos. Pedido de cumprimento ou a resolução do contrato.
Opção do lesado. Momento. Antes da sentença.

"Em ação de extinção contratual com cláusula resolutiva, é lícito à parte


lesada optar entre o cumprimento forçado ou o rompimento do contrato,
desde que antes da sentença."

(STJ, REsp 1.907.653-RJ)


CPC
(alteração pela Lei 14.833/2024)

Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o


requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.

Parágrafo único. Nas hipóteses de responsabilidade contratual previstas nos


arts. 441, 618 e 757 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e
de responsabilidade subsidiária e solidária, se requerida a conversão da
obrigação em perdas e danos, o juiz concederá, primeiramente, a
faculdade para o cumprimento da tutela específica. (Incluído pela Lei nº
14.833, de 2024)
REQUISITOS

SUBJETIVO.
Opção do credor via resolutiva, em vez da ação de cumprimento.

OBJETIVO.

Existência de contrato bilateral válido (art. 475).

Para onerosidade excessiva, pode também em contrato unilateral.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das


partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou
alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade
excessiva.

Ex.: mútuo feneratício (com juros): contrato real, por isso unilateral.
NATUREZA JURÍDICA

DIREITO SUBJETIVO OU DIREITO FORMATIVO?


Direito formativo (potestativo) à extinção do contrato.

DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO?
Incide decadência, não prescrição.

QUAL PRAZO?
O CC/2002 não estabeleceu prazo para a resolução.
Contudo, não será perpétuo.
PRAZO DECADENCIAL

As partes podem estabelecer prazo decadencial para resolução (art. 211).

Não sendo convencionado, o direito à resolução se extingue juntamente com a


extinção da obrigação:
Pelo adimplemento.

Não havendo extinção, aplica-se prazo da prescrição (STJ, REsp. 770.746-RJ):


“Como a lei não estabelece o prazo de extinção do direito potestativo de
resolver o contrato, deve ser entendido que o direito persiste enquanto
não satisfeita a pretensão de haver o crédito, aplicando-se, portanto, o
prazo de prescrição da pretensão de crédito (art. 177 do CC/16 -
correspondência parcial: art. 205 do CC/02)”.
PRAZO DECADENCIAL

Qual o prazo da prescrição da pretensão de cobrar a dívida?


3 anos (art. 206, § 3º, V): reparação civil ?
5 anos (art. 206, § 5°, I): dívida líquida ?
10 anos (art. 205): prazo geral ?
STJ, RESP. 770.746-RJ

“Como a lei não estabelece o prazo de extinção do direito potestativo de


resolver o contrato, deve ser entendido que o direito persiste enquanto não
satisfeita a pretensão de haver o crédito, aplicando-se, portanto, o prazo
de prescrição da pretensão de crédito (art. 177 do CC/16 -
correspondência parcial: art. 205 do CC/02)”.

CC/2002:
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
LEGITIMIDADE

ATIVA:
Contratante fiel, celebrante adimplemente ou parte lesada.
Quem pode ajuizar a ação com pedido de resolução contratual.

PASSIVA:
Contratante infiel, celebrante inadimplente.
Será o réu na ação.
PERDAS E DANOS

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
dos casos, indenização por perdas e danos.

A indenização é decorrência automática da resolução? Ou não?

A indenização por perdas e danos é direito autônomo à resolução.

A indenização pode também ser pedida na ação de cumprimento.

Deve ser formulado pedido específico de indenização.


HIPÓTESES PARA RESOLUÇÃO

(1) Inadimplemento contratual (ou impossibilidade subjetiva).


Inexecução voluntária.
Inadimplemento absoluto.

(2) Impossibilidade objetiva.


Inexecução involuntária.
Força maior, caso fortuito, fato de terceiro.
Mas pode ser voluntária (quando há culpa na impossibilidade).

(3) Onerosidade excessiva (ou dificuldade subjetiva).


(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO
TIPOS DE CLÁUSULA RESOLUTIVA

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita


depende de interpelação judicial.

CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA ou CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA.


(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO

CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA

Pode-se inserir no contrato que, se descumprido, o contrato será extinto.


