Aula Bactérias e Protozoários
Aula Bactérias e Protozoários
Aula Bactérias e Protozoários
O DNA dos procariotos não está ligado a histonas sendo a bactéria Escherichia coli estudada
profundamente. Em seu citoplasma somente existem os ribossomos como organelas e são do tipo 70S, os
eucariotos apresentam o tipo 80S.
Archaea- São moneras que vivem e estão altamente adaptadas em condições extremas, que
provavelmente prevaleceram durante o início da vida na Terra. São divididas em 3 grupos:
- Metanogênicas: formadoras de metano, podem ser encontradas em ambientes encharcados e
também associadas a alguns animais como os ruminantes. Sobrevivem conforme a reação abaixo:
Uma bactéria:
Algumas bactérias:
Quanto ao método de coloração as bactérias podem ser:
Metabolismo bacteriano:
OBS: Quanto ao aproveitamento ou não do oxigênio podem ser aeróbias, anaeróbias ou facultativas (podem
viver na ausência ou presença de O2).
Dos tipos reprodutivos mais comuns a forma assexuada por cissiparidade é a predominante, porém,
muitas bactérias também reproduzem-se sexuadamente. Há três tipos de reprodução sexuada:
- Conjugação: Uma bactéria (macho), através de uma ponte citoplasmática, doa material genético
(DNA) a outra (fêmea), tornando esta mais variável geneticamente.
- Transformação: Bactérias podem incorporar fragmentos de DNA de bactérias mortas presentes do
meio, assim há aumento da variabilidade genética.
- Transdução: Durante a reprodução viral (de um bacteriófago), o vírus injeta material genético
(DNA) em uma “bactéria 1”. Ao final da reprodução, novos vírus atacam novas bactérias levando e
introduzindo parte do material genético da bactéria 1. As bactérias, ao receberem o ataque viral, incorporam
o DNA da bactéria 1, o que aumenta a variabilidade.
Doenças bacterianas: As doenças bacterianas são tratadas com antibióticos, já que estes atuam
impedindo a síntese protéica das bactérias (nos ribossomos, por exemplo) ou degradando a parede celular
bacteriana. Ambos os processos levam a bactéria à morte. Já os vírus são tratados com inibidores
enzimáticos.
-As Cianobactérias
Antigamente chamadas de algas azuis ou cianofíceas, são incluídas no grupo das eubactérias.
Podem ser células isoladas, agregados celulares, colônias ou até fazendo parte dos líquenes. O DNA não
está ligado a histonas e encontra-se em certas zonas do citoplasma. Fazem fotossíntese de modo
semelhante ao que ocorre nos vegetais e protistas clorofilados, o que ajuda a explicar que provavelmente
foram as formas fotossintetizantes mais primitivas do planeta. Vivem em locais úmidos, sobre rochas, água
doce, solo e até tronco de árvores. Algumas vivem em temperaturas extremas. Pode haver uma bainha de
mucilagem externa à parede celular e é frequentemente pigmentada (dourada, amarela, azul, violeta,
marrom, etc.). A cor das cianobactérias é dada devido a pigmentos contidos nos sistemas de membranas e
não em plastos: azul (ficocianina), vermelho (ficoeritrina), clorofila “a” e carotenóides. Algumas podem fixar o
nitrogênio atmosférico através de um tipo celular chamado heterocisto. Ainda podem formar os acinetos
(estruturas muito resistentes em ambientes desfavoráveis). Quanto à reprodução é assexuada por
cissiparidade ou ainda podem se partir em fragmentos chamados hormogônios.
ATENÇÃO: No grupo dos eucariontes, os organismos apresentam material genético envolto por membrana
nuclear (carioteca). Há casos de unicelularidade (protozoários, algas e fungos) e de multicelularidade
(algas, fungos, vegetais e animais). Podem ser autótrofos (algas protistas e vegetais) ou heterótrofos
(protozoários, fungos e animais). Os seres vivos eucariotos são divididos didaticamente em 4 reinos:
protistas, vegetais, fungos e animais.
Protistas
O termo protista deriva do grego e significa “primeiro de todos”, dando a idéia de serem os primeiros
eucariontes da escala evolutiva. Podem ser unicelulares (algas e protozoários) ou multicelulares (algas),
autótrofos (algas) ou heterótrofos (protozoários). No caso das algas, seu corpo pode ser chamado de Talo,
independentemente de serem uni ou multicelulares. É um reino com diversas classificações, sendo que no
sistema de cinco reinos proposto por Whittaker ele é considerado Reino Protista, porém, foi modificado por
Schwartz e Margulis para Reino Protoctista, onde mostra que este reino é claramente polifilético, isto é,
seus representantes não apresentam ancestralidade direta comum. Usaremos como base uma das
bibliografias amplamente usadas no ensino médio (Bio2-1.ed. Sônia Lopes- Ed. Saraiva-São Paulo-2008).
