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3-Analise de Fratura

O documento descreve os processos de fratura em materiais, incluindo fratura dúctil e frágil, e fatores que afetam cada tipo de fratura. Também discute ensaios de impacto Charpy e fratura por fadiga.

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3-Analise de Fratura

O documento descreve os processos de fratura em materiais, incluindo fratura dúctil e frágil, e fatores que afetam cada tipo de fratura. Também discute ensaios de impacto Charpy e fratura por fadiga.

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ANÁLISE DE FRATURA

CONSIDERAÇÕES GERAIS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
• A análise das causas de falhas pode, em muitos
casos, ser realizada através da interpretação e
caracterização da superfície danificada que em
muitos casos é capaz de revelar a história dos
eventos que precederam a falha.
• A importância da Análise de Falhas reside no fato de
elementos de caracterização das suas causas. Logo o
seu objetivo é o de se conhecer as causas das falhas
de certos materiais e equipamentos, para a partir daí
chegar-se à sua meta final que é, dentro do possível,
prevenir novas ocorrências.
INTRODUÇÃO

• Uma FALHA pode ser definida com sendo


o evento que resulta na impossibilidade
de operação de uma peça, componente
ou sistema.
• Uma Fratura é usualmente o mais sério
tipo de falha e pode levar a um resultado
desastroso. Distorções, Desgaste e
Corrosão são outros tipos de falha e que,
algumas vezes, levam à fratura.
INTRODUÇÃO

• Uma maneira bem simples de se definir


fratura é dizer que ela é a separação ou a
fragmentação de um corpo sólido em duas ou
mais partes, sob a ação de uma tensão.
Genericamente, dizemos que o processo de
fratura pode ocorrer em duas etapas:
– a) O início de uma trinca;
– b) A propagação desta trinca
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE
FRATURA

FONTE: ESAB – MECÂNICA DA FRATURA


FRATURA

• Dúctil a deformação plástica continua até uma


redução na área para posterior ruptura (É OBSERVADA EM
MATERIAIS CFC)

• Frágil não ocorre deformação plástica,


requerendo menos energia que a fratura dúctil que
consome energia para o movimento de discordâncias e
imperfeições no material (É OBSERVADA EM MATERIAIS CCC E HC)

O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende


da temperatura 7
FRATURA

Fratura frágil

Fraturas dúcteis

8
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MACROSCÓPICO

9
MECANISMO DA FRATURA DÚCTIL
a- formação do pescoço
b- formação de cavidades
c- coalescimento das
cavidades para
promover uma trinca ou
fissura
d- formação e propagação
da trinca em um ângulo
de 45 graus em relação
à tensão aplicada
e- rompimento do material
por propagação da trinca

10
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO

A fratura frágil (por clivagem) ocorre com a formação e propagação de uma trinca
que ocorre a uma direção perpendicular à aplicação da tensão
11
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Início da fratura por formação de trinca

12
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE
FRATURA

FONTE: ESAB – MECÂNICA DA FRATURA


Modos de Fratura em Carga
Monotônica
Modos de Fratura em Carga
Monotônica
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MICROSCÓPICO

16
Modos de Fratura em Carga
Monotônica
Modos de Fratura em Carga
Monotônica
Modos de Fratura em Carga
Monotônica
Outros modos de Fratura em Carga
Monotônica
Outros modos de Fratura em Carga
Monotônica
FRATURA TRANSGRANULAR E
INTERGRANULAR
TRANSGRANULAR
INTERGRANULAR

A fratura se dá no contorno de grão


A fratura passa através do grão
22
Modos de Fratura em Carga
Monotônica
EXEMPLO DE FRATURA SOB TRAÇÃO EM MATERIAIS COMPÓSITOS
Ex: Liga de alumínio reforçada com partículas de SiC e Al2O3

A fratura da partícula se dá por clivagem, ou seja, ocorre ao longo


de planos cristalográficos específicos
24
Fatores que afetam a relação Dúctil-
Frágil
Fatores que afetam a relação Dúctil-
Frágil
Fatores que afetam a relação Dúctil-
Frágil
Temperatura de transição Dúctil-Frágil

