Climatologia Geral - Filmes No Ensino-Aprendizagem de Climatologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
CLIMATOLOGIA GERAL

ALESSANDRA DOS SANTOS GOMES

Filmes no ensino-aprendizagem de Climatologia

Manaus – AM
2024
FILMES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE CLIMATOLOGIA

As produções cinematográficas relacionadas com a climatologia (filmes, séries e


documentários) tem como objetivo alertar muitos espectadores sobre acontecimentos
extremos que ocorrem em escala local ou no mundo. Um exemplo é a série “Terra
Tempestuosa” (Earthstorm), disponível na Netflix com 1 temporada lançada no ano de
2022, composta por 4 episódios sendo eles: Tornado - 1 é dirigido por Talya Tibbon,
Vulcão - 2 é dirigido por James Morgan, Terremoto - 3 é dirigido por Tim Lambert e
Furacão - 4 é dirigido por Adam Brown.
O episódio 4, destaca o Furacão Ida que ocorreu em 2021 e as 48h antes deste
fenômeno atingir o solo no litoral do Estado de Louisiana, localizado na Região Sul dos
Estados Unidos, à beira do Golfo do México bem como os estragos da sua passagem. Este
furacão revelou a realidade das mudanças climáticas, assim o furacão é um fenômeno
meteorológico mais poderoso da natureza e atualmente estão mais fortes e mais intensos,
conforme o relato de “caçadores de furação” e especialistas que acompanharam o Ida
desde sua formação.
Em 23 de agosto de 2021, uma depressão atmosférica entra no Caribe e em 3 dias
transforma-se em tempestade tropical que passa por Cuba e segue para os EUA como
furacão de categoria 1. As categorias são baseadas na velocidade do vento e no dano
estrutural e varia de moderado a completa destruição. Este acompanhamento se deu
graças aos instrumentos das estações meteorológicas, imagens de satélites, radar
meteorológico, modelos numéricos e outros.
O documentário retrata os caçadores e especialistas equipados com instrumentos
portáteis para visualizar a rota do furacão via dados de satélites e carros modificados para
suportar os detritos originados por ventos fortes. Conhecer a existência de tais
instrumentos é um fator positivo para o ensino aprendizagem em climatologia, pois a
monitoração destes eventos torna-se indispensável para realização de planejamentos para
minimizar os impactos em diversos segmentos.
Na série, o professor Brian Haus da Universidade de Miami explica o que faz um
furacão crescer e sua estrutura. Segundo ele a maior parte de energia do furacão está na
água morna do oceano, e quando o oceano atinge a temperatura acima de 26º é quando as
tempestades podem se formar. Saber que as águas dos oceanos funcionam como um
regulador do sistema climático direciona a aprendizagem, fazendo com que se aborde
temas relacionados ao como a sociedade está cuidando dos oceanos.
O aquecimento das águas ocorre por ação dos efeitos do El niño que é natural e
do aquecimento global causado pelo homem através da queima de combustíveis fósseis e
desmatamento que geram materiais particulados que retem o calor e a poluição. Sabe-se
que o aquecimento das águas afeta o bioma marinho, destruindo recifes de corais que são
fontes de alimento para os peixes, redução de oxigênio fazendo com que cardumes se
extinguem, logo afetando a oferta deste alimento para as pessoas.
Monitorar o aquecimento das águas e vital para criar planos de contenção de danos
e políticas públicas que atendam as comunidades pesqueira, ribeirinha, tribos e outros
grupos que dependam diretamente dos oceanos, rios e lagos bem como da fauna marinha
que é fonte de proteína e cadeia econômica de todo o mundo.
Em 2023 diversos povos na Amazônia, e outras regiões no Brasil e mesmo outras
partes do mundo tiveram impactos devido a mudança climática ocasionada pelos efeitos
do El niño. A seca que atingiu a Amazônia foi recorde, e políticas públicas foram
ineficientes para atender a população, tal fato deve ser revisto por meio de mais incentivo