“Opera de pleno direito”. O que significa?
“A cláusula resolutiva expressa produz efeitos extintivos
independentemente de pronunciamento judicial” (Enunciado CJF 435).

Se o contratante (fiel) não tiver pago nada, OK. Basta não pagar!
Se o contratante (fiel) tiver dado algum adiantamento???
Necessária ação judicial.
O provimento judicial será ex tunc (data do inadimplemento).
(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO

CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA

Subentendida cláusula resolutiva nos contratos bilaterais.

Por força da interdependência das obrigações.

Por ser tácita, necessária interpelação para depois pedir resolução do contrato.
(1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO

(1.1) INADIMPLEMENTO ABSOLUTO.

(1.2) VIOLAÇÃO DOS DEVERES ANEXOS.

(1.3) VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO.

(1.4) INADIMPLEMENTO ANTECIPADO.


(1.1) RESOLUÇÃO POR INADIMPLEMENTO ABSOLUTO

Cuida-se do descumprimento definitivo.


A obrigação não foi cumprida, nem pode mais ser.
Extinção dos interesses objetivos do credor (Rosenvald).

Da obrigação principal ou da obrigação acessória.


Principai: pagar o aluguel, no contrato de locação.
Acessória: garantias concedidas.
Ex.: não substituir fiador insolvente.

Contrapõe-se ao inadimplemento relativo.


Mora.
Quando ainda há interesse do credor no adimplemento.
(1.2) RESOLUÇÃO POR VIOLAÇÃO DE DEVERES ANEXOS

A noção de adimplemento é ampliada, abarcando o cumprimento não só da


obrigação principal como dos deveres anexos.

Com base nos princípios sociais, especialmente o princípio da boa-fé objetiva:


Deveres anexos decorrentes da boa-fé objetiva:
Informação:
Cooperação: lealdade, probidade etc.
Proteção: cuidado, confidencialidade etc.

Mas também decorrentes da função social:


Dever de preservar o meio ambiente.
Dever de não violar direitos direitos humanos.
Dever de não praticar atos de corrupção.

Não estão explícitos no contrato, caso contrário serão obrigações acessórias.


(1.2) RESOLUÇÃO POR VIOLAÇÃO DE DEVERES ANEXOS

“Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo CC, a

violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento,

independentemente de culpa” (Enunciado 24 CJF/STJ).

“Os princípios da probidade e confiança são de ordem pública, sendo

obrigação da parte lesada apenas demonstrar a existência da violação”

(Enunciado CJF 363).

Em razão do inadimplemento, nasce o direito potestativo à resolução.


(1.3) VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO

É o adimplemento insatisfatório ou defeituoso.

Não decorre de atraso (mora) ou inadimplemento definitivo (absoluto).

“Não cumprida a obrigação” no art. 389 do CC.

Art. 394: efetuar pagamento com desrespeito ao convencionado.

Denomina-se violação positiva, porque houve conduta para


adimplemento, embora defeituosa.
Violação negativa: há descumprimento.
Violação positiva: há cumprimento, mas defeituoso.
(1.3) VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO

Ex. 1: O pedreiro realiza a reparação do telhado tão mal que na primeira chuva

causa muitos estragos na casa.

Ex. 2: Fornecedor de ração para gado que entrega um lote com mistura de grãos

venenosos, causando a morte dos animais.

Ex. 3: Médico diagnostica exatamente a doença do paciente, mas administra-

lhe, dentre os vários disponíveis, um tratamento penoso ou demorado.


(1.3) VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO

Consequência da violação positiva:

Mora.
Para Tepedino e Schreiber (2008, p. 343), desnecessária a teoria da
violação positiva da obrigação, porque o conceito de mora já é
suficiente.

Indenização pelas perdas e danos.

Resolução (desfazimento do contrato) !?!?!

Afinal, é violação positiva da obrigação ou do contrato?


(1.3) VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO

Violação positiva do contrato x violação dos deveres anexos.

Corrente majoritária.
Como o cumprimento foi defeituoso, ruim, insatisfatório, e refere-se
diretamente à prestação, a violação positiva do contrato é
diferente da violação dos deveres anexos.

