A Preceptoria de Núcleo de Serviço Social Nos Programas de Residência Multiprofissional em Porto Alegre
A Preceptoria de Núcleo de Serviço Social Nos Programas de Residência Multiprofissional em Porto Alegre
A Preceptoria de Núcleo de Serviço Social Nos Programas de Residência Multiprofissional em Porto Alegre
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL
Cristine Kuss
Porto Alegre
2018
Cristine Kuss
Porto Alegre
2018
Cristine Kuss
BANCA EXAMINADORA
Para Lauro Ellenor Koepp, meu querido avô, que me ensinou o bom combate.
AGRADECIMENTOS
Aos Kuss. Minha mãe, Valéria, que tem o olhar preocupado e respeitoso com a
minha vida. Nosso pai, Niteróy, esta ausência amorosa e de enfrentamento pra tudo.
Meus irmãos queridos e suas famílias: Flávio e Fábia, com meus sobrinhos Eduarda
e Gustavo; Fernando e Veridiana, com meus sobrinhos Otávio e Benício; Felipe e
sua doce filha Valentina. Minha irmã Caroline e meu cunhado Juliano, minha irmã
Cibele. E um agradecimento especial pela acolhida nestes últimos dois verões, Tia
Carol, Tio Jú, Tio Lipe, Dindo Brabo, Dinda Braba e Vó Valéria, ... não seria possível
sem vocês. Santa Cruz do Sul é o lugar mais lindo do mundo, como diz Clarissa!
Ao grande encontro com minha orientadora Prof. Dra. Alzira Maria Baptista Lewgoy,
que me inspira, desafia e provoca o desejo de aprender mais e mais. O que aprendi
é eterno. Muito obrigada pelo afeto, às palavras de incentivo e a alegria de
acompanhar seus ensinamentos e sua seriedade para com a minha formação.
Aos colegas do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Fora prefeito nefasto! E
sim, agora é Greve!
.
LISTA DE QUADROS
Sociais
em Serviço Social
PP Projeto Pedagógico
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 30
2.1 FORMAÇÃO E TRABALHO PROFISSIONAL.......................................................... 30
2.2 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL .............................................. 39
2.3 PROCESSO PEDAGÓGICO E O SERVIÇO SOCIAL ................................................ 41
2.4 A PRECEPTORIA NOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
E A PRECEPTORIA DE NÚCLEO...................................................................................... 45
3 TRAJETORIA METODOLÓGICA ................................................................................ 50
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 45
4.1 PRECEPTORIA DE NÚCLEO EM SERVIÇO SOCIAL: UMA CONCEPÇÃO EM
CONSTRUÇÃO ................................................................................................................... 45
4.1.1 Dispositivo de mediação entre a especificidade do Serviço Social e do trabalho
multiprofissional em saúde................................................................................................ 45
4.1.2 Dispositivo de organização da demanda do Serviço Social nos Serviços............... 50
4.2 O CONTEXTO E O TEXTO DO PROCESSO PEDAGÓGICO DA PRECEPTORIA
DE NÚCLEO DE SERVIÇO SOCIAL ................................................................................. 52
4.2.1 As condições de trabalho no qual o assistente social está inserido, determinantes no
ensino na Preceptoria. ....................................................................................................... 52
4.2.2 Necessidade de formação para o exercício da preceptoria em consonância com o
Projeto Ético Político do Serviço Social. .......................................................................... 55
4.3 DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NA
PRECEPTORIA DE NÚCLEO EM SERVIÇO SOCIAL .................................................... 57
4.3.1 As Dimensões ético-política, teórico-metodológicas e técnico - operativas:.......... 57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65
ANEXO A – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP DO INSTITUTO DE
PSICOLOGIA DA UFRGS ...................................................................................................... 72
ANEXO B – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP DO HOSPITAL MATERNO
INFANTIL PRESIDENTE VARGAS ..................................................................................... 76
ANEXO C – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP DO HOSPITAL DE CLÍNICAS
DE PORTO ALEGRE .............................................................................................................. 80
ANEXO D – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP DO HOSPITAL NOSSA
SENHORA DA CONCEIÇÃO ................................................................................................ 85
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................. 87
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO INSTITUCIONAL ............................... 91
APÊNDICE C– FORMULARIO DE ENTREVISTA COM OS ASSISTENTES SOCIAIS
PRECEPTORES ....................................................................................................................... 93
22
1 INTRODUÇÃO
1 Art. 200: Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: inciso
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; inciso IV - participar da formulação
da política e da execução das ações de saneamento básico.
23
2 Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): inciso III - a
ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; Art. 15. A União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
inciso I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e
serviços de saúde.
