Transferência de Massa - FT2
Transferência de Massa - FT2
Transferência de Massa - FT2
Fenômenos de Transporte 2
Transferência de Massa
Transferência de Massa
Mecanismos
Difusão Convecção
Fenômenos de Transporte 2 2
1
Transferência de massa
Quando existe um gradiente de concentração no interior de um fluido
constituído por dois ou mais componentes, há um tendência para que
cada constituinte flua numa direção, de modo que reduza o gradiente de
concentração.
Ocorrências que envolvem transferência de massa:
Solubilização de açúcar ou sal em água,
favorecido pela agitação de uma colher;
Evaporação de água na superfície de uma
piscina e transporte através do ar envolvente;
Secagem da madeira após o corte, corresponde
ao transporte da umidade através dos poros da
madeira até à sua superfície;
Solubilização de oxigênio em água num aquário
ou num meio nutriente para consumo de micro-
organismos.
Fenômenos de Transporte 2 3
Transferência de massa
Considerações gerais
• Deve haver uma mistura de duas ou mais espécies para a
transferência de massa acontecer.
• O gradiente de concentração das espécies é o potencial motriz para
transferência.
• As equações que descrevem transferência de massa por difusão são
análogas as que descrevem a transferência de calor através de
condução, assim como a transferência de massa por convecção é
análoga à transferência de calor por convecção.
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2
Mecanismos de transferência de massa
O mecanismo da transferência de massa depende da dinâmica da
mistura no qual ocorre.
Fenômenos de Transporte 2 5
3
Mecanismos de transferência de massa
Figura 2: Preparação de chá por infusão (extração sólido/líquido seguido de difusão). O processo de transferência de massa é
favorecido pela agitação da colher (convecção).
Fonte: Portal de Laboratórios Virtuais
de Processos Químicos.
Fenômenos de Transporte 2 7
Definições
Em misturas multicomponentes, a concentração de uma espécie
molecular pode ser expressa de várias formas:
a) Concentração ou densidade mássica total (ρ): massa total do
sistema contido em uma unidade de volume da mistura (kg/m3).
n
i
i 1
onde, n é o número das espécies na mistura.
A fração mássica, mA, é a concentração mássica da espécie “A” dividida
pela concentração mássica total.
n
mA A n A
sendo m i 1
i i 1
i 1
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4
Definições
b) Concentração molar da espécie A (CA): número de moles de “A”
presentes por unidade de volume da mistura (kmol/m3).
moles A
CA
Vmistura
Por definição: 1 mol de qualquer espécie contém massa equivalente ao
sua massa molecular.
Fenômenos de Transporte 2 9
Tabela Periódica
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5
Definições
Quando relacionado com a fase gasosa, as concentrações são
expressas em termos de pressões parciais, isto é:
PAV n A RT
Aplicando-se a equação da concentração molar, tem-se:
nA P
CA A
V RT
Fenômenos de Transporte 2 11
Definições
c) Concentração molar total (C): número de moles total da mistura
contida em uma unidade de volume:
n
C C
i 1
i
ou para uma mistura gasosa, que obedece a lei dos gases ideais, tem-
se:
ntotal P
C
V RT
onde P é a pressão total.
Fenômenos de Transporte 2 12
6
Definições
Para misturas a fração molar é definida como a razão entre a
concentração molar da espécie química A e a concentração molar total:
n
C
xA A
C
sendo x
i 1
i 1
Para misturas gasosas que obedecem a lei dos gases ideais, a fração
molar pode ser expressa em função da pressão:
C A PA RT PA
xA
C P RT P
Fenômenos de Transporte 2 13
Definições
Fluxos
O fluxo mássico ou molar de uma dada espécie é uma quantidade
vetorial denominado através da quantidade desta espécie em unidades
mássicas ou molares, que se deslocam em um dado incremento de
tempo por uma unidade de área normal ao vetor.
Mais precisamente, o fluxo é dado pelo produto da velocidade e
concentração, tendo unidade de [massa/(áreaxtempo)].
Fenômenos de Transporte 2 14
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Lei de Fick
A Lei de difusão de Fick (1855) define a difusão molecular do
componente A em uma mistura isobárica e isotérmica. Para uma difusão
somente na direção z, tem-se:
dC A
J A , z D AB
dz
onde:
JA,z: fluxo molar na direção z relativo a velocidade molar média.
DAB: coeficiente de difusão (difusividade mássica).
