Ativo Imobilizado

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CAP .

4 a – DE P R E CIAÇÃO DO ATIVO
IMOBILIZADO

O ATIVO IMOBILIZADO
O Ativo Imobilizado é um subgrupo do Ativo Permanente que por sua vez é localizado
no Ativo de uma empresa. O Ativo Imobilizado é registrado na contabilidade de uma
companhia através de seu custo de aquisição. Este custo pode ser tanto aquele pago pelo
ativo, quanto o seu custo de fabricação ou construção.
No caso de compra de terceiros, o custo de aquisição é determinado pelo seu valor de
compra mais os gastos complementares necessários à sua posse, instalação e funcionamento.
Em resumo, o custo de aquisição normalmente é constituído de:
Valor de compra
Gastos com transporte do Bem
Prêmio de seguro pelo transporte
Gastos com a instalação
Gastos necessários à transferência do Bem.

P r in c ip a is Gr u p o s d e Co n t a s d o At iv o Im o b iliz a d o
Em vista da infinidade de tipos de ativos fixos, costuma-se agrupa-los em contas,
cujos títulos indicam com razoável precisão a natureza dos bens nelas registrados.
Os bens que compõem o Ativo Imobilizado podem ser, quanto à existência, de dois
tipos:
Bens tangíveis
Bens intangíveis

Os bens tangíveis são aqueles que existem fisicamente, que podem ser vistos, tocados
e sentidos. As principais contas que agrupam os bens tangíveis são:
Terrenos
Edificações
Máquinas e Equipamentos
Veículos
Móveis e Utensílios
Ferramentas

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Os bens intangíveis são aqueles que existem mas não podem ser vistos ou tocados.
Representam direitos assegurados à companhia proprietária, ou seja, esta detém sua posse
jurídica. Os principais tipos de bens intangíveis são:
Patentes
Marcas de Indústria e de Comércio
Direitos de uso de processo (Know-How)
Direitos de Publicação
Direitos de Exploração e Extração

É conveniente lembrar que estes bens são considerados Ativo Imobilizado se forem
destinados à manutenção da atividade da companhia.

Co n t a b ilid a d e d a De p r e c ia ç ã o
Como norma básica a lei das sociedades por ações dispõe:
No Balanço Patrimonial os elementos do Ativo Imobilizado serão registrados pelo
custo de aquisição, deduzido o saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou
exaustão. A diminuição de valor dos elementos do Ativo Imobilizado será registrada
periodicamente nas contas de depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos
que tenham por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.
As depreciações vão sendo registradas a cada ano em contas específicas acumuladoras
de saldo e em contrapartida esses valores serão computados como custo ou despesa
operacional, em cada exercício social.
Quando o bem chega a 100% de depreciação e ainda existir fisicamente (caso normal
nas empresas) deixa de ser depreciado. O Ativo é baixado contabilmente quando for vendido,
doado ou quando cessar sua utilidade para a empresa.
Do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser adotado em estudos de
investimentos, a depreciação não é considerada como um custo, mas como uma fonte de
recursos para as operações da firma que poderá ser utilizada a critério da administração.
A depreciação é um custo ou despesa operacional sem desembolso.

EXEMPLOS DE BENS SUJ EITOS À DEPRECIAÇÃO


Prédios e Edificações
Veículos
Máquinas e Equipamentos
Móveis e Utensílios
Ferramentas

EXEMPLOS DE BENS NÃO SUJ EITOS À DEPRECIAÇÃO


Terrenos
Antiguidades
Obras de arte
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Ba ix a d o At iv o Im o biliz a d o
Os motivos mais freqüentes para a baixa do Ativo Imobilizado são a venda ou a
cessação de utilidade para a companhia. Em qualquer dos casos, é necessário que o valor do
bem baixado seja retirado contabilmente dos registros da empresa.
Se o bem for vendido, o resultado contábil da baixa (lucro ou prejuízo) será a
diferença entre seu valor pelo qual o bem for vendido e seu valor contábil, que por sua vez é o
custo original menos a depreciação acumulada.
Se o seu valor contábil for nulo, no caso de já estar totalmente depreciado, o valor da
venda será o lucro da transação.
Se o bem for baixado por motivo da cessação de utilidade (obsolescência, danos
irreparáveis, etc), e ainda tiver valor contábil, este será o valor da perda que irá para a
demonstração de resultados.
Uma firma A que compre um equipamento usado de uma firma B iniciará o processo
de depreciação sobre este equipamento (baseando-se no valor da transação), mesmo que este
equipamento já tenha sido totalmente depreciado na contabilidade da firma B. Vemos, pois,
como podem surgir vantagens para firmas de um mesmo grupo, mas que sejam pessoas
jurídicas independentes, ao transacionarem equipamentos usados entre sí.

