Aula 8 - Manejo de Ordenha Higiênica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

CAMPUS DO BAIXO AMAZONAS - PARINTINS


INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E ZOOTECNIA
COLEGIADO DO CURSO DE ZOOTECNIA

Manejo de Ordenha Higiênica

Prof. Michel do Vale Maciel


1. Introdução
• Para obtenção de um leite saudável e de boa
qualidade, é necessário que as vacas estejam em
boas condições de saúde.
1. Introdução

• O ordenhador deve estar sempre atento a certos sinais


apresentados pelas vacas, exemplo:
• Olhos fundos
• Pelos arrepiados
• Diminuição na ingestão de alimentos
• Parada da ruminação
• Queda na produção de leite
• Alterações na urina ou nas fezes
Mastite contagiosa
• Causada por microrganismos  presentes no úbere e são
transmitidos pelas mãos do ordenhador e equipamentos de
ordenha.

• Entram no canal do teto e causam a infecção

• Este tipo de mastite é facilmente transmitido de um animal


para outro durante a ordenha  boas práticas de higiene,
desinfecção e linha de ordenha
Mastite ambiental
• Causada por microrganismos presentes no ambiente (solo,
camas, material vegetal, pisos dos currais, etc.), ocorrendo com
maior frequência em períodos quentes e úmidos.

• O maior risco de contágio é logo após a ordenha  esfíncteres


dos tetos abertos  vaca deita sobre solo ou material
contaminado
Quanto ao diagnóstico
• Mastite clínica: fácil de ser percebida
• Diminuição na ingestão de alimentos
• Úbere inflamado (aumento de volume, avermelhado e quente)
• Leite com grumos, pus ou sangue
• Teste da Caneca
Quanto ao diagnóstico
• Mastite subclínica: é mais difícil de ser percebida,
• Não apresenta sintomas (pequena queda na produção de leite)
• Pode ser detectada pelos testes de contagem de células somáticas
(CCS) ou com o Califórnia Mastite Teste (CMT)
PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO
DA ORDENHA
• Vacas estabelecem rotinas, sendo evidente a definição de
horários específicos para alimentação e descanso, e também
para a ordenha

• Ordenhador
• Cumprimento dos horários de ordenha
• Preparação das instalações
• Acompanhamento da saúde
• Realização da ordenha
• Acompanhamento da qualidade do leite
As instalações
• Deve ser projetado de forma que as vacas fiquem bem
acomodadas e tranquilas, além de oferecer segurança ao
ordenhador

• Raças especializadas  sofrem maior estresse pelo calor 


sistemas de resfriamento nas salas de espera e de ordenha
• Ventiladores
• Nebulizadores
A formação da linha de ordenha
• A ordem com que as vacas são ordenhadas  seguinte sequência:
• Vacas primíparas (de primeira cria), sem mastite
• Vacas pluríparas que nunca tiveram mastite
• Vacas que já tiveram mastite, mas que foram curadas
• Vacas com mastite subclínica
• Vacas com mastite clínica
Tipos de Ordenha
Manual Mecânica
• Utilizadas em rebanhos pequenos
• Até 50 vacas em lactação
http://www.delaval.com.br/-/Produtos--Solucoes/Equipamentos-de-ordenha/Solucoes/Para-pequenos-rebanhos/Equipamento-de-Ordenha-Balde-ao-Pe/
http://cienciatecnologiafoco.blogspot.com.br/2015/11/ordenhadeira-mecanica-agropecuaria.html?view=mosaic
https://proleite.com.br/produto/93/equipamento-de-ordenha-balde-ao-pe-0700-02i
SALA DE ORDENHA TIPO ESPINHA DE PEIXE

• Angulação das vacas é de 30º ou 45º.


