Valor Nutritivo Da Torta Da Polpa de MACAÚBA (Acrocomia Aculeata) PARA SUÍNOS EM Crescimento

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E VETERINÁRIA

VALOR NUTRITIVO DA TORTA DA POLPA DE


MACAÚBA (Acrocomia aculeata) PARA SUÍNOS EM
CRESCIMENTO

JOSÉ HENRIQUE BERNARDES PEREIRA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS ANIMAIS

Brasília
Distrito Federal - Brasil
Julho – 2013
i
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E VETERINÁRIA

VALOR NUTRITIVO DA TORTA DA POLPA DE


MACAÚBA (Acrocomia aculeata) PARA SUÍNOS EM
CRESCIMENTO

JOSÉ HENRIQUE BERNARDES PEREIRA


ORIENTADORA: LUCI SAYORI MURATA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS ANIMAIS

Publicação:
Brasília
Distrito Federal - Brasil
Julho – 2013

ii
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE AGRONOMIA E VETERINÁRIA

VALOR NUTRITIVO DA TORTA DA POLPA DA MACAÚBA (ACROCOMIA


ACULEATA) PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO
JOSÉ HENRIQUE BERNARDES PEREIRA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA


AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUACAÇÃO EM
CIÊNCIAS ANIMAIS DA FACULDADE DE
AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE
DOS REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE GRAU
DE MESTRE EM CIÊNCIAS ANIMAIS.

APROVADA POR:

____________________________________________
LUCI SAYORI MURATA, Dra. (UnB)
(Orientadora)

______________________________________________
SERGIO LUCIO SALOMON CABRAL FILHO, Dr. (UnB)
(Examinador interno)

_______________________________________________
JOÃO BATISTA LOPES, Dr. (UFPI)
(Examinador Externo)

BRASÍLIA/DF, 25 Julho de 2013

iii
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E CATALOGAÇÃO

PEREIRA, J.H.B., Valor Nutritivo da Torta da Polpa da Macaúba (Acrocomia aculeta)


para Suínos em Crescimento. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária,
Universidade de Brasília, 2013, 70p. Dissertação de Mestrado.

Documento formal, autorizando reprodução desta Dissertação de mestrado


para empréstimo ou comercialização, exclusivamente para fins acadêmicos,
foi passado pelo autor à Universidade de Brasília e acha-se arquivado na
Secretaria do programa. O autor e sua orientadora reservam para si os
outros direitos autorais, de publicação. Nenhuma parte desta dissertação de
mestrado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor ou da
sua orientadora. Citações são estimuladas, desde que citada à fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA

PEREIRA, José Henrique Bernardes. “Valor nutritivo da


Torta da Polpa da macaúba (Acrocomia aculeata) para
suínos em crescimento ”Brasília: Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinária da Universidade de Brasília. 2013. 72
páginas. Dissertação (Mestrado em Ciências Animais) –
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade de Brasília, 2013.

1. Alimentos Alternativos para Monogástricos 2. Ensaios de


Digestibilidade 3. Resíduos do Biodiesel 4. Fibra Dietética
I. Murata, L.S. II. Draº.

iv
DEDICATÓRIA

“Dedico esta dissertação a minha


avó Irene Fleury (in memoriam) e
a minha madrinha Rosilva (in
memoriam) sempre presentes na
minha vida.”

v
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela interseção de Nossa Senhora das Graças, pela conclusão
da minha tese de mestrado.
A CAPES, pela bolsa de estudos fornecida, que foi fundamental para elaboração desse
trabalho.
A Fazenda Água Limpa, ao diretor, e todos seus funcionários que colaboraram de
maneira ímpar para a realização dos experimentos e transportes dos animais.
As instituições científicas UnB, CNPq, Finatec, Petrovasf, Embrapa Agroenergia,
UPIS, UFU, que possibilitaram a realização dos experimentos e das análises laboratoriais. A
todas elas meu muito obrigado.
As Empresas AGROCEN, ADISSEO Brasil e a Granja Uburama/DF, pela parceria
nesse trabalho. Sem a ajuda destes a dissertação não teria o mesmo resultado.
A minha orientadora Dra. Luci Sayori Murata, pela convivência de mais de 5 anos
com projetos acadêmicos, pela seriedade, sinceridade e compromisso com que procurou
direcionar a minha tese, primando sempre, para o meu melhor aperfeiçoamento técnico e
profissional, a ela meu muito obrigado.
Em especial, ao Professor Dr. Sergio Lúcio Salomon Cabral Filho, pela parceria,
amizade e, qualidades humanas, que só fizeram acrescentar a um grande potencial
profissional, tornando-o uma pessoa impar nesse processo.
Aos Professores Dr. Rodrigo Vidal de Oliveira, Dr. Francisco Bernal, coordenador do
Programa de Pós-graduação em Ciências Animais da FAV, Dr. Daniel Emygdio de Faria
Filho e Dr. Roberto Camargo Antunes, pela importante colaboração nessa dissertação.
A todos os mestrandos, bolsistas, estagiários técnicos do LABEM, alunos de
graduação, Caio, Carol, Luiza, Keila, Fred, Cássia, Jomari, Tati, Yonara, Carlos, Luana, que
colaboraram com grande empenho e qualidade nos dois ensaios experimentais, o que foi de
fundamental importância para a realização desse trabalho. A todas as estagiárias técnicas do
laboratório de nutrição animal da FAL, pela atenção e carinho que tiveram comigo para
realização das minhas análises laboratoriais, em especial a Dani, Cris, as Giovanas e também
as amigas Camila e Renata.
Aos meus queridos amigos e amigas, que sempre estarão presentes na minha vida. Aos
amigos da Agrofamília, Camarguinho, Lolô, Nanda, Fê, Maurinho, Batistinha, Lobão, Gaiato,
Alceu, Rherman, Fabinho, Nay, Sherman, David, Bundinha, Vitão, Samuca, Mandarino, PC,

vi
Gg, Lara, Lucas Chaves (in memoriam), todos eles sem exceção, pelo apoio constante durante
esse período, em especial a Ju Hiromi, pela sempre grata ajuda na dissertação e parceria. Aos
amigos de fé, que Deus colocou na minha vida, Rick, Jacaré, Xoxó, Renato, Giu, Leo, Mi,
Camis, João, Paulo, Virma, Jair, Miguel, Vinícius, Gabriel, Bocão e todos os outros não
citados e igualmente especiais. Também pelos amigos da Fundação Rural e da Fazenda Água
Limpa, a todos eles minha eterna gratidão.
A minha linda namorada Vanessa Meirelles, pelo companheirismo, dedicação e
carinho na parte final do meu mestrado.
A toda minha família, tios e tias, primos e primas, em especial, minha avó Alda, pelo
grande amor e carinho com que sempre me acolheu em sua casa durante os experimentos na
fazenda e a minha madrinha Gilda, pelos conselhos sábios e valiosos dados com amor. Ao
meu primo e amigo Emanu, pela grande ajuda pessoal e acadêmica, que muito enriqueceu o
meu trabalho final.
E por fim a minha família núcleo, meu querido irmão Dede, minha amada irmãzinha
Victoria, pelo suporte nas horas difíceis. Ao meu pai Jorge e minha mãe Fatima pelo amor,
apoio incondicional e também, pelos puxões de orelha necessários, pelos momentos
maravilhosos vividos nesse período e pelo grande exemplo de vida, meus eternos mestres, que
quero seguir.

A todos meus mais sinceros agradecimentos.

vii
ÍNDICE

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ..................................................................................................... xi

RESUMO ................................................................................................................................... 1

ABSTRACT: .............................................................................................................................. 3

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 6

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6

2. OBJETIVO ......................................................................................................................... 8

3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 8

3.1. Alimentos Alternativos Fibrosos ................................................................................. 8

3.2. Caracterização dos Subprodutos da Macaúba (Acrocomia aculeata): (Torta da polpa


da macaúba) ............................................................................................................................ 9

3.3. Caracterização da fibra dietética: ............................................................................... 13

3.4. Uso da fibra dietética para suínos .............................................................................. 14

3.5. Fermentação da fibra dietética no trato gastrointestinal dos suínos .......................... 15

3.6. Divisão Energética e Proteica para Suínos ................................................................ 18

3.7. Considerações sobre o trato gastrointestinal dos suínos ............................................ 22

3.8. Digestibilidade de nutrientes ..................................................................................... 23

3.9. Ensaios Metabólicos para se Determinar a Energia dos Alimentos .......................... 25

3.10. Método de coleta total de fezes em suínos (Método tradicional) ........................... 26

CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 28

1. RESUMO ......................................................................................................................... 28

2. ABSTRACT ..................................................................................................................... 30

3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 31

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 32


viii
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 37

6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 48

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 49

ANEXOS..................................................................................................................................50

ix
LISTA DE TABELAS

Tabela 2. 1 Composição calculada e centesimal da dieta referência fornecida para os suínos


em crescimento ......................................................................................................................... 33
Tabela 2. 2 Composição química da torta da polpa da macaúba utilizada no experimento e
aminoácidos totais (AAT) presente .......................................................................................... 38
Tabela 2. 3 Valores nutritivos da torta da polpa da macaúba (Acrocomia aculeata) para
suínos em crescimento .............................................................................................................. 40
Tabela 2. 4 Balanço de nitrogênio para suínos em crescimento alimentados com dietas com
inclusão de 10 e 20% de torta da polpa da macaúba (Acrocomia aculeata) ............................ 44
Tabela 2. 5 Efeitos da inclusão de 10 e 20 % da torta da polpa da macaúba (Acrocomia
aculeata) sobre a digestibilidade da dieta para suínos em crescimento. .................................. 46

x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. 1 Fruto da Macaúba com e sem o epicarpo, evidenciando o mesocarpo de coloração


amarela (Nucci, 2007) .............................................................................................................. 10
Figura 1. 2 Fruto da Macaúba partido ao meio, evidenciando as suas principais estruturas
internas (Nucci, 2007) .............................................................................................................. 11
Figura 1. 3 Palmeira da Macaúba, evidenciando como os frutos ficam dispostos (Moreira &
Sousa, 2009) ............................................................................................................................. 11
Figura 1. 4 Divisão Energética para os Suínos (Adaptado de Sakamura & Rostagno, 2007) 20
Figura 1. 5 Divisão da EMap para os Suínos (Adaptado de Sakamura & Rostagno, 2007) ... 21

Figura 2. 1 Gaiola Metabólica utilizada no experimento, evidenciando a parte da frente de


coleta das sobras de ração, o comedouro, e os baldes de coleta de urina. ................................ 34
Figura 2. 2 Gaiola Metabólica utilizada no experimento, evidenciando a parte da de trás com
as gavetas de alumínio para coleta de fezes ............................................................................. 34
Figura 2. 3 Bomba Calorimétrica LECO AC-600 utilizada na análise da energia bruta das
rações, sobras de alimento e fezes. ........................................................................................... 36
Figura 2. 4 Bomba calorimétrica automática C-2000, marca IKA WORKS, usada para análise
de energia da urina. ................................................................................................................... 36

xi
RESUMO

VALOR NUTRITIVO DA TORTA DA POLPA DE MACAÚBA (ACROCOMIA


ACULEATA) PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO

ALUNO: José Henrique Bernardes Pereira1


ORIENTADORA: Dra. Luci Sayori Murata1, 2
1
Universidade de Brasília – UnB
2
Universidade de Brasília – UnB

Foram avaliados os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína


bruta (CDPB), da fibra (CDFDN), a energia Digestível (ED) e a energia Metabolizável
(EM) da torta da polpa de macaúba (Acrocomia aculeata). Também foi avaliado a
digestibilidade da MS, PB, FDN, a ED e a EM dos tratamentos T1(0%), T2(10%) e
T3(20%) além do balanço de nitrogênio (BN) para suínos em crescimento, por meio de
dois ensaios metabólicos de coleta total de fezes e urina. Foram utilizados 24 leitões
machos castrados, de linhagem comercial, com peso inicial de aproximadamente 28 kg.
Os ensaios foram realizados em delineamento experimental de blocos casualizado com
três tratamentos com quatro animais por tratamento/bloco, totalizando 24 unidades
experimentais. Os tratamentos foram: T1 - Dieta Referência (DR); T2 - Dieta Teste 1
(90% de DR+10% de torta da polpa de macaúba) e T3 - Dieta Teste 2 (80% de
DR+20% de torta polpa de macaúba). As dietas foram fornecidas às 8h00 e às 16h00. A
DMS, DPB e DFDN para a torta da macaúba foram de 16,5%, -2,25% e 30,80%, para a
inclusão de 20% na dieta, não apresentando diferença significativa para os valores de
inclusão de 10% na dieta. A ED para a torta da polpa da macaúba nos tratamentos
T2(10%) e T3(20%) foram de, respectivamente, 2888,3 e 2900,6 (Kcal/Kg), já a EM
para os mesmos tratamentos foram de, respectivamente, 2690,0 e 2680,5 (Kcal/Kg), não
apresentando diferença significativa. A digestibilidade da MS nos tratamentos T2 e T3
foram, respectivamente, 79,1% e 72,0%, enquanto a digestibilidade da PB nos
tratamentos T2 e T3 foram 77,9% e 71,2%, já a digestibilidade da FDN para os
tratamentos T2 e T3 foram de 64,3% e 55,7%, respectivamente, apresentando diferença
significativa. Em relação ao balanço de nitrogênio (BN), houve diferença significativa
apenas no Nitrogênio Fecal (NF), mostrando que a fibra aumentou a excreção do
nitrogênio endógeno do suíno. Dessa forma, o nível de inclusão da torta da polpa da

1
macaúba na dieta interferiu nas digestibilidades da MS, PB e FDN. Esse coproduto da
macaúba pode ser utilizado como ingrediente teste na dieta para suínos em crescimento,
porém a porcentagem de inclusão deve ser considerada na ração referência.