Ap r e s e n t a ç ã o n a s De m o n s t r a ç õ e s F in a n c e ir a s

NO BALANÇO PATRIMONIAL:

PERMANENTE
Imobilizado
Edificações 2.000
Máquinas e Equipamentos 1.000
Móveis e Utensílios 500
Veículos 600
4.100
Depreciação Acumulada (400)
3.700

NA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
A depreciação deve ser apropriada ao custo de produção (é um custo indireto de
fabricação) ou então como despesa de depreciação no grupo de “outras despesas
operacionais”.
O prejuízo ou lucro na baixa do Ativo Imobilizado deve ser apresentado na
Demonstração de Resultados do exercício como Receita (no caso de lucro) ou Despesa (no
caso de prejuízo) não Operacional.

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Demonstr ação de Resultados
Receita Br uta de Vendas 1000
- Impostos Proporcionais (ICMS, IPI, Outros) -120
Receita Líquida de vendas 880
- Custo do Produto Vendido (MP, MOD, CIF) -350
Despesa de Depr eciação -100
Lucr o Br uto 430
- Despesas Operacionais
Despesas Administrativas -100
Vendas - 80
Financeiras - 50
Despesa de Depr eciação - 80
Lucr o Oper acional 120
- Despesas não operacionais (Ex: Venda Ativo) -10
+Receitas não Operacionais (Ex: Venda Ativo) +20
Lucr o Antes do Imposto de r enda 130
- IR / Contribuição Social -40
Lucr o Líquido 90

Mé t o d o s d e De p r e c ia ç ã o
Há vários métodos de depreciação, entre os quais, cumpre mencionar:
Método Linear
Soma dos Dígitos
Método Exponencial
Máquinas / hora

O método mais utilizado no Brasil é o método linear.


Mé t o d o Lin e a r d e d e p r e c ia ç ã o
No método Linear o valor depreciável, obtido subtraindo-se do custo original do Ativo
(C0) o seu valor residual contábil (R), é dividido pela vida contábil (n), indicando a quota de
depreciação (d) a ser deduzida anualmente. A quota anual de depreciação pode ser expressa
pela seguinte fórmula:

A legislação admite que se considere o valor residual igual a zero, o que é interessante
para as empresas, pois aumenta o valor da quota anual de depreciação, reduzindo o imposto
de renda.
d =(Co - R) / n
A taxa anual de depreciação é calculada pela seguinte fórmula:

T = 100 / n

Onde T representa a taxa percentual anual de depreciação.

50
Atualmente, são as seguintes as taxas limites de depreciação anual, fixadas pela
Instrução Normativa 162, de 31/12/1998, da Secretaria da Receita federal (tabela resumida):

Minis té rio da Fa ze nda


S e cre ta ria da Re ce ita Fe de ra l

In s tru ç ã o No rm a tiva S RF n º 162, d e 31 d e d e ze m b ro d e 1998


DOU d e 07/01/1999, p á g . 5
Fixa pra zo de vida útil e ta xa de de pre cia çã o dos be ns que re la ciona .
O S ECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no us o de s ua s a tribuiçõe s e te ndo e m vis ta o dis pos to no a rt. 253, § 1°, do
Re gula me nto do Impos to de Re nda , a prova do pe lo De cre to n° 1.041, de 11 de ja ne iro de 1994, re s olve :
Art. 1° A quota de de pre cia çã o a s e r re gis tra da na e s critura çã o da pe s s oa jurídica , como cus to ou de s pe s a ope ra ciona l, s e rá
de te rmina da com ba s e nos pra zos de vida útil e na s ta xa s de de pre cia çã o cons ta nte s dos a ne xos :
I - Ane xo I: be ns re la ciona dos na Nome ncla tura Comum do MERCOS UL - NCM;
II - Ane xo II: de ma is be ns .
Art. 2° Es ta Ins truçã o Norma tiva e ntra e m vigor na da ta de s ua publica çã o.
EVERARDO MACIEL

