O Sistema Internacional - Aula de Geografia 1 Serie

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TEMA: AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS

Tópico 1º: O sistema internacional

Sistema internacional é o conjunto de unidades políticas dispostas no espaço mundial.


Entende-se como unidades políticas os Estados ou países que exercem soberania e
autonomia dentro de suas fronteiras. Apesar de cada Estado ser a maior entidade
soberana dentro de suas fronteiras e exercer o monopólio da força, no espaço
internacional não existe uma entidade que detenha o papel de autoridade máxima ou do
monopólio da força e do poder.

Uma vez que não há uma entidade soberana que exerça o domínio sobre o poder
mundial, torna-se necessário que os Estados busquem a coexistência pacífica. A
necessidade de convivência em uma sociedade global deu origem ao termo comunidade
internacional. No entanto, nem sempre é possível manter a coexistência pacífica por
meio do diálogo entre as nações. O conflito de interesses entre elas pode levar a guerras.

Ratificação do Tratado de Munster, óleo sobre cobre de Gerard ter Borch, 1648. O Tratado de
Munster é um dos acordos que fazem parte da Paz de Westphalia.
O sistema internacional contemporâneo é marcado por uma forte interdependência entre
os Estados, particularmente em questões econômicas, em um mundo em que o mercado
global assume proporções antes jamais vistas. Para entender o nascimento do sistema
interestatal, porém, é preciso voltar ao século XVII com a assinatura, em 1648, de uma
série de tratados que ficaram conhecidos como Paz de Westphalia. Esses tratados
traziam consigo a concepção do Estado territorial, ou seja, um novo tipo de Estado, o
Estado moderno, que passou a ter territórios demarcados por fronteiras definidas e
governo desvinculado do poder da Igreja.

Sistema Geopolítico Mundial

No estudo das Relações Internacionais, há correntes teóricas que entendem o sistema


internacional de forma distinta, entre as quais se destacam duas escolas. A realista tem
uma interpretação hobbesiana do sistema internacional, ou seja, entende-o como um
campo conflituoso no qual as relações não permitem maiores cooperações entre os
Estados, uma vez que estes estão sempre em busca de poder. Nessa perspectiva, todo
Estado tem dois objetivos: primeiro, a autodefesa, ou seja, garantir a sobrevivência;
segundo, sobrepor-se aos demais Estados. Essa escola advoga a tese de que o sistema
internacional traz em sua natureza uma perspectiva anárquica.

OBS.: Hobbesiana - termo derivado de Thomas Hobbes, filósofo inglês e autor de


Leviatã, que afirma que no começo dos tempos todos os homens viviam em estado natural, sem se
sujeitarem a nenhum poder; obedeciam apenas a seus próprios interesses e apetites: “o homem era o
lobo do homem”. Essa situação, envolvendo concorrência, desconfiança e desejo de glória, resulta em
uma guerra perpétua de “cada um contra cada um” e de “todos contra todos”.

Já a escola neoliberal entende o sistema internacional como passível de cooperação


entre os Estados, em que o aspecto econômico pode preponderar sobre o político-
militar. Ou seja, os neoliberais têm uma perspectiva cooperativa do sistema
internacional; os realistas, conflitiva.

Esse é o debate central vigente nas Relações Internacionais: um mundo que flutua entre
a guerra e a paz, entre o conflito e a cooperação.

Compreendemos, portanto, que o sistema internacional é um agrupa- mento de


entidades políticas independentes, os Estados. E, para melhor compreendermos como se
dão essas relações interestatais, precisamos conhecer um pouco mais sobre o Estado –
categoria política central das Ciências Humanas.

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