Palavras–chave: alimento alternativo, ensaio de digestibilidade, resíduo do biodiesel

2
ABSTRACT:

NUTRITIONAL VALUE OF MACAÚBA MEAL (ACROCOMIA ACULEATA)


FOR GROWING PIGS.

GRADUATE STUDENT: José Henrique Bernardes Pereira1


TUTOR: PhD. Luci Sayori Murata2
1
Universidade de Brasília – UnB.
2
Universidade de Brasília – UnB.

Dry matter (DMD), crude protein (CPD) and Fiber (FD) digestibility and Digestible
energy (DE), metabolizable energy (ME) of macauba meal (Acrocomia aculeata) were
evaluated for growing pigs. Dry matter (DMD), crude protein (CPD), Fiber (FD)
digestibility and (DE), (ME) of treatments T1 (0%), T2 (10%) and T3 (20%) plus
nitrogen balance (NB) for growing pigs, through two metabolic assays collection Total
feces and urine. We used 24 castrated male of commercial line, with an initial weight of
approximately 28 kg. The experimental tests were conducted in a complete block
randomized design with three treatments with four animals per treatment/block, totaling
24 experimental units. The treatments were: T1 - Reference Diet (RD), T2 - Test Diet 1
(90% RD+10% macauba meal) and T3 - Test Diet 2 (80% RD+20% macauba meal).
The DMD, CPD and FD for macaúba meal were 16.5%, -2.25% and 30.80%, for the
inclusion of 20% in the diet, with no significant difference in the values of inclusion of
10% in the diet. A (DE) for macauba meal in the T2 (10%) and T3 (20%) were,
respectively, 2888.3 and 2900.6 (Kcal / Kg), since the (ME) for the same treatments
were, respectively, 2690.0 and 2680.5 (Kcal / kg), with no significant difference. Dry
matter (DM) digestibility in the T2 and T3 were, respectively, 79.1% and 72.0%, while
the crude protein (CP) digestibility in the T2 and T3 were 77.9% and 71.2%) and Fiber
digestibility for T2 and T3 were 64.3% and 55.7%, respectively, showing significant
difference (P<0,05) In relation to nitrogen balance (NB), there was a significant
difference (P<0,05) in Fecal Nitrogen (FN), showing that the fiber increased excretion
of endogenous nitrogen for pig. Thus, the level of inclusion macauba meal in the diet
interfered with the digestibility of DM, CP and FD. This co-product of macauba can be

3
used as an ingredient in test diet for growing pigs, but the percentage of inclusion
should be considered in the reference ration.

Keywords: alternative ingredient, biodiesel by-product, digestibility trial

4
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES

Anualpec: Anuário da Pecuária Brasileira


AOAC: Association of Official Analytical Chemists
BN: Balanço de nitrogênio
CM: Casca de Café Melosa
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento
CS: Casca de Soja
CSINE: Casca de Soja Integral Não Ensilada
DT: Dieta teste
EB: Energia bruta
ED: Energia digestível
EE: Extrato etéreo
EM: Energia metabolizável
EMA: Energia metabolizável aparente
Embrapa: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EF: Energia Fecal
EU: Energia Urinária
et al.: E colaboradores
FB: Fibra bruta
FDA: Fibra em detergente ácido
FDN: Fibra em detergente neutro
FG: Farelo de Girassol
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IC: Incremento Calórico
Kcal: Quilocaloria
MS: Matéria seca
N: Nitrogênio
NDT: Nutrientes digestíveis totais
PB: Proteína bruta
PNA`s: Polissacarídeos não Amiláceo
RB: Ração Basal
RDC: Resíduos desidratados de cervejaria
RR: Dieta referência

5
CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO

O crescimento da suinocultura, nos últimos 20 anos, pode ser verificado


pela análise de vários indicadores econômicos e sociais como volume de exportações,
participação no mercado mundial, número de empregos diretos e indiretos. Também
merece destaque ações de coordenação de atividades entre fornecedores de insumos,
produtores rurais, agroindústrias, vendas e consumidores (Coser, 2010).
O rebanho suíno brasileiro se apresenta distribuído principalmente, nas
regiões centro sul e nordeste do País. Entretanto, se diferencia quanto ao nível
tecnológico, apresentando-se bem tecnificado na região centro-sul e em sua maioria de
subsistência e de baixa escala comercial na região nordeste (Coser, 2010). Nesse
contexto 20% do rebanho suíno nacional estão localizados na região nordeste e deste
efetivo, apenas 1,81% têm abate inspecionado, fato que desqualifica a comercialização
da carne suína nessa região (Coser, 2010).
A suinocultura vem se estruturando em um sistema de produção baseado
no modelo de Integração, principalmente nos últimos dois anos com a fusão de grandes
empresas; como Brasil Foods, Aurora e Marfrig, havendo como consequência o
crescimento da demanda pelas agroindústrias e disponibilidade de insumos básicos para
a produção, principalmente de grãos essenciais como soja e milho, cujos investimentos
em tecnologia colocou o Brasil em destaque no cenário internacional. (Coser, 2010).
O Brasil possui atualmente o quarto maior rebanho mundial de suínos
com 38.956,758 milhões de cabeças, IBGE (2010), sendo superado apenas pelos
Estados Unidos, com um rebanho superior a 62 milhões de animais, pela União
Europeia, detentora de aproximadamente 161 milhões de animais, e pela China, que
possui o maior rebanho de suínos, com mais de 493 milhões de animais (Anualpec,
2012)
O Brasil teve um aumento significativo da produção das matérias-primas
essenciais para a produção de suínos que são a soja e o milho. Na safra 11/12 o milho
passou de uma produção de 72.979,5 ton. para 76.011,0 toneladas na safra 12/13. Já a
soja passou neste período de 66.383,0 ton. para 83.424,3 toneladas (Conab, 2013).
Assim a ampliação da área utilizada pela agricultura associada ao aumento na

6
produtividade desses grãos possibilitou um visível crescimento na disponibilidade
interna de tais matérias-primas.
No Brasil, mais de 60% da soja e milho produzidos são destinadas a
nutrição animal e a parte de alimentação do rebanho de suíno representa mais de 70%
do custo de produção (Crenshaw, 2005). Com isso, ao mesmo tempo em que há a
disponibilidade e fartura de grãos, a criação de suínos fica dependente da grande
variação de preços que sofrem esses insumos, com reflexo direto na rentabilidade do
negócio. Outro fator importante é a redução do preço desses insumos para que a carne
suína alcance um preço mais acessível para o consumidor final, de modo a comtemplar
as classes menos favorecidas (Gomes et al. 2007).
O principal foco da cadeia produtiva de alimentos de origem animal é o
aumento da produtividade do suíno e diminuição dos custos de produção, pela melhoria
dos índices zootécnicos e a eficiência das dietas com alimentos alternativos e
tradicionais. Com isso, os nutrientes das dietas de suínos devem ser corretamente
ajustados para evitar elevados níveis nas rações, que em excesso, são eliminados pelas
excretas, podendo contaminar o solo e as fontes d’água do meio ambiente.
Várias pesquisas estão sendo realizadas a fim de encontrar fontes de
alimentos alternativos para os suínos. As fontes de alimentos fibrosos incluem uma
variedade de possibilidades de subprodutos e resíduos da agroindústria, assim como as
forragens in natura, desidratadas e conservadas, ricas em fibra dietética (Gomes et al.
2007). O uso desses insumos dependerá de alguns fatores determinantes de sua
viabilidade econômica e produtiva, como a qualidade da fibra dietética presente,
disponibilidade do subproduto na região, aceitabilidade do alimento por parte do animal
e sua digestibilidade e custo de aquisição.
A possibilidade de se utilizar ingredientes fibrosos, como fonte de
energia na suinocultura, não é um conceito novo, pois, já vem sendo discutida por
pesquisadores desde os anos 30. Porém, a pesquisa sobre o potencial da fibra dietética
usada na produção de suínos necessita de uma quantificação e identificação por meio da
medição das interações entre os efeitos fisiológicos associados com a digestibilidade,
causados pelo variável conteúdo fibroso que exista entre as diversas matérias-primas.
Assim, tais estudos são de grande importância, pois, podem diversificar a produção
suinícola, que compete com a alimentação humana, principalmente pelas matérias-
primas essenciais soja e milho.

7
Dentro desse contexto, a Macaúba (Acrocomia aculeata) torna-se uma
opção viável, pois é uma palmeira que apresenta significativo potencial de produção
devido ao elevado teor de óleo e capacidade de adaptação a densas populações (Gray,
2005), sendo que sua produtividade pode chegar a mais de quatro toneladas de óleo/ha
(Plano..., 2006). No Brasil sua produção ocorre principalmente nas regiões nordeste,
centro-oeste e sudeste, com ênfase em Minas Gerais e Goiás, devido ao uso do seu óleo
para o biodiesel (Ciconini, 2012). Existem alguns estudos realizados com este alimento
alternativo para bovinos, caprinos e ovinos. Porém, poucas pesquisas foram
desenvolvidas acerca do uso dos subprodutos da macaúba em dietas para
monogástricos, mais especificamente suínos.
Além de utilizar os subprodutos da extração do biodiesel para a
alimentação animal, outra vantagem é a destinação dos resíduos provenientes da cadeia
produtiva. Entretanto, o desenvolvimento de novas tecnologias para o seu
processamento visando à redução de custos de produção e da poluição ambiental torna-
se um grande desafio (Plano..., 2006).

2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho foi avaliar o valor nutritivo da torta da polpa da


macaúba em diferentes níveis de inclusão para suínos em crescimento.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Alimentos Alternativos Fibrosos

Para recomendar o uso de alimentos alternativos na alimentação animal


alguns parâmetros devem ser analisados, como a disponibilidade do alimento no
mercado e sua composição. Em termos de nutrientes, com valores encontrados em
tabelas existentes ou realizando análises laboratoriais. Outro ponto importante a se
considerar é a qualidade desse nutriente presente; observando os valores de energia e
fibra digestíveis disponíveis que serão realmente absorvidos pelos animais. E por fim os

8
aspectos físicos dos ingredientes na formulação das dietas, atentando-se para a
densidade, a umidade e o estado físico dos mesmos (Bellaver & Ludke 2004).
Atualmente, as indústrias de produção agroindustriais especializadas, que
geram resíduos, têm como objetivo a relação harmoniosa entre a conservação ambiental,
o desenvolvimento econômico da empresa e de um melhor ambiente de trabalho
(Abreu, 2006). Assim, podem-se criar novas oportunidades para estabelecer parcerias
entre a indústria e a agropecuária, destinando parte dos resíduos agroindustriais para a
alimentação animal e melhorando a eficiência empresarial. Para isso pesquisadores,
técnicos e produtores sempre estão à procura de alimentos alternativos, com alta
qualidade nutricional e menor custo.
Podem-se utilizar como ingredientes alimentares alternativos para os
suínos, os resíduos provenientes da cadeia produtiva do biodiesel, subprodutos da
agroindústria assim como alimentos ricos em fibra dietética (Geron, 2007). Neste
campo, destacam-se o bagaço da cana-de-açúcar, polpa de citrus, casca do grão de soja,
resíduos de fecularias e de farinheiras de mandioca, caroço de algodão, resíduo de
cervejaria e resíduo de girassol (torta) (Geron, 2007). A Macaúba (Acrocomia aculeata)
pode ser uma boa opção para introdução na dieta suína, devido a sua produtividade, que
pode ultrapassar de 30 toneladas/ha, além de ser rústica e bem adaptada às condições do
Cerrado é resistente à seca (Moreira & Sousa, 2009). Assim como a Macaúba, existem
outros alimentos alternativos ricos em fibra que já vem sendo estudados para introdução
na dieta dos suínos.

