Aula 08 - Sintaxe de Regência e Emprego Da Crase: Curso Regular de Língua Portuguesa
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Aula 08 - Sintaxe de Regência e Emprego Da Crase: Curso Regular de Língua Portuguesa
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Aula 08 – Sintaxe de
Regência e Emprego da
Crase
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Olá, moçada!
Firmes e fortes?
Queridos, nosso curso está na reta final! É com muita satisfação que cumprimento vocês por terem
chegado até aqui! Não fraquejem! Continuem firmes! Falta muito pouco!
Nesta aula, trouxe assuntos espinhosos: Regência e Crase. Por saber que são assuntos entediantes por
natureza, esforcei-me ao máximo para tornar a abordagem leve e descontraída. Espero que vocês gostem do
formato adotado e que, sobretudo, fiquem afiadíssimos nesses dois importantes assuntos!
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Sumário
SINTAXE DE REGÊNCIA – CONCEITOS GERAIS .......................................................................................... 4
CRASE..................................................................................................................................................... 31
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No caso da Sintaxe de Regência, não há acordo, moçada! Manda quem pode e obedece quem tem...
preposição! Como assim, professor? Moçada, verbo e nome vão requisitar algo para vocês. E vocês terão de
fornecer ao verbo ou ao nome exatamente o que eles querem, do jeito que eles querem. Vejam a tabela a seguir:
NECESSITAR DE AJUDA
CONFIAR EM VOCÊ
CONFIANTE EM VOCÊ
NECESSIDADE DE AJUDA
TERMO REGENTE é o que rege, ou seja, é aquele que comanda, que tem uma necessidade e precisa que
esta seja suprida. Os termos regentes, como podemos ver na tabela, são VERBOS – no caso, NECESSITAR,
CONFIAR, PREOCUPAR-SE e ELOGIAR - ou NOMES (substantivos, adjetivos ou advérbios) – no caso,
NECESSIDADE, CONFIANTE, PREOCUPADO e ELOGIO. O TERMO REGIDO é aquele que se subordina ao
regente, exercendo função de complemento – verbal ou nominal -, adjunto – adverbial ou adnominal -, ou
agente da passiva. A Sintaxe de Regência estuda, dessa forma, a relação existente entre os termos regentes e
regidos. Os primeiros mandam; os segundos obedecem.
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Notem que cada um desses termos regentes possui uma necessidade. Vocês devem se recordar da
famosa “conversa com o verbo”, que tivemos quando estudamos emprego dos pronomes pessoais e que nos
perseguiu por toda a análise sintática da oração e do período. É por meio dessa conversa que conseguimos
identificar a demanda específica do verbo ou nome. Vejam:
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Antes de avançar, quero relembrar uma aplicação da Morfologia que dialoga com Sintaxe de Regência.
Lembram-se do emprego de preposições antes de pronomes relativos? Você, quando esse assunto estudou,
estava dialogando com Regência sem saber. Relembremos!
Notem, no primeiro quadrinho da tirinha, o fragmento “... todos os quatro livros que preciso...”. Moçada,
o “que” exerce a função de pronome relativo, retomando o termo anterior “livros”, concordam? Na oração
adjetiva “que preciso...”, o verbo PRECISAR requisita a preposição DE para ligá-lo a LIVROS, termo retomado
pelo relativo QUE. No entanto, na tirinha, assim como na nossa fala cotidiana, a preposição foi omitida.
Queridos, omitir a preposição é como arrancar um pedaço do verbo ou do nome que a solicitam. Não há
negociação! Em situações como essa, é necessário posicionar a preposição ANTES DO PRONOME RELATIVO
sob pena de contrariar a regência do verbo ou nome.
Queridos, o primeiro passo é visualizar a presença do pronome relativo e identificar o termo antecedente
por ele retomado. Nas várias frases em questão, o QUE exerce a função de pronome relativo, o que fica evidente
com a substituição do QUE pela forma O QUAL. Também em todas as frases, o QUE relativo retoma o termo
antecedente PROFESSOR.
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Uma vez identificada a presença do pronome relativo, devemos analisar a oração adjetiva.
Na sequência, devemos checar se há verbo ou nome na oração adjetiva solicitando preposição para se
ligar ao termo antecedente retomado pelo QUE. Reconstruindo as orações adjetivas, é possível identificar qual
a preposição solicitada pelo verbo ou nome. Vejamos:
Gostamos DO professor.
Costumamos tirar dúvidas COM o professor.
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Identificadas as preposições, elas devem ser posicionadas antes dos pronomes relativos. Observem:
Além disso, percebamos que o termo antecedente PROFESSOR pode ser retomado pelos relativos O
QUAL ou QUEM, resultando nas também corretas construções:
Os remédios dos quais temos necessidade foram entregues. (necessidade dos remédios)
A regra também é válida para o pronome relativo cujo(a)(s):
O professor a cuja aula faltei esclareceu muitas dúvidas. (faltei à aula do professor)
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Observação:
...
Alguns verbos, usados sempre como pronominais, exigem em suas regências preposição.
Exemplos:
ARREPENDER-SE: arrepender-se DE algo;
...
CUIDADO!
Alguns verbos são equivocadamente empregados no dia a dia como pronominais. É o caso dos verbos
SIMPATIZAR, ANTIPATIZAR, SILENCIAR, SOBRESSAIR, PROLIFERAR, ...
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Caiu em prova!
Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de
Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se substituísse “de que” por os quais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Analisemos o trecho:
A forma “de que” consiste na união da preposição “de” – requerida pela regência da forma verbal “dispomos”
(dispomos de algo) – com o pronome relativo “que” – que retoma o termo anterior “elementos”.
Até podemos substituir o relativo “que” pelo também relativo “os quais”, mas precisamos manter a
preposição “de” posicionada antes do pronome, pois é uma exigência da regência do verbo “dispor”.
Dessa forma, seria correta a seguinte redação: Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos dos quais
disponho...
Resposta: CERTO
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Principais Regências
Nosso próximo passo é identificar as principais regências verbo-nominais. Por que principais? Porque não
são tão intuitivas e, muitas vezes, divergem do uso adotado no dia a dia. Como havia dito, Regência é um
assunto nem fácil, nem difícil, mas previsível! Sabemos exatamente quais são as regências com que precisamos
nos familiarizar. Já antecipo aqui algumas: ASPIRAR, ASSISTIR, OBEDECER, VISAR, PREFERIR,
LEMBRAR/ESQUECER, PERDOAR/PAGAR, AGRADAR, QUERER, etc.
Detalhemos a seguir casa uma delas de forma bem esquemática, para facilitar a compreensão de vocês.
AGRADAR
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AGRADECER
Exemplos:
Exemplos:
O cliente agradeceu ao gerente pelo atendimento. (= O cliente lhe agradeceu... ou O cliente agradeceu
a ele...).
= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, sendo o OBJETO DIRETO nome de “COISA” e o INDIRETO nome
de “PESSOA”, introduzido pela preposição A.
Exemplos:
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ASPIRAR
Exemplo:
Exemplo:
Na primeira construção, devemos apenas utilizar o artigo O, haja vista que o verbo ASPIRAR foi
empregado no sentido de INALAR.
Na segunda construção, devemos apenas utilizar a combinação AO, que consiste na fusão da preposição
A – requerida pela regência do verbo ASPIRAR no sentido de DESEJAR – com o artigo O – solicitado pelo
substantivo CARGO.
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Na primeira construção, devemos apenas utilizar os pronomes relativos QUE ou O QUAL, haja vista que
o verbo ASPIRAR foi empregado no sentido de INALAR. Tais pronomes relativos retomam o termo anterior
AR.
Na segunda construção, devemos apenas utilizar as combinações A QUE ou AO QUAL, compostas pela
preposição A – requerida pela regência do verbo ASPIRAR no sentido de DESEJAR – com os pronomes
relativos QUE ou O QUAL – que retomam o termo anterior CARGO.
E atenção para a terceira construção!
Nela devemos apenas utilizar as construções A QUE ou À QUAL – com crase -, compostas pela preposição
A – requerida pela regência do verbo ASPIRAR no sentido de DESEJAR – com os pronomes relativos QUE ou
A QUAL – que retomam o termo anterior CARREIRA.
ATENÇÃO!!!
O verbo ASPIRAR não admite o emprego do pronome LHE para substituir seu OBJETO INDIRETO. Seremos
obrigados a empregar as formas oblíquas tônicas A ELE, A ELA.
Caiu em prova!
É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima
liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes
desejos;...
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, a forma verbal “deseje” poderia ser
substituída por “aspire a”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O verbo “aspirar” pode ser usado no sentido de “desejar”. Nesse caso, ele rege a preposição “a”. Assim, na
questão, a forma verbal “deseje” pode ser corretamente substituída por “aspire a”, mantendo-se a correção
gramatical e o sentido original do texto.
Observação:
O verbo “aspirar” também pode significar “inalar”, “cheirar”. Nesse sentido, ele será transitivo direto.
Exemplo:
Nós aspiramos o doce perfume.
Resposta: CERTO
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ASSISTIR
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Sem a menor dúvida, a regência mais importante do verbo ASSISTIR é a referente ao seu sentido
mais popular, de VER, PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE. É a mais importante, porque é a mais usada no
cotidiano, e de forma errada!
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Fica o questionamento: Professor, por que a Gramática implica conosco assim? Por que ela propõe uma
norma que contraria o uso do cotidiano?
Galera, na verdade, não é uma implicação! Acontece que existem outros sentidos para o verbo ASSISTIR
não usados por nós no cotidiano. Por exemplo, dificilmente uma pessoa emprega no cotidiano ASSISTIR com
a significação de AJUDAR, PRESTAR ASSISTÊNCIA. Mas a Gramática previu esse uso e, para distingui-lo de
outros sentidos, estabeleceu uma regência específica.
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Além desses dois clássicos sentidos, o verbo ASSISTIR também pode significar “MORAR”, situação em
que será INTRANSITIVO e terá a ele ligado um adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição EM –
Estamos assistindo atualmente em Brasília.
Por fim, podemos empregar o verbo assistir no sentido de CABER, SER OBRIGAÇÃO, situação em que
será transitivo indireto e solicitará preposição A – Assiste ao Executivo administrar; ao Legislativo assiste criar
as leis; ...
ATENÇÃO!!!
O verbo ASSISTIR, no sentido de VER, PRESENCIAR, não admite o emprego do pronome LHE para
substituir seu OBJETO INDIRETO. Seremos obrigados a empregar as formas oblíquas tônicas A ELE, A ELA.
Exemplo:
Nós assistimos AO FILME.
Professor, por que alguns verbos recusam o LHE como objeto indireto?
Meus amigos, aqui a Gramática nos impõe uma tradição, não havendo propriamente uma razão lógica.
No entanto, pode-se afirmar que o LHE é empregado GERALMENTE para substituir pessoas, não sendo
pertinente seu uso para substituir COISAS. Já as formas A ELE(S), A ELA(S), PARA ELE(S), PARA ELA(S) são
empregadas tanto para substituir PESSOAS como COISAS.
Tenham em mãos uma lista de verbos que recusam o emprego do LHE como objeto indireto: ASPIRAR (=
ALMEJAR), ASSISTIR (=VER), ALUDIR, PROCEDER, RECORRER, REFERIR-SE, VISAR (=ALMEJAR), etc.
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CHAMAR
= no sentido de INVOCAR, PEDIR AUXÍLIO, emprega-se como TRANSITIVO DIRETO ou como INDIRETO,
COM OBJETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO POR.
Exemplos:
O verbo CHAMAR é TRANSOBJETIVO nesse caso. Além disso, o PREDICATIVO DO OBJETO pode ou não
ser introduzido pela preposição DE.
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CUSTAR
Exemplos:
Alguns gramáticos, no entanto, consideram “10 mil reais” e “seu salário anual” como objetos diretos. Há
divergências, portanto!
Exemplos:
Exemplos:
HAVER
Exemplos:
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Exemplos:
Exemplos:
IMPLICAR
Exemplos:
Algumas gramáticas mais modernas até admitem a presença da preposição “em”, fazendo menção ao
uso coloquial. Porém, o que notamos nas bancas é o emprego tradicional do verbo implicar. Repetindo:
transitivo direto, no sentido de resultar, acarretar.
Exemplo:
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LEMBRAR/ESQUECER
Exemplo:
Exemplo:
É ERRADO DIZER:
Exemplo:
Nela, temos como sujeito a coisa lembrada ou esquecida. Já o verbo é acompanhado de objeto indireto
introduzido pela preposição A.
No caso da primeira frase, o sujeito é “a pauta da reunião” e o objeto indireto é representado pelo pronome
oblíquo ME (= A MIM).
No caso da segunda frase, o sujeito é “o nome dele” e o objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo
VOCÊ (= A VOCÊ).
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= no caso do verbo LEMBRAR, também é possível empregá-lo como TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO,
com OBJETO INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A OU DE.
Exemplo:
Quando vocês estiverem cantarolando Roberto Carlos no banho, tomem cuidado com o verso destacado,
ok? Você pode usar o verbo “ESQUECER” como pronominal ou como não pronominal. Há duas construções
corretas, portanto!
ATENÇÃO!!!
Diante de uma oração subordinada substantiva objetiva indireta, é possível omitir a preposição DE exigida pela
forma pronominal “ESQUECER-SE” ou “LEMBRAR-SE”.
Exemplo:
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Caiu na prova!
No trecho “...devemos nos lembrar que a educação no trânsito é mais do que importante”, a ausência do pronome
oblíquo “nos” prejudicaria a correção gramatical.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O verbo lembrar admite duas regências: como não pronominal, deve ser empregado como transitivo direto;
já como pronominal, deve ser empregado como transitivo indireto e deve ser acompanhado da preposição
DE.
Na redação original, tem-se: ...devemos nos lembrar (de) que a educação no trânsito...
Nela, o verbo lembrar foi empregado como pronominal, acompanhado do oblíquo átono “nos”. A preposição
DE, requerida nesse formato, está subentendida, pois, diante de orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas ou completivas nominais, é possível omitir a preposição, sem gerar prejuízos gramaticais.
Nela, o verbo lembrar foi empregado como não pronominal. Nesse formato, tem-se um verbo transitivo
direto.
Resposta: ERRADO
OBEDECER/DESOBEDECER
Exemplos:
Obedecia ao mestre.
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ATENÇÃO!!!
O verbo OBEDECER, embora seja TRANSITIVO INDIRETO, admite construção em voz passiva.
O agente público não obedeceu à decisão da Justiça. (VOZ ATIVA)
= A decisão da Justiça não foi obedecida pelo agente público. (VOZ PASSIVA)
Caiu em prova!
Obedecer às leis de trânsito somente por medo de multas é o símbolo do despreparo e a causa de tantas mortes.
A substituição de “Obedecer às leis de trânsito” por “Obediência a leis de trânsito” preservaria a correção
gramatical e não acarretaria mudança de sentido original.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
No trecho original, o substantivo “leis” está determinado por artigo definido feminino. Afirma-se isso, pois
a forma “às” consiste na fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “obedecer” – com o
artigo “as” – solicitado pelo substantivo “leis”. Com a determinação por artigo, dá-se a entender que se está
falando de todas as leis de trânsito. A obediência se faz necessária para todas as leis, portanto.
No trecho reescrito, o substantivo “leis” não está determinado por artigo. O “a” que antecede “leis” é apenas
preposição “a”, requerida pela regência do nome “Obediência”. Sem o artigo, dá-se a entender que se está
falando de apenas algumas leis, não de todas. A obediência se faz necessária para algumas leis, portanto.
Resposta: ERRADO
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PAGAR/PERDOAR
Exemplos:
Exemplos:
= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, com o OBJETO DIRETO “COISA” e o OBJETO INDIRETO “PESSOA”,
introduzido pela preposição A.
Exemplos:
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PREFERIR
Diferentemente da linguagem coloquial, este verbo não se constrói com a locução DO QUE, e sim com
a preposição A.
Exemplo:
Por questões de simetria (paralelismo), não devemos empregar o artigo A antes de MATEMÁTICA.
Não faria sentido um ter artigo e o outro, não.
Dessa forma, a lacuna deve ser preenchida apenas com a preposição A.
Cuidado, portanto, com as questões que envolvem uso da crase e simetria (paralelismo).
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Vou estudar DAS 8h ÀS 12h. (com artigo para 8h; com artigo para 12h; ocorre encontro da preposição A
com o artigo AS; há crase)
PROCEDER
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
ATENÇÃO!!!
O verbo “PROCEDER” é outro verbo que não admite o pronome LHE como objeto indireto. Deve-se empregar
no lugar a forma oblíqua tônica A ELE(S), A ELA(S).
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QUERER
Exemplo:
Exemplo:
Juro que quero muito a você. (= Juro que lhe quero muito)
VISAR
Exemplo:
Exemplo:
ATENÇÃO!
O pronome oblíquo LHE não é usado como objeto indireto do verbo VISAR. No lugar, deve-se empregar a
forma oblíqua tônica A ELE, A ELA.
Esta ação visa ao bem-estar social.
= Esta ação lhe visa. (ERRADO)
= Esta ação visa a ele. (CERTO)
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ABDICAR DESFRUTAR
ATENDER USUFRUIR
ATENTAR GOZAR
DEPARAR
ANSIAR Deparei com um gigantesco problema.
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CRASE
Chegou a tão esperada hora de falar sobre um dos assuntos mais difíceis da humanidade! Estamos
falando da ... C R A S E.
Gente, muita calma nessa hora! Não há nada de sobrenatural nesse assunto! No entanto, a crase é um
fenômeno linguístico que pode ser facilmente identificado. Confiem em mim!
Primeiramente, vamos entender o CASO GERAL que rege o emprego do acento indicador de crase.
Queridos, o CASO GERAL abrange a maioria das questões relativas ao assunto. Se você o entender bem,
grande parte do trabalho estará feito!
Apresento, a seguir, um quadro resumo que consegue sintetizar muito bem esse raciocínio. Vejamos:
CASO GERAL
À = A (preposição) + A (artigo)
ÀS = A (preposição) + AS (artigo)
Vamos explicar um pouco esse quadro resumo?
Vejam bem, para se haver crase, é necessário se fazer uma soma: soma-se a preposição A - solicitada pela
regência de um verbo ou de um nome - com o artigo definido A ou AS - solicitado por uma palavra feminina.
Se um desses elementos estiver ausente, não faz sentido se falar em crase.
Observem a frase:
Fomos à piscina
A forma verbal “fomos” solicita a regência da preposição “a” – fomos a algum lugar. Além disso, o
substantivo feminino “piscina” solicita o artigo definido “a”. A soma da preposição A com o artigo A resulta na
forma À
Para termos certeza de que ocorre a crase, podemos nos utilizar de algumas dicas, que nos possibilitam
um rápido diagnóstico. Elas estão sumarizadas no quadro abaixo:
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Exemplos:
Substituir a palavra
feminina por uma
masculina. Se NÃO aparecer a forma AO ou AOS antes
da palavra masculina, é sinal de que NÃO
haverá crase antes da feminina.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Pedi A esta funcionária uma ajuda.
(= Pedi PARA esta funcionária uma ajuda.).
Contarei A você um segredo.
(= Contarei PARA você um segredo.)
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É muito importante que estejamos muito afiados na constatação do CASO GERAL. Devemos sempre ter
em mente que a preposição é uma requerida por um TERMO REGENTE ou SUBORDINANTE - verbo ou nome
- e que o artigo é solicitado por um TERMO REGIDO ou SUBORDINADO – substantivo feminino.
Muitas são as armadilhas aqui. Geralmente, as bancas tentam confundir o aluno, identificando
equivocadamente os termos regidos e os termos regidos. Fiquem espertos. Diagnostiquem quem solicita a
preposição – trata-se de um problema de regência – e quem está de fato solicitando o artigo – no caso, quem é
o substantivo feminino que está pedindo artigo.
Vejamos a seguir alguns exemplos de aplicação do CASO GERAL:
Caiu em prova!
Em “A OMS atribui mais de 7 milhões de mortes por ano à poluição do ar [...]”, a crase é resultante da contração
da preposição “a”, exigida pelo termo subordinante “ano”, com o artigo feminino “a”, reclamado pelo termo
dependente “poluição”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O item está ERRADO.
Você percebeu a pegadinha? A preposição A foi requerida não pelo nome ANO, mas sim pelo verbo ATRIBUI.
Este é o termo subordinante, meus caros! Ele é que pede a preposição A (Quem atribui atribui algo A ALGO.).
Já o termo dependente (também chamado de regido ou subordinado) de fato é “poluição”, que solicita o artigo
A.
Dessa forma, o erro se deve à errada identificação do termo subordinante.
A redação do item estaria correta, se substituíssemos ANO por ATRIBUI.
Resposta: ERRADO
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Caiu em prova!
Quando o leitor se depara com o assomo de grandeza do romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas,
é assaltado por enorme espanto e fascínio — intacto, há décadas — desde logo pelo idioma próprio em que foi
escrito, língua quase autárquica, alterada por construções sintáticas singulares e palavras novas. “Muita coisa
importante falta nome”, ensina o narrador do romance. Narrado em primeira pessoa, o personagem conta sua
história a um ouvinte silencioso, informando do seu saber e do não saber, na difícil tarefa de dar forma narrada
às coisas vividas.
O sinal indicativo de crase em “às coisas” justifica-se pela regência de “forma” e pela presença de artigo
feminino plural.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O item está ERRADO! Novamente, a questão tenta confundir vocês! O termo regente, subordinante, ou seja,
aquele que pede a preposição, não é FORMA. É sim o verbo DAR (Quem dá dá algo A ALGO).
Tanto é verdade que o verbo DAR solicita preposição que conseguimos inverter a ordem dos complementos.
Como assim? É possível reescrever “... na difícil tarefa de dar forma narrada às coisas vividas.” da seguinte
maneira: “... na difícil tarefa de dar às coisas vividas forma narrada.”
Resposta: ERRADO
Caiu em prova!
Com a crescente industrialização do país, tornava-se cada vez mais importante a formação de profissionais para
suprir as demandas do mercado e, doze anos depois, as escolas de aprendizes e artífices de nível primário
foram transformadas em escolas industriais e técnicas, equiparando-se às de ensino médio e secundário.
No texto, o sinal indicativo de crase no trecho “equiparando-se às de ensino médio e secundário” foi
empregado porque a regência do verbo equiparar exige preposição “a”, e “escolas”, palavra que está
subentendida antes de “de ensino médio”, exige o artigo definido feminino plural as.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Expliquemos agora a crase: ela é resultado da fusão da preposição A - requerida pela regência do verbo
“equiparar-se” (quem se equipara se equipara A algo/alguém) - com o artigo definido “as” - requerido pelo
substantivo subentendido “escolas”.
Resposta: CERTO
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Da análise do caso geral, podemos tirar algumas conclusões acerca da necessidade do acento indicador
de crase. Primeiramente mapeemos as situações em que não ocorrerá crase.
... antes de pronomes de tratamento, exceção feita a SENHORA, SENHORITA, DONA, MADAME, ...:
Exemplos:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.
Atenção!
Por que senhora, senhorita e dona aceitam crase?
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Como dito, antes de grande parte dos pronomes, não se emprega acento indicador de crase. Por quê,
professor?
Isso ocorre porque grande parte dos pronomes não solicita artigo. Professor, mas quando o senhor fala
que grande parte dos pronomes não solicita artigo, dá a entender que alguns solicitam, certo? Como vamos saber
se o pronome pede ou não artigo?
Lembram-se do quadro que apresentamos para testar a aplicação do CASO GERAL?
Nessas frases, substituiremos, meus amigos, a forma feminina do pronome pela masculina. Ora, se
aparecer AO diante do masculino, é sinal de que haverá À – com crase – antes do feminino. Vejamos:
AO mesmo funcionário
AO próprio diretor.
Note que não apareceu artigo masculino antes de ELE, ESTE, ALGUM, provando que, de fato, grande
parte dos pronomes não pedirá artigo e, por essa razão, não haverá crase. Já os demonstrativos MESMA (S) e
PRÓPRIA(S) são antecedidos por artigo definido feminino, pois suas formas masculinas são também
antecedidas por artigo definido masculino.
Dessa forma, na frase “Fiz elogios à mesma funcionária”, tem-se a incidência de crase, haja vista que
ocorre a contração da preposição “a” – solicitada por “elogios” – com o artigo definido “a” – solicitado pelo
pronome “mesma”. Substituindo-se “mesma funcionária” por “mesmo funcionário”, resulta a frase “Fiz elogios
AO mesmo funcionário”. Dessa forma, se “mesmo” solicita o artigo “o”, a forma feminina “mesma” solicita o
artigo “a”. O mesmo raciocínio é válido para PRÓPRIA (S).
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Resumindo:
Grande parte dos pronomes NÃO solicita artigo, exceção feita a MESMA (S), PRÓPRIA (S), SENHORA (S),
SENHORITA (S), DONA (S), MADAME (S).
Isso não significa que haverá crase obrigatoriamente antes dessas formas!
CUIDADO! Além do artigo, moçada, é necessário que haja uma preposição, certo? Não havendo preposição,
sem chance de haver crase, gente!
Não vão me pôr crase em “Observei a mesma cena!”, pelo amor dos meus filhinhos! Rs.
