Revista Shekinah Digital 2022

SÉRIE SHEKINAH 2022 | ISAÍAS 42.
1
SÉRIE SHEKINAH 2022 | ISAÍAS 42.6
Eu, o Senhor,
te chamei em
justiça, e te
tomarei pela mão,
e te guardarei, e te
darei por
aliança do povo,
e uma Luz para os
Povos.
Is. 42.6
2
Shekinah
A glória de Deus entre nós - Is. 60:2b
Este termo vem da raiz “habitar”, muito usado

pelos rabinos e adotado pelos cristãos. Refere-se
à glória visível de Deus “habitando” no meio do
seu povo. Usamos este vocábulo para designar a
presença radiante de Deus, como vista na Coluna
de fogo, no Monte Sinai, no propiciatório entre os
querubins, no Tabernáculo, no Templo, etc. En-
contramos alusões a esta palavra “Shekinah” em
Is. 60:2; Mat. 17:5; Lucas 2:9 João 1:14 e Rom. 9:4.
A Série Shekinah, como acontece em nosso meio,

foi uma revelação divina dada a Elizabeth 20 anos
antes dela partir para o Senhor. Naquele dia Deus
nos mandou entregar às Igrejas LUZ PARA OS PO-
VOS o seguinte recado: Consagrem a mim a última
semana do ano, e no último dia, 31 de dezembro,
me tragam uma oferta especial - são sementes do
3
que desejam receber no novo ano. Anos depois,

numa madrugada - o sol já estava saindo - ela me
acordou e disse: “A oferta da Série Shekinah deve
ser de “um por cento” do que a pessoa deseja re-
ceber no próximo ano. A partir de então todos que
são fiéis a essa orientação têm sido agraciados
com bênçãos sem medida. — Todo ano Deus nos
tem dado um tema especial e muito oportuno
para ser o assunto dos 12 meses que se iniciam.
f Para o ano 2022 a direção do Espírito Santo

para a Série Shekinah, foi no sentido de resgatar
a nossa IDENTIDADE como Luz Para os Povos.
f Muitas coisas que acontecem hoje nas Igrejas
brasileiras foram uma direção clara de Deus para
o MLP. Somos um nascedouro de coisas novas.
Vamos, pois, trazer à luz tudo aquilo que marca
a nossa Identidade e nos identifica como LUZ.
4
f Tenham todos uma excelente e abençoada Sé-

rie Shekinah e que a Glória de Deus se manifes-
te sobre nós em 2022 como nunca antes. Aleluia!
Aps. Sinomar F. Silveira e Noeme S. Torres.
5
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QUAL É A SUA TRIBO? 08
NOSSA VIDA MISSIONAL 20

SER, TER E FAZER 32
EVANGELIZAÇÃO PÓS-MODERNA 42
ALCANÇAR O MUNDO
ESSA É A NOSSA MISSÃO 57
CHAMADOS PARA SER LUZ 72
LINK DE ACESSO:
PLANO DE LEITURA | ORAÇÃO POR 4 | ALVOS DE ORAÇÃO
BÍBLICA
6
7
QUAL É A SUA TRIBO?

Apa. Noeme Torres
“Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai

me enviou, eu também envio vocês...” (Jo 20:20)
INTRODUÇÃO - Um dos maiores desafios da igreja

atual é a redescoberta de seu caráter missional,
no contexto da sociedade atual. Nos anos setenta,
a população brasileira contava com 5% de evan-
gélicos. Naquela época os evangélicos buscavam
estratégias para a evangelização nas escolas e
universidades. Daí, nasceram grupos como: ABU
(Aliança Bíblica Universitária), que visava a evan-
gelização dos universitários através de pequenos
grupos. Nasceu também a MPC (Mocidade Para
Cristo) que tinha como alvo os estudantes dos
colégios em geral.O resultado foi bastante posi-
tivo e contribuiu para o desvendar do mistério
da pregação do evangelho naqueles anos, pois
8
podemos nos certificar de que - “O evangelho é

o poder de Deus para a salvação de todo aquele
que crê” (Rm 1:16). Observe este texto extraído
da entrevista dada ao jornal Estado de São Pau-
lo, em 19 de outubro de 2020, com Juliano Spyer,
autor do livro “Povo de Deus”. Juliano é um antro-
pólogo não evangélico, que passou algum tempo
frequentando igrejas e observando o povo evan-
gélico pentecostal. Ele escreveu:
“Quando alguém resolve conhecer o evangelho

verdadeiramente, mesmo que seja por curiosi-
dade, vai ver um povo alegre, educado, com a
autoestima elevada. Alguns que chegaram para a
igreja num estado lastimável, bêbados, revolta-
dos, sem esperança, hoje se tornaram excelentes
pais de família, pararam com o vício, não maltra-
tam mais as suas respectivas esposas e prezam
pelo ambiente familiar. Alguns eram criminosos
e cumpriam pena, mas ao sair da prisão, se con-
9
verteram e se transformaram em ótimos pais,

ou mães amorosas, restaurando a sua família. O
evangelho traz benefícios à população e a igreja
faz uma obra social bem maior que a do próprio
Estado”.
A conversão é um ato inteligente além de ser

um ato de fé. O evangelho faz um trabalho muito
completo na vida do novo convertido como:
• Ele recebe uma família para se conviver;
• Ele aprende a meditar na Palavra de Deus;
• Ele passa a ter vida social e a se interessar por as-
suntos até há pouco tempo desconhecidos para ele.
• Ele recebe cura interior, e apoio de irmãos.
Ganhar uma vida para Cristo é um empreendi-
mento, pois essa pessoa passa por um processo
de desenvolvimento até alcançar o patamar de,
maduro na fé - isso dá trabalho e exige amor.
10
Com a missionária da Missão Resgate da Paz,

Sherydam Luíza, entrevistada no Programa Con-
versa de Sofá de 1 de outubro de 2021, aprende-
mos que:
“A igreja é muito importante na continuidade do

trabalho da cura da mulher, pois ela, quando sai
da instituição e passa a frequentar uma igreja,
encontra vínculos desprovidos de julgamentos e
um lugar de pertencimento. Segundo a missio-
nária, congregar é importante para uma melhor
qualidade de vida, e participar de um pequeno
grupo faz com que a pessoa se sinta protegida e
com a sensação de estar inserida em uma famí-
lia. A igreja é terapêutica e oferece a espirituali-
dade; a pessoa aprende a meditar na Palavra e
os vínculos de apoio a fortalece para reaprender
a viver em sociedade. A igreja oferece afeto, em-
patia, pertencimento e amor”.
11
De acordo com a estatística do IBGE de 2020, 31%

da população brasileira é composta do segmento
evangélico - hoje, um terço da população brasilei-
ra é convertida ao Senhor Jesus. Temos grandes
igrejas, pastores muito bem preparados e muita
gente envolvida nesse processo de acolhimento
de outras pessoas que estão chegando. Porém o
nosso desafio é diferente do desafio de cinquenta
anos atrás. O nosso desafio hoje é fazermos no-
vos discípulos através da inspiração que a nossa
própria vida pode oferecer.
INFLUÊNCIA - Os missionários da antiguidade, só

conseguiram levar a mensagem do evangelho,
depois que compreenderam a cultura daqueles
povos para os quais foram enviados. Eles precisa-
ram moldar os seus métodos para o contexto em
que atuavam. O mesmo desafio acontece hoje nos
mais variados centros urbanos do mundo. Preci-
samos nos adaptar ao contexto para podermos
12
enviar a mensagem. Não se trata de mudança no

conteúdo da mensagem, mas na forma de comu-
nicar. Todos nós temos dificuldades com mudan-
ças. Somos propensos a estabelecer hábitos, fir-
mar preferências e construir muros de proteção
para defender nossa zona de conforto, mas pre-
cisamos entender que somos chamados, e esse
chamado é imperativo. Não há como nos engajar
em missões nos dias de hoje sem aceitar o desa-
fio de mudanças. Nós somos enviados ao mundo
para pregar o evangelho, por alguém que mudou
de posição - mesmo sendo Deus, se tornou ho-
mem e na forma de homem se humilhou, sendo
obediente até a morte e morte de cruz (Medite
em Filipenses 2). Jesus se submeteu a uma mu-
dança radical e por esse Jesus, somos enviados
ao mundo e Ele mesmo nos disse: “Assim como o
Pai me enviou eu vos envio” (Jo 20:21).
13
VOCÊ É UM MISSIONÁRIO - A história de missões

