Cap 2 Desenvolvimento Urbano e de Transportes
Cap 2 Desenvolvimento Urbano e de Transportes
Cap 2 Desenvolvimento Urbano e de Transportes
necessário que, dentre outros aspectos, exista um planejamento integrado das atividades. Este
Conceito: O Planejamento Urbano é uma atividade coordenada pelos órgãos de governo, com o
objetivo de interferir no processo de crescimento da cidade. Como produtos do planejamento
urbano tem-se:
• Visão Tradicional
• Visão Moderna
– Introduz a dimensão dos valores e dos interesses dos grupos sociais, ou seja,
introduz a dimensão política nas análises da política de circulação.
As cidades são centros de produção e consumo de bens e serviços onde são exercidas diversas
atividades relacionadas à moradia, trabalho, estudo, lazer, compras etc.
Estas atividades tendem a se distribuir em diferentes áreas, formando zonas com certo grau
de homogeneidade. A necessidade de interligação das diversas áreas urbanas entre si e com
aquelas localizadas fora da cidade implica o surgimento da atividade circulação. Esta é uma
atividade meio, sem a qual se torna impossível o desempenho das demais.
Assim, a circulação é o deslocamento das pessoas e mercadorias, tendo reflexo, portanto, nos
aspectos sociais e econômicos do desenvolvimento urbano.
Como atividade meio, a circulação é fortemente influenciada pela localização das demais
atividades na área urbana. Assim, a localização do comércio atacadista e de indústrias em
áreas mais distantes diminui a circulação de veículos de carga no centro da cidade; a
disseminação de escolas pelas áreas residenciais reduz o número de viagens por ônibus e
automóveis, e assim por diante. Os deslocamentos das pessoas podem ser classificados
segundo o motivo pelo qual são realizados, ou seja:- Trabalho; Estudo; Compras; Lazer;
Negócios.
Cada meio de transporte apresenta vantagens e desvantagens para o usuário e para o tráfego
em geral. As características das viagens é que vão definir qual o melhor meio a ser utilizado.
O que é viagem?
Conceito: percurso entre dois pontos com um OBJETIVO ESPECÍFICO. Assim, as viagens a pé, que
têm uma total flexibilidade e não causam maiores problemas ao tráfego, só são possíveis
quando as distâncias são pequenas e as condições de segurança razoáveis
FOP Paris
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Rogério Carvalho Silva e Maria Amália Magalhães Fagundes – Empresa Brasileira de Planejamento de
Transportes – GEIPOT, Belo Horizonte, 1984
Curso de Engenharia Civil
Planejamento Urbano e Transportes
Quando as cidades são pequenas, suas urbanas são bastante restritas, a circulação
diversas atividades se desenvolvem num de mercadorias é pequena. Resumindo, as
espaço limitado, bem próximas umas das atividades se desenvolvem com folga no
outras, não havendo uma setorização espaço urbano, praticamente inexistindo
acentuada do uso do solo. A maioria das problemas de transporte.
pessoas pode se deslocar a pé, com
segurança e conforto, graças às pequenas
distâncias e ao reduzido número de veículos
que circulam em vias descongestionadas, e
conseguem estacionar facilmente. O
transporte coletivo é desnecessário e as
bicicletas circulam livremente, em boas
condições de segurança. Como as funções
Curso de Engenharia Civil
Planejamento Urbano e Transportes
São Paulo
Por outro lado, tanto os pedestres quanto as bicicletas passam a disputar o espaço com os
veículos motorizados, passando a circular em más condições de segurança, uma vez que são
os componentes mais fracos do tráfego.
sistema de transporte não é acompanhado pela criação, por parte do poder público, dos
instrumentos institucionais e técnicos adequados.
A legislação vigente estabelece claramente as competências dos três níveis de governo, no que
diz respeito ao sistema de transportes.
A prefeitura deve estabelecer uma política para o setor, com objetivos de melhoria da
qualidade de vida da população, com ênfase para a população mais carente, através do
aumento das condições de segurança, redução nos custos de transportes, melhorias nas
condições ambientais e adequação do sistema de transporte às necessidades da população.
Embora essa política deva ser estabelecida para um horizonte de médio e longo prazo, várias
medidas podem ser tomadas, visando, em curto prazo, resolver os problemas existentes.