• Este tipo de comportamento ocorreu


primeiramente em grandes e contínuas
estruturas como vasos de pressão, tubulações,
navios de guerra, pontes e outras estruturas
restritas, freqüentemente construídas por
soldagem.
• Histórico: 250 navios na 2º guerra mundial
apresentaram fratura frágil, tendo aços dúcteis
como matéria-prima. Destes, 19 romperam ao
meio.
Temperatura de transição Dúctil-Frágil
• Normalmente, os materiais apresentam uma
variação de tenacidade ou de ductilidade com a
variação da temperatura. Metais com estrutura
cristalina cúbica de faces centradas como, por
exemplo, cobre, alumínio, níquel e aço inoxidável
austenítico, apresentam uma queda suave de
tenacidade com a diminuição da temperatura.
Por sua vez, metais com estrutura cristalina
cúbica de corpo centrado como, por exemplo,
aços ferríticos, apresentam sensível queda em
tenacidade em uma certa faixa de temperatura.
CFC
CCC
Temperatura de transição Dúctil-Frágil
• Deve ser notado que a causa da transição do
comportamento dos aços ferríticos de dúctil
para frágil quando a temperatura diminui é
uma mudança no modo metalúrgico de
fratura de cisalhamento para clivagem, por
uma inibição dos mecanismos de deformação
plástica.
Temperatura de transição Dúctil-Frágil
• Não só a temperatura, mas qualquer
parâmetro que restrinja a deformação plástica
pode provocar uma queda na tenacidade ou
na ductilidade, como, por exemplo a taxa de
deformação ou o estado de tensões reinante.
Mais restritivo

NDT - temperatura de transição de ductilidade nula


Ensaio de impacto Charpy
• O ensaio de impacto Charpy tem sido
extensivamente usado nos ensaios mecânicos
de produtos de aço e em pesquisa por mais de
quatro décadas.
• O ensaio de impacto Charpy está relacionado
com o comportamento do material sujeito a
carregamento dinâmico (altas taxas de
carregamento) e a um estado triaxial de
tensões associado a um entalhe em V.
Ensaio de impacto Charpy
• As características essenciais para um ensaio de
impacto são: um corpo de prova adequado, um
suporte no qual o corpo de prova é colocado, um
martelo com energia cinética conhecida e um
dispositivo de medição da energia absorvida na
quebra do corpo de prova.

Corpo de prova padrão conforme a especificação ASTM E23


Ensaio de impacto Charpy
• Após o ensaio, além da energia absorvida, podem ser
medidas a expansão lateral (em mm) e a aparência
da fratura (em %), conforme ilustrado nas figuras

Cálculo da expansão lateral


Ensaio de impacto Charpy

A aparência da fratura pode ser facilmente calculada medindo-se os


parâmetros A e B e utilizando-se a tabela
Ensaio de impacto Charpy

Percentual de fratura fibrosa para medidas feitas em milímetros


(%fratura frágil=100%fratura fibrosa)
Ensaio de impacto Charpy
Outros modos de Fratura
Características gerais do processo de fadiga

• É a ruptura de um componente pela


propagação de uma fissura gerada
pela aplicação de tensões cíclicas.
• 90% das rupturas em peças móveis
em serviço relacionan-se com fadiga.
Esse processo ocorre em 3 etapas:
• 1-Nucleação de uma fissura em
alguma irregularidade (ponto de
concentração de tensões)
• 2- Propagação da fissura
• 3- Ruptura catastrófica quando se
atinge o KIc do material
Extrusões e intrusões - Aspecto

• Extrusões e intrusões em
uma chapa de cobre
solicitada por esforços
cíclicos, durante a etapa de
nucleação da fissura
Zonas típicas de uma fratura por fadiga e fissura na etapa de
propagação
Pontos nucleadores de fissura por
fadiga
Mecanismo de nucleação das fissuras