3 Art. 13. Fica instituída a Residência em Área Profissional da Saúde, definida como modalidade de
ensino de pós-graduação lato sensu, voltada para a educação em serviço e destinada às categorias
profissionais que integram a área de saúde, excetuada a médica Art. 14. Fica criada, no âmbito do
Ministério da Educação, a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde - CNRMS,
cuja organização e funcionamento serão disciplinados em ato conjunto dos Ministros de Estado da
Educação e da Saúde.
4Portaria Interministerial Nº 2.117/MEC/MS/2005: Art. 1º Instituir, no âmbito dos Ministérios da Saúde
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ações, como diz Iamamoto (2014) das quais precisamos nos perguntar, ao
analisar as mudanças observadas no perfil do Assistente Social a partir dos anos
1990: quem é o assistente social de hoje? Esta questão nos inspirou a aprofundar o
estudo sobre o exercício da Preceptoria de Núcleo em Serviço Social, espaço
legítimo de execução das ações acima elencadas, pois é neste cenário de lutas e
contradições que se revela a capacidade do Assistente Social em compor, nas suas
dimensões pedagógicas, um eixo de reflexão que seja articulado com a Reforma
Sanitária, com o PEP e com o trabalho profissional ético e vinculado à pesquisa e
produção de conhecimento.
.
50
3. TRAJETORIA METODOLÓGICA
8. Condições e precarização do
trabalho em saúde. iii. Condições de trabalho que
são determinantes no
9. Carga horária. ensino na Preceptoria.
10. Vivências de violência nos
contextos sociais e nas II. O contexto e o texto
relações de trabalho. do processo
pedagógico da
11. Perfil pedagógico de educador iv. Necessidade de formação preceptoria de
do assistente social. para o exercício da núcleo de serviço
preceptoria em social.
12. Despreparo para o exercício da consonância com o Projeto
preceptoria. Ético Político do Serviço
Social.
13. Educação permanente dos
preceptores.
[...] A gente tem tentado manter horários formais, uma hora por
semana para sentar e revisar os casos. No primeiro ano a gente tem
um realinhamento, inclusive [...] mais aulas do que está estipulado
tentando ver questões de entrevistas, grupo, alguma coisa de
instrumental. Eles [residentes] chegam aqui muito perdidos, então é
uma realinhada dos casos que a gente mais usa na instituição
(Preceptora 04)
[...] Aí se discute os casos, as situações, se encaminham as várias
faces que o caso pode ter. Os rumos que ele pode tomar, enfim
montando os horários de semana [...] ás vezes, tem um momento no
dia a dia que acaba que tu não consegues fazer o trabalho como tu
gostarias, de sentar naquele momento e explicar o que isso
teoricamente significa. A gente faz nessa discussão diária as
situações que são acompanhadas, o que tem que ser feito, o que
51
[...] tem momentos que os campos fecham, até porque tem uma
mudança dentro do contexto social, situações que são de extremo
risco, que mudam também na rede e nas comunidades de Porto
Alegre. E é uma questão da cidade, da administração pública, porque
tem espaços que fecharam em regiões de risco e que eram
importantes e hoje se tem um campo fechado (Preceptor 03).
[...] Primeiro para otimizar [discussão de casos uma vez por semana]
porque é impossível conciliar o trabalho de assistência meu, que eu
sou cobrada. Eu atendo a emergência, no quarto andar, ambulatório,
programas estruturados, é uma demanda enorme, mais a preceptoria
e querendo ser atuante, porque uma coisa é tu tá na preceptoria [...]
Então assim, eu condensei a preceptoria num dia da semana com as
duas residentes e a gente faz uma vez por semana (Preceptor 04).
[...] Não é o médico que tem que te pegar no corredor e dizer que tu
vai fazer uma visita. A visita é um instrumento técnico, qual é a
intenção de fazer visita, qual é o objetivo. Ah, porque ele quer que eu
vá ali. [...] Mas não é ele que vai dizer que tu tens que avaliar
(Preceptor 01).
[...] eu me preocupava com isso. E quando o residente entrar, como
é que vai ser? Eu não vou poder ficar 60 horas grudada nele, o
dobro da minha carga horária. Como é que vai ser essa equipe
jogando o residente para tudo quanto é lado? (Preceptora 2).
fato precisa ser construído pelos preceptores, embora sejam resgatados nos
projetos políticos-pedagógicos, nos ambientes formais e semanais de discussão,
nos seminários, nos atendimentos conjuntos, nos espaços de discussão
multiprofissional, nas discussões transversais das Residências, como referem os
assistentes sociais a seguir:
[...] É no núcleo do serviço social que nós temos a parte mais teórica,
didática, a audição, tem convidados, são aulas mesmo com todos os
residentes de Serviço Social [...]. Aí estão os residentes
comunitários, o hospitalar, o materno-infantil, os pacientes críticos e
os preceptores. Então a gente se divide entre R1 e R2 dos
preceptores. (Preceptor 05)
[...] esse ano tem uma proposta e é bem importante para as
preceptoras, um curso de capacitação, seminários, [...] É a atenção
da academia para quem busca a formação pra preceptoria. Acho que
é um desafio bem sério e é uma dificuldade que se tinha: ser
preceptora. Não se tem bem definido, tem definido, mas assim, na
prática, se precisa desse espaço para debater mais e para receber
essa formação. (Preceptor 01)
57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7Residência em Saúde e Serviço Social: subsídios para Reflexão, CFESS, 2017, disponível no site
do Conselho Federal de Serviço Social.