está repleta de relatos de grandes avivamentos,
porque os missionários - e você é um missionário
em sua cidade, em sua rua, em sua escola, em
seu trabalho - foram capazes de descobrir a for-
ma de mostrar Jesus para aquelas pessoas. Toda
cidade é campo missionário, pois até as cidades
muito evangelizadas, são entremeadas de uma
cultura paganizada e secularizada, e, são cam-
pos missionários. A igreja missional faz missões,
ou seja, procura compreender o público alvo e
influenciar aquele público com o evangelho. Se
olharmos com a lente missional, nós vamos en-
xergar os ambientes culturais, nos aproximar do
ambiente, falando uma linguagem que o grupo
entenda. A igreja é o missionário de Deus no mun-
do. Vou exemplificar com depoimentos de três
pessoas que já descobriram como ter uma vida
missional e qual é a sua tribo.
14
De uma criança - Eu sou criança, tenho onze anos,

mas eu posso me envolver com meus amigos, fa-
lando de Deus e orando com eles. Por isso eu li-
dero uma célula online, semanal, com algumas
outras crianças e em toda célula nós tiramos um
tempo para orar uns pelos outros e pelos filhos
dos missionários no mundo.
De uma adolescente - Eu tenho 17 anos, e faço
uma reunião online semanal com minhas colegas
da escola. Essa reunião é de oração e, dia a dia,
tem aumentado o número de participantes, pois
todos precisam muito de Deus.
De uma senhora - Minha tribo são as mulheres.

Eu sei lidar melhor com elas; sei que elas gostam
de tomar um café juntas e conversar de forma li-
vre, embora queiram aprender mais de Deus. En-
tão eu uso essa estratégia. Algumas não podem
sair de casa, eu uso então a reunião online com
elas. Conversamos, trocamos experiências, eu
15
entrego, de forma amorosa a mensagem, recebo

o retorno com os comentários delas, oramos e en-
cerramos o nosso tempo, já deixando combina-
do o nosso tempo na próxima semana; algumas
convertem, outras não, mas o papel é feito com
amor e o papel do Espírito é feito por Ele através
do meu envolvimento em oração.
SEJA IGREJA - Talvez você esteja precisando re-

pensar sua estratégia para levar Jesus aos outros,
mas antes disso você precisa enxergar evange-
lismo e missões em um só bloco. Jesus instituiu
a igreja para o cumprimento da “Grande Comis-
são” que consiste no “Ide e Fazei discípulos”. O
apóstolo Paulo nos descreve a igreja como “cor-
po de Cristo” por isso a obra que Jesus iniciou na
terra, é continuada por nós, por meio da igreja -
nós evangelizamos e nos tornamos responsáveis
pela pessoa através do discipulado; somos mis-
sionários - somos igreja. A igreja precisa impactar
16
localmente. As pessoas têm buscado coisas espi-

rituais e encontram muitos grupos que pregam
uma falsa espiritualidade.
“A maior parte da população não alcançada do

mundo está culturalmente, e não geograficamente,
distante das igrejas locais. As igrejas locais urbanas
podem se tornar a vanguarda da missão internacio-
nal transcultural do nosso tempo”. (Ray Bakke).
CONCLUSÃO - Cada cidade tem seu estilo e cada

geração exigirá que a sua própria língua seja falada.
• Sua cidade é rural? Fale a linguagem de sua po-
pulação, cante as músicas que eles gostam para
serem atingidos em seus corações.
• Sua cidade tem muitos universitários? Fale a
linguagem deles, pregue um sermão mais culto,
mais preparado.
• Sua cidade tem muitas fábricas? Procure enten-
der a necessidade de seu povo e fale a língua deles.
17
Coloque-se diante de Deus e conte para Ele so-

bre a sua disposição em encontrar o grupo onde
você possa ter êxito como um missionário. Não
comece de pé, mas comece de joelhos e Deus irá
lhe mostrar qual é a sua tribo e como você pode
ter uma vida missional.
18
19
NOSSA VIDA MISSIONAL

Bp. Ronaldo P. da Silva
Texto:
Porque dele, e por meio dele, e para ele são to-
das as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém! Romanos 11:36
Introdução - Fui formado na época em que se fa-

lava apenas em Igreja Missionária, ao enfocar o
tema Missões como sendo a prática da Missão
da Igreja. Nesse tempo o conceito da Igreja Mis-
sional ainda não era conhecido. Nesses últimos
anos, porém, tenho estudado muito sobre o as-
sunto e, agora, depois de ler vários trabalhos so-
bre o tema, a maioria deles elaborados nessa úl-
tima década, e lendo também parte do livro de
Michael W. Goheen “A Igreja Missional na Bíblia,
faço o seguinte comentário segundo meu peque-
no entendimento:
20
Para todos nós o termo “Missões” é bem conhe-

cido, mas muito mal-entendido, pois ao longo da
história cometemos o erro de transformar “Mis-
sões” em um departamento da igreja, quando a
Missão deveria ser a essência da vida da igreja.
O que é Missão?
O entendimento do termo Missão tem a ver com o
propósito da sua existência, por que você existe?
f Ele nos escolheu para sua Glória – Efésios 1:4-6

f Ele nos criou para sua Glória – Isaias 43:6-7
f Ele libertou o povo de Israel para a sua Glória
Salmo 106:7-8
f Jesus disse que responderia orações para que
o Nome de Deus fosse glorificado – João 14:13
f Jesus nos escolheu para a Glória de Deus
Romanos 15:7
f O plano de Deus é encher a terra com o
conhecimento da sua Glória – Habacuque 2:14
21
Para um entendimento correto de Missão, pre-

cisamos compreender a “Missão Dei” (Missão de
Deus); nunca podemos esquecer que Deus é a es-
sência da missão e não o homem, Ele é o princí-
pio, o meio e o fim – quem nos desperta para o
chamado é Ele, quem nos capacita e está conos-
co durante a realização é Ele. Fazemos tudo para
a Glória dEle.
O homem não é o objetivo de Deus. O objetivo

principal é Deus ser Glorificado, adorado, expe-
rimentado, amado, desfrutado todos os dias, a
partir de hoje e durante toda a eternidade.
Tudo e todos existimos para o louvor da sua Gló-

ria e toda a criação existe para a Glória de Deus.
Aqui e na eternidade nossa principal função é ado-
rar a Deus (lembrando que adorar é um estilo de
vida e não apenas uma reunião semanal), o livro
de Apocalipse (revelação) nos mostra que esse é
22
o nosso futuro eterno – é adorar a Deus, porém

ninguém poderá adorar a Deus em Espírito e em
Verdade (João 4:23) se não tiver nascido de Novo.
Você não pode adorar a Deus se você não o conhe-
ce (João 4:22); todos precisamos conhecer a Deus
de verdade se desejamos viver para a sua Gloria,
pois nos tornamos parecidos com aquilo ou com
aquele que adoramos.
A “Mission Dei” é que Ele seja Glorificado atra-

vés de uma vida de adoração. Ele é o alvo e não
o homem.
O que é ser uma Igreja Missional?

