Terapia Comportamental

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1.

Introdução

A terapia comportamental é uma abordagem psicoterapêutica que tem como foco as


mudanças comportamentais, a partir da modificação de padrões disfuncionais de
pensamento e comportamento. Essa abordagem se baseia em princípios do
condicionamento clássico e operante, que são utilizados para ajudar os pacientes a
aprenderem novos comportamentos e habilidades sociais, reduzirem comportamentos
problemáticos e lidarem com situações difíceis de maneira mais adaptativa.

Na cadeira de consulta e aconselhamento psicológico, a terapia comportamental pode


ser aplicada em diversos contextos e situações, incluindo o ambiente organizacional. É
crescente a demanda por intervenções psicológicas nas organizações, e a terapia
comportamental tem-se mostrado uma abordagem eficaz para lidar com questões
relacionadas a estresse, ansiedade, conflitos interpessoais e outras dificuldades
emocionais que podem afectar o desempenho e o bem-estar dos funcionários.

Nesse sentido, este trabalho tem como objectivo explorar as estratégias de


condicionamento clássico e operante na terapia comportamental, destacando sua
aplicabilidade na cadeira de consulta e aconselhamento psicológico, especialmente em
contextos organizacionais. Serão apresentados os princípios teóricos das estratégias
comportamentais, exemplos de sua utilização em diferentes contextos, e evidências
empíricas que suportam a eficácia dessas intervenções. Espera-se contribuir para a
compreensão da terapia comportamental como uma alternativa viável e eficaz para lidar
com problemas psicológicos em contextos organizacionais, bem como fornecer
subsídios para aprimorar a formação e a prática profissional de psicólogos que actuam
nessa área.
2. Objectivos
1. Objectivo Geral
 Analisar as estratégias de condicionamento clássico e operante na terapia
comportamental, destacando sua aplicabilidade na cadeira de consulta e
aconselhamento psicológico em diferentes contextos.

2. Objectivos Específicos
 Descrever os princípios teóricos das estratégias de condicionamento clássico e
operante na terapia comportamental.
 Identificar as diferenças entre o condicionamento clássico e operante e como são
aplicados na terapia comportamental.
 Exemplificar situações em que as estratégias comportamentais podem ser
utilizadas na cadeira de consulta e aconselhamento psicológico, especialmente
em contextos organizacionais.

3. Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica que consistiu
na colecta de informações de fontes como livros, teses, artigos científicos e revistas que
abordam sobre o tema. Para Manzo (1917), apude Lakatos e Marconi (op.cit), a
bibliografia pertinente oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já
conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram
suficientemente e tem por objectivo permitir ao cientista o reforço paralelo da análise de
suas pesquisas ou manipulações de suas informações. Usamos também os debates e
explicações obtidas na sala de aula para elaborar instrumentos práticos de exploração de
carreira que possam ser utilizados no contexto moçambicano.

O presente trabalho teve um conjunto de métodos e técnicas para a sua elaboração. A


priori foi feita a pesquisa bibliográfica e levantamento de material em livros, artigos e
teses que são relevantes ao tema disponíveis nas bibliotecas da Universidade. Numa
segunda estância o mesmo processo foi levado a cabo mas na internet em busca de
material contextualizado.

4. Conceitos
1. Terapia Comportamental

A terapia comportamental é uma abordagem psicoterapêutica que se concentra em


mudanças comportamentais e usa técnicas baseadas em princípios de aprendizagem,
como o condicionamento clássico e operante. A terapia comportamental pode ser
aplicada a uma ampla variedade de transtornos psicológicos, incluindo ansiedade,
depressão, transtornos alimentares e de dependência química.

Segundo Skinner (1953), o comportamento é influenciado pelas consequências que o


seguem, e a terapia comportamental busca modificar os padrões comportamentais
disfuncionais por meio de renforçamento positivo ou negativo. De acordo com Kazdin
(2017), a terapia comportamental é baseada na ideia de que o comportamento humano é
moldado pelas consequências que o seguem, como recompensas e punições. Dessa
forma, a terapia comportamental visa ajudar o indivíduo a identificar os
comportamentos disfuncionais e modificar sua relação com o ambiente para promover
comportamentos saudáveis e adaptativos.