-PROTOZOÁRIOS
Atualmente a classificação em quatro filos, tomando por base a presença e o tipo de estrutura
empregada na locomoção, não é mais aceita. Hoje, consideram-se cerca de dez filos, cujas relações
filogenéticas ainda não são bem compreendidas. Acompanhe abaixo os grupos de protozoários:
Entamoeba histolitica
OBS: As amebas dulcícolas, possuem citoplasma com concentração maios que a do meio externo,
em função disso muita água entra na célula por osmose o que pode causar rompimento, entretanto,
apresentam vacúolos contráteis ou pulsáteis, que expulsam a água em excesso (osmorregulação). Nos
marinhos não há esses vacúolos, pois são isosmóticos com o meio. Não há esses vacúolos nos parasitas.
As amebas são do filo Rhizopoda e os outros protistas amebóides são os Heliozoários e os
Radiolários, que pertencem ao filo Actinopoda e os Foraminíferos que pertencem ao filo Granuloreticulosea.
*Protozoários flagelados- Deslocam-se ou obtém alimentos por meio de flagelos; compõem cerca de três
filos, antigamente considerados em um único filo (filo Flagellata ou Mastigophora), o que não é mais aceito.
Há muitos de vida livre aquáticos, como o gênero Bodo, comuns em águas paradas. Outro exemplo é o
Trychonympha que vive em mutualismo no corpo de outros animais, degradando celulose presente na
madeira ingerida por cupins e baratas.
Os parasitas mais conhecidos com seus métodos de contaminação são o Trypanosoma cruzi (Mal de
Chagas- Percevejo Barbeiro ou Chupança- Triatoma), Trypanosoma gambiense (Doença do sono- Mosca
Tsé-Tsé), Giardia lamblia (Giardíase- Água e alimentos contaminados), Trychomonas vaginalis
(Tricomoníase- Contato sexual), Leishmania brasiliensis (Leishmaniose tegumentar americana- Úlcera de
Bauru ou ferida brava- Mosquito fêmea do gên. Lutzomyia, Mosquito palha) e Leishmania chagasi
(Leishmaniose vísceral americana- Calazar- Mosquito palha). Abaixo o ciclo de vida da Doença de Chagas.
*Protozoários ciliados- Deslocam-se ou obtêm alimentos por meio de cílios; é o único grupo que se
mantém igual à classificação tradicional, a qual propõe o agrupamento de todos os ciliados em um único filo
(Ciliophora). Podem ser encontrados em água doce, salgada, salobra e solos úmidos. Existem espécies
parasitas sendo a Balantitium coli a parasita do ser humano. Os gêneros mais conhecidos de vida livre são
o Paramecium e a Vorticella, que se alimentam de material em suspensão na água e a Frontonia que é
predador de outros protozoários. Usaremos como base o Paramécio que apresenta estruturas típicas como
o sulco oral, uma reentrância ciliada onde o alimento entra no ser vivo; o citóstoma, onde o alimento
penetra na célula; citopígio ou citoprocto, por onde os restos não aproveitados são eliminados do vacúolo
para fora. Há também presença de vacúolos pulsáteis para osmorregulação e a presença de dois núcleos, o
macronúcleo (metabolismo) e o micronúcleo (reprodução sexuada-conjugação, conforme abaixo)
*Protozoários esporozoários- Não possuem estruturas especiais para deslocamento, mas podem se
deslocar por flexões do corpo ou deslizamento; obtêm alimentos principalmente por absorção ou pinocitose;
eram chamados de Sporozoa. São todos endoparasitas e completam seu ciclo de vida dentro de células do
seu hospedeiro. Seu ciclo de vida apresenta formas de intensa multiplicação no interior do corpo dos
organismos parasitados (esquizogonia e esporogonia). Podem formar estruturas de resistência
(esporocistos) onde ficam os esporozoítos, uma das formas celulares dos esporozoários. Os principais
parasitas deste grupo são os seres do gênero Plasmodium, causador da Malária e o Toxoplasma, causador
da Toxoplasmose.
