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1-9 Publicada em 1999
Me/ia azedarach (Cinamomo)
"Paulo Ernani Ramalho Carvalho'
Taxonomia
De acordo com o sistema de Cronquist, a taxonomia de M. azedarach obedece à
seguinte hierarquia:
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledoneae)
Ordem: Sapindales
Família: Meliaceae
Espécie: Me/ia azedarach Linnaeus (Sp. pl. 384. 1753)
Sinonímia botânica: Me/ia orienta/is M. Roem
Nomes populares no Brasil: contas-de-santa-barbara (SP), cinamomo-gigante,
lilás-de-soldado.
Nomes populares no exterior: paraíso (Argentina, Costa Rica e Paraguai).
Etimologia: Melia, do gr,ego melia (freixo), devido às folhas semelhantes; melia (no
sentido relacionado com a árvore freixo (do gênero Fraxinus) provém do grego meli
(mel) porque mais espécies de freixo contém seiva adocicada; azedarach, é nome
árabe.
Descrição
Forma: árvore caducifólia a semidecidual, pouco longeva, com 10m a 20 m de
altura e 40 cm a 60 cm de DAP, atingindo até 40 m de altura e 100 cm de DAP,
na idade adulta. Apresenta forma extendida irregular, de folhagem muito
distribuída e desordenada. Casca: lisa a levemente fissurada nas árvores maiores,
de coloração pardo-escura. Folhas: alternas, bi-tripinadas, de 25 a 80 cm de
comprimento; folíolos peciotulados, opostos, ovado-Ianceolados, acuminados, de
bordos serrados ou subíntegros, de 2 a 5 cm de comprimento, lisos, pubescentes
s nervuras; de cor verde claro. Flores: pequenas de 0,5 a 2 cm de comprimento.
lilazes quando em botão, com perfume muito agradável, vistosas, reunidas em
• Eng. Florestal. Doutor. CREA/Pr no 3460/0. Pesquisador da Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Florestas.
m.
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tirsos axilares de 10 a 20 cm de comprimento. Quando abertas apresentam corola
de 4 a 6 pétalas com pêlos na região mediana dorsal, de coloração brancas e tubo
estaminal violáceo a roxo escuro (na flor já madura). Fruto: carnoso, drupáceo,
obovado, globoso ou subgloboso, glabro, de 1,5 a 2 cm de diâmetro, amarelo
escura quando madura, com caroço ósseo, 2 a 3 locular com até seis sementes.
Sementes: alongadas.
Biologia reprodutiva e fenologia
Sistema planta polígama (Styles, 1972). Vetor de Polinização: por abelhas
sexual:
e diversos insetos pequenos. Floração: de junho a outubro no Paraná e de
setembro a novembro no Rio Grande do Sul (Girardi, 1975). Frutificação: os frutos
amadurem de junho a outubro, com sementes a partir de junho. Os frutos
persistem na árvore, depois da queda das folhas,· durante o inverno. O processo
reprodutivo tem inicio a partir de um ano de idade. Dispersão de frutos e
sementes: autocórica, principalmente barocórica, por gravidade.
Ocorrência natural
Latitude: Me/ia azedarach ocorre naturalmente entre 23 a 27° N. Variação
altitudinal: ocorre naturalmente acima de 2.000 m no Himalaia. Na África, tem sido
plantado nas terras baixas e nas áreas situadas em elevações médias. Na América
Central se planta geralmente abaixo de 1.000 m snm. No sul do Brasil e no
Nordeste da Argentina, a espécie tem sido estabelecida entre 160 a 1.000 m de
altitude. Distribuição geográfica: espécie originária do sul da Ásia, provavelmente
do Paquistão (Baluquistão e Kachemira), ocorrendo também no Irã, na índia,
Tailândia, China, Indonésia, Nova Guiné e Austrália (var. austra/asíca). O
cinamomo foi introduzido na maioria dos países tropicais e subtropicais, como
ornamental, árvore de sombra e para produção de lenha, por suas condições de
rusticidade" a solos e clima. Atualmente é cultivado e naturalizado na maioria dos
países tropicais e subtropicais. É cultivado em regiões semiáridas da África
Oriental e Ocidental. Na América foi introduzido desde o sul dos Estados Unidos
até Argentina e Brasil e em toda as Antilhas. Em Costa Rica está aparentemente
naturalizando-se em alguns sítios (Holdridge & Poveda, 1975). No Brasil, essa
espécie é encontrada asselvajada no Rio Grande do Sul (Thum, 1992).