Ora, o verbo OBSERVAR não está regendo preposição A, meus amigos! Trata-se de um verbo TRANSITIVO
DIRETO! O A que antecede MESMA é apenas artigo.
E como diz o ditado, um artigo só não faz crase (Nossa! Essa foi péssima! Desculpem-me!).
Ainda falaremos da crase nos relativos A QUAL, AQUELE(S), AQUELA(S) e AQUILO. Também falaremos do
emprego facultativo do artigo antes de pronomes possessivos. Aguardem!
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Observação:
Há divergências entre gramáticos acerca das locuções que expressam ideia de meio ou instrumento. Uns
apontam a necessidade do acento indicador de crase; outros já afirmam que não se deve empregar o acento.
Há, portanto, um impasse. O que se nota é que as bancas evitam dar destaque a essa polêmica em suas
questões.
Num caso raro de nos depararmos com essa polêmica, sugiro que façamos sempre uma análise comparativa
com as demais opções trazidas na questão. Antes de afirmar categoricamente que a crase em “Fiz a prova à
caneta.” – com a locução “à caneta” expressando a ideia de instrumento – está certa ou errada, compare-a com
as demais opções.
Atenção!!!
Observe a seguinte construção:
Referi-me à cenas de terror (ERRADO)
O que está errado nessa frase? Prestem atenção! Tem-se a preposição “a”, solicitada pela regência da forma
verbal “Referi-me” (Quem se refere se refere A ALGO).
Porém, não temos a presença do artigo “a”, uma vez que o substantivo feminino “cenas” é plural.
Imaginemos um enunciado assim redigido: “As duas frases acima estão corretas do ponto de vista gramatical
e possuem o mesmo sentido”. O que vocês marcariam? CERTO ou ERRADO?
Corretas do ponto de vista gramatical elas estão, mas não possuem o mesmo sentido.
Na construção “Referi-me a cenas de terror”, a ausência do artigo “as” (a forma “a” é apenas preposição) dá
entender que se trata de cenas de terror quaisquer. Já na construção “Referi-me às cenas de terror”, a presença
do artigo definido “as” especifica as cenas de terror, dando a entender que não se trata de quaisquer cenas.
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Caiu em prova!
Como educador, Teixeira viajou para a Europa e os Estados Unidos da América para observar os sistemas escolares.
No Brasil, defendeu o conceito de escola única, pública e gratuita como forma de garantir a democracia e foi o
primeiro a tratar a educação com base filosófica.
Instituiu na Bahia, em 1950, a primeira escola-parque, que procurava oferecer à criança uma escola integral, que
cuidasse da alimentação, da higiene, da socialização, além do preparo para o trabalho. Nas escolas-parques, os
alunos ainda tinham contato com as artes plásticas. Naquela época, essas aulas eram orientadas por profissionais
de renome, como Caribé e Mário Cravo.
Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto I, julgue o item subsecutivo.
Em “à criança”, caso o vocábulo “criança” fosse empregado no plural, o acento indicativo de crase deveria ser
mantido.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Fazendo-se a alteração sugerida, obteríamos: “... que procurava oferecer à crianças...”. Teríamos uma crase
singular antes de plural. Nem a pau!
Resposta: ERRADO
Galera, resumidamente...
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Além dos dois casos anteriores, existe o caso da preposição “até”, que pode ou não ser acompanhada
de preposição A, o que também torna facultativo o emprego do acento indicador de crase.
Exemplo:
ATENÇÃO!!!
Há de se tomar cuidado também com a pegadinha da crase facultativa no “às”. Cuidado! Uma vez presente o
acento na forma plural “às”, não há como omitir esse acento sem que se façam outras alterações.
Muitas são as questões que vão afirmar ser facultativo o acento grave no “às” que antecede pronomes
possessivos plurais. Sem fazer quaisquer ajustes, não é possível omitir esse acento de forma alguma.
Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de
Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
É obrigatório o sinal indicativo de crase empregado em “às suas peregrinações”, de maneira que sua
supressão acarretaria incorreção gramatical no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Analisemos o trecho:
... e dando viço às suas peregrinações.
A crase é resultado da fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “dar” – dar algo a alguém –
com o artigo definido “as” – requerido pelo substantivo “peregrinações”.
Não empregar o acento indicador de crase significaria assim escrever:
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Nessa construção, haveria apenas o artigo “as” e a preposição “a” - de que não se pode abrir mão, por se
tratar de uma necessidade de regência – estaria ausente, o que resultaria em erro gramatical.
Dessa forma, é correto concluir que existe a necessidade da crase, para que se mantenha a correção
gramatical.
Atenção!
A grande dúvida que poderia surgir está relacionada aos casos facultativos de crase antes de pronomes
possessivos femininos e antropônimos (nomes de pessoa) femininos.
No entanto, é necessário atestar que, mesmo em casos de crase facultativa, há a necessidade da preposição
“a”. Sem ela, não faz sentido se falar em crase. A preposição é inegociável.
O que ocorre é que a crase é facultativa porque é facultativa a presença de artigo antecedendo pronome
possessivo feminino e antropônimo feminino. Tanto faz anteceder artigo ou não.
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O que precisamos ter em mente é que, para que haja acento indicador de crase na locução, esta deve
ser introduzida por palavra feminina.
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Como se pode ver, trata-se de um caso bastante rico em detalhes. Estejamos atentos às seguintes
locuções específicas.
Quando a palavra “casa” é empregada no sentido de “lar” e não vem especificada, não pede artigo. Se,
por sua vez, houver especificação da casa, haverá artigo.
O mesmo ocorre com a palavra “terra”, no sentido de “terra firme”. Só haverá artigo, se vier especificada.
Já a palavra “distância” somente será antecedida de artigo se vier quantificada ou especificada (a
distância de 100m, a distância de um palmo, etc.)
Esse artigo, ao se unir à preposição A, resultará na crase. Observe:
Regressaram a casa para almoçar. (SEM crase, haja vista que CASA não foi especificada)
Regressaram à casa de seus pais. (COM crase, haja vista que CASA foi especificada)
Regressaram a terra depois de muitos dias. (SEM crase, haja vista que TERRA não foi especificada)
Regressaram à terra natal. (COM crase, haja vista que CASA não foi especificada)
Observamos o acidente a distância. (SEM crase, haja vista que DISTÂNCIA não foi especificada)
Observamos o acidente à distância de um quarteirão. (COM crase, haja vista que DISTÂNCIA foi
especificada)
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Quando você a uma pizzaria (hum...) e pede no cardápio uma pizza à moda do chefe ou uma pizza à
moda da casa, trata-se da pizza que o chefe costuma fazer ou daquela que a casa costuma servir. É a pizza com
marca do chefe – em imitação ao jeito de fazer da pessoa - ou da casa – em imitação ao jeito de fazer de um lugar.
Entendem?
Dessa forma, a locução À MODA DE somente pode ser subentendida quando estiver associada a uma
ideia de lugar ou pessoa.
Bife à (moda) Oswaldo Antunes.
Atenção!!!
Cuidado!
Não é possível subentender MODA, pois PASSARINHO e CAVALO nem são gente, nem lugar!
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Atenção!!!
Exemplos:
Exemplos:
Perguntaram, após a aula, ÀQUELE PROFESSOR
seu parecer sobre a polêmica questão. Homenagearam, ao final do cruso, AQUELE
(= Perguntaram, após a aula, A ESTE DEDICADO FUNCIONÁRIO.
PROFESSOR seu parecer sobre a polêmica (= Homenagearam, ao final do curso, ESTE
questão. DEDICADO FUNCIONÁRIO.)
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Não há crase antes do pronome relativo QUE, pois antes dele, há somente preposição A – requerida
pela forma verbal “me refiro”.
Para se certificar disso, substituam “nação” por “país”. Teremos a construção “Este é o país A QUE
me refiro”.
Vejam que não houve alteração na forma A QUE.
É sinal de que não há crase.
Há crase antes do pronome relativo, pois ocorre a fusão da preposição A – requerida pela forma verbal
“me refiro” – com o relativo A QUAL.
Para se certificar disso, substituam “nação” por “país”. Teremos a construção “Este é o país AO QUAL
me refiro”.
O fato de aparecer a forma AO QUAL é sinal de que ocorre crase, resultado da fusão da preposição A
com relativo A QUAL.
Substituindo “sugestão” por “palpite”, teremos: “Houve um palpite anterior AO QUAL você me deu”.
O fato de aparecer a forma AO QUE é sinal de que ocorre crase, resultado da fusão da preposição A
com o demonstrativo A (= aquela).
O que isso significa, professor? Significa que termos coordenados entre si (ligados por conjunção
coordenativa) devem ser construídos de forma similar.
Observe a seguinte frase:
Note que nem “localização”, nem “infraestrutura”, nem “atendimento” foram antecedidos de artigo.
O que ocorre é a presença da preposição “a”, requerida pela regência de “elogios” (elogios a algo/alguém).
Essa preposição está explícita antes de “localização” e implícita antes de “infraestrutura” e “atendimento”.
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Note, portanto, que, numa coordenação de termos, ou todos recebem artigo, ou ninguém recebe.
Caiu em prova!
Desde 2012, entre os projetos voltados à recuperação e à reinserção social, está a remição de pena por meio da
leitura. Desde 2012, entre os projetos voltados à recuperação e à reinserção social, está a remição de pena por
meio da leitura.
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase poderia ser eliminado em
ambas as ocorrências no trecho “voltados à recuperação e à reinserção social” (l. 3).
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Note que os termos “recuperação” e “reinserção social” estão coordenados entre si pela conjunção “e”. Dessa
forma, é preciso atentar para o paralelismo sintático.
Temos no trecho a presença assegurada da preposição “a”, requerida pela regência de “voltados” – voltados A
ALGO.
Isso posto, temos duas opções.
A primeira é determinar cada termo por artigo, resultando na construção original “voltados à recuperação e à
reinserção social”.
Já a segunda opção é omitir o artigo antes de cada termo coordenado, permanecendo apenas a preposição.
Isso resulta na construção “voltados a recuperação e (a) reinserção social”.
Portanto, é possível omitir o sinal indicativo de crase, desde que isso se faça em ambos os termos coordenados.
Resposta: CERTO
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c) A vinda de imigrantes, em que o estímulo foi responsável o governo, passou a ocorrer em 1740.
RESOLUÇÃO:
Lembremo-nos de que a forma ONDE se emprega quando verbo ou nome solicitam a preposição EM para
introduzir lugar. No caso de AONDE, quando a preposição solicitada for A.
Exemplos:
O hotel ONDE nos hospedamos... (quem se hospeda se hospeda EM algum lugar)
ALTERNATIVA D - CERTA - A preposição EM posicionada antes do relativo QUE é solicitada pela forma
“se deu” para se ligar ao termo antecedente “escala” (se deu em uma escala...).
ALTERNATIVA E - ERRADA - Não se emprega artigo após as formas pronominais relativas CUJO(S),
CUJA(S).
Resposta: D
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a) Quando se está à envelhecer, as nossas sensações boas ou más, parecem confundir-se em nosso espírito.
b) Não se tribute as nossas experiências desafortunadas, a responsabilidade maior de um penoso
envelhecimento.
c) Em meio aquelas boas horas da infância, sempre havia alguma suspeita, de que tudo logo acabaria.
d) Quem diria, que a proporção que o tempo passa, mais retornos imaginários experimentamos à outras
idades?
e) Corresse o tempo de modo uniforme, como alguns acreditam, não voltaríamos às mais antigas sensações.
RESOLUÇÃO:
Analisemos as opções;
ALTERNATIVA A - ERRADA - O primeiro erro está no emprego de crase antes da forma verbal
“envelhecer”. O segundo erro decorre da vírgula após “más”, que separa sujeito (as nossas sensações boas ou
más) e verbo (parecem confundir-se).
ALTERNATIVA B - ERRADA - É preciso empregar crase antes de “nossas”, haja vista que ocorre fusão da
preposição A - requerida pela regência de “se tribute” - com o artigo AS - facultativo diante do pronome
possessivo “nossas”. Além disso, deve-se retirar a vírgula após “desafortunadas”, pois ela isola o predicado (Não
se tribute...) do sujeito (a responsabilidade...)
Resposta: E
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c) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o segmento sublinhado em de cuja goela saiu [...] o mundo
(1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.
d) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3o parágrafo) com o verbo na
voz passiva analítica deve conter a forma seja reconhecida.
e) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º parágrafo) por caso, o verbo
pensar deve assumir a forma do presente do modo subjuntivo.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A – ERRADA – A forma verbal “teria” faz referência a uma ação futura em relação a um
passado mitológico remoto. Caso se substitua por “tivesse”, estar-se-ia fazendo referência a uma ação
hipotética no passado.
A construção resultante seria: “Segundo a mitologia, Zeus tivesse designado uma medida apropriada e
um justo limite para cada ser: ...”. Nela há carência de elementos coesivos que introduzam a forma verbal de
Subjuntivo. Seria necessária uma adaptação de construção do tipo: “Segundo a mitologia, se Zeus tivesse
designado uma medida apropriada e um justo limite para cada ser: ...“.
ALTERNATIVA B – ERRADA – Fazendo a alteração sugerida, a construção resultante seria: ... o governo
do mundo ajusta-se assim à uma harmonia precisa e mensurável...
O emprego do acento indicador de crase é inadequado, haja vista que o substantivo “harmonia” já está
determinado por artigo indefinido “uma”. Não faria sentido um artigo definido antecedendo um artigo
indefinido.
ALTERNATIVA C – ERRADA – Preserva-se a correção gramatical. No entanto, o sentido sofre alteração.
No trecho original – “de cuja goela saiu”-, o movimento é para fora (de dentro da goela para fora dela). Já no
trecho reescrito – “em cuja goela imergiu” -, o movimento é para dentro (de fora da goela para dentro dela).
Lembre-se de que “imergir” significa “mergulhar”; “emergir”, “surgir”, “vir à tona”.
ALTERNATIVA D – ERRADA – A forma verbal “se reconheça” está na voz passiva sintética. O pronome
“se” é apassivador, pois está associado a um verbo que solicita objeto direto (quem reconhece reconhece
algo/alguém).
A “missão” da partícula apassivadora é transformar esse objeto direto em sujeito paciente.
No caso específico, o objeto direto do verbo “reconhecer” seria “o privilégio de exprimir a alma”. Com a
entrada do “se” apassivador, esse termo se converte em sujeito. Portanto, o sujeito da forma verbal “se
reconheça” é “o privilégio de exprimir a alma”, com núcleo “privilégio”.
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Logo, a forma sintética “embora se reconheça... o privilégio...” se converte na forma analítica “embora o
privilégio... seja reconhecido...”.
Assim, o item erra por um detalhe: é “reconhecido”, e não “reconhecida”.
Resposta: E
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto de pessoas que
jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou no porto de Manaus.
No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como parte de um conjunto de acordos
internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico
ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam
prestar serviços ao Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres
chegaram aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças foram junto. Ali já
estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes e tijolos, também eram responsáveis
pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20
pessoas que viviam no mesmo lugar em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para
se transformar em uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos Educandos. Diferente
dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia continuar ali com os filhos, o marido
Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos Mina. O salário não era grande coisa, mas a
amizade antiga com Bertoldo garantia alimento extra à mesa para todos. A tranquilidade durou pouco. O
diretor dos Educandos, certamente mal informado pela boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que
era ladra e dada a bebedeiras. Menos de 3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras
públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela desapareceu da
documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são poderosos para iluminar cenas da vida
desta cidade que estavam nas sombras. A presença negra no Amazonas é tratada de modo marginal na
historiografia local e só muito recentemente vemos mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio.
A história de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a trajetória dessas
pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo bem pouco visível na história
do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escravos, libertos e africanos livres no mundo do
trabalho no século XIX.
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Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos. Suas vidas comuns
foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo.
Seres humanos verdadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias.
A expressão destacada pode ser antecedida – sem prejuízo do sentido, da coesão e da correção gramatical –
por
a) alcançarem à.
b) fizerem juz a.
c) que ocorresse.
d) lhe sucederem.
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois “alcançar” é verbo transitivo direto, não aceitando a crase
em “alcançarem à”.
ALTERNATIVA B: Temos nesta alternativa duas incorreções. A primeira é a conjugação do verbo “fazer”.
Como não há conectivo algum, deveria ser colocado aí o infinitivo flexionado no plural, e não o futuro do
subjuntivo. Assim, “fizerem” deveria ser substituído por “fazerem”. Além disso, existe incorreção na ortografia
de “juz”, que deveria ser grafado como “jus”.
ALTERNATIVA C: Alternativa correta, pois o trecho descrito pode receber adequadamente a expressão
“que ocorresse”, sem prejuízo de sentido nem incorreção gramatical, mantendo-se a coesão do período.
ALTERNATIVA D: O possessivo “sua” retoma o sujeito “eles”. Sendo assim, não poderia ser incluído o
trecho da alternativa D com o pronome “lhe” – singular. Deve-se empregar a forma plural “lhes”.
ALTERNATIVA E: Alternativa incorreta, já que “conceder” é verbo que, nesta situação, se comporta
como transitivo direto e indireto. O objeto direto seria “emancipação” e o indireto deveria ser representado por
“lhes”, e não por “os”. Lembremo-nos de que o pronome “lhe(s)” atua tipicamente como objeto indireto, ao
passo que “o(s), a(s)”, como objetos diretos.
Resposta: C
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Os deuses parecem ter um prazer especial em desmoralizar quem faz profecias sobre os limites da ciência.
Auguste Comte afirmou, em 1835, que nunca surgiria um meio para estudarmos a composição química das
estrelas. Bem, o método existe e hoje sabemos do que elas são feitas. Sabemos até que nós somos feitos de
poeira estelar.
É verdade que Comte não era cientista, mas filósofo. Só que cientistas não se saem muito melhor. Um dos
maiores físicos de seu tempo, lorde Kelvin, escreveu em 1900: "Não há mais nada novo a ser descoberto na
física; só o que resta fazer são medidas cada vez mais precisas". Vieram depois disso relatividade, mecânica
quântica, modelo padrão etc.
Marcus du Sautoy conta essas histórias em The Great Unknown (O Grande Desconhecido). Ele sabe, portanto,
que caminha em terreno perigoso quando se propõe a discutir os limites do conhecimento humano. Mas Du
Sautoy, que é professor de matemática em Oxford e autor de vários livros de divulgação, tenta jogar em
território razoavelmente seguro. Ele vai às fronteiras da ciência em que já temos informações suficientes para
saber que há barreiras formidáveis a um conhecimento total.
A teoria do caos, por exemplo, assegura que nunca conseguiremos fazer previsões de longo prazo acerca de
fenômenos como a meteorologia e engarrafamentos de trânsito. O problema é que alterações mínimas nas
condições iniciais podem produzir alterações dramáticas depois de um tempo – e nós nunca temos
conhecimento completo do presente.
Analogamente, ele mostra como o princípio da incerteza, a extensão do cosmo e a provável inexistência do
tempo também limitam a possibilidade de conhecimento. Ao final, Du Sautoy retorna à sua especialidade e
mergulha nas implicações dos teoremas da incompletude de Gödel, que criam embaraços para a própria
matemática. É diversão certa para quem gosta de grandes questões.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: www.folha.uol.com.br. 19.11.2017)
Vieram depois disso relatividade, mecânica quântica, modelo padrão etc. (2° parágrafo)
A forma verbal empregada nessa frase é intransitiva, assim como a destacada em:
a) Marcus du Sautoy conta essas histórias em The Great Unknown (O Grande Desconhecido).
b) Analogamente, ele mostra como o princípio da incerteza, a extensão do cosmo e a provável inexistência do
tempo também limitam a possibilidade de conhecimento.
c) Ao final, Du Sautoy retorna à sua especialidade e mergulha nas implicações dos teoremas da incompletude
de Gödel [...]
d) Auguste Comte afirmou, em 1835, que nunca surgiria um meio para estudarmos a composição química das
estrelas.
e) Sabemos até que nós somos feitos de poeira estelar.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois “conta” é, nesse caso, transitivo direto, com objeto direto
“essas histórias” e adjunto adverbial “em The Great Unknown”.
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ALTERNATIVA B: O verbo “mostrar” é transitivo direto. O objeto direto é a expressão oracional “como
o princípio da incerteza [...] limitam a possibilidade de conhecimento”. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta. Nesse contexto, “retorna” está colocado como verbo transitivo
indireto, tendo como objeto indireto a expressão “à sua especialidade”, introduzida pela preposição “a”, que
está aglutinada com o artigo definido “a”, resultando no fenômeno da crase.
ALTERNATIVA D: Alternativa correta, pois “surgiria” precisa apenas do sujeito “um meio para
estudarmos”, já que seu sentido é completo por si só, sendo, então, intransitivo.
ALTERNATIVA E: A forma verbal “sabemos” é transitiva direta. Seu objeto direto é a oração “que nós
somos feitos...”.
Resposta: D
e) Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas
quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais.
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RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois “ver” é transitivo direto, por isso, a expressão “à qual”
deveria ser substituída por “a qual”, removendo a preposição descrita na crase. Além disso, a preposição em
“de cujo” deve ser removida para manter a correção, pois não há termo que indique a necessidade dela.
ALTERNATIVA B: Deve-se empregar a forma “Não se devem assumir”, para que haja concordância com
o sujeito paciente “os vícios”. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA C: Outra alternativa incorreta, já que o verbo “registre” deveria estar flexionado na 3ª
pessoa do plural, afinal seu sujeito é “as marcas”. Além disso, “se impõe” também está inadequado, pois tem
como sujeito o pronome “que”, que por sua vez retoma “as marcas”. Sendo assim, esse verbo deveria estar
flexionado na 3ª pessoa do plural.
ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta. O verbo “curvar-se” requer preposição “a” (quem se curva se
curva a algo). Sendo assim, “de cujo” deveria ser corrigida como “a cujo”. Além disso, “cuja” indica a relação
entre um possuidor e um possuído. Em “em cuja” o possuidor é “linguagem”, contudo falta o termo possuído.
ALTERNATIVA E: Alternativa gramaticalmente perfeita.
Resposta: E
Considerando a regência e a estruturação das sentenças, a alternativa em que as duas construções estão
corretas é:
a) Uma de que eu gosto / Fez promessas das quais não me esqueci.
b) numa época em que a TV ainda não existia / Numa época aonde a corrupção não era divulgada.
c) muitas das marchinhas que ouvíamos no rádio / Muitos dos desfiles cuja a transmissão assistíamos pela TV.
ALTERNATIVA A: Alternativa correta, pois “gostar” é transitivo indireto que requer a preposição de; em
outro ponto, “esquecer” está conjugado na sua forma pronominal, que requer a preposição “de”.
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ALTERNATIVA B: Os pronomes “onde/aonde” só podem ser empregados para fazer menção a lugar, o
que não é o caso no segundo trecho. Nele, deve ser empregada a forma “em que”.
ALTERNATIVA C: O verbo “assistir” no sentido de “observar, ver” tem transitividade indireta, requerendo
preposição “a”. Portanto, a forma pronominal “cuja” deve ser precedida da preposição “a”, pedida pelo verbo
“assistir”. Além disso, não se deve empregar artigo definido após as formas cujo e variações. Alternativa
incorreta.
ALTERNATIVA D: Quem planta planta “algo” “em algum lugar”. Portanto, deveria haver preposição
“em” antes do pronome “que”. Além disso, o que cai cai “em algum lugar”. Sendo assim, antes de “o qual”
deveria haver a preposição “em”, resultando na forma “no qual”.
ALTERNATIVA E: Quem precisa voltar precisa voltar “a algum lugar”. Por esse motivo, deveria haver a
preposição “a” antes de “que”. Mais uma alternativa incorreta.
Resposta: A
8. FCC - Ag SA (SABESP)/SABESP/Ambiental/2018
c) Os amantes correspondiam-se regularmente, mas as cartas não os diziam o que estavam sentindo.
d) Todas as segundas-feiras, o rapaz esperava que o carteiro o entregasse uma carta da amada.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Quem lê lê algo. O verbo “ler”, portanto, é transitivo direto, requerendo complemento
direto, no caso o pronome oblíquo “as”, que retoma “cartas”. Alternativa correta, pois “as” exerce, pela
gramática, essa função sintática.
ALTERNATIVA B: Quem pergunta pergunta algo a alguém. Nesse caso, o objeto direto é a oração “se
aquele amor...”. O objeto indireto está incorretamente colocado como “o”, o qual poderia exercer apenas
função de objeto direto, devendo ser substituído por “lhe”. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA C: Mesmo caso da alternativa anterior, já que quem diz diz algo a alguém. No caso, as
cartas diziam “o que estavam sentindo” a “eles”. Como existe uma preposição antes de “eles”, deveria ser usado
um pronome oblíquo com função de objeto indireto, que, no caso, seria o “lhes”. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA D: Mesma situação das alternativas anteriores, devendo o “o” ser substituído por “lhe”.
Alternativa incorreta.
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Resposta: A
O filósofo sempre foi considerado um personagem bizarro, estranho, capaz de cair num poço quando se
embrenha em suas reflexões − é o que contam a respeito de Tales (cerca de 625-547 a.C.). O primeiro filósofo,
segundo a tradição grega, combina enorme senso prático para os negócios com uma capacidade de abstração
que o retira do mundo. Por isso é visto como indivíduo dotado de um saber especial, admirado porque manipula
ideias abstratas, importantes e divinas. No fundo não está prefigurando as oposições que desenharão o perfil
do homem do Ocidente? O divino Platão e o portentoso Aristóteles fizeram desse estranhamento o autêntico
espanto diante das coisas, o empuxo para a reflexão filosófica.
Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como um profissional
competindo com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já inscritas no nome de sua profissão:
a prometida amizade pelo saber somente se cumpre se a investigação for levada até seu limite, cair no abismo
onde se perdem suas raízes. A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa
da adesão a um saber já feito e compromisso com a busca do correto.
Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo
da mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de
textos, em moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus
pressupostos ligados ao mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim
num militante doutrinário. Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia
contemporânea nenhum estímulo para que o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais
consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam
dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses
privados. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera dele e,
assim, também pode usufruir de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela
teia de condutas que inverte o sentido original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se
pretende ser amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-
se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas.
Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011,
edição digital)
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a) compromisso.
b) desconfiar.
c) afastar-se.
d) reflexão.
e) assumiu.
RESOLUÇÃO:
O nome “compromisso”, por ter sentido incompleto, requer complemento nominal, o qual é sempre
introduzido por preposição. Nesse caso, a expressão “de desconfiar” é justamente o complemento nominal de
“compromisso”, justificando o uso da preposição em relação a esse termo.
Resposta: A
A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação.
Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou
relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas
não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas,
onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na
composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse
sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados,
ou até diretamente imitados ou parafraseados.
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um
punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será
que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes
faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança,
pensamento independente?
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação
inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore
influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar
todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de
seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na
minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
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Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar,
e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é
emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito
individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o
que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.
(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017,
ed. digital)
Afirma-se corretamente:
a) No segmento que talvez sejam essenciais para a realização criativa, o elemento sublinhado pode ser
suprimido, uma vez que se encontra diante da preposição “a”.
b) Caso o elemento sublinhado em A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação seja
substituído por “arte de imitar”, o sinal indicativo de crase deve ser suprimido.
c) Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado em Firmam-se no que lhes é conhecido e
seguro pode ser substituído por “à elas”.
d) Na frase “vemos em todo ser humano e em muitos animais propensões psicológicas, e até fisiológicas, à
imitar”, o uso do sinal indicativo de crase é adequado.
e) O sinal indicativo de crase no segmento fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta é
facultativo e pode ser suprimido.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois “para” é uma preposição anterior a um artigo definido “a”,
que serve para definir o substantivo “realização”. Seria possível não omitir, mas substituir “para” pela
preposição “a”, resultando na fusão da preposição com artigo “à”.
ALTERNATIVA B: Alternativa também incorreta, pois o verbo “adiciona” pede uma preposição “a”
introduzindo seu objeto indireto. Além disso, “arte de imitar” pode aceitar sem incorreção o artigo “a”.
Portanto, a substituição feita não impõe a remoção do sinal indicativo de crase.
ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta, pois não existe crase antes de pronome pessoal, caso de “elas”.
ALTERNATIVA D: Não pode haver crase antes de verbos, caso pelo qual “à imitar” impõe um uso
inadequado do acento grave.
ALTERNATIVA E: A gramática normativa prevê que a existência de artigo antes de pronomes possessivos
é facultativa, o que é o caso de “nossa”. Como ocorre a presença da preposição “a” e o artigo definido é
facultativo, a crase se torna facultativa nessa construção. Portanto, alternativa correta.
Resposta: E
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b) à − a − a
c) à − para a − à
d) a − a − à
e) a − à – a
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois na terceira lacuna, a existência de crase é obrigatória, já que
o verbo “aduzir” – que significa “conduzir” - impõe o uso da preposição “a”, que se ligará a um outro “a”, artigo
definido de “voz”.
ALTERNATIVA B: Alternativa também incorreta pela terceira lacuna, já explicada no item anterior, bem
como pela segunda, que necessita de “para”, pois “a qual” retoma “experiência olfativa”. Sendo assim, quem
usa “analogias” usa analogias “para” algo.
ALTERNATIVA C: Alternativa correta. A primeira lacuna requer o uso da crase porque “semelhante” é
nome transitivo, ou seja, que não tem sentido completo sozinho, requerendo um complemento nominal
iniciado pela preposição “a”. Dessa forma, a preposição “a” - requerida por “semelhante” - e o artigo que define
“experiência” se juntam e formam o fenômeno da crase. A justificativa para as duas outras lacunas já foi feita
nas alternativas anteriores.
ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta por causa das duas primeiras lacunas.
ALTERNATIVA E: Alternativa incorreta por causa de todas as lacunas.
Resposta: C
Brasília é recente - foi fundada há menos de 60 anos -, mas, com contribuições de várias partes do país, formou
a própria identidade. Descubra expressões típicas de lá que ajudam a revelar o jeito de ser do povo da capital
federal.
Ele é muito aguado.
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Refere-se a alguém que chora por qualquer coisa e de forma fingida - ou seja, um manteiga-derretida
especializado em lágrimas de crocodilo.
Nunca vi garçom tão apagado!
É assim que os brasilienses se referem a alguém lento, lerdo. “Apagar” também pode ser sinônimo de
assassinar.
Só pode ser agá.
“Agá”, em Brasília, é piada. E por lá corre o seguinte “agá”: não é à toa que o prédio do Congresso Nacional tem
o formato dessa letra...
Eu vou de camelo.
Famoso por fazer parte da letra da música Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, o termo “camelo” denota
bicicleta.
Quando ela chegou, dei de cabrito.
Sabe-se lá por que o filhote da cabra ganhou essa fama no Distrito Federal: “dar de cabrito” é sair de fininho, à
francesa.
(Adaptado de: IACONIS, Heloísa. Todos. São Paulo: Mol, Fevereiro/março, p. 37)
A alternativa que apresenta alterações em fragmento do texto, mantendo a correção e o sentido originais, é
a) As palavras referem-se a pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns
manteigas-derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
b) As palavras referem-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, manteigas-
derretida especializados em lágrimas de crocodilo.
c) As palavras refere-se à pessoas que chora por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns manteigas-
derretidas especializadas em lágrimas de crocodilo.
d) As palavras refere-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns manteiga-
derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
e) As palavras referem-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de formas fingidas - ou seja, umas
manteigas-derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Alternativa correta, pois a redação do trecho está feita de forma a respeitar a correção
gramatical bem como o sentido original do texto.
ALTERNATIVA B: O substantivo “pessoas”, por estar no plural, requer que seja usado o artigo definido
feminino plural. Sendo assim, o uso de “à” é inadequado, devendo ser substituído por “às” – contração da
preposição com artigo - ou por apenas pela preposição “a”. Em outro ponto, o uso de “manteigas-derretida”, é
incorreto, pois, como se trata de um substantivo composto formado por um substantivo (manteiga) e por um
adjetivo (derretido), ambos os termos deveriam estar no plural.
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ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta, por causa da crase anterior a “pessoas”, como já explicitado
anteriormente. Além disso, ocorre erro na flexão do verbo “chorar”, que está no singular, não concordando com
“pessoas”, mesmo caso do verbo “refere-se”, que não está concordando com seu sujeito “as palavras”.
ALTERNATIVA D: Os erros nesta alternativa são três já explicados anteriormente: A flexão do verbo
“refere-se”, a crase antes de “pessoas” e a pluralização do substantivo composto “manteiga-derretida”.
ALTERNATIVA E: Alternativa também incorreta por causa da crase antes de pessoas e por causa da
quebra de concordância de gênero entre “umas” e “especializados” no trecho “umas manteigas-derretidas
especializados”.
Resposta: A
Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como um profissional
competindo com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já inscritas no nome de sua profissão:
a prometida amizade pelo saber somente se cumpre se a investigação for levada até seu limite, cair no abismo
onde se perdem suas raízes. A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa
da adesão a um saber já feito e compromisso com a busca do correto.
Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo
da mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de
textos, em moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus
pressupostos ligados ao mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim
num militante doutrinário. Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia
contemporânea nenhum estímulo para que o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais
consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam
dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses
privados. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera dele e,
assim, também pode usufruir de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela
teia de condutas que inverte o sentido original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se
pretende ser amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-
se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas.
Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o sentido de seu comportamento.
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(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011,
edição digital)
A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo.. .(último parágrafo)
No segmento acima, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua “mídia” por
a) imprensa.
b) programas.
c) meio de comunicação.
d) debates.
e) propagandas.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Alternativa correta. O substantivo “imprensa” admite o uso de artigo definido “a”, que
se liga à preposição “a” requerida pelo nome “exposição”, resultando no uso de crase.
ALTERNATIVA B: Alternativa incorreta, porque “programas” é substantivo masculino, não admitindo o
artigo definido feminino.
ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta, pois “meio de comunicação” é outro substantivo masculino, que
não admite o uso de artigo feminino.
ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta. Mais uma alternativa que não admite artigo definido feminino
por ser substantivo masculino.
Resposta: A
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E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais,
coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um
artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode
iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios
“ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim,
poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.
Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que
talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os
especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não
pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais
uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que
concerne ao que nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível emh:t
tps://www.goethe.de)
b) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), caso o verbo em destaque seja substituído
por “prefere”, o termo sublinhado deverá ser também substituído por “à”.
c) Em especialista em questões ligadas à Amazônia (1º parágrafo), o sinal de crase pode ser suprimido, uma
vez que se trata de uso opcional da preposição “a”.
d) Em o nome da região de que a arte em questão vem (2º parágrafo), caso se substitua o verbo em destaque
por “advém”, o termo sublinhado terá de ser substituído por “à”.
e) Em E você encontrou uma resposta a essa pergunta? (3º parágrafo), pode-se substituir o segmento
sublinhado por “à”, do mesmo modo que em para responder a sua pergunta (2º parágrafo).
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois o verbo “aceitar” é transitivo direto no caso em tela, não
admitindo a preposição “a”.
ALTERNATIVA B: Alternativa incorreta, pois o verbo “preferir” requer objeto direto para representar a
“coisa preferida” e objeto indireto introduzido pela preposição “a” para representar a “coisa preterida”. No caso
específico do item, está-se falando da coisa preferida, não havendo, assim, preposição e, consequentemente,
não sendo possível o emprego da crase.
ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta, pois ocorre a fusão da preposição “a” - requerida pelo nome
“ligadas” - com o artigo “a” – solicitado pelo topônimo “Amazônia”. Para chegar à conclusão de que
“Amazônia” pede artigo, fazemos o teste “Voltamos da Amazônia com artigo”.
ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta, pois a forma verbal “advém” segue não só o modelo de
conjugação do verbo “vem” como também sua transitividade. Sendo assim, não se admitirá a preposição “a”
em sua regência.
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ALTERNATIVA E: Alternativa correta. No primeiro segmento, o uso da crase é obrigatório por causa da
requisição do nome incompleto “resposta”, que pede a preposição “a”. A ela se soma o artigo “a”, solicitado
pelo substantivo “resposta”. Além disso, do mesmo modo seria permitida a crase em “a sua”, pois o uso de
artigo definido feminino antes de pronome possessivo é facultativo.
Resposta: E
"Sente os pés no chão", diz a instrutor a, com a voz serena de quem há décadas deve sentir os pés no chão,
"sente a respiração”.
"Inspira, expira", ela diz, mas o narrador dentro da minha cabeça fala mais alto: "Eis então que no início do
terceiro milênio, tendo chegado à Lua e à engenharia genética, os seres humanos se voltavam ávidos a técnicas
milenares de relaxamento na esperança de encontrar alguma paz e algum sentido para suas vidas
simultaneamente atribuladas e vazias".
Um lagarto, penso, jamais faria um curso de meditação. "Sente a pedra. A barriga na pedra. Relaxa a cauda.
Agora sente o sol aquecendo as escamas. Esquece as moscas. Esquece as cobras rondando a toca. Inspira.
Expira." Eu imagino que o lagarto sinta a pedra. A barriga na pedra. O prazer simples e ancestral de lagartear
sob o sol.
Se o lagarto consegue esquecer as moscas ou a cobra rondando a toca, já não sei. A parte mais interna e mais
antiga do nosso cérebro é igual à dos répteis. É dali que vem o medo, ferramenta evolutiva fundamental para
trazer nossos genes triunfantes e nossos cérebros aflitos através dos milênios até aquela roda, no décimo
segundo andar de um prédio na cidade de São Paulo.
Não há nada de místico na meditação. Pelo contrário. Meditar é aprender a estar aqui, agora. Eu acho que nunca
estive aqui, agora. O ansioso está sempre em outro lugar. Sempre pré-ocupado. Às vezes acho que nasci meia
hora atrasado e nunca recuperei esses trinta minutos. "Inspira. Expira".
Não é um problema só meu. A revista dominical do "New York Times" fez uma matéria de capa ano passado
sobre o tema. Dizia que vivemos a era da ansiedade. Todas as redes sociais são latifúndios produzindo
ansiedade. Mesmo o presente mais palpável, como um prato fumegante de macarrão, nós conseguimos
digitalizar e transformar em ansiedade. Eu preciso postar a minha selfie dando a primeira garfada neste
macarrão, depois nem vou conseguir comer o resto do macarrão, ou sentir o gosto do macarrão, porque estarei
ocupado conferindo quantas pessoas estão comentando a minha foto comendo o macarrão que esfria, a minha
frente.
"Inspira, expira.” A voz da instrutora é tão calma e segura que me dá a certeza de que ela consegue comer o
macarrão e me dá a esperança de que também eu, um dia, aprenderei a comer o macarrão. É só o que eu peço
a cinco mil anos de tradição acumulada por monges e budas e maharishis e demais sábios barbudos ou
imberbes do longínquo Oriente. "Inspira. Expira.” Foco no macarrão.
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O sinal indicativo de crase pode ser acrescido, por ser facultativo, à expressão destacada em:
a) Meditar é aprender a estar aqui, agora.
b) se voltavam ávidos a técnicas milenares de relaxamento...
e) Esquece as moscas.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta, pois não se permite crase antes de verbo, no caso “estar”.
ALTERNATIVA B: No caso em questão, a crase seria inadequada, pois “técnicas” está mantida no plural.
Se empregássemos “à”, haveria uma crase singular antes de plural, o que não é possível. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA C: Alternativa incorreta, pois “aquecendo” tem transitividade direta, não admitindo
qualquer preposição.
ALTERNATIVA D: Alternativa correta, pois o pronome possessivo “minha” torna facultativa a existência
de artigo o antecedendo. Como já ocorre a preposição introduzindo a locução “a minha frente”, a crase se tirna
facultativa.
ALTERNATIVA E: Mais uma alternativa incorreta, pois esquecer, empregado na forma não pronominal,
é um verbo transitivo direto, não admitindo preposição.
Resposta: D
a) A frase de Sartre para a qual o autor chama a atenção corresponde à síntese do existencialismo.
b) Daniel Klein lançou-se à ler Sartre em busca de uma filosofia pela qual pudesse se identificar.
c) As palavras de Sartre de que o autor cita no texto associam-se à uma síntese do existencialismo.
d) A filosofia na qual Sartre é representante lança luz sobre como damos sentido à nossas escolhas.
e) Ao fazer menção à esta filosofia de Sartre, o autor sugere com que nossas decisões sejam revistas.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A: O verbo “chamar” é, na situação demonstrada na alternativa, transitivo direto e
indireto. Nesse caso, quem “chama” “chama” algo (atenção) para/a algo/alguém (para a qual). Além disso, o
verbo “corresponder” tem transitividade indireta, necessitando da preposição “a”. Essa preposição se junta ao
artigo definido feminino singular admitido por “síntese”, que formam corretamente o fenômeno da crase.
Alternativa correta.
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ALTERNATIVA B: Alternativa incorreta. Não pode haver crase antes de verbo (... à ler). Além disso,
ocorre erro em “pela qual pudesse se identificar”. A expressão verbal “pudesse se identificar” requer a
preposição “com”, o que torna necessária a substituição de “pela qual” por “com a qual”.
ALTERNATIVA C: Quem cita cita algo. Sendo assim, a preposição “de” em “de que o autor cita” está
colocada de forma incorreta. Além disso, não se deve empregar crase antes de “uma síntese”, pois não faz
sentido somar um artigo definido antes de um indefinido. Alternativa incorreta.
ALTERNATIVA D: Quem é representante é representante de algo. Nesse caso, “na qual” antes de
“Sartre” deveria ser substituído por “da qual”. Além disso, a crase antes de “nossas” está incorreta, pois o artigo
definido na crase não está no plural. Assim, haveria duas saídas, grafar o “a” sem acento grave ou adicionar a
pluralização nesse termo, transformando-o em “às”.
ALTERNATIVA E: Mais uma alternativa incorreta, pois não pode haver crase antes do pronome
demonstrativo “esta”.
Resposta: A
17.FCC - TJ TRT19/Administrativa/2014
Tudo é grandioso na Amazônia, o maior bloco remanescente de floresta tropical do planeta. Com pouco mais
de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, espalha-se por nove países da América do Sul − a maior parte está
no Brasil, que detém 69% da área coberta pela floresta. Estima-se ainda que ela abrigue quase 25% de todas as
espécies de seres vivos da Terra, além de 35 milhões de pessoas (20 milhões somente no Brasil). A Amazônia
tem também a maior bacia fluvial do mundo, fundamental para a drenagem de vários países e para a geração
de chuvas. É o maior reservatório de água doce do planeta, com cerca de 20% de toda a água doce disponível.
Por isso, é um dos reguladores do clima e do equilíbrio hídrico da Terra.
Apesar de tanta grandiosidade, são as alterações em pequena escala, como a abertura de clareiras para a
extração seletiva de madeira, que podem representar uma das principais ameaças à conservação do
ecossistema, destaca o biólogo Helder Queiroz, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá. De modo geral, explica Queiroz, as principais ameaças à Amazônia estão hoje associadas às práticas
que levam direta ou indiretamente à perda de hábitats e à redução de populações de plantas e de animais.
"Muitas árvores com madeira de grande valor comercial são fundamentais para a alimentação de diversos
animais", diz Queiroz.
Hoje, a perda de ambientes naturais é maior numa região conhecida como Arco do Desmatamento, que se
estende do sul ao leste da Amazônia Legal − uma área de 5 milhões de km2 que engloba oito estados. O Arco
do Desmatamento, definido pela fronteira da expansão agropecuária − que converte grandes extensões de
floresta em pastagens −, concentra cerca de 56% da população indígena do país.
As regiões de várzea, em terrenos mais baixos, no interior da floresta amazônica, também têm atraído a
atenção do poder público durante a elaboração de estratégias de conservação do ecossistema. Boa parte dessa
região é inundada pelas chamadas águas brancas, de origem andina, ricas em sedimentos e nutrientes. Nesses
trechos, a vegetação tende a ser mais abundante. Devido a essa riqueza em recursos naturais, as florestas de
várzea sofrem mais com a constante ocupação humana. Todas as grandes cidades amazônicas, e boa parte das
pequenas, estão localizadas nessas áreas.
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Curso Regular de Língua Portuguesa Aula 08
(Adaptado de: ANDRADE, Rodrigo de Oliveira, Pesquisa Fapesp, outubro de 2013. p. 58-60)
A Amazônia tem também a maior bacia fluvial do mundo... (1o parágrafo)
Nas frases transcritas do Texto I, o verbo que exige o mesmo tipo de complemento do grifado acima está em:
RESOLUÇÃO
A forma verbal “tem” em destaque é classificada como transitiva direta, tendo como objeto direto “a
maior bacia pluvial do mundo”.
ALTERNATIVA A – ERRADA – A forma verbal “é”, referente ao verbo “ser”, corresponde a um verbo de
ligação.
ALTERNATIVA B – ERRADA – A forma verbal “está” é classificada na frase como intransitiva. O termo
“no Brasil” funciona sintaticamente como adjunto adverbial de lugar.
Observação: O verbo “estar” somente será de ligação se estiver ligando um nome a um atributo. É o que
vemos em “O professor está doente em casa”. Se não houver o atributo, temos o caso de um verbo intransitivo.
É o que vemos em “O professor está em casa.”.
ALTERNATIVA C – ERRADA - A forma verbal “sofrem” é classificada como transitiva indireta, tendo
como objeto indireto “com a ocupação humana”.
ALTERNATIVA D – ERRADA - A forma verbal “levam” em destaque é classificada como transitiva
indireta, tendo como objeto indireto “à perda de hábitats”.
ALTERNATIVA E – CERTA - A forma verbal “detém” em destaque é classificada como transitiva direta,
tendo como objeto direto “69% da área coberta pela floresta”.
Resposta: E
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atacados de fome. E se encontra o Nordeste por toda a parte em seus poemas. [...] É ainda no caráter
puramente regionalista de sua poesia que se distingue o Sr. Jorge de Lima. Porque o seu regionalismo não é
um limite à sua emoção e não tem por outra parte o caráter de partido político daquele que rapazes de S.Paulo
oferecem ao país com as insistências de anúncios de remédio. O regionalismo do jovem poeta nordestino é a
sua emoção mais que a sua ideologia. O Nordeste não vem em sua poesia como um tema ou uma imposição
doutrinária, vem como a expressão lírica de um nordestino evocar a sua terra.
(Nota preliminar a Poemas escolhidos. REGO, José Lins do. in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de
Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, vol. I, p. 140-142)
E são estes poemas mesmo um canto comovido à terra de que ele esteve segregado. (Texto III, 1o parágrafo)
A expressão grifada acima deverá preencher corretamente a lacuna existente em:
a) Na época ...... o poeta esteve preso a regras, seus versos perderam muito em emoção lírica.
b) O artificialismo ...... se prendem alguns poetas compromete a sincera expressão de seus sentimentos.
c) A obra ...... se fala contém versos que demonstram o verdadeiro lirismo de seu autor.
d) Os estímulos ...... um poeta compõe sua obra se originam na realidade vivida e transformada por ele.
ALTERNATIVA A – ERRADA – Deve-se empregar a forma “em que”, haja vista que a forma verbal
“esteve” solicita a regência da preposição “em” (quem esteve preso esteve preso em alguma época).
ALTERNATIVA B – ERRADA – Deve-se empregar a forma “a que”, haja vista que a forma verbal “se
prendem” solicita a regência da preposição “a” (quem se prende se prende a algo).
ALTERNATIVA C – CERTA - Deve-se empregar a forma “de que”, haja vista que a forma verbal “se fala”
solicita a regência da preposição “de” (se fala de algo).
ALTERNATIVA D – ERRADA - Deve-se empregar a forma “com que”, haja vista que a forma verbal
“compõe” solicita a regência da preposição “com” (quem compõe uma obra compõe uma obra com algo).
ALTERNATIVA E – ERRADA – Deve-se empregar simplesmente o pronome relativo “que”, haja vista que
a forma verbal “traduzem” não solicita preposição (quem traduz traduz algo).
Resposta: C
Responsabilidade social
• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais
socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das
comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no
compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior do que
gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente
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b) Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente [...], inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o
desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.
c) a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade.
d) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] conservar a vitalidade da terra e a
biodiversidade.
e) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] promover o desenvolvimento sustentável,
o bem-estar e a qualidade de vida.
RESOLUÇÃO
Ocorre equívoco na redação da letra C no trecho “...procura respeitar e cuidar da comunidade.”, haja vista
que os verbos “respeitar” e “cuidar” possuem regências distintas e estão ligados a um mesmo complemento –
no caso, “da comunidade”. O verbo “respeitar” é transitivo direto. Portanto, a ele não satisfaz o complemento
“da comunidade”. Já “cuidar” é transitivo indireto e solicita complemento introduzido pela preposição “de”. A
ele sim satisfaz o complemento “da comunidade”.
Dessa forma, uma proposta de correção seria: “...procura respeitar a comunidade e cuidar desta.”.
Resposta: C
O caldo cultural do Nordeste, particularmente do sertão, foi primordial na formação do paraibano Ariano
Suassuna. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e formas de
expressão artística que mais tarde viriam a influenciar o seu universo ficcional, como a literatura de cordel e o
maracatu rural. Não só histórias e casos narrados foram aproveitados para o processo de criação de suas peças
e romances, mas também todas as formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e
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reelaboradas por Suassuna. Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da
poética popular nordestina.
Com apenas 19 anos, Suassuna ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas. As atividades que o grupo
desenvolveu apontavam para três direções: levar o teatro ao povo por meio de apresentações em praças
públicas, instaurar entre os componentes do conjunto uma problemática teatral e estimular a criação de uma
literatura dramática de raízes fincadas na realidade brasileira, particularmente na nordestina.
No final do século XIX, surgiu no Nordeste a chamadaliteratura de cordel. A primeira publicação de folheto no
Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870.
O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos nas feiras
livres. O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros, considerado por Ariano Suassuna “o mais
genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste”.
A peça Auto da Compadecida, de Suassuna, é uma releitura do folclore nordestino em linguagem teatral
moderna. O enredo da peça é um trabalho de montagem e moldagem baseado em uma tradição muito antiga,
que remonta aos autos medievais e mais diretamente a inúmeros autores populares que se dedicaram ao
gênero do cordel.