-Malária:
-Espécies causadoras:
*Plasmodium vivax – Febre terçã benigna, acesos febris a cada 48 horas.
*Plasmodium malariae – Febre quartã benigna, acessos febris a cada 72 horas.
*Plasmodium falciparum – Febre terçã maligna, acessos febris de 36 a 48 horas (irregulares).
*Hemácias parasitadas aglutinam e provocam obstrução dos vasos. Frequentemente é fatal.
-Toxoplasmose
Contágio: As pessoas podem ingerir diretamente os cistos do Toxoplasma gondii presentes no meio
ou ao ingerir carnes malpassadas que contenham os cistos especiais do toxoplasma.
OBS: O parasita prejudica o sistema nervoso e também pode causar cegueira, sendo um dos
exames importantes durante o período gestacional.
-ALGAS
Filo Euglenophyta- Parede celular ausente. Apresentam dois flagelos que partem do saco flagelar ou
reservatório. Voltada para o citoplasma, apresentam uma película flexível formada por fibrilas protéicas que
dão forma mais constante à célula. Existem espécies fotossintetizantes (apresentam estigma para
percepção da luz) como a Euglena e a Phacus e heterótrofos, que se alimentam de outros protistas. A
Peranema é um exemplo de heterótrofo que se alimenta de euglenas. Essas espécies vivem em água doce,
mas são comuns exemplos em água salgada. Também apresentam vacúolos para osmorregulação, como
outros protistas.
Euglena
Filo Dinophyta (Dinoflagelados)- São também chamadas de Pyrrophyta (algas de fogo). Abriga
organismos unicelulares autótrofos, heterótrofos de vida livre, mutualistas e até parasitas de protozoários,
crustáceos e peixes. Possuem endoesqueleto com sacos membranosos associados à membrana
plasmática e podem conter depósitos de celulose. Muitas espécies fazem parte do plânton marinho (gên.
Ceratium é autótrofo e o gên. Noctiluca é heterótrofo com um tentáculo móvel).
O gênero Noctiluca apresenta bioluminescência, sendo a reação química dependente de uma
substância chamada luciferina que é oxidada pela enzima luciferase na presença de ATP e oxigênio,
liberando a luz. Isso também acontece com outros seres vivos. Algumas espécies são formadoras da MARÉ
VERMELHA.
Um dinoflagelado
Filo Bacillariophyta- Este filo é representado pelas Diatomáceas, algas muito comuns no plâncton marinho
e em água doce. A maioria é autótrofa, mas existem espécies heterótrofas no sedimento marinho. A sua
parede celular é rígida (frústula ou carapaça), impregnada de compostos de sílica. A frústula é composta
por duas valvas que se encaixam. Há muitas formas de vida neste grupo, não havendo um padrão comum.
OBS: Após a morte das diatomáceas formam-se depósitos dessas carapaças, formando as terras de
diatomáceas, ou diatomito, que podem ser classificadas como um tipo de rocha sedimentar. O diatomito
pode ser usado como filtro e essas carapaças podem ser usadas como abrasivos e até na produção de
dentifrícios e cosméticos.
Filo Phaeophyta- Algas pardas. São multicelulares e de tamanho variado, podendo chegar de
microscópicos até mais de 60 metros. Ocorrem principalmente no ambiente marinho. Na região Nordeste
temos tipicamente o Sargassume a Padina. No Atlântico Norte forma-se o Mar de Sargaço. Apresentam
ramos diferenciados com função reprodutora e pequenas vesículas cheias de gás que funcionam como
flutuadores, mantendo a alga na superfície. Em alguns ambientes costeiros e frios podemos encontrar algas
pardas gigantes (Kelps) que formam florestas aquáticas. São fonte de muitos produtos para a indústria para
alginatos (substâncias viscosas para fabricar o papel), estabilizadores de cremes dentais e sorvetes. Os
principais gêneros são o Macrocystis e Laminaria. A espécie Laminaria japônica (Kombu), comum na China
é usada na alimentação e seu alto teor de Iodo combate o Bócio.
Filo Chlorophyta- É o grupo mais diversificado de algas, com representantes uni ou multicelulares e mais
de 7 mil espécies. São marinhos, dulcícolas ou meio úmido (cascas de árvores, barrancos). A Ulva (alface-
do-mar) é um exemplo bem conhecido. A parede celular é rica em celulose e algumas podem apresentar
carbonato de cálcio (algas verdes calcárias), comuns no litoral brasileiro. Podem também fazer parte da
formação mutualística dos líquenes.