Uma das técnicas mais utilizadas na terapia comportamental é o condicionamento


operante, que envolve a modificação do comportamento por meio da apresentação de
recompensas ou punições contingentes ao comportamento. Outra técnica utilizada na
terapia comportamental é o condicionamento clássico, que envolve a associação entre
um estímulo neutro e um estímulo que naturalmente evoca uma resposta específica.

Além disso, a terapia comportamental também pode incluir outras técnicas, como a
modelagem, que envolve a aprendizagem por imitação do comportamento de um
modelo, e a economia comportamental, que envolve a análise da relação entre o
comportamento humano e o ambiente em que ele ocorre.

A terapia comportamental tem sido amplamente estudada e comprovada eficaz em


diversos transtornos psicológicos. Por exemplo, um estudo de meta-análise de
Voderholzer et al. (2016) comparou a eficácia da terapia comportamental com outras
abordagens psicoterapêuticas no tratamento da depressão e concluiu que a terapia
comportamental foi significativamente mais eficaz do que outras abordagens em reduzir
os sintomas de depressão.

Segundo Wolpe (1958), a terapia comportamental pode ajudar o indivíduo a lidar com
fobias e outros transtornos por meio da exposição gradual ao estímulo aversivo,
associado a estímulos agradáveis para modificar a resposta emocional associada ao
estímulo.

2. Condicionamento Clássico
O condicionamento clássico é um processo de aprendizagem em que um estímulo
neutro é associado a um estímulo que naturalmente provoca uma resposta, levando
eventualmente o estímulo neutro a produzir a mesma resposta. O conceito foi
inicialmente desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, que descobriu que cães
podiam aprender a associar o som de um sino à chegada da comida e começar a salivar
ao ouvir o sino mesmo na ausência da comida.

Um dos principais fundamentos do condicionamento clássico é a noção de que nossas


respostas emocionais e comportamentais são influenciadas por eventos do ambiente.
Através da associação de estímulos, aprendemos a esperar certos resultados de situações
específicas e a responder de acordo.

Outro aspecto importante do condicionamento clássico é a generalização de estímulos,


que ocorre quando uma resposta aprendida para um estímulo específico é aplicada a
estímulos semelhantes. Por exemplo, um cão condicionado a salivar em resposta ao som
de um sino de jantar pode começar a salivar também quando ouve outros sons
semelhantes a sino.

Além disso, o condicionamento clássico também envolve o processo de extinção, onde a


resposta condicionada é gradualmente eliminada quando o estímulo condicionado é
apresentado repetidamente sem o estímulo incondicionado. Isso pode ser útil na terapia
comportamental para ajudar os pacientes a superar respostas emocionais disfuncionais
aprendidas em situações passadas.

O condicionamento clássico é uma ferramenta importante na terapia comportamental, e


seu uso tem sido bem-sucedido no tratamento de transtornos como fobias e transtornos
de ansiedade. Por exemplo, em um estudo sobre o tratamento de fobia social com
terapia de exposição, os resultados mostraram uma redução significativa nos sintomas
de fobia social após a exposição a situações temidas.

3. Condicionamento Operante
O condicionamento operante é uma das principais técnicas utilizadas na terapia
comportamental, que visa modificar o comportamento do indivíduo por meio da
manipulação de recompensas e punições. Esse conceito foi desenvolvido por B.F.
Skinner, um dos mais importantes psicólogos do século XX.Segundo Skinner, o
condicionamento operante pode ser definido como um processo em que o
comportamento do indivíduo é moldado por meio de suas consequências. Ou seja, o
comportamento é influenciado pelo que acontece após sua ocorrência. Se a
consequência é positiva, o comportamento tende a se repetir; se é negativa, o
comportamento tende a diminuir ou até desaparecer.

Uma das principais características do condicionamento operante é o reforço, que é o


processo de aumentar a probabilidade de que um comportamento se repita, por meio da
apresentação de uma consequência positiva. Skinner definiu dois tipos de reforçadores:
o reforçamento positivo e o reforçamento negativo. O primeiro ocorre quando algo
agradável é adicionado ao ambiente, após a ocorrência de um comportamento desejado.
Já o segundo ocorre quando algo aversivo é retirado do ambiente, após a ocorrência de
um comportamento desejado.