Clima
Precipitação: Cresce satisfatoriamente em locais com precipitações entre 600 mm
e 2.000 mm anuais. No sul do Brasil, foi introduzido em locais com precipitação
entre 1.000 mm a 2.300 mm. Nas regiões mais secas, cresce melhor nos solos
úmidos situados ao longo dos rios ou quando irrigado, como é feito na Ásia e
África para produção de madeira energética. A espécie é resistente a períodos
secos (três a sete meses); na Guatemala e em EI Salvador, tem sido plantada em
regiões com até oito meses de defícit hídrico. Porém, o defícit hídrico exagerado
afeta a produção e o desenvolvimento de seu crescimento. Temperatura: a espécie
cresce em regiões com temperatura média anual em torno de 18°C. Na América
Central é plantado em locais com temperatura média anual superior a 22°C. No sul
do Brasil tem sido plantado em regiões com temperatura média anual de 16°C até
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22°C. Árvores jovens são suscetíveis às geadas, porém, árvores adultas são
tolerantes ao frio (temperatura mínima de até - 10°C). Tipos Climáticos (Koeppen):
a espécie cresce satisfatoriamente em vários tipos climáticos, tais como, tropical
(Af), subtropical úmido (Cfa), subtropical de altitude (Cwa e Cwb) temperado
(Cfb).
Solos
Embora apresente um comportamento superior em solos férteis, pode ser plantada
em solos ácidos, arenosos, úmidos ou nos solos profundos. Devem ser evitados os
solos rasos, pedregosos e hidromórficos. A espécie cresce em vários tipos de
solos, porém, cresce melhor nos solos bem drenados, profundos, franco-arenosos.
Sementes
Colheita e beneficiamento: a frutificação é intensa e anual. Os frutos devem ser
coletados quando mudam de coloração, passando do verde para o amarelado. O
fruto é a unidade disseminadora, necessitando, porém ser limpo através da
maceração para a extração da polpa carnosa. Os frutos devem ficar de molho em
água, para maceração; após devem ser postos em peneiras para a secagem.
Número de frutos/kg: 1.400 a 3.000. Cada fruto contém uma a seis sementes.
Tratamento para superação de dormência: não é necessário. Porém, para abreviar
a germinação, recomenda-se colocar os frutos em embebição em água fria por até
72 horas, para se poder obter uma germinação mais uniforme. Longevidade e
armazenamento: as sementes mantém a viabilidade por um ano em condições de
ambiente não controlado e por até dois anos quando em câmara fria.
Produção de mudas
Propagação por sementes: o cinamomo-gigante é facilmente propagado tanto
por sementes como por estacas. A semeadura pode ser feita diretamente nos
recipientes, sacos de polietileno ou tubetes de tamanho médio, devendo ser
semeado apenas um fruto. A germinação é epígea, iniciando-se entre 25 a 41
dias após a semeadura'. O poder germinativo varia de 65 a 80%. A repicagem
quando necessária, é feita a partir de 15 dias após a germinação, quando a
plântula emite as primeiras folhas definitivas. O tempo de permanência das
mudas no viveiro varia de acordo com as regiões climáticas, sendo de seis
meses nos trópicos a até doze meses nas regiões subtropicais, após a
semeadura. Pode-se efetuar semeadura direta utilizando-se três frutos por
cova, o que exigirá aproximadamente 8 kg de frutos por hectare (espaçamento
2 m x 2 m).