as pesquisas e criação de fundos para antecipar ações de combate aos efeitos observados.
Conforme a série, nas últimas 3 décadas os furacões de categoria 4 e 5 dobrou à
medida que as temperaturas globais aumentaram, fenômenos como tufões, ciclones serão
mais intensos e catastróficos. Nas 16h antes de atingir o solo, as pessoas buscavam sair
das cidades litorâneas pelas rodovias, pois à medida que eram informadas da intensidade
e categoria do furacão e o poder de destruição, maior era o medo.
O furacão ganhava velocidade quanto mais se aproximava do Golfo do Mexico,
pois as águas próximas ao litoral estavam com a temperatura elevada. 6h antes já era
perceptível ventos intensos, chuvas e avisos para as pessoas se protegerem. Na instalação
experimental da Universidade da Florida, foi realizado uma simulação de furacão em área
de litoral, estas áreas são as mais afetadas por possuir um grande contingente
populacional, como explica o professor Forrest Masters. A ideia é construir abrigos
seguros e testar soluções de evacuação e ajuda aos atingidos.
No dia 29 de agosto de 2021, as 11h55min, chega ao litoral de Louisiana o furacão
Ida de categoria 4 e ventos de mais de 240km/h, assustando mesmo os caçadores de
furacão que fazem uma espécie de jornalismo de tempestade descrevendo estragos e
tragédias e cientistas que levam instrumentos meteorológicos para esses locais. Ida gerou
alagamentos (ventos fortes inverteram temporariamente o fluxo do rio Mississipi) e
grande destruição.
Nas 16h após atingir o solo, Ida deixou um rastro de destruição, falta de energia,
falta de água e milhares de desabrigados, a maré de tempestade que ocorre durante e se
mantém após a passagem do furacão, limita a ajuda imediata. Estudos são realizados a
partir do que é visto nas áreas atingidas e ideias são postas na prática e divulgadas para o
conhecimento de outras regiões onde ocorrem eventos desta magnitude.
Segundo o documentário, nas 72h após atingir Louisiana, Ida seguiu para nordeste
do país e passou por 8 estados e tornou-se uma tempestade tropical, de acordo com
Marshall Shepherd da Universidade da Georgia, “espera-se furacões mais intensos,
inundações onde não acostumava ocorrer. Nestas regiões não existem estruturas ou
políticas que as preparem para esses eventos climáticos”.
Após 4 dias o Ida atinge Nova York, gerando chuvas fortes, inundação,
paralização de algumas linhas de metrô. Foi o maior volume de chuva em 1h já registrado
na história da cidade. O que eles vivenciaram em 2021 é muito diferente dos fenômenos
que ocorriam ao longo de 100 anos atrás quando o sistema de metrô foi construído e agora
deve-se adequar a realidade das mudanças climáticas. Ida se desloca para o Atlântico
Norte, enfraquece e “morre”.
As informações sobre fenômenos climáticos observados no documentário podem
conscientizar as pessoas e ajudá-las, a prevenção com base em dados gerados por
ferramentas meteorológicas são uma grande contribuição da evolução da tecnologia e se
faz necessária para tomada de decisões por parte dos governos em todo o mundo. Outro
ponto é a explicação da intensidade destes eventos motivados pela forma como vivemos
no mundo, o consumo desenfreado, destruição do meio ambiente, crescente níveis de
poluição.
Cabe destacar que existe a Organização de Meteorologia Mundial OMM,
contribuindo com dados; desenvolvendo centros meteorológicos e promove intercâmbio
de informações e ajudar todos os países caso ocorra algum evento que gere riscos para
população. No Brasil o Instituto Nacional de Meteorologia é responsável por coordenar
ações de vigilância e monitoramento constantes de evento climáticos auxiliando na
tomada de decisão e na criação de planos para minimizar impactos.

REFERÊNCIA
EARTHSTORM (Temporada 1, ep. 4). Produção: Adam Brown. Estados Unidos: Netflix,
2022. (44 min.)

Você também pode gostar