CELAM. Sintesis Fase Continental Del Sinodo en ALC (2024)

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Sínodo

20 21
20 24

Por una Iglesia sinodal


comunión participación misión

Resumo da Fase Continental


do sínodo na
América Latina e Caribe

CONSEJO EPISCOPAL
LATINOAMERICANO Y CARIBEÑO
3

Narrativa: a fase continental do sí-


nodo na América Latina e Caribe

1. “É possível caminhar tendo Cristo no comando, e deixar-se guiar pelo


Espírito de Deus. Temos a esperança crescente de viver um novo tem-
po para a Igreja”. Esta expressão de um dos participantes da Etapa
Continental do Sínodo reflete o entusiasmo que o processo suscitou na
América Latina e Caribe e que teve como momento central os quatro
encontros regionais realizados em El Salvador, Santo Domingo, Quito
e Brasília, em fevereiro e março de 2023.

2. A preparação da Fase Continental começou um ano antes, com a


formação de uma comissão que acompanhou as equipes nacionais
encarregadas de animar a Fase Diocesana e que, ao mesmo tempo,
estabeleceu os parâmetros para a assembleia continental, em diálogo
com a Secretaria Geral do Sínodo. Depois de alguns meses, uma equi-
pe de trabalho foi consolidada, composta por Dom Miguel Cabrejos
(Presidente do CELAM), Dom Jorge Lozano (Secretário Geral do CE-
LAM), Pe. Pedro Brassesco (secretário adjunto do CELAM), Hna. Da-
niela Cannavina (secretária geral da CLAR), Pe. Francisco Hernán-
dez (secretário executivo da Cáritas América Latina), Mauricio López

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(diretor do CEPrap do CELAM, ligado à secretaria geral do Sínodo)


e Oscar Elizalde (diretor do Centro de Comunicações do CELAM).

3. A Igreja latino-americana e caribenha percorreu um caminho de ex-


periências participativas marcado pelas cinco Conferências Gerais do
Episcopado Latino-Americano, o Sínodo da Amazônia, a Assembleia
Eclesial e as estruturas eclesiais de comunhão no continente.

4. Nossa Igreja se alimenta da diversidade social e cultural de cada re-


gião, aspecto a ser cuidado e fortalecido para consolidar a identidade
comum e uma renovada inculturação do Evangelho nas cidades. Por
isso, decidiu-se que a Etapa Continental teria como momento central
a realização de encontros regionais que permitissem maior participa-
ção, discernimento e escuta para contribuir com a própria riqueza e o
modo particular de ser Igreja.

5. De um total de 400 participantes, foi estabelecido um número de re-


presentantes para cada país, proporcional à população total, atribuin-
do-lhes também um número estimado de bispos, sacerdotes, religiosos
e religiosas, diáconos, leigos e leigas. Entre estes últimos, foi solicitada
a integração especial de pessoas que faziam parte de áreas que não
foram suficientemente ouvidas na fase diocesana. Por fim, o CELAM
convidou representantes de setores periféricos que também não ha-
viam sido convidados.

6. As reuniões regionais foram realizadas em San Salvador (El Salvador),


para a região da América Central e México, de 13 a 17 de fevereiro;
Santo Domingo (República Dominicana), para a região do Caribe, de
20 a 24 de fevereiro; Quito (Equador), para a região bolivariana, de 27
de fevereiro a 3 de março; e Brasília (Brasil), de 6 a 10 de março, para
a região do Cone Sul.

7. No total, participaram 415 pessoas: 96 na América Central e México;


41 em países do Caribe; 92 na região bolivariana e 177 no Cone Sul.
Havia 65 bispos; 70 sacerdotes; 61 religiosos e religiosas, 16 diáconos
e 194 leigos e leigas.

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8. Cada assembleia começou com um retiro espiritual na manhã de se-


gunda-feira. Foi um momento de profundo encontro com o Espírito,
onde foi significativo o espaço físico em que se realizaram: em El Sal-
vador, na capela do martírio de São Oscar Romero e em Santo Do-
mingo, na Catedral Primaz da América. À tarde, houve tempo para a
apresentação do processo sinodal em relação à Assembleia Eclesial, a
explicação da metodologia do diálogo espiritual e da formação das co-
munidades de vida com um primeiro encontro para que seus membros
pudessem se conhecer.

9. Os dias seguintes foram dedicados à reflexão sobre o Documento para


a Etapa Continental e as três questões que ele suscita. O terceiro ca-
pítulo foi dividido em três partes: a cada dia, uma delas foi abordada
com três sessões grupais, uma para cada questão. Ao final de cada
dia, houve uma partilha de todas as comunidades como um novo mo-
mento de discernimento conjunto. Foram coletadas 423 sínteses com
intuições, tensões e temas a serem aprofundados a partir do que foi
desenvolvido no DEC. Uma equipe do CELAM registrou e sistema-
tizou essas propostas, identificando temas comuns, mas respeitando a
multiplicidade de vozes e sugestões.

10. No último dia, as assembleias foram divididas em grupos por vocação,


para reler a experiência e fazer novas contribuições sobre os horizon-
tes para a próxima etapa, o que permitiu receber outros 30 documen-
tos com contribuições.

11. À contribuição das regiões se somou o processo realizado por algu-


mas organizações pastorais, como a Conferência Eclesial da Amazô-
nia (CEAMA), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Pastoral
Afro, que seguiram seu próprio caminho à luz do DEC em várias reu-
niões e encontros.

12. Os momentos de espiritualidade marcaram fortemente cada dia, per-


mitindo um clima de encontro com Deus e um senso de comunidade
fraterna além da diversidade de estados de vida, línguas, cargos ou
lugares de origem de cada participante. Além disso, os organizado-

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res locais ofereceram momentos de recreação ou intercâmbio cultural


que permitiram fortalecer os laços de pertença de cada região. Cada
assembleia culminou com a celebração da Eucaristia.

13. De 17 a 20 de março, foi realizada uma reunião na sede do CELAM


em Bogotá (Colômbia) para redigir a síntese continental com base nas
contribuições de todas as assembleias. Foram convocados os membros
da equipe de reflexão teológica pastoral do CELAM (muitos dos quais
participaram das assembleias), os facilitadores que executaram a me-
todologia em cada reunião e os membros da equipe de coordenação
da fase continental. Uma equipe de dezesseis pessoas, acompanhada
por membros da Secretaria Geral do Sínodo, orientou o processo.

14. A redação envolveu o discernimento dos temas principais à luz do


Espírito e da experiência vivida, individualmente e depois como um
grupo. Na assembleia, o esboço foi acordado e, com as contribuições
oferecidas, os temas foram elaborados por grupos, tendo o cuidado de
inserir citações que refletissem as vozes ouvidas. A equipe de redação
consolidou o texto final com base na leitura conjunta, correções e su-
gestões feitas.

15. Em 21 de março, no marco da reunião presencial dos secretários ge-


rais das Conferências Episcopais, e com a participação on-line de seus
presidentes, foi feita a uma releitura da experiência sinodal, com base
no seu carisma e responsabilidade específicos. Neste marco, os bis-
pos foram apresentados ao processo desenvolvido e ao texto proposto.
Em seguida, reunidos em regiões pastorais, o documento foi lido e,
finalmente, em plenário, fizeram contribuições e avaliações. O diálogo
foi enriquecido pela presença do Cardeal Jean-Claude Hollerich S.J.,
relator do Sínodo; Dom Luís Marín de San Martín, subsecretário da
Secretaria Geral do Sínodo; e Padre Giacomo Costa, coordenador da
Comissão Preparatória do Sínodo.

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16. Assim, a experiência vivida nesta fase continental consolidou o caráter


participativo e comunitário da Igreja peregrina na América Latina e
Caribe e lhe deu novas notas baseadas na metodologia utilizada, a for-
te impressão espiritual que foi buscada e a abertura para ouvir novas
vozes.

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Introdução:
uma igreja em chave sinodal

17. A Igreja da América Latina e Caribenha completou a etapa continen-


tal do processo sinodal convocado pelo Papa Francisco com o tema Por
uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão. A narrativa precedente
explicou o processo de escuta, diálogo e discernimento realizado nas
quatro assembleias regionais, com a participação das vinte e duas Con-
ferências Episcopais. Nesta jornada juntos, aprendemos a desenvolver
plenamente o sentido do “nós eclesial” e vários frutos foram colhidos.

18. A vida conciliar, sinodal e colegial em nossa Igreja tem uma longa his-
tória. No caminho percorrido pelos grandes missionários da primeira
evangelização está Santa Maria de Guadalupe com seu rosto moreno,
sua mensagem de “Deus por quem vivemos”, sua pedagogia incul-
turada através da conversação na língua indígena e a busca de uma
terra sem males. Ela é a primeira discípula missionária do continente.
Na Igreja em peregrinação na América Latina e no Caribe, o Espírito
distribuiu uma rica diversidade de dons entre seus povos e os dotou de
valores espirituais e comunitários, como o respeito à irmã mãe terra.
Durante cinco séculos, a Igreja, com luzes e sombras, com santidade
e pecado, evangelizou o continente dando testemunho da fé e lutando
pela justiça - sobretudo através de seus santos e mártires - e assim con-
tribuiu para formar comunidades de filhos, irmãos e irmãs.