Outra característica importante do condicionamento operante é o castigo, que é o


processo de diminuir a probabilidade de que um comportamento se repita, por meio da
apresentação de uma consequência negativa. O castigo pode ser dividido em dois tipos:
o positivo e o negativo.

Um exemplo comum de condicionamento operante é o treinamento de animais. Quando


um animal realiza um comportamento desejado, ele é recompensado com comida ou
carinho, o que aumenta a probabilidade de que ele repita esse comportamento. Da
mesma forma, quando um animal realiza um comportamento indesejado, ele é punido
com um estímulo desagradável, como um jato de água, o que diminui a probabilidade de
que ele repita esse comportamento. Outro exemplo de condicionamento operante pode
ser observado no ambiente de trabalho. Se um funcionário é elogiado pelo chefe após
concluir uma tarefa com sucesso, é mais provável que ele continue a trabalhar de forma
produtiva no futuro. Por outro lado, se um funcionário é punido por não cumprir uma
tarefa, ele é menos provável de repetir esse comportamento no futuro.

A utilização do condicionamento operante na terapia comportamental tem como


objectivo ajudar o indivíduo a modificar comportamentos indesejados e a adquirir
comportamentos desejados. Isso é feito por meio da identificação das consequências que
estão moldando o comportamento e da manipulação dessas consequências, com o
intuito de promover mudanças positivas.

Uma pesquisa realizada por Todd e Morris (1992) avaliou a eficácia do


condicionamento operante no tratamento de crianças com transtornos do espectro
autista. Os resultados indicaram que o uso do reforçamento positivo foi efectivo na
promoção de comportamentos adequados e na redução de comportamentos
inadequados. Já a utilização do castigo não foi eficaz e até mesmo piorou a situação.
Outro estudo realizado por Rosen et al. (1984) avaliou a eficácia do reforçamento
positivo no tratamento de pacientes com dor crónica. Os resultados mostraram que o uso
do reforçamento positivo foi efectivo na promoção de comportamentos de autocuidado
e na redução da intensidade da dor.

4. Modelagem
Modelagem é uma técnica utilizada na terapia comportamental para modificar
comportamentos complexos por meio da divisão em comportamentos menores e mais
simples. De acordo com Bandura (1977), a modelagem pode ser definida como um
processo de aprendizagem em que um indivíduo aprende novos comportamentos por
meio da observação e imitação do comportamento de outros indivíduos.
Na modelagem, o terapeuta utiliza reforços positivos e negativos para encorajar o
paciente a imitar e adoptar comportamentos desejados. Por exemplo, se o objectivo é
ensinar a um paciente como cumprimentar alguém, o terapeuta pode modelar o
comportamento desejado e recompensar o paciente quando ele tenta imitar o
comportamento. A modelagem é geralmente usada para comportamentos mais
complexos, como habilidades sociais, e é especialmente útil para pacientes que têm
dificuldade em aprender novos comportamentos por meio de instruções verbais ou
outras formas de orientação.
A modelagem tem sido aplicada em diversas áreas, incluindo educação, psicologia
clínica e psiquiatria. Segundo Bandura (1977), a modelagem pode ser usada para lidar
com uma ampla variedade de problemas, como fobias, comportamentos agressivos,
distúrbios alimentares, problemas sexuais e habilidades sociais. A modelagem também
tem sido utilizada em intervenções de prevenção, como o uso de modelos positivos para
incentivar comportamentos saudáveis em jovens e adolescentes.
A eficácia da modelagem tem sido amplamente estudada na literatura científica. O
trabalho de Bandura (1963) demonstrou que a exposição a modelos positivos e a
recompensa por comportamentos imitados pode levar a mudanças significativas no
comportamento.

5. Terapia comportamental
A terapia comportamental pode ser aplicada em uma variedade de contextos, desde
clínicas até escolas e empresas. O objetivo da terapia comportamental é modificar
comportamentos problemáticos, substituindo-os por comportamentos mais adaptativos,
através da aplicação dos princípios teóricos mencionados anteriormente.

Em geral, a terapia comportamental começa com uma avaliação detalhada do


comportamento problemático, incluindo a identificação de seus antecedentes e
consequências. Com base nessa avaliação, são definidos objetivos terapêuticos
específicos e um plano de tratamento é elaborado. O terapeuta trabalha em colaboração
com o paciente para desenvolver estratégias eficazes para alcançar esses objetivos.