• Plataforma das vacas a 85 cm do piso do ordenhador.
• Utilizado em rebanhos > 50 vacas em lactação.

http://www.magrama.gob.es/ministerio/pags/Biblioteca/Revistas/pdf_Ganad%2FGanad_2012_77_24_27.pdf
SALA DE ORDENHA TIPO PASSAGEM

Distancia entre úberes: 180 até 230 cm


http://www.primaveracontencoes.com.br/produtos/contencao-fila-indiana
ORDENHA TIPO PASSAGEM

• E o tipo de ordenha mais utilizado quando da presença do bezerro ao


pé da vaca

http://www.primaveracontencoes.com.br/produtos/contencao-fila-indiana
ORDENHA TIPO TANDEM

http://slideplayer.com.br/slide/1265337/
ORDENHA TIPO PARALELA

Distancia entre úberes: 70 a 75 cm.


Um ordenhador: 8 até 14 unidades
ORDENHA TIPO CARROSSEL
ORDENHA TIPO CARROSSEL

Tempo de rotação: 7 a 12
min podendo ser ajustado
http://www.bovinos.ufpr.br/Aula%2006%20GP.pdf
ORDENHA ROBOTIZADA

http://www.milkpoint.com.br/anuncie/novidades-dos-parceiros/ordenha-robotizada-sera-tema-de-palestra-no-interleite-sul-2014-confira-91212n.aspx
Decisão de ir para o ponto de ordenha

Abertura da porta do ponto de ordenha A vaca é identificada e a porta fecha


A leitura é feita quando o
animal passa sob a antena
O animal pode movimentar-se no interior que o
braço do robo movimenta-se de acordo. A posição
das teteiras é também flexível seguindo o
movimento do animal

Um sistema óptico baseado em laser procura


rapidamente os tetos. O robo liga e desliga as
teteiras separadamente permitindo um ordenha
completa e evitando sobre ordenha
Quando a vaca entra no
sistema pela primeira vez a
localização dos tetos é
identificada pelo laser e as
coordenadas 3D são
armazenadas no computador

Nas visitas seguintes o laser atualiza as coordenadas dos tetos previamente


armazenadas tendo em consideração as mudanças fisiológicas verificadas desde a
última ordenha devidas, por exemplo à quantidade de leite no úbere.
Os rolos de limpeza lavam o
úbere
O laser procura e identifica e
as tetinas são aplicadas
Sensores monitorizam a produção
de leite de cada quarto e
promovem a retirada das teteiras
quando termina a produção de
leite do quarto respectivo
Sensores permitem detectar a
presença de sangue no leite

A produção e a qualidade do leite


são monitorizadas continuamente
O s dados podem ser
vistos durante ou após a Ajudando a monitorizar o estado
ordenha sanitário do úbere e a identificar se
algum quarto esta infectado

Usando os sinais vindos dos sensores


o software o sistema rejeita o leite de
animais infectado
CONDUÇÃO DAS VACAS ATÉ O LOCAL
DE ORDENHA
• A condução das vacas deve ser feita com calma, sem correr e nem
gritar

• O ideal é que as vacas andem para o local da ordenha por vontade


própria  mesma pessoa e de preferência no mesmo horário

• A condução do lote fica mais fácil quando se conhece a vaca líder,


trabalhando a movimentação do rebanho a partir dela
PREPARAÇÃO PARA A ORDENHA
• Contenção das vacas
Primeiro contato com a vaca e limpeza dos
tetos
• Encoste a mão na sua perna ou no úbere antes de pegar em seu teto.
Isto é muito importante para que ela não assuste com a sua presença,
reduzindo o risco de coices.
O teste da caneca de fundo preto
• Mastite clínica
Aplicação do pré-dipping
• Pré-dipping é um procedimento de desinfecção dos tetos antes da
ordenha e tem como objetivo a prevenção da mastite ambiental

• Solução de iodo (0,25%), solução de clorexidine (de 0,25 a 0,5%) ou


ainda de cloro (0,2%)

• Água sanitária (2,5%  1L em 12 de água)


