L 9 Capitulo 8

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CAPÍTULO 8

O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente


à Base Nacional Comum Curricular – BNCC

Cibele Stefanno Saldanha, Tuane Telles Rodrigues, Mauro Kumpfer Werlang

https://doi.org/10.4322/mp.978-65-991393-8-3.c8

Resumo
O Sensoriamento Remoto quando utilizado na escola permite fornecer subsídios para
que os alunos consigam perceber e entender, tanto as dinâmicas físicas quanto as
humanas. Também possibilita uma melhor compreensão da Cartografia e isso é muito
importante, pois ela se constitui em um dos conteúdos fundamentais no
desenvolvimento do pensamento geográfico. Dessa forma, torna-se relevante analisar
o papel do Sensoriamento Remoto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a
partir da discussão por meio da comparação entre os PCNs e a BNCC, pontos comuns
e divergentes acerca do Sensoriamento Remoto na Geografia Escolar, compreender o
papel do Sensoriamento Remoto na BNCC sob uma perspectiva prática e, propor uma
atividade para que o Sensoriamento Remoto seja abordado nas aulas, seguindo as
possibilidades apresentadas pela BNCC. Usando uma metodologia que envolve
caráter investigativo através da revisão bibliográfica e documental relativo a BNCC,
buscou-se identificar as questões relacionadas ao papel do Sensoriamento Remoto.
Os resultados obtidos mostraram que o Sensoriamento Remoto, como Ciência, não
está claramente colocado ao longo do documento. Entretanto, na disciplina de
Geografia o documento traz, como ferramenta comum ao Sensoriamento Remoto, as
imagens de satélites. A Geografia ao longo do documento da BNCC foi dividida em
cinco unidades temáticas, onde a unidade temática na qual contempla as imagens de
satélites é denominada “Formas de Representação e Pensamento Espacial” e,
objetiva ampliar a concepção da representação gráfica e o raciocínio geográfico,
confiando que os educandos consigam elaborar mapas, gráficos, iniciando-se na
alfabetização cartográfica.
Palavras-chave: cartografia escolar, ensino em geografia, geotecnologias, parâmetros
curriculares nacionais – PCNs.

1. Introdução

A revolução científico-tecnológica provocou grandes transformações no mundo


moderno nas quais os profissionais da educação precisam atualizar-se por meio de
cursos, capacitações e formação continuada, para serem capazes de lidar com as
novas tecnologias. Com o advento destas tecnologias, a inclusão digital passou a ser
uma preocupação no ensino em sua totalidade, entretanto a Geografia é também
responsável pelo aproveitamento destas técnicas na sala de aula, com o uso das
geotecnologias.

A geografia carrega consigo a missão de trabalhar com a espacialização de


fenômenos físicos e socioeconómicos e as transformações que ocorrem na Terra

Geografia por sensoriamento remoto


Joceli Augusto Gross (Ed.) © 2021 Mérida Publishers CC-BY 4.0
Geografia por sensoriamento remoto 104

promovidos por esses fenômenos. Neste contexto, o mapa torna-se um instrumento


muito utilizado nas aulas. Diante das inúmeras transformações que ocorrem no
mundo, dada a rapidez da evolução tecnológica, torna-se imperativa outra postura
pedagógica, tanto aos profissionais que produzem o material geográfico, quanto ao
material cartográfico e, também aos professores que irão transmitir os conteúdos em
sala de aula. Atualmente percebe-se que as reformas relacionadas à educação
apontam algumas soluções alternativas no que tange as propostas metodológicas das
práticas de ensino. A aquisição do conhecimento passa a ser compreendida como um
processo de construção do saber geográfico, sendo o educando um sujeito crítico e
atuante na sociedade [1].

A apropriação do homem no espaço geográfico viabilizou a busca contínua pelo


desenvolvimento de instrumentos que promovam melhoria e ampliação do
monitoramento do meio ambiente. Uma destas técnicas tem se popularizado nas
últimas décadas e, vem sendo abundantemente explorada em suas potencialidades, é
a geração de imagens provenientes de sensores remotos instalados em satélites
artificiais. As imagens permitem uma visão da totalidade e com um detalhamento das
extensas áreas da superfície terrestre. Também, o uso dos Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) na elaboração das atividades em sala de aula, torna as aulas mais
interativas, discursivas que prendam a atenção dos educandos, desta forma
complementando a utilização do livro didático.