An e xo I - Be n s re la c io n a d o s n a No m e n c la tu ra Co m u m d o MERCOS UL - NCM
Be n s Ta xa a n u a l
de
d e p re c ia ç ã o
ANIMAIS VIVOS 20 %
Exce çã o: Ga los , Ga linha s , P a tos , Ga ns os , P e rus , P e rua s E Ga linha s -D'a ngola (P inta da s ), Da s Es pé cie s 50 %
Domé s tica s , Vivos
OBRAS DE P LÁS TICOS 20 %
Corre ia s de tra ns mis s ã o e corre ia s tra ns porta dora s 50 %
OBRAS DE BORRACHA (Corre ia s Tra ns porta dora s Ou De Tra ns mis s ã o, De Borra cha Vulca niza da ) 50 %
OBRAS DE COURO 50%
OBRAS DE MADEIRA (ca ixote s , ca ixa s , e ngra da dos , ba rrica s e e mba la ge ns s e me lha nte s , de 20 %
ma de ira ; ca rre té is pa ra ca bos , de ma de ira ; pa le te s s imple s , pa le te s -ca ixa s e outros e s tra dos pa ra ca rga , de
ma de ira ; ta ipa is de pa le te s , de ma de ira ; ba rris , cuba s , ba ls a s , dorna s , s e lha s e outra s obra s de ta noe iro)
TAP ETES E OUTROS REVES TIMENTOS P ARA P AVIMENTOS , 20 %
DE MATÉRIAS TÊXTEIS
OUTROS ARTEFATOS TÊXTEIS CONFECCIONADOS (cortina dos , cortina s e e s tore s ; 20 %
s a ne fa s e a rtigos s e me lha nte s pa ra ca ma s pa ra us o e m hoté is e hos pita is ; s a cos de qua is que r dime ns õe s ,
pa ra e mba la ge m)
Ence ra dos e toldos ; te nda s ; ve la s pa ra e mba rca çõe s , pa ra pra ncha s à ve la ou pa ra ca rros à ve la ; a rtigos 25 %
pa ra a ca mpa me nto

P RODUTOS CERÂMICOS 20 %
OBRAS DE VIDRO 20 %
OBRAS DE FERRO FUNDIDO, FERRO OU AÇO 10 %
cons truçõe s , de fe rro fundido, fe rro ou a ço, e xce to a s cons truçõe s pré -fa brica da s : P onte s e e le me ntos de 4%
ponte s , Torre s e pórticos
Re cipie nte s pa ra ga s e s comprimidos ou lique fe itos , de fe rro fundido, fe rro ou a ço 20 %
OBRAS DE ALUMÍNIO 10 %
cons truçõe s de a lumínio 4%
Re cipie nte s pa ra ga s e s comprimidos ou lique fe itos , de a lumínio 20 %
FERRAMENTAS 20 %
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a pa re lhos me câ nicos de a ciona me nto ma nua l, pe s a ndo a té 10kg, utiliza dos pa ra pre pa ra r, a condiciona r ou 10 %
s e rvir a lime ntos ou be bida s

OBRAS DIVERS AS DE METAIS COMUNS (cofre s -forte s , porta s blinda da s e compa rtime ntos 10%
pa ra ca s a s -forte s , cofre s e ca ixa s de s e gura nça e a rte fa tos s e me lha nte s , de me ta is comuns ) (fichá rios )