O conceito de “Igreja Missional” é relativamente
recente e antigo (Mateus 28:18-20). Uma termino-
logia nova que reflete o resgate de noções clássi-
cas aplicadas principalmente na missão em rea-
lidades urbanas, comunidades pós-cristãs ou de
grande resistência ao cristianismo. A noção de
missionalidade é perfeitamente adequada em vá-
23
rios contextos, mas tem sua origem em contextos

urbanos onde o individualismo, a competição, o
consumismo e o secularismo marcam de manei-
ra evidente os ritos sociais e culturais.
Porém, de maneira clara e simples, o conceito de

Igreja Missional refere-se simultaneamente a um
modo de “ser” igreja e de “fazer” missão. Isso sig-
nifica, ser uma igreja mais presente entre as pes-
soas e atuante de maneira relacional e pessoal
na sociedade e nos ambientes comuns – então
“indo” façam discípulos (Mateus 28:19).
Refere-se ao modo como cada membro da igreja
local encara e vive sua vida integrada à missão
de Deus (Mission Dei) no mundo. A igreja que se
mistura sem ser absorvida. Cristãos que se rela-
cionam autêntica e intencionalmente com as pes-
soas, fazendo com que Cristo seja apresentado a
partir de suas vidas e testemunho.
Ser missional significa que, mais do que levar as
pessoas à igreja para ouvirem de Cristo, Cristo é
24
levado até as pessoas por meio da presença da

igreja no mundo, em uma vida em comunidade.
Neste caso, o principal lugar em que o evangelho
é comunicado aos não-cristãos não é no culto
público – o que eventualmente pode acontecer
quando se considera que o púlpito evangélico é
cristocêntrico e centrado no Evangelho. Igrejas
missionais enviam, preparam e inspiram cristãos
a serem verdadeiros discípulos de Cristo e ple-
namente crentes em suas vidas comuns. A par-
tir disso, pessoas não-cristãs terão contato com a
realidade de Cristo na medida que discípulos de
Cristo se relacionam e lhes comunicam o Evan-
gelho, não necessariamente através de palavras,
mas de ações e atitudes do dia a dia.
Cristãos missionais se tornam pessoas altamen-
te interessadas em pessoas (Colossenses 1:27b),
porque amam a Deus e amam o que Deus ama.
Eles intencionalmente criam encontros, relacio-
namentos, convidam pessoas para suas casas, se
relacionam com o padeiro, o garçom, a manicure,
25
o motorista de aplicativo, o tatuador, a professo-

ra, a médica, o açougueiro, o caixa do supermer-
cado e colegas de trabalho ou da escola. Desta
forma, a evangelização acontece de maneira or-
gânica e intencional. Orgânica pois são cristãos
tão afetados pelo evangelho que pregar (viver) é
natural, e é parte de quem elas são. Como suas vi-
das transbordam de Cristo, inevitavelmente seu
estilo de vida refletirá esta realidade (I Coríntios
10:31). Com a dose certa de ensino e discipulado,
esses cristãos comunicarão o evangelho de manei-
ra inteligente, pessoal, contextualizado e de manei-
ra sábia aos que estão a seu redor (Mateus 28:20).
Uma vida missional é contagiante e tem relativa

eficiência no testemunho, pois quebra estereóti-
pos sobre o que significa ser cristão e sobre o que
significa evangelizar. Pessoas não-cristãs têm um
imaginário distorcido sobre o que significa ser
cristão, infelizmente por decepções, frustrações
e mau testemunho que são veiculados em redes
26
sociais e na mídia. Por essa razão, o ser missional

é uma excelente estratégia missionária e evan-
gelizadora em contextos em que as pessoas se
tornaram cínicas em relação ao cristianismo. O
testemunho pessoal é altamente eficiente, pois é
muito mais do que palavras – é realidade de atos.
O entendimento da missionalidade da igreja faz com

que cristãos descubram uma maneira alegre, natural
e encorajadora de dar testemunho de Cristo e evange-
lizar. Cristãos só podem ser missionais se a igreja local
também se envolver em prepará-los para uma vida
missional. Isso significa que a igreja deve elaborar pro-
gramas e ensinos que facilitem cristãos a se tornarem
cheios do Espírito Santo (assim serão cheios do Evan-
gelho – o Evangelho é uma pessoa), preparados cultu-
ral e teologicamente para comunicarem Cristo de ma-
neira que Ele atinja os conflitos, dilemas e questões
contemporâneas apresentadas pelas pessoas.
27
Conclusão:
E, finalmente, ser uma igreja missional implica em
interesse por gente, gostar de gente e amar pes-
soas, evitando o isolamento social e egoísta de
muitos nos dias de hoje (dias pandêmicos). Exige
dos crentes um “ser igual” e ao mesmo tempo “di-
ferente”. Cristãos não podem ser estranhos para
o mundo, porém há o impacto do escândalo do
evangelho. Mas, também não podem ser iguais
ao ponto de não perceberem a particularidade
de uma vida transformada por Cristo. Aí está algo
sensível, e uma linha tênue entre o isolamento e
o mundanismo. Por estarem centrados em Cristo
e no seu Evangelho, são desafiados a se mante-
rem longe desses extremos.
Por mais que reconheçamos a necessidade de

missionários formais, um fato bíblico e histórico
é que o cristianismo cresceu no mundo principal-
mente por causa do trabalho de cristãos comuns,
28
gente normal. E, isso, justamente por causa da

capacidade de penetração social e cultural des-
sas pessoas:
O crescimento explosivo do cristianismo inicial

aconteceu, na realidade, por meio de missioná-
rios informais, ou seja, cristãos leigos – não or-
denados e evangelistas não-treinados – continu-
aram a missão da igreja não por intermédio da
pregação formal, mas por conversas informais
em casas e no trabalho, em caminhadas e juntos
às barracas de mercadorias. Os cristãos faziam a
obra com tanta naturalidade e entusiasmo que
não parecia obra.
Enfim, ser missional é redescobrir a igreja local
como uma importante enviadora de missionários
ordinários, cristãos comuns, mas que são cheios
do Espírito Santo, educados e discipulados, para
fazerem menção de Cristo, justamente porque
estão cheios dele.
29
Encerro com esse “desafio”:

Outro dia um pastor do nosso ministério me per-
guntou: “Por que os membros da nossa igreja
evangelizam pouco?” Talvez a resposta seja: por-
que eles não foram suficientemente evangeliza-
dos. Gente cheia do Evangelho (evangelho é
uma pessoa), evangelizará!
Deus não quer uma igreja cheia de crentes, Deus
deseja crentes cheios de Deus, aí eles se tornam
verdadeiros discípulos adoradores de Deus onde
forem.
30
31
SER, TER E FAZER

Bp. André Torres
“Como flechas na mão do valente, assim são os

filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem
que enche deles a sua aljava; não serão confundi-
dos, quando falarem com os seus inimigos à por-
ta” Salmo 127:4,5
Introdução - O texto compara os filhos a flechas

na mão do valente. Uma flecha precisa ser con-
feccionada, com medidas exatas e muito bem
cuidada - uma fabricação artesanal. Cresci dentro
de uma pequena empresa familiar de artesanato;
confeccionávamos peças de madeira, como al-
guns quadros e peças utilitárias, decorados e es-
critos com um aparelho chamado pirógrafo (que
significa escrever com o fogo). Nós, filhos, parti-
cipávamos de toda produção artesanal. Os qua-
dros de madeira eram fabricados com pintura e
32
também traziam versículos bíblicos escritos com

o pirógrafo. A produção artesanal me ensinou al-
gumas coisas que me serviram para a vida:
O trabalho artesanal é minucioso e requer muita
atenção;
Existe uma ordem certa a seguir;
A linha de produção, pequena ou grande, requer
disciplina e organização.
Tudo precisa ser quase impecável.
Flechas - A Bíblia compara os filhos com flechas.

Essas flechas, com certeza, eram flechas arte-
sanais que precisavam ser confeccionadas com
muito cuidado. Em seu livro “Como flechas”, o
pastor Luciano Subirá faz uma comparação mui-
to interessante de filhos e flechas e iremos adap-
tar algumas partes para este estudo. Usaremos
três pilares neste estudo:
33
Ser - ensina os filhos a respeito de quem eles são

em Cristo;
Ter - fala sobre o que eles precisam ter de convic-
ção em sua fé;
Fazer - fala sobre a manifestação clara dos prin-
cípios cristãos em suas vidas.
Ser - As flechas devem ser intencionalmente lan-

çadas com finalidade de atingir um alvo. O mesmo
se dá com a criação de um filho. Os pais precisam
dar um “senso de propósito” para eles, ensinar o
plano divino; isso é prioritário. O senso de destino
deve orientar toda a educação de nossos filhos.
SER, significa Salvação e vida com Deus. Através
deste ensinamento o filho irá descobrir quem ele
é em Cristo - qual a sua identidade e o caminho
da fé que será todo o alicerce de sua vida.
“Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração,

de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que
34
todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam

em seu coração. Ensine-as com persistência a seus
filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado
em casa, quando estiver andando pelo caminho,
quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as
como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Es-
creva-as nos batentes das portas de sua casa e em
seus portões.” Dt. 6:5-9
Nesse texto a Palavra nos ensina como devemos

ensinar nossos filhos e quem são eles. Original-
mente o texto indica que as famílias estavam sen-
do preparadas para entrar na terra prometida e
ter contato com outros povos. Sem dúvida, esse
texto é vital para nossos filhos hoje.
Vamos analisá-lo:
f O texto começa dizendo para os pais, “ame o

