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ECONOMIA DE MERCADO

TEMA DE APRENDIZAGEM 4
INTRODUÇÃOÀ MICROECONOMIA:
EQUILÍBRIODEMERCADO

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EQUILÍBRIO DE MERCADO
Sabemos que, no mundo real, a oferta e a demanda atuam conjuntamente, e o
preço e a quantidade que são vendidos no mercado se dão quando as duas
curvas (oferta e demanda) se interceptam.
Agora vamos conhecer o equilíbrio em mercados competitivos, ou seja, mercados
que são formados por um grande número de compradores e vendedores. Fiz a
observação que o equilíbrio discutido aqui é em mercados competitivos, pois
temos outros mercados, como os poucos competitivos e os sem competição, nos
quais o equilíbrio se dá em outro ponto.
O equilíbrio em mercados competitivos pode ser visto na Figura 1.

78 Unid 1 Tema 4 03 / 102


Analisando a Figura 1, podemos perceber
que o ponto onde as curvas de oferta (O) e
demanda (D) se encontram é o ponto de
equilíbrio (E) e este ponto mostra o preço e
quantidade negociados no mercado, P’ e Q’,
respectivamente.

Qualquer preço acima de P’ significa que


haverá mais oferta do que demanda, ou
seja, teremos um excesso de oferta e, pela
lei da oferta e da demanda, oferta maior
que demanda, o preço tende a baixar.
Então, pontos acima de P’ fazem com que
sobrem produtos no mercado e o preço,
automaticamente, reduzirá.

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EQUILÍBRIO DE MERCADO
De outra forma, qualquer ponto abaixo de P’, significa que teremos um
excesso de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adquirir o bem ou
serviço do que empresas dispostas a vender. Nesse caso, o preço aumentará,
de modo a chegar ao ponto E, que é o ponto de equilíbrio.
Todos os fatores estudados nos temas anteriores, que afetam as curvas de
demanda, como renda, preço dos produtos complementares e substitutos,
expectativa sobre o futuro, dentre outros, e todos os fatores que vimos que
afetam a curva de oferta, como tecnologia, preço dos produtos relacionados,
interferência governamental etc., afetam o ponto de equilíbrio.

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EQUILÍBRIO DE MERCADO
O governo também pode afetar o ponto de equilíbrio, por meio de:
FIXAÇÃO DE PREÇOS MÍNIMOS FIXAÇÃO PREÇOS MÁXIMOS
Acontece quando o governo fixa o preço Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o
mínimo que seria vendido no mercado. Este governo, com o objetivo de defender o consumidor, estabelece um
instrumento tem como objetivo beneficiar preço máximo que as empresas podem vender seus produtos. O
o produtor, de forma a garantir um nível de preço máximo será sempre menor do que o preço de equilíbrio, ou
preço superior ao preço de equilíbrio. seja, abaixo de P’.

SUBSÍDIOS CONGELAMENTO E TABELAMENTO DE PREÇOS


Neste caso, o governo, com o objetivo de desenvolver Utilizado na década de 1980 e no início da década de
determinados setores, paga uma parte dos custos produtivos 1990, para combater a inflação. O governo congela
da empresa, assim, a empresa terá incentivo para aumentar a preços e/ou salários, de forma a definir o P’.
quantidade ofertada e/ou reduzir preço. Com subsídio, o
preço fica abaixo de P’.

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TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

Sabemos que o principal objetivo das empresas é o lucro. O lucro é a diferença


entre receita total e custo total. Então, para uma empresa ter lucro, é importante
gerenciar os custos de produção de forma a tentar reduzi-los o máximo possível.
Temos os custos explícitos, que são os gastos monetários, como despesa com
salário, aluguel, compra de matéria-prima etc., e os custos implícitos, que são os
custos de oportunidade. Os custos são:

80 Unid 1 Tema 4 07 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

CUSTOS FIXOS (CF)


São as despesas que a empresa CUSTO VARIÁVEL MÉDIO
terá que pagar, independente da (CVme) – É o custo variável CUSTO FIXO MÉDIO
produção. Exemplos: certos dividido pela quantidade (CFme) – É o custo fixo dividido
impostos, aluguel, seguro, salários produzida. pela quantidade produzida (Q).
etc. CVme = CV / Q CFme = CF / Q
Diferente do custo fixo médio, o É importante observar que o custo
custo variável médio aumenta fixo médio reduz quando a
CUSTOS VARIÁVEIS (CV) conforme a quantidade produzida
São as despesas que a empresa produção aumenta.
aumenta.
tem ao produzir. Quanto mais ela
produzir, maiores serão os custos CUSTO MÉDIO
variáveis. Exemplo: matéria-prima, CUSTO TOTAL (CT) (Cme) – É o custo total dividido
energia elétrica etc. É a soma dos custos fixos com os pela quantidade produzida.
custos variáveis. Cme = CT / Q

81 Unid 1 Tema 4 07 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

a) Grau de concentração
É o tamanho do mercado, em outras palavras, número de vendedores e compradores que
fazem parte daquele mercado. Dependendo da quantidade de empresas e consumidores,
dizemos que o mercado é concentração ou competitivo. Uma forma de medir é pelos
índices de mercado. Quando as quatro maiores empresas que fazem parte desse mercado
detêm, pelo menos, 75% da quantidade comercializada, dizemos que é um mercado
altamente concentrado. Um dos maiores problemas de mercado muito concentrado é que
as empresas conseguem definir o preço que será vendido seu produto e esse preço, em
geral, é mais alto do que em mercados competitivos. Outros problemas podem ser
em relação à quantidade e à qualidade do produto.