(dCA/dz): gradiente de concentração na direção z.
Fenômenos de Transporte 2 15
Lei de Fick
A Figura abaixo representa um sistema de difusão, mostrando a difusão
de átomos de um gás através de uma placa metálica, para a qual as
concentrações do componente em difusão, em ambas as superfícies da
placa, são mantidas constantes.
CA > CB
O fluxo J de um átomo que difunde,
é positivo da esquerda para a
direita, pois a espécie em difusão
se move de uma região de alta
concentração CA para uma região
de menor concentração CB, ao
longo de uma distância.
Fenômenos de Transporte 2 16
8
Lei de Fick
O vetor fluxo J é definido como a quantidade de A que é transferida por
difusão por unidade de área (A) perpendicular à direção do fluxo e por
unidade de tempo (t).
Nesse caso, as concentrações CA e CB são constantes, o gradiente de
concentração dC/dz é constante, e, como CA > CB, o gradiente de
concentração é negativo da esquerda para a direita.
CA > CB
JA,z dC A
J A, z D AB
dz
Fenômenos de Transporte 2 17
Lei de Fick
O fluxo mássico médio será dado por:
dm A
j A, z D AB
dz
onde:
jA,z: fluxo mássico na direção z relativo a velocidade mássica média.
(dmA/dz): gradiente de concentração em termos da fração mássica.
d A
j A , z D AB
dz
Fenômenos de Transporte 2 18
9
Lei de Fick
Equação geral para o fluxo, escrita na forma vetorial:
Fluxo mássico j A D AB m A
Fenômenos de Transporte 2 19
Lei de Fick
Exemplo 1: O dióxido de carbono a 30oC difunde no ar a partir de uma
superfície porosa com 5 m2 de área, com descarga de 0,2 kg/h. A
concentração de CO2 é 0,042 kg/m3, junto à superfície, e desprezível a
uma distância de 5 cm desta. Determine a difusividade para essa
condição, admitindo distribuição linear da concentração.
j A , z D AB
d A
0, 2 kg / h
D AB
0,042 0 kg / m 3
dz 5m 2 0 0,05 m
D AB 0,048 m 2 / h
Fenômenos de Transporte 2 20
10
DAB
D AB D BA
Coeficiente de difusão depende
da pressão e temperatura.
3/ 2
D AB ,TTabela T
D AB ,T
p TTabela
Da Tabela A-8: 3/ 2
T
Amônia-Ar → DAB,(298K) = 0,28x10-4 m2/s DAB,T DAB,TTabela
TTabela
Hidrogênio-Ar → DAB,(298K) = 0,41x10-4 m2/s
NH3-Ar
3/ 2
4
350 K
D AB ,350 K 0, 28 x10 D AB ,350 K 0,356 x10 4 m 2 / s
298 K
H2-Ar
3/ 2
4
350 K
D AB ,350 K 0, 41 x10 D AB ,350 K 0,52 x10 4 m 2 / s
298 K
Fenômenos de Transporte 2 22
11
Fluxo absoluto e difusivo de uma espécie
O fluxo mássico (ou molar) absoluto de uma espécie é definido como o
fluxo total em relação a um sistema de coordenadas fixo.
A difusão envolve o movimento de moléculas de um local para outro.
Esse movimento em escala molecular resulta em um movimento global
(componente difusivo e convectivo).
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n "A A v A
A velocidade mássica média para a mistura (v), será:
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Fluxo absoluto e difusivo de uma espécie
O fluxo mássico absoluto (nA”) da espécie A:
n "A j A A v
Para uma mistura binária, pode ser definido em termos de densidade e
fração mássica por:
N A" CD AB x A x A N "A N B"
O fluxo molar absoluto é a soma de um fluxo difusivo e de um fluxo
convectivo.
onde:
N "A C A v A e N B" C B v B
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Fluxo absoluto e difusivo de uma espécie
A velocidade molar média da mistura v*:
Fornecendo:
v* x A v A xB v B
N " Cv*
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As quatro equações que definem os fluxos jA, JA, nA” e NA”, são
equivalentes a equação da Lei de Fick.
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Evaporação em uma coluna
Analisando a difusão na mistura gasosa binária da figura.