Senhor com toda intensidade”. Você pai é o maior
exemplo que seu filho pode ter.
35
f Em segundo lugar entra uma palavra dura, a

persistência. Ensinar requer energia, tempo e dis-
posição.
f Em terceiro lugar vem a recomendação de que
Deus precisa estar em sua família o tempo intei-
ro, não somente no domingo ou na célula. Os pais
precisam ser dependentes de Deus o tempo todo.
f Ele termina recomendando: Amarre como si-

nal, isso significa: repita, mostre, crie memórias,
conte o que Deus fez.
“A primeira responsabilidade dos pais cristãos

é levar seus filhos de volta para Deus: O evan-
gelho da salvação e da santificação” - Trecho
retirado do livro Flechas de Luciano Subirá.
Ter: Mostre para os seus filhos que eles são fi-

lhos de Deus, e Deus tem uma missão específica
para eles.
36
“Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias

determinados para mim foram escritos no teu livro
antes de qualquer deles existir.” Sl.139:16
Assim como uma flecha tem um alvo, seus filhos
têm (esse é o ter) uma missão específica. Talvez
você esteja se perguntando como posso ensinar
isso para os meus filhos?
f Ensine quem eles são, pois se a convicção esti-

ver arraigada ao coração deles nunca se desviarão.
f Ensine que precisamos obedecer ao Senhor

para que seu projeto se cumpra, assim como Deus
falou com Abraão para sair da sua terra original,
ele obedeceu e o plano se cumpriu. Paulo fala a
Timóteo (1 Tm.1:18), em relação às profecias fei-
tas a seu respeito - combata o bom combate.
f Criem seus filhos para servir o propósito futuro

e não para você. Flechas serão lançadas, o curso
37
natural é que chegará o dia em que seus filhos

irão para outro lugar e vocês, pais, precisarão ser
bem resolvidos para conseguir viver bem quando
chegar esse tempo - o casamento precisa estar
bem estruturado. Se a vida do casal girar sempre
em volta dos filhos e não em volta do propósito,
o casal enfrentará sérios problemas.
Fazer: O ciclo da vida como: o que os filhos fa-

rão no futuro, ou as decisões que tomarão, suas
respectivas escolhas, enfim, tudo relacionado às
suas decisões, estarão aliançadas às memórias.
Memórias são âncoras emocionais em momen-
tos difíceis. O profeta Jeremias diz, “quero trazer
à memória aquilo que pode me dar esperança”.
Boas memórias, além de ser sustento em momen-
tos difíceis, dão senso de propósito. Podemos
observar isso no livro de Salmos, sempre encon-
tramos versículos que falam de memória; recor-
dação do que Deus fez.
38
“Recordarei os feitos do Senhor; certamente lem-

brarei das tuas maravilhas…” Sl. 77:11
Existem três tipos de memórias que serão de vi-
tal importância para a criação dos filhos e serão
importantíssimos nas decisões que tomarão na
vida adulta.
f A conduta dos pais.
f A figura paterna e materna (o que a Bíblia

ex plica sobre esses papéis).
f As atividades conjuntas (menos tecnologia e

mais momentos juntos).
CONCLUSÃO - Você percebeu que eu comecei

este estudo contando a respeito do trabalho de
artesanato que desenvolvíamos quando eu era
criança. Isso faz parte da minha memória. Você
também tem suas memórias - algumas positivas
39
e outras negativas. Desenvolva o senso de pro-

pósito futuro da vida dos seus filhos; trabalhem
essas memórias, tenho certeza de que Deus irá
fazer muito. Que tipo de âncora emocional seu fi-
lho terá no futuro?
40
41
EVANGELIZAÇÃO PÓS-MODERNA
- O Evangelismo da Última Hora!
Bp. Sérgio Sintra
O evangelho é uma mensagem sobre como fomos

resgatados de um perigo. Não é algo que fazemos,
mas, que foi feito por nós e devemos responder a isso.
Visto que o evangelho é notícia, BOA NOTÍCIA...,

deve ser anunciado; é isso que se faz com as no-
tícias. O elemento essencialmente proclamatório
da pregação está ligado ao fato de que a mensa-
gem central não é um código de ética a ser deba-
tido, menos ainda uma lista de aforismos a ser
admirada e ponderada e, certamente, não é uma
teologia sistemática a ser esboçada e esquemati-
zada. Embora o evangelho seja o ponto de partida
correto para a ética, para os aforismos e para a sis-
temática, ele não é nenhuma dessas três coisas:
42
ELE É UMA NOTÍCIA, BOA NOTÍCIA, e, portan-

to, deve ser publicamente anunciado.
Mt. 28:19-20 – Esta ordem nos foi dada e precisa-

mos obedecer ao comando do nosso Senhor: IDE!
Evangelismo implica movimento. Precisamos sair
de uma postura conformista e passiva. Evangelis-
mo é ação, e uma ação direcionada pelo Espírito
Santo de Deus. Por isso, não podemos viver um
cristianismo apático, acomodado e infrutífero.
Para uma missão sobrenatural, precisamos de

uma capacitação sobrenatural – e temos isso
no Espírito Santo. Jesus não está atrás de fãs ou
simpatizantes. Ele nos deixou a responsabilida-
de de formar discípulos, pessoas comprometi-
das com Ele.
Quando lemos o livro de Atos, vemos que os dis-

cípulos de Jesus aceitaram a sua missão de ir
e pregar o evangelho. Podemos ver claramente
43
sobre eles o poder do Espírito Santo sendo der-

ramado e os acompanhando em suas pregações.
Havia uma autoridade na pregação do Evange-
lho que era acompanhada do manifestar de si-
nais sobre eles.
Hoje vemos uma igreja acomodada, onde mui-

tos procuram dar tantas desculpas até mesmo
para virem à Igreja, e mais ainda para justificar
sua negligência no que diz respeito à grande co-
missão que recebemos de Deus através do seu
filho Jesus.
Faz-se necessário um avivamento no meio da

Igreja atualmente, pois uma cultura do relativis-
mo tem sido propagada em nosso meio. As pesso-
as querem apenas ser abençoadas e alimentadas
por Deus e poucos tem se prontificado a ir e pre-
gar o Evangelho de Deus. O avivamento acontece
quando um grupo de pessoas que em geral pen-
sa já conhecer o evangelho, descobre que não o
44
conhece de verdade ou completamente. E essas

pessoas, ao abraçarem o evangelho, começam
a viver pela fé. Quando isso acontece de modo
abrangente, a Igreja para de basear sua justifica-
ção em sua santificação. As pessoas que não são
da igreja observam isso e são atraídas pela vida
transformada da comunidade cristã.
Nossas Igrejas serão revigoradas quando os mem-

bros de longa data testemunham de sua conver-
são, quando falam de Cristo em termos radiantes
ou quando expressam arrependimento de novas
formas. E, naturalmente, a Igreja passa a ver os
não cristãos se convertendo à medida que as pes-
soas são atraídas à igreja revestida de uma nova
unção, a seus cultos autênticos, a seus serviços à
comunidade e à surpreendente ausência de con-
denação, de atitudes tribais.
Os cristãos transformam-se em testemunhas ra-

diantes e cativantes – mais desejosos e confian-
45
tes de falar aos outros sobre sua fé, mais doces e

menos julgadores quando testemunham e mais
confiantes em sua própria igreja e, consequen-
temente, mais desejosos de convidar as pessoas
para visitá-la.
A evangelização, portanto, é fruto do amor de Cris-

to em nós. Um profundo senso do amor de Cristo
nos leva a evangelizar. O autor do Livro Evange-
lismo por Fogo – Reinhard Bonke – diz:
“Um evangelho que não é pregado é
um evangelho inútil”.
Podemos afirmar que o evangelismo centrado no