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19. Nos últimos tempos, acolhemos o poder do Espírito Santo que sempre
rejuvenesce seu rosto através de significativos processos sinodais. Este
caminho comum foi intensificado desde 1955 com a celebração da
Primeira Conferência Geral do Episcopado no Rio de Janeiro e com a
criação do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), organis-
mo de comunhão e coordenação a serviço dos bispos e das Conferên-
cias Episcopais. Destacam-se também as assembleias das Conferências
Gerais do Episcopado: Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domin-
go (1992) e Aparecida (2007), no santuário mariano do Brasil, com
o convite a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo para que,
nEle, nossos povos tenham vida.

20. Em 2019, o Papa Francisco sugeriu a preparação de uma primeira


Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, insistindo que não
fosse apenas uma reunião de bispos, mas de todo o santo povo fiel de
Deus que caminha, reza, fala, pensa, discute e busca sua vontade. A
celebração desta Assembleia, em 2021, foi recebida com grande ale-
gria. Esta experiência sem precedentes, fruto do transbordamento do
Espírito, ocorreu em meio à crise da pandemia e constituiu, em tem-
pos de sofrimento e morte, o sinal profético de uma Igreja viva e pró-
xima de seu povo para semear a esperança e construir o futuro. É um
verdadeiro marco que combina a participação de muitos membros do
Povo de Deus com o exercício do ministério pastoral dos bispos e dos
episcopados. Com toda essa partilha foi elaborado o texto Rumo a uma
Igreja sinodal em direção às periferias. Reflexões e propostas pastorais da Primeira
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe.

21. Houve também outros processos sinodais de diferentes dimensões e


escopo que nos ensinam a caminhar juntos: o CELAM foi renovado
e reestruturado com um estilo mais sinodal; foi realizada a Assem-
bleia do Sínodo para a Amazônia; foi criada a Conferência Eclesial
da Amazônia - CEAMA; e foram formadas várias redes eclesiais: a
Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM; a Rede Eclesial Ecológica
Mesoamericana - REMAM; a Rede Eclesial do Gran Chaco e Aquí-
fero Guarani - REDCHAG. Estas redes prestam especial atenção à

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inculturação do Evangelho e da Igreja, aos problemas específicos das


comunidades indígenas e afro-americanas, aos valores da intercultura-
lidade e ao cuidado do lar comum.

22. No contexto destes processos eclesiais, em meio às complexas reali-


dades de nossos países e nossa região, as igrejas latino-americanas e
caribenhas receberam a convocação do Papa Francisco para o sínodo
sobre a Igreja sinodal. Queríamos integrar este novo processo na ex-
periência regional e, ao mesmo tempo, contribuir para a sinodalidade
de toda a Igreja da história recente, sabendo que o Espírito está tecen-
do harmonia. O Povo de Deus está experimentando o chamado para
se sentir como sujeitos ativos da Igreja. Na assembleia da Região da
América Central e México (CAMEX), um leigo expressou: “Isto já é
o Sínodo”. Todos estes processos têm sido entrelaçados, forjando ricas
contribuições de experiências, preocupações e propostas.

23. A Secretaria do Sínodo formulou a principal questão que orienta o


caminho na pergunta: “como é este ‘caminhar juntos’ que permite à
Igreja anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi con-
fiada, está acontecendo hoje em vários níveis (do local ao universal);
e que passos o Espírito nos convida a dar para crescer como Igreja
sinodal?” (Documento Preparatório 2, 26, Documento para a Etapa Continental
2, 105). Em uma reunião regional, esta pergunta foi esclarecida: “O
que queremos dizer quando dizemos ‘Igreja Sinodal’? Estas grandes
perguntas convidam a aprofundar uma reflexão teológica, pastoral e
espiritual que ajude a viver a eclesialidade, a sinodalidade, a ministe-
rialidade e a colegialidade.

24. Aqui sintetizamos as principais contribuições do itinerário continental


realizado na América Latina e Caribe em torno de oito temas prin-
cipais que, ao mesmo tempo, incluem e referem-se a outras questões
importantes para o espírito e a prática da sinodalidade. Eles reúnem

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preocupações, tensões e prioridades. Cada um e todos são considera-


dos “em chave sinodal”:
1. A centralidade do Espírito em uma Igreja sinodal.
2. A sinodalidade do Povo de Deus.
3. Sinodalidade: a forma de ser e de agir da Igreja.
4. A Igreja missionária sinodal.
5. A sinodalidade: o compromisso socioambiental em um mundo
fragmentado.
6. Conversão sinodal e reforma de estruturas.
7. Vocações, carismas e ministérios em chave sinodal.
8. Contribuições do itinerário sinodal latino-americano e caribenho.

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1. O protagonismo do Espírito
numa Igreja sinodal

25. A Igreja é o Povo reunido, participando da comunhão do Pai, do Filho


e do Espírito Santo (cf. LG 4). O caminho percorrido nos permitiu
reconhecer como Deus está realmente conduzindo as Igrejas da Amé-
rica Latina e Caribe para um modo de ser cada vez mais sinodal, que é
inerente à Igreja, mas que assume uma importância significativa dian-
te dos desafios que as mudanças na sociedade representam para sua
vida de comunhão e missão. Isto implica uma tomada de consciência
sobre a experiência da nossa pequenez e fragilidade, intensificada pela
crise da pandemia. É necessário “confiar e afirmar o Espírito Santo como
protagonista deste processo, e que ele ilumine as mudanças que podem ocorrer na
Igreja de Jesus” (Camex).

26. No Pentecostes, o Espírito está na origem da Igreja e é a fonte perma-


nente de sua vitalidade. É Ele quem o move para fluir e atravessar a
história com relevância e significado e quem o conduz pelos caminhos
da renovação e do futuro. Ele molda a face da Igreja e o tecido relacio-
nal que torna possível a unidade na diversidade. Sem Ele, não há se-
guimento autêntico de Jesus, não há vida nova, não há kairos eclesiais.
O Espírito encoraja sua Igreja a uma autêntica conversão que pressu-
põe: escuta, diálogo, discernimento, atenção refinada à realidade e ca-
pacidade de compreender o grito de Deus nos gritos permanentes que

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ressoam na história. “Este é o momento de reconhecer o kairos em que vivemos,


com confiança no Espírito e a certeza de que tudo é obra de Deus” (Cone Sul).

27. A experiência de saber que somos habitados pelo Espírito nos lança
para além de nossas próprias análises e reflexões, convidando-nos a
superar a tentação do intimismo, fundamentalismos e ideologias que
nos fazem disfarçar o querer de Deus quando são a busca de interesses
particulares. Ele nos pede para nos situarmos no contexto e enraizar
a jornada eclesial nas profundezas da história, até nos deixarmos per-
mear pela realidade, reconhecendo que nela Deus se manifesta e age,
chamando-nos ao compromisso, a trabalhar com Ele, apaixonados
por Seu Reino. Entendemos o caminho sinodal “como um processo pessoal
e comunitário de abertura radical à ação do Espírito Santo, o único capaz de criar
um novo Pentecostes na Igreja e de superar a tentação constante de nos fragmentar-
mos” (Bolivariana).

28. A ação do Espírito, como tudo no dinamismo do Reino de Deus, pre-


cisa ser discernida, sua voz precisa ser ouvida e acolhida, ouvindo “o
que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2,11). Seus sussurros exigem a docili-
dade de nosso coração. Daí a necessidade de assumir uma atitude per-
manente de discernimento, de buscar não fazer nossa própria vontade,
mas como Jesus, fazer a vontade do Pai de Misericórdia. Isto gera uma
grande tensão quando vivemos numa época em que a individualidade
e o voluntarismo são tão exaltados, quando o “eu” é feito a medida
de todas as coisas; quando somos tentados a impor aos outros nossas
próprias intenções e ideologias que são visões parciais da realidade.
Discernir significa distinguir, entre tantas vozes e movimentos, o que
vem do Espírito, o que o Senhor nos diz e espera de nós. É o que temos
feito neste processo, tentando superar nossas próprias tentações. Este
discernimento precisa tornar-se cada vez mais comunitário, como a
própria experiência de fé, e atento ao “sensus fidei” do caminho do povo
de Deus.

29. Somos chamados a uma profunda reforma da Igreja, aquela que surge
da ação de Deus nas profundezas da história. “Eis que faço novas todas as
coisas, você não vê?” (Is 43,19). Somos chamados a viver uma conversão

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que tem sua origem na escuta fiel de Deus e da realidade, uma escuta
que é a condição para a transformação do coração. Devemos escutar
uns aos outros e discernir os sinais dos tempos para buscar juntos a
vontade de Deus à luz da Sagrada Escritura.

30. Durante esta viagem sinodal, sentimos o chamado para escutar a me-
lodia do presente, convencidos de que a qualidade da escuta deter-
mina a qualidade da resposta e abre o caminho para o compromisso
missionário. Compreendemos que a Igreja está hoje, mais que nunca,
necessitando de um novo estilo relacional mais contextualizado, en-
carnado na realidade, capaz de escutar e fazer ressoar as diferentes
vozes, e de se posicionar para gerar o diálogo necessário que favoreça
o encontro. Sentimo-nos chamados a gerar autênticas dinâmicas de
escuta, participação, comunhão, missão compartilhada e correspon-
sabilidade.