As apropriações de Suassuna tanto do folheto nordestino quanto de outras fontes literárias são possíveis
porque a palavra imitação, usada por Suassuna, remete-nos ao conceito aristotélico de mimesis, cujo
significado não representa apenas uma repetição à semelhança de algo, uma cópia, mas a representação de
uma realidade. Suassuna já fez diversos elogios da imitação como ato de criação e costuma dizer que boa parte
da obra de Shakespeare vem da recriação de histórias mais antigas.
Recontar uma história alheia, para o cordelista e para o dramaturgo popular, é torná-la sua, porque existe na
cultura popular a noção de que a história, uma vez contada, torna-se patrimônio universal e transfere-se para
o domínio público. Autoral é apenas a forma textual dada à história por cada um que a reescreve.
(Adaptado de FOLCH, Luiza. Disponível em: www.omarrare.uerj.br/numero15. Acesso em 17/05/2014)
A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e... (1º parágrafo)
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de complemento que o grifado na frase acima está empregado
em:
a) O caldo cultural do Nordeste (...) foi primordial na formação do paraibano Ariano Suassuna.
RESOLUÇÃO
A forma verbal “familiarizou” em destaque é classificada como transitiva direta e indireta, tendo como
objeto direto “o futuro escritor e dramaturgo” e como objeto indireto “com temas e...”.
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ALTERNATIVA A – ERRADA – A forma verbal “foi”, referente ao verbo “ser”, corresponde a um verbo de
ligação.
ALTERNATIVA B – CERTA – A forma verbal “levar” é classificada na frase como transitiva direta e
indireta. O termo “o teatro” funciona sintaticamente como objeto direto e “ao povo”, objeto indireto.
ALTERNATIVA C – ERRADA – A forma verbal “remonta” é classificada como transitivo indireto e tem
como objeto indireto “aos autos medievais”.
Resposta: B
Tudo é grandioso na Amazônia, o maior bloco remanescente de floresta tropical do planeta. Com pouco mais
de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, espalha-se por nove países da América do Sul − a maior parte está
no Brasil, que detém 69% da área coberta pela floresta. Estima-se ainda que ela abrigue quase 25% de todas as
espécies de seres vivos da Terra, além de 35 milhões de pessoas (20 milhões somente no Brasil). A Amazônia
tem também a maior bacia fluvial do mundo, fundamental para a drenagem de vários países e para a geração
de chuvas. É o maior reservatório de água doce do planeta, com cerca de 20% de toda a água doce disponível.
Por isso, é um dos reguladores do clima e do equilíbrio hídrico da Terra.
Apesar de tanta grandiosidade, são as alterações em pequena escala, como a abertura de clareiras para a
extração seletiva de madeira, que podem representar uma das principais ameaças à conservação do
ecossistema, destaca o biólogo Helder Queiroz, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá. De modo geral, explica Queiroz, as principais ameaças à Amazônia estão hoje associadas às práticas
que levam direta ou indiretamente à perda de hábitats e à redução de populações de plantas e de animais.
"Muitas árvores com madeira de grande valor comercial são fundamentais para a alimentação de diversos
animais", diz Queiroz.
Hoje, a perda de ambientes naturais é maior numa região conhecida como Arco do Desmatamento, que se
estende do sul ao leste da Amazônia Legal − uma área de 5 milhões de km2 que engloba oito estados. O Arco
do Desmatamento, definido pela fronteira da expansão agropecuária − que converte grandes extensões de
floresta em pastagens −, concentra cerca de 56% da população indígena do país.
As regiões de várzea, em terrenos mais baixos, no interior da floresta amazônica, também têm atraído a
atenção do poder público durante a elaboração de estratégias de conservação do ecossistema. Boa parte dessa
região é inundada pelas chamadas águas brancas, de origem andina, ricas em sedimentos e nutrientes. Nesses
trechos, a vegetação tende a ser mais abundante. Devido a essa riqueza em recursos naturais, as florestas de
várzea sofrem mais com a constante ocupação humana. Todas as grandes cidades amazônicas, e boa parte das
pequenas, estão localizadas nessas áreas.
(Adaptado de: ANDRADE, Rodrigo de Oliveira, Pesquisa Fapesp, outubro de 2013. p. 58-60)
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... que podem representar uma das principais ameaças à conservação do ecossistema ... (Texto I, 2o
parágrafo)
O sinal indicativo de crase deverá permanecer, como no exemplo acima, caso o segmento grifado seja
substituído por:
ALTERNATIVA A – ERRADA – Não se emprega crase antes de palavra masculina, como é o caso do
substantivo “componente”.
ALTERNATIVA B – ERRADA – Não se emprega crase antes de pronome indefinido, como é o caso de
“alguma”.
ALTERNATIVA C – ERRADA – Não se emprega crase antes de pronome indefinido, como é o caso de
“qualquer”.
ALTERNATIVA D – ERRADA – Não se emprega crase antes de palavra masculina, como é o caso de
“respeito”.
ALTERNATIVA E – CERTA – Deve-se empregar a crase, haja vista que ocorre a fusão da preposição “a” –
requerida pela regência do substantivo “ameaças” (ameaças a algo) – com o artigo “a” – requerido pelo
substantivo “pesquisa”.
Resposta: E
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ALTERNATIVA B – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do substantivo “legado” (legado a algo) – com o artigo “a” – solicitado
pelo substantivo “atualidade”.
ALTERNATIVA C – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do substantivo “continuidade” (continuidade a algo) – com o artigo
“a” – solicitado pelo substantivo “miséria”.
ALTERNATIVA D – CERTA – É facultativo o emprego da crase no trecho. A preposição “a” é garantida
pela regência do verbo “submeter” (submeter a algo). Já a presença do artigo “a” é facultativa antes do
pronome possessivo feminino “sua”. Dessa forma, é possível dispensar o acento grave, sem qualquer prejuízo
à correção gramatical.
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ALTERNATIVA E – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do “impor” (impor algo a alguém) – com o artigo “a” – solicitado pelo
substantivo “sociedade”.
Resposta: D
a) a − às − à − a
b) à − as − a − à
c) a − as − à − a
d) à − às − a − à
e) a − às − a – a
RESOLUÇÃO
O primeiro espaço deve ser preenchido com “à”, haja vista que a locução “a distância” é empregada com
acento indicador de crase, quando é especificada a distância. Caso contrário, não havendo a especificação, não
se emprega a crase.
O segundo espaço deve ser preenchido com “as”, haja vista que “as tardes” é objeto direto da forma
verbal “passava”.
O terceiro espaço deve ser preenchido com a preposição “a”. Como não há artigo definido em “de uma
praça”, não haverá também artigo antes de “outra”.
Por fim, o último espaço deve ser preenchido com “à”, haja vista que ocorre a fusão da preposição “a” –
requerida pela regência da forma verbal “entregue” (entregue a algo) – com o artigo “a” – solicitado pelo
substantivo “discrição”.
Resposta: B
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a sua missão nos atrai, que as temeridades, os sacrifícios, os perigos da sua comunhão nos acenam, ainda hoje,
com uma sedução diversa, mas às vezes não menos viva que a de vinte e sete anos atrás, quando o jornalismo
arrebatou pela primeira vez no seu torvelinho a nossa mocidade.
Cada país, cada raça, cada estado social, cada época tem a sua imprensa, e, na mesma época, o Proteu reveste,
para cada ambição, para cada parcialidade, para cada tendência, para cada apostolado, a sua forma, atenuada,
ou típica, vivaz, ou decadente, confessa, ou dissimulada. As grandes nações coevas poderiam caracterizar-se
cada qual pelo caráter do seu jornalismo. Mas através das variedades que o diversificam, das especialidades,
que o enriquecem, das excentricidades que o desnaturam, a origem do seu valor, do seu poderio, da sua
resistência indestrutível está na transparência luminosa da sua ação sobre a sociedade, na sua correspondência
com os sofrimentos populares, na sua solidariedade com as reivindicações do direito, na irreconciliabilidade da
sua existência com a da ignorância, a da mentira, a da torpeza.
Obs.: Proteu − um deus do mar, capaz de se metamorfosear em todas as formas que desejasse, fossem animais
ou quaisquer outros elementos, como água ou fogo.
(Rui Barbosa. Campanhas jornalísticas. 4. ed. São Paulo: Edigraf, 1972. p. 138-139)
... quando associada à misteriosa onipotência da verdade. (1o parágrafo)
Mantém-se corretamente o à − com o sinal indicativo de crase − se o segmento grifado for substituído por:
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA C – ERRADA - Não se emprega crase antes de palavra masculina – no caso, “valores”.
ALTERNATIVA D – CERTA – De fato, ocorre a fusão da preposição “a” – requerida pela regência de
“associada” (associada a algo) – com o artigo “a” – requerido pelo substantivo “defesa”.
ALTERNATIVA E – ERRADA - Não se emprega crase antes de pronome indefinido – no caso, “qualquer”.
Resposta: D
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(Trecho adaptado de Antonio Candido e José Aderaldo Castello. Presença da literatura brasileira:
Modernismo. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997, p.11-12)
... os modernistas promoveram uma valorização diferente do léxico, paralela à renovação dos assuntos.
O sinal indicativo de crase presente na frase acima deve ser mantido em caso de substituição do segmento
grifado por:
a) muita inovação no repertório.
b) uma grande reformulação dos temas.
Não se emprega o acento indicativo de crase nas letras A e C, porque pronomes em geral - no caso, os
indefinidos "muita" e "toda" - não solicitam artigo definido "a".
Na letra B, não faz sentido empregar a crase, uma vez que o artigo solicitado foi o indefinido "uma".
Na letra D, não se emprega a crase, uma vez que que o substantivo "mudanças", se solicitasse artigo,
solicitaria o definido "as".
Para se empregar a crase, deveríamos escrever "... às profundas mudanças temáticas".
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Por fim, na letra E, a crase está corretamente empregada, sendo resultado da fusão da preposição “a” –
requerida pela regência do nome “paralela” - com o artigo “a” – solicitado pelo substantivo feminino
“transformação”.
Resposta: E
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e) A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou outro critério se faça
segundo à natureza do caso.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A - ERRADO - Em lugar de "na qual", deve-se empregar "da qual", uma vez que a forma
verbal "se valer" solicita a regência da preposição "de" (quem se vale, se vale de algo). Além disso, não faz
sentido o emprego do pronome relativo "cuja", uma vez que não temos uma relação de posse. O correto, então,
seria: "A argumentação da qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia que pretendia confundir função
técnica com função política.".
ALTERNATIVA B - CERTO - O uso da preposição "para", antes do pronome relativo "cujo", é necessidade
requerida pela forma verbal "exige-se" (exige-se algo para algo). Além disso, a preposição "a" antes de "quem" é
necessidade da regência do verbo "caber" a alguém (caber a alguém).
ALTERNATIVA C - ERRADO - O uso de "do que" está equivocado, uma vez que a regência
de "preferível" é dada pela preposição "a". É equivocado também o uso do pronome relativo "onde", uma vez
que este não indica lugar. Assim, o correto seria: "Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso
do voto à promoção pelo mérito no qual nem todos confiam.".
ALTERNATIVA D - ERRADO - O uso da preposição "de", entes do primeiro pronome relativo "que", é
equivocado, uma vez que a forma verbal "se imputa" não a solicita. Já o emprego da preposição "em", antes do
segundo pronome relativo, é justificada pela regência da forma verbal "se reveste" (se reveste em algo). Assim,
o correto seria: "A má reputação que se imputa ao "assembleísmo" é análoga àquela em que se reveste a
'meritocracia'."
ALTERNATIVA E - ERRADO - O uso do pronome relativo "cujo" é inadequado, uma vez que não existe
uma relação de posse. É equivocado também o emprego da crase em "à", uma vez é solicitado apenas o artigo
definido "a". Assim, o correto seria: "A convicção da qual não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de
um ou outro critério se faça segundo a natureza do caso.".
Resposta: B
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do
vizinho da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva
conversa que mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à frente um senhor desliza os dedos no
laptop no colo, e se eu erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de ação − que passa nos quatro
monitores estrategicamente posicionados no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente, as falas se
cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
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Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não
seja movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que,
enfim, os homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos,
linguagens prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce
que a solidão humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais.
Emitimos e cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas
carências permanentes?
a) No ônibus de viagem, ao qual recorro regularmente, sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões.
b) Ao contrário de outros tempos, já não é mais ao crepúsculo que me atenho em minhas viagens.
c) A conectividade está nos conduzindo a um destino com o qual ninguém se arrisca a prever.
d) As pessoas absortas em suas conexões parecem imergir numa espécie de solidão com cujo sentido é difícil
de atinar.
e) O cronista considera que nossas necessidades permanentes, às quais alude no último parágrafo, disfarçam-
se em meio a tantas conexões.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A - CERTA - A preposição "a", que se funde com o pronome relativo "o qual", é solicitada
pela regência do verbo "recorrer" (quem recorre, recorre a algo).
ALTERNATIVA B - CERTA - A preposição "a" é solicitada pela regência do verbo "ater-se" (quem se atém,
se atém a algo).
ALTERNATIVA C - ERRADA - Está equivocado o emprego da preposição "com", uma vez que o
verbo "prever" é transitivo direto. Assim, deve-se corrigir para:"... um destino o qual ninguém se arrisca a prever".
ALTERNATIVA D - CERTA - A preposição "com", que antecede o pronome relativo "cujo", é solicitada
pela regência do verbo "atinar" (quem atina, atina com algo).
ALTERNATIVA E - CERTA - A preposição "a", que se funde com o pronome relativo "a qual", é solicitada
pela regência do verbo "aludir" (quem alude, alude a algo).
Resposta: C
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Esse tipo de previsão sempre suscitou visões catastrofistas acerca do futuro da humanidade. O mais notório
dos pessimistas, o economista inglês Thomas Malthus, apregoava no século XIX que, quanto mais gente
houvesse no mundo, mais fome, miséria, epidemias e guerras se propagariam. Graças aos avanços na medicina
e na agricultura, as previsões funestas de Malthus não se confirmaram, assim como falharam as de seus
seguidores.
O tom alarmista acerca do crescimento populacional arrefeceu. A humanidade terá de colocar toda sua
inventividade à prova para dar conta de demandas crescentes sem depredar o ambiente ou viver sob escassez.
Existe um consenso de que também o padrão de consumo dos recursos naturais terá de ser revisto, desafio que
o florescer de uma nova classe média só torna mais complicado. Mantendo-se o ritmo atual, se de fato
atingirmos a marca de 10 bilhões de habitantes, teremos um planeta à beira do colapso.
A expansão desse estrato intermediário de renda não significa apenas a vitória gradual do homem sobre a
pobreza. Vencido o estágio mais básico da sobrevivência, esse grupo passa a se preocupar com o futuro e a
abraçar políticas que lhe permitam seguir avançando, como aquelas que enfatizam o direito de propriedade, a
segurança jurídica e as liberdades individuais. É ainda um contingente com mais estudo e capacidade para
buscar soluções que deem conta dos gigantescos desafios do mundo de 7 bilhões de habitantes.
(Monica Weinberg e Renata Betti. Veja, 2 de novembro de 2011, p. 125 a 129, com adaptações)
... por volta de 2100, ano em que, segundo as projeções da ONU, a Terra terá completado seu décimo bilhão de
habitantes.
e) A explosão do número de habitantes no planeta, ...... contam alguns cientistas, parece estar atualmente sob
certo controle.
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RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A - CERTA - A forma "basear-se" solicita a regência da preposição "em", que deve ser
posicionada antes do pronome relativo "que".
ALTERNATIVA D - ERRADA - A lacuna deve ser preenchida com "de que (da qual)". O
verbo "necessitar" solicita a regência da preposição "de", que deve ser posicionada antes do pronome
relativo "que (a qual)".
ALTERNATIVA E - ERRADA - A lacuna deve ser preenchida com "com que (com a qual)". O
verbo "contar" solicita a regência da preposição "com", que deve ser posicionada antes do pronome
relativo "que (a qual)".
Resposta: C
O teatro de mamulengos, como a maioria das artes de bonecos, chegou ao Brasil, com os portugueses, sob a forma
de presépio. Esse tipo de apresentação já era realizado na Europa desde a Idade Média, com o objetivo de difusão
religiosa, característica que faz com que religião e teatro de bonecos se misturem desde a origem.
Muita coisa mudou na arte do mamulengo, a começar pela duração dos espetáculos. Histórias e linguagem também
variam bastante de um grupo para outro. Histórias são passadas de geração para geração, enquanto outras são
criadas. Esse teatro tem como principal característica o improviso, e os espectadores participam dele o tempo todo,
por isso o roteiro e o enredo não são fixos.
Com o tempo se desenvolveram dentro da modalidade dois tipos de mamulengos. O rural é o mais tradicional, que
conserva figuras alegóricas bíblicas, como a alma e o diabo, e cujo universo social reproduz os hábitos cotidianos,
os valores culturais, os conflitos entre os humildes e as autoridades nas fazendas e povoados. Já o mamulengo
urbano adota novas personagens e circunstâncias relacionadas à dinâmica das cidades e do tempo e mantém um
enredo, embora não abra mão do improviso.
(Conhecimento Prático Língua Portuguesa. São Paulo: escala educacional, no 21, p. 46-49, com adaptações)
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RESOLUÇÃO:
O pronome relativo "cujo" e suas variações são empregados na indicação de relações de posse.
Assim, "nome dos artistas" equivale a "artistas cujo nome". Vale ressaltar que este pronome repele o artigo
definido posicionado após.
Além disso, o verbo "lembrar" (o mesmo para o verbo "esquecer"), quando não pronominal, é transitivo
direto (todos lembram o nome dos artistas). Quando pronominal, é transitivo indireto, regido pela
preposição "de" (todos se lembram do nome dos artistas)
De acordo com as possibilidades apresentadas, verificamos a adequação da Letra B: "de cujo nome todos
se lembram."
Resposta: B
a) à - às – as
b) à - as – as
c) à - as – às
d) a - as – as
e) a - às – às
RESOLUÇÃO
A primeira lacuna deve ser preenchida com "à" - com acento indicador de crase -, haja vista que se tem a
fusão da preposição "a" - solicitada pelo nome "destinadas" - com o artigo definido "a" - solicitado pelo
substantivo feminino "agricultura".
A segunda lacuna dever ser preenchida com o artigo definido "as", haja vista que o verbo "estudar" é
transitivo direto. Dessa forma, não há a presença da preposição "a".
A terceira lacuna deve ser preenchida com "às" - com acento indicador de crase -, haja vista que se tem a
fusão da preposição "a" - solicitada pelo nome "sobrevivência" - com o artigo definido "as" - solicitado pelo
substantivo feminino "aves".
Resposta: C
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No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, o primeiro período do terceiro parágrafo poderia
ser assim reescrito: Contudo, os cientistas avisam que ter tanta luz à nosso dispor custa muito caro ao meio
ambiente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
É incorreto o emprego do acento grave antes da expressão masculina “nosso dispor”. O emprego da
crase no trecho reescrito implica explícito equívoco gramatical.
Resposta: ERRADO
a) depara-se a.
b) confronta com.
RESOLUÇÃO:
De fato, as regências “depara com” e “depara-se com” estão corretas, pois são previstas na gramática
normativa (Cegalla, por exemplo). Trata-se de puro decoreba!
Deparei com um gigantesco problema. (CERTO)
Resposta: E
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d) I, II e III.
e) II, III e IV.
RESOLUÇÃO:
I – O referente da forma verbal “passassem”…
A afirmação I está correta. Isso fica bem claro no trecho “… foi possível que as pessoas deixassem de
viver no que Hobbes definiu como estado natural … (as pessoas) passassem a viver…”
II – As formas pronominais em “geri-la” e “financiá-la”…
A afirmação III está correta. Isso fica bem claro no trecho “… a condição necessária (mas não suficiente)
para que o poder de tributar seja legítimo é que ele (=o poder de tributar) emane do Estado…”.
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A afirmação IV está incorreta, pois o trecho resultante “seria comparável à usurpação ou roubo” quebraria
o paralelismo sintático, haja vista que ocorre artigo antes de “usurpação” e não o ocorre antes de “roubo”. Para
que fosse possível a crase, o trecho deveria ser grafado assim: “seria comparável à usurpação ou ao roubo”.
Resposta: A
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de
meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas:
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços
em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de
que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas
peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
É obrigatório o sinal indicativo de crase empregado em “às suas peregrinações”, de maneira que sua
supressão acarretaria incorreção gramatical no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Analisemos o trecho:
... e dando viço às suas peregrinações.
A crase é resultado da fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “dar” – dar algo a alguém
– com o artigo definido “as” – requerido pelo substantivo “peregrinações”.
Não empregar o acento indicador de crase significaria assim escrever:
A grande dúvida que poderia surgir está relacionada aos casos facultativos de crase antes de pronomes
possessivos femininos e antropônimos (nomes de pessoa) femininos.
No entanto, é necessário atestar que, mesmo em casos de crase facultativa, há a necessidade da
preposição “a”. Sem ela, não faz sentido se falar em crase. A preposição é inegociável.
O que ocorre é que a crase é facultativa porque é facultativa a presença de artigo antecedendo pronome
possessivo feminino e antropônimo feminino. Tanto faz anteceder artigo ou não.
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— Espelho grande?
— Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza, porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da casa.
Mas não houve forças que a demovessem do propósito; respondia que não fazia falta, que era só por algumas
semanas, e finalmente que o “senhor alferes” merecia muito mais. O certo é que todas essas coisas, carinhos,
atenções, obséquios, fizeram em mim uma transformação, que o natural sentimento da mocidade ajudou e
completou. Imaginam, creio eu?
— Não.
— O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a
primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior,
que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os
rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A única parte do cidadão
que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar e no passado.
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Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em que a consciência do homem se obliterava, a do alferes
tornava-se viva e intensa. No fim de três semanas, era outro, totalmente outro.
(...)
— Convém dizer-lhes que, desde que ficara só, não olhara uma só vez para o espelho. Não era abstenção
deliberada, não tinha motivo; era um impulso inconsciente, um receio de achar-me um e dois, ao mesmo
tempo, naquela casa solitária; e se tal explicação é verdadeira, nada prova melhor a contradição humana,
porque no fim de oito dias, deu-me na veneta olhar para o espelho com o fim justamente de achar-me dois.
Olhei e recuei.
(...)
— De quando em quando, olhava furtivamente para o espelho; a imagem era a mesma difusão de linhas, a
mesma decomposição de contornos ... Subitamente, por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem
cálculo, lembrou-me... vestir a farda de alferes. Vesti-a, aprontei-me de todo; e, como estava defronte do
espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu então a figura integral; nenhuma linha de
menos, nenhum contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior. Daí em diante,
fui outro. Cada dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me diante do espelho, lendo, olhando,
meditando; no fim de duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime pude atravessar mais seis dias
de solidão, sem os sentir...
Machado de Assis. O espelho. In: John Gladson (Org.). 50 contos de Machado de Assis. Cia. das Letras. Edição
eletrônica. Internet: (com adaptações).
É facultativo o emprego do acento indicativo de crase em “à outra” (R.26), de modo que sua supressão não
comprometeria a correção gramatical e os sentidos originais do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a
primitiva cedesse à outra; ...
É inquestionável a presença da preposição “a”, requerida pela regência do verbo “ceder” (ceder a algo ou
a alguém).
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Portanto, o emprego do acento indicador de crase se faz necessário, pois ocorre a fusão da preposição
“a” com o artigo “a”.
Resposta: ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
É facultativa a presença de artigo definido feminino antes de pronome possessivo feminino e de nome
próprio feminino.
Dessa forma, a crase na locução de base feminina “à sua maneira” é facultativa.
A ausência do sinal indicativo de crase preserva sim a correção gramatical.
Resposta: CERTO
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado,
porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado
do leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em
nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que
reconforta nervos abalados. É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em
nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram
pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a
Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há
séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos
de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam
os gregos.
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras histórias da medicina. Porto Alegre:
Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações).
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1BBB, julgue o item.
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Seriam mantidos a correção gramatical e os sentidos do texto caso o trecho “aos médicos” fosse reescrito
como “dos médicos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Seria mantida a correção gramatical, mas o sentido da frase seria alterado, caso o trecho “aos médicos”
fosse reescrito como “dos médicos”. A questão envolve a regência do verbo “escapar”. Como se observa no
texto, a ideia presente em “escapou aos médicos” sugere que determinado fato não passou despercebido a
eles. Com o uso da forma “escapou dos médicos”, a substituição da preposição “a” pela preposição “de” implica
que algo fugiu, retirou-se ou esquivou-se deles. Assim, percebe-se que a correção gramatical permanece com
essa substituição, no entanto o sentido do trecho não se mantém.
Resposta: ERRADO
A correção gramatical do texto seria mantida com a substituição da preposição para pela preposição a, em para
participar da solenidade de lançamento do Projeto Parceiros da Paz e da Campanha Maranhão na
Prevenção às Drogas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O verbo “convidar” pode reger tanto a preposição “a” quanto a preposição “para”. Assim, alguém pode
ser convidado “a participar de uma campanha” ou “para participar de uma campanha”. Portanto, a correção
gramatical do texto seria mantida com a substituição da preposição para pela preposição a, em para participar
da solenidade de lançamento do Projeto Parceiros da Paz e da Campanha Maranhão na Prevenção às Drogas. Vale
destacar que, geralmente, o verbo “convidar”, quando rege a preposição “para”, costuma ser empregado no
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sentido de solicitar a presença ou chamar. Com a preposição “a”, costuma dar ideia de pedir, requerer. De
qualquer forma, a correção gramatical do texto se mantém.