3.2. Caracterização dos Subprodutos da Macaúba (Acrocomia aculeata): (Torta


da polpa da macaúba)

Pertencente à família das Palmeiras, a Macaúba (Acrocomia aculeata) é


nativa da região tropical e ocorre em todo o Trópico Americano (Ciconini, 2012). É
também conhecida por diversos nomes regionalizados como macaíba, macajuba,
bocaiúva, chiclete-de-baiano, côsubbaboso (Moreira & Sousa, 2009).
Com ampla distribuição geográfica, ocorre em todo o continente
americano. O habitat da Acrocomia aculeata é representado por áreas abertas e com alta
incidência solar, sendo que esta palmeira se adapta a solos arenosos, baixas altitudes
(100 a 1000 metros) e com baixas precipitações ao longo do ano, porém com estação
chuvosa bem definida (Ciconini, 2012). Segundo o mesmo autor, no Brasil, é ponderada

9
como a palmeira de maior disseminação, com ocorrência de populações naturais da
macaúba em quase todo território.
Os plantios comerciais da macaúba estão consolidados em alguns
estados, como Minas Gerais (Moreira & Sousa, 2009). Os principais benefícios dos
plantios comerciais são: o maior número de indivíduos por hectare e a padronização das
linhas de cultivo, o que possibilitará um grande rendimento das operações silviculturais
e da colheita dos cocos; a seleção preliminar de material genético para a formação de
mudas, plantios que apresentem menor variabilidade na qualidade dos frutos que os
maciços naturais (Miranda et al., 2001).
Pode-se realizar o cultivo da macaúba, que começará a produzir após
cinco anos do plantio, tendo duas colheitas no ano, com média de 20% de óleo, podendo
chegar a 30 ton/ha considerando um plantio com espaçamento de 6x6m2, mas pode-se
plantar de forma adensada utilizando espaçamento de 3x4 (Moreira & Sousa, 2009).
Nas Figuras 1 e 2 podem ser visualizadas a Macaúba e suas estruturas externas e
internas e na Figura 3, a distribuição dos frutos na palmeira.

Figura 1. 1 Fruto da Macaúba com e sem o epicarpo, evidenciando o mesocarpo de


coloração amarela (Nucci, 2007)

10
Figura 1. 2 Fruto da Macaúba partido ao meio, evidenciando as suas principais
estruturas internas (Nucci, 2007)

Figura 1. 3 Palmeira da Macaúba, evidenciando como os frutos ficam dispostos


(Moreira & Sousa, 2009)

As flores da macaúba são unissexuais e há a presença de ambos os sexos


na mesma inflorescência. As flores femininas germinam na base da inflorescência e as
masculinas no alto. Os frutos são esféricos ou suavemente achatados, com diâmetro
variando de 2,5 a 5,0 cm. A formação do fruto acontece durante todo o ano e os frutos
amadurecem, sobretudo, entre setembro e janeiro (Lorenzi et al., 2004). O fruto é
constituído pelo epicarpo, parte externa, com volume médio de 17% do total do fruto,
que se rompe espontaneamente quando maduro; mesocarpo, tecido organizado abaixo
do epicarpo e sob o endocarpo, mais conhecido como polpa e com volume médio de
52% do total do fruto, é fibroso, mucilaginoso, rico em glicerídeos, de coloração
amarela e é comestível; e pelo endocarpo com volume médio de 31% do total do fruto, é
intensamente aderido à polpa, com parede rígida e a amêndoa oleaginosa (Nucci, 2007)

11
A região dos nós da macaúba é coberta de espinhos, pontiagudos com cerca de 10 cm de
comprimento. Comumente, o estipe é revestido pelas bases dos pecíolos, que ficam
aderidas a este por anos. As folhas verdes, orientadas em diversos planos dando um
aspecto plumoso à copa, apresentando aproximadamente 130 folíolos de cada lado e
espinhos na região central (Miranda et al., 2001 e Teixeira, 1996).
A A. aculeata em sua maioria é obtida de forma extrativista, embora já
existam alguns trabalhos sendo desenvolvidos principalmente pelo Centro de Pesquisas
Agropecuárias do Cerrado para o seu cultivo visando à produção de bicombustíveis.
(Moreira & Sousa, 2009)
No Brasil, tem sido considerada como a palmeira de maior disseminação,
com ocorrência de populações naturais em quase todo território, com as maiores
concentrações localizadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
sendo amplamente espalhada pelas áreas de Cerrado (Ciconini, 2012). A palmeira
começa a produzir após cinco anos do plantio, tendo duas colheitas ao ano, podendo
nascer espontaneamente em pastagens das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil
(Miranda et al., 2001)
Para que cadeia produtiva da Macaúba possa se estabelecer e aproveitar
todo o potencial que fornece, devem ser desenvolvidas tecnologias para o seu
aproveitamento comercial bem como para o manejo sustentado dos maciços naturais,
possibilitando o financiamento e o licenciamento de empreendimentos que desejem
trabalhar com a espécie para produção de biodiesel (Faria, 2010).
Além da alta produtividade de óleo comparado aos de outras oleaginosas,
a Macaúba tem o potencial de produzir pelo menos dois tipos de óleo, dois tipos de
tortas (utilizadas para ração animal) e o carvão do endocarpo (Moreira & Sousa, 2009).
Quanto ao potencial alimentício, detectaram-se precursores da vitamina A nos frutos
maduros de Macaúba (Hiane et al., 2006 e Carneiro, 2009).
Como os frutos, as folhas podem constituir matéria-prima na obtenção de
fibras destinadas à produção de linhas, cordas e redes; o tronco é utilizado no meio rural
para calhas, moirões, ou ripas e caibros para a construção de casas e paióis. (Carneiro,
2009); o tegumento pode ser utilizado para fazer carvão, de alto poder calórico para uso
em metalúrgicas, operações siderúrgicas, em função de sua composição química,
(Carneiro, 2009); a polpa, adocicada e suavemente aromática, é muito apreciada pelas
crianças sendo usada diretamente ou como farinha, sendo que a mesma só pode ser
obtida dos frutos frescos (Lorenzi et al., 2004, Carneiro, 2009).

12
3.3. Caracterização da fibra dietética:

A fibra dietética é comumente definida como todas as estruturas da


parede celular dos vegetais, polissacarídeos e lignina, que são resistentes à hidrólise
feita pela ação das secreções digestivas dos animais monogástricos. A fibra dietética
engloba carboidratos, pectinas; celulose; hemicelulose; compostos fenólicos, entre
outros, conhecidos como polissacarídeos não amiláceos (PNAs), já que o amido é
completamente digerido no trato digestivo dos monogástricos (Trowell et al., 1978).
Assim usa-se o PNAs como sendo a parte fibrosa da dieta. Segundo Choct (1997) o
termo PNAs significa uma gama de moléculas de polissacarídeos, excluindo os α-
glucanos (amido).
Dependendo da solubilidade dos seus componentes, as PNAs são
agrupadas em solúveis e insolúveis. As fibras solúveis possuem os seguintes
constituintes, principalmente hemicelulose, pectinas e gomas, já as fibras insolúveis são
compostas por lignina, celuloses e um pouco de hemicelulose (Tavernari et al., 2008).
As propriedades antinutricionias das fibras estão relacionadas em sua maioria, com as
fibras solúveis, pela sua capacidade de se ligarem a água elevando desse modo a
viscosidade do fluído intestinal (Rosa & Uttpatel, 2007). Consequentemente, afetando
na difusão dos nutrientes e das enzimas digestivas com interferência na sua interação
com a mucosa do intestino.
A celulose é o principal componente da parede celular dos vegetais e
para animais monogástricos apresenta baixa digestibilidade, podendo resultar na
diminuição da digestibilidade de outros nutrientes presentes na dieta (Andriguetto,
2002). Outro PNA insolúvel, a lignina, encontrada nas palhas e cascas de cereais e
gramíneas tropicais não é aproveitado nutricionalmente no trato digestivo dos animais
não ruminantes, podendo reduzir a digestibilidade da matéria seca (Van Soest, 1970).
Segundo Bailey (1973), o termo fibra bruta (FB) está relacionado com
partes variáveis dos PNAs e refere-se ao resíduo da parede celular dos vegetais após
uma extração ácida e alcalina. A fibra detergente neutra (FDN) está relacionada à
porção insolúvel de PNAs mais a lignina e a fibra detergente ácida (FDA) à porção
insolúvel de PNAs, em sua maioria composta por celulose e lignina.
Os pesquisadores comumente utilizam a fibra bruta (FB) para avalição da
dieta para os suínos. O total de fibras da dieta e seus constituintes, a fibra solúvel e a
fibra insolúvel são mais apropriadas para mensurar o total de PNAs para os
13
monogástricos por levarem em consideração os PNA’s assim como as pectinas, b-
glucanos, frutanos e outros açucares solúveis (Johnston et al., 2003).

3.4. Uso da fibra dietética para suínos

O uso da fibra dietética, encontrada em forragens e outros tipos de


volumosos, utilizada na produção de suínos é um conceito há muito tempo discutido a
mais de 60 anos por Carrol. Porém, o seu uso comercial depende de vários aspectos para
se tornar viável, como a identificação, quantificação e qualificação da fibra dietética,
assim como uma prévia avaliação de como será a associação da fibra com os efeitos
fisiológicos do animal seu desempenho e sua digestibilidade, uma vez que se trata de
animais monogástricos e possuem limitações em seu trato digestivo em digerir
alimentos fibrosos (Gomes, 1996). Assim segundo o mesmo autor, rações extremamente
fibrosas podem diminuir a produtividade de suínos em crescimento.
Segundo Brouns et al. (1994) e Ramonet et al. (1999) apesar dos suínos
serem animais não ruminantes, e possuírem a mesma capacidade de digerir a fração
fibrosa do alimento com a mesma eficiência de um animal ruminante, a fibra dietética
vem sendo utilizada como uma forma viável de energia para os monogástricos, em
especial para suínos destinados ao abate, machos reprodutores, marrãs, assim como
fêmeas em gestação. Foi destacado ainda que o uso de alimentos fibrosos, de baixo teor
energético, tem como finalidade o bem estar animal, com o controle do ganho de peso
adicional pelo aumento da deposição do tecido adiposo, assim como diminuir o estresse
das fêmeas reprodutoras em restrição alimentar.
Observando o efeito de dietas com elevado teor de fibra em relação à
utilização dos nutrientes e do comportamento das fêmeas adultas, Ramonet et al. (1999)
mostram que fêmeas em gestação tem elevada capacidade de digestão de alimentos
ricos em fibras em relação a suínos em crescimento. Isso se deve a maior capacidade de
armazenamento do trato gastrointestinal, a adaptação gradativa da flora intestinal do
animal, assim como a um maior número de bactérias celulolíticas presentes no intestino
em comparação aos animais jovens.

14
3.5. Fermentação da fibra dietética no trato gastrointestinal dos suínos

As regiões do colón e do ceco suínos apresentam elementos


fundamentais para a proliferação bacteriana com a finalidade de fermentar a fibra,
como, temperatura ótima, ambiente anaeróbio, pH adequado e nutrientes necessários
para o bom desenvolvimento das bactérias (Berchielle et al., 2000). Com isso a fibra
dietética deve ser degradada pela atividade dos microrganismos, e pela ação das
celulases, hemicelulases, e enzimas em geral. Segundo Leser et al. (2002), 90% das
bactérias presentes no cólon suíno são gram-positivas. De acordo com Varel (1987) e
Noblet & Le Goff (2001), duas espécies de bactérias celulolíticas, Bacteroides
succinogenes e Ruminococcus flavefaciens, que estão presentes também no rúmen
bovino, são encontradas predominantemente no colón e ceco dos suínos. Isso confirma
parcialmente a elevada capacidade de degradação de fibras, em especial da celulose, no
intestino grosso dos suínos, assim como está correlacionado também ao maior tamanho
do trato gastrointestinal, principalmente do intestino grosso, que facilita o animal a
utilizar a energia das rações fibrosas.
Para Gomes et al. (1994), a celulose, a pectina e a hemicelulose são
dissociados a ácidos graxos de cadeia curta em decorrência da fase de fermentação no
intestino grosso. Além disso, esses ácidos graxos contribuem entre 5 e 30% das
exigências energéticas de manutenção do animal. Segundo Brunsgaard (1998), o
elevado teor de ácidos graxos voláteis no intestino grosso, em razão da fermentação da
fibra dietética da dieta no cólon e ceco, podem trazer benefícios para o suíno, como,
aumentar o índice de renovação das células no epitélio, aumentar o fluxo de sangue do
cólon, participar na multiplicação celular do epitélio do intestino, aumentando assim o
muco que protege a parede do mesmo e também modificar a motilidade do intestino e
estimular a vazão do muco intestinal.
As fibras solúveis, em sua maioria, tem a capacidade de fermentar,
formarem gel e possuírem alta viscosidade, o que lhes conferem várias vantagens
fisiológicas para o animal, como o retardamento do trânsito e do esvaziamento gástrico
no intestino delgado, efeito suave na elevação da massa, volume e consistência das
fezes, além da diminuição de diarreias pela reabsorção de água por causa das fibras,
melhoria no incremento na mucosa do íleo e cólon, provimento energético a mucosa
intestinal, diminuição do pH do cólon; acidificando-o e reduzindo a proliferação de
bactérias patológicas (Roque et al., 2006).
15
Em contrapartida, o aumento da viscosidade da digesta no trato
gastrointestinal reduz a relação da enzima com seu respectivo substrato pela redução da
taxa de disseminação dos nutrientes no intestino, dificultando a absorção e ampliando a
umidade nas fezes do animal. A elevação dos níveis de fibra na dieta do animal acarreta
também a diminuição energética da dieta, ocasionando uma elevação compensatória no
consumo da ração para que o animal chegue aos níveis de energia exigidos para
desenvolvimento e produção adequados (Bedford, 1996).
Além disso, esse aumento da taxa de passagem da digesta pode acarretar
em perda de minerais essenciais para o animal. Rações com muita hemicelulose
aumentou significativamente a excreção de cobre, zinco e magnésio nas fezes, em
decorrência da elevação na taxa de passagem do bolo alimentar pelo trato digestório,
acarretando em perda considerável na mucosa e secreções na parede do intestino, que
contem esses minerais (Torin, 1991).
A fibra alimentar é o principal coproduto para as bactérias presentes no
intestino grosso realizar a fermentação bacteriana em animais monogástricos. Willians
et al. (2001) descrevera a equação final dos principais produtos finais da fermentação da
fibra bruta (FB) no intestino, envolvendo os ácidos graxos de cadeia curta (acetato,
propionato e n-butirato) e os gases (CO2, H2, CH4) (Equação 1). Outros metabólitos
como etanol e o lactato podem ser formados dependendo do tipo de bactéria presente no
meio (Drochener et al., 2004). Segue a seguir a equação proposta.