Corrente minoritária.
A violação de deveres anexos é violação positiva do contrato.
Rosenvald (2017, p. 604).
TJRN, Apelação Cível nº 2015.017932-5
EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. COMPRA E VENDA DE PRODUTOS QUE SERIAM UTILIZADOS
NAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS DA RECORRIDA. INADIMPLEMENTO DO CONTRATO POR
PARTE DA RECORRENTE. BEM NÃO ENTREGUE NA DATA PREVISTA: 27.12.2010. RESOLUÇÃO
CONTRATUAL. INCIDÊNCIA NO DISPOSTO DO ART.475, CC. RETORNO DAS PARTES AO ESTADO
ANTERIOR À CONTRATAÇÃO. NECESSIDADE DA RÉ/RECORRENTE DEVOLVER A QUANTIA PAGA
PELA AUTORA/RECORRIDA PELO PRODUTO QUE NÃO FORA ENTREGUE. CONHECIMENTO E
IMPROVIMENTO DO RECURSO.

"Comprovado o inadimplemento contratual por parte da ré/recorrente em não entregar o produto


adquirido pela autora/recorrida no tempo e no lugar devidos, resta carcaterizado seu
inadimplemento contratual. Em virtude da resoluçaõ do contrato e preservando a manutenção do
status quo antes, a autora/recorrida, faz jus ao recebimento dos valores pagos pelos produtos
que não foram entregues pela ré/recorrente."
TRF5, APELAÇÃO CIVEL, 00010972520134058400
DES. FED. JOSÉ MARIA LUCENA, 1ª TURMA, 10/07/2014, DJ 17/07/2014

ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CNPQ. BOLSA DE PESQUISA.


DESCUMPRIMENTO DA NORMA QUE VEDAVA VÍNCULO EMPREGATÍCIO POR PARTE DO
BOLSISTA. RESTITUIÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS. COBRANÇA INDEVIDA. INEXISTÊNCIA DE
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO. CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA
DESTE.

1. Conforme consta nos autos, o embargante/apelante, bolsista do CNPq no período de 04 a


09/98, está sendo executado por dívida decorrente do descumprimento da norma que
estabelecia a obrigação de o bolsista estar desvinculado do mercado de trabalho no
período do recebimento da bolsa. Sustenta, no entanto, o apelante a ilegitimidade da dívida em
razão, entre outras, de o escopo da bolsa ter sido atendido.

2. De acordo com o item 1.4, "b", do Anexo II da IS-003/1997 do CNPq, é condição necessária, para
a concessão de bolsas de iniciação tecnológica e industrial (ITI), estar o estudante desvinculado
do mercado de trabalho. A finalidade de tal regra é garantir que o bolsista se dedique em tempo
integral e exclusivamente ao desenvolvimento do projeto
TRF5, APELAÇÃO CIVEL, 00010972520134058400
DES. FED. JOSÉ MARIA LUCENA, 1ª TURMA, 10/07/2014, DJ 17/07/2014

3. Na hipótese dos autos, não houve violação positiva do contrato mantido com o CNPq.
Com efeito, o vínculo empregatício mantido pelo bolsista/embargante resumia-se à
jornada de trabalho das 08h00 às 12h00 nos sábados. A ser assim, o diminuto tempo que o
bolsista dispensava ao emprego em nada prejudicou o desenvolvimento do projeto
institucional, cuja carga horária era distribuída de segunda a sexta-feira, das 08h às 12h. Deve-se
considerar que o relatório final do projeto apresentado recebeu parecer favorável do CNPq, o que
atesta o cumprimento das tarefas a cargo do embargante.

4. Nesse contexto, pretender a restituição integral dos valores concedidos ao bolsista, em razão de
dito descumprimento de dever lateral que não se mostrou nocivo à consecução da
finalidade do contrato, é manifestamente irrazoável e, assim, ilegítimo. Se o embargante
desenvolveu o projeto, causa do ajuste, de modo satisfatório, atendeu à função sócio-econômica
deste. Assim, tendo havido a efetiva satisfação dos interesses concretos envolvidos no contrato,
não se pode exigir a devolução das prestações concedidas pelo CNPq, sob pena de, aí sim, haver
prejuízo para a parte adversa.

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