Nota Anfope

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

Posição da ANFOPE sobre PARECER CNE/CP Nº 4/2024

A Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE),


entidade científica da área de Educação, após analisar o Parecer com a proposta
de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de
Profissional do Magistério da Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura, de
formação pedagógica para graduados não licenciados e de segunda licenciatura) –
aprovada no Parecer CNE/CP n. 2/2014 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE),
vem a público manifestar sua posição contrária ao teor do documento bem como o
processo de sua elaboração e aprovação.
A ANFOPE, desde a década de 1980, vem congregando professores, especialistas,
pesquisadores da área da formação de professores e representações estudantis da
Educação Básica e Educação Superior, exercendo um papel protagonista no debate
nacional em torno da formação dos profissionais da educação nos cursos de Pedagogia e
Licenciaturas no Brasil, com relevante produção acadêmica sobre o tema.
Antes de proceder a análise de alguns pontos destacados, cabe esclarecer os equívocos
desse processo, marcado pela ausência escuta e diálogo:
1. Em meados de 2018, desde o anúncio da proposição do CNE de revogar a
Resolução CNE/CP n. 2/2015 e substituí-la por uma nova Resolução pautada
em uma matriz de competências e habilidades para a formação de
professores/as, a Anfope manifestou-se contrariamente por meio de notas e
documentos, bem como na audiência pública realizada pelo CNE em outubro
de 2019.
2. A partir da aprovação da Resolução CNE/CP n. 2/2019, oficializamos junto
ao CNE nossa discordância com a proposta da BNC-Formação, denunciamos
junto com outras entidades os limites e prejuízos para a formação na proposta
desta Resolução, mobilizamos junto com o FORUMDIR e FORPIBID-RP e
os coordenadores de licenciaturas pela resistência a tal proposição, e
defendemos a revogação da Resolução CNE/CP n. 2/2019, solicitando a
retomada da Resolução CNE/CP n. 2/2015.
3. De 2020 até 2022, a Anfope participou da constituição dos Fóruns estaduais
em defesa da Formação de Professores/as, da Comissão Executiva do
Movimento Nacional em Defesa da Formação de Professores/as - Curso de
Pedagogia (Monape) e também da Comissão Executiva da Frente Nacional
pela revogação das Resoluções CNE/CP n. 02/2019 e 01/2020 e pela retomada
da implementação da Resolução CNE/CP n. 02/2015. Foram 3(três) anos de
manifestos, cartas, notas em parceria com várias entidades e associações do
campo progressista para resistência a um projeto de formação de profissionais
da educação que não respondia às pesquisas e estudos do campo.
4. Em 2023, a ANFOPE representou o Fórum Nacional de Educação no GT
Formação Inicial de Professores criado pelo Ministério da Educação, por meio
da Portaria nº 587, de 28 de março de 2023. O trabalho desse GT indicou a
necessidade de revogação das Resoluções CNE/CP n. 02/2019 e n. 01/2020 e
pela retomada da Resolução CNE/CP n. 02/2015.

Diante desse amplo movimento de repúdio e resistência a um processo marcado pela


ausência de diálogo, e diante de tantas manifestações contrárias, e do clamor pela
retomada da Resolução CNE/CP n. 02/2015 - a opção mais viável diante da sinalização
da eminente revogação das Resoluções n. 02/2019 e n. 01/2020, após a assunção de um
novo governo de coalisão democrática no país, causa-nos perplexidade, a posição do CNE
em divulgar nova proposta sem audiências públicas para a escuta e debate com a
sociedade civil. Ademais. cabe destacar que após consulta pública, utilizando o
mecanismo de tecnologias da comunicação, o documento foi publicizado, sem a
disponibilização das contribuições, críticas, análise, pontos convergentes e divergentes.
Outro aspecto importante é que o “Texto de referência” que participou da “Consulta
pública”, de 06 de dezembro de 2023 até 1º de março de 2024 (período em que a maioria
dos profissionais da educação goza de recesso ou férias escolares), foi alterado em sua
configuração e estrutura. Entretanto, não é possível identificar quais foram os elementos
apontados na consulta pública.

