Sociedade Fabiana
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Saiba mais
Hoje, a sociedade funciona principalmente como um think tank e é uma das 20 sociedades
socialistas afiliadas ao Partido Trabalhista. Sociedades semelhantes existem na Austrália
(Australian Fabian Society), no Canadá (Douglas-Coldwell Foundation e a agora dissolvida
League for Social Reconstruction), na Sicília (Sicilian Fabian Society) e na Nova Zelândia
(The NZ Fabian Society).
Objetivo
Sociedade Fabiana
A Sociedade Fabiana é uma agremiação política socialista que se opõe à luta de classes,
sendo fundada em Londres no dia 4 de janeiro de 1884.[2]
Recebeu esse nome por valer-se de uma tática gradual e temporizada que lembrava, sob
alguns aspectos, a política do cônsul Fábio Máximo, o Cunctator (traduzido do latim, "o que
adia"), que, na sua luta contra Aníbal e os cartagineses na Segunda Guerra Púnica, adotou
uma estratégia bélica de espera e de lento atrito, em uma guerra de desgaste.[3][4][5]
Dentre suas bases teóricas, destaca-se Fabian Essays in Socialism, editado por George
Bernard Shaw em 1889.[8][9]
Entre os proeminentes membros da Sociedade Fabiana, estão os escritores George Bernard
Shaw,[8] Leonard Woolf, Virginia Woolf, H. G. Wells, Annie Wood Besant, Salama Moussa,
Bertrand Russell,[8] e G. K. Chesterton,[10] a anarquista Charlotte Wilson, a feminista
Emmeline Pankhurst, o sexólogo Havelock Ellis, o militante Edward Carpenter, o físico Oliver
Lodge, e o político Ramsay Macdonald.
No núcleo da Sociedade Fabiana, estavam Sidney Webb e sua esposa Beatriz Webb. Juntos,
eles escreveram numerosos estudos[11] sobre a Grã-Bretanha industrial, incluindo
alternativas de economia cooperativa que se aplicavam a posse de capitais, bem como de
terra.
Crescimento
Imediatamente após sua criação, a Sociedade Fabiana começou a atrair muitas figuras
contemporâneas proeminentes atraídas por sua causa socialista, incluindo George Bernard
Shaw, H. G. Wells, Annie Besant, Graham Wallas, Charles Marson, Sydney Olivier, Oliver
Lodge, Ramsay MacDonald e Emmeline Pankhurst. Bertrand Russell tornou-se brevemente
membro, mas renunciou depois de expressar sua crença de que o princípio de entendimento
da Sociedade (neste caso, entre países que se aliam contra a Alemanha) poderia levar à
guerra.
No núcleo da Sociedade Fabiana estavam Sidney e Beatrice Webb. Juntos, eles escreveram
numerosos estudos da Grã-Bretanha industrial, incluindo economia cooperativa alternativa
que se aplicava à propriedade do capital, bem como da terra.[12]
Os anos de 1903 a 1908 viram um crescimento no interesse popular pela ideia socialista na
Grã-Bretanha e a Sociedade Fabiana cresceu de acordo, triplicando seus membros para
quase 2.500 no final do período, metade dos quais estavam localizados em Londres. Em
1912, uma seção estudantil foi organizada chamada Federação Socialista Universitária (USF)
e pela eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914 esse contingente contava com mais de
500 membros.
Início fabiano
Em 1900, a Sociedade produziu Fabianism and the Empire, a primeira declaração de seus
pontos de vista sobre relações exteriores, redigida por Bernard Shaw e incorporando as
sugestões de 150 membros fabianos. Foi dirigido contra o individualismo liberal daqueles
como John Morley e Sir William Harcourt. Alegou que a economia política liberal clássica
estava ultrapassada e que o imperialismo era a nova etapa da política internacional. A
questão era se a Grã-Bretanha seria o centro de um império mundial ou se perderia suas
colônias e acabaria como apenas duas ilhas no Atlântico Norte. Expressou apoio à Grã-
Bretanha na Guerra dos Bôeres.
No período entre as duas guerras mundiais, a "segunda geração" fabiana, inclui os escritores
R. H. Tawney, George Douglas Howard Cole e Harold Laski. Foi nessa época que muitos dos
futuros líderes do Terceiro Mundo foram expostos ao pensamento do socialismo fabiano,
principalmente Jawaharlal Nehru da Índia, que, posteriormente, faria com que a política
econômica da Índia seguisse as linhas do socialismo fabiano. Após a independência da
Índia, as ideias fabianas de Nehru direcionaram a Índia para uma economia em que o Estado
operava e controlava os meios de produção, em particular os principais setores da indústria
pesada, como a metalurgia, telecomunicações, transporte, geração de energia, mineração e
desenvolvimento imobiliário. A atividade privada, direitos de propriedade e
empreendedorismo foram desencorajados ou regulados através de autorizações. A
nacionalização da atividade econômica e os altos impostos foram incentivados. O
racionamento e o controle das escolhas individuais foram consideradas por Nehru como um
meio para implementar a versão do socialismo da Sociedade Fabiana.[16][17][18]
Além de Nehru, vários líderes pré-independência na Índia colonial, como Annie Wood Besant
- mentora de Nehru e, posteriormente, presidente do Congresso Nacional Indiano - eram
membros da Sociedade Fabiana.[19]
Obafemi Awolowo, que, mais tarde, tornou-se o primeiro-ministro da extinta Região Oeste da
Nigéria, foi, também, membro da sociedade no final da década de 1940. Awolowo utilizou a
filosofia do socialismo fabiano na Região Oeste, mas foi impedido de usá-la em nível
nacional na Nigéria. É pouco conhecido que o fundador do Paquistão, Muhammad Ali Jinnah,
era um ativo membro da Sociedade Fabiana em 1930. Lee Kuan Yew, o primeiro primeiro-
ministro de Singapura, afirmou, em suas memórias, que sua filosofia política inicial foi
fortemente influenciada pelo socialismo fabiano. No entanto, mais tarde, ele modificou seus
pontos de vista, considerando o idealismo do socialismo como impraticável.[20] Em 1993,
Lee disse:
Entre muitos acadêmicos atuais seguidores do socialismo fabiano, estão o cientista político
Bernard Crick, os economistas Thomas Balogh e Nicholas Kaldor e o sociólogo Peter
Townsend.