Resposta: CERTO
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de
um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos.
(...) Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de
impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão
armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos
querem tudo que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se
lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não;
matam logo.
Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.
De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher
venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie
alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam
não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?
Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as
mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto
domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a
eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um
absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar
à vontade.
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, a forma verbal “deseje” (l.8) poderia ser
substituída por aspire a.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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RESOLUÇÃO:
O verbo “aspirar” pode ser usado no sentido de “desejar”. Nesse caso, ele rege a preposição “a”. Assim,
na questão, a forma verbal “deseje” (l.8) pode ser corretamente substituída por “aspire a”, mantendo-se a
correção gramatical e o sentido original do texto.
Resposta: CERTO
Fernando Pessoa. A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Com relação à variação linguística, aos fatores de textualidade e aos aspectos linguísticos do texto 6A1BBB,
julgue o item a seguir.
A regência do verbo preferir observada no quarto período do texto é típica da variedade culta do português
europeu, sendo pouco frequente na variedade brasileira do português, principalmente em textos informais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O trecho “Preferirá falar, gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar” fez uso de uma
regência muito típica no cotidiano dos usuários da língua portuguesa no Brasil. É fato que não existe uma única
forma de falar, visto que as variações linguísticas são uma realidade incontestável. No entanto, na sua regência
de acordo com o que se observa na gramática normativa, o verbo “preferir” não aceita as formas “que” ou “do
que”. Quando é transitivo direto e indireto, no objeto indireto, a preposição “a” introduz esse complemento
verbal. Portanto, é incorreto afirmar que o uso de “preferir”, conforme ocorreu no texto, é pouco frequente na
variedade brasileira do português. Sobretudo na informalidade, assim tem sido a norma por aqui.
Resposta: ERRADO
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RESOLUÇÃO:
Sem dúvida alguma, o sentido do texto seria prejudicado, embora sua correção gramatical fosse
preservada, caso a preposição presente na expressão “contra ameaças” fosse substituída pela preposição “de”.
Com a preposição “contra”, há a ideia de oposição, de contrariedade. Nesse caso, as ameaças precisam ser
combatidas, por isso a necessidade de defesa contra elas. Coma preposição “de”, a ideia é o posto do que
afirmamos anteriormente, pois, agora, as ameaças estariam sob defesa, protegidas. Com essa alteração, a
defesa das ameaças é o que passa a ocorrer.
Resposta: CERTO
O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego
aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação
de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime Organization, sendo
seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International Association of Maritime Aids to
Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país,
definir as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas
imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic identification
system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais (meteorológicos
e hidrológicos) e um sistema de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses sensores operam
integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade, identificar e monitorar o
tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a movimentação de embarcações e divulgar
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informações ao navegante. Adicionalmente, o Centro VTS pode fornecer informações que contribuam para o
aumento da eficiência das operações portuárias, como a atualização de horários de chegada e partida de
embarcações.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
No trecho em análise, a substituição da preposição “de” pela preposição “por” preserva a correção
gramatical do texto. Observe que a frase está na voz passiva analítica (verbo SER + PARTICÍPIO). Nesse trecho,
o termo “de um radar”, que é agente da passiva, pode ser escrito “por um radar”, sem incorreção gramatical. É
importante lembrar que, na voz passiva, o agente da passiva pode ser iniciado por ambas as preposições (de ou
por).
Resposta: CERTO
O emprego da preposição de introduzindo “das inovações” é exigido pela presença de “decorrente”, sendo as
inovações uma das quatro causas da crescente internacionalização mencionadas no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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RESOLUÇÃO:
A questão precisa ser considerada sob dois aspectos:
1º) O emprego da preposição “de” introduzindo “das inovações” é exigido pela presença da palavra
“velocidade” (velocidade das inovações), e não pela presença de “decorrente”.
2º) O enunciado apresenta três causas, e não quatro, da crescente internacionalização mencionada no
texto, a saber:
I) redução de barreiras ao comércio mundial;
Resposta: ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
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RESOLUÇÃO:
Não há crase entre palavras repetidas. Grave bem essa informação. É importante lembrar que crase é a
fusão da preposição a com o artigo a(s) e com o a dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo.
Para indicar essa fusão, usa-se o acento grave ( ` ) - indicador de crase. Assim, como não há artigo entre palavras
repetidas, a fusão de A + A, portanto, não pode acontecer. Portanto, o acento grave ( ` ), indicador de crase,
não ocorre em “dia a dia”.
Resposta: ERRADO
Encontradas principalmente nos embriões, mas também em alguns tecidos adultos como o adiposo, as células-
tronco têm a capacidade de se transformar em células de diversos tipos. Embora a chamada plasticidade das
embrionárias seja maior, os desafios éticos de pesquisas com esse tipo de células levaram a atenção de muitos
cientistas às células-tronco adultas. Na virada do milênio, publicações científicas em periódicos importantes
sugeriam que ambas teriam propriedades equivalentes.
Esperava-se que, ao serem injetadas em órgãos danificados, como um coração infartado, as células-tronco
adultas pudessem originar vasos sanguíneos e células cardíacas. Teve início, então, uma série de ensaios
clínicos — testes em pessoas —, que foram amplamente noticiados.
Hoje, sabe-se que as células-tronco adultas não são tão versáteis quanto prometiam. Os resultados dos ensaios
não foram animadores. Mas isso não significa que tenham sido descartadas como possível tratamento ou que
os esforços tenham sido desperdiçados. Na ciência, o negativo também é um resultado; mesmo que não renda
prêmios ou resulte em publicações, contribui para o avanço do conhecimento.
Alexandra Ozorio de Almeida.D ois passos para trás, um para frente. In: Revista Pesquisa Fapesp 2,60.ª ed.,
out./2017, p. 7 (com adaptações).
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto CG1A1AAA, julgue o item que se segue.
O emprego do acento indicativo de crase em “às células-tronco adultas” é facultativo, dada a presença de termo
masculino na palavra composta “células-tronco”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
No trecho “os desafios éticos de pesquisas com esse tipo de células levaram a atenção de muitos cientistas
às células-tronco adultas”, o acento indicador de crase é obrigatório. Observe que existe a regência da
preposição A, que se soma ao artigo definido feminino AS. Assim, tem-se:
“...levaram a atenção de muitos cientistas às (A + AS) células tronco.” O primeiro A da fusão é uma
preposição regida pela forma verbal levaram; o segundo, um artigo feminino no plural que acompanha a palavra
células-tronco.
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Como crase significa fusão, soma de A+A(s), o que resultaria na forma À(s), nesse caso, a crase é
obrigatória, e não facultativa.
Resolução: ERRADO
Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente,
para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade
de sua espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida.
Pode abrir as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar
na segunda-feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com
satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também
sem volta.
Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em
cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as
selvas úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região
metropolitana, são trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores
que comem carne de cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado
não do que foi, mas do que poderia ter sido.
Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.
Sem prejudicar a correção gramatical tampouco alterar o sentido do trecho, a expressão “serve para” poderia
ser substituída por convém à.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
A expressão “serve para” não poderia ser substituída por “convém à”. Na frase em análise “Um zoológico
serve para muitas coisas”, após a preposição “para”, há um pronome indefinido (muitas). Nesse caso, a reescrita
do trecho (Um zoológico convém a muitas coisas) deveria ser sem o acento grave, indicador de crase, visto que
não há crase se existe um A no singular seguido de nome no plural. Nesse caso, faltou o artigo definido,
necessário para a ocorrência da crase. Assim, o sentido do texto seria mantido com a alteração, mas não a
correção gramatical.
Resposta: ERRADO
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A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava
destinada a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da
casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava
de matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus
falou-me — escreveu depois — e convocou-me para servi-lo.
Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela
época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os
ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles,
praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais.
Coisa que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de
vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que
aprendera. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de
enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava
comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos
estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava
das péssimas condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não
havia, em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão
Houghton, mas ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca
mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a
guerra; mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence
era Florence —, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão
governamental sobre saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um
livro sobre esse treinamento.
Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis.
Grande e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao
mundo pouco deve importar que sejam estranhas.
Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com
adaptações).
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RESOLUÇÃO:
A correção gramatical do texto não seria mantida se fosse inserido o acento indicativo de crase no
vocábulo “a” no trecho “destinada a”. É importante destacar que crase é a fusão da preposição a com o artigo
a(s) e com o a dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo. Para indicar essa fusão, usa-se o
acento grave ( ` ) - indicador de crase. Nesse caso, como verbos não são precedidos de artigo, não há como
correr crase.
Resposta: ERRADO
No texto, o sinal indicativo de crase no trecho “equiparando-se às de ensino médio e secundário” foi
empregado porque a regência do verbo equiparar exige preposição “a”, e “escolas”, palavra que está
subentendida antes de “de ensino médio”, exige o artigo definido feminino plural as.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
De fato, é possível subentender o substantivo “escolas” antes de “de ensino médio”. Observe:
Resposta: CERTO
Texto CB4A1AAA
As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para
produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já
procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-
la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três
principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de
participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram
intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros.
Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em
desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse
estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance
social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua
solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem
condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da
ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação
pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por
consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos
variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito
de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013
(com adaptações).
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo
“a” em “a esse estado de coisas”
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
A correção gramatical do texto não seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no
vocábulo “a” em “a esse estado de coisas”. Considerando que crase é a fusão da preposição a com o artigo a(s)
e com o a dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo, no caso em análise, não ocorre crase pela
ausência do artigo antes de “esse”. Observe que a maioria dos pronomes não vem precedida de artigo, e o
pronome demonstrativo “esse” é um deles. Por essa razão, não ocorre crase em “a esse estado de coisas”.
Resposta: ERRADO
Para fazer frente a essas transformações, é necessário um novo tipo de planejamento urbano. Conceitos rígidos
dão lugar à flexibilidade, à análise de cenários alternativos e à inclusão da sociedade na formulação das políticas.
No trecho “à análise de cenários alternativos e à inclusão da sociedade na formulação das políticas”, o
emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório em ambas as ocorrências.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Observemos o seguinte trecho: ... dão lugar à flexibilidade, ... dão lugar à flexibilidade, À ANÁLISE DE
CENÁRIOS... E À INCLUSÃO DA SOCIEDADE...
Note que o trecho em destaque faz parte de uma enumeração. Isso posto, é necessário manter o
paralelismo sintático entre termos que compõem essa enumeração. O que isso significa? Significa que os
termos em enumeração devem ser construídos de forma similar. No caso, temos duas redações possíveis:
ou
Note que, na primeira construção, todos os termos são introduzidos por artigo, daí a necessidade da
crase.
Já na segunda construção, nenhum dos termos que compõem a enumeração estão introduzidos por
artigo.
Ambas estão corretas e atendem ao paralelismo sintático. Observe que ou todos os termos são
introduzidos por artigo ou nenhum deles é.
Voltemos ao item: ele diz que a crase em À ANÁLISE DE CENÁRIOS... E À INCLUSÃO DA SOCIEDADE...
é obrigatória.
Ora, sem mexer no primeiro termo “À FLEXIBILIDADE”, que é introduzido por artigo, o artigo deve
introduzir ANÁLISE e INCLUSÃO, resultando, obrigatoriamente no emprego da crase antes dessas duas
ultimas palavras.
Para que a crase fosse facultativa, deveria o item ter proposto alteração no primeiro termo da
enumeração, construindo-o sem artigo.
Resposta: CERTO
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase poderia ser eliminado em
ambas as ocorrências no trecho “voltados à recuperação e à reinserção social”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Termos coordenados entre si devem manter um paralelismo de construção, denominado de
PARALELISMO SINTÁTICO.
Note que “recuperação” e “reinserção” estão coordenados entre si, ligados pela conjunção E. Note que,
antes de cada um, há preposição A - requerida pela regência de “voltados” - com o artigo A.
A preposição é sagrada, não há como abrir mão dela, pois se trata de uma necessidade de regência. Mas
do artigo é possível sim abrir mão.
Como assim?
Uma outra redação possível seria omitir o artigo antes de cada termo, resultando na construção “...
voltados A recuperação e A reinserção social.” A palavrinha A destacada seria apenas uma preposição.
Dessa forma, visando à manutenção do paralelismo sintático, ou se dá artigo para todos os termos
coordenados, ou não se dá artigo para nenhum.
Outro exemplo:
Fiz elogios À LOCALIZAÇÃO, À INFRAESTRUTURA e AO ATENDIMENTO. >>> Note que todos os termos
coordenados estão introduzidos por preposição e artigo.
ou
Fiz elogios A LOCALIZAÇÃO, (A) INFRAESTRUTURA e (A) ATENDIMENTO. >>> Note que todos os
termos coordenados estão introduzidos apenas por preposição, não havendo artigo para ninguém.
Resumindo: ou todo mundo tem, ou ninguém pode ter artigo!
O item está, portanto, CERTO!
Resposta: CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
No trecho original “que atendessem aos requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral.”, o termo
“aos requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral” funciona sintaticamente como objeto indireto.
Já na proposta de reescrita “que atendessem os requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral.”,
o termo “os requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral” funciona sintaticamente como objeto
direto.
Ambas as construções estão corretas, haja vista que o verbo “atender” admite duas regências.
Resposta: CERTO
Seguiram-se outras instituições extrajudiciais com funções semelhantes em setores localizados, como as juntas
de trabalho marítimo e o Conselho Nacional do Trabalho, ambos de 1933. Somente com o advento do Decreto-
lei n.º 9.797 é que foi organizada a justiça do trabalho como hoje ela funciona, integrada ao Poder Judiciário.
O emprego do sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” justifica-se porque o verbo ligar
exige complemento regido pela preposição a, e a palavra “Secretaria” é antecedida pelo artigo definido
feminino singular a.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
De fato, a regência do verbo “ligar” solicita a preposição “a” (ligado A algo). Ademais, o nome “Secretaria
da Agricultura” solicita o artigo “a”. Para atestar este último, podemos constatar na frase “Voltei da Secretaria
de Agricultura” a presença da contração “da”, o que comprova a necessidade do artigo por parte do nome. Isso
posto, resulta daí o emprego do acento indicador de crase.
Resposta: CERTO
Costuma-se dizer que a forma de sufrágio denuncia, em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim,
quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade
absoluta. Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem preenchidas pelo cidadão para se
tornar eleitor, desde que não sejam discriminatórias ou levem em consideração valores pessoais. Segundo José
Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a todos os
nacionais de um país(e), sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade
especial. No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade,
além do requisito formal do alistamento eleitoral(a). Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado
o uso do adjetivo universal.
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).
Assinale a opção correta em relação à regência e ao emprego do sinal indicativo de crase no texto apresentado.
a) A correção gramatical do texto seria mantida, apesar de haver alteração de seu sentido, caso o trecho “do
alistamento eleitoral” fosse substituído por para o alistamento eleitoral.
b) Sem prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido original do texto, o trecho “submeter o
administrador ao controle e à aprovação do administrado” poderia ser reescrito da seguinte forma: submeter
ao administrador o controle e a aprovação do administrado.
c) A expressão “de índole” exerce a função de complemento de “controle” e, por isso, o emprego da preposição
“de” é exigido pela presença desse substantivo na oração.
d) Prejudicaria a correção gramatical do texto, assim como sua coerência, a substituição do trecho “que garante
o direito do cidadão” por que garante ao cidadão o direito.
e) Caso o trecho “todos os nacionais de um país” fosse substituído por todas as pessoas de um país, a partícula
“a” empregada imediatamente após “votar” deveria receber acento indicativo de crase.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A - CERTO - De fato, é prevista a regência da preposição "para" diante do nome
"requisito" ("requisito para algo").
ALTERNATIVA B - ERRADO - Ocorreria nítida alteração de sentido: na redação original "submeter o
administrador ao controle e à aprovação do administrado”, o administrador se submete ao administrado; já na
ALTERNATIVA D - ERRADO - Não prejudicaria nem a coerência nem a correção do texto a alteração
proposta, haja vista que o verbo "garantir" admite as duas regências: "garantir algo" ou "garantir algo a
alguém".
Resposta: A
O povo a que remete a ideia de soberania popular constitui uma unidade, e não, a soma de indivíduos. Jurídica
e constitucionalmente, a representação "representa" o povo (e não, todos os indivíduos). Além disso, não há
propriamente mandato, pois a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina
por instruções ou cláusulas estabelecidas entre ele (ou o conjunto de representantes) e o eleitorado. As
condições para o exercício do mandato e, no limite, seu conteúdo estão predeterminados na Constituição e
apenas nela. Estritamente, nem sequer é possível falar em representação, pois não há uma vontade pré-
formada. Há a construção de uma vontade, limitada apenas aos contornos constitucionais.
Eneida Desiree Salgado. Princípios constitucionais estruturantes do direito eleitoral. Tese de doutoramento.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010. Internet: <http://dspace.c3sl.ufpr.br> (com adaptações).
Julgue o próximo item, referente à estrutura e à tipologia do texto em apreço.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão "aos contornos constitucionais" fosse
substituída por à legislação constitucional.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
A correção gramatical é plenamente atendida com a alteração proposta. Vale ressaltar o emprego da
crase: ela é justificada pela contração da preposição "a" - requerida pelo nome "limitada" (limitada a algo) - com
o artigo definido "a" - solicitado pelo substantivo feminino "legislação".
Resposta: CERTO
Muitas são as questões que confundem o aluno, indicando-lhe erradamente os termos regentes e os
termos regidos!
Tanto é verdade que DAR solicita a preposição A, que conseguimos reescrever o trecho destacado da
seguinte maneira:
Resposta: ERRADO
Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.
O emprego do sinal indicativo de crase em "candidato às eleições" justifica-se porque a palavra "candidato"
exige complemento regido pela preposição "a", e a palavra "eleições" é antecedida por artigo definido feminino.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
A contração "às", em candidato às eleiçöes, resulta da fusão da preposição "a" com o artigo "as". A
preposição é requerida pela regência do nome "candidato" (candidato a algo), enquanto que o artigo definido
plural "as" antecede o substantivo "eleições", determinando-o.
Resposta: CERTO
Considerando que o item seguinte, na ordem em que esta apresentado, é parte sucessiva de um texto adaptado
do jornal Estado de Minas de 29/11/2010, julgue-o com referência à correção gramatical.
O empenho da Igreja Católica e de organizações não governamentais reunidas no Movimento de Combate a
Corrupção Eleitoral e o permanente acompanhamento da imprensa forçou a tramitação relativamente rápida
do projeto nas duas casas do Congresso.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Há dois equívocos: o primeiro está relacionado ao emprego do acento grave antes de "Corrupção",
resultado da contração da preposição "a" - exigida pela regência de "Combate" (Combate a algo) - com o artigo
definido "a" - solicitado pelo substantivo "Corrupção". Além disso, a forma verbal "forçou" deveria estar
conjugada no plural - "forçaram" -, para que houvesse a concordância com o sujeito composto de
núcleos "empenho" e "acompanhamento".
Resposta: ERRADO
A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à cargos eletivos dos condenados em decisão
colegiada por crimes contra a vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de autoridade, lavagem de dinheiro e
atentado à dignidade sexual, entre outros.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
Há dois equívocos observados: é necessário haver crase antes de "candidatura", uma vez que ocorre a
fusão da preposição "a" - exigida pela regência de "conceder"(conceder algo a alguém) - com o artigo
definido "a" - solicitado pelo nome "candidatura"; é incorreto o emprego da crase antes de "cargos", haja vista
que este é substantivo masculino, não exigindo, portanto, o artigo "a".
Resposta: ERRADO
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos
Arcos para abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, sinalizava
alguma concessão ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também
foram deixados sobre uma mesa.
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 213-16 (com adaptações).
Com base nas estruturas linguísticas e semânticas do texto acima, julgue o item.
A mesma norma gramatical que estabelece a ocorrência do sinal indicativo de crase em "eleição dos deputados
às cortes de Lisboa" prescreve o emprego desse sinal em eleição dos deputados à todas as cortes de Lisboa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
É equivocado o emprego do sinal indicativo de crase antes do pronome indefinido "todas", uma vez que
esse tipo de pronome repele o artigo definido "a". Sendo assim, o "a" antes de "todas as cortes" é somente
preposição e nele não incide acento grave.
Resposta: ERRADO
61. INÉDITA
Assinale a opção inteiramente de acordo com a norma culta no que se refere à regência e ao emprego do acento
indicador de crase.
a) Fizemos inúmeros elogios a localização, infraestrutura e atendimento do estabelecimento.
b) Pagamos os funcionários na data correta, cumprindo, assim, nossa promessa.
c) As mais monstruosas feras se iguala a mulher, ao saber que está sendo enganada pelas melhores amigas.
d) Todas as decisões de investimento tomadas pela diretoria do fundo de pensão implicaram em enormes
perdas para os seus segurados.
e) Os direitos que todos nós, durante tanto tempo, lutamos e conquistamos para as gerações atuais não
podem ser abolidos.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A – CERTA - Observe que foi atendido na frase o critério do paralelismo sintático. O que
isso significa? Significa que termos coordenados entre si (ligados por conjunção coordenativa) devem ser
construídos de forma similar.
Note que nem “localização”, nem “infraestrutura”, nem “atendimento” foram antecedidos de artigo.
O que ocorre é a presença da preposição “a”, requerida pela regência de “elogios” (elogios a algo/alguém).
Essa preposição está explícita antes de “localização” e implícita antes de “infraestrutura” e “atendimento”.
ALTERNATIVA B – ERRADA – O verbo “pagar” pode pedir, em sua regência, tanto objeto direto como
indireto.
No entanto, impõe o verbo que seu objeto direto seja a “coisa” e o indireto, a pessoa. Além disso, o objeto
indireto deve ser introduzido pela preposição “a”.
Dessa forma, está errada a construção “Pagamos os funcionários...”. Deve-se corrigir para “Pagamos aos
funcionários...”.
ALTERNATIVA C – ERRADA – A primeira oração está fora de ordem. Colocando-a em ordem, temos que
o sujeito é “a mulher”; a forma verbal é “se iguala”; o objeto indireto é “às mais monstruosas feras”.
Sendo assim, é necessário o emprego do acento indicador de crase, resultado da fusão da preposição “a”
– requerido pela regência do verbo “igualar-se”(igualar-se a algo/alguém) – com o artigo definido “as” –
requerido pelo substantivo “feras”.
A frase corrigida seria: “Às mais monstruosas feras se iguala a mulher, ao saber que está sendo enganada
pelas melhores amigas.”
ALTERNATIVA D – ERRADA – Muito cuidado! O verbo “implicar”, no sentido de “acarreta”, “resultar”, é
transitivo direto.
ALTERNATIVA E – ERRADA – O verbo “lutar” pede preposição “por”; já o verbo “conquistar” não pede
preposição. Fica errado assim coordenar dois verbos de diferentes regências.
A sugestão de redação que tornaria a frase correta seria:
“Os direitos que todos nós conquistamos para as gerações atuais e por que, durante tanto tempo, lutamos
não podem ser abolidos.”
Resposta: A
62. INÉDITA
Assinale a opção em que é obrigatória a presença do acento indicador de crase.
a) Posso dizer que aquela equipe confiei esta missão e, por isso, sinto-me responsável pela decisão tomada.
b) Preferimos carro a moto, devido aos perigos a que estão expostos os motociclistas.
c) Pedimos ajuda a sua família, por acreditar que a amizade de nossos pais superaria nossas desavenças.
d) Não acreditamos que, daqui a décadas, estejamos aptos a clonar todo e qualquer ser humano, tendo como
objetivo a perpetuidade da existência humana.
e) Costumo dizer que é você quem faz o seu caminho. Não a droga.
RESOLUÇÃO:
Uma dificuldade de empregar esse acento se dá devido ao fato de a ordem dos termos estar invertida.
Observemos:
Posso dizer que aquela equipe confiei esta missão...
= Posso dizer que (eu) confiei esta missão àquela equipe ...
ALTERNATIVA B – ERRADO – No trecho “Preferimos carro a moto...”, é proibido o emprego do acento
indicador de crase, haja vista que não se tem artigo masculino para o substantivo “carro” nem artigo feminino
para o substantivo “moto”.
>> o “à” é a fusão de preposição, exigida pela regência de “preferir”, com o artigo “a”, solicitado por “moto”.
Também é proibido o emprego do acento indicador de crase em “perigos a que estão expostos”. Na
verdade, tem-se apenas a preposição “a”, requerida pela regência da forma verbal “estar exposto” (quem está
exposto está exposto a algo). Não ocorre artigo.
ALTERNATIVA C – ERRADO – No trecho “Pedimos ajuda a sua família...”, o emprego do acento
indicador de crase é facultativo. Isso ocorre porque é facultativa a presença de artigo antes de pronome
possessivo feminino e antes de nomes próprios femininos (nomes de mulher).
Já no trecho “... por acreditar que a amizade...”, a crase não é permitida, haja vista que, antes do
substantivo “amizade”, temos penas artigo definido feminino “a”. Não há preposição.