REATORES NUCLEARES , CALDEIRAS , MÁQUINAS , AP ARELHOS E 10 %


INS TRUMENTOS MECÂNICOS (turbima s , motore s , bomba s , a r-condiciona do, que ima dore s ,
fornos , e tc.)
"bulldoze rs ", "a ngle doze rs ", nive la dore s , ra s po-tra ns porta dore s ("s cra pe rs "), pá s me câ nica s , e s ca va dore s , 25 %
ca rre ga dora s e pá s ca rre ga dora s , compa cta dore s e rolos ou cilindros compre s s ore s , a utopropuls ore s
Má quina s a utomá tica s pa ra proce s s a me nto de da dos e s ua s unida de s ; le itore s ma gné ticos ou ópticos , 20 %
má quina s pa ra re gis tra r da dos e m s uporte s ob forma codifica da , e má quina s pa ra proce s s a me nto de s s e s
da dos , nã o e s pe cifica da s ne m compre e ndida s e m outra s pos içõe s
má quina s e a pa re lhos pa ra s e le ciona r, pe ne ira r, s e pa ra r, la va r, e s ma ga r, moe r, mis tura r ou a ma s s a r te rra s , 20 %
pe dra s , miné rios ou outra s s ubs tâ ncia s mine ra is s ólida s (incluídos os pós e pa s ta s ); má quina s pa ra
a glome ra r ou molda r combus tíve is mine ra is s ólidos , pa s ta s ce râ mica s , cime nto, ge s s o ou outra s ma té ria s
mine ra is e m pó ou e m pa s ta ; má quina s pa ra fa ze r molde s de a re ia pa ra fundiçã o
-Má quina s e a pa re lhos pa ra obra s pública s , cons truçã o civil ou tra ba lhos s e me lha nte s 25 %
ca ixa s de fundiçã o; pla ca s de fundo pa ra molde s ; mode los pa ra molde s ; molde s pa ra me ta is (e xce to 33,3 %
lingote ira s ), ca rbone tos me tá licos , vidro, ma té ria s mine ra is , borra cha ou plá s ticos
fe rra me nta s e le trome câ nica s de motor e lé trico incorpora do, de us o ma nua l 20 %
a pa re lhos ou má quina s de tos quia r de motor e lé trico incorpora do 20 %
a pa re lhos e lé tricos pa ra te le fonia ou te le gra fia , por fio, incluídos os a pa re lhos te le fônicos por fio conjuga do 20 %
com um a pa re lho te le fônico portá til s e m fio e os a pa re lhos de te le comunica çã o por corre nte porta dora ou de
te le comunica çã o digita l; vide ofone s
gra va dore s de da dos de vôo 20 %
Gra va dor-re produtor de fita ma gné tica , s e m s intoniza dor 20 %
Gra va dor-re produtor e e ditor de ima ge m e s om, e m dis cos , por me io ma gné tico, óptico ou opto-ma gné tico 20 %
-Dis cos pa ra s is te ma s de le itura por ra io "la s e r": 33,3 %
-Fita s ma gné tica s pa ra re produçã o de fe nôme nos dife re nte s do s om e da ima ge m 33,3 %
-Ca rtõe s ma gné ticos 33,3 %
Apa re lhos tra ns mis s ore s (e mis s ore s ) pa ra ra diote le fonia , ra diote le gra fia , ra diodifus ã o ou te le vis ã o, me s mo 20 %
incorpora ndo um a pa re lho de re ce pçã o ou um a pa re lho de gra va çã o ou de re produçã o de s om; câ me ra s de
te le vis ã o; câ me ra s de víde o de ima ge ns fixa s e outra s câ me ra s ("ca mcorde rs ")
Apa re lhos de ra diode te cçã o e de ra dios s onda ge m (ra da r), a pa re lhos de ra diona ve ga çã o e a pa re lhos de 20 %
ra diote le coma ndo
a pa re lhos re ce ptore s pa ra ra diote le fonia , ra diote le gra fia ou ra diodifus ã o, e xce to de us o domé s tico 20 %
VEÍCULOS E MATERIAL P ARA VIAS FÉRREAS OU S EMELHANTES , 10 %
AP ARELHOS MECÂNICOS (INCLUÍDOS OS ELETROMECÂNICOS ) DE
S INALIZAÇÃO P ARA VIAS DE COMUNICAÇÃO
VEÍCULOS AUTOMÓVEIS , TRATORES , CICLOS E OUTROS VEÍCULOS 20 %
TERRES TRES
Tra tore s 25 %
ve ículos a utomóve is pa ra tra ns porte de 10 pe s s oa s ou ma is , incluindo o motoris ta 25 %
ve ículos a utomóve is pa ra tra ns porte de me rca doria s 25 %
ve ículos a utomóve is pa ra us os e s pe cia is (por e xe mplo: a uto-s ocorros , ca minhõe s -guinda s te s , ve ículos de 25 %
comba te a incê ndios , ca minhõe s -be tone ira s , ve ículos pa ra va rre r, ve ículos pa ra e s pa lha r, ve ículos -oficina s ,
ve ículos ra diológicos ), e xce to os conce bidos principa lme nte pa ra tra ns porte de pe s s oa s ou de me rca doria s
ve ículos a utomóve is s e m dis pos itivo de e le va çã o, dos tipos utiliza dos e m fá brica s , a rma zé ns , portos ou 10 %
a e roportos , pa ra tra ns porte de me rca doria s a curta s dis tâ ncia s ; ca rros -tra tore s dos tipos utiliza dos na s
e s ta çõe s fe rroviá ria s