São grandes os desafios que a Geografia vem enfrentando, são questionadas as


finalidades de suas práticas pedagógicas, fundamentadas em metodologias de ensino
que giram em torno do uso exclusivo de uma apostila ou de um livro didático. As aulas
de Geografia são inqueridas pelo predomínio da exposição oral dos conteúdos e
subdivididos em unidades temáticas que geralmente são pouco, relacionas com os
demais conteúdos. Estas práticas pedagógicas são voltadas ao giz, a lousa e os
materiais impressos como as apostilas e os livros didáticos, que ganham destaque,
sendo os materiais predominantemente utilizados como recursos didáticos na sala de
aula. As aulas são pautadas em conteúdos estipulados e currículos instrumentais, que
desconsideram os alunos e os seus desejos, os seus contextos de vida, as suas
realidades, os seus sonhos e as suas potencialidades [2].

Portanto o presente estudo justifica-se pela necessidade de investigar a forma que o


Sensoriamento Remoto vem sendo abordado nos documentos e como a Geografia faz
uso dessa ferramenta tecnológica que facilita o ensino e aprendizagem. Como afirma
Le Sann [1] apesar da extensa potencialidade das imagens aéreas, a sua utilização no
ensino de Geografia são raramente exploradas em sala de aula, esse fato justifica-se
pelo pouco conhecimento deste instrumento no ensino. Sendo assim, este estudo irá
discutir o papel do Sensoriamento Remoto na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), traçando uma comparação entre os Parâmetros Comuns Curriculares,
avaliando a forma que os documentos abordam o Sensoriamento Remoto, assim
como as imagens de satélites, este estudo é de caráter investigativo e documental.

1.1. Objetivo geral

Verificar o papel do sensoriamento remoto na Base Nacional Comum Curricular


(BNCC).

1.1.1. Objetivos específicos:

1. Compreender o lugar que o sensoriamento remoto ocupa na BNCC sob uma


perspectiva prática.
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 105

2. Comparar os PCNs e a BNCC os pontos incomuns e divergentes acerca do


sensoriamento remoto na geografia escolar;

3. Propor uma atividade para que o sensoriamento remoto seja abordado nas
aulas, seguindo as possibilidades apresentadas pela BNCC.

Cabe destacar a grande e a significativa importância do uso dos mapas, imagens


aéreas e outros tipos de representações gráficas no cotidiano escolar para auxiliar na
análise, observação, manuseio, reprodução, interpretação e construção do imaginário
dos educandos. Destaca-se que a representação gráfica na linguagem geográfica é
um procedimento de grande relevância nos estudos da Geografia. Ela desenvolve
habilidade de orientação, localização e representação dos educandos em relação aos
aspectos da realidade socioespacial [3].

Para Callai et al. [3] a linguagem gráfica desperta o raciocínio lógico possibilitando a
análise rápida e detalhada dos conteúdos além de facilitar a memorização das
distribuições espaciais, bem como da reflexão e análise das questões ambientais que
afetam o espaço vivido. Um destes processos é conhecido como alfabetização
cartográfica e visa desenvolver, nos educandos, a construção de estruturas que
ofereçam as condições necessárias para o uso cotidiano dos mapas e imagens.

2. Referencial Teórico

2.1. O ensino em Geografia e as diversas linguagens da aprendizagem

De acordo com Callai et al. [3] a educação geográfica não é simplesmente ensinar e
aprender geografia. Vai muito além, significa que o sujeito pode construir as bases de
sua inserção no mundo e compreender a dinâmica da paisagem através do
entendimento da sua espacialidade. Como consequência dos processos de
mundialização e da globalização de todo o conjunto da sociedade existe a
necessidade da inserção de novas ferramentas para que seja compreendida. A
educação geográfica significativa transpõe a linha de apenas obter informações.
Utiliza-se de instrumentos para fazer a análise geográfica para realização de
aprendizagens significativas.

A disciplina de geografia tem a missão de preparar o educando para localizar, atuar e


compreender o mundo e suas complexidades, problematizar a realidade, reconhecer
as dinâmicas existentes no espaço geográfico, pensar e atuar criticamente em sua
realidade tendo em vista a sua transformação como cidadão [4].

Cavalcanti [5], afirma que o ensino de geografia tem como propósito, trabalhar o
educando juntamente com suas referências e conhecimentos adquiridos na escola e
sistematizá-las em contato com a sociedade, com o cotidiano, para assim criar um
pensar geográfico que contemple a análise da natureza e a relação com a sociedade.