evangelho produz uma comunidade vívida e pro-
funda; ao mesmo tempo essa comunidade abre
caminho para o evangelismo, porque dá mais cre-
dibilidade ao evangelho.
O Senhorio de Cristo cobre as pessoas completa-

mente; isso inclui suas necessidades espirituais,
46
mas também o poder de Cristo alcança suas ne-

cessidades intelectuais, criativas e culturais. O cris-
tianismo deve nos levar, portanto, como Igreja, a
uma compaixão suficiente para identificar as per-
guntas de nossa geração. E podemos iniciar ouvin-
do o povo com uma atitude de compaixão. Se es-
tamos profundamente envolvidos com a vida, as
dúvidas e as preocupações das pessoas, quando
estudarmos a Bíblia para pregar a elas, obteremos
as respostas de Deus às suas perguntas.
O crescimento atual das cidades em tamanho

e influência é, talvez, o maior desafio apresen-
tado à Igreja. Nunca foi tão importante apren-
der a ministrar de forma produtiva nas cidades,
e mesmo assim, em geral, nosso cristianismo e
principalmente o nosso evangelismo continua
não urbano.
De acordo com Timothy Keller há 4 grupos im-

portantes de pessoas que podem ser alcançados
47
para que a missão da Igreja seja realizada, e to-

dos eles podem ser alcançados com maior suces-
so nas cidades:
1 – A geração mais jovem – as possibilidades
de desenvolvimento, o ambiente de constante
inovação e mudança, a convergência de pessoas
e de influências diversas – todos esses são atra-
tivos para os jovens. Portanto, eles formam um
campo missionário de extrema importância.
2 – As “elites culturais” – formado por pessoas

que exercem influência desproporcional no modo
de vida da sociedade porque são poderosos no
mundo dos negócios, das publicações, da comuni-
cação, do estudo e das artes. Como as cidades in-
fluenciam a cultura e os valores da sociedade mais
do que nunca, o modo mais eficiente de os cristãos
influenciarem a cultura do país é com grande nú-
mero deles sendo Igreja ali no meio dessa “elite”.
48
3 – Os grupos acessíveis “não alcançados” –

são os grupos culturais e religiosos difíceis de se
alcançar que estão em nossas cidades. Eles pre-
cisam de ajuda e apoio para lidar com pressões
morais, econômicas, emocionais e espirituais da
vida em nossas cidades, e essa é uma oportunida-
de para a Igreja oferecer apoio comunitário, uma
nova família espiritual e a mensagem libertado-
ra do evangelho. Quem imigra tem muitas razões
para frequentar igrejas, razões que não tinha em
seus ambientes de origem.
4 – Os pobres – o trabalho da Igreja entre os po-

bres pode ser um marco significativo de sua va-
lidade. É uma das “boas obras” que, segundo a
Bíblia levará os incrédulos a glorificar a Deus (Mt.
5:16; 1Pe 2:12)
ENVIADOS PARA SER UMA BENÇÃO

O Deus bíblico é por natureza um Deus enviador,
um Deus missionário. O Pai envia o Filho; o Filho
49
envia o Espírito e seus discípulos ao mundo. Des-

sa forma, a Igreja inteira está em missão, todo
cristão está em missão. Deus nunca nos abençoa
sem também nos enviar para sermos uma benção
(Gn 12:1-3; 1Pe 2:9). Portanto, o cristão não é um
consumidor espiritual que vem preencher neces-
sidades emocionais e depois volta para casa.
COMO PREGARÃO SE NÃO FOREM ENVIADOS?

(Rm 10: 15)
É tempo de estabelecer MISSIONÁRIOS INFOR-
MAIS onde a forma básica do ministério do evan-
gelho é a mesma:
f ORGÂNICA – ocorre espontaneamente, fora

dos programas organizados da igreja (apesar de
às vezes usar programas formais)
f RELACIONAL – ocorre no contexto informal
dos relacionamentos.
f CAPAZ DE APLICAR A PALAVRA – em oração,
associa a Bíblia e o evangelho à vida das pessoas.
f ATIVA E NÃO PASSIVA – cada um assume a
50
responsabilidade de ser produtor e não somente

consumidor do ministério.
Sem dúvida alguma vivemos a geração da conec-
tividade – as pessoas querem ouvir um Evangelho
que as conecte a Deus e também que as coloque
em conexão com uma comunidade que seja atra-
tiva e pulsante no sentido de promover um mo-
vimento orgânico das palavras que estão sendo
ditas. Ou seja, essa geração precisa ver o evange-
lho na prática – elas querem fazer parte do Evan-
gelho. Não querem apenas ouvir a história de um
Salvador, elas querem viver na prática a oportu-
nidade de uma nova vida em Cristo.
Por isso, é fundamental que a Igreja em geral pas-

se por um avivamento, que o fogo de Deus volte
a arder em nossos corações e que a chama do Es-
pírito Santo queime constantemente em nossos
corações a ponto de vivermos todos os dias anun-
ciando o Evangelho do Reino de Deus.
51
Isso pode acontecer de diversas maneiras:

UM A UM – INFORMAL – deixe as pessoas per-
ceber sua fé cristã simplesmente mencionando
sua frequência aos cultos ou suas crenças bíbli-
cas. Conte sua narrativa espiritual, um breve tes-
temunho de sua experiência cristã.
UM A UM – INTENCIONAL – presenteie alguém

com um livro, ou com algo que possa abrir cami-
nhos para um relacionamento com mais liberda-
de de expor sua fé a essa pessoa. Há muitos víde-
os excelentes.
OFEREÇA A EXPERIENCIA DE UMA COMUNI-

DADE CRISTÃ – convide seus amigos para ativida-
des onde conhecerão alguns cristãos, mas que não
seja diretamente relacionado a um culto de sua
Igreja local. Um jantar por exemplo.
Explico: é mais fácil convidar um amigo para uma
célula do que para um culto. Ainda mais nesse tem-
po onde em muitas igrejas temos as células virtuais.
52
COMPARTILHE SUA FÉ – converse sobre os fun-

damentos da fé cristã com seus amigos, explican-
do-lhes como se tornar cristão, convidando-os a
fazerem um compromisso com Cristo.
A Igreja tem, portanto, a responsabilidade de
apresentar às pessoas um evangelho transfor-
mador e que as estimule a organizar toda a sua
história de vida:
1 – Colocar as pessoas em contato com Deus (por

meio do evangelismo, das células, dos cultos).
Praticar a oração por 4.
2 – Colocar as pessoas em contato entre si (por

meio da comunidade e do discipulado)
3 – Colocar as pessoas em contato com sua cida-

de (por meio da justiça e misericórdia).
4 – Colocar as pessoas em contato com a cultura

(por meio da integração da fé com o trabalho)
53
Surge, portanto, o desafio de não apenas pregar

o Evangelho. Mas, sobretudo, de como pregá-lo.
O intuito dessa mensagem não é lhe apresentar
fórmulas eficazes e extraordinárias no que diz
respeito a um sistema moderno de evangeliza-
ção. Por exemplo, sem dúvida alguma, as redes
sociais hoje não podem ser desprezadas no pro-
cesso de evangelização. Mas, como Igreja, além
de estimular seus membros à evangelização di-
reta e contínua, devemos também desenvolver
práticas que tornem nossos ambientes mais aco-
lhedores para os não cristãos, tais como:
f Contextualização – Instagram, redes sociais

em geral
f Séries – quando o não cristão vai à Igreja e per-

cebe que a palavra ministrada terá uma continui-
dade, isso pode despertar nele um desejo de voltar.
f Evangelho simples e transformador.

