Varal Dos Poemas

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V
D
E
A
0
M
R
S
A
A
P
S
L
O
Vinham, louras, de preto
Ondeando até mim
Pelo jardim secreto
Na véspera do fim.

Nos olhos toucas tinham


Reflexos de um jardim
Que não o por onde vinham
Na véspera do fim.

POEMAS
Mas passam… Nunca me viram

VARAL DOS
E eu quanto sonhei afim
A essas que se partiram
Na véspera do fim.
meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse


acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do
caminho

POEMAS
tinha uma pedra

VARAL DOS
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Quando penso que tudo o quanto cresce
Só prende a perfeição por um momento,
Que neste palco é sombra o que aparece
Velado pelo olhar do firmamento;Que os
homens, como as plantas que germinam,
Do céu têm o que os freie e o que os
ajude;
Crescem pujantes e, depois, declinam,
Lembrando apenas sua plenitude.Então a
ideia dessa instável sina
Mais rica ainda te faz ao meu olhar;

POEMAS
Vendo o tempo, em debate com a

VARAL DOS
ruína,Teu jovem dia em noite transmutar.
Por teu amor com o tempo, então,
guerreiro,
E o que ele toma, a ti presenteio.
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

POEMAS
E assim nas calhas de roda

VARAL DOS
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Não, Tempo, não O mundo inteiro é um
zombarás de minhas palco
E todos os homens e
mudanças!
mulheres não passam
As pirâmides que
de meros atores
novamente construíste
Eles entram e saem de
Não me parecem novas,
cena
nem estranhas; E cada um no seu tempo
Apenas as mesmas com representa diversos VARAL DOS
novas vestimentas. papéis. POEMAS
Eu não tinha este rosto de hoje, (...) Acreditei que se amasse de
Assim calmo, assim triste, assim novo
magro, esqueceria outros
Nem estes olhos tão vazios,
pelo menos três ou quatro
Nem o lábio amargo.
rostos que amei
Eu não tinha estas mãos sem
Num delírio de arquivística
força,
organizei a memória em
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração alfabetos
Que nem se mostra. como quem conta carneiros e
Eu não dei por esta mudança, amansa
Tão simples, tão certa, tão fácil: no entanto flanco aberto não
— Em que espelho ficou perdida esqueço
a minha face? e amo em ti os outros rostos
- O meu nome é Severino, A vida é uns deveres que nós
como não tenho outro de pia. trouxemos para fazer em casa.
Como há muitos Severinos, Quando se vê, já são 6 horas: há
que é santo de romaria, tempo…
deram então de me chamar Quando se vê, já é 6ª-feira…
Severino de Maria Quando se vê, passaram 60 anos!
como há muitos Severinos Agora, é tarde demais para ser
com mães chamadas Maria, reprovado…
fiquei sendo o da Maria E se me dessem – um dia – uma
do finado Zacarias. outra oportunidade,
Mas isso ainda diz pouco: eu nem olhava o relógio
há muitos na freguesia, seguia sempre em frente…
por causa de um coronel E iria jogando pelo caminho a casca
que se chamou Zacarias dourada e inútil das horas.
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como se te perdesse, assim te quero.

POEMAS
Como se não te visse (favas douradas

VARAL DOS
Sob um amarelo) assim te apreendo
brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de
ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas
estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada
Como se te perdesse, assim te quero.

POEMAS
Como se não te visse (favas douradas

VARAL DOS
Sob um amarelo) assim te apreendo
brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de
ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas
estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada
Assim eu queria o meu último
poema
Que fosse terno dizendo as coisas

POEMAS
mais simples e menos intencionais

VARAL DOS
Que fosse ardente como um soluço
sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores
quase sem perfume
A pureza da chama em que se
consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam
sem explicação.
Mas o que quer dizer este Acredite, pense e faça,
poema? - perguntou-me use sua intuição,
transforme sonho em suor,
alarmada a boa senhora.
pensamento em ação.
E o que quer dizer uma
Enfrente cada batalha
nuvem? - respondi sabendo que a gente falha
triunfante. e que isso é natural,
Uma nuvem - disse ela - cair pra se levantar,
umas vezes quer dizer aprender para ensinar
chuva, outras vezes bom que o bem é maior que o mal.
tempo...

VARAL DOS
POEMAS
Assim eu quereria o meu último
Teus olhos são meus poema.
livros. Que fosse terno dizendo as coisas
mais simples e menos intencionais
Que livro há aí melhor, Que fosse ardente como um
Em que melhor se leia soluço sem lágrimas
A página do amor? Que tivesse a beleza das flores
quase sem perfume
A pureza da chama em que se
Flores me são teus lábios. consomem os diamantes mais
Onde há mais bela flor, límpidos
A paixão dos suicidas que se
Em que melhor se beba
matam sem explicação.
O bálsamo do amor?

VARAL DOS
POEMAS

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