Segundo Callai et al. [3] as diversas linguagens são utilizadas como instrumentos de
aprendizagem para possibilitar a construção do conhecimento ministrado em sala de
aula. Isto torna-se possível quando o professor organiza sua aula em busca de uma
aprendizagem relacionada ao cotidiano, abordando temáticas nas quais os educandos
compreendam não só o mundo como também o lugar em que vivem. O uso dos
diferentes recursos didáticos em sala de aula sempre foi uma referência na discussão
de propostas inovadoras no ensino. Estas propostas têm se alicerçado em um
discurso de reforma educacional, o qual passou a ser sinônimo de renovação
pedagógica, progresso e mudança [6].
Geografia por sensoriamento remoto 106

O MEC [7] destaca a importância do uso de diferentes linguagens como novas formas
de aprendizagem. Uma das exigências das Políticas Educacionais atuais diz respeito à
produção e a distribuição desses inúmeros materiais para que o professor possa
utilizá-los durante as suas aulas. Seus usos estão diretamente ligados à didática do
docente e ao conhecimento tanto da metodologia de ensino como da própria ciência
geográfica.

Castellar e Vilhena [8] enfatizam esta discussão e destacam que, ao utilizar os


materiais didáticos, o professor precisa ter domínio do uso que fará e também ser
seletivo na organização do material. Um dos recursos de que os professores fazem
uso são as diferentes linguagens, na medida em que todos são responsáveis pela
capacidade leitora e escritora do aluno.

Segundo Novak [9], a educação deve ter em conta os cinco elementos básicos e que
estes interatuam entre si para construir a experiência, que resulta de uma
aprendizagem significativa. Essa ideia postula a concepção de educação e de ensino
em que o desafio não é apenas passar informações ou aplicar conteúdos de maneira
mecânica em situações do cotidiano, mas compreendê-los para que, na aplicação,
haja sentido e coerência com a realidade, ou seja, articular as referências teóricas com
a prática.

Segundo Castellar e Vanzella [10], quando o professor define seus objetivos, organiza
os conteúdos, conceitos e conhece os seus alunos, torna-se mais fácil perceber e criar
condições para que ocorra de fato uma aprendizagem significativa. Nesta perspectiva,
considera-se que a aula é o momento principal no qual se pode organizar o
conhecimento e o pensamento do aluno, a partir de atividades de aprendizagem.

2.2. A utilização do Sensoriamento Remoto na educação


De acordo com Paiva et al. [11] apesar do sensoriamento remoto estar se
disseminando e, consequentemente se popularizando nas últimas décadas, os
avanços na área ainda são considerados insuficientes. Segundo as autoras é na
geografia que o sensoriamento remoto se destaca como disciplina. Em muitos cursos
o sensoriamento remoto é ofertado como disciplina optativa, e como consequência
disso, o número de profissionais qualificados e com domínio dessa técnica acaba
ficando ainda escasso.

Segundo Paiva et al. [11], é necessário propor novos artifícios com o objetivo de
promover a difusão do uso do sensoriamento remoto. Uma forma de promover a
propagação da ciência é a introdução das ferramentas utilizadas nos níveis do ensino
fundamental e médio, levando a um universo mais amplo o conhecimento desta
tecnologia, ampliando o seu potencial de aplicação.

Como afirma Crispim e Albano [12] as imagens de satélites possuem diversas


utilidades e suas aplicabilidades são vastas e indispensáveis para compreender os
fenômenos geográficos da superfície terrestre. Destaca que podem ser trabalhadas
em variadas escalas espaciais, o que facilita as discussões em sala de aula. Observa
que se pode abordar, desde a localização de qualquer município no planeta, observar
as características do local e a distribuição vegetal, climática e hidrográfica, além da
observação do relevo e ocupação do solo, assim como é possível acompanhar a
evolução dos processos que levam à transformação do espaço.

Segundo Florenzano [13], por meio do uso das tecnologias de sensoriamento remoto
no processo de ensino e aprendizagem, há a possibilidade da interpretação de
imagens de sensores remotos para a compreensão dos educandos acerca dos
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 107

conceitos que norteiam a geografia, como o lugar, localização, interação do homem


com o meio, região e as constantes transformações do espaço geográfico além da
forma como estes conceitos se articulam. Conforme Mota et al. [14], as imagens de
satélites são recursos didáticos que possibilitam a configuração do planeta Terra em
diversas escalas, desta forma, propiciando aos educandos as novidades científico-
tecnológicas que favoreçam a compreensão da realidade em que estão inseridos e,
consequentemente, do exercício de sua cidadania.

O sensoriamento remoto pode assumir a finalidade de proporcionar a aproximação


entre a realidade espacial e os conteúdos trabalhados em sala de aula. Entretanto,
observa-se que se torna cada vez mais necessário o contato do educando com os
diferentes locais que compõem o espaço geográfico. Para Mota et al. [14], é de
extrema importância que aprendizagem seja significativa e os educandos consigam
observar o que se aprende nas aulas de geografia e as aplicabilidades efetivas no
meio em que ele está inserido. A geografia não deve ser ensinada como algo distante
do cotidiano. Nesse sentido cabe ao professor mostrar aos alunos como aplicar as
geografia e suas técnicas.

