Annex Municipal Profile Sambizanga 2011

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE SAMBIZANGA
Perfil do Município do Sambizanga

Província da Luanda
preparado em colaboração com o
Funduçao Gates
Luanda – 2011
Perfil do Município do Sambizanga - Província de Luanda
Titulo
Perfil do Município do Sambizanga– Província Luanda
Orientação e Produção
DW- Development Workshop Angola
Financiamento
Fundação Gates
Coordenação e Elaboração
Ana Cristina Oliveira – Consultora
Sistema de Informação Geográfica

Katuzolo Sanza Paulina- Development Workshop
Regina Célia de Camargo – Development Workshop
Madalena Meneze – INOTU
Manuela Costa – INOTU
Equipa de Campo:
Domingas Velasco Silva - INOTU
Joana Rosa Bravo - INOTU
Telma Tatiana Manuel
Luísa Gouveia Pinto
Manuel Prazeres Saldanha - INOTU
André Tuqucha Kivuandinga
Ângelo Dombe Garcia
Mateus Joaquim Custódio - INOTU
Venâncio Manuel Joaquim
Colaboração
Irene Castro – Consultora Independente
Vânia Frederico – Development Workshop
José Tiago - Development Workshop
May 2011
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Glossário
AMCNK Associação dos Músicos da Comuna Ngola Kiluanje

AATLC Acção Angolana dos Técnicos de Laboratório Cristã
AI Associação Inforsambila
ACAPC Associação dos Comités de Água para o Progresso
Comunitário
GCRNK Grupo Cultural e Recreativo Ngola Kiluanje
AJA Associação dos Jovens Adolescente
CARE CARE Internacional (ONG)
GAMEK Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza
PTEs Postos de Transformação de Energia
EDEL Empresa Distribuidora de Electricidade de Luanda
PAS Progresso Associação do Sambizanga
DW Development Workshop Angola
FNLA Frente Nacional de Libertação de Angola
IFAL Instituto de Formação das Administrações Locais
INOTU Instituto Nacional de Ordenamento Territorial e Urbano
Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança
MAPESS
Social
MAT Ministério da Administração do Território
MINARS Ministério de Assistência e Reinserção Social
MPLA Movimento Popular Para Libertação de Angola
ONG Organização Não Governamental
PAV Programa de Apoio à Vacinação
PIP Programa de Investimentos Públicos
PLD Partido Liberal Democrático
PRS Partido Renovador Social
SAVE Aliança de Save the Children
UNITA União Nacional Para Independência Total de Angola
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0- Sumário Executivo
O perfil do município do Sambizanga surge no âmbito do processo de
parceria entre as administrações municipais e o Programa de Luta Contra
Pobreza Urbana – um consórcio composto pelas ONGs Development
Workshop Angola (como organização líder), CARE International, Save the
Children Angola e One World Action. The profile was completed under the
auspices of the financial support of the Gates Foundation and the
Development Workshop project for the local monitorisation of urban
poverty.
Este perfil vem para auxiliar à administração municipal e seus parceiros na

elaboração de planos de desenvolvimento municipal. O perfil tem como
objectivo de permitir com que o município se beneficie de uma
caracterização profunda e de um entendimento sobre as lacunas
existentes nas áreas socioeconómicas. O perfil aborda questões de
governação, físico e ambiental, institucional, social e económico, usando
métodos participativos e inclusivos. A miscelânea de esforços conjuntos
que foram empreendidos para a sua elaboração é o prelúdio da união de
sinergias que o governo central pretende imprimir para o processo de
governação local onde os governantes e os governados trabalham juntos
na promoção do desenvolvimento local. O perfil de Sambizanga contou
com a participação de técnicos da administração municipal, membros de
organizações da sociedade civil, comissões de moradores, ministério do
urbanismo e ambiente através do Instituto nacional Ordenamento do
Território (INOTU).
A pretensão do governo “Angolano em tornar Angola num bom país para