Propagação vegetativa: é feita por estaquia, porém a rebrota diminui ou
causa problemas no colo da planta, tornando-a menos resistente, por ser
facilmente atacado por fungos. O método de borbulhia apresentou 70% de
exito, enquanto que a garfagem apresentou 20% de exito, devendo esta ser
realizada nos meses de novembro a janeiro (Gurgel Filho, 1959). Carvalho et aI.
(1 996), desenvolveram protocolos para o cultivo massivo de células e
pesquisas sobre a produção in vitro.
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Características silviculturais
O cinamomo-gigante é uma espécie essencialmente heliófila e sensível ao frio. As
geadas mais severas chegam a ocasionar danos em plantas de até quatro anos de
idade. Nas regiões mais sujeitas às geadas, não deve ser plantado nos fundos de
vale ou nas encostas com exposição sul. Necessita de espaçamentos largos, como
4 m x 3 m ou 4 m x 4 m, quando em plantio puro. Porém, na província de
Misiones, Argentina, ele é plantado inicialmente no espaçamento 2 m x 2 m,
sendo no terceiro ano efetuado um raleio, que o transforma no espaçamento 4 m x
2 m e no sexto ano, outro raleio, para atingir o espaçamento de 4 m x 4 m. A
espécie apresenta ótima brotação da touça após corte. Os povoamento podem ser
ser manejados pelo sistema de talhadia. A espécie é sensível à competição por
plantas invasoras. O cinamomo necessita de desramas nos primeiros dois anos,
para se obter fustes limpos de 6 m. Em Misiones, Argentina, quando a desrama é
efetuada em idades mais avançadas, a madeira pode ser depreciada pelo ataque
do fungo Laetiporus sulphureus, em decorrência da maior dificuldade de
cicatrização.
Sistemas agroflorestais
Em muitas partes é usado para sombreamento de culturas de café e para
abrigo de animais. No Paraguai, vem se comportando muito bem em
sistemas agroflorestais, como cinamomo com erva-mate e banana. Esses
sistemas, além de fornecer madeira, proporciona um aumento considerável
de matéria orgânica no solo, através da queda de folhas e deposição do
litter.
Crescimento e produção
O cinarnorno apresenta crescimento rápido, monopodial com dominância
apical e retidão do tronco. Em sítios favoraveis apresenta incremento anual
em altura de 2,50 a ;3,50 m; em diâmetro de 2,5 a 4,0 cm e em volume
entre 24 a 44 m3jha.ano·'. Em Misiones, Argentina é a espécie latifoliada
mais plantada (Volkart, 1980). Sua rotação, na Região de Misiones é de 8 a
12 anos, quando se espera que as árvores atinjam DAP acima de 35 cm. Em
Guayabi, Paraguai, sua rotação é de doze a quinze anos, devendo sofrer,
pelo menos dois desbastes, no terceiro e no sexto anos, removendo-se, em
cada desbaste, 50% das árvores (Evans & Rombold, 1984). Lá, o corte raso
é feito aos doze anos, quando as árvores apresentam 40 cm de DAP ou aos
quinze, quando elas atingem 50 cm de DAP. Dados de crescimento no Sul e
Sudeste do Brasil, são apresentados na Tabela 53.
, . I' . \ I
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TABELA 19. Crescimento do cinamomo-gigante
Sudeste do Brasil.