As novas tecnologias proporcionam a facilidade do uso para fins de informações


geográficas. Assim, os professores podem estimular técnicas de visualização com os
educandos, de forma simples, como por exemplo, observar os fenômenos presentes
desde a sua residência até a escola. Isso pode tornar-se uma maneira de atrair os
educandos para maior interesse nas aulas de Geografia e auxiliar na quebra do
paradigma de que a geografia é uma disciplina meramente decorativa [15].

O uso das imagens de satélite no ensino da geografia permite identificar e relacionar


os elementos naturais e sócio-econômicos presentes na paisagem, tais como as
serras, as planícies, os rios, as bacias hidrográficas, as matas, as áreas agricultáveis
ou industriais, as cidades, bem como acompanhar resultados da dinâmica do seu uso.
Isso pode servir como um importante subsídio à compreensão das relações entre os
homens e de suas consequências no uso e ocupação dos espaços e nas interações
com a natureza [15].

2.3. Geotecnologia no ensino de geografia

O ensino da geografia objetiva ampliar a capacidade dos educandos de observar,


conhecer, explicar, comparar e representar as características de um lugar e de
diversas paisagens e espaços geográficos. Para Freire e Valente [16], o uso das
tecnologias no âmbito pedagógico pretende integrar o docente junto ao aluno visando
a compreensão e a interpretação dos fenômenos socioculturais. É preciso ressaltar
que as geotecnologias já possuem seu espaço conquistado no processo de ensino e
aprendizagem e já vem sendo abordada nos Parâmetros Nacionais Curriculares.

[...] as geotecnologias, são entendidas como sendo


as novas tecnologias ligadas às geociências e às
outras correlatas. As geotecnologias trazem, no seu
bojo, avanços significativos no desenvolvimento de
pesquisas, em ações de planejamento, em
processos de gestão e em tantos outros aspectos à
questão espacial [17].

As geotecnologias são reconhecidas por fazerem parte do geoprocessamento que


envolve um conjunto de técnicas na qual são coletadas, processadas, analisadas e
colocadas à disposição com referência geográfica. A geotecnologia é o conceito
desenvolvido através das tecnologias de informação, esta é utilizada pela geografia,
Geografia por sensoriamento remoto 108

cartografia, topografia entre outras ciências que contemplam o estudo geográfico.


Desta forma, as geoinformações são aquisições de materiais que farão parte de
análise ou processamento que nesta área é chamada de informações
georeferenciadas, com dados mais precisos e imagens em tempo real. Segundo Fitz
[18], as geotecnologias são variadas, mas algumas são mais utilizadas no ensino de
Geografia sendo elas: GIS, GPS e Google Earth.

 GIS - Geographical Information System: é usualmente conhecido por SIG


(Sistema de Informação Geográfica), a sigla inglês GIS, são softwares que
trabalham com dados do espaço geográfico, tanto de forma numérica quanto
gráfica, utilizados para a elaboração de mapas e banco de dados
correlacionados que facilitem a interpretação e a visualização dos fenômenos
humanos e naturais [18].

 GPS - Global Positioning System: o Sistema de Posicionamento Global (GPS)


é uma ferramenta extremamente útil para a localização de pontos
georreferenciados na superfície da Terra. Segundo [18], a tecnologia de
posicionamento e localização por satélite assegura precisão elevada de latitude
e longitude, cujos resultados são obtidos pelo envio de informações de pelo
menos três satélites. Também é informada para o usuário a altitude de sua
localização, entre outras funções importantes, o que depende do aparelho e de
suas funções disponíveis.

 Google Earth: é um programa disponibilizado gratuitamente na Internet pela


empresa multinacional da Google, cuja função é mostrar simbolicamente o
planeta Terra em forma tridimensional. Também é possível dar um zoom na
imagem e visualizar a superfície terrestre por imagens de satélites com uma
nitidez e escala considerável. Esse Programa tem incrível capacidade de
interface com o usuário e desde que foi criado teve intensa e crescente
aceitação nos meios de comunicação [18].

Os Parâmetros Nacionais Curriculares destacam o fato das novas tecnologias


encontrarem-se incorporadas aos atuais modos da vida contemporânea que quando
defrontamo-nos com menções à sociedade tecnológica quase que imediatamente
somos remetidos ao computador, à Internet, aos robôs, satélites e sensores remotos
[19]. Neste sentido as geotecnologias devem ser inseridas como um meio que visa
desvendar, incrementar, analisar e vivenciar a prática do professor em sala de aula,
com o objetivo de fornecer e despertar o interesse do educando pelo conhecimento
científico.