Durante as sessões de terapia comportamental, o terapeuta pode ensinar ao paciente


novas habilidades ou comportamentos alternativos e ajudá-lo a praticar esses
comportamentos em situações reais. O terapeuta também pode fornecer feedback e
reforçamento positivo para incentivar a prática desses comportamentos. Em alguns
casos, a terapia comportamental pode envolver a utilização de técnicas específicas,
como dessensibilização sistemática, modelagem e terapia cognitivo-comportamental.

A terapia comportamental geralmente é um tratamento de curto prazo, que pode variar


de algumas sessões a alguns meses. No entanto, o tempo necessário para o tratamento
pode variar dependendo do comportamento problemático e das necessidades individuais
do paciente.

1. Procedimentos/passos da Terapia Comportamental

A terapia comportamental segue uma série de passos para ajudar os pacientes a


modificar comportamentos problemáticos. Esses passos geralmente incluem:

 Identificação do comportamento problemático: o primeiro passo na terapia


comportamental é identificar o comportamento problemático que o paciente
deseja modificar. Isso pode incluir comportamentos como fobias, ansiedade,
depressão, problemas de relacionamento, entre outros.

 Análise funcional: uma vez que o comportamento problemático é identificado,


o terapeuta irá trabalhar com o paciente para entender as causas desse
comportamento, incluindo os antecedentes (situações que antecedem o
comportamento) e as consequências (o que acontece depois do comportamento).

 Definição de objectivos terapêuticos: com base na análise funcional, o


terapeuta e o paciente irão definir objectivos terapêuticos específicos, ou seja,
quais comportamentos o paciente deseja modificar e quais comportamentos ele
deseja substituir por comportamentos mais adaptativos.

 Desenvolvimento de um plano de tratamento: com base nos objectivos


terapêuticos definidos, o terapeuta irá desenvolver um plano de tratamento que
pode incluir uma variedade de técnicas comportamentais, como reforçamento
positivo, dessensibilização sistemática, modelagem, entre outras.

 Implementação do plano de tratamento: durante as sessões de terapia, o


terapeuta irá trabalhar em colaboração com o paciente para implementar o plano
de tratamento. Isso pode incluir ensinar novas habilidades ou comportamentos
alternativos, fornecer feedback e reforçamento positivo e praticar
comportamentos em situações reais.

 Monitoramento e avaliação: o progresso do paciente é monitorado e avaliado


ao longo do tempo para determinar se os objectivos terapêuticos estão sendo
alcançados. Se necessário, o plano de tratamento pode ser ajustado para garantir
que o paciente esteja recebendo o melhor tratamento possível.

Cada paciente é único, e a terapia comportamental pode ser adaptada às necessidades


individuais de cada um. No entanto, esses passos geralmente são seguidos em um
processo de terapia comportamental eficaz.