A atuação sobre o uso do solo é feita através do estabelecimento do zoneamento (definição das
áreas destinadas à habitação, comércio, indústria, lazer etc), da definição da intensidade de
ocupação de cada zona (taxa de ocupação e coeficientes de aproveitamento) e das normas de
loteamento (tamanho dos terrenos, reservas de áreas verdes, articulação do sistema viário
etc).
A hierarquização das vias deve ser compatível com o uso do solo adjacente, com suas
características físicas e com o volume e tipo de tráfego que delas se utilize. Essa
hierarquização define o papel que cada via vai desempenhar no sistema viário, possibilitando a
ordenação e separação dos diversos tipos de tráfego.
A curto prazo, várias medidas podem ser tomadas visando minorar os problemas existentes,
tanto no que diz respeito ao tráfego em geral, quanto em relação à circulação. Elas visam,
principalmente, a maior fluidez do tráfego e a melhoria nas condições de segurança e de
acessibilidade, o que pode ser obtido através da regulamentação do uso das vias, ou seja:
estabelecimento do sentido de tráfego dentro de um plano geral de circulação, definição de
locais para estacionamento de veículos e para a operação de carga e descarga, reserva de
áreas para pedestres e de faixas para ciclistas e ônibus, definição de locais para terminais e
pontos de parada de ônibus e de táxis, estabelecimento de rotas para veículos de carga etc.
Estas medidas são concretizadas através da sinalização, que deve obedecer às normas ditadas
pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), podendo ser complementadas, caso
necessário, por modificações na geometria das vias (construção, modificação ou condições
locais, como intensidade e composição do tráfego, dimensão das vias, ambiente urbano, uso
do solo na área etc. Assim, por exemplo, em áreas onde há uma grande demanda por
estacionamento e espaço insuficiente, pode-se adotar a solução de estacionamentos rotativos;
em ruas com grande fluxo de pedestres, pode-se alargar os passeios ou até mesmo criar vias
exclusivas para eles; nas áreas congestionadas, pode-se restringir o estacionamento de
veículos, o que aumenta a capacidade da via; em outros casos, a simples regulamentação de
locais e horários para carga e descarga já possibilita que se atinja o objetivo desejado.
Os caminhos que ligam uma atividade a outra precisam ser regularizados, tratados de maneira
que não façam poeira e não deixem empoçadas águas das chuvas. Os dejetos das fábricas,
das cozinhas, dos sanitários precisam ser canalizados. Como aumentou o número de pessoas,
e também as distâncias entre elas, são necessários vários outros serviços de higiene,
segurança e comunicação à distância.
Pouco a pouco, vão surgindo canalizações, postes, fios aéreos e novos espaços para as novas
atividades, que se fazem necessárias. Nascem crianças e então é preciso construir escolas,
praças, mas também morrem pessoas e é preciso fazer um cemitério, ou mais de um, de
acordo com as crenças religiosas dos habitantes que preencha os requisitos de higiene, se
possível afastado das áreas de habitação. A esta altura, o comércio varejista já se destacou do
atacadista e, se a cidade for junto ao mar ou a um grande rio, a zona próxima ao cais do porto
se torna exclusiva das atividades portuárias. O comércio varejista passa a dominar certas ruas,
das quais, pouco a pouco, as habitações vão se retirando e formando zonas quase
homogêneas, que, por sua vez, atraem o comércio de novo.
FOP
Lisboa
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Porto
Além de dar acesso aos diversos tipos de uso do solo que se apresentam ao longo
de seu percurso, a rua também serve de passagem aos veículos que se destinam a
outras ruas.
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Planejamento Urbano e Transportes
FOP
FOP
Durban Paris
Quem cuida dos problemas da cidade, como uso do solo, sistema viário etc., está
sempre empenhado em harmonizar estes dois direitos contraditórios dos cidadãos.
Paris
Cada rua se relaciona com as que lhe dão acesso e, por meio delas, com todas as
outras da mesma cidade, formando o que se chama o sistema viário urbano. Este
pode ser em grelha, radial ou uma combinação dos dois. As ruas do sistema viário
apresentam-se hierarquicamente diferenciadas e se classificam segundo sua
função, e de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, em vias de trânsito rápido,
arteriais, coletoras e locais.
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Marcos Referenciais
Lisboa
Tudo o que foi visto tem o objetivo de identificar os elementos que fazem parte do
sistema viário urbano e suas inter relações.