Segundo Almeida e Passini [20] o conjunto de ferramentas computacionais que


integram as geotecnologias podem ser descritos como Sistemas de Informações
Geográficas –SIG, que são softwares que processam dados espaciais possibilitando a
análise e gestão do território observado, juntamente com o sensoriamento remoto, que
por meio das imagens de satélite proporcionam uma visão de conjunto multitemporal
de extensas áreas da superfície terrestre.

2.4. Cartografia Escolar

A Cartografia tem um espaço especial na BNCC [7]. Ela ganha espaço à medida que é
a forma de expressão gráfica da superfície terrestre e que, com ela, é possível realizar
um diálogo acerca do espaço geográfico através de uma linguagem mais acessível e
democrática. A Cartografia Escolar é, portanto, a etapa final do processo de aplicação
do sensoriamento remoto no ensino de geografia e, por esse motivo, precisa ser
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 109

destacada sempre que se estabelecer a discussão sobre as dinâmicas espaciais na


educação básica. Nesse contexto, Almeida e Passini [20] ressaltam que:

[...] nas grades curriculares dos cursos de licenciatura em


Geografia inexiste o Sensoriamento Remoto aplicado ao ensino
de Geografia. Se existe é como uma disciplina técnica (e não
como área da Didática) da formação do geógrafo que irá
trabalhar com Sensoriamento Remoto para fins de pesquisa
aplicada ou empresarial. Então, como explicar que o professor
tenha este conhecimento aplicado ao ensino se ele não existe
sistematizado em nenhuma instância.

Essa relação entre sensoriamento remoto e cartografia dentro da comunidade


acadêmica é óbvia. Entretanto, no contexto escolar ela assume outras propriedades
que exigem noções particulares de interpretação do espaço geográfico e que, assim
como no processo de formação acadêmica, são fundamentais no processo de
formação do pensamento geográfico. Essa questão é discutida em diversos artigos
sobre ensino de Geografia como em [21-23].

A abstração mental é, na transição das imagens de satélite para produtos


cartográficos escolares, um dos componentes que se desenvolvem durante a
aprendizagem. Quando trabalhamos com a transposição de imagens de satélites de
quaisquer fontes, especialmente do Google Earth (por se tratar de uma ferramenta
bastante popular e acessível), essa noção de isolar elementos de uma imagem para
que a leitura e interpretação desse espaço seja mais eficiente, mostra como a
Cartografia Escolar não é por acaso. Assim, cabe destacar as interpretações de
Castrogiovanni e Costella [24] a esse respeito, ao enfatizarem que:

alfabetizar cartograficamente não consiste em desmistificar as


noções de representação do mundo através de imagens ou
mapas, mas, sim construir noções através de propostas
concretas – oficinas, que permitam uma interpretação
espontânea dos sinais gráficos, os quais representam um
mapa e a organização dessas representações de maneira
coerente, dentro de uma perspectiva do ponto de vista de cada
mapeador.

A colaboração metodológica da cartografia escolar faz perceber que se trata de uma


área fundamental para o ensino de geografia. O domínio dos elementos que
possibilitam a análise das representações cartográficas em diferentes escalas, como
as cartas, mapas e plantas, assim como o desenvolvimento de habilidades como a
lateralidade, as referências e a orientação espacial, necessárias para o entendimento
da leitura espacial, contribuem para mais do que simplesmente localizar-se no espaço,
localizar pessoas, fenômenos e outros lugares. Ela é um instrumento da Geografia que
possibilita aos educandos conhecer o espaço real, e espacializar informações
aparentemente abstratas, mas que se mostram perfeitamente compreensíveis quando
expressas sobre um desenho, podendo trazer qualquer tema de relevância cultural,
social, econômica ou ambiental, para a comunidade. Essas informações tornam-se
concretas por meio da cartografia [25].

3. Metodologia

O presente estudo desenvolveu-se a partir do método dedutivo, pois os pressupostos


foram baseados em conhecimentos já existentes, partindo do geral para o particular. O
estudo parte do pressuposto que há insuficiência e deficiência no ensino do
Geografia por sensoriamento remoto 110

sensoriamento remoto e são necessários avanços na forma de abordá-lo e


desenvolver o tema em sala de aula, já que este é um tema rico em aplicabilidades.
Desta forma, realizaram-se levantamentos bibliográficos a fim de verificar como os
documentos trazem o tema e, as aplicações no ensino da Geografia. A Figura 1 ilustra
os procedimentos metodológicos desenvolvidos neste estudo.

Figura 1. Organograma dos procedimentos realizados na pesquisa.