31. Para aqueles que participaram do processo sinodal, um fruto do Es-


pírito é a renovação de sua esperança e o reconhecimento humilde e
confiante de como a conversão sinodal é conduzida pelo Espírito. De
uma atitude centrada em pensar a assembleia sinodal e o documento
final como a resposta desejada, passamos ao reconhecimento da ne-
cessidade de paciência, constância, perseverança no propósito, cora-
gem criativa e audácia, que são virtudes ligadas à esperança. Passamos
à convicção de como a conversão sinodal começa no palco de nossa
própria vida cotidiana, e daí se projeta, como fermento na massa, para
a transformação do mundo inteiro. “No caminho sinodal não devemos correr,
devemos seguir o ritmo do Espírito para que a experiência nos permita dar tempo a
cada momento” (Camex). “O caminho sinodal é um convite a sermos camponeses
de fé; isto nos obriga a aprender novos verbos: esperar sem desespero, regar o neces-
sário para cada tipo de planta, perseverar sem cansaço, certos de que somos guiados
pelo Espírito” (Bolivariana).

32. O Povo de Deus caminhou na esperança da vinda do Salvador. Hoje


eles caminham na esperança alegre de seu retorno, que encoraja nosso
serviço ao Reino e anseia pela plenitude da Vida para todos.

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2. A sinodalidade do Povo
de Deus

33. Muitas vozes ouvidas nas quatro assembleias regionais nos lembram
que a renovação sinodal supõe “recuperar a proposta conciliar expressa na
noção de Povo de Deus, que sublinha a igualdade e a dignidade comum em vez das
diferenças de ministérios e carismas” (Bolivariana).

34. A Igreja é a comunidade daqueles que seguem “o caminho do Senhor”


(Atos 18:25). É o Povo de Deus em peregrinação no mundo. A sinoda-
lidade manifesta a dimensão social e histórica da Igreja, que está en-
raizada na condição de peregrino do ser humano, que viaja pela vida
em busca da felicidade. O Povo de Deus é chamado a caminhar junto
com toda a família humana, sendo um sacramento de salvação e de
esperança. Aqui surge a dupla dimensão da sinodalidade na medida
em que expressa caminhar juntos na vida da Igreja e acompanhar a
história dos povos em direção à plenitude do Reino de Deus.

35. Na jornada comum das igrejas da América Latina e Caribe, estamos


desenvolvendo um sentido de “nós” através da experiência e dinâmica
de antigos e novos processos sinodais. Neste processo, estamos dando
vida a nossa convicção de que o Povo de Deus a caminho é o sujeito da
comunhão sinodal. As assembleias reafirmaram o que o Concílio Vati-
cano II expressou sobre a dignidade comum e a igualdade fundamental

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de todos os batizados, mulheres e homens. O dom da fé e o sacramento


do batismo nos tornam seguidores de Jesus e nos conferem a todos a
condição de membros do único Povo de Deus, desde o menor dos bati-
zados até o sucessor de São Pedro.

36. Em nossa jornada, sentimos e afirmamos que a sinodalidade nos ajuda


a ser uma Igreja mais participativa e corresponsável. Uma Igreja sino-
dal é desafiada a encorajar a participação de todos, de acordo com a
vocação de cada um e de todos, com a autoridade conferida por Cristo
ao Colégio dos Bispos, presidido em caridade pelo Bispo de Roma.
A participação se baseia no fato de que todos os fiéis são chamados e
capacitados para colocar os dons recebidos do Espírito Santo a serviço
dos outros. A autoridade dos Pastores é um dom do mesmo Espírito
de Cristo Cabeça para servir à edificação de todo o Corpo. Na comu-
nhão sinodal, os Bispos exercem sua missão apostólica caminhando,
acompanhando e guiando seus irmãos e irmãs para seguir Jesus, o
Caminho, a Verdade e a Vida.

37. A sinodalidade expressa a condição de subjetividade que corresponde


a toda a Igreja e a todos na Igreja. Nós crentes somos irmãos e irmãs
na mesma viagem, chamados a ser sujeitos ativos porque participamos
do único sacerdócio de Cristo. O Espírito Santo é a fonte de uma
grande diversidade de vocações, identidades, talentos, competências
e ministérios que enriquecem a unidade na comunhão. Aqui estamos
diante de um desafio permanente, que é como promover a diversida-
de sinodal sem transformá-la em divisões, e como construir a unida-
de sem transformá-la em homogeneidade. A grande maioria dos fiéis
cristãos são homens e mulheres leigos que recebem a fé e aprendem
a viver a comunhão de amor dentro de suas famílias e comunidades.

38. A vida sinodal é testemunha de uma Igreja formada por pessoas e co-
munidades livres e diversas, chamadas a se relacionar fraternalmente
por laços de respeito mútuo e afeto recíproco. Muitas vozes questio-
naram como nos tratamos mutuamente na Igreja, especialmente entre
pastores e leigos, e entre mulheres e homens. Em todas as assembleias
ouvimos um profundo clamor para sermos bem tratados, respeitados

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como iguais e valorizados na própria identidade e contribuição espe-


cífica de cada um. O discernimento compartilhado mostra que ainda
podemos percorrer um longo caminho no relacionamento com ati-
tudes mais evangélicas, humanizadoras e sinodais. “Precisamos de uma
mudança estrutural que nos desinstale. Ela requer flexibilidade, diálogo, tolerância,
aceitação, respeito. Não colocar vinho novo em odres velhos” (Caribe).

39. Um desafio é abrir espaços, fornecer os meios e gerar formas para a


participação efetiva das mulheres nos órgãos de discernimento e to-
mada de decisão. A assembleia sinodal de outubro deve aprofundar
estes temas: a liderança das mulheres e sua contribuição na reflexão
teológica, nos conselhos pastorais, no acompanhamento das comuni-
dades, nas áreas de elaboração e de tomada de decisões. “A participação
das mulheres é uma profecia, um fator de esperança” (Cone Sul).

40. A sinodalidade é fundada e expressa nas celebrações do Batismo e da


Eucaristia, que é a fonte e o cume da vida cristã. Na assembleia euca-
rística, a comunhão batismal é atualizada e é gerado um dinamismo
de participação. Há uma tensão entre diferentes formas de valorizar e
viver estes sacramentos. Há quem aponte “uma tensão entre uma liturgia
ritualística e uma liturgia aberta e inculturada” (Cone Sul) “É necessário cons-
truir novas linguagens e expressões litúrgicas, mantendo a Eucaristia como fonte e
ápice de nossa caminhada conjunta” (Bolivariana).

41. A sinodalidade encoraja o compromisso ecumênico de todos os cristãos


porque é um convite a caminhar juntos em direção à unidade plena
em Cristo. Sem minimizar as diferenças, a sinodalidade nos abre para
reconhecer as diversidades legítimas em uma troca mútua de dons e
guia nossos passos em direção a uma «harmonia reconciliada». Ao
mesmo tempo, uma Igreja sinodal deseja promover ainda mais o diá-
logo inter-religioso e a fraternidade universal em todos os continentes.

42. Nos diferentes povos, que experimentam o dom de Deus de acordo


com sua própria cultura, a Igreja expressa sua genuína catolicidade e
mostra a beleza deste rosto pluriforme. “Para avançar na configuração das
Igrejas com rosto próprio e para responder aos desafios específicos de seu contexto,

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sente-se na Amazônia a necessidade de maior autonomia e diversificação das Igrejas


locais, assim como de seus órgãos representativos, como as Conferências Episcopais”
(CEAMA - REPAM).

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3. Sinodalidade: o modo de ser


e de atuar da Igreja

43. A sinodalidade é a dimensão dinâmica da comunhão eclesial, chama-


da a encarnar um modo de ser e de agir fundado na união com a San-
tíssima Trindade, animado pelo Espírito e centrado em Jesus Cristo.
O encontro com a pessoa do Senhor é o critério fundamental de todo
discernimento e o que sustenta a missão evangelizadora da Igreja. Es-
tamos convencidos de que “o grande horizonte é o discernimento de um novo
modo de ser Igreja, a partir do encontro com Cristo como caminho de comunhão,
participação e missão com uma clara conversão pastoral que reflita o desejo de viver
em sinodalidade em todas as suas esferas, até que ela se torne um modo de vida”
[...] (Bolivariana).

44. Os discípulos missionários encontram sua fonte de vida e inspiração


na celebração da festa da Eucaristia e na leitura orante - pessoal e co-
munitária - da Palavra de Deus, o que lhes permite viver um processo
contínuo de conversão pastoral, fortalecer seu sentido de pertença à
comunidade eclesial e animar uma participação corresponsável no ca-
minho sinodal.

45. A Igreja discípula missionária, atenta aos sinais dos tempos, sente-se
convidada a cultivar uma espiritualidade sinodal encarnada e maria-
na porque “Maria nos lembra que Cristo é o centro de nossa vida e o modelo do

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caminho sinodal” (Bolivariana). Ela resgata a riqueza da fé e da piedade


popular “para fortalecer a experiência interior de nosso povo como complemento da
vida litúrgica” (Bolivariana), que deve ser inculturada, e deve expressar
“a sabedoria, a alegria e os ensinamentos de nossos povos [...] Eles contribuem,
celebram, escutam, acolhem, acompanham, dão e recebem nas diversas dimensões da
existência” (Contribuição Afro-Garifuna).