• Iniciam-se em irregularidades em
geral superficiais, onde, pela
concentração de tensões, ocorre
deformação plástica localizada,com
movimentos atômicos nos planos de
deslizamento .
• Na tensão máxima ocorrem as
saliências
• Na tensão mínima ocorrem as
reentrâncias
• Uma fissura aparece nesse local
depois de repetidas saliências e
reentrâncias
Como identificar uma ruptura causada
por fadiga?
• Presença de duas zonas
uma lisa e outra rugosa.
(lisa relacionada a
propagação da fissura, e
a rugosa a ruptura
catastrófica final)
Aspecto das zonas lisa e rugosa em uma
superfície de fratura por fadiga
Presença de marcas de praia
• Pode aparecer na
região da ruptura as
marcas de praia.
Essa marca aparece
cada vez que o
equipamento é
desligado, enquanto
a fissura propaga .
Marcas de praia na zona escura onde houve a propagação da fissura por
fadiga em braço de eixo manivela de alumínio. Parte clara ruptura final
catastrófica
Marcas de praia em um eixo rompido
por fadiga
Presença das estrias

• Quando se observa a região da


zona da fratura onde houve
propagação estável da fissura por
fadiga (zona macroscópica lisa)
com grande aumento em MEV ou
MET(microscópio eletrônico de
varredura / transmissão) pode-se
ver o avanço unitário da fissura
sob o efeito de cada ciclo de
carga. Essas linhas chamam-se de
estrias.
Cada estria está associada a um ciclo
de carga
Tipos de solicitações
• Caso (a) eixo em rotação (por
exemplo)
• Caso (b) mola predominantemente
em tração (por exemplo)
• Caso (c) asa de um avião em vôo
(por exemplo)
• Intervalo da tensão cíclica:
 = max-min
• Amplitude da tensão cíclica:
a = (max-min)/2
• Tensão média: m
= (max+min)/2
• Razão de tensão: R
= min/max,
• onde max e min são os máximos e
mínimos níveis de tensões,
respectivamente.
• Tensões de compressão são
negativas e de tração são positivas
Outros modos de Fratura
Procedimento para Análise de Falhas
• 1- O mais importante passo inicial é “fazer nada”
ou, simplesmente, estudar as evidências, pensar
sobre o componente que falhou, perguntar
detalhes sobre como ocorreu a falha, tomar
nota de todas as informações relativas ao
ocorrido.
• 2- É usual fazer registros das partes que
falharam usando técnicas de estereoscopia e
fotografia, a fim de registrar o estado das peças.
Os 13 estágios da Investigação:
• 1- Coletar dados básicos do componente, operação e
manutenção
• 2- Realizar exame preliminar da parte que falhou e
registrar por fotografia
• 3- Exame macroscópico com registro fotográfico
(superfície de fratura, trincas secundárias e outros
fenômenos de superfície).
• 4- Seleção, identificação, preservação, limpeza de
amostras (comparação com componentes que não
falharam)
• 5- Inspecionar por meio de técnicas não-destrutivas
• 6- Executar ensaios mecânicos (dureza, tenacidade, ...)
Os 13 estágios da Investigação:
• 7- Seleção e preparação de amostras metalográficas
• 8- Microscopia Ótica e Eletrônica de Varredura
• 9- Determinação do micromecanismo de falha
• 10- Análise química (núcleo, local, superficial, de
produtos de corrosão, depósitos ou revestimentos,
além de análise por EDS)
• 11- Análise de Mecânica da Fratura
• 12- Testes sob condições de serviço simuladas
• 13- Análise de todas evidências, formulação de
conclusões e escrita do relatório.
Três princípios que devem ser
cuidadosamente seguidos:
• 1- Localização da Origem da Fratura
• Nenhum procedimento de laboratório deve
impedir a análise que permita identificar a
origem da fratura. É desejável ter as duas
superfícies de fratura em condição não
danificada.
Três princípios que devem ser
cuidadosamente seguidos:
• 2- Não junte as superfícies de fratura, exceto
se for feito com muito cuidado
• As superfícies de fratura são frágeis e
danificam facilmente. A proteção das
superfícies de fratura é importante,
especialmente se forem analisadas em MEV.
As superfícies deverão ser adequadamente
armazenadas, protegidas da corrosão e do
contato com os dedos.
Três princípios que devem ser
cuidadosamente seguidos:
• 3- Nenhum teste destrutivo deverá ser
realizado sem avaliação criteriosa
• Corte, usinagem e esmeril podem arruinar a
investigação. Exames destrutivos somente
deverão ser realizados após esgotar a análise
prévia, com registros dos dados e fotografias.
Questões a serem feitas sobre
Fraturas
Questões a serem feitas sobre
Fraturas

