Politica Externa, Prova

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O papel do Brasil em sua atual política externa.

Victoria Silva Vidal-


04085708

A política externa de um estado é um dos fatores mais importantes para o seu


desenvolvimento. Nela há a chance de facilitar o desenvolvimento do estado e
fortalecer a sua hegemonia dentro do cenário internacional. É uma das ferramentas
essenciais dentro de um governo, necessitando de estratégias e manutenção dos
princípios diplomáticos e dos fundamentos de uma política externa. E isso não se
distancia do Brasil. Segundo o ilustre Oswaldo Aranha, no seu discurso de posse no
MRE em 1938:
“A diplomacia brasileira é a escola da paz, a organização da
arbitragem, a política da harmonia, a prática da boa vizinhança,
a igualdade dos povos, a proteção dos fracos, a defesa da
justiça internacional, enfim, uma das glórias mais puras e altas
da civilização jurídica universal”.

Dentro deste contexto, cabe a análise do atual desenvolvimento do Brasil nas


principais questões da política externa brasileira.
Umas das mais importantes conferencias entre os atores internacionais é a
Conferência das partes (COP), nela há como discussão o desenvolvimento
ambiental dos estados para frear os impactos ambientais das mudanças climáticas
no mundo. Sabe-se que no jogo de poder que há no sistema internacional, manter-
se a frente dos principais dilemas dá atualidade potencializa as relações de poder
de um país, focando na solução destes dilemas, em respostas firmes, coerentes e
sendo assertivo. Na última conferência das partes, a COP 26, mostra-se a
instabilidade do Brasil em suas relações diplomáticas.
Atualmente, o governo de Bolsonaro cortou as verbas que se destinariam a ações
ambientais, como mapeamento do desmatamento no território Brasileiro. Segundo
comunicado do Ministério do Meio Ambiente, foram cortados mais de R$ 60
milhões. Sem verbas, os órgãos responsáveis são sucateados, dificultando o
trabalho para a o repasse dos dados que ajudam a entender o cenário ambiental no
Brasil, já que só com esses dados é possível buscar uma solução. Assunto
desviado pelo Brasil na COP 26.
Uma das consequências da falta de comprometimento ambiental do atual governo
se deu em 2019, quando a Alemanha e a Noruega suspenderam o financiamento de
novos projetos para o fundo Amazônia, por conta da reformulação que o presidente
Bolsonaro fez da estrutura de administração para os recursos do fundo Amazônia e
por conta da alta do desmatamento no país em comparação ao mesmo período em
2018. Situações como essas ocorrem durante todo o mandato bolsonarista,
reafirmando o desmantelamento da política externa brasileira e sua diplomacia.
Mas uma situação que levam a crer que além de ineficiente, o atual governo busca
maquiar suas ações foi a divulgação 5 dias após a COP 26 dos dados sobre o
desmatamento da Amazônia, estes que geralmente são divulgados antes ou
durante a Conferência Das Partes. A alegação da delegação brasileira foi que os
dados ainda não estavam prontos, fato refutado pelo SindCT, onde afirma que se
tratava de “pura mentira”. E os dados divulgam sobre o desmatamento referente ao
período de agosto de 2020 a julho de 2021, onde houve um aumento de 22% no
desmatamento, comparado ao mesmo período do ano passado. O maior aumento
desde 2006. Estes são mecanismos do governo que visam diminuir os impactos da
real face atual brasileira. Manobras como essa comprovam que a transparência no
governo Bolsonaro não tem sido posta em práticas.
Segundo o secretário-executivo do observatório do clima, Marcio Astrini, “o
resultado é fruto de um esforço persistente, planejado e contínuo de destruição
das políticas de proteção ambiental no regime de Jair Bolsonaro. É o triunfo de
um projeto cruel que leva a maior floresta tropical do mundo a desaparecer
diante dos nossos olhos e torna o Brasil de Bolsonaro uma ameaça climática
global”.
Quando o quadro de um estado diverge dos interesses dos atores internacionais em
causas como clima, que visam o bem estar global e a sobrevivência das futuras
gerações, naturalmente ocorrem embargos, como meio de pressionar o estado, por
isso a importância da manutenção de uma boa política externa e diplomacia. Pois,
nesses casos, todo o país é afetado, levando até a desequilíbrios econômicos.
Tendo isso em vista, a união europeia anunciou 17 regras que buscam restringir a
importação de commodities agrícolas (café, soja, carne bovina, madeira, etc.) que
venham de áreas desmatadas. Com a atual gestão, isso pode impactar
severamente o Brasil e seu mercado. O projeto ainda está em processo de
aprovação, no entanto, são alguns dos problemas que o desmantelamento das
políticas públicas e ambientais brasileiras acarretam.
O Brasil na COP 26 tentou convencer a comunidade internacional do seu
envolvimento com o meio ambiente, de que a imagem depredada que se
estabeleceu mundo afora não é real, faz isso com promessas vazias, sem apontar
soluções reais ou mecanismos que facilitem sua implementação no território
nacional, para atingir os objetivos que se comprometeu, como a redução de CO2
em 50% até 2030. Um comprometimento que não condiz com as ações tomadas em
solo brasileiro.
Diversos fatos apontam para o caos que o Estado Brasileiro enfrenta atualmente,
por conta de uma má gestão e as consequências destas ações também já são
refletidas em todos os brasileiros. E um dos meios de mudar esse cenário é
desfazendo a imagem construída, realizando ações concretas para a proteção da
fauna e da flora brasileira, enfrentando os dados sem negacionismo e negligencia.
Protegendo a soberania do estado com desenvolvimento, que sem a ajuda de
financiamentos importantes como o fundo Amazônia não será viável. Aplicando
exercícios de diplomacia assertiva e fundamentadas em princípios que elevem a
estima do estado. Uma política externa consciente de onde ceder e onde investir
esforços, visando a cooperação dos estados, como por exemplo, o fortalecimento
das relações do Brasil com os países da américa do sul, no intuito de ter um esforço
coletivo, onde os estados dialoguem entre si para desenvolver a hegemonia no lado
sul americano, e de forma inteligente garantir poder e estabilidade no cenário
internacional. Faz-se necessário atualmente no Brasil um novo modelo
governamental, mais humano e prioritário. Somente assim o Brasil será Brasil
novamente.

REFERENCIAS:

RIECHEL, Aldrey. Desmatamento da Amazonia aumentou 22% em 2021, ultrapassando 13


mil km2. Portal Amazônia.22 de novembro de 2021. Disponível em: Desmatamento da
Amazônia aumentou 22% em 2021 ultrapassando 13 mil km² - Instituto Humanitas Unisinos
- IHU

PRAZERES, Leandro. Brasil cortou 93% da verba para pesquisas em mudanças climáticas.
BBC NEWS. Brasília. 03 de novembro de 2021. Disponível em: Brasil cortou 93% da verba
para pesquisa em mudanças climáticas - Notícias - BOL (uol.com.br)

DEISE SANTOS, Ester. A Descredibilização do Governo Brasileiro na capacidade de gestão


da Crise Climática no Território. Disponível
em:12_SANTOS_E_A_Descredibilidade_do_Governo_Brasileiro_na_capacidade_de_gesta
o_da_Crise_Climatica_no_Territorio.pdf (unb.br)

RODRIGUES, Henrique. Planalto escondeu dados do desmatamento para divulgar


após a COP-26. Revista Forum. 18 de novembro de 2021. Disponível em: Planalto
escondeu dados do desmatamento para divulgar após a COP-26 - Revista Fórum
(revistaforum.com.br)

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