46. A maneira sinodal de ser e de agir da Igreja exige um estilo de discer-


nimento comunitário baseado na escuta mútua do Espírito e no diálo-
go verdadeiro e confiante. É o “Espírito que nos impulsiona a esta abertura,
a esta busca da novidade de Deus, mesmo com todos os riscos que isto implica”
(Caribe). Devemos “superar nossos medos diante da escuta, porque sabemos que
ela nos compromete a agir e a responder aos nossos irmãos e irmãs que são escuta-
dos” (Cone Sul).

47. Para esta escuta perspicaz, a Igreja deve considerar e exercitar a con-
versação espiritual. Como método e prática, ela nos ajuda a aprender
a ouvir, a dialogar, a se formar em itinerários, dinâmicas e processos
que sustentam uma conversão pessoal, eclesial e estrutural. À luz deste
estilo, é gerada a reciprocidade necessária que nos leva à complemen-
taridade da vocação e dos dons de cada um. A dinâmica será “aprender
a escutar, a escutar uns aos outros e, sobretudo, a escutar-nos profundamente, porque
quando escutamos o outro (com plena atenção) ele toca, agita nosso ser e exige que
transformemos atitudes, mudemos formas de nos relacionarmos e passemos ao diá-
logo” (contribuição de Povos Indígenas). Esta maneira de ser ajuda a
recriar laços e nos convida a ter uma nova maneira de nos relacionar-
mos, aberta à ação do Espírito, que sempre surpreende e abre novos
caminhos. A sinodalidade supõe uma “espiritualidade que consiste em amar
e escutar, com responsabilidade, com compromisso e sem medo” (Cone Sul); nos
move a abraçar o “caminho do perdão e da reconciliação, reconhecendo nossas
falhas e omissões, para reconstruir a partir de nossa própria vulnerabilidade, a Igre-
ja sinodal” (Camex-Sul).

48. À luz da reflexão sobre o método de conversação espiritual, que é


particularmente apropriado para este momento, surgem “insights”,

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tensões e prioridades que podem auxiliar no processo. A conversação


espiritual permite falar livremente sobre questões incômodas e dolo-
rosas, em uma experiência de relacionamento horizontal. Longe de
anular a própria identidade e histórias de vida, ajuda a se colocar no
lugar da outra pessoa, a se sintonizar com seus sentimentos e, a partir
daí, a refinar suas próprias convicções. Esta experiência é um itinerá-
rio formativo: aberto à aprendizagem, à combinação de sentimentos e
ideias que leva a mudanças, possibilita encontros improváveis, favore-
ce o diálogo e cria canais de comunicação.

49. É percebido que a animação e a ação do Espírito acompanham todo


o processo. É necessário viver esta experiência a partir de uma liber-
dade interior e com o coração aberto, evitando polêmicas, impondo
ideias, “agendas” e tudo aquilo que impede o Espírito Santo de ser o
protagonista.

50. O método é como um ciclo espiral ascendente que se move do eu (1º


momento - sentimentos: pessoais) ao deixar-me tocar pelo outro, o
você (2º momento - ecos: relacionais), para finalmente chegar ao nós
(3º momento - escolha da vontade de Deus: o comum). O método não
deve ser a soma de discernimentos individuais, mas os meios e a ex-
pressão de um processo comunitário.

51. É importante buscar como integrar o método hermenêutico de Ver -


Julgar - Agir, adotado pela Igreja na América Latina e Caribe, com o
processo de diálogo espiritual, de modo a manter uma análise profun-
da da realidade associada ao discernimento, e que sempre resulta na
busca de consenso para alcançar a ação transformadora. Certamente
já existem avanços de nossa região que vêm da experiência do traba-
lho sinodal continental: associar o ver com o escutar, contemplar; o
julgar com o discernir, interpretar; e o agir com o projetar, responder.

52. Para estimular o processo de discernimento sinodal, seu tempo e seus


passos, em fidelidade ao que é compartilhado e ao que o Espírito quer
dizer, é importante treinar e conduzir os moderadores e os secretários

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dos grupos. Treinar o moderador, para que ele possa animar o proces-
so como tal, evitando cair em um mero grupo de opinião; e o secretá-
rio, para que ele possa ajudar a redigir uma síntese comunitária e não
permanecer uma mera sessão de chuva de ideias.

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4. Igreja sinodal missioneira

53. Uma Igreja sinodal, segundo o lema do Sínodo, é uma Igreja em co-
munhão e participação para a missão - “a Igreja que é sinodal tem o desafio
e a missão de se mostrar missionária” (Caribe). Portanto, “são urgentemente ne-
cessárias estruturas para garantir uma sinodalidade missionária, incluindo todos os
membros na periferia” (Camex). Em vez de fechar a Igreja em si mesma,
a sinodalidade leva a uma Igreja missionária a serviço da fraternidade
universal. Como a sinodalidade, a missionariedade é constitutiva da
Igreja, pois cada batizado é um discípulo missionário de Jesus Cristo
em sua Igreja. O discipulado é o seguimento de Jesus, um caminho
com ele para colaborar com sua obra e para prolongá-la na história.
Por sua vez, a obra de Jesus é evangelizar e, portanto, esta é também a
missão da Igreja. Como disse São Paulo VI, “a Igreja existe para evan-
gelizar” (EN 14). É necessária uma “revisão das estruturas e da instituição
eclesial como um todo, em função do serviço e da evangelização” (Cone Sul).

54. Jesus, em sua pessoa, sua vida, sua obra e sua Páscoa, faz presente o
Reino de Deus. O Reino é um absoluto, ao qual tudo se torna relativo.
A missão evangelizadora da Igreja não é outra senão dar continuidade
à missão de Jesus, contribuindo para o crescimento do Reino no mun-
do, especialmente nas periferias, que deve ser seu centro. É necessário
“levar a Boa Nova às periferias; reconhecer que ali também ela está encarnada e é
vida, que é vivida e constrói a sinodalidade” (Bolivariana).

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55. A missão, em termos sinodais, não é proselitismo, o que leva a uma Igre-
ja auto referencial, eclipsando o Reino de Deus, do qual é o sacramento.
É necessário “ser uma Igreja credível, um sacramento do Reino” (Caribe). A
missão consiste no anúncio alegre e gratuito de Jesus Cristo e de seu
mistério pascal a toda a humanidade, numa relação intercultural, pois
está inserida num mundo plural e diverso. É assinalado que “o horizonte
mais claro que se abre é o desafio da evangelização na diversidade, como ser discípulos
missionários em meio à diversidade de contextos, de situações e da complexidade do
mundo” (Caribe). É urgente “atender aos temas da evangelização, respeitando sua
cultura, convidando-os a participar, aproximando-se de seu modo de vida e compreen-
dendo sua visão de mundo” (Cone Sul). A missão consiste em encarnar o
Evangelho nas culturas, contribuindo para a formação de Igrejas locais
indígenas, com o rosto dos povos que fazem parte delas. Uma Igreja en-
carnada corresponde a uma evangelização inculturada e inculturadora
da Igreja como instituição, em sua organização e estrutura.

56. A sinodalidade ajuda todos os batizados a serem sujeitos ativos da mis-


são evangelizadora e o Povo de Deus a caminhar com uma humanida-
de que está toda em peregrinação, numa postura de diálogo e serviço
ao mundo, em vista de uma fraternidade universal. É apontado que
“o mundo precisa de uma “Igreja em movimento” que rejeite a divisão, que volte seu
olhar para a humanidade e lhe ofereça, mais que uma doutrina ou uma estratégia,
uma experiência de salvação, um “transbordamento de dons” que responda ao grito
da humanidade e da natureza” (Camex). Na missão evangelizadora, outros
não são apenas destinatários, mas também interlocutores, pois os dis-
cípulos missionários estão em uma relação horizontal de comunhão
com todas as pessoas de boa vontade, nas quais o Espírito de Deus está
atuando. A sinodalidade leva à missionariedade aberta, à participação
e ao intercâmbio sem fronteiras.

57. Entretanto, a identidade evangelizadora da Igreja nem sempre pare-


ce estar presente em todas as comunidades, porque às vezes elas es-
tão mais preocupadas em resolver seus problemas internos do que em
anunciar a Boa Nova. Existe uma tensão “entre uma igreja egocêntrica e
uma igreja missionária” (Cone Sul). Isto pode levar à tentação de “acreditar

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que primeiro temos que resolver os problemas da sinodalidade e depois sair em mis-
são” (Caribe). A sinodalidade e a missão são dois aspectos intimamente
ligados porque a sinodalidade enriquece a missão e a missão energiza
a sinodalidade.

