Trabalho Avaliativo - Saúde Coletiva

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MULTIVIX

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

COMO A MICROBIOTA INFLUENCIA NO


DESENVOLVIMENTO DE
TRANSTORNOS ALIMENTARES

MICHELLE HOFFMAN CREMASCO ZORZANELLI

SÃO MATEUS - ES
2024
COMO A MICROBIOTA INFLUENCIA NO
DESENVOLVIMENTO DE
TRANSTORNOS ALIMENTARES

MICHELLE HOFFMAN CREMASCO ZORZANELLI

Produção Textual apresentado à


MULTIVIX, como requisito parcial para
obtenção de nota na disciplina de Inovação
em Saúde.

SÃO MATEUS-ES
2024
INTRODUÇÃO

O trato gastrointestinal (TGI) é um complexo ecossistema onde suas células,


nutrientes provenientes da dieta e microrganismos colonizadores interagem,
assegurando a homeostasia intestinal e um equilíbrio dinâmico que permite o
desenvolvimento saudável do hospedeiro (CARDOSO, 2016).

A parede intestinal abriga tanto bactérias benéficas quanto patogênicas, e para que o
intestino tenha um funcionamento ótimo é preciso que haja um equilíbrio entre estas
populações, dessa forma, esse trabalho tem por objetivo mostrar a relação do
desequilíbrio da microbiota com algumas patologias.

Esse trabalho tem por objetivo mostrar a relação do desequilíbrio da microbiota com
algumas patologias, demonstrando suas causas e efeitos e os prováveis problemas
associados ao caso.

MICROBIOTA

A microbiota intestinal desempenha um papel importante na função normal do intestino


e manutenção da saúde do hospedeiro, influenciando não só nas doenças
gastrointestinais, mas a microbiota intestinal saudável e microbiologicamente
equilibrada resulta em um desempenho normal das funções fisiológicas do hospedeiro,
o que irá assegurar melhoria na qualidade de vida. Auxiliando na digestão e absorção
de nutrientes, produzindo vitaminas e diminuindo a proliferação de agentes patógenos,
através de exclusão competitiva (SANTOS; VARALHO, 2011; RAMIREZ, 2017).

O equilíbrio da microbiota intestinal é dependente de características como (idade,


gênero, origem genética), das condições ambientais (estresse, medicamentos,
cirurgias gastrointestinais, agentes infecciosos e tóxicos) e de mudanças na dieta
(DELZENNE; NEYRINCK; CANI, 2011).
Entre as funções da microbota, pode-se destacar: funções antibacterianas,
imunomoduladoras e metabólico-nutricionais. Além, disso a microbiota intestinal
saudável forma uma barreira contra os microrganismos invasores, potencializando os
mecanismos de defesa do hospedeiro contra os patógenos, melhorado a imunidade
intestinais pela aderência a mucosas e estimulando as respostas imune locais.
Auxiliam também na digestão, pois a bactérias continuam a digestão de alguns
materiais que resistiram a atividade digestiva previa e vários nutrientes são formados
pela síntese bacteriana e ficam disponíveis para a absorção, entre eles, a vitamina K,
vitamina B12, vitamina B1 e vitaminaB2 (SANTOS; RICCI, 2016).

DISBIOSE
Quando ocorre uma desordem na microbiota com predomínio de bactérias nocivas
sobre as benéficas, tem-se um quadro chamado disbiose. A disbiose é caracterizada
por uma alteração na composição e diversidade da microbiota intestinal, podendo
haver um aumento de bactérias prejudiciais e diminuição de bactérias benéficas, ou
seja, o desequilíbrio ocasionado por fatores internos ou externos ao hospedeiro,
incluindo o tipo de parto, a alimentação, o uso de antibióticos, de prebióticos e de
probióticos, fatores genéticos, idade, estresse, entre outros se reflete na modificação
desta microbiota, ocorrendo diminuição de bactérias benéficas e aumento de
patógenos, caracterizando um quadro de disbiose (ZHANG et al., 2015).

CAUSAS DA DISBIOSE

Entre as principais causas da disbiose estão o uso de antibióticos, anti-inflamatórios,


excesso de laxantes, consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados em
grande quantidade, excesso de carne vermelha, gordura animal, baixo consumo de
alimentos crus, como legumes, frutas e grãos integrais e exposição a algumas toxinas,
como metais pesados etc. A idade também é um fator para que a disbiose aconteça
(SANTOS; RICCI, 2016). Fatores emocionais também contribuem para o desequilíbrio
da microbiota sendo apontado como causa da disbiose.