Cabe ainda registar que o documento foi publicado junto ao com o debate do Novo
Ensino, momento em que os movimentos e entidades do campo da educação estavam
envolvidos/as com este debate e não tiveram tempo hábil para se dedicar as análises de
forma pertinente.

Procedendo uma análise do Parecer CNE/CP n. 4/2024 destacamos alguns pontos


importantes:

1. Na comparação entre o “Texto de referência” e o Parecer CNE/CP n. 4/2024, há


a extinção das “400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,
distribuídas ao longo do curso, desde o seu início, segundo o PPC da instituição
formadora. Entende-se como prática como componente curricular todas as
atividades em que o(a) licenciado(a) irá associar o conhecimento sobre um
determinado objeto de ensino com o conhecimento pedagógico, ou seja, como se
aprende e como se ensina esse conteúdo” (Texto de Referência, 2023). A
justificativa do Parecer em relação à extinção da prática como componente
curricular aparece de forma generalista, conforme indicado a seguir:
Quanto ao caráter intersetorial que a formação docente poderia
assumir, vale salientar que o módulo de Prática como
Componente Curricular trouxe desafios inéditos para as
instituições formadoras de professores.
O primeiro deles diz respeito às fronteiras existentes entre a
Prática como Componente Curricular e o Estágio Supervisionado:
no que se diferenciam e como se complementam, suplementam e
se integram? Quais são os modelos curriculares mais adequados
para o trabalho concreto com a Prática como Componente
Curricular? Quais as vantagens e desvantagens de trabalhar
práticas pedagógicas como parte do currículo sem planejá-las e
avaliá-las a partir de um consenso, forjado a partir de um
compromisso ético e político mais amplo? E, mais recentemente,
não contemplada nas 4 (quatro) formulações sobre formação para
a docência, está a extensão como prática curricular, contemplada
na Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018, e que
vem compor esses desafios.
Do ponto de vista da Prática como Componente Curricular nas
licenciaturas, seria necessário adotar abordagens que
integrassem teoria e prática, oferecendo oportunidades reais de
envolvimento dos estudantes de licenciatura nas salas de aula, a
partir de estratégias nítidas que permitissem aos futuros
professores vivenciarem de perto a realidade educacional,
atuando como observadores e, posteriormente, prevendo
intervenções progressivas no contexto escolar, a partir do
rebatimento teórico e da prospecção de ações futuras. (Parecer
CNE/CP nº 4/2024, grifos nossos, p.8)

Interessante que o PARECER CNE/CP Nº 4/2024 ensaia uma reflexão sobre a prática
como componente curricular, e parece associá-la à prática curricular de extensão, anuncia
perguntas que não sabemos de onde surgem e não explica por que foram extintas as 400
horas de prática como componente curricular nos cursos de licenciatura do país. Tal
proposição é um retrocesso no histórico debate da prática pedagógica nos cursos de
licenciatura e vai de encontro a posição da Anfope. A defesa histórica da Anfope baseia-
se na “unidade teoria e prática atravessando todo o curso e não apenas a prática de ensino
e os estágios supervisionados, de modo a garantir o trabalho como princípio educativo na
formação profissional” (Anfope, 2023, p. 21), em uma compreensão de práxis como ação-
reflexão-transformação para a formação de profissionais da educação.