Inicialmente realizou-se um estudo de carácter investigativo na Base Nacional Comum


Curricular com o objetivo de compreender como o Sensoriamento Remoto vem sendo
abordado e sua aplicabilidade nas aulas de Geografia, sob a perspectiva prática.
Posteriormente, foi realizado o mesmo levantamento nos Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCNs, elaborando uma comparação entre os dois documentos, traçando
uma linha tênue entre eles, observando os pontos incomuns e divergentes referentes
ao tema.

Para concluir a pesquisa, propôs-se uma atividade referente ao sensoriamento remoto,


onde, primeiramente deve-se escolher uma turma do 5° Ano em diante, pois é esse o
período indicado pela Base Nacional Comum Curricular. Selecionar-se-á imagens de
satélites provenientes do programa Google Earth das proximidades da escola, com a
finalidade de familiarizar os educandos com o espaço vivido. Com isso, espera-se que
haja, facilmente, o reconhecimento da paisagem e das transformações no espaço
geográfico.

Entende-se que por meio desta atividade é plausível que o professor consiga abordar
os conceitos da cartografia escolar como a representação cartográfica, a localização
espacial, a paisagem, o lugar e o território.

4. Resultados

4.1. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A Base Nacional Comum Curricular é compreendida como um documento que surgiu


com finalidade de atender a demanda do saber, e a fixação dos conteúdos mínimos
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 111

para a educação básica, o que já estava previsto na Constituição Federal do Brasil no


que tange o Ensino Fundamental, e posteriormente o ensino médio, de acordo com o
Plano Nacional de Educação. Além destes, outros documentos reforçam essa
demanda, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, as Diretrizes Curriculares
Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) [26].

A elaboração da BNCC estava prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação


(LDB), promulgada em 1996. A Base Nacional Comum Curricular foi estabelecida pelo
Plano Nacional de Educação (PNE), votado e sancionado pela presidente Dilma
Rousseff, em junho de 2014. Esse documento normativo (a BNCC) deveria ter sido
entregue ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para sua aprovação final, dois
anos depois, ou seja, em junho de 2016. Assim, a BNCC é uma política pública
amparada em determinação legal e legítima. Seu objetivo é estabelecer um conjunto
de conhecimentos e aprendizagens essenciais a todos os alunos brasileiros, ou seja,
todos devem ter acesso ao conteúdo mínimo, ao longo das etapas e modalidades da
educação básica, como afirma [26].

4.2. O sensoriamento remoto na Base Comum Curricular

Por meio do levantamento investigativo na Base Nacional Comum Curricular foi


possível constatar que em nenhum momento o sensoriamento remoto foi citado.
Entretanto, as imagens de satélites, a qual é uma das ferramentas mais difundidas
dentro do sensoriamento remoto, estão presentes em algumas unidades da BNCC. A
Base Nacional Comum Curricular está organizada com base nos principais conceitos
da Geografia contemporânea, diferenciados por níveis de complexidade. Neste
sentido, é necessário que os educandos dominem os conceitos operacionais e que
expressam aspectos diferentes do espaço geográfico como: território, lugar, região,
natureza e paisagem. O quadro 1 descreve os princípios do raciocínio geográfico.

Quadro 1. Descrição dos princípios do raciocínio geográfico.

Princípio Descrição
Analogia Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A
identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o
início da compreensão da unidade terrestre.
Conexão Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas
sempre em interação com outros fenômenos próximos ou
distantes.
Diferenciação É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela
superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença
entre áreas.
Distribuição Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.
Extensão Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno
geográfico.
Localização Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A
localização pode ser absoluta (definida por um sistema de
coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de
relações espaciais topológicas ou por interações espaciais).
Ordem Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior
complexidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço de
acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.
Fonte: Adaptado da Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
Geografia por sensoriamento remoto 112

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC contempla o raciocínio geográfico como


um meio de exercitar o pensamento espacial. Para isso, deve-se aplicar determinados
princípios como mostra o quadro 1, para compreensão dos aspectos fundamentais da
realidade como a localização e a distribuição dos fatos e fenômenos na superfície
terrestre, o ordenamento territorial, as conexões existentes entre componentes físico-
naturais e as ações antrópicas.

Para dar conta desse desafio, o componente geografia da Base Nacional Comum
Curricular - BNCC foi dividido em cinco unidades temáticas comuns ao longo do
Ensino Fundamental, em uma progressão das habilidades, conforme está ilustrado no
quadro 2. Nesta pesquisa enfatiza-se a unidade Formas de representação e
pensamento espacial, pois esta contempla o uso das imagens de satélites.

Quadro 2. Unidades temáticas que compreendem a Geografia na BNCC.