82 Unid 1 Tema 4 07 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

b) Grau de diferenciação do produto


O grau de diferenciação do produto refere-se a quanto um bem ou serviço que está sendo
negociados no mercado é diferente. Pela visão da economia, quanto mais heterogêneo for
um bem, ou seja, quanto mais diferente o bem for, menos produtos substitutos teremos
para este produto e, portanto, mais inelástico ele será, em outras palavras, mesmo que o
preço de um bem ou serviço heterogêneo aumentar a quantidade demandada não muda,
pois não há substitutos próximos. A diferenciação pode ser obtida de diferentes formas.
Mendes (2009) cita ingredientes de qualidade superior, prêmios oferecidos, serviços
especiais — como entrega delivery e embalagens especiais — como formas da empresa
diferenciar seu produto e, portanto, aumentar seu preço.

82 Unid 1 Tema 4 10 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

c) Barreiras à entrada
Barreiras à entrada pode ser definida como o grau de dificuldade que uma
nova empresa tem em fazer parte do mercado. E podem ser:

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83 Unid 1 Tema 4 11 / 102
83 Unid 1 Tema 4 12 / 102
TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

c) Barreiras à entrada
Barreiras à entrada pode ser definida como o grau de dificuldade que uma
nova empresa tem em fazer parte do mercado. E podem ser:

ECONOMIA DE ESCALA DESVANTAGENS DE CUSTO


Acontece quando a empresa aumenta a quantidade Quando a empresa que deseja
produzida e consegue reduzir seu custo médio no fazer parte do mercado tem
longo prazo. Existem diversas formas de conseguir alguma desvantagem em custo,
gerar economia de escala, como especialização da como pouca experiência no
mão de obra, utilização de tecnologia, compra de setor, pouco domínio
fatores de produção em grandes quantidades, dentre tecnológico ou ainda grande
outros. necessidade de propaganda.

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TEORIA DA PRODUÇÃO
Os Custos de Produção

Com base no que foi discutido, os mercados podem ser classificados, quanto à
competitividade, em:

■ competitivos – concorrência perfeita e concorrência monopolística;


■ pouco competitivos – oligopólio;
■ sem competição – monopólio.

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83 Unid 1 Tema 4 15 / 102
TEORIA DA PRODUÇÃO
Concorrência perfeita ou pura

Um mercado em concorrência perfeita ou pura tem como características:

• Grande número de compradores e vendedores


• Produtos homogêneos
• Ausência de restrições artificiais (livre mercado)
• Ausência de barreiras à entrada
• Perfeito conhecimento

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TEORIA DA PRODUÇÃO
Monopólio

O monopólio é, assim como a concorrência perfeita, uma situação extrema, mas


real. Situação está indesejável, pois pode prejudicar o consumidor, já que não temos
concorrência. As características do monopólio são: Grande número de compradores
e vendedores

• Uma única empresa


• Produtos altamente diferenciados
• Não há concorrência
• Considerável controle de preço por parte da empresa

83 Unid 1 Tema 4 17 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Monopólio

De acordo com Mendes (2009), o governo pode controlar o monopólio de


duas formas:

a) Controle de preço – o governo pode exigir que o monopolista produza


até que custo marginal seja igual preço. Esta é uma prática difícil, pois o
governo precisaria conhecer toda a estrutura de custo da empresa.
b) Política de taxação – o governo pode taxar o monopolista de forma a
reduzir seu lucro.

86 Unid 1 Tema 4 18 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Monopólio

Esta é uma prática que ocorre quando um monopolista vende o mesmo produto
para consumidores diferentes e a preços diferentes. Podemos citar como exemplo
de prática de discriminação de preços:

• tarifa de energia elétrica residencial, comercial, industrial e rural;


• ligação telefônica de dia e a noite;
• passagens aéreas em baixa e alta temporada;
• “meia entrada” em cinemas, teatros, shows para estudantes e idosos;
• dentre outros.

86 Unid 1 Tema 4 19 / 102


TEORIA DA PRODUÇÃO
Monopólio

■ Altas barreiras à entrada

A última característica do monopólio são as altas barreiras à entrada. O grau de


dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte do mercado é muito grande
e, muitas vezes, não é economicamente viável termos uma concorrente, como é o
caso que acontece nos monopólios naturais. Então, os monopólios surgem por
diversas razões, dentre elas, regulamentações do governo e pelos processo de
produção.

86 Unid 1 Tema 4 20 / 102


CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Grande número de empresas
Temos no mercado um grande número de pequenas empresas, pequenas se
compararmos com o tamanho do mercado.

Produtos diferenciados
Os produtos são sempre diferenciados. A diferenciação pode vir por um ingrediente
de qualidade superior, serviços, embalagens especiais etc.

87 Unid 1 Tema 4 21 / 102


CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Pequeno controle de preço por parte da empresa
Como são muitas empresas que fazem parte do mercado, a concorrência é enorme,
então, a empresa consegue controlar (definir), um pouco, seu preço em razão
dos produtos serem diferenciados, mas este controle é pequeno.
Concorrência acontece via marcas, serviços especiais e propaganda
A concorrência é, principalmente, extra preços, ou seja, via diferenciação do produto.
Quanto maior for a diferença do bem, maior será o preço. É importante observar
a importância da propaganda/marketing na concorrência monopolística.