• 1- Superfície de Fratura:
• Qual é o modo de fratura?
• a- A origem da fratura é visível? Está localizada na
superfície ou abaixo dela? (A localização depende da
tensão relativa e gradientes de tensão)
• b- Qual é a relação entre a direção de fratura e as direções
esperadas?
• c- Quantas origens de fratura existem?
• d- Existe evidência de corrosão, pintura ou outro material
estranho na superfície de fratura?
• e- A tensão foi unidirecional ou alterou a direção?
Questões a serem feitas sobre
Fraturas
• 2- Superfície do Componente:
• a- Qual é o campo de contato da superfície do componente?
(aparecem como regiões levemente mais polidas e revelam como
o componente foi carregado em serviço)
• b- A superfície do componente foi deformada por carregamento
em serviço?
• c- Existem danos no componente devidos a montagem,
manufatura, reparo ou serviço?
• 3- Projeto e Geometria do Componente:
• a- Existe concentração de tensão relacionada à fratura? (raios,
splines, chavetas, etc)
• b- O componente foi concebido para rigidez ou para ser flexível
como uma mola?
Questões a serem feitas sobre
Fraturas
• 3- Projeto e Geometria do Componente:
• c- O componente apresenta projeto adequado?
• d- Como é o componente em relação à sua montagem?
• e- O dimensionamento da peça foi adequado?
• 4- Manufatura e Processamento:
• a- Existem descontinuidades internas ou tensões que podem levar
à falha?
• b- Se o componente foi conformado, como estão os aspectos
como dobras, tamanho de grão, inclusões ou outras
descontinuidades? O mesmo para fundidos, soldados, usinados, ...
• c- Se o componente foi tratado térmicamente, como está a
profundidade de endurecimento, descarbonetação, revenimento,
microestrutura?
Questões a serem feitas sobre
Fraturas
• 5- Propriedades do Material:
• a- As propriedades mecânicas atendem a especificação?
• b- As propriedades são adequadas para a aplicação?
• 6- Relação entre a tensão aplicada e as tensões
residuais:
• Tensões residuais podem ter efeito benéfico ou não ao
componente. Devem ser avaliadas as tensões residuais,
normalmente por técnicas de difração de raios-X.
• 7- Componentes adjacentes ao que falhou:
• a- Qual foi a influência dos componentes adjacentes
sobre a falha?
• b- Os fixadores (parafusos) foram adequadamente
fixados? (torque)
Questões a serem feitas sobre
Fraturas
• 8- Montagem:
• a- Existe evidência de desalinhamento na montagem?
• b- Existe evidência de componentes fora de dimensões?
(interferência na montagem)
• 9- Condições de serviço:
• É um campo de difícil investigação, que normalmente envolve
posturas defensivas. Mesmo assim, é importante investigar,
entrevistar e coletar dados.
• a- Existe evidência de sobrecarga ou excesso de velocidade?
• b- Houve manutenção adequada da máquina ou componente?
• c- Qual é a condição geral da máquina?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Curso de Análise de Falhas. XXIII Semana da Engenharia


Mecânica (SENGMEC-2002) da Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira.
• http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM049/Aula%205.
pdf
• www.feng.pucrs.br/~eleani/Protegidos/8-
%20fratura_fadiga.ppt
• http://www3.esab.com.br/literatura/apostilas/Apostila
_Mecanica_da_Fratura_rev0.pdf
• http://www.feng.pucrs.br/~schroeder/Ci%EAncia%20d
os%20Materiais/Fadiga%20em%20Metais.ppt

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