e do cinamomo-comum, no Sul e
Espaça- Planta Altura DAP Classe
Idade
Local Mento s vivas média médio de solo Fonte
(anos)
(m x m) (%) (m) (em) (c)
Adrianópolis, PR (a) 2 4x2,5 100,0 3,92 PVA Embrapa Florestas
Campo Mourão, PR (a) 6 3x2 98,0 12,68 18,2 LRD Embrapa Florestas
Campo Mourão, PR (b) 6 3x2 90,0 11,73 16,5 LRD Embrapa Florestas
Cianorte, PR (b) 7 3x3 100,0 15,20 24,7 LVE Embrapa Florestas
Foz do Iguaçu, PR (a) 6 4x2,5 100,0 14,53 24,5 LRD EmbrapaRorestas/ltaipu
Foz do Iguaçu, PR (b) 6 4x2,5 100,0 12,96 21,0 LRD EmbrapaRorestas/ltaipu
Guarapuava, PR 1 4 x 2 100,0 2,00 Embrapa Florestas
Jaboticabal, SP 4 100,0 14,00 '15,3 Fonseca et aI. (1974)
O. do Iguaçu, PR (a) 6 3x3 100,0 13,89 17,3 LRD Embrapa Florestas
O. do Iguaçu, PR (b) 6 3x3 96,0 14,06 17,0 LRD Embrapa Florestas
Rolândia, PR (a) 3 3x2,5 100,0 6,83 11,4 LRD Embrapa Florestas
S.Miguel do Oeste, SC 3 100,0 9,25 8,0 Sadia
(a) Cinamomo-gigante;
(b) Cinamomo-comum;
(c) PVA = Podzólico vermelho-amarelo; LRD = Latossolo roxo distrófico; LVE = Latossolo vermelho-escuro
Características da madeira
Massa específica aparente: a madeira do cinamomo é moderadamente densa (0,52
a 0,66 g/cm3), a 15% de umidade (Silva et aI., 1983). Cor: alburno estreito de cor
amarelo-ocre, nitidamente diferenciado do cerne, castanho-roxo, de brilho médio,
especialmente nas faces tangenciais. É pouco durável em contato com o solo e é
susceptível' ao ataque por cupins quando seca.Em condições normais de umidade é
durável e não é atacada por insetos xillófagos. O cerne é pouco penetrável, com
absorção média. É madeira branda, fácil de trabalhar em todas as operações
manuais e mecânicas. Se presta muito bem para processo de desfolhamento, corte
plano e moldurado, aceitando muito bem colas, lustres e vernizes, com
acabamento satisfatório, apresentando desenhos atraentes.
Potencialidades de utilização
A madeira é empregada principalmente na fabricação de móveis de luxo, serraria,
desdobro para laminados e compensados, estacas e vigas. O poder calorífico de
sua madeira é de 4.568 a 5.176 Kcal/kg e o de sua casca, 4.716 I<cal/kg (Silva et
aI., 1983).
Outros produtos
O cinamomo contém em seus tecidos a azadiractina, substância notória pela sua
ação inseticida, suas folhas e frutos são usadas para proteção de roupas
armazenadas e outros artigos contra insetos. Folhas, sementes e frutos frescos
contém substâncias que inibem o desenvolvimenteo de certa espécie de gafanhoto
encontrado no deserto.
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Outros usos
Artesanato: as sementes do cinamomo são usadas na confecção de rosários e
colar. Daí são também conhecidos por contas-de-santa-barbara. Forrageiro: a
forragem do cinamomo apresenta cerca de 13% de proteína bruta e 3 a % de
tanino (Leme et aI., 1994), podendo ser usadas para alimentação de caprinos. A
ingestão de partes da copa de cinamomo é tóxica aos animais. Os frutos são tidos
como venenosos para os humanos (Holdridge & Poveda, 1975). Todavia, a
espécie é freqüentemente utilizada para sombra, em pastagens; após conhecê-Ia, o
gado não mais consome. Medicinal: espécie utilizada na madicina alternativa por
apresentar ação antí-helmíntica e anti-inflamatória, entre outras. Paisagístico:
espécie freqüentemente cultivada como ornamental em arborização de ruas e
parques, principalmente a forma sombrinha que é Iarqarnente utilizada em vários
estados brasileiros (Girardi, 1975). Reflorestamento para recuperação ambiental:
apresenta raízes superficiais que se extendem muito.
Genética e melhoramento
Um problema técnico desta espécie florestal é seu alto grau de variação genética.