88 Unid 1 Tema 4 22 / 102


CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Baixas barreiras à entrada
O grau de dificuldade que uma nova empresa tem em fazer parte deste mercado
é baixo, ou seja, existe uma barreira para entrada, mas ela é bem baixa. A maioria
das empresas, no mundo real, pertencem a essa estrutura de mercado. Podemos
citar restaurantes, padarias, lojas de roupas, lanchonetes, dentre outros.

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OLIGOPÓLIO

88 Unid 1 Tema 4 24 / 102


OLIGOPÓLIO
Vamos supor um mercado composto por três empresas, A, B e C, e que a empresa A
resolveu, como estratégia, abaixar seu preço em 10%. Como são poucas empresas
no mercado, imediatamente as empresas B e C irão abaixar também seu preço, e a
parcela de mercado continuará a mesma para todas as três. Agora, se a empresa A
resolver aumentar seu preço em 10%, as empresas B e C não aumentarão e a
empresa A perderá mercado. Por estes motivos que o preço no oligopólio é
constante e parecido para todas as empresas.

90 Unid 1 Tema 4 25 / 102


90 Unid 1 Tema 4 26 / 102
91 Unid 1 Tema 4 27 / 102
POLÍTICAS PÚBLICAS QUANTO AOS OLIGOPÓLIOS
Como são poucas as empresas no oligopólio, não é difícil ter acordos de preços
e quantidades, acordos que são indesejáveis aos consumidores e devem ser
evitados. São indesejáveis, pois levam a uma produção baixa e a preços altos, ou
seja, nesta situação, as empresas se comportam como no monopólio. Por isso, o
governo deve coibir acordos entre empresas; no Brasil, temos uma lei específica
para isto, que é a lei antitruste.

91 Unid 1 Tema 4 28 / 102


POLÍTICAS PÚBLICAS QUANTO AOS OLIGOPÓLIOS
Algumas práticas empresariais que são proibidas pelo governo brasileiro:

a) Cartel – empresas fazem acordos de preços e quantidades, aumentando


o preço e ou reduzindo a quantidade ofertada. De qualquer forma prejudica o
consumidor final.
b) Fixação de preço de revenda – acontece quando uma empresa produtora/
distribuidora exige que um estabelecimento venda um produto a um preço
fixado por ela. Vale lembrar que preço sugerido não é proibido, pois a empresa
só está sugerindo um preço e não obrigando aos estabelecimento vender o bem
com aquele preço pré-definido.

92 Unid 1 Tema 4 29 / 102


POLÍTICAS PÚBLICAS QUANTO AOS OLIGOPÓLIOS
c) Preços predatórios – é uma situação que uma grande empresa define seus
preços abaixo do custo de produção, para eliminar a concorrente, que em geral
é uma empresa menor, do mercado e depois aumentar seus preços.
d) Vendas casadas – situação na qual dois produtos só são vendidos juntos,
ou seja, o consumidor não consegue comprar os bens separadamente. Lembrando
que promoções e produtos tipo combo (TV por assinatura + internet banda
larga) não são considerados venda casada, pois o consumidor pode adquirir os
produtos/serviços separadamente, mesmo que a um preço maior.

92 Unid 1 Tema 4 30 / 102


TEMA DE APRENDIZAGEM 5
TEORIADAMACROECONOMIA

31 / 102
FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

O estudo da macroeconomia é algo relativamente novo. Se pensarmos em


economistas clássicos como Adam Smith e David Ricardo, que fizeram seus
Estudos mais ou menos entre os anos 1700 e 1800, a macroeconomia é muito
jovem. A macroeconomia tem como seu principal expoente o economista Jhon
Maynard Keynes que, por muitos, é chamado de pai da macroeconomia
moderna.

100 Unid 1 Tema 5 33 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

Keynes escreveu sua principal obra em 1936, num contexto em que a economia
norte-americana estava devastada após a Grande Depressão, ou a chamada
crise de 1929. Nesse período, a economia dos Estados Unidos estava sofrendo,
passando por uma grande crise, na qual o nível de desemprego era muito alto.
Na visão de Keynes, se o governo participasse mais dessa economia, a crise não
teria sido tão profunda.

100 Unid 1 Tema 5 34 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA
De acordo com Giambiagi e Além (2011) o governo tem as funções:
Estabilizadora, Distributiva e Alocativa.

FUNÇÃO ESTABILIZADORA
O governo ter a função estabilizadora significa que ele precisa manter a
economia estabilizada. Você pode verificar, por exemplo, que o governo tem
estado bastante preocupado com os níveis de preços na economia, ou seja, o
governo tem se preocupado com o nível da inflação.

100 Unid 1 Tema 5 35 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
Essa função do Estado é exatamente o que o nome dela diz, ou seja, distribuir
melhor os recursos, tentar retirar de quem tem muito para oferecer a quem não
tem nada ou pouco tem.

FUNÇÃO ALOCATIVA
Significa que o Estado deve atuar em áreas da economia na qual o setor privado
não tem muito interesse em atuar, ou seja, o governo irá alocar recursos em
áreas que, se ele não atuar, não ofertarão os serviços necessários, já que o setor
privado não fará essa oferta de serviços.

101 Unid 1 Tema 5 36 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

Então, diante das funções do governo, é importante definirmos os bens


públicos, que são bens de uso coletivo cuja principal característica é a
impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo, uma vez
delimitado o volume à disposição do público. Exemplo disto é: meteorologia,
defesa nacional e serviços de despoluição.