57.5 C6H12O6 + 45 H2O → 65 acetato + 20 de propionato + 15 de n-


butirato +140 H2 + 95 CO2 + 288ATP (Equação 1)

Apesar de ser a equação geral, a quantidade e proporção molar dos ácidos


graxos de cadeia curta podem variar dependendo do tipo da fibra presente no alimento
(Willians et al., 2001). A energia produzida no intestino, em decorrência da
fermentação, vai depender da quantidade de carboidratos contidos na dieta utilizada.
(Anguita et al., 2006). Pode-se observar pela equação que o acetato é o gás produzido
em maior quantidade, seguido do propionato. O propionato é muito efetivo na
glicogênese do substrato no fígado, já o ácido acético é transportado para o fígado,
fazendo papel de substrato energético para o tecido muscular, em que estimula a
lipogênese. Diferentemente do propionato e acetato, o butirato não passa diretamente
para corrente sanguínea, mas é diretamente metabolizado nas células da mucosa

16
intestinal, os enterócitos (Breves et al., 2007). Com isso o butirato traz muitos
benefícios para os suínos em relação ao bem-estar, já que o gás regula o crescimento das
células epiteliais, induz a diferenciação e renovação celular no intestino, principalmente
nos suínos mais jovens (Kien et al., 2007). Também aumenta a capacidade de absorção
e digestão no intestino delgado (Claus et al., 2007), regula o crescimento epitelial e ao
mesmo tempo suprime o crescimento de células cancerígenas (Piva et al., 2002). Assim,
o butirato se torna a maior fonte de energia para células epiteliais, promovendo a saúde
intestinal do suíno.
Segundo Noblet & Le Goff (2001), a lignina, sendo indigestível,
influencia na digestibilidade dos outros componentes da dieta, assim há uma relação
inversamente proporcional entre a concentração de lignina e a digestibilidade total da
dieta. Segundo os mesmos autores, pectinas, frutanos e beta-glucanos e outros
componentes da fibra solúvel aumentam a viscosidade da digesta.
Merece destaque também, o efeito inibitório da lignina, um polímero de
álcool fenilpropano, sobre a digestibilidade de alguns constituintes da parede celular do
trato gastrointestinal (Fukushima & Dehority, 2000). Com isso para os monogástricos, o
uso da celulose pelos microrganismos do intestino é demasiadamente prejudicado pelo
pouco tempo de permanência do bolo alimentar no intestino grosso, pois a fibra
aumenta a taxa de passagem da digesta pelo trato (Johnston et al., 2003 e EHLE et al.,
1982). Em decorrência disso, observa-se uma relação inversamente proporcional entre a
fração da fibra presente na dieta e a digestibilidade da matéria seca (King & Taverner,
1975). Essa relação não se aplica para certos tipos de fibras como as encontradas na
casca de soja, polpa de beterraba e farelo de trigo, devido à elevada capacidade de
fermentação dessas fontes de fibra. Scipione e Martelli (2001) trabalharam com
alimentos ricos em fibra, entre eles a polpa de beterraba e silagem de milho, na dieta de
suínos em terminação, sendo observada redução ou eliminação de úlceras gástricas,
doença típica de suínos alimentados com rações com baixos teores de fibras.
A fibra dietética, mesmo com essa contribuição energética, pode
provocar efeitos deletérios sobre os coeficientes de digestibilidade dos principais
componentes alimentares como também pode ocasionar alterações na taxa de absorção
de nutrientes como a proteína, aminoácidos e minerais, e/ou na excreção de nitrogênio
endógeno (Schulze et al., 1994). A parte insolúvel da parede mantém sua integridade
estrutural enquanto o bolo alimentar passa pelo intestino delgado, pois é resistente ao
ataque de microrganismos que atuam nele (Vandehoof, 1998). Assim, segundo o

17
mesmo autor, a capacidade de hidratação é mantida e pode agir como uma barreira
física capaz de reduzir o ingresso das enzimas digestivas no interior das células,
limitando a absorção e digestão dos nutrientes. Com isso, é relevante a escolha com
muito critério não só do tipo e/ou qualidade, como também da quantidade adequada de
fibra para cada categoria animal.

3.6. Divisão Energética e Proteica para Suínos

O conceito de energia útil do alimento para o animal é complexa, pois


está interligada com todos os compostos presentes no alimento, que estão propícios à
absorção e digestão no trato gastrointestinal dos suínos e contribuem energeticamente
para o mesmo. Assim a energia útil não pode ser considerada um nutriente, mas uma
equação resultante da oxidação dos componentes orgânicos durante o processo
metabólico do animal (Noblet et al.,1993).
Para a formulação de rações que resultem em um desempenho
satisfatório dos animais, o conhecimento do valor energético dos alimentos é
fundamental, e a determinação do valor da energia dos alimentos, proveniente dos
carboidratos; lipídeos e aminoácidos, é imprescindível para a utilização das tabelas de
composição de alimentos e formulação de rações, objetivando otimizar o desempenho
dos suínos e minimizar seu custo de produção (Sakomura & Rostagno, 2007). As
informações sobre o valor nutricional dos alimentos e exigências nutricionais dos suínos
podem ser consultadas em tabelas como o Nutrient requirements of swine - NRC (1998)
e as Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais para
Aves e Suínos (Rostagno et al., 2011), dentre outras.
Essas tabelas apresentam à composição de alimentos para os suínos, com
um vasto banco de dados, como informações sobre a Energia Bruta (EB), Energia
Digestível (ED), Energia metabolizável (EM) e Energia Líquida de mantença (ELm)
(Rostagno et al., 2011).
Segundo Sakomura & Rostagno (2007), a EM é determinada pela
diferença entre a ED e a EB perdida na urina e nos gases de fermentação,
principalmente o metano. Porém, segundo os mesmos autores, a energia perdida com os
gases nos suínos representa uma porcentagem mínima da ED ficando muito difícil de
calculá-la, com isso pode-se desconsiderá-la na fórmula: EM = ED – EU (Energia

18
Urinária), considerando apenas a perda da EU (Sauvant et al., 2004). O conteúdo de
nutrientes da dieta dos suínos afeta o aproveitamento de ED e EM, pois a eficiência de
regulação da energia para mantença e crescimento é diretamente influenciada pelos
nutrientes da composição da dieta do animal (Noblet, 2001), dentre outros fatores.
Para obtenção da ED (Energia Digestível), é necessário apenas a coleta
das fezes, das sobras de ração e o controle do consumo de alimento, assim a ED possui
uma grande semelhança com a EM (Energia Metabolizável) (Ferreira & Pereira, 2003).
Os mesmos autores relataram que na avaliação nutricional dos alimentos presentes na
dieta, baseando-se apenas na ED, leva a erros sistêmicos, principalmente em
determinados agrupamentos de ingredientes. Com isso, os valores de ED de alimentos
proteicos não levam em consideração as grandes perdas de energia para a síntese de
ureia no fígado, ou do nitrogênio que é excretado na urina do suíno, quando esses
alimentos com elevado índice de proteína são fornecidos para o animal (Villamide et al,
1998).
Nesse sentido, Ferreira & Pereira (2003) destacam que também podem
ocorrer erros na avaliação de alimentos ricos em fibra digestível e a gorduras. Em
relação à fibra digestível, não é calculada a perda energética em decorrência da
fermentação que ocorre principalmente no cólon, liberando metano e calor, quando são
utilizados alimentos com alto teor de fibras. O mesmo comportamento é observado com
as gorduras, em que alimentos ricos em ácidos graxos, o valor da ED é subestimado,
pois a gordura fica mais retida na parede do trato gastrointestinal em relação a outros
nutrientes (Ferreira & Pereira, 2003).
Segundo Noblet & Le Goff (2001), na equação da divisão energética para
os monogástricos, outras perdas energéticas consideráveis ocorrem com a urina, via
compostos nitrogenados e pelos gases produzidos na fermentação, na qual apenas o CH4
(metano) tem importância nutricional para dietas com altos índices de digestibilidade da
fibra dietética. Com isso, o grande desconto para se determinar a energia metabolizável
(EM) em suínos na equação EM = ED – EU – Energia dos gases (CH4), é o da Energia
da Urina (EU), energia perdida para excretar compostos nitrogenados e nutrientes
presentes na dieta do animal.
Na realidade determina-se a EMap (Energia Metabolizável Aparente),
pois não leva-se em consideração as perdas pelo incremento Calórico, especificado na
Figura 1.4, e a energia liquida de mantença, especificado na Figura 1.5. Esses valores
são difíceis de serem medidos, pois necessitam de equipamentos sofisticados e animais

19
fistulados, com isso usa-se comumente a EMap para se determinar a energia útil dos
alimentos estudados.

Figura 1. 4 Divisão Energética para os Suínos (Adaptado de Sakamura & Rostagno,


2007)

20
Figura 1. 5 Divisão da EMap para os Suínos (Adaptado de Sakamura & Rostagno,
2007)

As proteínas são macromoléculas compostas por várias combinações de


aminoácidos, que significa que a diferença qualitativa entre uma e outra proteína é o
aporte de aminoácidos presentes na molécula (Sakamura & Rostago 2007). Assim
dentre os aminoácidos essenciais, 10 são considerados dieteticamente essenciais para os
monogástricos, estão entre os nutrientes que mais causam impacto no desenvolvimento
do suíno.
Segundo Sakamura & Rostago (2007), a formulação de rações baseado
em aminoácidos digestíveis vem sendo utilizada pelos especialistas, devido à
otimização de insumos de alto custo na ração e pela possibilidade de substituição total
ou parcial do milho e soja por ingredientes alternativos, garantindo uma quantidade
equivalente de aminoácidos digestíveis pela correção das deficiências com a
suplementação de aminoácidos sintéticos.
Rostagno et al. (2011) observaram resultado positivo com base na
formulações de rações, baseando-se no conceito de aminoácidos digestíveis, fornecendo
para suínos e aves dietas formuladas com alimentos alternativos, como sorgo, farelo de
arroz, farinha de vísceras e penas.
De acordo com o NRC (1998), quando a proteína fornecida na ração dos
suínos é de baixa qualidade, ou provida em excesso para o animal, os aminoácidos não
utilizados para síntese proteica serão catabolizados e utilizados como fonte energética, e
o nitrogênio excretado com ureia. Com isso, o nitrogênio que é excretado na urina, junto
com a deaminaçao da proteína digestível ingerida em excesso, que leva a redução da
Energia Metabolizável.
A suinocultura é uma das principais fontes de poluição do setor
agropecuário, pode poluir as águas e o solo por meio de descarga direta de esgotos, ou
por infiltração, transbordamento de fossas ou ainda pela aplicação de dejetos por meio
do uso de fertilizantes. Juntamente com a poluição, os odores, as condições precárias
das instalações, a proliferação de insetos, roedores e os ruídos são desvantagens
levantadas para este tipo de atividade (Dalavéquia, 2000). Nas regiões produtoras de
suínos há uma clara sinalização de que os processos de gestão de dejetos, envolvendo
fezes, urina, água desperdiçada pelos bebedouros e de higienização, resíduos de ração,
pêlos, poeiras e outros materiais decorrentes do processo criatório com elevada

21
concentração de nutrientes como o nitrogênio, fósforo e potássio, não têm sido
eficientes para prevenir a degradação dos recursos naturais, principalmente da água
(Konzen, 2001). O excesso de N dos dejetos no meio ambiente terá efeito danoso, pois
deverá se transformado em nitrato e lixiviado para os lençóis freáticos. Segundo o
mesmo autor, uma parte do N das fezes e urina é liberada na forma de amônia, que é
uma substancia muito prejudicial para saúde do animal e humana, por ser muito volátil.
O N dos dejetos dos suínos é consequência da desaminação dos aminoácidos que não
foram aproveitados na síntese de proteína, devido a perda ou excesso de aminoácidos na
alimentação (Moreira et al., 2004).
Para atenuar a contaminação ambiental, existem sistemas de tratamento
de dejetos que tem por objetivo diminuir a carga orgânica poluente produzida pela
suinocultura intensiva. Existem diversos métodos de armazenamento de dejetos. Os
métodos mais utilizados para o tratamento de dejetos suínos são as esterqueiras e lagoas
de estabilização, além de processos de biodigestão e de utilização de serragem para a
compostagem de dejetos.
No entanto, além desses métodos, uma das formas de redução da
quantidade de N no meio ambiente é diminuir a quantidade de proteína das rações,
suplementando o animal com aminoácidos sintéticos. Vários estudos comprovam que o
fornecimento de ração com baixos níveis de PB é uma forma eficiente para redução da
concentração de N nos dejetos (Oliveira et al., 2007). Em contrapartida, existem outros
trabalhos em que a quantidade de proteína da dieta não influenciou significativamente a
retenção de N (Otto et al., 2003).
Lazzeri et al. (2011) observaram que os maiores valores do o N fecal,
para os suínos em crescimento com inclusões de farelo de soja, foram os que ingeriram
os tratamentos com maior quantidade de proteína e com o maior nível de substituição
do alimento teste, ou seja, com a ração mais fibrosa, evidenciando que a quantidade de
fibra também influencia na excreção de N.