63
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Antônio Geraldo de. Serviço Social e Filosofia: das origens à Araxá. 6ª
edição. São Paulo: Cortez, 2011.
BARROS, Manoel de. O Livro das Ignorãças. Rio de Janeiro: Editora Alfaguara,
2016.
CAPAZ, Raphael; SILVA, Letícia Batista. Preceptoria: uma interface entre educação
e saúde no SUS. In: SILVA, L. B.; RAMOS, A. [Org]. Serviço Social, Saúde e
Questões Contemporâneas. Campinas: Papel Social, 2013.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas,
1996.
MELLO, Mariana Libâneo de. Serviço Social na Educação: análise das tendências
dos perfis pedagógicos do Assistente Social. Dissertação de Mestrado [Mestrado em
Serviço Social] – Programa de Pós- Graduação em Serviço Social da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, 2013. Disponível em:
<https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/17928/1/MarianaLM_DISSERT.
pdf> , Acesso em 19 set. 2017.
MENDES, Jussara Maria Rosa; PRATES, Jane Cruz. Algumas reflexões acerca dos
desafios para a consolidação das diretrizes curriculares. Temporalis, Brasília, n.14,
2007.
NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no
Brasil Pós-64. 1ª ed., São Paulo: Cortez, 1990.
SILVA, Maria Liduína de Oliveira. Serviço Social no Brasil: referências aos 80 anos.
In: SILVA, Maria Liduína de Oliveira (org.). Serviço Social no Brasil: história de
resistências e rupturas com o conservadorismo. São Paulo: Cortez, 2016, p. 25-48.
_____________________________________ __________________________
Nome (em letra de forma) Assinatura do (a) profissional
_____________________________________ __________________________
Nome (em letra de forma) Assinatura da pesquisadora
91
Prezado(a) Senhor(a):
Solicitamos sua autorização para realização do projeto de pesquisa intitulado
“A Preceptoria de Núcleo em Serviço Social, nos Programas de Residência
Multiprofissional, em hospitais vinculados ao SUS, em Porto Alegre\RS, com a
participação da pesquisadora Cristine Kuss, mestranda no Programa de Pós
Graduação em Políticas Sociais e Serviço Social, e da pesquisadora e coordenadora
do projeto Prof. Dra. Alzira Maria Baptista Lewgoy. A realização dessa pesquisa se
justifica pelo fato de que seus resultados poderão contribuir para um melhor
entendimento de como se dá o processo da Preceptoria de Núcleo assim como
analisar o preparo dos profissionais para este processo de trabalho e as possíveis
estratégias de qualificação. A pesquisa poderá causar algum desconforto com a
temática abordada, visto que está relacionada aos processos de trabalho que
envolvem as atividades diárias de preceptoria na assistência. O procedimento
adotado será a realização de entrevista individual de aproximadamente sessenta
minutos com profissionais desta instituição. A participação da instituição é
voluntária, bem como do profissional. Se a instituição ou o profissional decidirem por
não participar ou quiserem desistir de continuar em qualquer momento, têm absoluta
liberdade de fazê-lo. Os materiais coletados ficarão armazenados no Grupo de
Pesquisa e Estudos sobre Formação e Exercício Profissional em Serviço Social -
GEFESS, que está vinculado ao Programa de Pós Graduação em Políticas Sociais e
Serviço Social, sob a responsabilidade da coordenadora desta pesquisa, e serão
incinerados após o período de cinco anos. A participação no estudo não acarretará
custos para o participante, assim também como este não será ressarcido pela
participação. Para a publicação dos resultados desta pesquisa, a identidade do
profissional será mantida em sigilo, sendo omitidas todas as informações que
permitam identificá-lo (a). Mesmo não tendo benefícios diretos em participar,
indiretamente a sua instituição estará contribuindo para a compreensão do
fenômeno estudado e para a produção de conhecimento científico. Esta investigação
será submetida a análise e aprovação do Comitê de Ética do Instituto de Psicologia
da UFRGS e os procedimentos previstos obedecem aos Critérios de Ética na
Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional
92
_________________________________________
Assinatura do (a) Responsável Institucional
_________________________________________
Assinatura da pesquisadora
93
7. Você entende que seu processo de preceptoria dialoga com o projeto ético-político do
Serviço Social?
11. De que forma você busca subsídios teórico-metodológicos sobre o Serviço Social para a
realização da preceptoria em Serviço Social?