58. Nas assembleias regionais é mencionado que a tendência eclesial de se


concentrar em si mesma pode surgir do “medo e da dúvida sobre como sair
na vida cotidiana e na convivência com as pessoas” (Bolivariana). Há também
“medo de perder o poder e o desejo de controlar, o que leva à intolerância e rigidez
que impede passos concretos e ousados para cumprir a missão evangelizadora de
levar as pessoas ao encontro com Deus” (Caribe). Isto leva a uma forte tensão
entre um ministério pastoral de mera conservação, que assegura os
espaços e os tempos da comunidade, e uma Igreja que não só estende
sua tenda para acolher, mas também sai dela para encontrar com os
outros onde eles estejam.

59. Neste sentido, surge uma questão que gera ênfases diferentes: até que
ponto e de que forma o Evangelho deve penetrar nas culturas? É um
desafio discernir como realizar a tarefa evangelizadora no contex-
to atual de diversidade, multiculturalismo e interculturalidade, para
aprender a viver a fé em uma grande diversidade. “Esta inculturação deve
também influenciar a construção de espaços litúrgicos para torná-los mais adequa-
dos à teologia da sinodalidade” (Cone Sul).

60. A evangelização se dá através do testemunho da vida pessoal e comu-


nitário. A fé cresce através da atração da graça de Deus, valoriza in-
divíduos e povos como sujeitos e reconhece a herança evangelizadora
dos povos indígenas e afrodescendentes que vivem a fé à sua própria
maneira. Outro “desafio para a Igreja em sua missão evangelizadora é o sec-
tarismo” (Cone Sul), entendido como a divisão e as lutas internas de
setores fechados sobre si mesmos, o que é uma “anti” testemunha.

61. Também é pedido que “passemos de uma evangelização centrada no pecado para
uma perspectiva da Boa Nova, como o médico que, em vez de se concentrar na doença,
enfoca seu trabalho na saúde; (desta forma) podemos passar do lamento para o foco
no que podemos fazer” (Bolivariana). Por outro lado, é sempre necessário

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lembrar qual é a finalidade da missão evangelizadora, porque às vezes


ela se reduz a um de seus processos, como a administração dos sacra-
mentos, em vez de promover um verdadeiro encontro com Cristo que
inicia e fortalece um caminho de seguimento e crescimento na fé.

62. Durante as reuniões, foi destacado o papel dos leigos e especialmen-


te das mulheres na transmissão da fé. Catequistas e evangelizadores
que, em lugares distantes e contextos difíceis, com paixão e esperança,
são um dom de Deus pelo qual somos gratos e valorizados. Entretan-
to, também foi mencionado que às vezes existe uma tensão percebida
com o clero que se arrogam a responsabilidade de dirigir toda ação
evangelizadora na comunidade. “O apoio, a proclamação e o testemunho das
mulheres missionárias devem ser valorizados. E isto é fundamental em uma Igreja
sinodal” (Bolivariana).

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5. A sinodalidade: compromisso
socioambiental num mundo
fragmentado

63. A sinodalidade motiva a Igreja a sair de si mesma e a se colocar com


toda sua missão a serviço da sociedade. Como mostram as sínteses,
existem experiências sinodais de uma Igreja que é companheira no
caminho dos povos da América Latina e Caribe. Várias contribuições
afirmam que em muitas sociedades de nossa região existe uma grande
diversidade étnica, cultural e social. Isto é uma riqueza, mas também
pode ser percebido como uma ameaça. Isto se manifesta em múlti-
plas fragmentações, em grandes desigualdades, na marginalização e
exclusão de diferentes grupos no continente. Nossas sociedades tam-
bém sofrem de fortes polarizações ideológicas e políticas; em vários
países, pode ser observado com preocupação um enfraquecimento da
democracia como sistema de representação e governo. Nestes contex-
tos, uma Igreja sinodal é chamada a renovar sua opção preferencial
pelos pobres e a destacar a dimensão social da evangelização, pois se
ela “não for devidamente explicada, há sempre o risco de distorcer o
significado autêntico e integral da missão evangelizadora” (EG 176).

64. Nas reuniões, chamou-se a atenção para o que se observa em muitos


lugares: “o distanciamento das Igrejas locais da realidade, dos gritos que vêm das

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terras e dos povos, das diversas realidades das pessoas em vulnerabilidade, das peri-
ferias” (Cone Sul), sejam elas geográficas, territoriais, sociais e existen-
ciais. Os pobres têm muitos rostos: rostos de mulheres, povos indígenas
e afrodescendentes, pessoas em condições vulneráveis como migrantes
e refugiados, pessoas com deficiência, crianças e idosos vulneráveis, e
muitos outros.

65. Uma Igreja sinodal é chamada a “ser uma Igreja mais profética e samaritana.
Uma Igreja profética e missionária que realmente sai para as periferias geográficas
e existenciais e escuta o grito dos pobres e da criação” (Bolivariana). É impor-
tante que no processo sinodal tenhamos a audácia de levantar e dis-
cernir grandes temas, muitas vezes esquecidos ou negligenciados, e de
encontrar o outro e todos aqueles que fazem parte da família humana
e que muitas vezes são marginalizados, também em nossa Igreja. Vá-
rios apelos nos lembram que no espírito de Jesus devemos “ser inclusivos
com os pobres, com as comunidades LGTBIQ+, com os casais em segunda união,
com os sacerdotes que querem voltar à Igreja em sua nova situação, com as mulhe-
res que abortam por medo, com os presos, com os doentes” (Cone Sul). Trata-se
de “caminhar juntos em uma Igreja sinodal que escuta todos os tipos de exilados
para que se sintam em casa”, uma Igreja que é “um refúgio para os feridos e
os quebrados” (Cone Sul). Isto exige disponibilidade para “ir ao encontro,
dar atenção, se envolver”. Porque sinodalidade significa não esperar que as
pessoas venham, mas sair para encontrá-las” (Cone Sul).

66. A Igreja oferece seu amor e serviço samaritano em solidariedade,


aprendendo a caminhar com todos aqueles que também estão a ser-
viço daqueles que sofrem, procurando gerar alternativas à cultura do
descartável, e para enfrentar os diferentes tipos de violência que au-
mentaram nos últimos anos. Entre eles, a violência ligada às grandes
desigualdades sociais, o tráfico de drogas, o crime organizado, o trá-
fico de pessoas e os maus tratos a crianças e mulheres. Nesta jornada
conjunta, a Igreja está descobrindo diferentes formas de ser sinodal
em alianças com movimentos sociais e populares, e outras pessoas e
instituições envolvidas na promoção de todos, tais como o Pacto Edu-
cativo Global.

Resumo da Fase Continental do sínodo na América Latina e Caribe


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67. Algumas contribuições pedem: “Ouvir o grito dos povos e da terra” é um com-
promisso com o Evangelho que nos pede para sermos aliados dos povos em defesa da
vida e de seus territórios” (Cone Sul). Isto é especialmente verdadeiro para
a Amazônia, ameaçada pelo colapso ecológico, com consequências
desastrosas para a vida da terra e de seus povos. Há um sentimento da
Amazônia que aponta para “o abandono de nossos povos indígenas; a falta de
uma presença real no meio dos povos amazônicos” (Bolivariana). É identificado
como “um assunto pendente: alcançar os povos originais, marginalizados por sua
língua, cultura e visão de mundo diferentes; e [...] alcançar as [outras] periferias,
aproximar-se e acolher os indigentes, os de outras crenças e costumes” (Cone Sul).

68. O serviço socioambiental ao qual a Igreja é chamada a servir à luz do


Evangelho e da Doutrina Social da Igreja é fortalecido em um diálogo
ecumênico e inter-religioso que leva à ação comum. Em muitos países
da América Latina e Caribe existem Conselhos Inter-religiosos nos
quais participam ativamente representantes de várias Igrejas cristãs e
de várias religiões presentes em nossa região. Com base em um com-
promisso compartilhado com a promoção dos direitos humanos, da
justiça, da paz e do cuidado com nossa casa comum, realizam ativida-
des em conjunto em favor da sociedade.

69. Várias contribuições expressam que uma Igreja sinodal, vivida como
um hospital de campanha, deve dar um lugar central aos jovens. Para
estar perto deles, para curar suas feridas e acompanhá-los em suas bus-
cas, a Igreja deve “adaptar sua linguagem, seus símbolos a fim de estar perto de
suas realidades concretas. Devemos pensar em novos métodos para encantar e resgatar
a presença dos jovens na Igreja, indo onde eles estão e caminhando junto com eles”
(Cone Sul). É importante que “eles, e nós também, tomemos consciência do
papel de liderança que têm que desempenhar na Igreja e na sociedade” (Cone Sul).

70. O pedido de escuta, integração e participação na tomada de decisões


por parte dos jovens foi reiterado. A oração que um grupo deles fez na
reunião do Cone Sul ressoa, expressando por que seus amigos haviam
deixado a Igreja e concluindo com uma oração sincera: “Deus, Mãe e
Pai, escutai nosso grito em oração! Sopra com força para que a Igreja não se esqueça

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dos jovens, para que abrace suas vidas à medida que eles vêm, com seus sonhos e
anseios, e os acompanhe na tarefa de difundir e promover a sinodalidade”.

71. Muitos jovens manifestam uma grande sensibilidade aos problemas


sociais e ambientais com grande criatividade na geração de soluções
a partir de seus espaços. Sendo “nativos digitais”, têm muito mais co-
nhecimentos e habilidades para ajudar a Igreja a descobrir as poten-
cialidades digitais para a evangelização, o trabalho em rede e a criação
de uma cultura sinodal nestes espaços.