101 Unid 1 Tema 5 37 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008), o governo, ao utilizar a política


macroeconômica, deve ter como objetivos:

• Alto nível de emprego.


• Estabilidade de preços.
• Distribuição de renda socialmente justa.
• Crescimento econômico.

101 Unid 1 Tema 5 38 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

Os objetivos da macroeconomia não são independentes uns dos outros,


podendo, inclusive, acontecer ao mesmo tempo, ou seja, uma meta pode
ajudar a alcançar outras. Para você compreender melhor, o crescimento pode
facilitar a solução dos problemas de pobreza, já que é possível amenizar os
conflitos sociais quando a renda cresce e é repartida entre as classes.

102 Unid 1 Tema 5 39 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

Porém, é possível, também, que os objetivos da macroeconomia sejam conflitantes.


Por exemplo, a meta pode ser fazer com que o país cresça, mas ao crescer, a
demanda é aquecida e de acordo com a lei de oferta e demanda: quando a procura
é maior do quando a procura é maior do que a oferta, os preços sobem. Se o
aumento de preços for generalizado, a inflação surge. Com isso, a estabilidade da
economia fica de lado.

102 Unid 1 Tema 5 40 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA
MACROECONÔMICA
Outro exemplo é apresentado por Vasconcellos
(2011), uma política de estabilização da inflação
pode levar ao aumento de desemprego, pois tais
políticas retraem a demanda de bens e serviços,
fazendo com que tenha queda da atividade
econômica, e, portanto, do emprego. Essa relação
inversa entre duas variáveis, como emprego e
crescimento econômico apresentados no exemplo,
chama-se trade-off, e é um conceito muito presente
da economia.
103 Unid 1 Tema 5 41 / 102
103 Unid 1 Tema 5 42 / 102
FUNDAMENTOS DA TEORIA
MACROECONÔMICA
A macroeconomia analisa a economia como se ela
fosse constituída por duas partes, uma real e outra
monetária, e quatro mercados: de bens e serviços,
de trabalho, financeiro e cambial. Então, ao analisar
o comportamento do mercado de bens e serviços,
somam-se todos os bens e serviços produzidos pela
economia em um determinado período de tempo, o
resultado será o produto nacional e o preço
praticado nesse mercado é o nível geral de preços.

103 Unid 1 Tema 5 43 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA
Da mesma forma é o mercado de trabalho, só que ele é composto por trabalho,
e é determinado o nível de emprego e taxa salarial. Já no mercado monetário, a
análise será verificada pela troca por moeda, e serão determinadas as taxas de
juros e a quantidade de moeda necessária.

104 Unid 1 Tema 5 44 / 102


FUNDAMENTOS DA TEORIA MACROECONÔMICA

E, por último, temos o mercado cambial, já que um país como o Brasil realiza
transações comerciais e financeiras com outros países. Porém, para que essas
transações sejam possíveis, é preciso transformar, ou melhor, converter o preço
dos bens negociados em relação ao preço do outro país. Para isso, é utilizada a
taxa de câmbio.

104 Unid 1 Tema 5 45 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
O conceito de desenvolvimento econômico é mais amplo, e está relacionado
ao aumento da capacidade produtiva do país, mas com melhorias no padrão de
vida da população e com alterações fundamentais na sua estrutura.
Portanto, para os teóricos que associam crescimento com desenvolvimento,
um país é considerado como subdesenvolvido quando o PIB cresce menos do
que o dos desenvolvidos, mesmo com disponibilidade de capital, terra e mão de
obra. Nessa linha, o crescimento econômico distribui diretamente a renda entre
os proprietários dos fatores de produção, levando, automaticamente, a melhorias
dos padrões de vida e, por consequência, ao desenvolvimento econômico.

104 Unid 1 Tema 5 46 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Assim, o crescimento econômico não necessariamente vai beneficiar todo o
conjunto da população. Por exemplo, mesmo que um país cresça, o desemprego
pode não estar diminuindo em um ritmo necessário, em razão, por exemplo, do
processo de robotização e informatização da cadeia de produção. Além disso,
podemos citar outros fatores que explicam que um país pode crescer sem se
desenvolver:

105 Unid 1 Tema 5 47 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
A segunda corrente entende o crescimento econômico como uma simples
variação quantitativa do produto (PIB), ou seja, o aumento da capacidade
produtiva da economia e, portanto, da produção de bens e serviços. Para essa
corrente, o desenvolvimento econômico envolve mudanças qualitativas no modo
de vida das pessoas, das instituições, das estruturas produtivas e do meio
ambiente.

105 Unid 1 Tema 5 48 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A atividade agrícola tende a ocupar vastas áreas de terras onde se encontravam


florestas. Pode, também, poluir os mananciais de água, infestar o ar atmosférico,
interferindo no próprio clima e no regime de chuvas, o que afeta a saúde da
população. Dito de outra forma, o desenvolvimento sustentável é o que preserva
o meio ambiente, sobretudo os recursos naturais não renováveis.

106 Unid 1 Tema 5 49 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Alguns autores, como Celso Furtado, afirmam que o subdesenvolvimento é um
desequilíbrio na absorção dos avanços tecnológicos produzidos pelo capitalismo
industrial a favor das inovações que incidem diretamente sobre o estilo de vida. A
raiz do subdesenvolvimento reside na desarticulação entre esses dois processos
causada pela modernização. O desenvolvimento econômico de uma nação ocorre,
em processo evolutivo, em cinco etapas, que são:

• sociedade tradicional;
• pré-requisito para o arranco;
• arranco ou decolagem;
• crescimento autossustentável;
• idade do consumo de massa.