Dentro da mesma espécie existem, botanicamente, três formas - a sombrinha, a
comum e a gigante - não muito claramente definidas e capazes de cruzar entre si.
A forma gigante, às vezes denominada variedade sempervirens , foi introduzida em
1946/1 947 na Argentina, com sementes do Brasil. Ela diferencia-se por seu maior
tamanho, dominância apical e retidão do tronco, folhas de coloração verde mais
escura e frutos maiores, com maior número de lóculos. Sua folhagem persiste por
quase todo o inverno e, consequentemente, as plantas são mais sensíveis ao frio.
Com a ascensão do cinamomo-gigante para a produção de madeira, prevê-se que
as demais formas de M. azedarach ficarão restritas a usos específicos, como
arborização.
Principais pragas e doenças
Em Misiones, Argentina, onde se concentram a grande maioria das plantações de
cinamomo, no sul da América do Sul, em torno de 20.000 ha, vanos
investigadores assinalaram algumas afecções importantes. Assim Fresa (1958) cita
a presença de Sphaceloma meliae, cujos sintomas nas folhas, se mostraram em
forma de pequenas pústulas e em outros casos como lesões mais extendidas e
manchas foliares.
Vásquez et aI. (1982) mencionam o declinamento do paraiso, produzido pela
presença de um Mycoplasma, cuja sintomatologia principal é o amarecelimento das
folhas, a proliferação de brotos (escova de bruxa) e necrose progressiva de alguns
galhos, que causam o declinamento e morte das árvores entre doia a três anos
depois da afecção.
Vizcarra Sánchez & Deschamps (1983) mencionam que a espécie é sensível ao ataque
pelo fungo Laetiporus sulpphureus, quando em plantios mais densos, inutilizando uma
grande parte do lenho de exemplares de cinco a doze anos de idade. Quando a
desrama é efetuada em idades mais avançada em decorrência da maior dificuldade da
cicatrização, a madeira pode ser depreciada pelo ataque do fungo.
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Recentemente, Sanchez & Stehr (1997), em Misiones, Argentina, identificaram
uma doença fúngica produzida por Cercospora meliae, em plantações de um a
cinco anos de idade
Espécies relacionadas
O gênero Me/ia L. São observadas duas variedades na Indochina: uma de madeira
roxa e outra de madeira esbranquiçada. Na Argentina se cultiva também a
variedade sempervirens Sw. na região central norte mais quente, esta variedade
conserva suas folhas durante mais tempo e tem um crescimento maior.
• Me/ia azedarach L. varo austra/asica (A. Juss.) C. DC. (Sinonímia botânica:
Me/ia dubia). Originária da Austrália. É largamente plantada na Austrália como
árvore de sombra.
• Melia azedarach forma umbraculiformis Berckm. "texas-umbrella".
• Azadirachta indica A. Juss. (Sin: Me/ia indica Brand., Me/ia azadirachta L.)
Indicação para plantio
O cinamomo é recomendado para plantios de comprovação nas reqices pouco
afetadas por geadas e em terrenos bem drenados. Plantios comerciais de
cinamomo-gigante, exigem terrenos seguros em relação a geadas, utilização de
sementes de qualidade uniforme e realização criteriosa dos tratos culturais. No
planalto sul-brasileiro ele deverá ser plantado, preferencialmente, em locais com
temperatura média anual superior a 16,5°C, e se possivel na primavera. No norte
de Mato Grosso, em Sinop, a espécie não apresentou comportamento satisfatório,
em função da procedência utilizada não tolerar estação seca de até cinco meses.
Seria interessante insistir utilizando origens provenientes da América Central.
Limitações
Se a árvore é estimulada a crescer mais rápida, são maiores os danos por ventos.
A espécie é sensível à competição por plantas invasoras. Nas regiões mais sujeitas
à geadas, não deve ser plantada nos fundos de vale ou nas encostas com
exposição sul.
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