3.7. Considerações sobre o trato gastrointestinal dos suínos

O suíno é um animal monogástrico que possui o trato digestivo


relativamente pequeno, com baixa capacidade de armazenamento, sendo composto por
boca esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso

22
(ceco, cólon e reto) e ânus Bipers (1999). A capacidade volumétrica (%) de
armazenamento; do estômago, intestino delgado, ceco, (cólon e reto) do suíno é de 29,2;
33,5; 5,6; 31,7, respectivamente (Argenzio, 1998).
Segundo Meyer (2005), o tempo permanência do alimento nas diversas
partes do trato gastrointestinal depende de vários fatores como, a particularidade de
cada animal, a granulometria das partículas, a pureza do alimento e sua digestibilidade.
Além desses fatores, existem outros como, teor de fibra na ração, temperatura do
ambiente, os ingredientes presente na dieta, além da frequência de alimentação e do tipo
de exercício que o animal executa.
O processo de ganho de massa do suíno é um mecanismo complexo, que
envolve o controle de regulações de curtos (homeostase) e longos (homeoresis) ciclos
(Sauvant, 1992). As regulações de curto ciclo envolvem o manejo alimentar, as
instalações, sanidade entre outros. Já as homeoresis são essencialmente de ordem
genética a qual, determina as potencialidades de produção desejáveis (Lovatto &
Sauvant, 2003).
A maior parte da digestão e absorção dos nutrientes nos suínos ocorre no
intestino delgado, que possui características anatômicas adequadas para esta finalidade,
tais como o comprimento, as dobras, as vilosidades e as microvilosidades, que
aumentam significativamente sua superfície de contato e sua eficiência (Bipers, 1999).
Os produtos da digestão são absorvidos nas vilosidades do intestino delgado, onde
existem capilares sanguíneos (via sanguínea) e capilares linfáticos (via linfática). Pela
via linfática são absorvidos ácidos graxos de cadeia longa, vitaminas lipossolúveis e
proteínas, e, pela via sanguínea, são absorvidos carboidratos na forma de
monossacarídeos, aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis, minerais e ácidos graxos de
cadeia curta (Bipers, 1999).

3.8. Digestibilidade de nutrientes

O conteúdo digestível representa a parte do alimento que não é eliminada


com as excreções, correspondendo, não em sua totalidade, na parte do alimento que fica
aderida na parede do trato digestivo, ou seja, que realmente será aproveitado pelo
animal. A digestibilidade do alimento tem influencia sobre o tempo de permanência do
alimento nas diversas partes do trato gastrointestinal, assim como outros fatores como a

23
particularidade de cada animal, a granulometria das partículas, a pureza do alimento,
teor de fibra na ração, temperatura do ambiente, os ingredientes presente na dieta, além
da frequência de alimentação e do tipo de exercício que o animal executa (Meyer,
1995).
A digestibilidade aparente pode ser definida como a proporção do
alimento ingerido, digerida e absorvida pela parede do trato gastrointestinal. Com isso,
quanto maior a digestibilidade (absorção) de uma ração, maior a quantidade de
nutrientes essenciais fornecidos para o animal para as fases de nascimento, crescimento,
reprodução, trabalho e mantença (Carvalho, 1992).
Na teoria, a determinação do total de proteínas e lipídeos ingeridos e
excretados nas fezes do animal fornece o valor preciso da sua digestibilidade. Porém,
em decorrências do que ocorre no trato gastrointestinal, como secreções endógenas e
descamações celulares, apenas uma parte da proteína e/ou gordura encontrada nas fezes
são provenientes do alimento ingerido pelo animal. Com isso considera-se a
digestibilidade aparente, para fins de análise, desconsiderando-se essas perdas
endógenas (Young et al., 1991).
Tem sido aceito mais os coeficientes de digestibilidade aparente por
fornecerem valores mais próximos dos reais como base para a utilização de cada
composto da dieta na alimentação animal (Fuller, 1991).
A escolha da metodologia correta para determinação da digestibilidade é
de fundamental importância (Ítavo et al., 2002). Assim, O Método in vivo, é
considerado um dos mais confiáveis, pois se baseia no estudo das quantidades ingeridas
e excretadas das frações do alimento que se estuda, através da seguinte formula:

Digestibilidade (nutriente) = Nutriente Ingerido – Nutriente Excretado


Nutriente Ingerido

Entretanto, este método apresenta algumas desvantagens por necessitar


de maior número de animais, controle mais rígido da quantidade de alimento ingerido e
das gaiolas metabólicas e suas partes, que possam possibilitar a coleta de fezes e urina
dos animais, assim como as sobras de alimentos para os cálculos posteriores
(Titgemeyer, 1997).

24
3.9. Ensaios Metabólicos para se Determinar a Energia dos Alimentos

A noção do valor energético dos alimentos é muito importante do ponto


de vista nutricional e econômico, para otimizar o desempenho dos animais com
formulações corretas de raçoes. Existem vários métodos para se determinar a energia
dos alimentos e um dos mais usados é o método de substituição, porque a maior parte
dos alimentos estudados não é apresentada de maneira balanceada, assim quando
manuseados de forma isolada, podem gerar erros quanto ao comportamento fisiológico
(Sakamura & Rostagno, 2007).
Um dos fatores que podem afetar nas oscilações encontradas nos valores
de digestibilidade dos alimentos estudados é o nível de substituição da ração basal (RB)
pelo alimento-teste estudado (Nascimento et al., 2005). Os autores relatam que essa
influência no valor da digestibilidade pode ser decorrente da interação da proporção
utilizada do alimento testado com a Ração Basal.
Existem diversos métodos para determinação da digestibilidade dos
alimentos introduzidos na dieta basal dos suínos, dentre os quais o método direto
consiste em alimentar um grupo de animais do experimento com uma dieta referência e
simultaneamente fornece a outro grupo, com as mesmas características desse, com pelo
menos duas proporções do componente da dieta referencia substituído pelo alimento
teste estudado, formando assim três grupos de dietas, RB, Ração teste 1, Ração teste 2
(Adeola, 2000). O autor destacou que no caso em pauta, pode-se utilizar a equação de
regressão da digestibilidade dos componentes que foram substituídos nos diferentes
níveis de proporção e extrapolar para 100% de substituição, para poder estimar a
digestibilidade do alimento teste usado na dieta. Mesmo assim, existe um risco de
extrapolar para os níveis testados fora do intervalo da substituição gerando possíveis
erros associados.
A amplitude do erro gerado dependerá da taxa de substituição, ocorrendo
os maiores erros com menores níveis de substituição. Uma forma de evitar as interações
que podem ocorrer entre os alimentos, ou quando se faz necessário utilizar baixos níveis
de inclusão do alimento teste, seria usar muitos níveis de substituição da dieta referência
e analisar os dados obtidos por equação de regressão simples ou múltipla para assim
poder estimar os parâmetros energéticos desejados no experimento (Villamide et al.,
1998).

25
O método de se utilizar níveis crescentes de substituição da ração basal
pelo alimento teste no estudo de digestibilidade se baseia em usar um alimento novo a
ser testado, misturado em proporções crescentes a uma dieta referência pré-estabelecida
(Villamide, 1996).

3.10. Método de coleta total de fezes em suínos (Método tradicional)

O método total de coleta de fezes é um dos métodos mais usados para se


determinar a digestibilidade de nutrientes, assim como os valores de energia digestível e
metabolizável das rações ou ingredientes para aves, suínos e outros monogástricos
(Sakomura & Rostagno, 2007).
O ensaio requer um período prévio de adaptação dos animais às rações e
às instalações, o qual deve ser de 4 a 7 dias, enquanto o período de coleta das fezes e
urina e controle dos consumos da ração devem ser de 4 a 5 dias. Além disso, os suínos
devem ficar alojados em gaiolas metabólicas individuais para coleta das excretas
(Sibbald & Pince, 1975 e Sakomura & Rostagno, 2007). Os mesmos autores
observaram aumento do erro padrão das médias de energia metabolizável (EM), na qual
representa realmente a energia ingerida que é disponível para os processos metabólicos,
das rações com a redução de seis para um dia de coleta.
O método total de coleta de fezes segue o conceito de mensurar o total de
alimento consumido e o total de excretas produzidas durante determinado período de
tempo, no sentido de conhecer o comportamento dos nutrientes no trato intestinal,
levando-se a determinação da digestibilidade aparente total (Loyd, 1978 e Sakomura &
Rostago, 2007). A precisão dos valores obtidos de (EM) depende da quantificação total
do consumo do alimento e da totalidade de fezes e urina produzidas durante o período
de coleta (Sakomura & Rostago, 2007). Com isso, tem-se determinado vários critérios
para estabelecer o início e o fim das coletas, como o mesmo horário para iniciar e
terminar as coletas, observando que parte das excretas se encontram no trato digestivo
no início são compensadas pelas perdas no final da coleta e utilizando-se um marcador
fecal pela cor, como o Óxido Férrico (vermelho), ou o Óxido Crômico (verde escuro)
nas rações no primeiro e no último dia de coleta para marcar o início e o final do
período de coleta.

26
No entanto, o método total de coleta de fezes possui alguns pontos
negativos como disponibilidade de uma boa estrutura de trabalho, técnicos qualificados,
necessidade dos animais ficarem confinados em gaiolas metabólicas por um longo
período, levando-os ao estresse e não podendo realizar o experimento com animal a
pasto (Nascimento, 2001). Outros cuidados que se devem tomar ao se realizar a coleta
total de fezes é evitar sua fermentação e sua contaminação, com a ração, descamação da
pele e perda da excreta durante a coleta, para não interferir nos valores da energia
digestível (ED) e a energia metabolizável (EM) determinados (Sakomura & Rostago,
2007). Para se contornar tais dificuldades, tem-se empregado indicadores que permitem
a estimativa de produção fecal a partir de alíquotas de fezes. Contrariando o método de
coleta total das fezes tem sido proposto o método indireto, por meio do uso de
marcadores nutricionais, que é fundamentado no emprego de uma substância
indicadora, que ao ser ingerido, não deve ser absorvida pelo animal e deve ser
totalmente recuperada nas fezes (Silva et al., 1968).

27
CAPÍTULO 2

1. RESUMO

VALOR NUTRITIVO DA TORTA DA POLPA DE MACAÚBA (ACROCOMIA


ACULEATA) PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO

Foram avaliados os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína


bruta (CDPB), da fibra (CDFDN), a energia Digestível (ED) e a energia Metabolizável
(EM) da torta da polpa de macaúba (Acrocomia aculeata). Também foi avaliado a
digestibilidade da MS, PB, FDN, a ED e a EM dos tratamentos T1(0%), T2(10%) e
T3(20%) além do balanço de nitrogênio (BN) para suínos em crescimento, por meio de
dois ensaios metabólicos de coleta total de fezes e urina. Foram utilizados 24 leitões
machos castrados, de linhagem comercial, com peso inicial de aproximadamente 28 kg.
Os ensaios foram realizados em delineamento experimental de blocos casualizado com
três tratamentos com quatro animais por tratamento/bloco, totalizando 24 unidades
experimentais. Os tratamentos foram: T1 - Dieta Referência (DR); T2 - Dieta Teste 1
(90% de DR+10% de torta da polpa de macaúba) e T3 - Dieta Teste 2 (80% de
DR+20% de torta polpa de macaúba). As dietas foram fornecidas às 8h00 e às 16h00. A
DMS, DPB e DFDN para a torta da macaúba foram de 16,5%, -2,25% e 30,80%, para a
inclusão de 20% na dieta, não apresentando diferença significativa para os valores de
inclusão de 10% na dieta. A ED para a torta da polpa da macaúba nos tratamentos
T2(10%) e T3(20%) foram de, respectivamente, 2888,3 e 2900,6 (Kcal/Kg), já a EM
para os mesmos tratamentos foram de, respectivamente, 2690,0 e 2680,5 (Kcal/Kg), não
apresentando diferença significativa. A digestibilidade da MS nos tratamentos T2 e T3
foram, respectivamente, 79,1% e 72,0%, enquanto a digestibilidade da PB nos
tratamentos T2 e T3 foram 77,9% e 71,2%, já a digestibilidade da FDN para os
tratamentos T2 e T3 foram de 64,3% e 55,7%, respectivamente, apresentando diferença
significativa. Em relação ao balanço de nitrogênio (BN), houve diferença significativa
apenas no Nitrogênio Fecal (NF), mostrando que a fibra aumentou a excreção do
nitrogênio endógeno do suíno. Dessa forma, o nível de inclusão da torta da polpa da
macaúba na dieta interferiu nas digestibilidades da MS, PB e FDN. Esse coproduto da

28
macaúba pode ser utilizado como ingrediente teste na dieta para suínos em crescimento,
porém a porcentagem de inclusão deve ser considerada na ração referência.