A taxa de evaporação da
espécie A, será dada por:
N A, x A. N "A , x
CD AB 1 x A, L
N "A, x ln
L 1 x
A,0
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15
CD AB 1 x A, L
N "A, x ln
L 1 x
A,0
Propriedades (Tab. A-6/A-8):
Água (T = 320 K) → pSat = 0,1053 bar
Vapor d’água-Ar (T = 298 K): DAB ~ p-1T3/2 → DAB = 0,26x10-4 m2/s
H2O-Ar
3/ 2
4 1 320 K
D AB , 320 K 0, 26 x10 D AB ,320 K 1,157 x10 4 m 2 / s
0, 25 298 K
Concentração da mistura:
p 0,25 atm
C 3
9,52 x10 3 kmol / m 3
RT atm .m
8,205 x10 2 320 K
kmol .K
Fenômenos de Transporte 2 31
p A 0,1053 bar
P/ x = 0 → x A,0 0,4157
p 0, 2533 bar
P/ x = L → x A, L 0
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Conservação de espécies em um meio estacionário
Aproximação de meio estacionário
Quando a difusão de uma quantidade muito pequena da espécie A
ocorre no interior de uma espécie B estagnada, o movimento molecular
associado à transferência de massa não incluirá movimentação global
significativa do meio.
Nesses casos, consideramos o meio estacionário e a convecção pode
ser desprezada.
n "A j A D AB m A
N A" J A CD AB x A
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Conservação de espécies em um meio estacionário
A equação da conservação pode ser expressa, em termos de taxas:
dM A
M A , ent M A, g M A , sai M A , acu
dt
Obs.: Há geração de uma espécie quando ocorrem reações químicas.
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Fenômenos de Transporte 2 36
18
Equação da difusão de massa
As taxas de transporte da espécie A:
Coordenadas Cilíndricas:
1 x 1 x x C A
CD AB r A 2 CD AB A CD AB A N A
r r r r z z t
Coordenadas Esféricas:
1 2 x A 1 x A 1 x A C A
CD r
CD
CD sen N A
r r sen r sen
AB AB AB
r r
2 2 2 2
t
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19
Equação da difusão de massa
Considerando a difusão unidimensional da espécie A através de um
meio plano composto por A e B.
- Regime estacionário;
- Sem reações químicas;
- Coeficiente de difusão e concentração molar constantes.
Fenômenos de Transporte 2 39
x x x C A
CD AB A CD AB A CD AB A N A
x x y y z z t
Resulta:
d dx
CD AB A 0
dx dx
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20
Equação da difusão de massa
a taxa molar será dada por:
N A, x
D AB A
C A, s1 C A, s 2
L
A partir dessa expressão, podemos definir uma resistência à
transferência da espécie por difusão em um meio plano.
Rm , dif
C A,s1 C A,s 2 L
N A, x D AB A
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Fenômenos de Transporte 2 42
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C A ,0 C A , L C A ,0 C A ,L r0 = 0,05m
N A ,r rL = 0,052m
R m , dif 1 1 1
4 D AB r0 r L
4 . 0 , 3 x 10 12 m 2 / s 1, 5 kmol / m 3 12
N 7 , 35 x 10 kmol / s
A ,r
1 0 , 05 1 0 , 052 m 1
12 kmol kg 12
n A ,r N A ,r .M A 7 , 35 x10 .2 14 , 7 x10 kg / s
s kmol 43
M A , ent M A,g M A , sai M A , acu M A , acu M A , sai
A d A d A D 3 dp A D 3
M A , acu dxdydz V
t dt dt 6 R A Tdt 6
M A dp A D 3
M A , acu dp A 6 RT
RT dt 6 n A ,r
dt D 3M A
M A , sai n A ,r
dp A
3 ,5 x10 7 bar / s
dt
44
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Evaporação e Sublimação
Transferência de massa de uma espécie A para uma corrente gasosa
em uma superfície líquida ou sólida.
PA ( 0) x A (0 ) PA , Sat
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Fenômenos de Transporte 2 46
23
47
Transferência de Massa
Bibliografias Consultadas:
BIRD, B., STEWART, W. E. e LIGHTFOOT, E. N., Fenômenos de Transporte, 2ª ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2004.
FILHO, W. B., Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2ª Edição, Rio de Janeiro: LTC,
2006.
CANEDO, E. L. Fenômenos de Transporte, 1ª Edição. Editora LTC, 2010.
INCROPERA, F. P. & DeWITT, D. P., Fundamentals of Heat and Mass Transfer, 6ª Ed., Wiley,
2007.
LIVI, C. P., Fundamentos de Fenômenos de Transporte: Um Texto para Cursos Básicos, 2ª
Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012.
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
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