107 Unid 1 Tema 5 50 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Indicadores de desenvolvimento e de crescimento econômico

Para medir o crescimento econômico, utilizamos os indicadores PIB e PIB


per capita. Por exemplo, se um país estiver aumentando sua renda per
capita, podemos dizer que está ocorrendo crescimento, desde que esse
aumento seja menor do que o crescimento populacional. Para que ocorra o
desenvolvimento, precisamos que outras questões sejam atendidas. Nesse
sentido, há na teoria econômica diversos modelos que estudam e medem o
tamanho do desenvolvimento econômico de determinado país. Dentre
esses modelos, Souza (2011) cita os neoclássicos de Meade, de Solow e a
teoria do crescimento endógeno.

107 Unid 1 Tema 5 51 / 102


107 Unid 1 Tema 5 52 / 102
CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Indicadores de desenvolvimento e de crescimento econômico
O IDH varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de 1, melhor, ou seja,
quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Esse índice vem sendo
divulgado a partir da década de 1990. A ONU o divulga para cerca de 170 países que
são ranqueados a partir desse índice conforme critérios a seguir:

107 Unid 1 Tema 5 53 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Indicadores de desenvolvimento e de crescimento econômico

De acordo com dados da PNUD, para o ano de 2012, o Brasil ficou na 85ª
colocação no ranking do IDH. Nesse ranking, constam 186 países. O Valor do
IDH brasileiro é 0,730, ou seja, nosso IDH é considerado médio. O país
melhor colocado é a Noruega, com um IDH de 0,955, acompanhada pela
Austrália, com 0,938. O último colocado é Níger, com um índice de 0,304.

107 Unid 1 Tema 5 54 / 102


CRESCIMENTO ECONÔMICO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Índice de Gini

O índice de Gini é um índice que mede a desigualdade ou concentração da


renda. Ele varia entre 0 e 1, sendo que 0 representa a completa igualdade
(todos teriam a mesma renda) e 1 a completa desigualdade. Assim, ao
pensarmos no índice de Gini, desejamos que ele seja o menor possível.

109 Unid 1 Tema 5 55 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho é um dos cinco mercados em
que a macroeconomia, normalmente, divide o estudo
da economia. Nesse mercado é determinada a
quantidade utilizada de trabalho, que representamos
com a letra “N” e o salário nominal do trabalhador,
representado por “W”. Então, como afirma Souza
(2011), uma definição mais completa do desemprego
exige o conhecimento sobre os critérios pelos quais
uma pessoa que é considerada economicamente ativa
não está trabalhando.

109 Unid 1 Tema 5 56 / 102


O MERCADO DE TRABALHO

• População residente

É o total de pessoas vivendo em certo país em determinado momento do


tempo, independentemente de sua idade e se está ou não trabalhando,
procurando trabalho ou apenas ocioso. A população residente se divide
em população economicamente ativa (PEA), população não
economicamente ativa e pessoas incapacitadas ao trabalho.

110 Unid 1 Tema 5 57 / 102


O MERCADO DE TRABALHO

• População economicamente ativa (PEA)


São as pessoas acima de certa idade (por exemplo, com 10 ou
mais anos de idade) que são aptas e desejam trabalhar,
independentemente de estarem ou não trabalhando. Segundo
Souza (2011), essa categoria se divide em:

• POPULAÇÃO OCUPADA
• TRABALHADORES POR CONTA PRÓPRIA
• EMPREGADORES
• TRABALHADORES NÃO REMUNERADOS
• POPULAÇÃO NÃO ECONOMICAMENTE ATIVA
• PESSOAS INCAPACITADAS AO TRABALHO
• PESSOAS DESEMPREGADAS OU POPULAÇÃO DESOCUPADA

111 Unid 1 Tema 5 58 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Causas do desemprego

Os economistas, basicamente, separam o desemprego em três tipos, de


acordo com as causas, que são: friccional, estrutural e conjuntural, que
também é chamado de cíclico. Os dois primeiros estão relacionados à
chamada taxa natural de desemprego. Os economistas da corrente
clássica afirmam que a lei natural da oferta e demanda equilibram o
mercado, ou seja, a oferta cria sua própria demanda. Em outras palavras,
tudo que é produzido será consumido ao preço do mercado.

112 Unid 1 Tema 5 58 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Desemprego estrutural

O desemprego estrutural pode ser decorrente de mudanças estruturais


na economia, como mudança tecnológica, padrão de demanda dos
consumidores, que no longo prazo alteram o mercado de mercado,
eliminando alguns postos de trabalho e criando outros.

113 Unid 1 Tema 5 58 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Desemprego Friccional

É caracterizado por pessoas que estão desempregadas momentaneamente,


decorrentes, por exemplo, de mudança voluntária de emprego ou demissão
ou primeiro emprego. Resumindo, o desemprego friccional é um
“desemprego de adaptação, típico de economia em transformação”
(SOUZA, 2011, p. 77), mas esse tipo de desemprego pode se tornar em
desemprego estrutural no médio prazo.

113 Unid 1 Tema 5 61 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Desemprego conjuntural ou cíclico

Também chamado de desemprego involuntário, acontece em fases de


recessão da economia. Nessas fases, o governo reduz o gasto, o que afeta
diretamente a demanda, diminuindo a produção e gerando desemprego.
Além desses tipos, alguns autores ainda incluem mais uma categoria do
desemprego, que é o desemprego sazonal que acontece em determinadas
épocas, por exemplo, baixa temporada ou entre safras. Esse tipo é muito
comum na agricultura e no turismo.