54
f Evangelho precisa ser provado no sentido de

ser experimentado e não aprovado.
f Mensagens rápidas e claras.
f O evangelho precisa revelar autenticidade na

vida de quem o prega.
Entretanto, nada disso substitui a direção e au-

toridade do Espírito Santo em nós. Esse, aliás era
um sinal que acompanhava os apóstolos na Igre-
ja Primitiva; o Espírito Santo era derramado so-
bre a vida daqueles a quem eles anunciavam o
Evangelho.
55
56
ALCANÇAR O MUNDO
Essa é a Nossa Missão
Ap. Sinomar Fernandes da Silveira
Introdução - Deus nunca nos mandou fazer algo

impossível. Esta palavra “impossível” não exis-
te na linguagem celestial. Em todas as esferas de
atuação humana existem dificuldades, barreiras,
gigantes, etc, mas a promessa divina é: “Até as
nossas obras Ele as realiza por nós “ (Isaías 26.12),
e em outro lugar: “Minha é a guerra, declara o Se-
nhor…” (1 Samuel 17: 47).
— A ordem que Jesus nos deu, “Ide e fazei discí-
pulos de todas as nações”, é muito parecida com
a ordem de Deuteronômio 7:1 –
“Quando o Senhor, o seu Deus, os fizer entrar na

terra, para a qual vocês estão indo para dela to-
mar posse, ele expulsará de diante de vocês mui-
tas nações: os hititas, os girgaseus, os amorreus,
57
os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.

São sete nações maiores e mais fortes do que vocês”.
Aqui Deus menciona sete nações mais numerosas

e muito mais poderosas do que a nação de Israel:
os heteus, que hoje representa a mídia; os girga-
seus, hoje representados pelo governo; os amor-
reus, que representam a educação; os cananeus,
que representam a economia; os ferezeus, que
são representados hoje pelo sistema religioso
sem Deus; os heveus, que hoje falam das artes e
do entretenimento e os jebuseus, que apontam
para a família e para as atividades sociais.
Aqueles povos eram invencíveis, humanamente

falando, mas seriam todos conquistados pelo pró-
prio Deus. Mas qual eram as exigências de Deus
para levar o seu povo à vitória? O ambiente onde
Deus opera exige algumas coisas. Selecionei sete
que são essenciais: Fé, obediência, compromis-
so, unidade, planejamento, santidade e amor.
58
1. A fé possui duas irmãs: A decisão e a cora-

gem. Elas andam juntas e não se apartam. Quan-
do David matou Golias ele associou a sua fé à sua
coragem e no momento da sua decisão Deus fê-lo
vencedor. Quando David DECIDIU, Golias foi con-
denado à morte e foi derrotado, mesmo antes da
pedrada.
f Qualquer covarde pode louvar a Cristo, mas é

preciso coragem para segui-lo e anunciá-lo em
obediência à sua palavra: “Ide e fazei discípulos…“
f Ninguém pode dizer que tem coragem, se nun-

ca aceitou desafios aparentemente impossíveis.
A coragem é a virtude que torna todas as outras
virtudes possíveis.
f Quando a fé, a decisão e a coragem operam

juntas, mares se abrem e até água Deus faz sair
da Rocha.
59
De nada adianta a fé, sem a firme decisão de agir;

de nada adianta uma ação desacompanhada de
coragem. Muitos dizem: “Eu creio“, mas não mo-
vem uma palha - essa fé é estéril. A fé verdadeira
possui duas asas: a coragem e a decisão; quan-
do elas se abrem para voar rumo aos desafios de
Deus, todas as impossibilidades acabam, e aquilo
que parecia ser impossível fica fácil, até mesmo
a conquista de um planeta para Cristo - uma vida
de cada vez.
2. Obediência - A obediência na Bíblia é man-

damento e Deus não pretende mudar de ideia. A
obediência gera vida e prosperidade (confira Dt
28:1-14). A desobediência leva ao fracasso, à ruí-
na e à pobreza (confira Dt 28:15-68) Só acionar os
versos principais.
f É bom lembrar que o rei Saul foi rejeitado e

morto por desobediência.
“Samuel, porém, respondeu: “Acaso tem o Senhor
60
tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quan-

to em que se obedeça à sua palavra? A obediência
é melhor do que o sacrifício, e a submissão é me-
lhor do que a gordura de carneiros” (1 Sm 15:22).
“Samuel, contudo, lhe disse: “Não voltarei com

você. Você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor
o rejeitou como rei de Israel! “ (1 Sm 15:26).
O povo de Israel e a igreja existem por causa da

obediência - confira Hebreus 11:8 e Atos 5:29.
f Só os verdadeiros filhos de Deus são obedien-

tes e só os obedientes conseguem crer.
f Nós somos chamados: “Filhos da obediência”
– 1 Pe 1:14
“Como filhos da obediência, não se deixem amol-

dar pelos maus desejos de outrora, quando viviam
na ignorância”.
61
Analisar: Quando a nossa obediência for abso-

luta o mundo será conquistado.
3. Compromisso - Jesus nunca omitiu que o dis-

cipulado tem preço. Quem quiser segui-lo e acei-
tar a sua proposta de salvação precisa tomar essa
decisão com responsabilidade e compromisso. A
salvação é de graça, mas uma vez salvos temos a
responsabilidade de levar essa mensagem até os
quatro cantos da terra. Quem nunca ouviu isso
aprendeu um evangelho falso. Quando nos con-
vertemos tudo fica em segundo plano, inclusive
a família, o trabalho e nossos interesses pesso-
ais. Leia Mateus 16: 24. Veja ainda em Mateus 10:
37-39 o nível de comprometimento que devemos
ter com Jesus – Ler o texto.
• O filho pródigo saiu de casa porque não que-

ria se comprometer com os negócios de seu pai
(ilustrar).
62
• Por pouco o filho pródigo não perde a herança.

Ainda bem que “caiu em si” a tempo e descobriu
que não foi chamado para cuidar de porcos, mas
foi chamado para cuidar das coisas do Pai.
• Davi era um pastor de ovelhas responsável e com-

prometido com a causa do seu pai. Deus o achou
atrás das malhadas e o levou para o trono de Isra-
el por que era comprometido. Comprometimento é
um dos principais traços do caráter humano.
4. Unidade - Antes de subir ao céu Jesus orou

três vezes ao Pai pela nossa unidade, deixando
bem claro que “se formos um”, com um só cora-
ção, uma só visão, uma só linguagem, então o
mundo vai crer. Leia João 17: 21
“Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em
mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós,
para que o mundo creia que tu me enviaste”.
63
Há um poder sobrenatural na unidade. Tudo o

que existe no universo foi criado pelo Pai, pelo fi-
lho e pelo Espírito Santo. O apóstolo João na sua
primeira epístola, capítulo cinco, verso oito, de-
clara que os três são unânimes num só propósito.
Este é o segredo - este é um princípio eterno que
funciona em todos os setores da vida e é a chave
que Deus nos deu para conquistar o mundo. Na
linguagem de Jesus, dois ou três, com a mesma
visão e com o mesmo foco podem mover o céu -
Mateus 18:19-20.
Agora imagine um exército inteiro falando a mes-

ma linguagem e, juntos dando o mesmo grito de
fé, até muralhas indestrutíveis (caso de Jericó) ca-
íram por terra como se fossem pedras de dominó.
Exemplos:
• Formigas, pequenos insetos, que conseguem
desfolhar uma enorme árvore em 24 horas por-
que trabalham unidas e organizadas.
64
• Neemias estava realizando uma grande obra,

mas verificou que os trabalhadores “estavam lon-
ge uns dos outros”. Neemias 4:19. Colocou todos
juntos e em 52 dias terminou a obra. A força da
igreja está na sua unidade.
5 - Planejamento - A obra de Deus não pode ser

feita de qualquer jeito, pois é “OBRA DE DEUS”. O
profeta Jeremias chegou mesmo a dizer: “Maldi-
to aquele que fizer a obra de Deus relaxadamente“
(Jeremias 48:10).
• Todos nós, líderes ou não, precisamos saber
onde queremos chegar, em quanto tempo e qual
vai ser a estratégia. Qual é o alvo final? — A igreja
Luz-Sede já abriu mais de 100 igrejas locais por-
que houve um planejamento para isso.
• Neste ano (2021) Deus me desafiou a alcançar
uma meta: 1200 igrejas em sete anos. Aceitei o
desafio. Você aceita?
• Precisamos de duas coisas chaves: Um traba-
lho organizado e recursos financeiros.
65
f Se todo membro de uma igreja local orar, je-

juar e orar por quatro pessoas – isso durante 1
ano – no final do ano a comunidade local terá
sido quadruplicada. Se o processo não parar, em
cinco anos a igreja será um número incontável.
Agora imagine 100 pessoas fazendo isso numa
determinada igreja. Serão 100 mil pessoas con-
vertidas, cuidadas e discipuladas.! É tremendo! É
incrível! -Todos frutificando para a glória de Deus;
ninguém, deve ficar à toa na igreja - todos envol-
vidos, a igreja é um corpo. Isso será um fenôme-
no. Vai se cumprir Isaías 60:22. Procurem enten-
der tudo sobre a oração por 4.
“O mais pequenino se tornará mil, o menor será
uma nação poderosa. Eu sou o Senhor; na hora
certa farei que isso aconteça depressa”.
• Recursos financeiros. Se todos os membros da