Palavras–chave: alimento alternativo, ensaio de digestibilidade, resíduo do biodiesel

29
2. ABSTRACT

NUTRITIONAL VALUE OF MACAÚBA MEAL (ACROCOMIA ACULEATA)


FOR GROWING PIGS.

Dry matter (DMD), crude protein (CPD) and Fiber (FD) digestibility and Digestible
energy (DE), metabolizable energy (ME) of macauba meal (Acrocomia aculeata) were
evaluated for growing pigs. Dry matter (DMD), crude protein (CPD), Fiber (FD)
digestibility and (DE), (ME) of treatments T1 (0%), T2 (10%) and T3 (20%) plus
nitrogen balance (NB) for growing pigs, through two metabolic assays collection Total
feces and urine. We used 24 castrated male of commercial line, with an initial weight of
approximately 28 kg. The experimental tests were conducted in a complete block
randomized design with three treatments with four animals per treatment/block, totaling
24 experimental units. The treatments were: T1 - Reference Diet (RD), T2 - Test Diet 1
(90% RD+10% macauba meal) and T3 - Test Diet 2 (80% RD+20% macauba meal).
The DMD, CPD and FD for macauba meal were 16.5%, -2.25% and 30.80%, for the
inclusion of 20% in the diet, with no significant difference in the values of inclusion of
10% in the diet. A (DE) for macauba meal in the T2 (10%) and T3 (20%) were,
respectively, 2888.3 and 2900.6 (Kcal / Kg), since the (ME) for the same treatments
were, respectively, 2690.0 and 2680.5 (Kcal / kg), with no significant difference. Dry
matter (DM) digestibility in the T2 and T3 were, respectively, 79.1% and 72.0%, while
the crude protein (CP) digestibility in the T2 and T3 were 77.9% and 71.2%) and Fiber
digestibility for T2 and T3 were 64.3% and 55.7%, respectively, showing significant
difference (P<0,05). In relation to nitrogen balance (NB), there was a significant
difference (P<0,05) in Fecal Nitrogen (FN), showing that the fiber increased excretion
of endogenous nitrogen for pig. Thus, the level of inclusion macauba meal in the diet
interfered with the digestibility of DM, CP and FD. This co-product of macauba can be
used as an ingredient in test diet for growing pigs, but the percentage of inclusion
should be considered in the reference ration.

Keywords: alternative ingredient, biodiesel by-product, digestibility trial

30
3. INTRODUÇÃO

Os óleos vegetais tornaram-se atrativos, devido aos efeitos ambientais


benéficos e fonte de matéria prima renovável (Ciconini, 2012). Existe previsão de
crescimento exponencial do mercado de biocombustíveis derivados de óleos vegetais,
podendo superar o do álcool devido a sua elevada densidade energética (Peres et al.,
2005).
Segundo Gozzoni (2006), neste cenário, a macaúba constitui-se
importante alternativa para a produção de biocombustíveis nos próximos anos é a
Macaúba (Acrocomia aculeata), devido a sua produtividade, que pode ultrapassar de 30
toneladas/ha, além de ser rústica, bem adaptada às condições do Cerrado e necessitar de
pouca água.
Além da produção de biocombustíveis, o óleo da Macaúba é utilizado
para a culinária e pela indústria de cosméticos (Carneiro, 2009), devido às
características reológicas e ao perfil de ácidos graxos. Os subprodutos gerados pela
fabricação do biodiesel, em particular a torta da polpa da macaúba, podem ser
utilizados na alimentação animal, apresentando boa aceitabilidade
A possibilidade de se utilizar ingredientes fibrosos, como fonte de
energia na suinocultura, não é um conceito novo, pois, já vem sendo discutida por
pesquisadores desde os anos 30. Porém, a avaliação do potencial da fibra dietética na
produção de suínos torna-se relevante à medida que pode disponibilizar conhecimento
sobre os efeitos fisiológicos associados com a digestibilidade de nutrientes, causados
pelo variável conteúdo fibroso que exista de diversas matérias-primas, com a
possibilidade de uso nas dietas de suínos. Assim, tais estudos são de grande
importância, pois, podem diversificar a produção suinícola, que compete com a
alimentação humana, principalmente pelas matérias-primas essenciais soja e milho.
A destinação dos resíduos provenientes da cadeia produtiva do biodiesel,
bem como o desenvolvimento de novas tecnologias para o seu tratamento, é um grande
desafio e visa a redução de custos de produção e da poluição ambiental (Plano..., 2006).
O objetivo desse trabalho foi avaliar o valor nutritivo da torta da polpa da
macaúba em diferentes níveis de inclusão para suínos em crescimento.

31
4. MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios de digestibilidade foram realizados entre os dias 20 de maio


de 2011 ao o dia 03 de junho de 2011 e entre os dias 24 de janeiro de 2012 ao dia 14 de
fevereiro de 2012 na Fazenda Água Limpa (UnB), localizada no Distrito Federal a 15º
47’ de latitude sul e 47º 56’ de longitude oeste, no Laboratório de Ensaios metabólicos
(LABEM).
Foram realizados dois ensaios metabólicos para avaliação nutricional da
torta da polpa de Macaúba com leitões na fase de crescimento com aproximadamente 28
kg, machos castrados, mestiços e de elevado padrão para deposição de carne magra. Os
ensaios foram realizados em um delineamento experimental em blocos casualizado em
dois blocos com três tratamentos com quatro animais por tratamento/bloco, totalizando
24 unidades experimentais. A ração-referência (RR) (T1) sendo constituída a base de
milho e farelo de soja, atendendo as exigências nutricionais dos animais (NRC, 1998) e
composição de ingredientes segundo Rostagno et al. (2005). As rações-teste (RT) foram
constituídas por 90% de ração referência e 10% da torta da polpa da macaúba (T2) e
80% de ração referência 20% da torta da polpa da macaúba (T3).
Na tabela 2.1 está apresentada a Composição calculada e centesimal da
ração referência fornecida para os suínos em crescimento.
Foram realizados ensaios de metabolismo para determinação dos valores
do Coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS), da proteína bruta (CDPB),
da Fibra detergente neutra (CDFDN) a energia digestível (ED) e a energia
metabolizável (EM), da torta da polpa de Macaúba, assim como o digestibilidade da
MS, PB, FDN e a (ED) e (EM) dos tratamentos T1 (0%), T2(10%) e T3(20%). O
balanço de nitrogênio (BN) total do experimento também for determinado. Cada animal
foi alojado individualmente em gaiolas tipo “Pekas” (Pekas, 1968) que permitiram a
coleta total (Método tradicional) de fezes e urina separadamente (Figuras 2.1 e 2.2).

32
Tabela 2. 1 Composição calculada e centesimal da dieta referência fornecida para os
suínos em crescimento
Composição centesimal (%)
Milho 67,89
Farelo Soja 28,79
Fosfato Bicálcio 01,07
Calcário 00,65
Cloreto de sódio 00,36
Lisina 00,29
Metionina 00,07
Suplemento mineral e vitamínico* 00,88
Composição calculada (%)
PB 21
Lisina 1,310
Met+Cis 0,780
EM (kcal/kg) 3630
FDN 12
Ca 0,710
Ptotal 0,590
Pdisponível 0,380
K 0,530
Na 0,200
Cl 0,190
*Níveis de garantia por kg de produto: Ca 200gr, N 65gr, Cu 5,87 gr, I 46 mg, P 68 gr, Co 5,8 mg, Fe 2,23 gr, Mg 1,303 mg, Zn 3,9
gr, Se 13 mg, Vit B12 1100 mg, Biotina 1,67 mg, Ác. Fólico 2,66 mg, B6 66,67 mg, Vit D3 100.000 UI, Vit B1 66,66 mg, Vit A
266.000, Vit B2 200 mg, Vit K3 266,67 mg, Ác.Pantotenico 700 mg, Colina 12 gr, Niacina 1,3gr, Vit E 1 gr, BHT 2,0 gr

33
Figura 2. 1 Gaiola Metabólica utilizada no experimento, evidenciando a parte da frente
de coleta das sobras de ração, o comedouro, e os baldes de coleta de urina.

Figura 2. 2 Gaiola Metabólica utilizada no experimento, evidenciando a parte da de


trás com as gavetas de alumínio para coleta de fezes.

Segundo Sakomura & Rostagno (2007), o método total de coleta de fezes


é um dos métodos mais usados para se determinar a digestibilidade de nutrientes, assim
como os valores de energia digestível e metabolizável das rações ou ingredientes para
aves, suínos e outros monogástricos.

34
Cada ensaio experimental teve duração de 15 dias, sendo os 10 primeiros,
destinados à adaptação dos animais às dietas experimentais e os cinco últimos dias para
a coleta de fezes e urina. Os animais permaneceram em gaiolas metabólicas individuais
alojadas em galpão de alvenaria com livre circulação de ar.
O fornecimento de ração na fase de adaptação foi ajustado diariamente de
acordo com o ganho de peso esperado e na fase de coleta foi ajustado com base no peso
obtido no primeiro dia de coleta e mantido constante até o final do período. A ração
fornecida aos animais foi umedecida com água na proporção de 1:1 (água:ração).
As dietas foram fornecidas duas vezes ao dia as 8 e às 16 horas, com a
seguinte proporção de 55% da dieta fornecida pela manhã e 45% a tarde. Após cada
refeição foi fornecida água ad libitum no comedouro para cada unidade experimental.
As fezes totais foram colhidas e armazenadas uma vez ao dia (8 horas)
em sacos plásticos e congelada à -18ºC para posterior análise. A urina foi recolhida duas
vezes ao dia em um recipiente plástico, contendo 10 ml de solução de ácido clorídrico
1:1 (vol:vol), para evitar fermentação e perda de compostos nitrogenados. O volume de
urina de cada animal foi determinado diariamente, após o fornecimento da dieta matinal.
Uma alíquota de 5% da produção urinária diária de cada animal foi recolhida e
congelada para análises posteriores. Ao final do período de coletas, foi composto um
pool das fezes e outro de urina para cada unidade experimental.
A composição química da torta da polpa da Macaúba, das dietas, das
fezes e da urina foram analisadas no Laboratório de Nutrição Animal da FAV/UnB, e
no Laboratório da Embrapa Agroenergia de acordo com a metodologia descrita por
Silva & Queiroz (1997). As amostras foram analisadas quanto aos valores de energia
bruta em bomba calorimétrica (LECO AC 600), Figura 2.3 e (IKA WORKS C-2000),
Figura 2.4, e os teores de matéria seca total em estufa a 65º e 105º de acordo com
(AOAC, 1980).

35
Figura 2. 3 Bomba Calorimétrica LECO AC-600 utilizada na análise da energia bruta
das rações, sobras de alimento e fezes.

Figura 2. 4 Bomba calorimétrica automática C-2000, marca IKA WORKS, usada para
análise de energia da urina.

36
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período experimental, as temperaturas de máxima e mínima


variaram entre 27,5 ± 3,5 e 21,2 ± 2,0. Como a faixa de termoneutralidade para suínos
em crescimento é de 18 a 26 °C (Perdomo et., al 1994), assim de acordo com a variação
de temperatura no experimento, os suínos foram submetidos a um período de estresse
cíclico de calor.
A composição química da torta da polpa da macaúba, utilizada nos
tratamentos T2 (10%) e T3 (20%) no presente experimento pode ser vista na Tabela 2.2,
assim como os aminoácidos totais presentes (AAT). Trata-se de alimento pouco
conhecido na nutrição e alimentação de animais monogástricos, pois tem se tornado
disponível somente recentemente em algumas regiões onde o coco da macaúba é
coletado, devido ao programa de produção de biodiesel e de produção de óleos finos
para fabricação de cosméticos.
Os valores de matéria seca digestível, coeficiente de digestibilidade da
proteína bruta, energia digestível e energia metabolizável das dietas referencias, das
dietas testes e da torta da polpa da macaúba, foram calculados a partir dos dados de
consumo e dados de produção fecal estimados pelo método da coleta total de fezes e
determinados de acordo com as fórmulas propostas por Matterson et al. (1965).
Os valores para matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo
(EE), matéria mineral (MM), cálcio (Ca), fósforo (P), fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente ácido (FDA) da torta da polpa da macaúba (Acrocomia aculeata)
encontram-se na Tabela 2.2. Observa-se elevado valor de FDN, FDA e EE, baixo valor
para PB, evidenciando tratar-se de alimento fibroso e energético, que não possui em sua
composição química amido como fonte de carboidrato. A macaúba está amplamente
distribuída em quase todo o território Brasil, sendo abundante no Mato Grosso do Sul e
Mato Grosso (Lorenzi et al., 2004) e oeste do Estado de São Paulo-SP e na região do
cerrado. Assim, em consequência de sua grande dispersão no território nacional,
diferentes origens e tipos de extração, a polpa da macaúba pode variar quanto ao seu
valor nutricional, composição química e consequentemente, aceitabilidade por parte do
animal.