113 Unid 1 Tema 5 62 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Taxa de desemprego

Mas como é calculada a taxa de desemprego? A taxa de desemprego é,


segundo Passos e Nogami (2012), o percentual de pessoas
desocupadas/desempregadas na semana de referência da pesquisa com
procura no período de referência de 30 dias em relação à população
economicamente ativa (PEA) na semana de referência.

113 Unid 1 Tema 5 63 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Taxa de desemprego

Taxa de desemprego = (população desocupada)/(População economicamente


ativa) x 100. O valor encontrado mostra a relação, percentual, de pessoas que
estão procurando trabalho nos últimos 30 dias e que não exerceram atividade
remunerada nos últimos 7 dias. Por exemplo, se a taxa de desemprego for de
7%, isso significa que 7% da população economicamente ativa não está
trabalhando, mas está procurando emprego.

114 Unid 1 Tema 5 64 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Taxa de desemprego

No Brasil, temos três principais pesquisas que verificam o mercado de


trabalho, como a Pesquisa Mensal de Empregos (PME), Pesquisa de
Emprego e Desemprego (PED) e a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD), sendo a última mais utilizada no meio acadêmico dos
pesquisadores sobre mercado de trabalho. Cada pesquisa tem uma
metodologia própria.

114 Unid 1 Tema 5 65 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Movimentos no mercado de trabalho

SALÁRIO MÍNIMO
Na maioria dos países, incluindo o Brasil, existem legislações que proíbem que os empregadores
paguem menos do que um salário mínimo a qualquer categoria profissional ou gênero ou, ainda,
a idades diferentes. O salário mínimo é definido pelo governo de tempos em tempos.

SINDICATOS
Segundo Souza (2011), os sindicatos são entidades que defendem os direitos dos trabalhadores.
Dentre esses direitos, estão a irredutibilidade dos salários e a manutenção dos salários reais, ou seja,
do poder aquisitivo da população.
SALÁRIO-EFICIÊNCIA
Um empresário pode estar certo que existe mais oferta do que demanda por trabalhadores em um
determinado setor, mas ele pode não desejar, por questão estratégica, por exemplo, reduzir o salário.
Nesse caso, o empresário estaria evitando rotatividade e assegurando a qualidade do trabalho.

114 Unid 1 Tema 5 66 / 102


O MERCADO DE TRABALHO
Taxa de desemprego

Especificamente sobre o mercado de trabalho, o aumento do desemprego


estrutural pode ser apontado como um dos aspectos perversos da globalização.
Ademais, implantado pela globalização, o novo paradigma tecnológico requer
mão de obra qualificada, marginalizando, assim, parcela significativa de
trabalhadores.

115 Unid 1 Tema 5 67 / 102


TEMA DE APRENDIZAGEM 6

POLÍTICASECONÔMICAS

68 / 102
POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL

Podemos definir, de forma bem genérica, que uma política econômica é a


atuação do governo para atingir um determinado objetivo. Temos três principais
políticas econômicas, que são a monetária, fiscal e cambial.

121 Unid 1 Tema 6 70 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política monetária

A política monetária refere-se à quantidade de moeda disponível na economia,


ao crédito disponível na economia e às taxas de juros, ou, ainda, conforme
Gremaud et al. (2008), por política monetária, entende- se a atuação do Banco
Central para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada
de moeda, nível de taxa de juros, dentre outros. Por meio da definição
apresentada, percebemos que essa política influencia nossa vida diariamente e,
muitas vezes, não nos damos conta disso.

122 Unid 1 Tema 6 71 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política monetária

De acordo com Souza (2011), as funções da moeda podem ser divididas em: meio
de troca, reserva de valor, medida de valor e padrão para pagamento diferido no
tempo. A função chamada meio de troca está relacionada à possibilidade que
temos de trocar moeda por produtos e serviços que demandamos, ou seja, a
moeda nos ajuda muito por nos facilitar as trocas e, embora não pensemos muito
nisso, nem sempre foi assim, já tivemos muitas mercadorias que foram utilizadas
como moeda.

122 Unid 1 Tema 6 72 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política monetária

E por que nós demandamos moeda? Sei que você está assustado com essa
pergunta e deve ter respondido: é óbvio que sabemos. Mas sabemos na prática.
Vejamos, na teoria, quais são os motivos que nos levam a demandar moeda:

122 Unid 1 Tema 6 73 / 102


124 Unid 1 Tema 6 74 / 102
POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política monetária

Conforme Souza (2011), a demanda por moeda vai depender diretamente de qual
é a renda do agente econômico e inversamente da taxa de juros.
Explico, quanto maior a renda, maior a demanda por moeda, e quanto maior
a taxa de juros, menor a demanda, pois se a taxa de juros estiver muito alta, será
mais interessante deixar o dinheiro aplicado.

123 Unid 1 Tema 6 75 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política monetária

As operações de open market, ou mercado


aberto, são aquelas em que o governo compra
ou vende títulos públicos, ou seja, digamos
que o governo pretende irrigar a economia
com mais dinheiro, utilizando essa ferramenta
de mercado aberto. Ele vai entrar no mercado
comprando títulos públicos.