IMPACTOS DA DISBIOSE NA SAÚDE

A disbiose além de provocar sintomas como gases, cólicas, diarreias e prisão de


ventre frequentes, também está relacionada com várias doenças como constipação
intestinal, desconforto abdominal, enxaqueca, excesso na produção de gases
intestinais, déficits de memória, irritabilidade, diminuição de libido, dores articulares,
gripes frequentes, infecções vaginais, depressão, obesidade, diabetes, alergias
alimentares, diarreia infeciosa, síndrome do cólon irritável ou a doença inflamatória
intestinal e também câncer. Em todas essas situações, há sinal de uma flora intestinal
desequilibrada (DAVIDISON; CARVALHO, 2008, OCKHUIZEN; SUZUKI, 2014;
ALMAD; MARTINEZ; SANT’ANA, 2015; THOMAS)
A presença da disbiose pode levar a degradação de vitaminas, inativação de enzimas,
produção de toxinas cancerígenas, destruição da mucosa intestinal, acarretando em
uma redução da absorção de nutrientes, aumentando a espessura da mucosa
intestinal (BOAS, 2017).
A depressão é caracterizada como uma alteração bioquímica no cérebro causado pelo
déficit no metabolismo de serotonina que é o principal neurotransmissor responsável
pelo equilíbrio do humor e da sensação de bem-estar do indivíduo (GALHARDO;
MARIOSA; TAKATA, 2010). Estudos têm mostrado a relação da microbiota com o que
se denominada de eixo microbiota-intestino-cérebro.
Desta forma, diversos transtornos alimentares podem ser associados ao caso de
disbiose, tais como intolerância à lactose, ao glúten, síndrome do intestino irritável, e
doenças do sistema imunológico, como artrite, lúpus, diabetes tipo 2. Existem ainda
casos de cansaço, fadiga, irritabilidade, ansiedade, depressão que também estão
associadas à disbiose.

CONCLUSÃO
Sendo assim, podemos concluir que a disbiose intestinal desempenha um papel
crucial no desenvolvimento e manutenção dos transtornos alimentares, afetando a
saúde física e mental, e que devemos investir na saúde da microbiota intestinal, por
meio de hábitos saudáveis, o que irá contribuir significativamente para a prevenção e o
tratamento dos transtornos alimentares.
Com essa visão, afirmamos que é de suma importância o acompanhamento do
profissional Nutricionista para prescrever uma dieta equilibrada, rica em fibras,
suplementos específicos, como probióticos e prebiótico e alimentos funcionais, para
ajudar a restaurar a saúde da microbiota, não descartando intervenções
comportamentais e médicas, buscando uma abordagem multidisciplinar integrativa.
REFERÊNCIAS

BOAS, F.B.R.V. Obesidade e sua possível relação com a microbiota intestinal. 2017. 19 f. TCC
(Graduação em Biomedicina), Centro Universitário de Brasília - Uniceub Faculdade de Ciências da
Educação e Saúde, Brasília, 2017.
CARDOSO, D.S.C. Microbiota, probióticos e saúde. 2016. 64 f. Dissertação (Mestrado em Medicina),
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016.
DAVIDISON, P; CARVALHO, G. Ecologia e Disbiose Intestinal. In: PASCHOAL, V; NAVES, A;
FONSECA, A. B. B.L. Nutrição Clínica Funcional: Dos princípios à prática clínica. São Paulo. VP
Editora, p. 142- 169, 2008. DELZENNE, N. M; NEYRINCK, A. M; CANI, P. D. Modulação da
microbiota intestinal por nutrientes com propriedades prebióticas: consequências para a saúde do
hospedeiro, no contexto da obesidade e síndrome metabólica. Microbial Factories Cell, [s.l.], v. 10, n. 1,
2011.
GALHARDO, V.A.C; MARIOSA, M.A.S; TAKATA, J.P.I. Depressão e perfis sociodemográfico e
clínico de idosos institucionalizados sem déficit cognitivo. Revista Medicina Minas Gerais, v.20, n.1,
p.16-21, 2010.

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