37
Tabela 2. 2 Composição química da torta da polpa da macaúba utilizada no
experimento e aminoácidos totais (AAT) presente
Parâmetro % na MS
Matéria seca (MS) 95,49
Proteína bruta (PB) 5,57
Extrato etéreo (EE) 6,58
Matéria mineral (MM) 3,53
Cálcio (Ca) 0,20
Fósforo (P) 0,15
Fibra em detergente neutro (FDN) 63,19
Fibra em detergente ácido (FDA) 51,26
Aminoácido essencial total (%) na MN
Arginina 0,16
Fenilalanina 0,22
Histidina 0,12
Isoleucina 0,18
Leucina 0,33
Lisina 0,05
Metionina 0,03
Cistina 0,02
Treonina 0,18
Triptofano 0,20
Valina 0,23
Aminoácido não essencial total
Alanina 0,25
Ácido aspártico 0,50
Ácido glutâmico 0,55
Glicina 0,24
Serina 0,28
Tirosina 0,11
Total de AA 3,64

38
A polpa de macaúba apresentou teor de PB e EE maiores que os
observados por Ocanha & Ferrari (2011), que trabalharam com a extração do óleo da
macaúba para o biodiesel, obtendo o coproduto torta da polpa da macaúba, com valores
de PB de 2,7% e de EE de 10,0%. Os resultados para a Matéria Mineral de 3,6% foram
semelhantes ao do presente estudo. Essa variação pode ser considerada normal, pois
trata-se de um alimento de diferentes origens, condição de cultivo, clima, e forma de
prensagem para extração do óleo (Hiane et al., 2006). Desta forma, maiores variações
podem acontecer no valor de energia e na composição química dos ingredientes,
principalmente nos subprodutos, dependendo do processamento empregado, e da
padronização que é utilizada para sua obtenção (Tucci et al., 2003).
Uma das formas para a extração do óleo da macaúba é por prensagem
contínua da polpa, que deve ser seca e adicionada à mistura casca (epicarpo) na polpa
seca objetivando o melhor funcionamento da prensa (Ocanha & Ferrari 2011). Os
autores destacaram a elevada quantidade de óleo presente na polpa, como fator que
dificulta a retirada do óleo por prensagem necessitando a colocação de um material que
proporcione o aumento do atrito, atingindo um rendimento da prensagem contínua da
mistura seca de polpa e casca de 19,77% de óleo, 78,30% de torta da polpa da macaúba
e 1,93% de perdas no processo. A proporção de rendimento de polpa da macaúba em
relação à amêndoa da macaúba é aproximadamente três vezes maior, tornando-se assim
o coproduto gerado em maior quantidade do fruto da macaúba e com maior condição de
uso na agroindústria (Ocanha & Ferrari 2011). Diante do exposto observa-se que a
polpa da macaúba torna-se um alimento viável para utilização na ração de
monogástricos.
Comparando-se com outro alimento fibroso que pode ser utilizado para
suínos em crescimento, a farinha amilácea fina de babaçu (FAF), estudado por Reis
(2009), observa-se uma maior concentração de PB da polpa da macaúba em relação aos
dados de FAF, PB (3,5 %), de MS (84,0%), de FDN (55,4%), FDA (19,8) e de EE
(1,87%), mostrando que a polpa da macaúba é um ingrediente mais energético.
Já em relação à polpa cítrica, outro subproduto pesquisado por Amorim
(2009) para suínos em crescimento, nota-se uma maior concentração da polpa cítrica em
relação à polpa da Macaúba em termos de PB (6,86%), de MM (7,36%), Ca (1,42%) e P
(0,40%) e menor em relação a MS (90,85%).
Os dados das amostras da torta da polpa da macaúba, realizadas em
diferentes condições, evidenciam a necessidade de uma maior padronização do material

39
e um elevado padrão de qualidade entre as amostras, a fim de se obter um subproduto
mais homogêneo com menores erros entre as análises.
Na Tabela 2.3 são apresentados os resultados médios da energia
digestível (ED), da energia metabolizável (EM) do coeficiente de digestibilidade da
matéria seca (CDMS), do coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB) e do
coeficiente de digestibilidade da fibra (CDFDN) da torta da polpa da macaúba.

Tabela 2. 3 Valores nutritivos da torta da polpa da macaúba (Acrocomia aculeata) para


suínos em crescimento
Macaúba (%) ED EM CDMS CDPB CDFDN
(kcal/Kg) (kcal/Kg) (%) (%) (%)
10 2888,3 2690,0 17,6 -4,67 34,12
20 2900,6 2680,5 16,5 -2,25 30,80

Valor de P 0,99 0,99 0,84 0,30 0,58


EPM 1281,31 1492,74 10,12 4,52 11,80
(P<0,05), ED = Energia Digestível, EM = Energia Metabolizável, CDMS = Coeficiente de Digestibilidade da Matéria Seca, CDPB
= Coeficiente de Digestibilidade de Proteína Bruta, CDFibra = Coeficiente de Digestibilidade da Fibra.

Embora seja um alimento fibroso, a energia bruta da polpa da macaúba é


de 5.015,12 Kcal/Kg, maior que a maioria dos seguintes alimentos estudados: o farelo
de arroz (4.335 kcal/kg); farelo de girassol (4.289 Kg/Kcal); farelo de trigo (3.914
kcal/kg); casca de soja (3.900 kcal/kg); farelo de babaçu (4.207kgcal/kg); polpa de
citrus (3.701 kcal/kg); farelo de coco (3.979kgcal/kg); farelo de canola (4.203 kcal/kg);
milho (7,88%) (3.940 kcal/kg); farelo de glúten de milho (60%) (5.010 Kg/kcal)
(Rostagno et al., 2011). Observa-se pela Tabela 2.2 que, apesar do seu alto valor
energético de EB, a ED e EM da polpa da macaúba na inclusão de 10 e 20% na dieta,
apresenta uma perda da EB ingerida pelo suíno de aproximadamente 51%, evidenciando
que mais da metade da EB ingerida não foi aproveitada pelo animal, mostrando que a
presença de polissacarídeos não-amiláceos (PNAs) no alimento reduz o valor energético
dos mesmos (Choct, 2000).
Mesmo assim, a EM (2.680,5 Kcal/Kg) da polpa da macaúba para a
inclusão de 20% na dieta, foi maior do que para outros alimentos fibrosos anteriormente
estudados, como a farinha amilácea fina de babaçu, EM (2.341,0 Kcal/Kg) (Reis, 2009),

40
farelo de girassol EM (1.955,0 Kcal/Kg), farelo de mamona (2.084,0 Kcal/Kg) e soja
casca (2.207,0 Kcal/Kg) (Rostagno et al., 2011).
Os coeficientes de digestibilidade da MS (17,6%) para inclusão de 10%
do ingrediente teste na RR, e (16,5%) para inclusão de 20% na RR, são considerados
baixos (Tabela 3). O mesmo comportamento foi observado para o coeficiente de
digestibilidade da fibra, de (34,12%) para a inclusão de 10% na RR e de (30,80%) para
a inclusão de 20% da polpa da macaúba na RR. Normalmente, essa redução da
digestibilidade dos nutrientes acontece quando é fornecida ao animal uma dieta com alto
teor de fibras, pois eleva a viscosidade da digesta no trato gastrointestinal, diminuindo
assim a relação da enzima com seu respectivo substrato pela redução da taxa de
disseminação dos nutrientes no intestino, dificultando a absorção e ampliando a
umidade nas fezes do animal (Bedford, 1996).
Mourinho (2006), que pesquisa com casca de soja (CS), verificou uma
piora na digestibilidade dos nutrientes, devido ao aumento da viscosidade intestinal pelo
uso da CS, como consequência houve redução na digestibilidade dos nutrientes, por
diminuírem o tempo de permanência do alimento no intestino. Além disso, a elevação
da taxa de passagem e o maior gasto de energia para digerir esses nutrientes, são outros
fatores que diminuem a digestibilidade de alimentos fibrosos (Torin, 1991).
A menor digestibilidade da matéria seca (MS) em rações contendo
incremento de FDN pode ser resultante da substituição de uma fonte de carboidrato
altamente digestível por outra de menor digestibilidade, rica em polissacarídeos fibrosos
(Gomes et al., 2007).
Resultados semelhantes com os valores da torta da polpa da macaúba ED
(2.900,6 kcal/kg) e EM (2.680,05 kcal/kg) para uma substituição de 20% na ração
referência (RR), foram encontrados por Quadros et al. (2007), quando trabalharam com
vários subprodutos casca de soja (CS) para suínos na fase de crescimento. Para a casca
de soja integral não ensilada (CSINE) teve como resposta para CDMS 73,82 % e 2.730
Kcal/kg de ED e 2.507 kcal/kg de EM. De acordo com os dados, a casca da soja
apresenta baixa digestibilidade que pode ser explicada devido aos elevados teores de
FDN 56.47%, FDA 42.09 %, presentes na (CS), que pode ser usado de parâmetro para
polpa da macaúba que também apresenta altos níveis de FDN (63,19%) e FDA
(51,26%) e baixa digestibilidade.
A polpa da macaúba apresentou melhores resultados para os valores de
ED (2.888,3 kcal/kg) e EM (2.690,0 kcal/kg) para uma inclusão de 10% do ingrediente

41
teste na RR e de ED (2.900,6 kcal/kg) e EM (2.680,05 kcal/kg), para uma inclusão de
20% na RR, em comparação com o farelo de girassol (FG), ED (2.171 kcal/kg) e EM
(2.036 kcal/kg), fornecidos na dieta de suínos na fase de crescimento, com inclusão na
RR de 7, 14 e 21% do alimento teste. O farelo apresentou o CDMS 56.57 % e alta
quantidade de FB (31,6 %), (Silva et al.,2002), tendo reflexo com a queda da
digestibilidade da energia e dos nutrientes, assim como observado na polpa da macaúba
do presente estudo, em que a elevada quantidade de FND (63,19%) e FDA (51,26%)
diminuiu a digestibilidade da energia da dieta.
Além do elevado teor de FB, FDN e FDA diminuir a absorção de
energia, dos nutrientes e digestibilidade da MS, durante o processo digestivo, Araújo
(2007) observou que para o farelo de trigo, outros fatores influenciam negativamente na
digestibilidade, como fatores antinutricionias, PNA’s, inibidores de tripsina e pentosana.
Em relação a ED da polpa da macaúba em estudo, que foi de (2.900,6)
Kcal/Kg para uma inclusão de 20% na RR, o resultado foi superior ao encontrado na
casca de café melosa (CM), que é extraída no beneficiamento do fruto do café (Poveda
Parra et al., 2008), em ensaio de digestibilidade com suínos em crescimento, cujo o
valor de ED para a (CM) foi de 2498 Kcal/Kg.
Já para os resíduo desidratado de cervejaria (RDC) para suínos em
crescimento, os valores da (ED) e (EM) são de 3.371 e 3.364 kcal/kg, respectivamente,
e o CDMS de 53,72% para uma substituição de 30% do ingrediente teste na RR
(Albuquerque et al. 2011), evidenciando melhores resultados de ED, EM, CDMS em
relação a torta da polpa da macaúba deste estudo.
Segundo Brouns et al. (1994) e Ramonet et al. (1999) apesar dos suínos
serem animais monogástricos, e não possuírem a mesma capacidade de digerir a fração
fibrosa do alimento com a mesma eficiência de um animal ruminante, a fibra dietética
vem sendo utilizada como uma fonte viável de energia para os monogástricos. A fibra
dietética pode contribuir entre 5 e 30% das exigências energéticas de manutenção do
suíno (Gomes et al.,1994).
Assim, o uso de alimentos fibrosos tem sido recomendado com a
finalidade de melhorar o bem estar animal, elevando o teor de ácidos graxos voláteis no
intestino grosso, em razão da fermentação da fibra dietética da dieta no cólon e ceco,
trazendo benefícios para o suíno, como, aumento do índice de renovação das células no
epitélio, aumento do fluxo de sangue do cólon, participação na multiplicação celular do
epitélio do intestino, aumentando assim o muco que protege a parede do mesmo, e por