124 Unid 1 Tema 6 76 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política monetária

Depósitos compulsórios: representam parte dos recursos que os bancos


“arrecadam” no mercado sob a forma de depósitos. Essa parte é a que fica retida
junto ao Banco Central. Na prática, os bancos ficam impedidos de usarem esses
recursos para novos empréstimos. Se a intenção do governo é fazer uma política
restritiva, ele irá elevar o depósito compulsório, dessa forma, sobrarão menos
recursos para os bancos emprestarem (ou reemprestarem).

124 Unid 1 Tema 6 77 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política monetária

Taxa de redesconto: também chamada de empréstimos de liquidez por alguns


autores, a taxa de redesconto é a taxa que os bancos comerciais pagam ao Banco
Central quando precisam de dinheiro emprestado. Por exemplo, digamos que um
banco comercial precisa de recursos. Ele pode conseguir esses recursos em outros
bancos, mas, em última instância, se ele não conseguir empréstimos com seus
pares, ele recorrerá ao Banco Central.

124 Unid 1 Tema 6 78 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política monetária

Quando não temos os recursos no momento, e, mesmo assim, o utilizamos,


arcamos com os juros. Então, a taxa de juros é o pagamento por essa utilização
do dinheiro. A definição da taxa de juros está atrelada à política monetária. De
acordo com Gremaud et al. (2008), taxa de juros é o que se ganha pela aplicação
de recursos durante determinado período de tempo, ou, alternativamente, aquilo
que se paga pela obtenção de recursos de terceiros (tomada de empréstimo)
durante determinado período de tempo.

124 Unid 1 Tema 6 79 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política monetária
No Brasil, a chamada taxa básica de juros é a Selic – Serviço Especial de
Liquidação e Custódia. Ela é básica porque a partir dela é que as demais taxas são
estabelecidas. Muitas vezes, você vê o valor da Selic e diz: mas no cheque especial
estou pagando muito mais do que isso! Ou no cartão de crédito ou no
financiamento, dentre outros. Volto a dizer, a Selic serve de base para as demais
taxas de juros, é como se fosse um indicador de tendência ou um sinalizador que
o governo usa para mostrar aos demais agentes econômicos o que ele quer no
futuro próximo ou no curto prazo.

126 Unid 1 Tema 6 80 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Como a política monetária afeta a economia?
Em geral, dizemos, tecnicamente, que a política monetária pode ser
contracionista ou expansionista. E o que quer dizer isso? Uma política monetária
contracionista é feita se o governo deseja frear a economia. Melhor dizendo, se,
na visão do governo, a economia está muito aquecida, as pessoas/empresas estão
utilizando muito a moeda para as mais diversas funções, e ele deseja que isso seja
reduzido, ele praticou política monetária contracionista.

126 Unid 1 Tema 6 81 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Como a política monetária afeta a economia?

Já a política monetária expansionista funciona no sentido inverso - se o governo


acha que a economia está desaquecida e pretende estimular essa economia, ele
poderá reduzir a taxa de juros, o que levará os agentes econômicos a
reaquecerem a economia.

127 Unid 1 Tema 6 82 / 102


127 Unid 1 Tema 6 83 / 102
127 Unid 1 Tema 6 84 / 102
POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

A política fiscal trata, basicamente, do orçamento, gastos e arrecadação do


governo. Então, quando o governo gasta ou investe algum recurso, ele está
fazendo política fiscal. Quando o governo eleva ou reduz algum imposto, ele
também está fazendo política fiscal. Normalmente, ouvimos ou lemos a
manchete: “Brasil fecha período com superávit primário” ou “Brasil fecha período
com déficit primário”.

128 Unid 1 Tema 6 85 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

Já quando o governo tem déficit em suas contas, ou seja, ele gastou mais do que
arrecadou, podemos dizer que ele está fazendo uma política fiscal expansionista,
isso porque, se o governo gasta mais do que arrecada, ele está estimulando a
economia pela injeção de recursos. Aqui cabe uma observação bastante
importante: e a qualidade desses gastos? Muitas vezes, apenas gastar para injetar
dinheiro na economia não é uma boa estratégia, é preciso saber em que se está
gastando.

129 Unid 1 Tema 6 86 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

A função da política fiscal é a de ajudar o governo a atingir seus objetivos


para uma nação e, para isso, o governo utiliza as variáveis gastos e arrecadação.
A maior parte das arrecadações do governo brasileiro se dá pelos impostos. De
acordo com Gremaud et al. (2008), o Brasil sempre utilizou a estrutura tributária
para estimular setores da economia.

129 Unid 1 Tema 6 87 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

IMPOSTOS DIRETOS
Os principais impostos diretos no Brasil são o Imposto de renda – IR pessoa física
e jurídica, o IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, o IPTU
– Imposto Predial e Territorial Urbano, o ITR – Imposto Territorial Rural, dentre
outros. Esses impostos são todos diretos, o que significa que eles incidem sobre a
renda do cidadão ou da empresa, ou sobre a propriedade de algo.

129 Unid 1 Tema 6 88 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

IMPOSTOS INDIRETOS
Os principais impostos indiretos no Brasil são o ICMS – Imposto Sobre a Circulação
de Mercadorias e Serviços, o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, ISS –
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, o II – Imposto de Importação,
dentre outros. A característica que esses impostos têm em comum é que todos
incidem sobre o consumo e, por isso, são classificados como diretos.