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motocicle ta s (incluídos os ciclomotore s ) e outros ciclos e quipa dos com motor a uxilia r, me s mo com ca rro 25 %
la te ra l; ca rros la te ra is
re boque s e s e mi-re boque s , pa ra qua is que r ve ículos ; outros ve ículos nã o a utopropuls ore s 20 %
AERONAVES E AP ARELHOS ES P ACIAIS 10 %
EMBARCAÇÕES E ES TRUTURAS FLUTUANTES 5%
-Ba rcos e ba ls a s inflá ve is 20 %
INS TRUMENTOS E AP ARELHOS DE ÓP TICA, FOTOGRAFIA OU 10 %
CINEMATOGRAFIA, MEDIDA, CONTROLE OU DE P RECIS ÃO; INS TRUMENTOS E
AP ARELHOS MÉDICO-CIRÚRGICOS
ARTIGOS P ARA DIVERTIMENTO OU P ARA ES P ORTE 10 %

An e xo II - De m a is Be n s
Ta xa a n u a l d e
Be n s
d e p re c ia ç ã o

In s ta la ç õ e s 10 %
Ed ific a ç õ e s 4%

Estas taxas são as cargas máximas de depreciação anual, permitidas pelo governo.
Obedecidos estes limites, a legislação brasileira permite que qualquer método de depreciação
seja utilizado. Entretanto, a necessidade de se observar limites permitidos pelo governo
conduz a uma depreciação mais demorada se forem utilizados outros métodos que não o da
depreciação linear.

Um outro aspecto a ser considerado é a escolha da data a partir da qual o bem passa a
ser depreciado: normalmente deve ser depreciado a partir da data de entrada em
funcionamento. Se for adquirido para uso posterior, a depreciação não deverá ser computada
durante o período de inatividade, salvo se houver possibilidade de erosão, obsolescência ou
existência de outro fator que determine o imediato início de depreciação.

Para bens usados a taxa de depreciação será fixada tendo em vista o maior dos
seguintes prazos:
1. Metade da vida útil admissível para o bem novo ou
2. Restante da vida útil, considerada em relação à primeira instalação.

DEPRECIAÇÃO ACELERADA
Desde que comprovada a atividade operacional dos equipamentos fixos em mais de
um turno de trabalho (8 hs/dia), poderá ser aplicado um coeficiente de aceleração sobre a taxa
de depreciação normal, visando reduzir a vida contábil do ativo. As normas fiscais que
regulam a depreciação acelerada estão contidas no artigo 312, decreto no 3.000 de
26/03/1999.

Coeficientes de Depreciação Acelerada:


53
1 turno de 8 hs/dia: 1,0
2 turnos de 8 hs/dia 1,5
3 turnos de 8 hs/dia 2,0

Assim, por exemplo, se a operação de uma máquina de terraplanagem, cuja


depreciação normal seja de 20% ao ano, for realizada em período contínuo de 16 hs/dia, a
empresa poderá adotar a taxa máxima de depreciação acelerada de 30%.
A legislação prevê, ainda, para bens que operam em condições ambientais
desfavoráveis, a possibilidade do uso de taxas maiores, mediante solicitação corroborada por
laudo técnico emitido pelo Instituto Nacional de Tecnologia.
Ver mais sobre depreciação no decreto 3000 de 1999 no site da Secretaria da Receita
Federal: http://www.receita.fazenda.gov.br

EXEMPLO
Determinada empresa estuda a possibilidade de aquisição de um trator de 65 hp, no
valor de $ 400.000,00. Se esta empresa utiliza o método de depreciação linear, pergunta-se:
a. Qual a quota de depreciação linear
b. Qual o valor contábil do trator no sexto ano de utilização
c. Qual o lucro ou prejuízo contábil se o trator for vendido por $ 70.000,00 no terceiro ano
de utilização
d. Quais seriam os registros contábeis no segundo ano de utilização
e. Caso o trator fosse utilizado em 2 turnos, qual o seu valor contábil no segundo ano?

Mé t o d o d a S o m a d o s Dígit o s
O método da soma dos dígitos considera uma carga de depreciação anual maior nos
anos iniciais decrescendo à medida que avança a vida contábil do Ativo Fixo.
Para uma vida contábil de, por exemplo, cinco anos, a soma dos dígitos (SD) é igual a:

1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
Genericamente:

SD = N ( N + 1) / 2

Onde N é o número de anos de vida contábil. A quota de depreciação no ano n é:

dn = [(N - ( n - 1 )) / SD] x (Co - R)

EXEMPLO
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Para o exemplo anterior, considerando uma vida contábil de 5 anos, determinar:
a. Qual a quota de depreciação no primeiro ano
b. Qual a quota de depreciação no quarto ano
c. Qual o valor contábil ao final do segundo ano

Mé t o d o E x p o n e n c ia l

Este método também considera uma carga de depreciação decrescente.