Preparo para a ordenha com bezerro ao pé
• Estimular a descida do leite
Aplicação do pós-dipping
• Pós-dipping é a imersão dos tetos em solução desinfetante
glicerinada,
• Solução de iodo (0,5%), de clorexidine (de 0,5 a 1,0%) ou de cloro (de 0,3 a
0,5%). Esse procedimento tem como finalidade a proteção dos tetos contra
microorganismos causadores da mastite
Fornecimento de alimento para as vacas
• Oferecer o alimento  probabilidade de que a vaca se deite.
• Fundamental que ela permaneça em pé por, pelo menos, 30 minutos
 o esfíncter do teto fechará, diminuindo o risco de mastite
ambiental
LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA SALA
DE ORDENHA E DOS EQUIPAMENTOS
A ORDENHA PASSO A PASSO
• Cheque se o local de ordenha está preparado para receber as vacas.
• Realize as ordenhas sempre nos mesmos horários.
• Conduza as vacas para o local de ordenha com calma, sem bater nos
animais, nem correr e nem gritar.
• Respeite a formação da linha de ordenha. Ordenhe primeiro as vacas em
boas condições de saúde e deixe para o final as vacas com problemas.
• Acomode as vacas no local de ordenha, não grite, nem empurre ou bata
nas vacas para que elas se posicionem.
• Se julgar necessário, amarre as pernas das vacas mais agitadas. Não utilize
a corda para bater ou ameaçar o animal
A ORDENHA PASSO A PASSO
• Tenha mais cuidado com novilhas recém-paridas e vacas mais reativas
• Lave os tetos com água corrente somente quando estiverem sujos, não
molhe o úbere
• Faça a vaca perceber sua presença nesse momento, chame-a pelo nome,
sinalize a sua presença antes de tocar em seu teto
• Faça o teste da caneca de fundo preto para o diagnóstico de mastite clínica,
cheque teto por teto. Se o teste der negativo continue a ordenha. No caso
do resultado do teste ser positivo, transfira a vaca para a última bateria da
linha de ordenha.
• No caso de ordenha com bezerro ao pé, libere o bezerro e deixe que ele
mame um pouco em todos os tetos para estimular a descida do leite,
afastando-o do úbere logo em seguida. Não puxe o bezerro pela cauda ou
orelhas
• Em ordenhas sem bezerro ao pé, realize o pré-dipping e aguarde 30
segundos para secar os tetos
A ORDENHA PASSO A PASSO
• Seque os tetos um a um, utilize papel toalha descartável
• Acople as teteiras ou, em caso de ordenha manual, ordenhe a vaca
• Ajuste bem as teteiras para prevenir entrada de ar
• Se alguma vaca defecar ou urinar durante a ordenha utilize um rodo
ou pá e empurre (ou puxe) os dejetos para a calha de drenagem. Lave
o local apenas no intervalo entre as baterias de ordenha
• Desligue o vácuo após cessar o fluxo de leite e remova as teteiras
• Realize a desinfecção dos tetos (pós-dipping)
• Nos casos de ordenha com bezerro ao pé, deixe-o junto com a mãe
por pelo menos 20 minutos após a ordenha e faça o pós-dipping após
a apartação
A ORDENHA PASSO A PASSO
• Libere as vacas da sala de ordenha calmamente
• Realize a limpeza das instalações e dos equipamentos imediatamente após
a ordenha.
• Para a lavagem e desinfecção de equipamentos de ordenha mecanizada
siga sempre as instruções do fabricante
• Na ordenha manual, os baldes e os utensílios deverão ser lavados com
água corrente e detergente
• Após cada ordenha deixe as instalações e todos os equipamentos,
materiais e utensílios preparados para o início da próxima
• As aplicações de medicamentos e outros tratamentos, não devem ser feitos
na sala de ordenha. Defina um local adequado para esses tratamentos,
com boas condições de segurança para os animais e para os responsáveis
pelo trabalho
• Forneça alimento para as vacas logo após elas saírem da sala de ordenha
• IN 51 (2002) e IN 62 (2011)
Limites da IN 62
• As mudanças alteram os prazos e limites da CBT
e da CCS, as quais passam a ter como limite
máximo 600 mil/ml, (750 mil/ml), para os
produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro
Oeste a partir de 1 de janeiro de 2012, e para os
do Norte e Nordeste apenas em janeiro de
2013.
Limites da IN 62
• Há um escalonamento de prazos e limites para
a redução de CBT e CCS até 2016, para que se
chegue a 100 mil/ml (CBT) e 400 mil/ml (CCS)
– metas propostas pela IN 51 para 2011.
• Discrepância da realidade dos produtores
brasileiros de leite.

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