Luz Para os Povos forem fiéis no dízimos e nas
ofertas, e se todos contribuírem para missões
66
mensalmente não vai faltar recursos. E um povo

fiel sempre será abençoado com prosperidade. A
fidelidade atrai a prosperidade.
6. Amor - O Evangelho é um plano revolucioná-

rio todo estabelecido sobre as bases do amor. O
evangelho sem amor é uma contradição - é mera
religião, religião vazia. O amor é a lei maior do
universo. Jesus sacrificou seu corpo, sua vida, sua
glória, sua alegria por nossa causa. Ele trocou sua
coroa por uma cruz.
f Jesus deu uma nova definição para a palavra

“amor”. Antes da Cruz o amor não tinha um padrão de
comparação adequado. Jesus é o amor de Deus que
adquiriu forma. Ele nos amou para que possamos
olhar para Ele, aprender com suas atitudes e amar
como Ele amou. O Evangelho de Cristo é o Evangelho
da compaixão e do amor - esse é o evangelho que o
mundo precisa ouvir agora. Quem quer se envolver?
— É o amor que dá propósito e significado à vida.
67
f Podemos ser fiéis como Moisés, Paulo e Noé;

podemos ter a coragem de Davi, a fé de Abraão,
a integridade de Jó, mas sem amor tudo é perda
de tempo - é correr atrás do vento.
f De nada adianta a ortodoxia, o pragmatismo, e
um excelente colar de doutrinas. Sem amor tudo
é vão. Sem amor o mundo perecerá, mas sob um
batismo de amor, milhões e bilhões serão alcan-
çados e salvos. O amor é tudo.
7.Santidade - Se desejarmos possuir a terra,

não podemos permitir que ela nos possua.
• A vontade de Deus para cada um de seus filhos,

antes de tudo, é a sua obediência e santidade.
• Ser santo é dar a Deus o direito absoluto sobre

nossas vidas. (1Pe 2:9)
68
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio

real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para
anunciar as grandezas daquele que os chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz”.
f Veja o exemplo de Cristo em Jo 17:19.
“Em favor deles eu me santifico, para que também

eles sejam santificados pela verdade”.
Aqui Jesus estava declarando a sua consagração

plena ao programa de salvação em favor da hu-
manidade, na expectativa de que nós também fi-
zéssemos a mesma coisa para dar continuidade
ao projeto que Ele começou. Não há um plano B,
Deus espera pela nossa santificação (1Ts 4:3).
“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados:

abstenham-se da imoralidade sexual”.
69
O alvo de cada filho de Deus deve ser o de perma-

necer santo, inteiramente consagrado a Ele, para
realizar na terra o “sonho de Deus”: Salvar todo
aquele que crer em Jesus.
70
71
CHAMADOS PARA SER LUZ

Bp. Jonatas Silveira
Introdução - Nosso ministério tem um nome que

expressa bem a visão de Deus para nós. Nosso
chamado é ser Luz para todos os grupos étnicos
da Terra. A nossa visão nos coloca em uma mis-
são gigantesca que é transformar o mundo, uma
vida de cada vez. Certamente vamos trabalhar até
Jesus voltar para atingir esse alvo. Temos a certe-
za de que somos “chamados para ser luz”. Mas o
que significa para nós “ser luz”? Nessa mensagem
queremos desvendar o que isso significa em ter-
mos práticos e entender qual é a missão que Deus
colocou no coração do Ap. Sinomar Silveira para
esse ministério.
Então, vamos começar com um breve histórico

do nosso ministério para que todos possam en-
tender a essência do nosso chamado.
72
O Chamado
Ainda jovem, o Ap. Sinomar foi visitado por um
anjo do Senhor que lhe entregou o texto de Isaías
42:6, que diz: “Eu, o Senhor, o chamei em retidão;
segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei
de você um mediador para o povo e uma luz para
os povos.”
Imediatamente ele entendeu que esse era o cha-
mado de Deus para sua vida. Com um chamado
claro e um sonho de alcançar as nações para Jesus,
Sinomar Silveira começou uma igreja em 1973 em
Goiânia. A pequena igreja com cerca de 30 pesso-
as começou a crescer e se multiplicar. Resumindo
a história, hoje o Ministério Luz Para Os Povos está
10 países, em 3 continentes da Terra. Mas o melhor
ainda está por vir.
Desde o início a visão do MLP tem uma essência

missionária e uma ênfase no ensino de qualida-
73
de. O impulso missionário é o que nos leva a ser

a Ecclesia que Jesus visualizou quando idealizou
a igreja, mas é o ensino que qualifica e equipa as
pessoas para que elas cumpram a missão com ex-
celência. Debaixo do guarda-chuva missionário
estão as nossas células, que cumprem o chama-
do missionário local, e um forte desejo de abrir
novas igrejas, que cumpre o chamado missioná-
rio até os confins da Terra. Assim, queremos ter
um impacto local e Global ao mesmo tempo.
O Caminho
Ao longo dos anos, o apóstolo Sinomar recebeu
uma “revelação progressiva” de Deus sobre o que
realmente significa na plenitude ser “Luz Para
Os Povos”. Foi assim que chegamos ao nosso
slogan: “Transformando o mundo, uma vida de
cada vez.” Esse slogan é a expressão da nossa vi-
são em ação, ou seja, nossa missão.
Sabemos que a transformação é o resultado final

74
de um processo que obedece à grande comissão

de Jesus em Mateus 28:19
Portanto, vão e façam discípulos de todas

as nações, batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E
eu estarei sempre com vocês, até o fim dos
tempos”.
Olhando para esta ordem de Jesus, vemos que há

um processo claro que foi definido por Jesus para
ser a principal estratégia da igreja para alcançar
o mundo. Essa estratégia é o ensino que forma
discípulos capazes de obedecer ao Senhor e de
cooperarem com Sua missão. Porém, discípulos
não nascem prontos. Eles precisam ser formados.
Não é suficiente pregar o evangelho para que as
pessoas sejam salvas. Depois de serem salvas, as
pessoas precisam pertencer ao corpo de Cristo,
ser curadas e libertas, serem ensinadas e equipa-
75
das para que possam servir a Deus e participar

da missão que nos foi dada por Deus. Portanto,
para nós, ser “luz” significa ajudar as pessoas a
terem a revelação da vontade de Deus em cada
estágio de suas vidas. Só a revelação da Palavra
pode gerar a transformação necessária para tirá-
-las da situação de “perdidos” e conduzi-las até o
ponto de cooperarem com a expansão do Reino
de Deus. Vemos que nesse caminho as pessoas
precisam passar por pelo menos 5 estágios.
Salvação – A salvação é o resultado da revelação

da pessoa de Jesus e da obra da cruz. A salvação lida
com a questão do “SER”; daquilo que nós somos.
Antes da salvação, nós éramos pecadores, após a
salvação, nós somos filhos de Deus. Antes da cruz,
estávamos perdidos. Depois da cruz, nós somos
achados, comprados, redimidos e transportados
para o Reino de Jesus (Cl 1:3). Como “luz”, quere-
mos ver todas as pessoas sendo salvas. Queremos
levar a luz do evangelho, a mensagem de salvação
76
a todas as pessoas. Levar a luz da salvação é levar

a revelação de Jesus para todos os povos.
Conexão – Depois, que uma pessoa é salva é es-
sencial que ela faça parte do Corpo de Cristo, se
conectando à uma igreja local e vivendo em co-
munhão com a família de Deus. Isso lida com a
questão do “PERTENCER.” A revelação mais im-
portante que todo novo convertido precisa é a
revelação da importância de pertencer à família
de Deus, que é a igreja. Só assim essas pessoas
poderão continuar crescendo para que se tornem
tudo aquilo que Deus planejou para elas.
Cura e Libertação – Quando somos salvos, recebe-