2. Destaca-se, também, que o Parecer CNE/CP nº 4/2024 indica como objetivo


“desenvolver estudos e estabelecer as diretrizes para a formação dos(as) profissionais do
magistério para a educação escolar básica e sua valorização profissional”. Entretanto, o
documento, diferente da Resolução CNE/CP nº 2/2015, em que havia um capítulo
destinado aos profissionais do magistério e a sua valorização, nada discute a este respeito.
Entendemos que o documento deveria contemplar a valorização profissional, de forma a
indicar a necessidade de se garantir: condições de formação inicial e continuada (e
permanente) de professores; planos de carreira, para viabilizar o ingresso no magistério
por concurso público e a respectiva progressão na carreira profissional; o piso salarial
nacional, no sentido de se efetivar salários justos e dignos para o profissional da educação;
e as condições adequadas de trabalho. Na contramão das agendas neoliberais, que visam,
sobretudo, o controle e a intensificação do trabalho docente, é preciso que o documento
evidencie uma política que, de fato, valorize o profissional da educação, a partir da tríade
- trabalho, formação e carreira. Ou seja, é necessário que se levem em conta as condições
de trabalho e de formação, os planos de carreira, as motivações para o acesso à profissão
docente (questões relacionadas à atratividade da profissão), as condições de permanência
nas escolas de educação básica, as políticas de financiamento para a formação e
desenvolvimento profissional e o reconhecimento social da profissão professor.

3. O parecer argumenta a necessidade de uma “nova” Resolução referenciada na


emergência de um consenso nacional:

A partir desses princípios, é possível definir diretrizes


para uma formação inicial menos dispersa, menos
difusa, e com ancoragens teóricas e epistemológicas
mais profundas, além de assegurar que os futuros e atuais
docentes adquiram e aprofundem conhecimentos
profissionais para atender às demandas educacionais e,
para tanto, é preciso uma formação mais coerente,
contextualizada, situada e com mais tempo, o que
implica, no mínimo, na oferta de cursos de 4 (quatro)
anos. Sem o estabelecimento de um consenso, torna-se
praticamente impossível superar a visão estereotipada da
docência como “missão” ou “vocação” e fortalecê-la
como uma profissão respeitada e essencial para o
desenvolvimento nacional. Logo, é urgente que, a partir
de um consenso nacional em torno da formação inicial.
(Parecer CNE/CP nº 4/2024)
O projeto de resolução apresentado pelo CNE, em substituição à Resolução CNE/CP
n. 2 de 2019, apresenta semelhanças com a Resolução CNE/CP n. 2/2015 e com
Resolução CNE/CP n. 2/2019, nesse sentido, tende a parecer uma bricolagem, no sentido
do improviso, que se perde num emaranhado de elementos conceituais, referenciados em
pesquisadores proeminentes do país. No parecer e na proposta de Resolução, os conceitos
e orientações para a formação inicial parecem ser uma junção de propostas e intervenções
que sinalizam para uma formação sem a articulação de fundamentos e princípios
formativos na proposta de uma educação que seja humanizadora e emancipatória.
A proposta de nova diretriz distancia-se das concepções e proposições que a Anfope
tem produzido nos últimos 40 anos. A Anfope apresenta de forma consistente conceitos
e princípios para a formação de professores/as, e defende uma formação na perspectiva
de uma compreensão sócio-histórica da educação. O que constitui um sentido importante
para uma política orgânica e consistente de Formação de professores, reafirmando a
proposição de um projeto que materialize esses princípios, em especial, os Documentos
Finais referentes a cada um dos Encontros Nacionais (1983-2023). Assim, foi possível a
construção coletiva de um corpo de princípios engendrados ao longo da atuação da
Associação nesse movimento.

4. O consenso apontado no Parecer se aproxima de uma construção hegemônica, em


que a aparente unanimidade em torno do conceito de democracia, formação de
professores e o uso da referência da base comum nacional, é atribuída à tarefa de
estabelecer o nexo entre intelectuais e massa, cultura científica e cultura popular, e assim
não estaria livre, porém, de cismas. Alertamos que o projeto formativo, que se diz
consensual, não pode se confrontar com o esgotamento do compromisso revolucionário
na construção de uma nova cultura.