129 Unid 1 Tema 6 89 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

IMPOSTOS NEUTROS
Dizemos que o sistema de cobranças de impostos é neutro quando a sua participação na
renda das pessoas é a mesma, independentemente do nível de renda.
IMPOSTOS REGRESSIVOS
Chamamos de sistema regressivo quando a participação dos impostos na renda das pessoas
diminui conforme a renda aumenta, ou seja, quem ganha menos, paga mais.
IMPOSTOS PROGRESSIVOS
Damos o nome de sistema progressivo quando a participação dos impostos na renda das
pessoas aumenta conforme a renda aumenta, ou seja, quem ganha mais, paga mais.

129 Unid 1 Tema 6 90 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política fiscal

E, por último, podemos analisar os impostos em relação à eficiência econômica e ao


fomento da economia. Nesse sentido, devemos analisar se o governo está
interferindo no mercado no sentido de sobretaxar determinados bens e serviços,
desincentivando sua produção, ou o contrário.

129 Unid 1 Tema 6 91 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Instrumentos da política fiscal
Exemplo: no ano de 2008, houve uma crise internacional mais localizada, a princípio
nos Estados Unidos, batizada de crise das hipotecas. Com ela houve, de modo geral,
uma redução no consumo mundial, e o Brasil acabou passando a vender menos
para o resto do mundo, já que este estava em crise. Um dos mecanismos utilizados
pelo então Presidente Lula foi o de reduzir o IPI dos automóveis, objetivando reduzir
seu preço e elevar sua demanda. Consequência: com a redução no preço dos carros,
ocorreu uma elevação da demanda e um aquecimento da economia brasileira, mais
especificamente do setor automobilístico. A indústria automobilística não reduziu sua
produção e nem precisou demitir pessoal.

131 Unid 1 Tema 6 92 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Como a política fiscal afeta a economia?

É dentro da política fiscal que o governo decide onde fará seus investimentos.
Dessa forma, ela influencia diretamente os cidadãos. Além disso, é por meio dessa
política que verificamos se o governo está endividado ou não, de onde estão vindo
e pra onde estão indo seus recursos. Como já falamos anteriormente, a política fiscal
pode ser utilizada para incentivar ou desincentivar a indústria (produção) de algum
produto.

132 Unid 1 Tema 6 93 / 102


121 Unid 1 Tema 6 94 / 102
POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política cambial

A política cambial é aquela que busca manter, atingir uma taxa de câmbio que
seja considerada boa para a economia. Junto à política cambial, alguns autores
trabalham a chamada política comercial, que se refere a mecanismos de incentivo
ou desincentivo às exportações e as importações.

121 Unid 1 Tema 6 95 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Política cambial

Nas palavras de Gremaud et al. (2008) a taxa de câmbio é o valor que uma moeda
nacional possui em termos de outra moeda nacional. Dessa forma, podemos
comparar o Real ao Dólar, ao Euro, e assim por diante. Bem como podemos comparar
Euro ao Dólar, Euro ao Franco. Um país pode adotar regimes cambiais diferentes.

134 Unid 1 Tema 6 96 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Regime de câmbio fixo

Nesse regime cambial, mantém-se a taxa de câmbio em um mesmo valor, ou


seja, não há oscilação no preço da moeda em relação a outras moedas. As leis
da oferta de demanda irão determinar preços, mas, no caso do câmbio fixo, isso
não ocorrerá, quer dizer, não será o mercado que determinará o preço da moeda
e, sim, o Governo. Para manter o câmbio fixo, é preciso que o país tenha uma boa
quantidade de Reservas Internacionais, ou seja, moeda internacional, pois o Banco
Central do país é quem administrará o câmbio e, para isso, precisará trabalhar com
essas Reservas.

134 Unid 1 Tema 6 97 / 102


134 Unid 1 Tema 6 98 / 102
POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Regime de câmbio flutuante

Nesse regime cambial, é permitido que o preço da moeda oscile de acordo com as
condições de oferta e demanda do mercado. Nesse caso, o Banco Central também
compra e vende moeda estrangeira, no entanto, faz isso apenas pela necessidade
que tem de utilizar essa moeda, ele não entra no mercado para influenciar ou
determinar o seu preço. No caso de câmbio flutuante, o preço da moeda será
determinado pelas leis da oferta e demanda. Se houver maior demanda pela moeda,
seu preço se elevará, e se a demanda cair, seu preço também cairá.

135 Unid 1 Tema 6 99 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Regime de câmbio flutuante

Vamos tratar do nosso caso específico, do mercado brasileiro. Quem demanda


dólar? Quem oferta dólar? Em outras palavras, quem compra e quem
vende dólares?
Os demandantes de dólares:
■ turistas que viajam para o exterior;
■ pessoas ou empresas que importam produtos (compram produtos do exterior);
■ pessoas ou empresas que contraíram dívidas no exterior e precisam saldá-las;
■ filiais de empresas cujas sedes são no exterior (ao remeterem lucros e dividendos).

135 Unid 1 Tema 6 100 / 102


POLÍTICAS ECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E
CAMBIAL
Regime de câmbio flutuante
Os ofertantes de dólares:
■ pessoas ou empresas que exportam seus produtos;
■ turistas estrangeiros que vêm ao Brasil;
■ investidores estrangeiros que investem no Brasil;
■ quem faz empréstimos no exterior.
Levando em conta quem são os ofertantes e demandantes de dólares, podemos afirmar que o
preço dessa mercadoria, ou seja, a taxa de câmbio é uma variável muito importante para a
economia. Com certeza, a taxa de câmbio influenciará as relações comerciais de residentes com
os não residentes.

136 Unid 1 Tema 6 101 / 102


136 Unid 1 Tema 6 102 / 102

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