6. Terapia Comportamental com Estratégia do


Condicionamento Clássico
A Terapia Comportamental com Estratégia do Condicionamento Clássico é uma
abordagem terapêutica que busca modificar comportamentos problemáticos por meio da
identificação e alteração de respostas emocionais negativas associadas a estímulos
específicos. Para isso, a terapia utiliza os princípios do condicionamento clássico, que é
uma forma de aprendizagem na qual um estímulo neutro é associado a um estímulo
naturalmente capaz de produzir uma resposta, como um reflexo ou uma emoção.
O processo terapêutico começa com a identificação do comportamento problemático e
dos estímulos que o desencadeiam. Por exemplo, uma pessoa com fobia de aranhas
pode ter uma resposta condicionada de medo intenso quando exposta a uma aranha. A
terapia comportamental com estratégia do condicionamento clássico busca modificar
essa resposta condicionada.
Em seguida, o terapeuta trabalha com o paciente para criar uma hierarquia de exposição
gradual aos estímulos, começando com aqueles que causam a menor resposta emocional
negativa e progredindo para aqueles que causam uma resposta mais intensa. Por
exemplo, para tratar a fobia de aranhas, a hierarquia pode começar com imagens de
aranhas e progredir gradualmente para aranhas vivas.
Durante a exposição gradual, o terapeuta ajuda o paciente a aprender novas respostas
emocionais positivas associadas aos estímulos. Isso é feito por meio da apresentação
repetida do estímulo neutro em associação com um estímulo agradável ou positivo,
como uma sensação de relaxamento, imagens mentais positivas ou feedback positivo. O
objetivo é que o paciente aprenda que o estímulo não é ameaçador e, portanto, a
resposta condicionada diminua ou desapareça.
Com o tempo, o paciente aprende a associar o estímulo neutro com a resposta
emocional positiva, e a resposta emocional negativa anteriormente associada ao
estímulo é extinta ou enfraquecida. Isso pode ajudar a reduzir a ansiedade, o medo, a
raiva ou outras emoções negativas associadas ao comportamento problemático.
A Terapia Comportamental com Estratégia do Condicionamento Clássico é
frequentemente utilizada para tratar fobias, ansiedade, transtornos do estresse pós-
traumático e outras condições em que as emoções negativas estão associadas a
estímulos específicos. Embora possa ser eficaz para muitos pacientes, a terapia pode não
ser apropriada para todos, e a abordagem pode variar de acordo com as necessidades
individuais de cada paciente.

7. Terapia Comportamental com Estratégia do


Condicionamento Operante

A terapia comportamental com estratégia do condicionamento operante é baseada no


princípio de que comportamentos podem ser modificados através de suas
consequências. Nessa abordagem terapêutica, o terapeuta trabalha com o cliente para
identificar os comportamentos problemáticos e as consequências que mantêm esses
comportamentos. O objectivo é ensinar o cliente a adoptar comportamentos mais
adaptativos, aumentando sua frequência e mantendo-os ao longo do tempo.
Na prática, o terapeuta trabalha em estreita colaboração com o cliente para identificar
comportamentos problemáticos e desenvolver um plano de tratamento para modificar
esses comportamentos. O cliente pode ser solicitado a manter um diário comportamental
para monitorar seus comportamentos e o terapeuta pode usar essa informação para
desenvolver estratégias eficazes de condicionamento operante.
Ao longo da terapia, o terapeuta e o cliente trabalham juntos para identificar
recompensas e incentivos que são motivadores para o cliente e usá-los para reforçar
comportamentos desejáveis. O terapeuta também ajuda o cliente a desenvolver
estratégias para lidar com situações difíceis que possam surgir durante o processo de
mudança comportamental.

Para isso, o terapeuta utiliza diversas técnicas, tais como reforçamento positivo,
reforçamento negativo, extinção e punição. O reforçamento positivo ocorre quando um
comportamento desejado é seguido por uma consequência agradável, aumentando a
probabilidade de que o comportamento ocorra novamente no futuro. O reforçamento
negativo ocorre quando um comportamento desejado é seguido pela remoção de algo
aversivo, aumentando a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente no
futuro. A extinção ocorre quando um comportamento indesejado é ignorado,
diminuindo a probabilidade de que esse comportamento ocorra novamente no futuro. A
punição ocorre quando um comportamento indesejado é seguido por uma consequência
aversiva, diminuindo a probabilidade de que o comportamento ocorra novamente no
futuro.
Assim, na terapia comportamental com estratégia do condicionamento operante, o
terapeuta trabalha com o cliente para identificar os comportamentos problemáticos e as
consequências que os mantêm, e em seguida, utiliza técnicas de modificação de
comportamento para promover comportamentos mais adaptativos e diminuir
comportamentos indesejados.
É importante ressaltar que o terapeuta comportamental com estratégias de
condicionamento operante trabalha em conjunto com o paciente para ajudá-lo a alcançar
seus objectivos de forma gradual e sistemática, valorizando cada pequeno passo em
direcção à mudança desejada. A terapia comportamental com estratégias de
condicionamento operante tem-se mostrado eficaz no tratamento de diversos problemas
psicológicos, tais como transtornos alimentares, transtornos de ansiedade e depressão. O
objectivo é ajudar o cliente a alcançar uma melhoria significativa em sua qualidade de
vida, proporcionando-lhe as habilidades necessárias para lidar com situações
desafiadoras de forma mais eficaz.