5. A “nova” proposta ressalta a “unidade compreensiva” (Saviani, 2007), mas na


construção do documento não se articula formação inicial, continuada e trabalho docente.
O Projeto de Resolução apresenta uma estrutura inferior à Resolução CNE/CP n. 02/2015,
uma vez que não apresenta nenhuma diretriz para a formação continuada dos profissionais
do magistério, nem para a valorização da docência, desarticulando formação e valorização
docente. Coloca-se como elemento central para a perspectiva da
articulação teoria/prática:
[...] b) Práticas de excelência em sala de aula. Os programas
de formação inicial devem fornecer amplas oportunidades
para os futuros professores praticarem o ensino em situações reais
de sala de aula. Isso inclui estágios, regências, observações em
sala de aula e envolvimento em projetos educacionais concretos
e organizados por temas e com foco no desenvolvimento de cada
conhecimento profissional docente. c) Práticas formativas que
favoreçam a relação orgânica entre teoria e prática. É
essencial que os programas de formação inicial promovam uma
conexão sólida entre teoria e prática. Os estudantes devem ser
incentivados a refletir sobre suas práticas e a aplicar os
conhecimentos teóricos em contextos reais de ensino, o que pode
ocorrer por meio de diários reflexivos, registros de aulas, análises
de casos de ensino e outras estratégias que promovam a
autorreflexão e a tomada de consciência do próprio percurso
formativo do(a) licenciando(a). (Parecer CNE/CP nº 4/2024,
grifos nossos, p.16)

Consideramos os elementos indicados como fundamentais, mas sem a tríade - formação,


trabalho e valorização -, a reflexividade é esvaziada na vontade e no esgotamento do
fazer.

6. O Projeto de Resolução ressalta o regime de colaboração com os entes federados,


mas sem incorporar a proposta de um Sistema Nacional de Educação. Embora haja a
discussão no Parecer (p. 6-7), a fundamentação e condução da política pública com um
SNE não é fundamentada na proposta da Resolução. A Anfope defende, como grande
desafio, pensar o próximo Plano Nacional de Educação, a partir da Conae 2024, na
direção que recupere as metas não executadas e formule uma proposta para a criação do
Subsistema Nacional de Formação de Professores integrado ao Sistema Nacional de
Educação.

7. A Base Nacional Comum de Formação de Professores proposta pelo CNE, via a


proposta da Resolução, não tem relação com a histórica proposição da base comum
nacional da ANFOPE, que se constitui em um conjunto de princípios, elaborados na
origem do movimento, que atuam como orientadores da organização curricular e devem
impregnar o percurso formativo de todos os cursos de licenciaturas desenhados pelas IES
em suas particularidades. Reafirmada historicamente a cada encontro nacional, é
fundamentada em uma concepção sócio-histórica da educação, de caráter emancipador,
cujos princípios explicitados em documentos nacionais não convergem com a proposta
de serem considerados nas revisões curriculares em curso. Tomando como exemplo o
princípio do trabalho coletivo e interdisciplinar que não aparece na proposta.

8. Quanto à formação na modalidade EaD, custeada ou não por financiamento


público, não é discutido o modelo de massificação do ensino, a mercantilização da oferta
ou as condições de organização pedagógica que cada curso de formação de professores
requer. Optou-se pelo indicativo da modalidade de oferta como uma alternativa para o
oferecimento de cursos de formação de professores, vista pelo Estado e por grupos de
especialistas da área educacional como uma maneira viável e eficiente de promover
formação inicial para uma grande quantidade de professores, no menor tempo
possível. Além disso, o grave problema que tem sido denunciado acerca da oferta
indiscriminada via EAD não é tratado, na medida que parâmetros de qualidade e
regulação desta oferta não são sinalizados.

9. Retoma-se aos linguagem de “Núcleos de estudos de Formação Geral (EFG)”,


com a mesma carga horária exposta na Resolução CNE/CP nº 2/2019, com ênfase para o
“Núcleo II de Aprendizagem e Aprofundamento dos conteúdos específicos das áreas de
atuação profissional”. Nesse sentido, cabe questionar: qual a compreensão de
conhecimentos específicos privilegiados no documento? Como se reconhecem as práticas
de excelência em sala de aula, as práticas formativas que favorecem a relação orgânica
entre teoria e prática e privilegiam um campo de conteúdos específicos? 50% da carga
horária do Curso (1600 horas) estão destinadas aos conteúdos específicos. Será que a
identidade desta proposta não seria o retorno ao modelo 3+1, citado e referenciado no
Parecer como o modelo dos cursos nos anos de 1930?