ALTERNATIVA D – ERRADO – No trecho “... daqui a décadas...”, não ocorre crase, pois “décadas” está
no plural, sendo incabível o emprego de crase singular antes de palavra plural. Também não é possível o
emprego da crase em “...aptos a clonar...”, pois não ocorre crase antes de verbo. Por fim, no trecho “... tendo
como objetivo a perpetuidade da existência humana.”, também não ocorre crase, haja vista que o “a” antes de
“perpetuidade” é apenas artigo. Não há preposição.
ALTERNATIVA E – ERRADO – Interessante essa redação. Dá-se margem a uma redação com emprego
da crase e outra sem emprego.
Como assim?
Observemos:
Costumo dizer que é você quem faz o seu caminho. (Diga) Não à droga.
>> Aqui a crase se faz presente, pois é possível, segundo essa interpretação, subentender a forma verbal
“Diga” antes de “Não à droga”.
Costumo dizer que é você quem faz o seu caminho. Não (é) a droga.
>> Aqui não é possível o emprego da crase, pois é possível, segundo essa interpretação, subentender a
forma verbal “é” antes de “a droga”.
Não podemos, assim, dizer que se trata de um emprego obrigatório da crase, haja vista que tanto existe
uma interpretação com acento grave, como existe uma interpretação sem.
Resposta: A
63. INÉDITA
Assinale a opção cuja redação obedece às regras previstas na gramática normativa quanto à concordância,
regência, colocação pronominal e ao emprego do acento indicador de crase.
a) As cenas de corrupção as quais assistimos nos motivaram a tomar uma drástica atitude, hajam vistas as
consequências adversas a que se submetem parcela expressiva da população.
b) Repercutiu muito negativamente no mercado, o que foi agravado pela cobertura sensacionalista da mídia,
todas as declarações dos ministros que contrapunham-se a assinatura do acordo de negociação da dívida
pública.
c) Sabe-se que é necessário, dentro obviamente de certos limites morais, a negociação com partidos da base
aliada no Congresso, visando o estabelecimento de uma governabilidade razoável.
d) Não se cogita, nem mesmo diante da mais urgente situação fiscal, alterações que impliquem aumentos
substanciais de impostos.
e) Quando se analisa, de forma imparcial, a crise pela qual o país passa, constata-se que grande parte dos
problemas serão solucionados com a participação conjunta do empresariado e da massa operária
brasileiros.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA A – ERRADA – É preciso empregar a forma “às quais”, com acento indicador de crase,
tendo em vista que ocorre a fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “assistir”, no sentido
de “ver”, “presenciar” – com o pronome relativo “as quais”.
Além disso, está equivocado o emprego de “hajam vistas”. A expressão “haja vista” é invariável.
Dessa forma, a frase correta ficaria:
As cenas de corrupção às quais assistimos nos motivaram a tomar uma drástica atitude, haja vista as
consequências adversas a que se submetem parcela expressiva da população.
ALTERNATIVA B – ERRADA – Deve-se empregar a forma plural “Repercutiram”, para que haja
concordância com o sujeito “todas as declarações dos ministros”. Além disso, deve-se empregar o pronome
“se” antes da forma verbal “contrapunham”, pois o pronome relativo “que” atua como fator de próclise
(pronome antes do verbo). Por fim, deve-se empregar o acento indicador de crase antes de “assinatura”, haja
vista que ocorre a fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “contrapor-se” (quem se
contrapõe se contrapõe a algo) – com o artigo feminino singular “a” – solicitado pelo substantivo “assinatura”.
Além disso, está errado o emprego do verbo “visar”, pois este, no sentido de “ter como objetivo”, solicita
preposição “a”.
ALTERNATIVA D – ERRADA – Deve-se empregar a forma plural “Não se cogitam”, para que haja
concordância com o sujeito paciente “alterações”.
Não se cogitam ... alterações ... = Não são cogitadas ... alterações.
Observe que o “se” é uma partícula apassivadora, ladeada de um verbo que solicita objeto direto (quem
cogita cogita algo).
Dessa forma, a frase correta ficaria:
Não se cogitam, nem mesmo diante da mais urgente situação fiscal, alterações que impliquem aumentos
substanciais de impostos.
ALTERNATIVA E – CERTA – Está correto o emprego da forma verbal “se analisa”, concordando com o
sujeito paciente “a crise” (Quando se analisa... a crise = Quando é analisada ... a crise). Também é correto o
emprego da forma “pela qual”, resultado da fusão da preposição “por” – requerida pela regência do verbo
“passar” (quem passa passa por algo) – com o pronome relativo “a qual” – que substitui o termo antecedente
“crise”.
Por fim, nota-se a concordância com sujeito formado por expressões partitivas, admitindo-se duas
construções igualmente corretas: “grande parte dos problemas serão solucionados...” ou “grande parte dos
problemas será solucionada...”.
Resposta: E
64. INÉDITA
Assinale a alternativa em que a regência do verbo NÃO esteja de acordo com o padrão culto.
a) A função à qual os candidatos aspiram é muito disputada.
b) Ele assistiu, durante dez anos, em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas drásticas a serem tomadas pelo Poder Judiciário.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data acordada com o sindicato da categoria.
e) Não raro a população esquece o nome dos políticos por ela eleitos.
RESOLUÇÃO:
ALTERNATIVA D - CERTO - O verbo "pagar" é bitransitivo e solicita como objeto direto um nome de
coisa e como objeto indireto um nome de pessoa (pagar algo a alguém).
ALTERNATIVA E - CERTO - O verbo esquecer, quando não pronominal, é transitivo direto (Esquecer
algo). Quando pronominal, é transitivo indireto e é regido pela preposição "de" (Esquecer-se de algo).
Resposta: C
65. INÉDITA
....... inovadoras teorias, durante todo seu ano sabático, Stephen Hawking dedicou horas de estudo e reflexão
equivalentes .... que Einstein despendeu na época em que formulou a famosa Teoria da Relatividade sob ....
desconfiança da comunidade científica mundial.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
a) Àquelas - à – a
b) Aquelas - as – à
c) Aquelas - às – à
d) Àquelas - às – a
e) Aquelas - às – a
RESPOSTA:
A primeira lacuna deve ser preenchida com a forma "Àquelas" - com crase -, haja vista que ocorre a
contração da preposição "a" - solicitada pela regência do verbo "dedicou” (dedicou algo a alguém/algo)" - com o
pronome demonstrativo "aquelas", modificador do substantivo “teorias”.
Observação:
Uma maneira prática de descobrir se ocorre a crase nas formas pronominais “àquele(s)”, “àquela(a)” e
“àquilo” é substituir os demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” pelos também demonstrativos
“este(s)”, “esta(s)” e “isto”.
Se, nessa alteração proposta, aparecerem as formas “a este(s)”, “a esta(s)” e “a isto”, está provado que
ocorre a fusão da preposição “a” com o demonstrativo.
Veja um exemplo:
Viu? Como apareceu na troca a forma “a este”, é sinal de que ocorre a fusão da preposição “a” com o
demonstrativo “aquele”, resultando em “àquele”.
Reconstruindo o início do texto da questão, tem-se:
Stephen Hawking dedicou horas de estudo e reflexão ... àquelas inovadoras teorias...
= Stephen Hawking dedicou horas de estudo e reflexão ... a estas inovadoras teorias...
A segunda lacuna deve ser preenchida com a forma "à" - com crase -, haja vista que ocorre a contração da
preposição "a" - solicitada pela regência do nome "equivalentes" (equivalentes a algo) - com o pronome
demonstrativo "as" – que pode ser substituído por “aquelas".
Observação:
Fique atento à parceria do “o(s)”, “a(s)” com o “que”. Trata-se corriqueiramente do encontro de um
pronome demonstrativo – o(s) = aquele(s), aquilo; a(s) = aquela(s) – com o pronome relativo “que”.
Por fim, a terceira lacuna deve ser preenchida com o artigo definido "a", solicitado pelo substantivo
feminino "desconfiança". Fica bem evidente a necessidade do artigo, se fizermos uma substituição por um
substantivo masculino: se empregarmos "descrédito" em vez de "desconfiança", teremos a
construção "sob o descrédito", o que prova a necessidade de um artigo após a preposição "sob".
Resposta: A
66. INÉDITA
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
a) Os motivos nos quais se valeu o deputado baseavam-se numa equivocada comparação em cuja pretendia
iludir seus fiéis eleitores.
b) As profissões para cujo desempenho são exigidas muita concentração e paciência não são indicadas a
quem não dispõe de equilíbrio emocional.
c) Muitos eleitores preferem uma candidatura baseada em mentiras agradáveis do que uma apoiada em
verdades desagradáveis onde nem todos querem acreditar.
d) O mau juízo de que se imputa aos sindicatos é semelhante àquele em que se atribui aos partidos políticos.
e) A confiança de cuja não se afastam milhares de brasileiros é a de que a política possa ser exercida
segundo à natureza do interesse público.
RESOLUÇÃO
ALTERNATIVA A - ERRADO - Em lugar de "nos quais", deve-se empregar "dos quais", uma vez que a
forma verbal "se valer" solicita a regência da preposição "de" (quem se vale, se vale de algo). Além disso, não faz
sentido o emprego do pronome relativo "cuja", uma vez que não temos uma relação de posse.
O correto, então, seria: "Os motivos dos quais se valeu o deputado baseavam-se numa equivocada
comparação que pretendia iludir seus fiéis eleitores.".
ALTERNATIVA B - CERTO - O uso da preposição "para", antes do pronome relativo "cujo", é necessidade
requerida pela forma verbal "são exigidas" (são exigidas para algo). Além disso, a preposição "a" antes
de "quem" é necessidade da regência da forma verbal "são indicadas"(são indicadas a alguém).
ALTERNATIVA C - ERRADO - O uso de "do que" está equivocado, uma vez que a regência do verbo
"preferir" é dada pela preposição "a". É equivocado também o uso do pronome relativo "onde", uma vez que
este não indica lugar.
Assim, o correto seria: "Muitos eleitores preferem uma candidatura baseada em mentiras agradáveis a uma
apoiada em verdades desagradáveis em que nem todos querem acreditar.".
ALTERNATIVA D - ERRADO - O uso da preposição "de", entes do primeiro pronome relativo "que", é
equivocado, uma vez que a forma verbal "se imputa" não a solicita (se imputa algo a alguém = se imputa mau
juízo aos sindicatos).
Da mesma forma, o uso da preposição "em", antes do segundo pronome relativo "que", é equivocado,
uma vez que a forma verbal "se atribui" não a solicita (se atribui algo a alguém = se atribui juízo aos partidos
políticos).
Assim, o correto seria: "O mau juízo que se imputa aos sindicatos é semelhante àquele que se atribui aos
partidos políticos.”.
ALTERNATIVA E - ERRADO - O uso do pronome relativo "cujo" é inadequado, uma vez que não existe
uma relação de posse. É equivocado também o emprego da crase em "à", uma vez que é solicitado apenas o
artigo definido "a".
Assim, o correto seria: “A confiança de que não se afastam milhares de brasileiros é a de que a política possa
ser exercida segundo a natureza do interesse público.”
Resposta: B
67. INÉDITA
O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido, sem prejuízo para a correção e o sentido
original do texto, em:
b) Seus escritos e ensinamentos foram, sem sombra de dúvida, o mais belo legado do velho filósofo à
atualidade.
c) Suas ações governamentais não só não geraram uma justa distribuição de riqueza, como deram continuidade
à miséria galopante.
d) Não aceitamos que ninguém se submetesse à sua vontade.
ALTERNATIVA B – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do substantivo “legado” (legado a algo) – com o artigo “a” – solicitado
pelo substantivo “atualidade”.
ALTERNATIVA C – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do substantivo “continuidade” (continuidade a algo) – com o artigo
“a” – solicitado pelo substantivo “miséria”.
ALTERNATIVA D – CERTA – É facultativo o emprego da crase no trecho. A preposição “a” é garantida
pela regência da forma verbal “submeter-se” (submeter-se a algo). Já a presença do artigo “a” é facultativa
antes do pronome possessivo feminino “sua”. Dessa forma, é possível dispensar o acento grave, sem qualquer
prejuízo à correção gramatical.
ALTERNATIVA E – ERRADA - É obrigatório o emprego da crase, haja vista que ocorre a fusão da
preposição “a” – requerida pela regência do “impor” (impor algo a alguém) – com o artigo “a” – solicitado pelo
substantivo “sociedade”.
Resposta: D
68. INÉDITA
O resultado prático das ações voltadas ...... um desenvolvimento sustentável depende, em larga escala, da
atuação firme e forte da comunidade internacional. São várias as ações que devem ser tratadas com prioridade,
entre as quais estão o estímulo ...... novas fontes de energia menos poluentes e o respeito ...... causas
ambientais.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
a) a − à – as
b) a − a – às
c) à − a – as
d) a − à – às
e) à − à – as
RESOLUÇÃO
A primeira lacuna deve ser preenchida com a preposição "a", solicitada pela regência do nome "voltadas"
(voltadas a algo). Não é possível a crase, haja vista que estamos diante de palavra masculina - no caso,
"desenvolvimento". E já há um artigo posto, que é o indefinido "um".
A segunda lacuna deve ser preenchida com a forma "a" ou "às". No primeiro caso, trata-se da preposição
"a", exigida pela regência do nome "estímulo" (estímulo a algo). Já no segundo caso, trata-se da contração da
preposição "a" com o artigo "as", que pode ser solicitado pelo substantivo feminino "fontes".
Portanto, as duas redações atenderiam as prescrições da norma culta: "... estímulo a novas fontes de
energia ..." ou "... estímulo às novas fontes de energia...".
Por fim, a terceira lacuna deve ser preenchida com a forma "a" ou "às". No primeiro caso, trata-se da
preposição "a", exigida pela regência do nome "respeito" (respeito a algo). Já no segundo caso, trata-se da
contração da preposição "a" com o artigo "as", que pode ser solicitado pelo substantivo feminino "causas".
Portanto, as duas redações atenderiam as prescrições da norma culta: "... respeito a causas ambientais
..." ou "... respeito às causas ambientais...".
Resposta: B
Ora, tantas vítimas mostram um quadro de insegurança que está presente e que vem ceifando, dia após
dia, vidas nas ruas, avenidas e, muito mais, nas rodovias da nação. Pois, da mesma forma que todos condenam
o grande número de mortes violentas por conta do tráfico de drogas, da disputa entre gangues, de desavenças
familiares, pouca atenção é dada para o massacre que ocorre no trânsito. Da mesma forma que se pede mais
educação, devemos nos lembrar que a educação no trânsito é mais do que importante.
Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2018/09/648589-transito-mata-mais-
do-que-assassinatos-no-brasil.html)
69. INÉDITA
No trecho “...devemos nos lembrar que a educação no trânsito é mais do que importante”, a ausência do
pronome oblíquo “nos” prejudicaria a correção gramatical.
( ) CERTO ( ) ERRADO
RESOLUÇÃO:
O verbo lembrar admite duas regências: como não pronominal, deve ser empregado como transitivo
direto; já como pronominal, deve ser empregado como transitivo indireto e deve ser acompanhado da
preposição DE.
Na redação original, tem-se:
Nela, o verbo lembrar foi empregado como não pronominal. Nesse formato, tem-se um verbo transitivo
direto.
Resposta: CERTO
70. INÉDITA
RESOLUÇÃO:
No trecho original, o substantivo “leis” está determinado por artigo definido feminino. Afirma-se isso,
pois a forma “às” consiste na fusão da preposição “a” – requerida pela regência do verbo “obedecer” – com o
artigo “as” – solicitado pelo substantivo “leis”.
Com a determinação por artigo, dá-se a entender que se está falando de todas as leis de trânsito. A
obediência se faz necessária para todas as leis, portanto.
No trecho reescrito, o substantivo “leis” não está determinado por artigo. O “a” que antecede “leis” é
apenas preposição “a”, requerida pela regência do nome “Obediência”.
Sem o artigo, dá-se a entender que se está falando de apenas algumas leis, não de todas. A obediência se
faz necessária para algumas leis, portanto.
Resposta: ERRADO
Lista de Questões
1. FCC – BANRISUL - 2019
c) A vinda de imigrantes, em que o estímulo foi responsável o governo, passou a ocorrer em 1740.
d) Nunca se praticara o artesanato na escala em que se deu com os imigrantes alemães.
e) Corresse o tempo de modo uniforme, como alguns acreditam, não voltaríamos às mais antigas sensações.
a) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) pode ser substituída pelo pretérito
imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção gramatical.
b) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa e mensurável
(1º parágrafo) por ajusta-se exige a substituição do elemento sublinhado por à.
c) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o segmento sublinhado em de cuja goela saiu [...] o mundo
(1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.
d) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3o parágrafo) com o verbo na
voz passiva analítica deve conter a forma seja reconhecida.
e) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º parágrafo) por caso, o verbo
pensar deve assumir a forma do presente do modo subjuntivo.
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto de pessoas que
jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou no porto de Manaus.
No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como parte de um conjunto de acordos
internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico
ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam
prestar serviços ao Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres
chegaram aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças foram junto. Ali já
estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes e tijolos, também eram responsáveis
pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20
pessoas que viviam no mesmo lugar em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para
se transformar em uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos Educandos. Diferente
dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia continuar ali com os filhos, o marido
Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos Mina. O salário não era grande coisa, mas a
amizade antiga com Bertoldo garantia alimento extra à mesa para todos. A tranquilidade durou pouco. O
diretor dos Educandos, certamente mal informado pela boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que
era ladra e dada a bebedeiras. Menos de 3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras
públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela desapareceu da
documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são poderosos para iluminar cenas da vida
desta cidade que estavam nas sombras. A presença negra no Amazonas é tratada de modo marginal na
historiografia local e só muito recentemente vemos mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio.
A história de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a trajetória dessas
pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo bem pouco visível na história
do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escravos, libertos e africanos livres no mundo do
trabalho no século XIX.
Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos. Suas vidas comuns
foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo.
[...] eles ficavam sob tutela estatal e deviam prestar serviços ao Estado ou a particulares por 14 anos até sua
emancipação. (2° parágrafo)
A expressão destacada pode ser antecedida – sem prejuízo do sentido, da coesão e da correção gramatical –
por
a) alcançarem à.
b) fizerem juz a.
c) que ocorresse.
d) lhe sucederem.
e) que os fosse concedido.
Limites da ciência
Os deuses parecem ter um prazer especial em desmoralizar quem faz profecias sobre os limites da ciência.
Auguste Comte afirmou, em 1835, que nunca surgiria um meio para estudarmos a composição química das
estrelas. Bem, o método existe e hoje sabemos do que elas são feitas. Sabemos até que nós somos feitos de
poeira estelar.
É verdade que Comte não era cientista, mas filósofo. Só que cientistas não se saem muito melhor. Um dos
maiores físicos de seu tempo, lorde Kelvin, escreveu em 1900: "Não há mais nada novo a ser descoberto na
física; só o que resta fazer são medidas cada vez mais precisas". Vieram depois disso relatividade, mecânica
quântica, modelo padrão etc.
Marcus du Sautoy conta essas histórias em The Great Unknown (O Grande Desconhecido). Ele sabe, portanto,
que caminha em terreno perigoso quando se propõe a discutir os limites do conhecimento humano. Mas Du
Sautoy, que é professor de matemática em Oxford e autor de vários livros de divulgação, tenta jogar em
território razoavelmente seguro. Ele vai às fronteiras da ciência em que já temos informações suficientes para
saber que há barreiras formidáveis a um conhecimento total.
A teoria do caos, por exemplo, assegura que nunca conseguiremos fazer previsões de longo prazo acerca de
fenômenos como a meteorologia e engarrafamentos de trânsito. O problema é que alterações mínimas nas
condições iniciais podem produzir alterações dramáticas depois de um tempo – e nós nunca temos
conhecimento completo do presente.
Analogamente, ele mostra como o princípio da incerteza, a extensão do cosmo e a provável inexistência do
tempo também limitam a possibilidade de conhecimento. Ao final, Du Sautoy retorna à sua especialidade e
mergulha nas implicações dos teoremas da incompletude de Gödel, que criam embaraços para a própria
matemática. É diversão certa para quem gosta de grandes questões.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: www.folha.uol.com.br. 19.11.2017)
Vieram depois disso relatividade, mecânica quântica, modelo padrão etc. (2° parágrafo)
A forma verbal empregada nessa frase é intransitiva, assim como a destacada em:
a) Marcus du Sautoy conta essas histórias em The Great Unknown (O Grande Desconhecido).
b) Analogamente, ele mostra como o princípio da incerteza, a extensão do cosmo e a provável inexistência do
tempo também limitam a possibilidade de conhecimento.
c) Ao final, Du Sautoy retorna à sua especialidade e mergulha nas implicações dos teoremas da incompletude
de Gödel [...]
d) Auguste Comte afirmou, em 1835, que nunca surgiria um meio para estudarmos a composição química das
estrelas.
e) Sabemos até que nós somos feitos de poeira estelar.
O grande cronista Rubem Braga cunha uma frase definitiva a respeito do “amor-próprio”: “Se eu conhecesse
outro sujeito igual a mim, nossas relações nunca chegariam a ser grande coisa.” Isto não quer dizer, porém, que
não goste de si mesmo. Significa apenas que ele é um homem que põe, sem medos tolos, a diversidade e a
surpresa em primeiro lugar. O que mais o atrai na vida é, justamente, a imprevisibilidade. O amor-próprio lhe
parece, então, monótono e desnecessário. Quase um vício. Ele evita essas pessoas saudáveis e resolvidas que
estão sempre cuidando de si. O cuidado de si, para Braga, é uma forma de mascaramento.
O amor-próprio de Braga se revela no uso que faz da crônica. Em suas mãos, ela é, antes de tudo, uma máquina
de confessar. Praticando-a, o cronista expõe as impressões, experiências e sentimentos que o atormentam; ao
escrever, enxágua a alma até a mais absoluta transparência.
(CASTELLO, José. Na cobertura de Rubem Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p. 56-57)
Está plenamente correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:
a) É patente a admiração à qual o autor do texto se vê tomado pelo cronista Rubem Braga, de cujo estilo
também analisa à perfeição.
b) Não se deve assumir como boas qualidades os vícios que, tão diligentemente, pretendem-se assim
mascarar-se.
c) É comum que se registre no estilo de um escritor sincero como Rubem Braga as marcas que em sua
linguagem se impõe como testemunho de coragem.
d) As grandes experiências e sentimentos, de cujo peso nos curvamos, costumam refletir-se na linguagem em
cuja nos confessamos.
e) Não será por medos tolos ou inseguranças pueris que Rubem Braga deixará de expor, nas crônicas pelas
quais se notabilizou, suas confissões mais pessoais.
8. FCC - Ag SA (SABESP)/SABESP/Ambiental/2018
d) Todas as segundas-feiras, o rapaz esperava que o carteiro o entregasse uma carta da amada.
Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo
da mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de
textos, em moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus
pressupostos ligados ao mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim
num militante doutrinário. Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia
contemporânea nenhum estímulo para que o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais
consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam
dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses
privados. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera dele e,
assim, também pode usufruir de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado pela
teia de condutas que inverte o sentido original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se
pretende ser amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-
se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas.
Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011,
edição digital)
... e de desconfiar das novidades espalhafatosas. (último parágrafo)
No trecho acima, o emprego da preposição em destaque justifica-se pela regência do termo
a) compromisso.
b) desconfiar.
c) afastar-se.
d) reflexão.
e) assumiu.
O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões
psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos animais.
Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e mimese: o
arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível.
A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação.
Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou
relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas
não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas,
onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na
composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse
sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados,
ou até diretamente imitados ou parafraseados.
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um
punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será
que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes
faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança,
pensamento independente?
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação
inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore
influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar
todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de
seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na
minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar,
e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é
emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito
individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o
que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo.
(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017,
ed. digital)
Afirma-se corretamente:
a) No segmento que talvez sejam essenciais para a realização criativa, o elemento sublinhado pode ser
suprimido, uma vez que se encontra diante da preposição “a”.
b) Caso o elemento sublinhado em A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação seja
substituído por “arte de imitar”, o sinal indicativo de crase deve ser suprimido.
c) Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado em Firmam-se no que lhes é conhecido e
seguro pode ser substituído por “à elas”.
d) Na frase “vemos em todo ser humano e em muitos animais propensões psicológicas, e até fisiológicas, à
imitar”, o uso do sinal indicativo de crase é adequado.
e) O sinal indicativo de crase no segmento fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta é
facultativo e pode ser suprimido.
b) à − a − a
c) à − para a − à
d) a − a − à
e) a − à – a
Brasília é recente - foi fundada há menos de 60 anos -, mas, com contribuições de várias partes do país, formou
a própria identidade. Descubra expressões típicas de lá que ajudam a revelar o jeito de ser do povo da capital
federal.
Ele é muito aguado.
Refere-se a alguém que chora por qualquer coisa e de forma fingida - ou seja, um manteiga-derretida
especializado em lágrimas de crocodilo.
Nunca vi garçom tão apagado!
É assim que os brasilienses se referem a alguém lento, lerdo. “Apagar” também pode ser sinônimo de
assassinar.
“Agá”, em Brasília, é piada. E por lá corre o seguinte “agá”: não é à toa que o prédio do Congresso Nacional tem
o formato dessa letra...
Eu vou de camelo.
Famoso por fazer parte da letra da música Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, o termo “camelo” denota
bicicleta.