8. Importância da terapia comportamental nas


organizações

As estratégias comportamentais podem ser úteis em diversas situações no


aconselhamento psicológico, especialmente em contextos organizacionais. Aqui estão
alguns exemplos:
1. Problemas de relacionamento no local de trabalho: O aconselhamento
psicológico pode ser útil para funcionários que estão tendo dificuldades em se
relacionar com colegas, chefes ou subordinados no ambiente de trabalho. O
terapeuta pode usar estratégias de condicionamento operante para ensinar
habilidades de comunicação assertiva e comportamentos de cooperação, bem
como para extinguir comportamentos de confronto e agressão.
2. Gerenciamento de estresse e ansiedade: O estresse e a ansiedade são comuns no
ambiente de trabalho e podem levar a uma série de problemas de saúde mental e
física. A terapia comportamental pode ajudar os indivíduos a identificar os
gatilhos de estresse e ansiedade e a desenvolver estratégias para lidar com eles
de forma mais eficaz. Por exemplo, o terapeuta pode ensinar técnicas de
relaxamento ou utilizar técnicas de reforço positivo para incentivar
comportamentos saudáveis de gerenciamento de estresse.
3. Aumento da produtividade: Os problemas de produtividade podem ser um
desafio para muitos funcionários e empresas. A terapia comportamental pode ser
usada para ajudar os indivíduos a identificar os comportamentos que levam à
produtividade e a reforçá-los. O terapeuta pode usar estratégias de modelagem
para ensinar habilidades de gerenciamento de tempo e planeamento e reforçar
comportamentos de produtividade.
4. Mudança de hábitos prejudiciais à saúde: Alguns comportamentos pessoais
podem afectar negativamente a saúde do funcionário e, consequentemente, o
desempenho no trabalho. A terapia comportamental pode ajudar o indivíduo a
identificar comportamentos prejudiciais à saúde, como fumar ou beber
excessivamente, e a desenvolver planos de mudança de comportamento. O
terapeuta pode usar estratégias de condicionamento operante para reforçar
comportamentos saudáveis e extinguir comportamentos prejudiciais.
Esses são apenas alguns exemplos de como as estratégias comportamentais podem ser
utilizadas em aconselhamento psicológico em contextos organizacionais. Cada situação
é única e o terapeuta deve personalizar as estratégias utilizadas de acordo com as
necessidades individuais do paciente.

9. Conclusão
Ao longo deste trabalho, foi possível explorar o conceito e as estratégias da terapia
comportamental, com enfoque nas estratégias de condicionamento clássico e operante.
Foi destacado como essas estratégias podem ser aplicadas na cadeira de consulta e
aconselhamento psicológico, especialmente em contextos organizacionais.
A terapia comportamental se apresenta como uma abordagem que visa a mudança de
comportamentos disfuncionais por meio de estratégias específicas, baseadas em
princípios teóricos bem estabelecidos. A abordagem do condicionamento clássico é
especialmente útil na terapia de fobias, transtornos de ansiedade e distúrbios de estresse
pós-traumático, enquanto a abordagem do condicionamento operante pode ser eficaz em
transtornos de personalidade, comportamentos aditivos, entre outros.
Em ambientes organizacionais, as estratégias comportamentais podem ser aplicadas
para lidar com problemas relacionados a desempenho e produtividade, conflitos
interpessoais, estresse e problemas de adaptação a mudanças organizacionais. Através
do treinamento em habilidades sociais, modelagem, dessensibilização sistemática e
reforçamento positivo, os indivíduos podem adquirir novas habilidades e
comportamentos mais adaptativos, que podem melhorar sua qualidade de vida e
desempenho no trabalho.
Portanto, a terapia comportamental pode ser uma abordagem eficaz para o tratamento de
uma ampla variedade de problemas comportamentais e emocionais, tanto em contexto
clínico quanto organizacional. O conhecimento e a aplicação adequada das estratégias
comportamentais podem ajudar os indivíduos a desenvolver comportamentos mais
saudáveis e adaptativos, melhorando sua qualidade de vida e desempenho.
Acreditamos que este trabalho possa ter contribuído para uma melhor compreensão da
Terapia Comportamental e das estratégias comportamentais utilizadas em contextos
clínicos e organizacionais.
10. Referencias Bibliográficas
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