10. Foi definida a carga horária de extensão. As universidades reorganizaram seus


currículos de extensão, conforme a Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de
2018, e com uma concepção de extensão não centrada na Escola. Vamos rever todas essas
questões? E as atividades complementares foram substituídas pela extensão? E as 400
horas de prática como componente curricular foram substituídas pela extensão? Pergunta-
se como foi elaborado este desenho curricular? De qual concepção de extensão partem?
De acordo com a Nota de Repúdio do FORPROEX ao Projeto de Resolução Proposto
pelo CNE de que trata das Diretrizes Nacionais para formação inicial e continuada de
professores da Educação Básica, “é imperativo que as diretrizes curriculares nacionais
para a formação de professores sejam concebidas de forma a enriquecer e ampliar a
experiência educacional, promovendo a integração entre ensino, pesquisa e extensão, e
contribuindo significativamente para o desenvolvimento social e a transformação da
sociedade.” O que se identifica no Parecer é a extinção das 200 horas de Atividades
Acadêmico-Científico e Culturais e das 400 horas de práticas como componente
curricular e a inserção, sem uma definição epistemológica, da extensão universitária no
campo da formação de professores, exigindo que a mesma seja realizada em Instituições
de Educação Básica. Isso assume o reducionismo na compreensão dessa discussão
histórica de curricularização da extensão na Universidade. Extensão não é só na Escola.
Por fim, cabe destacar que o Parecer CNE/CP nº 4/2024 apresenta uma
incoerência epistemológica entre os princípios, os meios e os fins anunciados. Um
exemplo refere-se à formação continuada. No documento, aparece apenas duas vezes,
uma na análise comparativa dos documentos da história da formação de professores,
quando diz: “Foi no quadro de redefinição do papel e da prática do professor, no qual se
reconhece o espaço profissional como lócus de produção de conhecimento, e o educador,
como sujeito histórico capaz de produzir novos conhecimentos, que alguns consensos,
subjacentes à aprendizagem da docência, passaram a ter forte inserção na literatura
brasileira, influenciando, sobretudo, as pesquisas e práticas de formação inicial e
continuada de professores” (p. 4-5). Na medida em que se reconhece a “importância da
articulação entre a formação inicial e continuada numa perspectiva de aprendizagem ao
longo da vida” (p. 5). Porém, a formação continuada no Projeto de Resolução, aparece
como parte de 10% da carga horária destinada à extensão-escola, da seguinte forma:
“apoiem a integração entre a formação inicial e a formação continuada dos(as)
professores(as) das instituições de Educação Básica”. Como apoiar uma integração
inexistente?
O Projeto de Resolução apresenta uma estruturação conceitual e de estrutura
curricular para atender a projetos de formação com intencionalidades de educação
diversas. A solução da formação inicial de professores está discursivamente centrada na
articulação teoria e prática, a partir de boas práticas, deixando a integralidade da
valorização profissional docente a partir da tríade: trabalho, formação e carreira.
Tendo em vista todos os pontos expostos neste documento, reafirmando o
posicionamento da ANFOPE manifesto nos últimos anos, em diversos documentos
públicos, e considerando que:
• a Resolução CNE/CP nº 02/2015 apresenta-se mais completa do que o
Projeto de Resolução contido no Parecer CNE/CP nº 4/2024, pois trata da
formação de professores de maneira orgânica, envolvendo em seus
capítulos aspectos relacionados à formação inicial, à formação continuada
e à valorização docente.
• a Resolução CNE/CP nº 02/2015 já foi materializada pela maioria dos
cursos de licenciatura, sendo revogada sem obter uma avaliação
processual e uma justificativa estrutural e necessária para sua revogação,

a Anfope se posiciona pela não homologação do Parecer CNE/CP 04/2024, pela


revogação das Resoluções CNE/CP n. 02/2019 e n. 01/2020, com o arquivamento desse
processo, e pela imediata retomada da Resolução CNE/CP nº 02/2015.

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