72. A participação de representantes do Sínodo Digital nas assembleias


gerou interesse em uma presença mais ativa e proativa neste espaço.
Há também a necessidade de acompanhar mais de perto os evangeli-
zadores digitais.

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6. Conversão sinodal e reforma


das estruturas

73. O Concílio Vaticano II concebe a Igreja como uma instituição que


necessita de renovação permanente. Em continuidade com o Concí-
lio, o papa Francisco se refere à Igreja como Ecclesia semper reformanda,
o que requer a conversão de toda a comunidade eclesial. A Igreja da
América Latina e Caribe assume este chamado como uma conversão
pastoral permanente, que exige uma revisão da “praxis pessoal e co-
munitária, das relações de igualdade e autoridade, das estruturas e dos
dinamismos” (SD 30). As regiões consultadas afirmaram que “a sino-
dalidade requer uma conversão pessoal, comunitária, eclesial e estrutural” (Cone
Sul), de modo que “é urgente uma mudança de mentalidade, uma mudança de
estruturas” (Camex).

74. Esta chamada não é isenta de desafios e tensões. Encontramos pessoas


e grupos que querem separar a mudança de mentalidade e a conver-
são pessoal da reforma das estruturas, assim como há aqueles que não
querem a reforma da Igreja. Portanto, estas mudanças têm que ser
parte de um processo de “conversão ativa, para uma verdadeira transforma-
ção da mente e do coração, já que todos nós fomos formados em tempos diferentes e
temos muitas práticas arraigadas” (Cone Sul). Daqui deriva a necessidade
de que as Igrejas locais gerem processos e espaços de escuta, diálogo e
discernimento que continuem a aprofundar a questão fundamental da

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jornada sinodal: “como esta jornada em conjunto se realiza hoje na


própria Igreja particular? Que passos o Espírito nos convida a dar?”
(Preparatório Doc. 26).

75. A resposta a estas perguntas é construída envolvendo todo o Povo de


Deus. Um passo deve ser dado em direção a uma autêntica sinodaliza-
ção de toda a Igreja, que implicará “reformas espirituais, pastorais e institu-
cionais” (DA 367), com o objetivo de dar forma a um novo modelo ins-
titucional. As consultas regionais reconhecem que, para conseguir isto,
“novas opções pastorais devem ser criadas a partir de uma mudança de mentalidade
e renovação das estruturas existentes” (Caribe). Neste contexto, o desafio é
buscar uma reforma dos seminários e das casas de formação, especial-
mente quando algumas destas instituições não superaram sua forma
tridentina. Muitas pessoas veem “os seminários como casas fechadas que não
ajudam na visão de um sacerdócio ministerial” (Camex). A reforma atualiza-
da da Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis precisa ser prosseguida.
Na formação dos candidatos ao sacerdócio, as famílias, os leigos e os
consagrados e consagradas devem ser envolvidos. Isto foi enfatizado
por todas as assembleias regionais.

76. Todo o processo de renovação rumo a uma maior sinodalidade na


Igreja requer mais formação. Foi solicitado que os itinerários formati-
vos e catequéticos fossem integrais e que os membros do Povo de Deus
os realizassem juntos. Foi enfatizado que as famílias, como igrejas do-
mésticas e comunidades eclesiais paroquiais e educacionais, deveriam
ser o primeiro lugar para a formação em comunhão sinodal. Ao mes-
mo tempo, foi solicitado que as paróquias pudessem ser renovadas no
modelo de uma comunidade de comunidades, revitalizando assim as
pequenas comunidades.

77. Entre as numerosas propostas e solicitações de formação expressas nas


assembleias como tema de destaque, surgem vários horizontes e áreas:
“acreditamos na importância da formação sinodal e por isso gostaríamos de contri-
buir com algumas ideias para uma formação integral: aprender a trabalhar em co-
laboração; crescer em uma cultura de discernimento; implementar transparência nas
diversas áreas da vida eclesial; adquirir habilidades digitais e radiofônicas para estar

Resumo da Fase Continental do sínodo na América Latina e Caribe


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permanentemente conectados com as necessidades da paróquia; mostrar experiências


experimentais para tornar visível a relevância da sinodalidade” (Bolivariana).

78. Um eixo transversal em todas as esferas eclesiais é o da formação de


uma cultura de respeito por todas as pessoas e a prevenção de todos os
tipos de abuso.

79. As consultas regionais mencionam a prioridade de tornar obrigató-


ria a constituição dos diversos conselhos promovidos pelo Vaticano II:
conselhos presbiterais, conselhos econômicos (diocesanos e paroquiais)
e conselhos pastorais (diocesanos e paroquiais). Pedem também que
“sejam um espaço de inclusão, diálogo, transparência e discernimento não somente
em nível nacional e regional, mas também nas comunidades de base, paróquias e
dioceses, prelazias e vicariatos, seguindo o processo de comunhão e participação”
(Cone Sul). É reconhecido que os conselhos oferecem “esferas perma-
nentes para o exercício e promoção da comunhão e sinodalidade” (CTI, Sinoda-
lidade, 80). Mas a sua implementação formal não é suficiente. Pede-se
que cada conselho “não seja apenas um espaço consultivo, mas que asseguremos
que ele tenha voz nas decisões sobre governança e mudanças estruturais” (Camex).

80. Uma Igreja estruturada com base em uma rede de conselhos permi-
tiria estabelecer procedimentos institucionais de responsabilidade e
transparência que partissem das comunidades e ajudaria a erradicar
abusos de consciência, de poder, espirituais, psicológicos, sexuais e
econômicos. Isto exige a criação de órgãos e protocolos de prevenção,
reparação e justiça (cf. AE 355). Isto responderia a vozes que veem
“uma tensão entre o desejo de uma Igreja mais transparente versus uma cultura de
sigilo” (Cone Sul), e que clamam por um maior “compromisso de cuidar
e ouvir as vítimas de abuso” (Camex). Este e outros aspectos exigirão “a
abertura a possíveis modificações no Direito Canônico que deem forma jurídica à
prática sinodal; especialmente que as instituições sinodais sejam reconhecidas por lei
e que ela ajude a garantir e promover maior transparência” (Cone Sul).

81. O surgimento de uma nova eclesialidade sinodal nos apresenta o desafio


de imaginar novas estruturas. Algumas já estão surgindo, como a Con-
ferência Eclesial para a Amazônia (CEAMA) e a primeira Assembleia

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Eclesial da América Latina e Caribe. Entretanto, surgiu a preocupa-


ção de ver como articular colegialidade episcopal e eclesialidade si-
nodal, o que nos convida a pensar como integrar a elaboração e a to-
mada de decisões, pois “a dimensão sinodal da Igreja deve ser expressa através
da realização e do governo de processos de participação e discernimento capazes
de manifestar o dinamismo da comunhão que inspira todas as decisões eclesiais”
(ECI, Synodality 76). Da mesma forma, estas novas estruturas nos co-
locam diante de formas de organização e funcionamento que devem
ver como articular o sentido da fé de todos os fiéis, a autoridade epis-
copal e o serviço da teologia, porque o Espírito Santo fala através de
todo o Povo de Deus como um todo e não somente através de alguns
(os bispos) ou um (o bispo de Roma, que tem o primado). “Se o Povo de
Deus não for sujeito na tomada de decisões, não haveria sinodalidade. E se o Povo de
Deus não é constitutivo de um organismo que toma decisões para a Igreja como um
todo, este corpo também não é sinodal” (CEAMA-Repam). Em tudo o que foi
dito, está claro que é necessário “renovar e repensar as estruturas da Igreja a
fim de responder aos desafios do mundo de hoje, interpretando os sinais dos tempos
[e] um passo para isso é a reforma do Código de Direito Canônico” (Bolivariana).

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7. Vocações, Carismas e Ministé-


rios em uma perspectiva sinodal

82. “A sinodalidade é a arte de valorizar, acolher e saber articular todos os dons e caris-
mas que o Senhor nos deu, de tal forma que eles fluam e se tornem um canal de graça
e bênção, e por isso é importante valorizar as diferentes vocações” (Bolivariana).
A Igreja é um Povo profético, sacerdotal e de serviço real, onde todos
os seus membros são sujeitos da vida teológica rumo à santidade. Eles
recebem de Deus diferentes carismas para servir ao bem comum (CF.
AE 171).

83. A riqueza da diversidade de carismas e ministérios tem sido mencio-


nada repetidamente nas reuniões regionais. Estes se expressam tanto
nos dons que enriquecem a vida consagrada quanto nos dons muito
variados dos diferentes leigos. Por esta razão, é necessário “rever a estru-
tura da Igreja para que ela seja uma comunidade de comunidades, reconhecendo a
unidade em missão com a diversidade de ministérios que o Espírito Santo dá através
dos dons a cada um de seus membros, de acordo com sua vocação, a fim de não se
opor à dimensão carismática com a dimensão institucional” (Bolivariana).

84. No entanto, uma Igreja que é “toda ministerial” não é necessariamen-


te uma Igreja que é “toda instituída ministerialmente”. Há legitima-
mente muitos ministérios que fluem da vocação batismal, incluindo
ministérios espontâneos e outros reconhecidos que não são instituídos

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e outros que são instituídos com sua formação, missão e estabilidade.