Quando ela chegou, dei de cabrito.
Sabe-se lá por que o filhote da cabra ganhou essa fama no Distrito Federal: “dar de cabrito” é sair de fininho, à
francesa.
(Adaptado de: IACONIS, Heloísa. Todos. São Paulo: Mol, Fevereiro/março, p. 37)
A alternativa que apresenta alterações em fragmento do texto, mantendo a correção e o sentido originais, é
a) As palavras referem-se a pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns
manteigas-derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
b) As palavras referem-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, manteigas-
derretida especializados em lágrimas de crocodilo.
c) As palavras refere-se à pessoas que chora por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns manteigas-
derretidas especializadas em lágrimas de crocodilo.
d) As palavras refere-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de forma fingida - ou seja, uns manteiga-
derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
e) As palavras referem-se à pessoas que choram por quaisquer coisas e de formas fingidas - ou seja, umas
manteigas-derretidas especializados em lágrimas de crocodilo.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011,
edição digital)
A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo.. .(último parágrafo)
No segmento acima, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua “mídia” por
a) imprensa.
b) programas.
c) meio de comunicação.
d) debates.
e) propagandas.
Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indígena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu
das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia.
Em cada exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua
pergunta com uma pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte
que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de
arte foi criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa
desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?
E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais,
coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um
artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode
iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios
“ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim,
poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.
Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que
talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os
especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não
pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais
uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que
concerne ao que nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível emh:t
tps://www.goethe.de)
a) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), pode ser acrescentado o sinal indicativo
de crase ao termo sublinhado, uma vez que a regência do verbo “aceitar” o permite.
b) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), caso o verbo em destaque seja substituído
por “prefere”, o termo sublinhado deverá ser também substituído por “à”.
c) Em especialista em questões ligadas à Amazônia (1º parágrafo), o sinal de crase pode ser suprimido, uma
vez que se trata de uso opcional da preposição “a”.
d) Em o nome da região de que a arte em questão vem (2º parágrafo), caso se substitua o verbo em destaque
por “advém”, o termo sublinhado terá de ser substituído por “à”.
e) Em E você encontrou uma resposta a essa pergunta? (3º parágrafo), pode-se substituir o segmento
sublinhado por “à”, do mesmo modo que em para responder a sua pergunta (2º parágrafo).
"Sente os pés no chão", diz a instrutor a, com a voz serena de quem há décadas deve sentir os pés no chão,
"sente a respiração”.
"Inspira, expira", ela diz, mas o narrador dentro da minha cabeça fala mais alto: "Eis então que no início do
terceiro milênio, tendo chegado à Lua e à engenharia genética, os seres humanos se voltavam ávidos a técnicas
milenares de relaxamento na esperança de encontrar alguma paz e algum sentido para suas vidas
simultaneamente atribuladas e vazias".
Um lagarto, penso, jamais faria um curso de meditação. "Sente a pedra. A barriga na pedra. Relaxa a cauda.
Agora sente o sol aquecendo as escamas. Esquece as moscas. Esquece as cobras rondando a toca. Inspira.
Expira." Eu imagino que o lagarto sinta a pedra. A barriga na pedra. O prazer simples e ancestral de lagartear
sob o sol.
Se o lagarto consegue esquecer as moscas ou a cobra rondando a toca, já não sei. A parte mais interna e mais
antiga do nosso cérebro é igual à dos répteis. É dali que vem o medo, ferramenta evolutiva fundamental para
trazer nossos genes triunfantes e nossos cérebros aflitos através dos milênios até aquela roda, no décimo
segundo andar de um prédio na cidade de São Paulo.
Não há nada de místico na meditação. Pelo contrário. Meditar é aprender a estar aqui, agora. Eu acho que nunca
estive aqui, agora. O ansioso está sempre em outro lugar. Sempre pré-ocupado. Às vezes acho que nasci meia
hora atrasado e nunca recuperei esses trinta minutos. "Inspira. Expira".
Não é um problema só meu. A revista dominical do "New York Times" fez uma matéria de capa ano passado
sobre o tema. Dizia que vivemos a era da ansiedade. Todas as redes sociais são latifúndios produzindo
ansiedade. Mesmo o presente mais palpável, como um prato fumegante de macarrão, nós conseguimos
digitalizar e transformar em ansiedade. Eu preciso postar a minha selfie dando a primeira garfada neste
macarrão, depois nem vou conseguir comer o resto do macarrão, ou sentir o gosto do macarrão, porque estarei
ocupado conferindo quantas pessoas estão comentando a minha foto comendo o macarrão que esfria, a minha
frente.
"Inspira, expira.” A voz da instrutora é tão calma e segura que me dá a certeza de que ela consegue comer o
macarrão e me dá a esperança de que também eu, um dia, aprenderei a comer o macarrão. É só o que eu peço
a cinco mil anos de tradição acumulada por monges e budas e maharishis e demais sábios barbudos ou
imberbes do longínquo Oriente. "Inspira. Expira.” Foco no macarrão.
(Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
O sinal indicativo de crase pode ser acrescido, por ser facultativo, à expressão destacada em:
e) Esquece as moscas.
a) A frase de Sartre para a qual o autor chama a atenção corresponde à síntese do existencialismo.
b) Daniel Klein lançou-se à ler Sartre em busca de uma filosofia pela qual pudesse se identificar.
c) As palavras de Sartre de que o autor cita no texto associam-se à uma síntese do existencialismo.
d) A filosofia na qual Sartre é representante lança luz sobre como damos sentido à nossas escolhas.
e) Ao fazer menção à esta filosofia de Sartre, o autor sugere com que nossas decisões sejam revistas.
17.FCC - TJ TRT19/Administrativa/2014
Tudo é grandioso na Amazônia, o maior bloco remanescente de floresta tropical do planeta. Com pouco mais
de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, espalha-se por nove países da América do Sul − a maior parte está
no Brasil, que detém 69% da área coberta pela floresta. Estima-se ainda que ela abrigue quase 25% de todas as
espécies de seres vivos da Terra, além de 35 milhões de pessoas (20 milhões somente no Brasil). A Amazônia
tem também a maior bacia fluvial do mundo, fundamental para a drenagem de vários países e para a geração
de chuvas. É o maior reservatório de água doce do planeta, com cerca de 20% de toda a água doce disponível.
Por isso, é um dos reguladores do clima e do equilíbrio hídrico da Terra.
Apesar de tanta grandiosidade, são as alterações em pequena escala, como a abertura de clareiras para a
extração seletiva de madeira, que podem representar uma das principais ameaças à conservação do
ecossistema, destaca o biólogo Helder Queiroz, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá. De modo geral, explica Queiroz, as principais ameaças à Amazônia estão hoje associadas às práticas
que levam direta ou indiretamente à perda de hábitats e à redução de populações de plantas e de animais.
"Muitas árvores com madeira de grande valor comercial são fundamentais para a alimentação de diversos
animais", diz Queiroz.
Hoje, a perda de ambientes naturais é maior numa região conhecida como Arco do Desmatamento, que se
estende do sul ao leste da Amazônia Legal − uma área de 5 milhões de km2 que engloba oito estados. O Arco
do Desmatamento, definido pela fronteira da expansão agropecuária − que converte grandes extensões de
floresta em pastagens −, concentra cerca de 56% da população indígena do país.
As regiões de várzea, em terrenos mais baixos, no interior da floresta amazônica, também têm atraído a
atenção do poder público durante a elaboração de estratégias de conservação do ecossistema. Boa parte dessa
região é inundada pelas chamadas águas brancas, de origem andina, ricas em sedimentos e nutrientes. Nesses
trechos, a vegetação tende a ser mais abundante. Devido a essa riqueza em recursos naturais, as florestas de
várzea sofrem mais com a constante ocupação humana. Todas as grandes cidades amazônicas, e boa parte das
pequenas, estão localizadas nessas áreas.
(Adaptado de: ANDRADE, Rodrigo de Oliveira, Pesquisa Fapesp, outubro de 2013. p. 58-60)
É vinda de dentro da terra, da vida sentimental do Nordeste, a maior parte dos poemas desse caderno. Quem
os escreveu fez como um desterrado que a saudade conduziu ao retorno. E que voltasse com todos os sentidos
atacados de fome. E se encontra o Nordeste por toda a parte em seus poemas. [...] É ainda no caráter
puramente regionalista de sua poesia que se distingue o Sr. Jorge de Lima. Porque o seu regionalismo não é
um limite à sua emoção e não tem por outra parte o caráter de partido político daquele que rapazes de S.Paulo
oferecem ao país com as insistências de anúncios de remédio. O regionalismo do jovem poeta nordestino é a
sua emoção mais que a sua ideologia. O Nordeste não vem em sua poesia como um tema ou uma imposição
doutrinária, vem como a expressão lírica de um nordestino evocar a sua terra.
(Nota preliminar a Poemas escolhidos. REGO, José Lins do. in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de
Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, vol. I, p. 140-142)
E são estes poemas mesmo um canto comovido à terra de que ele esteve segregado. (Texto III, 1o parágrafo)
b) O artificialismo ...... se prendem alguns poetas compromete a sincera expressão de seus sentimentos.
c) A obra ...... se fala contém versos que demonstram o verdadeiro lirismo de seu autor.
d) Os estímulos ...... um poeta compõe sua obra se originam na realidade vivida e transformada por ele.
e) Despertam emoção aqueles versos ...... traduzem a sensibilidade de um reconhecido poeta.
• (mk,rp) Adoção, por parte da empresa ou de qualquer instituição, de políticas e práticas organizacionais
socialmente responsáveis, por meio de valores e exemplos que influenciam os diversos segmentos das
comunidades impactadas por essas ações. O conceito de responsabilidade social fundamenta-se no
compromisso de uma organização dentro de um ecossistema, onde sua participação é muito maior do que
gerar empregos, impostos e lucros. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente de forma absolutamente
b) Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente [...], inter-relacionando-se com o equilíbrio ecológico, com o
desenvolvimento econômico e com o equilíbrio social.
c) a organização que exerce sua responsabilidade social procura respeitar e cuidar da comunidade.
d) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] conservar a vitalidade da terra e a
biodiversidade.
e) a organização que exerce sua responsabilidade social procura [...] promover o desenvolvimento sustentável,
o bem-estar e a qualidade de vida.
O caldo cultural do Nordeste, particularmente do sertão, foi primordial na formação do paraibano Ariano
Suassuna. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e formas de
expressão artística que mais tarde viriam a influenciar o seu universo ficcional, como a literatura de cordel e o
maracatu rural. Não só histórias e casos narrados foram aproveitados para o processo de criação de suas peças
e romances, mas também todas as formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e
reelaboradas por Suassuna. Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da
poética popular nordestina.
Com apenas 19 anos, Suassuna ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas. As atividades que o grupo
desenvolveu apontavam para três direções: levar o teatro ao povo por meio de apresentações em praças
públicas, instaurar entre os componentes do conjunto uma problemática teatral e estimular a criação de uma
literatura dramática de raízes fincadas na realidade brasileira, particularmente na nordestina.
No final do século XIX, surgiu no Nordeste a chamadaliteratura de cordel. A primeira publicação de folheto no
Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870.
O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos nas feiras
livres. O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros, considerado por Ariano Suassuna “o mais
genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste”.
A peça Auto da Compadecida, de Suassuna, é uma releitura do folclore nordestino em linguagem teatral
moderna. O enredo da peça é um trabalho de montagem e moldagem baseado em uma tradição muito antiga,
que remonta aos autos medievais e mais diretamente a inúmeros autores populares que se dedicaram ao
gênero do cordel.
As apropriações de Suassuna tanto do folheto nordestino quanto de outras fontes literárias são possíveis
porque a palavra imitação, usada por Suassuna, remete-nos ao conceito aristotélico de mimesis, cujo
significado não representa apenas uma repetição à semelhança de algo, uma cópia, mas a representação de
uma realidade. Suassuna já fez diversos elogios da imitação como ato de criação e costuma dizer que boa parte
da obra de Shakespeare vem da recriação de histórias mais antigas.
Recontar uma história alheia, para o cordelista e para o dramaturgo popular, é torná-la sua, porque existe na
cultura popular a noção de que a história, uma vez contada, torna-se patrimônio universal e transfere-se para
o domínio público. Autoral é apenas a forma textual dada à história por cada um que a reescreve.
(Adaptado de FOLCH, Luiza. Disponível em: www.omarrare.uerj.br/numero15. Acesso em 17/05/2014)
A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e... (1º parágrafo)
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de complemento que o grifado na frase acima está empregado
em:
a) O caldo cultural do Nordeste (...) foi primordial na formação do paraibano Ariano Suassuna.
b) ...levar o teatro ao povo por meio de apresentações...
Tudo é grandioso na Amazônia, o maior bloco remanescente de floresta tropical do planeta. Com pouco mais
de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, espalha-se por nove países da América do Sul − a maior parte está
no Brasil, que detém 69% da área coberta pela floresta. Estima-se ainda que ela abrigue quase 25% de todas as
espécies de seres vivos da Terra, além de 35 milhões de pessoas (20 milhões somente no Brasil). A Amazônia
tem também a maior bacia fluvial do mundo, fundamental para a drenagem de vários países e para a geração
de chuvas. É o maior reservatório de água doce do planeta, com cerca de 20% de toda a água doce disponível.
Por isso, é um dos reguladores do clima e do equilíbrio hídrico da Terra.
Apesar de tanta grandiosidade, são as alterações em pequena escala, como a abertura de clareiras para a
extração seletiva de madeira, que podem representar uma das principais ameaças à conservação do
ecossistema, destaca o biólogo Helder Queiroz, diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá. De modo geral, explica Queiroz, as principais ameaças à Amazônia estão hoje associadas às práticas
que levam direta ou indiretamente à perda de hábitats e à redução de populações de plantas e de animais.
"Muitas árvores com madeira de grande valor comercial são fundamentais para a alimentação de diversos
animais", diz Queiroz.
Hoje, a perda de ambientes naturais é maior numa região conhecida como Arco do Desmatamento, que se
estende do sul ao leste da Amazônia Legal − uma área de 5 milhões de km2 que engloba oito estados. O Arco
do Desmatamento, definido pela fronteira da expansão agropecuária − que converte grandes extensões de
floresta em pastagens −, concentra cerca de 56% da população indígena do país.
As regiões de várzea, em terrenos mais baixos, no interior da floresta amazônica, também têm atraído a
atenção do poder público durante a elaboração de estratégias de conservação do ecossistema. Boa parte dessa
região é inundada pelas chamadas águas brancas, de origem andina, ricas em sedimentos e nutrientes. Nesses
trechos, a vegetação tende a ser mais abundante. Devido a essa riqueza em recursos naturais, as florestas de
várzea sofrem mais com a constante ocupação humana. Todas as grandes cidades amazônicas, e boa parte das
pequenas, estão localizadas nessas áreas.
(Adaptado de: ANDRADE, Rodrigo de Oliveira, Pesquisa Fapesp, outubro de 2013. p. 58-60)
... que podem representar uma das principais ameaças à conservação do ecossistema ... (Texto I, 2o
parágrafo)
O sinal indicativo de crase deverá permanecer, como no exemplo acima, caso o segmento grifado seja
substituído por:
(Adaptado de: SEVCENKO, Nicolau. O renascimento. São Paulo: Atual; Campinas: Universidade Estadual de
Campinas, 1982. p. 2 e 3)
O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido, sem prejuízo para a correção e o sentido
original do texto, em:
a) ... à opressão e ao obscurantismo...
b) à − as − a − à
c) a − as − à − a
d) à − às − a − à
e) a − às − a – a
com uma sedução diversa, mas às vezes não menos viva que a de vinte e sete anos atrás, quando o jornalismo
arrebatou pela primeira vez no seu torvelinho a nossa mocidade.
Cada país, cada raça, cada estado social, cada época tem a sua imprensa, e, na mesma época, o Proteu reveste,
para cada ambição, para cada parcialidade, para cada tendência, para cada apostolado, a sua forma, atenuada,
ou típica, vivaz, ou decadente, confessa, ou dissimulada. As grandes nações coevas poderiam caracterizar-se
cada qual pelo caráter do seu jornalismo. Mas através das variedades que o diversificam, das especialidades,
que o enriquecem, das excentricidades que o desnaturam, a origem do seu valor, do seu poderio, da sua
resistência indestrutível está na transparência luminosa da sua ação sobre a sociedade, na sua correspondência
com os sofrimentos populares, na sua solidariedade com as reivindicações do direito, na irreconciliabilidade da
sua existência com a da ignorância, a da mentira, a da torpeza.
Obs.: Proteu − um deus do mar, capaz de se metamorfosear em todas as formas que desejasse, fossem animais
ou quaisquer outros elementos, como água ou fogo.
Ortografia atualizada segundo as normas vigentes.
(Rui Barbosa. Campanhas jornalísticas. 4. ed. São Paulo: Edigraf, 1972. p. 138-139)
Mantém-se corretamente o à − com o sinal indicativo de crase − se o segmento grifado for substituído por:
a) uma característica que a identifica.
Mesmo quando não procuravam subverter a gramática, os modernistas promoveram uma valorização
diferente do léxico, paralela à renovação dos assuntos. O seu desejo principal foi o de serem atuais, exprimir a
vida diária, dar estado de literatura aos fatos da civilização moderna.
(Trecho adaptado de Antonio Candido e José Aderaldo Castello. Presença da literatura brasileira:
Modernismo. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997, p.11-12)
... os modernistas promoveram uma valorização diferente do léxico, paralela à renovação dos assuntos.
O sinal indicativo de crase presente na frase acima deve ser mantido em caso de substituição do segmento
grifado por:
a) muita inovação no repertório.
b) uma grande reformulação dos temas.
Entre a escolha pelo mérito e a escolha pelo voto há necessidades muito distintas. Num concurso público, por
exemplo, a avaliação do mérito pessoal do candidato se impõe sobre qualquer outra. A seleção e a classificação
de profissionais devem ser processos marcados pela transparência do método e pela adequação aos objetivos.
Já a escolha da liderança de uma associação de classe, de um sindicato deve ocorrer em conformidade com o
desejo da maioria, que escolhe livremente seu representante. Entre a especialidade técnica e a vocação política
há diferenças profundas de natureza, que pedem distintas formas de reconhecimento.
Essas questões vêm à tona quando, em certas instituições, o prestígio do "assembleísmo" surge como absoluto.
Há quem pretenda decidir tudo no voto, reconhecendo numa assembleia a "soberania" que a qualifica para a
tomada de qualquer decisão. Não por acaso, quando alguém se opõe a essa generalização, lembrando a razão
do mérito, ouvem-se diatribes contra a "meritocracia". Eis aí uma tarefa para nós todos: reconhecer, caso a
caso, a legitimidade que tem a decisão pelo voto ou pelo reconhecimento da qualificação indispensável. Assim,
não elegeremos deputado alguém sem espírito público, nem votaremos no passageiro que deverá pilotar nosso
avião.
(Júlio Castanho de Almeida, inédito)
b) As funções para cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a quem se promova apenas pela
aclamação do voto.
c) Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo
mérito onde nem todos confiam.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens nem conseguem imaginar um mundo que não
seja movido pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais. Tanta movimentação faz crer que,
enfim, os homens estreitaram de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado. Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial onde o som e a imagem valem por si mesmos,
linguagens prontas em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade é, de longe, o maior disfarce
que a solidão humana encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não se reconhecem como tais.
Emitimos e cruzamos frenéticos sinais de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma maior de nossas
carências permanentes?
c) A conectividade está nos conduzindo a um destino com o qual ninguém se arrisca a prever.
d) As pessoas absortas em suas conexões parecem imergir numa espécie de solidão com cujo sentido é difícil
de atinar.
e) O cronista considera que nossas necessidades permanentes, às quais alude no último parágrafo, disfarçam-
se em meio a tantas conexões.
A expansão desse estrato intermediário de renda não significa apenas a vitória gradual do homem sobre a
pobreza. Vencido o estágio mais básico da sobrevivência, esse grupo passa a se preocupar com o futuro e a
abraçar políticas que lhe permitam seguir avançando, como aquelas que enfatizam o direito de propriedade, a
segurança jurídica e as liberdades individuais. É ainda um contingente com mais estudo e capacidade para
buscar soluções que deem conta dos gigantescos desafios do mundo de 7 bilhões de habitantes.
(Monica Weinberg e Renata Betti. Veja, 2 de novembro de 2011, p. 125 a 129, com adaptações)
... por volta de 2100, ano em que, segundo as projeções da ONU, a Terra terá completado seu décimo bilhão de
habitantes.
O segmento grifado acima preenche corretamente a lacuna da frase:
a) Os dados ...... se baseavam os cientistas para prever a escassez de alimentos ainda não estavam inteiramente
catalogados.
b) Será necessário investir cada vez mais na agricultura,...... a oferta de alimentos atinja toda a população do
planeta.
c) O aumento de habitantes exige uma produção de alimentos mais ampla e variada, ...... sejam oferecidos a
toda essa população.
Para a questão, assinale a alternativa que preenche corretamente, na ordem, as lacunas da frase apresentada.
A pesquisa, feita em terras destinadas ...... agricultura, teve por objetivo estudar ...... áreas que permitissem
condições favoráveis de sobrevivência ...... aves.
a) à - às – as
b) à - as – as
c) à - as – às
d) a - as – as
e) a - às – às
No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, o primeiro período do terceiro parágrafo poderia
ser assim reescrito: Contudo, os cientistas avisam que ter tanta luz à nosso dispor custa muito caro ao meio
ambiente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) depara-se a.
b) confronta com.
c) depara-se diante de.
d) confronta-se a.
e) depara com.
II. As formas pronominais presentes em “geri-la” (R.9) e “financiá-la” (R.10) possuem referentes distintos no
texto.
III. O referente da forma pronominal “ele” (R.18) é a expressão “o poder de tributar” (R.17).
IV. A inserção do sinal indicativo de crase em “a usurpação” (R.19) não prejudicaria a correção gramatical do
texto.
c) II e IV.
d) I, II e III.
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de
meu relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas:
infelizmente se perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços
em rebuscar coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de
que disponho, encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas
peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
É obrigatório o sinal indicativo de crase empregado em “às suas peregrinações”, de maneira que sua
supressão acarretaria incorreção gramatical no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
— Não.
— O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a
primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior,
que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os
rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A única parte do cidadão
que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar e no passado.
Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em que a consciência do homem se obliterava, a do alferes
tornava-se viva e intensa. No fim de três semanas, era outro, totalmente outro.
(...)
— Convém dizer-lhes que, desde que ficara só, não olhara uma só vez para o espelho. Não era abstenção
deliberada, não tinha motivo; era um impulso inconsciente, um receio de achar-me um e dois, ao mesmo
tempo, naquela casa solitária; e se tal explicação é verdadeira, nada prova melhor a contradição humana,
porque no fim de oito dias, deu-me na veneta olhar para o espelho com o fim justamente de achar-me dois.
Olhei e recuei.
(...)
— De quando em quando, olhava furtivamente para o espelho; a imagem era a mesma difusão de linhas, a
mesma decomposição de contornos ... Subitamente, por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem
cálculo, lembrou-me... vestir a farda de alferes. Vesti-a, aprontei-me de todo; e, como estava defronte do
espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu então a figura integral; nenhuma linha de
menos, nenhum contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior. Daí em diante,
fui outro. Cada dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me diante do espelho, lendo, olhando,
meditando; no fim de duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime pude atravessar mais seis dias
de solidão, sem os sentir...
Machado de Assis. O espelho. In: John Gladson (Org.). 50 contos de Machado de Assis. Cia. das Letras. Edição
eletrônica. Internet: (com adaptações).
É facultativo o emprego do acento indicativo de crase em “à outra” (R.26), de modo que sua supressão não
comprometeria a correção gramatical e os sentidos originais do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado,
porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado
do leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em
nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que
reconforta nervos abalados. É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em
nossa corrente sanguínea, mas não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram
pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a
Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há
séculos, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos
de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na urina”, diziam
os gregos.
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras histórias da medicina. Porto Alegre:
Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações).
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1BBB, julgue o item.
Seriam mantidos a correção gramatical e os sentidos do texto caso o trecho “aos médicos” fosse reescrito
como “dos médicos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A correção gramatical do texto seria mantida com a substituição da preposição para pela preposição a, em para
participar da solenidade de lançamento do Projeto Parceiros da Paz e da Campanha Maranhão na
Prevenção às Drogas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é um sintoma da revivescência de
um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio sobre a mulher. Há outros casos.
(...) Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de
impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão
armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos
querem tudo que há de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão. O ladrão ainda nos deixa com vida, se
lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não;
matam logo.
Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.
De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher
venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa- vontade, sem coação de espécie
alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam
não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?
Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as
mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem ser desprezadas. Esse obsoleto
domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de generalizar a
eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um
absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar
à vontade.
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, a forma verbal “deseje” (l.8) poderia ser
substituída por aspire a.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Texto 6A1BBB
A humanidade não aceitará uma língua não natural para a comunicação natural. Isso é contra a tendência dos
seus instintos. Nenhum homem, “que seja homem”, achará natural conversar, aceitando ou recusando uma
bebida, em Volapuque, ou Esperanto, ou Ido ou em qualquer outra fantochada do gênero. Preferirá falar,
gaguejando, uma língua estranha, mas natural, do que falar, com relutante perfeição, uma língua
artificialmente construída. O homem é um animal apesar de muitos o esquecerem, ele ainda é um animal
irracional, como todos o são.