42
modificar a motilidade do intestino e estimular a vazão do muco intestinal (Brunsgaard,
1998).
O uso de alimentos fibrosos tem como finalidade o bem estar animal,
com o controle do ganho de peso adicional pelo aumento da deposição do tecido
adiposo, assim como diminuir o estresse das fêmeas reprodutoras em restrição
alimentar. Isso se deve a maior capacidade de armazenamento do trato gastrointestinal
de fêmeas gestantes e suínos em terminação, a adaptação gradativa da flora intestinal do
animal, assim como maior número de bactérias celulolíticas presentes no intestino em
comparação aos animais jovens (Ramonet et al., 1999).
Não se tem dados da presença de PNAs na polpa da macaúba, porém
devido à baixa digestibilidade da EB, e consequentemente da ED e EM, desse
ingrediente, mostra-se a necessidade de estudos a respeito da presença e tipos de PNAs
(polissacarídeos não-amiláceo) presentes na polpa da macaúba, para o possível uso de
enzimas exógenas que possibilitem o melhor aproveitamento da fonte de carboidrato da
macaúba.
O coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB) apresentou
valores negativos tanto para inclusão de 10% na RR (- 4,67%), quanto para a inclusão
de 20% na RR (- 2,25%) da polpa da macaúba estudada. Outros autores trabalharam
com alimento altamente fibroso, como casca de arroz e observaram valores negativos
para proteína digestível (- 1,21%) possivelmente pelo alto grau de fibra presente no
alimento, em especial a lignina, na qual a digestibilidade da proteína tende a ser muito
baixa, próximo à zero, visto que o poder de aproveitamento da fibra pelo suíno será
muito irregular, dependendo do tipo de fibra (Fraga et al., 2005).
Assim, dependendo da solubilidade dos seus componentes, as fibras são
divididas em 2 grupos, solúveis, com a capacidade de se ligar à água e formar géis e
insolúveis, fazem parte da estrutura das células vegetais. As fibras solúveis possuem
como constituintes principais a hemicelulose tipo A, pectinas, gomas, mucilagens já as
fibras insolúveis são compostas por lignina, celuloses e hemicelulose tipo B (Tavernari
et al., 2008).
Os valores negativos do coeficiente de digestibilidade da proteína,
observados na polpa da macaúba, também podem ocorrer devido à diminuição da
digestibilidade total da PB em dietas altamente fibrosas, que pode ser atribuída, em
parte, a maior síntese de proteína microbiana no intestino grosso do suíno, levando ao
aumento da excreção de nitrogênio bacteriano (Gomes et al.,2007). Assim, os valores

43
mais elevados da fermentação bacteriana são estimulados quando fibras solúveis são
adicionadas à dieta, promovendo a fermentação bacteriana no cólon do animal e
liberando os ácidos graxos de cadeia curta, entre eles o n-butirato (Claus et al., 2007).
Sendo esse, o promotor da diferenciação e renovação celular no intestino (Kien et al.,
2007).
Com isso, a digestibilidade da proteína da torta da polpa da macaúba
pode estar relacionada com a elevação na excreção do nitrogênio endógeno pelos
suínos, em virtude de um aumento de produção de muco pelas células epiteliais, devido
a uma forma de defesa do organismo pela abrasão física que a fibra promove e pela
maior produção de n-butirato pela fermentação das bactérias no cólon (Gomes, 1996).
Para o balanço de nitrogênio (Tabela 2.4), constatou-se que não houve
diferença significativa entre as dietas com inclusão de 0, 10 e 20% de torta da polpa da
Macaúba para o nitrogênio (N) ingerido, N fecal, N urinário, N excretado, N retido e o
N metabolizável. Porém, houve diferença significativa entre os tratamentos em relação
ao N fecal, atingindo seu maior valor com a inclusão de 20% de Macaúba, corroborando
com os autores que relataram sobre a síntese de proteína microbiana no intestino grosso
do suíno, que leva ao aumento da excreção de nitrogênio bacteriano, nas dietas com
maior teor de fibras.

Tabela 2. 4 Balanço de nitrogênio para suínos em crescimento alimentados com dietas


com inclusão de 10 e 20% de torta da polpa da macaúba (Acrocomia
aculeata)
Inclusão na Dieta N Ing. N Fecal N Urin N Excr. N Ret. N Met.
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
0 0,27 0,044a 0,06 0,11 0,16 60,3
10 0,26 0,058ab 0,05 0,11 0,15 57,2
b
20 0,25 0,073 0,04 0,11 0,14 55,8

Valor de P 0,51 0,0007 0,10 0,94 0,25 0,52


EPM 0,035 0,013 0,024 0,030 0,026 7,94
(P<0,05), N Ing. = Nitrogênio Ingerido, N Fecal = Nitrogênio fecal, N Urinário = Nitrogênio Urinário, N Excr. = Nitrogênio
Excretado, N Ret. = Nitrogênio Retido, N Met. = Nitrogênio Metabolizável.

44
Quando a proteína fornecida na ração dos suínos é de baixa qualidade, ou
provida em excesso para o animal, os aminoácidos não utilizados para síntese proteica
serão catabolizados e utilizados como fonte energética, e o nitrogênio excretado com
ureia. Com isso, o nitrogênio que é excretado na urina e nas fezes, junto com a
deaminaçao da proteína digestível ingerida em excesso, leva a redução da energia
metabolizável (NRC, 1998).
Da mesma maneira, Oliveira et al. (2007) trabalharam com o
metabolismo de nitrogênio em suínos alimentados com dietas com baixos teores de PB,
e concluíram que o teor de proteína na ração é determinante para diminuir a quantidade
de nitrogênio eliminado nas fezes e na urina. Em contrapartida, rações com baixos
teores proteicos mostraram menor retenção do nitrogênio.
Como observado pelo N fecal da polpa da macaúba, que teve seu maior
valor expressado na inclusão de 20% na RR, 0,073%, Lazzeri et al. (2011), estudando o
balanço de nitrogênio de suínos com inclusões de farelo de soja, observaram que os
maiores valores do N excretado e do N fecal foram para aqueles suínos que consumiram
os tratamentos com maiores níveis de proteína e com o maior nível de substituição do
farelo de soja, 25% na RR.
Na Tabela 2.5 são apresentados os dados do efeito da inclusão da torta da
polpa da macaúba na digestibilidade da dieta total, para os tratamentos: (T1) 0% de
inclusão da polpa da macaúba na Ração Referência (RR), (T2) 10% de inclusão da
polpa da macaúba na RR e (T3) 20% de inclusão de polpa da macaúba na RR. Não
houve diferença significativa da ED e EM entre os tratamentos, porém ocorreu
diferença significativa (P<0,05) da DMS, DPB e DFDN entre os tratamentos, havendo
diminuição da digestibilidade da dieta com a maior inclusão de fibra (20%). Estes
resultados são esperados pelo método de substituição utilizado no experimento, que
acarreta desequilíbrio nutricional, pois segundo Kunrath et al. (2010), o nível de
inclusão do alimento teste influência de maneira negativa a digestibilidade total dos
nutrientes da dieta.

45
Tabela 2. 5 Efeitos da inclusão de 10 e 20 % da torta da polpa da macaúba (Acrocomia
aculeata) sobre a digestibilidade da dieta para suínos em crescimento.
Inclusão na Dieta (%) ED EM DMS DPB DFDN
(kcal/Kg) (kcal/Kg) (%) (%) (%)
0 3965,1 3798,7 85,9a 83,9a 74,1a
10 3854,9 3690,3 79,1b 77,9b 64,3b
20 3752,2 3575,1 72,0c 71,2c 55,7c

Valor de P 0,06 0,09 <0,0001 <0,0001 <0,0001


EPM 165,51 193,87 1,14 2,52 2,86
(P<0,05), ED = Energia Digestível, EM = Energia Metabolizável, DMS = Digestibilidade da Matéria Seca, DPB = de
Digestibilidade de Proteína Bruta, DFibra = Digestibilidade da Fibra.

Para os monogástricos, o uso da fibra pelos microrganismos do intestino


é demasiadamente prejudicado pelo pouco tempo de permanência do bolo alimentar no
intestino grosso, principalmente as fibras insolúveis. Em decorrência disso, observa-se
uma relação inversamente proporcional entre a fração da fibra presente na dieta e a
digestibilidade da matéria seca (King & Taverner,1975). Essa relação não se aplica para
certos tipos de fibras como as encontradas na casca de soja, polpa de beterraba e farelo
de trigo, devido à elevada capacidade de fermentação dessas fontes de fibra (Tavernari
et al., 2008), nesse contexto, Scipione & Martelli (2001) trabalharam com alimentos
ricos em fibra, entre eles a polpa de beterraba e silagem de milho, na dieta de suínos em
terminação e observaram uma redução significativa ou eliminação de úlceras gástricas,
doença típica de suínos alimentados com rações com baixos teores de fibras.
Outros resultados de pesquisas têm demonstrado que as digestibilidade
da MS, PB e da Fibra são afetadas negativamente com a adição do ingrediente fibroso à
ração referência (RR). Reis (2009) observou o mesmo efeito significativo, de queda da
digestibilidade da dieta, no CDMS, CDFB e CDPB com a adição de 15 e 30% de
farinha amilácea fina de babaçu (FAF) à RR. Wesendonck (2012), também observou
efeitos deletérios na digestibilidades com substituição de 30% na RR de diferentes
subprodutos do trigo, farinheta, farelo fino, farelo grosso, farelo trigo e farelo grosso
moído. Segundo Gomes et al. (2007), a digestibilidade da PB, MS e FDN são afetadas
negativamente com a elevação de fibra na dieta do suíno em crescimento, e aqueles

46
subprodutos com maior nível de FDA e FDN foram os que apresentaram o menores
valores de digestibilidade.
Segundo e Noblet & Le Goff (2001), a lignina, sendo indigestível,
influencia na digestibilidade dos outros componentes da dieta, assim há uma relação
inversamente proporcional entre a concentração de lignina e a digestibilidade total da
dieta.
A fibra dietética, mesmo com essa contribuição energética, pode
provocar efeitos deletérios sobre os coeficientes de digestibilidade dos principais
componentes alimentares como também pode ocasionar alterações na taxa de absorção
de nutrientes como a proteína, aminoácidos e minerais, e/ou na excreção de nitrogênio
endógeno (Schulze et al., 1994). Com isso, é relevante a escolha com muito critério não
só do tipo e/ou qualidade, como também da quantidade adequada de fibra para cada
categoria animal.

47
6. CONCLUSÃO
O nível de inclusão da torta da polpa da macaúba na dieta interferiu nas
digestibilidades da MS, PB e FDN sendo este alimento considerado de baixa qualidade
nutricional para leitões em crescimento, não sendo recomendada sua utilização para esta
categoria.
Sugere-se que em estudos de avaliação nutricional de alimentos,
principalmente fibrosos, a taxa de inclusão de ingrediente teste deve ser considerada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A possibilidade da utilização de alimentos alternativos na alimentação
de suínos dependerá do reconhecimento das suas potencialidades e restrições, de modo
a possibilitarem redução dos custos de produção, com reflexos diretos sobre a
viabilidade e rentabilidade da suinocultura. Em tese, há ingredientes alternativos para
substituição do milho e soja, porém a decisão de usá-los depende de fatores acima
discutidos.
A utilização de enzimas exógenas, em raçoes fibrosas, pode possibilitar
a otimização de ingredientes alternativos com alta concentração de PNAs solúveis,
diminuindo os efeitos indesejáveis desses alimentos e melhorando o desempenho do
suíno.
Com a utilização deste coproduto da macaúba espera-se reduzir o custo
de produção animal e contribuir para redução do impacto ambiental com a destinação
dos resíduos da agroindústria para a cadeia produtiva. Entretanto ainda há a necessidade
de mais experimentos, principalmente quanto ao desempenho zootécnico dos animais.

48
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58
ANEXOS

Equações Segundo Matterson (1965):

Cálculos da energia digestível aparente (EDA):


EDA(RR) ou (DT) = (EBIng. – EBExc. )/MSIng.
EDAmacaúba = EDARR + [(EDADT – EDARR)/% de substituição].
Onde:
EDARR ou DT = Energia metabolizável aparente da ração-referência (RR) ou da dieta-
teste (DT), em Kcal/kg;
EBIng. = Energia bruta ingerida, em Kcal/dia;
EBExc. = Energia bruta excretada, em Kcal/dia;
MSIng. = Matéria seca ingerida, em Kg/dia;
EDAmacaúba = Energia digestíval aparente da polpa da macaúba, em Kcal/kg.

Cálculos da energia metabolizável aparente (EMA):


EMA(RR) ou (DT) = (EBIng. - EBExc.- EBexc Urina)/MSIng.
EMAmacaúba = EMARR + [(EMADT – EMARR)/% de substituição].
Onde:
EMARR ou DT = Energia metabolizável aparente da ração-referência (RR) ou da dieta-
teste (DT), em Kcal/kg;
EBIng. = Energia bruta ingerida, em Kcal/dia;
EBExc. = Energia bruta excretada, em Kcal/dia;
EBExc = Energia bruta excretada da urina, em Kcal/dia;
MSIng. = Matéria seca ingerida, em Kg/dia;
EMAmacaúba = Energia metabolizável aparente da polpa da macaúba, em Kcal/kg.

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