DIREITO CONSTITUCIONAL
CNJ e CNMP II
CNJ E CNMP II
Os artigos que tratam do CNJ e do CNMP na Constituição Federal são os seguintes: 103-B
e 130-A, respectivamente. Abaixo os artigos a serem discutidos e logo abaixo do artigo 130-A,
os comentários pertinentes a cada um.
Art. 103-B. (...)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por uni-
dade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
sessão legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará
excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos
serviços judiciários;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos
ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Fe-
deral da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Po-
der Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional
de Justiça.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Fe-
deral, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de
suas carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos
Ministérios Públicos, na forma da lei.
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§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e
financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, ca-
bendo lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos re-
gulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos
Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção
ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério
Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista
no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do
Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que
lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério
Público e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar
servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Públi-
co, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do
Ministério Público.
Atenção aos incisos VI e VII: as bancas formulam questões para confundir os candidatos
com os termos “semestralmente” e “anual”.
Art. 103-B. (...)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por uni-
dade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
sessão legislativa.
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O CNJ acompanha os processos e estabelece metas para o cumprimento das atividades
jurisdicionais. O STF envia mensagens ao Congresso na abertura da sessão legislativa: sis-
tema de freios e contrapesos.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará
excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
O ministro do STJ ocupa o segundo cargo mais importante na estrutura do CNJ, que é
o cargo de Corregedor. No STF, ele permanece, porém, na condição de voto vogal, nunca
como relator.
CNJ:
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Fe-
deral da Ordem dos Advogados do Brasil.
CNMP:
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
No artigo do CNJ, cita-se o PGR, mas, no artigo relativo ao CNMP, não há essa citação,
pois ele já participa do CNMP.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Po-
der Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional
de Justiça.
Tanto no âmbito do CNJ quanto do CNMP, há a possibilidade de criação de ouvidorias.
Qualquer cidadão pode fazer uma denúncia, que será apurada.
Relembrando que tanto o CNJ quanto o CNMP fazem CAAF.
Se o CNJ é órgão interno do Poder Judiciário, ele faz controle interno de quase todo o Poder
Judiciário, porque o CNJ não controla o STF. O STF que julga ações contra o CNJ e CNMP.
Um tempo atrás, o CNJ editou uma Resolução que proibia a contratação de parentes até
3º grau (nepotismo).
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A Resolução, que é uma ANP (Ato Normativo Primário), foi então questionada através de
uma ADI. Nesse caso, pode ser objeto de controle de constitucionalidade.
Com a Resolução proibindo o nepotismo, a matéria foi levada ao STF, que decidiu que o
nepotismo está mesmo proibido, e não somente para o CNJ quanto para todo o Poder Judici-
ário (Súmula Vinculante 13).
CNMP dirimindo conflitos de atribuições entre Membro do MP Federal e Estadual:
Exemplo: Desastre da Vale em Brumadinho. O MP deve atuar nessa situação. Tanto o MP
Federal quanto o Estadual vão atuar e isso pode gerar conflito.
Para se entender na prática, considera-se o MP como órgão administrativo. Em um pri-
meiro momento, o STF afirmava que, quando houvesse conflito de atribuições envolvendo MP
Federal e MP Estadual, a competência seria do próprio STF por envolver o chamado conflito
federativo (artigo 102 da CF).
Com o passar do tempo, as ações de conflito entre MPs aumentaram muito no STF.
Então, em um segundo momento, o STF decidiu que, quando se estiver diante de um con-
flito de atribuições entre MPF e MPE, o PGR deveria resolver.
Porém, no momento atual, o STF decidiu que conflitos de atribuições entre MPF e MPE
devem ser resolvidos pelo CNMP.
A base dessa resolução está no artigo 130-A, § 2º, inciso I:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos re-
gulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
Da mesma maneira que foi afirmado anteriormente sobre a atuação concorrente (e não
subsidiária) do CNJ, o CNMP também pode atuar simultaneamente com a corregedoria do MP.
Relembrando que a Reforma da Previdência alterou a pena máxima, que agora é a demis-
são (e não mais a aposentadoria).
Observe que é vedada a recondução do corregedor no CNMP.
Controle de constitucionalidade não pode ser feito nem pelo CNJ nem pelo CNMP, mas
esses órgãos podem fazer controle de validade e de legalidade.
O CNMP também pode fazer a revisão de processos julgados antes de um ano.
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O artigo 102, I, da Constituição Federal afirma que compete originalmente ao STF julgar
ações contra CNJ e CNMP. Como começaram a chegar muitas ações ao STF, este decidiu
restringir sua atuação. O termo ações deve ser entendido como “ações constitucionais”, que
são remédios (HC/ HD/ MS e MI). Deliberações negativas são aquelas que não alteram em
nada no entendimento da origem e, portanto, não cabe ir ao STF.
Deliberação positiva: no TJDFT somente juízes substitutos fazem plantão. Algumas pessoas,
incomodadas com essa decisão, reclamaram no TJDFT, mas a decisão prevaleceu. Então as
pessoas levaram a questão ao CNJ, que decidiu de forma diferente: todos os juízes devem fazer
plantão, constituindo-se de uma deliberação positiva.
O TJDFT foi ao STF usando Mandado de Segurança, que foi provido. O STF afirmou que
os Tribunais têm autonomia. CNJ não tem jurisdição, ele é um órgão administrativo.
Quem vai julgar membros do CNJ e do CNMP?
• No artigo 52, II: somente os crimes de responsabilidade serão julgados pelo
Senado Federal.
• E sobre os crimes comuns? A Constituição Federal não diz nada!
• Se eu quiser entrar com uma AP/ACP contra o CNJ/CNMP? Nesse caso, recorre-se ao
juiz de primeiro grau.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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