O valor contábil do bem pode ser determinado para um ano genérico n a partir da
fórmula:
Cn = C0 ( 1 – T )n

Onde T é a taxa exponencial de depreciação. Caso se conheça o valor residual


esperado, pode-se determinar a taxa exponencial de depreciação pela equação:

T = 1 - (R/Co)(1/N)

EXEMPLO
Para o caso do exemplo anterior, assumindo-se uma taxa de depreciação exponencial
de 30 %, pede-se:
a. Indicar o valor contábil ao final do segundo ano
b. Qual a quota de depreciação no primeiro ano
c. Determinar a taxa de depreciação exponencial que deveria ser utilizada para que se
tenha, ao final de quatro anos de vida, o valor residual de $ 100.000,00.

Mé t o d o Má q u in a / Ho r a
Sendo C0 o investimento fixo e P.O. o Potencial Operativo em horas do equipamento,
a taxa de operação / hora (TMH) do equipamento em unidades monetárias é dada por:

TMH = C0 / P.O.

EXEMPLO

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Determinada máquina custa $ 400.000,00 e estima-se que possa funcionar 20.000 horas com
operação normal. Quais são as quotas de depreciação para os quatro primeiros anos se a
utilização da máquina nesse período for a seguinte:
1º ano de operação – 3.000 hs
2º ano de operação – 2.500 hs
3º ano de operação – 2.000 hs
4º ano de operação – 4.000 hs

SOLUÇÃO
C0 =
P.O. =
TMH =
As quotas de depreciação nos quatro primeiros anos são as seguintes:
ANO Hor as Utilizadas TMH Quota de depr eciação
1 3.000
2 2.500
3 2.000
4 4.000

E XE R CÍCIOS :

1. Preencher os quadros de “despesas de depreciação por ano” e “valor contábil no final do


ano” admitindo as seguintes suposições:
Custo de aquisição do ativo depreciável: $ 80.000,00
Valor residual contábil esperado: $ 8.000,00
Vida contábil: cinco anos

SOLUÇÃO
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DESPESA DE DEPRECIAÇÃO POR ANO
ANO LINEAR SOMA DOS DÍGITOS EXPONENCIAL
1
2
3
4
5
VALOR CONTÁBIL NO FINAL DO ANO
ANO LINEAR SOMA DOS DÍGITOS EXPONENCIAL
0
1
2
3
4
5

2. Sabendo da possibilidade de considerar o valor contábil igual a zero e, ainda que, para o
caso do problema anterior, a taxa máxima de depreciação anual permitida pelo governo é de
20% por ano, compare os critérios Linear e Soma dos Dígitos.

3. Suponha um edifício com custo inicial de R$ 3.000.000,00, sendo que o valor do terreno
incluído é de R$ 200.000,00.
Determinar:
a) A quota de depreciação anual;
b) a vida contábil;
c) a depreciação acumulada no décimo ano;
d) o valor contábil do edifício após 10 anos e
e) o lucro ou prejuízo se o edifício for vendido por R$ 1.500.000,00 ao final do
décimo-quinto ano.
f) o lucro ou prejuízo se o edifício for vendido por R$ 900.000,00 ao final do
trigésimo ano.

Im p o r t â n c ia d a De p r e c ia ç ã o n a An á lis e d e In ve s t im e n t o s

57
Qual a vantagem em depreciar contabilmente um equipamento? Como a depreciação
entra nos custos (ou despesas) na demonstração de resultados, automaticamente diminuirá os
lucros tributáveis, e consequentemente, o impostos de renda a pagar. Sabemos, da matemática
financeira, que quanto mais cedo se tiver o dinheiro na mão, mais vantajoso é. Dessa forma,
todos gostariam de depreciar seus ativos fixos o mais depressa possível. Entretanto, como já
vimos, o governo limita a taxa de depreciação anual por motivos óbvios.
Se o tempo de vida de um equipamento for maior que, por exemplo, 10 anos, e o
governo limita a depreciação em 10 % ao ano, convém ficar quieto e depreciá-lo em 10 anos
mesmo. É perfeitamente normal um equipamento já totalmente depreciado estar em condições
de operação e continuar sendo utilizado (mas não mais depreciado).

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