Inclusive, alguns povos indígenas até mesmo apontaram que têm seus
próprios ministérios, que já estão vivos, mas que não são reconhecidos
pela instituição eclesial.

85. É necessário um profundo discernimento comunitário sobre quais mi-


nistérios precisam ser criados ou promovidos à luz dos sinais dos tem-
pos, especialmente entre os leigos. Estes não devem ser apenas para
atender às necessidades internas da Igreja, mas como “resposta ao serviço
do mundo” (Camex), porque “a missão dos cristãos, acima de tudo, está no
mundo” (CEAMA-Repam). Aqui ressoa a voz do Papa Francisco, que,
na exortação Querida Amazônia, fala de “uma cultura eclesial marcada-
mente laica” (QA 94). Devemos valorizar e promover “o serviço dos leigos
na construção do mundo, da economia, da política, das ciências, das artes, etc.”
como uma dimensão essencial para que “a Igreja seja um povo profético,
sacerdotal e régio” (Caribe, CEAMA-Repam).

86. Uma questão central é incentivar a participação de leigos, especial-


mente mulheres e jovens, em cenários de tomada de decisão. Há uma
presença majoritária de mulheres porque “são elas as que mais apóiam a
Igreja” (Camex) mas, por outro lado, são elas que “precisam estar abertas
à incorporação e participação nas esferas de tomada de decisões” (Cone Sul). Há
contribuições que apontam que estes espaços já existem em algumas
de nossas igrejas locais, mas outras têm “a sensação de que as mulheres são
‘mão-de-obra barata’ dentro da Igreja” (Cono Sur) e é “necessário criar e instituir
novos ministérios, especialmente para as mulheres” (CEAMA-Repam). Muitas
vozes consideram urgente a instituição do diaconato feminino, reco-
nhecendo o que está sendo experimentado em várias comunidades.

87. O ministério sacerdotal sofreu uma profunda renovação desde o Con-


cílio Vaticano II. Entretanto, o clericalismo, entendido como a expres-
são do autoritarismo clerical, é repetidamente denunciado como a
deformação do serviço ministerial em um abuso de poder. Isto afeta
não apenas o sacerdócio ordenado, mas é também uma tentação para
todos os ministros da Igreja, incluindo os leigos. “Vemos a necessidade de
pensar em uma conversão dentro da Igreja que supere o clericalismo e o machismo

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que exclui as mulheres dos processos de discernimento e tomada de decisões, e isso


é algo cultural que temos que enfrentar, mesmo que tenhamos que ir contra a maré.
Fraternidade e irmandade é o que precisa ser cultivado” (Cone Sul. CEAMA-
-Repam).

88. É por isso que é importante “tomar medidas para superar o clericalismo nos
leigos e no clero, assumindo nossa missão a partir do princípio de subsidiariedade
como um modo de proceder sinodal” (Bolivariana). A Igreja é mais sinodal
quando caminha com todos os batizados e os incentiva a viver a mis-
são reconhecendo sua dignidade comum como base para a renovação
da vida eclesial e com ministérios nos quais a autoridade é serviço. “A
autoridade como serviço constrói a interdependência (nem dependência nem indepen-
dência) com base na vocação comum como discípulos” (Bolivariana).

89. A revalorização da vida e da dignidade batismal como fonte primária


de todos os ministérios exige um novo modelo institucional que con-
trarie o modelo piramidal que facilita o clericalismo. A sinodalidade
oferece a estrutura interpretativa apropriada para pensar a renovação
do ministério ordenado, que supõe, entre outras coisas, “discernir a mi-
nisterialidade de todo o Povo de Deus em uma chave de co-responsabilidade” e
viver “a ministerialidade como um pacto com os pobres” (Cone Sul).

90. Isto também implica repensar o modelo de ministério ordenado. Al-


guns dizem que em suas comunidades existe um “conflito entre o sacer-
dócio comum e o sacerdócio ministerial”, assim como “formas de sacerdócio que
não respondem às necessidades do Povo de Deus” (Camex) “Não sabemos como
articular o ministério laico e ordenado” (Caribe). Assim, se queremos uma
Igreja mais sinodal e missionária, “é necessário repensar o perfil dos minis-
térios, especialmente dos ministros ordenados, para que exerçam seu ministério ‘na’
comunidade e não ‘sobre’ ela”, com uma formação “em estreita relação com os
processos pastorais e a vida do povo que vão servir” (Ceama-Repam).

91. Nesta área do ministério ordenado, várias vozes têm sugerido que “pre-
cisamos de um diálogo aberto e honesto sobre se a questão do celibato e sua relação
com o ministério sacerdotal ainda é útil” (Caribe). Além disso, a possibilidade
de ordenação sacerdotal dos diáconos permanentes foi considerada

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favoravelmente, e alguns levantaram “o serviço e a inclusão de sacerdotes


casados e membros da vida consagrada que deixaram seus institutos” (Cone Sul).

92. De maneira especial, a Assembleia Geral de outubro é convidada a


abordar esta questão, promovendo a revisão da teologia e das formas
de uma Igreja ministerial, a formação e o perfil dos ministros, instituí-
dos e ordenados, e a abertura de alguns ministérios às mulheres.

93. A vida consagrada, presente nas Assembleias Regionais, é consciente


da ação do Espírito e percebe um forte chamado para caminhar em
comunhão com a Igreja, que é uma comunidade de discípulos iguais
- pelo batismo - e compartilha ministérios, vocações e carismas para
a construção do Reino. Ela nasce na Igreja, cresce e é chamada a dar
frutos evangélicos na comunhão viva do Povo de Deus fiel, razão pela
qual anseia “continuar alimentando a experiência da sinodalidade e ser uma
força motriz para energizá-la nos diversos contextos e nas comunidades locais às
quais pertence, nas quais é constitutivamente chamada a ser uma presença sinodal
profética expressa em reuniões comunitárias, Capítulos, Assembleias, serviços pasto-
rais, etc.” (Caribe). Homens e mulheres consagrados se comprometem
a viver como uma Igreja saindo e centrada no Evangelho e - portanto
- mais pobre, missionária, enraizada nos contextos, pneumatocêntrica
e em constante diálogo com a realidade.

94. A sinodalidade e a vida consagrada estão interligadas no caminho de


conversão, escuta e missão, com os critérios de participação e co-res-
ponsabilidade, que também definem a identidade e a natureza da pró-
pria Igreja. Os dons hierárquicos e carismáticos vão juntos para “de-
saprender e erradicar todas as atitudes de dependência, submissão e silêncio dentro
das comunidades, Igrejas e sociedade; e para remover o clericalismo introduzido na
forma como nos relacionamos com os outros membros da Igreja. Por esta razão,
tentamos resgatar e valorizar as experiências sinodais vividas há muito tempo em
algumas igrejas da América Latina, a fim de aplicá-las de forma renovada em nosso
aqui e agora” (Bolivariana).

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8. Contribuições do itinerário
sinodal na América Latina e
Caribe

95. Na Narrativa das assembleias regionais e na Introdução a esta síntese


apontamos peculiaridades do itinerário sinodal da Igreja da América
Latina e Caribe. No desenvolvimento dos sete temas anteriores, reu-
nimos as principais contribuições das assembleias e das sínteses para o
Instrumentum laboris. Agora, como uma recapitulação projetiva, levanta-
mos quatro questões centrais.

96. (I) Tanto o texto de nossa primeira Assembleia Eclesial como o Do-
cumento para a etapa continental promovem uma Igreja missioná-
ria sinodal. A primeira questão diz respeito às relações mútuas entre
eclesialidade, sinodalidade, ministerialidade e colegialidade. Ao longo
do processo da Assembleia, sentimos a fecundidade mútua e a ten-
são positiva entre eclesialidade sinodal e colegialidade episcopal. A
recente caminhada do Povo de Deus entre nós, o discernimento das
vozes e expressões do sensus fidei fidelium, a participação responsável
e co-responsável de todos, apresentam o quadro interpretativo ade-
quado - teórico e prático - para escutar, dialogar e discernir juntos,
com base na dignidade comum recebida na graça filial e fraterna do
batismo. Nossa experiência mostra que neste horizonte de comunhão

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se enriquece o exercício do ministério episcopal como serviço pastoral


ao Povo de Deus. Estamos aprendendo que, se o ministério dos bispos
não se situa dentro de uma eclesialidade sinodal, ele pode empobrecer
por não receber os frutos de uma ampla troca e por sentir-se amea-
çado como se a sinodalidade fosse uma democratização que põe em
questão a instituição hierárquica da Igreja. Em um processo vivido
sinodalmente, a elaboração e tomada de decisões pelas autoridades
competentes aumenta a legitimidade e favorece uma recepção mais
positiva por parte da comunidade.

97. Neste contexto, surge uma questão que deve ser analisada na próxi-
ma Assembleia Sinodal com discernimento espiritual, profundidade
teológica e sentido pastoral. Ela diz respeito às relações mútuas entre
eclesialidade, sinodalidade, ministerialidade e colegialidade. Isto pode
ser aprofundado com base no papel central do Espírito de Deus na
vida e na missão da Igreja. A teologia dos sacramentos, especialmente
o Batismo e a Ordem sagrada, as relações recíprocas entre o sacerdó-
cio comum e o ministério ordenado, e as reformas dos ministérios e
estruturas da Igreja, incluindo a reforma do ministério do Sucessor de
Pedro, podem ser analisadas em uma perspectiva sinodal.