mos perdão imediato por nossos pecados, mas pre-
cisamos mudar os nossos hábitos pecaminosos e ser
curados das nossas feridas do passado. Existe uma ja-
nela de tempo entre o momento da salvação e o mo-
mento em que a pessoa está pronta para servir aos
propósitos de Deus de maneira eficiente. Essa janela
está entre o PERTENCER e o TORNAR-SE; é a janela
77
da cura e da libertação. A verdadeira cura e libertação

só vem pela revelação daquilo que somos em Deus.
Ninguém poderá desenvolver todo o seu poten-
cial antes de ser liberto dos seus pecados e cura-
do das suas feridas; apenas a revelação da Pala-
vra pode fazer isso. Segundo o apóstolo Paulo, a
Palavra de Deus é poderosa para destruir as for-
talezas que mantém as pessoas em aprisiona-
mento (2 Coríntios 10:4). Como “luz”, queremos
ajudar as pessoa a obterem a revelação de quem
elas são em Cristo para que elas possam viver de
modo coerente com sua nova natureza e a desen-
volver todo o seu potencial como filhos de Deus.
Discipulado – Uma vez que as pessoas estão

curadas e libertas, precisamos ensiná-las a obe-
decer todas as coisas que Jesus nos ensinou. Isso
fala de discipulado e o discipulado trata com a
questão do “TORNAR-SE”. O processo de tornar-
-se é aquele em que o novo convertido passa a
descobrir a sua nova identidade em Cristo e de-
78
senvolver um relacionamento apropriado com

Deus, com a igreja, com sua família espiritual e
com os não crentes. Nós nos tornamos aquilo que
Deus diz que somos na medida que conhecemos,
cremos e tomamos posse da Palavra. Novamente,
é a revelação da Palavra, é a luz, que nos leva ao
próximo nível na vida cristã.
Sabemos que o discipulado deve estar presente

desde o primeiro momento após a conversão, po-
rém, o discipulado inicial, apesar de mais intenso,
deve estar mais voltado para o processo de cura
e libertação da pessoa. A verdadeira libertação e
a cura profunda acontece através do discipulado,
pois é o conhecimento da verdade que produz a
libertação completa. Discipulado é ensino; é en-
sinar todas as coisas que Jesus nos ensinou.
Assim como precisamos limpar um terreno antes

de edificar sobre ele, antes de edificar pessoas,
precisamos nos certificar de que elas estão lim-
79
pas. Caso contrário, estaremos lançando pérolas

aos porcos. O alimento sólido, que traz a matu-
ridade, não é para pessoas que se comportam
como crianças espirituais. A edificação eficiente
só vem depois de um processo de cura da alma
e libertação dos conceitos e padrões mundanos.
Antes disso, pouco se aproveitará. Por isso, que-
remos discipular pessoas, ensinando-as todas as
coisas que Jesus nos ensinou.
Serviço – Uma vez que um cristão está livre, cura-

do e consciente da sua identidade, precisamos
equipá-lo para que ele seja capaz de dar de vol-
ta aquilo que Deus lhe deu, sendo assim, luz na
vida de outros. O serviço trata com a questão
do “FAZER”. Fazer algo para Deus é muito im-
portante, mas o ‘ser’, o pertencer e o ‘tornar-se’
vem primeiro. Será impossível treinar pessoas
para servir a Deus sem que elas tenham consci-
ência de sua identidade em Cristo. Se você ensi-
nar as pessoas a ‘fazer’ antes de ensinar para elas
80
quem elas ‘são’, elas vão desenvolver uma iden-

tidade baseada no desempenho e vão começar a
fazer as coisas pelos motivos errados (reconheci-
mento, busca de aprovação, busca por aceitação,
etc). Portanto, afirmação de identidade sempre
precisa vir antes do ministério na vida das pes-
soas. Contudo, será impossível transmitir identi-
dade a pessoas que não estão curadas e libertas.
Não há como curar e libertar pessoas se elas não
estiverem conectadas com o Corpo de Cristo. Fi-
nalmente, ninguém pode pertencer ao Corpo
sem que primeiro seja salvo... e nada disso pode
acontecer se não houver “LUZ” ...
Conclusão
Esse é nosso chamado. Somos chamados para
ser LUZ na vida das pessoas desde antes delas
conhecerem ao Senhor até o momento em que
elas estão prontas para servir ao Reino de Deus.
Queremos ajudar as pessoas no ‘ser’, ‘perten-
cer’, ‘tornar-se’, e no ‘fazer’. Queremos ver pesso-
81
as salvas, conectadas, curadas, libertas, discipu-

ladas e equipadas para servir aos propósitos de
Deus. Queremos discípulos que tenham um DNA
missionário para servir a igreja e o mundo. Que-
remos uma igreja que transforma o mundo, uma
vida de cada vez. A missão é possível. Basta focar
em uma pessoa de cada vez. Se podemos ser luz
para um, podemos ser Luz Para ‘TODOS”.
LUZ PARA OS POVOS.
Ganhe, discipule e treine 4 vidas

por ano. Se 1 milhão de crentes
fizerem isso, em 7 anos 16 bi-
lhões de almas serão alcança-
das. Faça a sua parte.
82

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SÉRIE SHEKINAH 2022 | ISAÍAS 42.

Este termo vem da raiz “habitar”, muito usado

A Série Shekinah, como acontece em nosso meio,

que desejam receber no novo ano. Anos depois,

f Para o ano 2022 a direção do Espírito Santo

f Tenham todos uma excelente e abençoada Sé-

Aps. Sinomar F. Silveira e Noeme S. Torres.

AO CLICAR NA NUMERAÇÃO, SERÁ DIRECIONADO PARA A PÁGINA.

QUAL É A SUA TRIBO? 08

NOSSA VIDA MISSIONAL 20

QUAL É A SUA TRIBO?

“Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai

INTRODUÇÃO - Um dos maiores desafios da igreja

podemos nos certificar de que - “O evangelho é

“Quando alguém resolve conhecer o evangelho

verteram e se transformaram em ótimos pais,

A conversão é um ato inteligente além de ser

Com a missionária da Missão Resgate da Paz,

“A igreja é muito importante na continuidade do

De acordo com a estatística do IBGE de 2020, 31%

INFLUÊNCIA - Os missionários da antiguidade, só

enviar a mensagem. Não se trata de mudança no

VOCÊ É UM MISSIONÁRIO - A história de missões

De uma criança - Eu sou criança, tenho onze anos,

De uma senhora - Minha tribo são as mulheres.

entrego, de forma amorosa a mensagem, recebo

SEJA IGREJA - Talvez você esteja precisando re-

localmente. As pessoas têm buscado coisas espi-

“A maior parte da população não alcançada do

CONCLUSÃO - Cada cidade tem seu estilo e cada

Coloque-se diante de Deus e conte para Ele so-

NOSSA VIDA MISSIONAL

Introdução - Fui formado na época em que se fa-

Para todos nós o termo “Missões” é bem conhe-

f Ele nos escolheu para sua Glória – Efésios 1:4-6

Para um entendimento correto de Missão, pre-

O homem não é o objetivo de Deus. O objetivo

Tudo e todos existimos para o louvor da sua Gló-

o nosso futuro eterno – é adorar a Deus, porém

A “Mission Dei” é que Ele seja Glorificado atra-

O que é ser uma Igreja Missional?

rios contextos, mas tem sua origem em contextos

Porém, de maneira clara e simples, o conceito de

levado até as pessoas por meio da presença da

o motorista de aplicativo, o tatuador, a professo-

Uma vida missional é contagiante e tem relativa

sociais e na mídia. Por essa razão, o ser missional

O entendimento da missionalidade da igreja faz com

Por mais que reconheçamos a necessidade de

gente normal. E, isso, justamente por causa da

O crescimento explosivo do cristianismo inicial

Encerro com esse “desafio”:

SER, TER E FAZER

“Como flechas na mão do valente, assim são os

Introdução - O texto compara os filhos a flechas

também traziam versículos bíblicos escritos com

Flechas - A Bíblia compara os filhos com flechas.

Ser - ensina os filhos a respeito de quem eles são

Ser - As flechas devem ser intencionalmente lan-