Unidades Temáticas Objetos de Conhecimento

Dinâmica Populacional
O sujeito e seu lugar no mundo
Diferenças étnico-raciais e étnico-
culturais e desigualdades sociais
Conexões e escalas Território, redes e urbanização
Mundo do trabalho Trabalho e inovação tecnológica
Formas de representação e Mapas e imagens de satélite
pensamento espacial Representação das cidades e do espaço
urbano
Natureza, ambiente e qualidade de Qualidade Ambiental
vida Diferentes tipos de poluição
Gestão pública da qualidade de vida
Fonte: Adaptado da Base Nacional Comum Curricular - BNCC

A unidade temática formas de representação e pensamento espacial tem como objetivo


ampliar gradativamente a concepção e a compreensão do que é um mapa, além de
outras formas de representação gráfica. Nesta unidade estão reunidas aprendizagens
que envolvem o raciocínio geográfico. Assim, espera-se que, no decorrer do Ensino
Fundamental, os alunos tenham domínio da leitura e elaboração de mapas e gráficos,
introduzindo a alfabetização cartográfica através das fotografias, mapas, esquemas,
desenhos, imagens de satélites, audiovisuais, gráficos, entre outras alternativas, que
são frequentemente utilizados no componente curricular.

Desta forma, pode-se compreender que o conteúdo não é completado ao longo da Base
Nacional Comum Curricular - BNCC e as imagens de satélites são citadas apenas em
dois momentos: vinculados ao conceito de espaço e, a alfabetização cartográfica. A
Base Nacional Comum Curricular sugere que os educadores ensinem a unidade
Formas de representação e pensamento espacial a partir do 5° Ano do Ensino
Fundamental.
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 113

4.3. O sensoriamento remoto nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNS

Os PCNS foram elaborados com a missão de respeitar as diversidades regionais,


políticas e culturais existentes no país, assim, considerando a necessidade de construir
referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões do Brasil. Os
Parâmetros tem o papel de nortear às discussões do projeto político pedagógico, assim
como as reflexões sobre a prática pedagógica à análise e seleção de materiais didáticos
e de recursos tecnológicos que venham contribuir para formação e atualização
profissional. A figura 2 ilustra como os Parâmetros Curriculares estão estruturados no
Ensino Fundamental.

Figura 2. Estrutura dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.


Fonte: BRASIL, 1998.

Por meio da ilustração da figura 1, fica nítida a divisão dos parâmetros em 4 ciclos, na
qual a Geografia está compreendida no 3° e 4° ciclo. O 3° ciclo está divido em quatro
eixos. O eixo quatro aborda as imagens de satélites e, assim como na Base Nacional
Comum Curricular – BNCC, o conteúdo sensoriamento remoto não está explicito. As
imagens de satélites foram citadas em ambos os documento em dois momentos, sendo
que nos Parâmetros Curriculares Nacionais estão presentes no 3° e 4° ciclo. O quadro 3
ilustra os eixos e as temáticas que encontram-se no 3° ciclo.
Geografia por sensoriamento remoto 114

Quadro 3. Eixos e temáticas que se encontram no 3° ciclo.

Eixos Tema
A Geografia como uma A construção do espaço: os territórios e os lugares
possibilidade de leitura e (o tempo da sociedade e o tempo da natureza)
compreensão do mundo
O estudo da natureza e sua A conquista do lugar como conquista da cidadania
importância para o homem Os fenômenos naturais, sua regularidade e
possibilidade de previsão pelo homem

A natureza e as questões socioambientais


O campo e a cidade como O espaço como acumulação de tempos desiguais
formações socioespaciais
A modernização capitalista e a redefinição nas
relações entre o campo e a cidade
O papel do Estado e das classes sociais e a
sociedade urbanoindustrial brasileira

A cultura e o consumo: uma nova interação entre o


campo e a cidade
A cartografia como Da alfabetização cartográfica à leitura crítica e
instrumento na aproximação mapeamento consciente
dos lugares e do mundo Os mapas como possibilidade de compreensão e
estudos comparativos das diferentes paisagens e
lugares
Fonte: Adaptado dos Parâmetros Nacionais Curriculares.

As imagens de satélites foram mencionadas no eixo onde está referida a cartografia


como instrumento na aproximação dos lugares e do mundo, no tema da alfabetização
cartográfica à leitura crítica e mapeamento consciente. Segundo Castellar e Vilhena [8]
a alfabetização cartográfica deve considerar o interesse que as crianças e jovens têm
pelas imagens, atitude fundamental na aprendizagem cartográfica. Os desenhos, as
fotos, as maquetes, as plantas, os mapas, as imagens de satélites, as figuras, as
tabelas, os jogos, tudo aquilo que representa a linguagem visual continua sendo os
materiais e produtos de trabalho que o professor deve utilizar nesta fase.