Fernando Pessoa. A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Com relação à variação linguística, aos fatores de textualidade e aos aspectos linguísticos do texto 6A1BBB,
julgue o item a seguir.
A regência do verbo preferir observada no quarto período do texto é típica da variedade culta do português
europeu, sendo pouco frequente na variedade brasileira do português, principalmente em textos informais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego
aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação
de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime Organization, sendo
seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International Association of Maritime Aids to
Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à Marinha do Brasil, autoridade marítima do país,
definir as normas de execução de VTS e autorizar a sua implantação e operação.
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de acompanhar o tráfego nas
imediações do porto, um sistema de identificação de embarcações denominado automatic identification
system, um sistema de comunicação em VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais (meteorológicos
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item que se segue.
Seria preservada a correção gramatical do texto se, no trecho “composta minimamente de um radar”, fosse
empregada a preposição por, em vez da preposição “de”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Defesa da concorrência e defesa comercial são instrumentos à disposição dos Estados para lidar com distintos
cenários que afetem a economia. Destaca-se como a principal diferença o efeito que cada instrumento busca
neutralizar.
A política de defesa da concorrência busca preservar o ambiente competitivo e coibir condutas desleais
advindas do exercício de poder de mercado. A política de defesa comercial busca proteger a indústria nacional
de práticas desleais de comércio internacional.
Elaine Maria Octaviano Martins Curso de direito marítimo Barueri: Manoele, v 1, 2013, p 65 (com adaptações)
Acerca de aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue o item a seguir.
O emprego da preposição de introduzindo “das inovações” é exigido pela presença de “decorrente”, sendo as
inovações uma das quatro causas da crescente internacionalização mencionadas no texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
No trecho “Diga não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do sinal indicativo de crase no
vocábulo “a” em “dia a dia”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Hoje, sabe-se que as células-tronco adultas não são tão versáteis quanto prometiam. Os resultados dos ensaios
não foram animadores. Mas isso não significa que tenham sido descartadas como possível tratamento ou que
os esforços tenham sido desperdiçados. Na ciência, o negativo também é um resultado; mesmo que não renda
prêmios ou resulte em publicações, contribui para o avanço do conhecimento.
Alexandra Ozorio de Almeida.D ois passos para trás, um para frente. In: Revista Pesquisa Fapesp 2,60.ª ed.,
out./2017, p. 7 (com adaptações).
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto CG1A1AAA, julgue o item que se segue.
O emprego do acento indicativo de crase em “às células-tronco adultas” é facultativo, dada a presença de termo
masculino na palavra composta “células-tronco”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
O Zoológico de Sapucaia do Sul abrigou um dia um macaco chamado Alemão. Em um domingo de Sol, Alemão
conseguiu abrir o cadeado de sua jaula e escapou. O largo horizonte do mundo estava à sua espera. As árvores
do bosque estavam ao alcance de seus dedos. Ele passara a vida tentando abrir aquele cadeado. Quando
conseguiu, em vez de mergulhar na liberdade, desconhecida e sem garantias, Alemão caminhou até o
restaurante lotado de visitantes. Pegou uma cerveja e ficou bebericando no balcão.
Um zoológico serve para muitas coisas, algumas delas edificantes. Mas um zoológico serve, principalmente,
para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade e da superioridade
de sua espécie. Ele pode então voltar para o apartamento financiado em quinze anos satisfeito com sua vida.
Pode abrir as grades da porta contente com seu molho de chaves e se aboletar no sofá em frente à TV; acordar
na segunda-feira feliz para o batente.
Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência. A primeira é a mais fácil e a única com
satisfação garantida. A outra pode ser uma jornada sombria para dentro do espelho, sem glamour e também
sem volta.
Os tigres-de-bengala são reis de fantasia. Têm voz, possuem músculos, são magníficos. Mas, nascidos em
cativeiro, já chegaram ao mundo sem essência. São um desejo que nunca se tornará realidade. Adivinham as
selvas úmidas da Ásia, mas nem sequer reconhecem as estrelas. Quando o Sol escorrega sobre a região
metropolitana, são trancafiados em furnas de pedra, claustrofóbicas. De nada servem as presas a caçadores
que comem carne de cavalo abatido em frigorífico. De nada serve a sanha a quem dorme enrodilhado, exilado
não do que foi, mas do que poderia ter sido.
Eliane Brum. O cativeiro. In: A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006, p. 53-4 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB4A1BBB, julgue o item que se segue.
Sem prejudicar a correção gramatical tampouco alterar o sentido do trecho, a expressão “serve para” poderia
ser substituída por convém à.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava
destinada a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da
casa e da família. Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava
de matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus
falou-me — escreveu depois — e convocou-me para servi-lo.
Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela
época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os
ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles,
praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais.
Coisa que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de
vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que
aprendera. Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de
enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava
comida, remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos
estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava
das péssimas condições de saneamento.
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não
havia, em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão
Houghton, mas ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca
mais deixou o quarto.
É possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a
guerra; mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence
era Florence —, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão
governamental sobre saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um
livro sobre esse treinamento.
Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis.
Grande e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao
mundo pouco deve importar que sejam estranhas.
Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com
adaptações).
No texto, o sinal indicativo de crase no trecho “equiparando-se às de ensino médio e secundário” foi
empregado porque a regência do verbo equiparar exige preposição “a”, e “escolas”, palavra que está
subentendida antes de “de ensino médio”, exige o artigo definido feminino plural as.
( ) CERTO ( ) ERRADO
As discussões em torno de questões como “o que é justiça?” ou “quais são os mecanismos disponíveis para
produzir situações cada vez mais justas ao conjunto da sociedade?” não são novidade. Autores do século XIX já
procuravam construir análises para identificar qual o sentido exato do termo justiça e quais formas de promovê-
la eram possíveis e desejáveis ao conjunto da sociedade à época. O debate se enquadra em torno de três
principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de
participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram
intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros.
Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em
desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse
estado de coisas.
Para Amartya Sen, por exemplo, a injustiça é percebida e mensurada por meio da distribuição e do alcance
social das liberdades. Para Rawls, ela se manifesta principalmente nas estruturas básicas da sociedade e sua
solução depende de uma nova forma de contrato social e de uma definição de princípios básicos que criem
condições de promoção de justiça. Já para Habermas, a questão gira em torno da manifestação no campo da
ação comunicativa, na qual a fragilidade de uma ação coletiva que tenha pouco debate ou pouca representação
pode enfraquecer a qualidade da democracia e, portanto, interferir no seu pleno funcionamento, tendo, por
consequência, desdobramentos sociais injustos. Em síntese, os autores argumentam a favor de instrumentos
variados para a solução da injustiça, os quais dependem da interpretação de cada um deles acerca do conceito
de justiça.
Augusto Leal Rinaldi. Justiça, liberdade e democracia. In: Pensamento Plural. Pelotas [12]: 57-74, jan.-jun./2013
(com adaptações).
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo
“a” em “a esse estado de coisas”
( ) CERTO ( ) ERRADO
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase poderia ser eliminado em
ambas as ocorrências no trecho “voltados à recuperação e à reinserção social”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
As formas de composição do TSE: de 1932 aos dias atuais. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, Secretaria de
Gestão da Informação, 2008, p. 11. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).
Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue o item a seguir.
Se a preposição a presente na contração “aos” fosse suprimida, a função sintática da expressão “requisitos de
notável saber jurídico e idoneidade moral” seria alterada, mas a correção gramatical do texto seria mantida.
( ) CERTO ( ) ERRADO
O emprego do sinal indicativo de crase em “ligado à Secretaria de Agricultura” justifica-se porque o verbo ligar
exige complemento regido pela preposição a, e a palavra “Secretaria” é antecedida pelo artigo definido
feminino singular a.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Costuma-se dizer que a forma de sufrágio denuncia, em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim,
quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade
absoluta. Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem preenchidas pelo cidadão para se
tornar eleitor, desde que não sejam discriminatórias ou levem em consideração valores pessoais. Segundo José
Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a todos os
nacionais de um país(e), sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade
especial. No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade,
além do requisito formal do alistamento eleitoral(a). Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado
o uso do adjetivo universal.
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).
Assinale a opção correta em relação à regência e ao emprego do sinal indicativo de crase no texto apresentado.
a) A correção gramatical do texto seria mantida, apesar de haver alteração de seu sentido, caso o trecho “do
alistamento eleitoral” fosse substituído por para o alistamento eleitoral.
b) Sem prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido original do texto, o trecho “submeter o
administrador ao controle e à aprovação do administrado” poderia ser reescrito da seguinte forma: submeter
ao administrador o controle e a aprovação do administrado.
c) A expressão “de índole” exerce a função de complemento de “controle” e, por isso, o emprego da preposição
“de” é exigido pela presença desse substantivo na oração.
d) Prejudicaria a correção gramatical do texto, assim como sua coerência, a substituição do trecho “que garante
o direito do cidadão” por que garante ao cidadão o direito.
e) Caso o trecho “todos os nacionais de um país” fosse substituído por todas as pessoas de um país, a partícula
“a” empregada imediatamente após “votar” deveria receber acento indicativo de crase.
O povo a que remete a ideia de soberania popular constitui uma unidade, e não, a soma de indivíduos. Jurídica
e constitucionalmente, a representação "representa" o povo (e não, todos os indivíduos). Além disso, não há
propriamente mandato, pois a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina
por instruções ou cláusulas estabelecidas entre ele (ou o conjunto de representantes) e o eleitorado. As
condições para o exercício do mandato e, no limite, seu conteúdo estão predeterminados na Constituição e
apenas nela. Estritamente, nem sequer é possível falar em representação, pois não há uma vontade pré-
formada. Há a construção de uma vontade, limitada apenas aos contornos constitucionais.
Eneida Desiree Salgado. Princípios constitucionais estruturantes do direito eleitoral. Tese de doutoramento.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010. Internet: <http://dspace.c3sl.ufpr.br> (com adaptações).
Julgue o próximo item, referente à estrutura e à tipologia do texto em apreço.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão "aos contornos constitucionais" fosse
substituída por à legislação constitucional.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à cargos eletivos dos condenados em decisão
colegiada por crimes contra a vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de autoridade, lavagem de dinheiro e
atentado à dignidade sexual, entre outros.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos critérios estabelecidos para a eleição dos
deputados às cortes de Lisboa. Os eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que
residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e proprietários de terra. Cabia a eles escolher
um colégio eleitoral, que, por sua vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e
escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da população,
só um entre cem brasileiros era elegível. Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos,
doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos, só 89 tomaram posse. Era a elite intelectual e política
do Brasil, composta de magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários,
militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 ministros de Estado, dezoito
presidentes de província, sete membros do primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império.
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos
Arcos para abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, sinalizava
alguma concessão ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também
foram deixados sobre uma mesa.
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 213-16 (com adaptações).
Com base nas estruturas linguísticas e semânticas do texto acima, julgue o item.
A mesma norma gramatical que estabelece a ocorrência do sinal indicativo de crase em "eleição dos deputados
às cortes de Lisboa" prescreve o emprego desse sinal em eleição dos deputados à todas as cortes de Lisboa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
61. INÉDITA
Assinale a opção inteiramente de acordo com a norma culta no que se refere à regência e ao emprego do acento
indicador de crase.
a) Fizemos inúmeros elogios a localização, infraestrutura e atendimento do estabelecimento.
d) Todas as decisões de investimento tomadas pela diretoria do fundo de pensão implicaram em enormes
perdas para os seus segurados.
e) Os direitos que todos nós, durante tanto tempo, lutamos e conquistamos para as gerações atuais não podem
ser abolidos.
62. INÉDITA
Assinale a opção em que é obrigatória a presença do acento indicador de crase.
a) Posso dizer que aquela equipe confiei esta missão e, por isso, sinto-me responsável pela decisão tomada.
b) Preferimos carro a moto, devido aos perigos a que estão expostos os motociclistas.
c) Pedimos ajuda a sua família, por acreditar que a amizade de nossos pais superaria nossas desavenças.
d) Não acreditamos que, daqui a décadas, estejamos aptos a clonar todo e qualquer ser humano, tendo como
objetivo a perpetuidade da existência humana.
e) Costumo dizer que é você quem faz o seu caminho. Não a droga.
63. INÉDITA
Assinale a opção cuja redação obedece às regras previstas na gramática normativa quanto à concordância,
regência, colocação pronominal e ao emprego do acento indicador de crase.
a) As cenas de corrupção as quais assistimos nos motivaram a tomar uma drástica atitude, hajam vistas as
consequências adversas a que se submetem parcela expressiva da população.
b) Repercutiu muito negativamente no mercado, o que foi agravado pela cobertura sensacionalista da mídia,
todas as declarações dos ministros que contrapunham-se a assinatura do acordo de negociação da dívida
pública.
c) Sabe-se que é necessário, dentro obviamente de certos limites morais, a negociação com partidos da base
aliada no Congresso, visando o estabelecimento de uma governabilidade razoável.
d) Não se cogita, nem mesmo diante da mais urgente situação fiscal, alterações que impliquem aumentos
substanciais de impostos.
e) Quando se analisa, de forma imparcial, a crise pela qual o país passa, constata-se que grande parte dos
problemas serão solucionados com a participação conjunta do empresariado e da massa operária brasileiros.
64. INÉDITA
Assinale a alternativa em que a regência do verbo NÃO esteja de acordo com o padrão culto.
a) A função à qual os candidatos aspiram é muito disputada.
b) Ele assistiu, durante dez anos, em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas drásticas a serem tomadas pelo Poder Judiciário.
65. INÉDITA
....... inovadoras teorias, durante todo seu ano sabático, Stephen Hawking dedicou horas de estudo e reflexão
equivalentes .... que Einstein despendeu na época em que formulou a famosa Teoria da Relatividade sob ....
desconfiança da comunidade científica mundial.
c) Aquelas - às – à
d) Àquelas - às – a
e) Aquelas - às – a
66. INÉDITA
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
a) Os motivos nos quais se valeu o deputado baseavam-se numa equivocada comparação em cuja pretendia
iludir seus fiéis eleitores.
b) As profissões para cujo desempenho são exigidas muita concentração e paciência não são indicadas a
quem não dispõe de equilíbrio emocional.
c) Muitos eleitores preferem uma candidatura baseada em mentiras agradáveis do que uma apoiada em
verdades desagradáveis onde nem todos querem acreditar.
d) O mau juízo de que se imputa aos sindicatos é semelhante àquele em que se atribui aos partidos políticos.
e) A confiança de cuja não se afastam milhares de brasileiros é a de que a política possa ser exercida
segundo à natureza do interesse público.
67. INÉDITA
O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido, sem prejuízo para a correção e o sentido
original do texto, em:
a) Vários fanáticos religiosos se entregaram à opressão e ao obscurantismo em suas pregações.
b) Seus escritos e ensinamentos foram, sem sombra de dúvida, o mais belo legado do velho filósofo à
atualidade.
c) Suas ações governamentais não só não geraram uma justa distribuição de riqueza, como deram continuidade
à miséria galopante.
d) Não aceitamos que ninguém se submetesse à sua vontade.
68. INÉDITA
O resultado prático das ações voltadas ...... um desenvolvimento sustentável depende, em larga escala, da
atuação firme e forte da comunidade internacional. São várias as ações que devem ser tratadas com prioridade,
entre as quais estão o estímulo ...... novas fontes de energia menos poluentes e o respeito ...... causas
ambientais.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
a) a − à – as
b) a − a – às
c) à − a – as
d) a − à – às
e) à − à – as
Além das mortes e sequelas as mais diversas, muitas deixando inválidos pelo resto da vida homens,
mulheres e crianças, pessoas jovens, ainda há um brutal prejuízo, calculado em torno dos R$ 96 bilhões pelas
faltas ao trabalho dos acidentados.
Ora, tantas vítimas mostram um quadro de insegurança que está presente e que vem ceifando, dia após
dia, vidas nas ruas, avenidas e, muito mais, nas rodovias da nação. Pois, da mesma forma que todos condenam
o grande número de mortes violentas por conta do tráfico de drogas, da disputa entre gangues, de desavenças
familiares, pouca atenção é dada para o massacre que ocorre no trânsito. Da mesma forma que se pede mais
educação, devemos nos lembrar que a educação no trânsito é mais do que importante.
Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/opiniao/2018/09/648589-transito-mata-mais-do-
que-assassinatos-no-brasil.html)
69. INÉDITA
No trecho “...devemos nos lembrar que a educação no trânsito é mais do que importante”, a ausência do
pronome oblíquo “nos” prejudicaria a correção gramatical.
( ) CERTO ( ) ERRADO
70. INÉDITA
Gabarito
01 D 02 E 03 E 04 C 05 D
06 E 07 A 08 A 09 A 10 E
11 C 12 A 13 A 14 E 15 D
16 A 17 C 18 C 19 C 20 B
21 E 22 D 23 B 24 D 25 E
26 B 27 C 28 C 29 B 30 C
31 E 32 E 33 A 34 C 35 E
36 C 37 E 38 C 39 C 40 E
41 C 42 C 43 E 44 E 45 E
46 E 47 E 48 C 49 E 50 C
51 C 52 C 53 C 54 A 55 C
56 E 57 C 58 E 59 E 60 E
61 A 62 A 63 E 64 C 65 A
66 B 67 D 68 B 69 C 70 E
Resumo Direcionado
AGRADAR
AGRADECER
Exemplos:
Exemplos:
O cliente agradeceu ao gerente pelo atendimento. (= O cliente lhe agradeceu... ou O cliente agradeceu
a ele...).
= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, sendo o OBJETO DIRETO nome de “COISA” e o INDIRETO nome
de “PESSOA”, introduzido pela preposição A.
Exemplos:
ASPIRAR
Exemplo:
Exemplo:
ASSISTIR
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
CHAMAR
= no sentido de INVOCAR, PEDIR AUXÍLIO, emprega-se como TRANSITIVO DIRETO ou como INDIRETO,
COM OBJETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO POR.
Exemplos:
O verbo CHAMAR é TRANSOBJETIVO nesse caso. Além disso, o PREDICATIVO DO OBJETO pode ou não
ser introduzido pela preposição DE.
CUSTAR
Exemplos:
Alguns gramáticos, no entanto, consideram “10 mil reais” e “seu salário anual” como objetos diretos. Há
divergências, portanto!
Exemplos:
Exemplos:
HAVER
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
IMPLICAR
Exemplos:
Algumas gramáticas mais modernas até admitem a presença da preposição “em”, fazendo menção ao
uso coloquial. Porém, o que notamos nas bancas é o emprego tradicional do verbo implicar. Repetindo:
transitivo direto, no sentido de resultar, acarretar.
Exemplo:
LEMBRAR/ESQUECER
Exemplo:
Exemplo:
É ERRADO DIZER:
Exemplo:
Nela, temos como sujeito a coisa lembrada ou esquecida. Já o verbo é acompanhado de objeto indireto
introduzido pela preposição A.
No caso da primeira frase, o sujeito é “a pauta da reunião” e o objeto indireto é representado pelo pronome
oblíquo ME (= A MIM).
No caso da segunda frase, o sujeito é “o nome dele” e o objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo
VOCÊ (= A VOCÊ).
= no caso do verbo LEMBRAR, também é possível empregá-lo como TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO,
com OBJETO INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A OU DE.
Exemplo:
OBEDECER/DESOBEDECER
Exemplos:
Obedecia ao mestre.
Note que, no último caso, a crase é resultado da fusão da preposição A – requerida pela regência de
DESOBEDER – com a artigo A – requerido pelo substantivo SINALIZAÇÃO.
PAGAR/PERDOAR
Exemplos:
Exemplos:
= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, com o OBJETO DIRETO “COISA” e o OBJETO INDIRETO “PESSOA”,
introduzido pela preposição A.
Exemplos:
PREFERIR
Diferentemente da linguagem coloquial, este verbo não se constrói com a locução DO QUE, e sim com
a preposição A.
Exemplo:
PROCEDER
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
QUERER
Exemplo:
Exemplo:
Juro que quero muito a você. (= Juro que lhe quero muito)
VISAR
Exemplo:
Exemplo:
ABDICAR DESFRUTAR
ATENDER USUFRUIR
ATENTAR GOZAR
DEPARAR
ANSIAR Deparei com um gigantesco problema.
Anseio um mundo justo. Deparei um gigantesco problema.
Exemplos:
Substituir a palavra
feminina por uma
masculina. Se NÃO aparecer a forma AO ou AOS antes
da palavra masculina, é sinal de que NÃO
haverá crase antes da feminina.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Pedi A esta funcionária uma ajuda.
(= Pedi PARA esta funcionária uma ajuda.).
Contarei A você um segredo.
(= Contarei PARA você um segredo.)
CASO GERAL
À = A (preposição) + A (artigo)
ÀS = A (preposição) + AS (artigo)
... antes de pronomes de tratamento, exceção feita a SENHORA, SENHORITA, DONA, MADAME, ...:
Exemplos:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.
Atenção!
Por que senhora, senhorita e dona aceitam crase?
Observemos a frase “Entregaram o convite à senhora.”.
Se substituirmos “senhora” por “senhor”, teremos “Entregaram o convite ao senhor”. Dessa forma, se
“senhor” solicita artigo definido, “senhora” também o deverá solicitar. O artigo solicitado por “senhora” se
contrai com a preposição solicitada pela forma verbal “Entregaram”, resultando, portanto, na forma “à”.
Resumindo:
Grande parte dos pronomes NÃO solicita artigo, exceção feita a MESMA (S), PRÓPRIA (S), SENHORA (S),
SENHORITA (S), DONA (S), MADAME (S).
Isso não significa que haverá crase obrigatoriamente antes dessas formas!
CUIDADO! Além do artigo, moçada, é necessário que haja uma preposição, certo? Não havendo preposição,
sem chance de haver crase, gente!
Não vão me pôr crase em “Observei a mesma cena!”, pelo amor dos meus filhinhos! Rs.
Ora, o verbo OBSERVAR não está regendo preposição A, meus amigos! Trata-se de um verbo TRANSITIVO
DIRETO! O A que antecede MESMA é apenas artigo.
E como diz o ditado, um artigo só não faz crase (Nossa! Essa foi péssima! Desculpem-me!).
O que está errado nessa frase? Prestem atenção! Tem-se a preposição “a”, solicitada pela regência da forma
verbal “Referi-me” (Quem se refere se refere A ALGO).
Porém, não temos a presença do artigo “a”, uma vez que o substantivo feminino “cenas” é plural.
Imaginemos um enunciado assim redigido: “As duas frases acima estão corretas do ponto de vista gramatical
e possuem o mesmo sentido”. O que vocês marcariam? CERTO ou ERRADO?
Corretas do ponto de vista gramatical elas estão, mas não possuem o mesmo sentido.
Na construção “Referi-me a cenas de terror”, a ausência do artigo “as” (a forma “a” é apenas preposição) dá
entender que se trata de cenas de terror quaisquer. Já na construção “Referi-me às cenas de terror”, a presença
do artigo definido “as” especifica as cenas de terror, dando a entender que não se trata de quaisquer cenas.
Além dos dois casos anteriores, existe o caso da preposição “até”, que pode ou não ser acompanhada
de preposição A, o que também torna facultativo o emprego do acento indicador de crase.
Exemplo:
Quando a palavra “casa” é empregada no sentido de “lar” e não vem especificada, não pede artigo. Se,
por sua vez, houver especificação da casa, haverá artigo.
O mesmo ocorre com a palavra “terra”, no sentido de “terra firme”. Só haverá artigo, se vier especificada.
Já a palavra “distância” somente será antecedida de artigo se vier quantificada ou especificada (a
distância de 100m, a distância de um palmo, etc.)
Esse artigo, ao se unir à preposição A, resultará na crase. Observe:
Regressaram a casa para almoçar. (SEM crase, haja vista que CASA não foi especificada)
Regressaram à casa de seus pais. (COM crase, haja vista que CASA foi especificada)
Regressaram a terra depois de muitos dias. (SEM crase, haja vista que TERRA não foi especificada)
Regressaram à terra natal. (COM crase, haja vista que CASA não foi especificada)
Observamos o acidente a distância. (SEM crase, haja vista que DISTÂNCIA não foi especificada)
Observamos o acidente à distância de um quarteirão. (COM crase, haja vista que DISTÂNCIA foi
especificada)
Notem a expressão “moda” subentendida antes de CR7. Quer-se dizer que o gol feito por mim foi em
imitação ao que o CR7 costuma fazer.
Atenção!!!
O topônimo será necessariamente antecedido de artigo, caso venha especificado ou qualificado.
Exemplos:
Exemplos:
Perguntaram, após a aula, ÀQUELE PROFESSOR
seu parecer sobre a polêmica questão. Homenagearam, ao final do cruso, AQUELE
(= Perguntaram, após a aula, A ESTE DEDICADO FUNCIONÁRIO.
PROFESSOR seu parecer sobre a polêmica (= Homenagearam, ao final do curso, ESTE
questão. DEDICADO FUNCIONÁRIO.)
FIM
NÃO DESISTA!
CONTINUE NA DIREÇÃO CERTA!