Declínio
O declínio da Sociedade Fabiana começou em meados dos anos 1930, motivado por uma
série de fatores que incluem as diversas posições ideológicas concernentes à experiência da
União Soviética, e à perda da influência no Partido Trabalhista, suplantada por indivíduos
provenientes do sindicalismo e da classe operária. Também influenciou tal declínio a adesão
de muito de seus militantes à União Britânica de Fascistas de Oswald Mosley (também ex-
membro da Sociedade Fabiana). Todavia, a Sociedade Fabiana continua sua atividade ainda
hoje, ainda que hoje não seja tão renomada quanto na primeira metade do século XX.
Na realidade, a Sociedade Fabiana alega ter conseguido materializar a maior parte dos seus
objetivos, posto que muitas das reformas por ela proposta foram realizadas durante e depois
da Grande Depressão. O emergir do Welfare state se deve muito aos esforços e ao trabalho
intelectual da Sociedade Fabiana.
O fabianismo hoje
A sociedade está filiada ao Partido Trabalhista britânico como uma sociedade socialista.
Nos últimos anos, o grupo Young Fabian, fundado em 1960, tornou-se um importante
networking de organização e discussão ativista para jovens com menos de 31 anos, e
colaborou na eleição de 1994 de Tony Blair como líder do Partido Trabalhista. Hoje, também
existe a rede web feminina Fabian Women's Network, e grupos escoceses e galeses da
Sociedade Fabiana.
Crítica
Leon Trotski pensava que o socialismo fabiano fosse uma tentativa sub-reptícia de salvar o
capitalismo da fúria da classe operária. A esse respeito, disse que "em toda a história do
movimento trabalhista britânico, houve pressão por parte da burguesia contra o proletariado
através do uso de radicais, intelectuais, salas e igrejas socialistas, e owenistas que repudiam
a luta de classes, defendendo os princípios de solidariedade social, pregando a colaboração
com a burguesia, se aproveitando de e enfraquecendo politicamente o miserável
proletariado".[25]
Referências
1. A lista completa dos folhetos é disponível no site Fabian Society Online Archive (http://ww
w2.lse.ac.uk/library/archive/online_resources/fabianarchive/home.aspx)
2. Edward R. Pease, A History of the Fabian Society - The Origins of English Socialism New
York: E.P. Dutton & Co., 1916. ISBN 978-1934941324 (ed. de Agosto de 2008)
6. George Thomson (1 de março de 1976). «THE TINDEMANS REPORT AND THE EUROPEAN
FUTURE» (http://aei.pitt.edu/10796/1/10796.pdf) (PDF)
7. Margaret Cole (1961). The Story of Fabian Socialism. [S.l.]: Stanford University Press.
ISBN 978-0804700917
14. Wilde, Richard H.; Semmel, Bernard (abril de 1961). «Imperialism and Social Reform:
English Social-Imperial Thought, 1895-1914» (https://dx.doi.org/10.2307/1846997) . The
American Historical Review (3). 725 páginas. ISSN 0002-8762 (https://www.worldcat.org/i
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Consultado em 9 de agosto de 2022
16. Padma Desai and Jagdish Bhagwati (1975). «Socialism and Indian economic policy».
World Development. 3 (4\date=abril 1975): 213–221. doi:10.1016/0305-750X(75)90063-7
(https://dx.doi.org/10.1016%2F0305-750X%2875%2990063-7)
17. B.K. Nehru (primavera de 1990). «Socialism at crossroads». India International Centre
Quarterly. 17 (1): 1–12. JSTOR 23002177 (https://www.jstor.org/stable/23002177)
18. Arvind Virmani (outubro de 2005). «Policy Regimes, Growth and Poverty in India: Lessons
of Government Failure and Entrepreneurial Success» (http://icrier.org/pdf/WP170GrPov1
1.pdf) (PDF). Indian Council for Research on International Economic Relations, New Delhi
19. Dunham, William Huse (1975). «From Radicalism to Socialism: Men and Ideas in the
Formation of Fabian Socialist Doctrines, 1881–1889». History: Reviews of New Books. 3
(10): 263. doi:10.1080/03612759.1975.9945148 (https://dx.doi.org/10.1080%2F0361275
9.1975.9945148)
20. Michael Barr (março de 2000). «Lee Kuan Yew's Fabian Phase». Australian Journal of
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22. L. M. Kenny (1963). «The Goal of Arab Unification». International Journal. 19 (1): 50–61.
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23. Kamel S. Abu Jaber (1966). «Salāmah Mūsā: Precursor of Arab Socialism». Middle East
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24. Fabian pensatori: 120 anni di progressiva pensiero - Fabian Society pubblicazioni (2004)
ISBN 0-7163-0612-3
25. Scritti sulla Gran Bretagna, volume 2, New Park, Londra 1974, pag 48
Bibliografia
PENCH, Lucio - Il socialismo fabiano: un collettivismo non marxista. Nápoles: ESI, 1988.
Ligações externas
Marxists.org (https://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/s/sociedade_fabia
na.htm)
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