No 4° ciclo as imagens de satélites novamente são citadas. Este ciclo é marcado pelo
mundo da diversidade da cultura jovem. Os educandos devem aprender a utilizar a
tecnologia como ferramenta intermediária da geografia. Na cartografia, podem-se
ampliar as possibilidades do trabalho com os seus pressupostos básicos da
representação espacial: a localização, a proporção, a distância, a perspectiva, a
linguagem gráfica, o trabalho com mapeamento consciente, as cartas analíticas e de
síntese. Na leitura cartográfica o professor, desse ciclo, pode lançar mão dos
diferentes tipos de mapas temáticos, atlas, globo terrestre, plantas e maquetes mais
sofisticadas. Outra possibilidade, que também depende dos recursos, são as formas
de registro e interpretação espacial, como o exercício de utilização das fotografias
aéreas e imagens de satélites [8].

Desta forma, compreende-se que, assim como na Base Comum Curricular, os


Parâmetros Comum Curriculares trazem as imagens de satélites na mesma estrutura
e muito semelhantes, pois ambos tratam as imagens atreladas a alfabetização
cartográfica. São, portanto, uma ferramenta aliada as primeiras noções espaciais,
O lugar do sensoriamento remoto no ensino de geografia frente à Base Nacional
Comum Curricular – BNCC 115

tendo em vista a possibilidade do educador trabalhar os conceitos de lugar, espaço


geográfico, território, entre outros.

4.4. Atividade proposta para ensinar sensoriamento remoto

Primeiramente o professor de geografia pode selecionar duas ou mais imagens de


satélites do bairro onde a escola está localizada, pois é a área que os educandos já
conhecem e, com isso, terão facilidade em desenvolver o trabalho. As imagens podem
ser obtidas a partir do programa Google Earth e precisam ser selecionadas em um
intervalo de pelo menos dez anos, por exemplo, 2010 a 2020.

Após o professor apresentar a atividade, pode sugerir aos educandos a realização de


uma análise e interpretação das imagens, anotando as observações e alterações
observadas na paisagem ao longo dos anos, indicando quais processos colaboraram
para essas mudanças. Também podem anotar quais processos podem contribuir
efetivamente para a melhoria do ambiente em que vivem. Ao desenvolver esta
atividade os educandos estão sendo instigados a pensar de forma crítica as mudanças
que ocorreram ao longo dos anos e, o que pode ser proposto para evitar ou mitigar os
danos na paisagem. Desta forma, refletindo sobre a influência humana nas
transformações da paisagem, os alunos percebem-se como integrantes, atores e
agentes transformadores do espaço geográfico.

Durante o desenvolvimento da atividade, os educandos pode também ser estimulados


a refletir sobre tópicos, como por exemplo, a degradação ambiental, as mudanças na
paisagem, o desmatamento, a invasão humana em áreas de vegetação e os conflitos
de uso, anotando todas as mudanças identificadas por meio das imagens. Esta
atividade é simples, de fácil execução e, portanto, torna-se acessível a todos os
educadores podendo colaborar de forma eficaz no processo de ensino e
aprendizagem.

5. Conclusão

Este estudo buscou a compreensão de algumas relações entre a Base Nacional


Comum Curricular e os Parâmetros Comuns Curriculares com o viés direcionado ao
Sensoriamento Remoto, como forma de averiguar e refletir a importância das
geotecnológias no ensino da geografia. Conclui-se que as imagens de satélites tem
seu espaço conquistado nos documentos, entretanto a forma de ensinar necessita de
avanços, tanto por parte dos educadores quanto dos livros didáticos que, de forma
geral, abordam o conteúdo de forma rasa e incipiente embasamento.

Observa-se que é de fundamental importância o professor avaliar o método de ensino


adotado. É importante compreender que as novas tecnologias ao serem inseridas nas
escolas e nas aulas, são ferramentas aliadas ao professor para tornar as aulas mais
interativas, estimulando o educando no processo de ensino aprendizagem
significativa, pois ao utilizar-se os meios tecnológicos no ensino, aguçam-se a
criatividade e a curiosidade.

Constata-se que atualmente existem diversos softwares com os quais os docentes


podem trabalhar em sala de aula e, que as técnicas de Sensoriamento Remoto para o
ensino, necessitam serem difundidas no intuito de ampliar a ideia do quanto é
relevante a colaboração das geotecnologias no ensino da geografia.
Geografia por sensoriamento remoto 116

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Autores

Cibele Stefanno Saldanha*, Tuane Telles Rodrigues, Mauro Kumpfer Werlang

Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa


Maria/UFSM, Av. Roraima nº 1000, Santa Maria - RS, Brasil.

* Autor para correspondência: [email protected]

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