98. (II) O surgimento de uma eclesialidade sinodal renovada é um desafio


para imaginar reformas sinodais nas mentalidades, atitudes, práticas,
relacionamentos e estruturas eclesiais. As inovações da Conferência
Eclesial para a Amazônia e da primeira Assembleia Eclesial da Amé-
rica Latina e Caribe mostram que a criação de novas instituições não
é suficiente, mas que elas devem ser acompanhadas por uma cons-
ciência e uma formação que ajude a articular a comunhão em for-
mas novas, orgânicas e dinâmicas de participação comunitária. Não
é possível concretizar as moções do Espírito para a Igreja do terceiro
milênio sem uma espiritualidade de comunhão sinodal.

99. Precisamos retomar de forma sinodal as orientações do Concílio Vati-


cano II para uma renovação permanente da Igreja em sua fidelidade
a Jesus Cristo e em sua missão evangelizadora aos povos. A exortação
conciliar de ser uma Ecclesia semper reformanda (UR 4, 6), ou uma Ecclesia

Resumo da Fase Continental do sínodo na América Latina e Caribe


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semper purificanda (LG 8), são uma fonte de inspiração para que a próxi-
ma Assembleia renove a sinodalidade como comunhão, participação
e missão. No novo contexto sinodal, a Igreja na América Latina e Ca-
ribe continua a receber esse chamado conciliar como um caminho de
conversão pastoral e missionária.

100. Neste processo, surgem questões que não são novas, mas adquirem
certa atualidade. Qual é o valor magisterial dos resultados das Assem-
bleias Eclesiais? Não teriam maior validação e aceitação se fossem
apresentados como diretrizes e documentos de todo o Povo de Deus
em uma região, porque são fruto de escuta, diálogo e discernimento
comum? O que aconteceria se algumas decisões de uma Assembleia
fossem rejeitadas pelo órgão episcopal? Quando, como e onde deve-
riam ser tomadas as votações consultivas e deliberativas? É possível
sonhar com uma configuração sinodal de Conferências Episcopais e
estruturas continentais como o CELAM? O discernimento espiritual,
os fundamentos teológicos e o direito canônico certamente devem ser
reunidos aqui.

101. (III) Desde o Concílio Vaticano II e com base no método empregado


pela Constituição Pastoral Gaudium et Spes, uma grande contribuição
da Igreja na América Latina e Caribe tem sido a reflexão sobre a fé
e a orientação da evangelização, não somente através do serviço dos
bispos e teólogos, mas também através das contribuições da tradição
sinodal do Povo de Deus. O ensino dos últimos Papas nos orienta a
aprender com o sensus fidei dos fiéis como um todo, ao mesmo tempo
em que sustenta o serviço adequado daqueles que ensinam a fé da
Igreja com autoridade apostólica. Parece-nos que o Sínodo deveria
considerar o admirável intercâmbio entre o magistério do Povo de
Deus, pastores e teólogos.

102. O método de ver - julgar - agir adquiriu cidadania na Igreja da Amé-


rica Latina e Caribe, conforme expresso no Documento de Aparecida
(cf. DAp 19). Foi aperfeiçoado e agora enriquecido pelo método de
conversação espiritual, ao mesmo tempo em que o primeiro enriquece
o segundo. Neste contexto, falamos do processo circular e progressivo

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configurado pelos respectivos momentos de ver - ouvir - contemplar,


julgar - discernir - interpretar, e agir - responder - planejar.

103. A base de nosso método hermenêutico é a convicção de que Deus se


comunica na história e falou plenamente através de seu Filho Jesus Cris-
to, que sua Palavra é transmitida nas Sagradas Escrituras recebidas e
comunicadas na Tradição da Igreja e que Deus continua a falar através
de eventos históricos, especialmente através dos sinais que marcam o
tempo presente. No magistério da América Latina e Caribe, a história,
a teologia e o cuidado pastoral são mutuamente enriquecedores.

104. A Assembleia sinodal poderia aprofundar sinodalmente o discerni-


mento comunitário na escuta do Espírito e da hermenêutica histórico-
-pastoral à luz do Evangelho de Cristo, em todos os níveis e em todos
os assuntos eclesiais, em conformidade com o ensino conciliar (cf. GS
11, 44).

105. (IV) A Igreja que peregrina na América Latina e Caribe se reconhece


como uma Igreja de igrejas e uma comunidade de comunidades. Nos
conselhos e sínodos da primeira evangelização, e nas conferências pós-
-conciliares de nosso Episcopado, aconteceram valiosos intercâmbios
entre igrejas locais, conferências episcopais e órgãos regionais, que fo-
ram promovidos pelo CELAM. Em seu ensino, o Papa Francisco se
refere à sinodalidade local, regional e universal, e atualmente estamos
passando por um processo que começa nas igrejas locais, é enriqueci-
do nas conferências nacionais, agora atinge dimensões continentais, e
na Assembleia será vivido em nível de toda a Igreja. Francisco inclui
em suas encíclicas, exortações e discursos as experiências eclesiais lo-
cais e o magistério das conferências episcopais, como o Documento de
Aparecida (cf. EG 25, 122).

106. O chamado a viver e agir sinodalmente nos impulsiona a redefinir as


implicações mútuas entre o particular e o universal, o valor da expe-
riência eclesial nas periferias e seu impacto no conjunto, o equilíbrio
certo e tenso entre prioridades locais, nacionais, regionais e globais, e
o desafio de estar aberto à harmonia, trabalho do Espírito. A próxi-

Resumo da Fase Continental do sínodo na América Latina e Caribe


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ma Assembleia pode focalizar estas questões: como integrar riquezas


particulares na beleza do todo; como respeitar os ritmos e exigências
daqueles que caminham mais lentamente; como superar uma prática
predominantemente vertical, onde igrejas particulares parecem subor-
dinadas, com uma verdadeira comunhão de igrejas na catolicidade
universal.

107. O texto da Assembleia Eclesial ensina: “Desde o início de nossa história


eclesial americana, a Mãe de Deus sustenta a esperança do povo do continente e é
o grande vínculo espiritual em toda a América” (AE 224). Nosso povo crente,
espiritual e afetivamente mariano de suas origens guadalupana e em
todas as suas expressões locais, sente e sabe que “há um estilo mariano
na atividade evangelizadora da Igreja. Esta dinâmica de justiça e ternura, de con-
templar e caminhar em direção aos outros, é o que faz dela um modelo eclesial de
evangelização” (EG 288). Do coração da fé e da piedade de nossa Igreja,
pedimos à Virgem Mãe que nos sustente na esperança do caminho
sinodal, porque ela é “rainha e mãe de misericórdia, vida, doçura e
esperança nossa “.

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SIGLAS
Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe. “Em direção a uma
Igreja sinodal que vai para as periferias”. Reflexões e propostas pastorais
AE da Primeira Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe”. (2022).
Ap. Bíblia: Livro do Apocalipse
BOLIVARIANA Encontro da Região Bolivariana (de 27 de fevereiro a 3 de março)
Encentro da Região da América Central e México (de 13 a 17 de feve-
CAMEX
reiro de 2023)
CARIBE Encentro da Região do Caribe (de 20 a 25 de fevereiro de 2023)
Contribuição da Conferência Eclesial da Amazônia e da Rede Eclesial
CEAMA-REPAM
Pan-Amazônica
CELAM Conselho Episcopal da América Latina
CONO SUR Encontro da Região do Cone Sul (de 6 a 9 de março de 2023)
Comissão Teológica Internacional, Documento: La sinodalidade na
CTI Sinodalidade
vida e na missão da Igreja (2018)
Documento Conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado da
DA
América Latina e Caribe em Aparecida (2007)
Sínodo sobre a Sinodalidade (2021-2024): Documento Preparatório. Por
DOC. PREP.
uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão
Documento para a Etapa Continental. Sínodo sobre a Sinodalidade
DEC
(2024): “Expanda o espaço de sua loja”
EG Exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco
EN Exortação apostólica Evangelii nuntiandi de Pablo VI
Hch Bíblia: Livro dos Feitos dos Apóstolas
Is Bíblia: Livro do Profeta Isaías
LG Concílio Vaticano II, Constituição dogmática sobre a Igreja Lumen gentium
Terminologia da diversidade nas orientações sexuais; lésbica, gay, bisse-
LGTBIQ+
xual, trans, intersexual, queer e otras
Exortação apostólica post sinodal “Querida Amazônia (2020) do Papa
QA
Francisco
REDCHAG Rede Eclesial do Gran Chaco e Aquífero Guarani
REMAM Rede Eclesial Ecológica Mesoamericana
REPAM Rede Eclesial Pan-Amazônica
Quarta Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe
SD
(1992)
UR Decreto Unitatis redintegratio sobre o ecumenismo (1964) de Pablo VI.

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CONSEJO EPISCOPAL
LATINOAMERICANO Y CARIBEÑO

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