se viver” leva necessariamente a existência de planos coerentes e
prioritários às necessidades locais que sirvam para direccionar de forma
racional e eficiente os recursos que são alocados. A coerência dos planos
só se farão sentir de forma efectiva se houver uma caracterização exacta
sobre cada localidade.
Tem sido cada vez mais consensual nos vários discursos de entidades
governamentais e de cidadãos de vários extractos de que os grandes
desafios para o desenvolvimento de Angola passam pelo município. O
governo Angolano tem demonstrado sinais de querer revitalizar as
4
dinâmicas municipais para que os programas de desenvolvimento sejam

mais próximos às prioridades e realidades das populações.
O presente documento vem para ser uma contribuição dos esforços
nacionais para se ter uma base sólida de elaboração de planos de
desenvolvimento municipal.
Luanda é uma província em constantes mudanças, por isso, um período de

meses pode equivaler a uma mudança radical das condições sociais ou
económicas de uma determinada comunidade. O presente perfil pode em
alguns casos apresentar dados que já tenham sido alterados devido à
mobilidade das comunidades, investimentos públicos ou processos de
requalificação urbana. É por isso responsabilidade da administração
municipal liderar a actualização do documento periodicamente sempre que
for necessário.
I- Historial do Município
O nome Sambizanga, resulta da aglutinação de Sambila (termo quimbundo que

em português significa dança) e Zanga (que significa desavença). Atribuiu-se este
nome pelo facto de ser um local que realizava festas com muita frequência, mas
na maioria das vezes terminavam em zangas ou zaragatas.
A nível Administrativo o Município foi conhecendo alterações ao longo do tempo.

Em 1980 por força da Lei 3/80 de 26 de Abril, a província de Luanda foi dividida
em duas: Bengo e Luanda, ficando o Sambizanga pertencente a esta ultima. Até
essa altura o Sambizanga era um concelho pertencente ao Distrito de Luanda,
constituído por três Bairros: Sambizanga, Lixeira e Ngola Kiluanje dependentes da
freguesia de São Paulo. No entanto nas décadas 20 e 30 pertenciam ao
Sambizanga parte do actual Município do Rangel e dos Bairros da Cuca e da
Nocal. A actual divisão Administrativa é composta por três comunas,
nomeadamente, comuna sede do Sambizanga, comunas do Bairro Operário e
comuna Ngola Kiluanje. Em 2006, foi nomeado o primeiro administrador da
comuna sede do Sambizanga.
Os primeiros grupos etnolinguísticos que habitaram o Sambizanga foram os

bakongo e kimbundo. A nível de estrangeiros, para além dos portugueses havia
cabo-verdianos. Actualmente conta com um grande número de cidadãos de São
5
Tomé, do Congo Democrático, do Mali, Senegal, Mauritânia e do Líbano, os

últimos especialmente ligados ao comércio.
No período pré independência o Município era muito pouco povoado, tendo uma
vasta extensão do território ocupado quintas. No decorrer do tempo essas
quintas foram dando lugar a habitações de pau-a-pique e mais recentemente
casas de construção definitiva.
Com os conflitos pós independência e pós eleitoral foi-se assistindo á chegada
ao município de um elevado número de pessoas oriundas de toda a Angola,
fugidas da guerra, provocando uma grande concentração de população, e
consequentemente a construção anárquica de habitações. Nesse período assistiu-
se a um número crescente de mulheres chefes de família, a dedicar-se ao
comércio informal, devido á saída dos maridos para a vida militar e para o
exterior do País.
Hoje, embora grande parte do Município do Sambizanga seja composto por um

aglomerado desordenado de habitações, de pequenos estabelecimentos
comerciais e sem espaços livres até mesmo para a construção de infra-estruturas
sociais, possui um dos Bairros residenciais de luxo da Província de Luanda, onde
estão localizadas a maioria da Embaixadas e igualmente possui uma zona
residencial constituída por prédios.
A nível político, o Município é conhecido pelo grande movimento nacionalista dos

seus moradores, pró independência. Na década de 60, saíram grandes figuras
políticas para luta clandestina, por causa da perseguição colonial, e foram criados
vários grupos políticos clandestinos de luta pela independência do País e de
resistência contra a invasão dos comerciantes e taxistas portugueses.
A nível social, no período pós independência, começou aumentar o número de

infra estruturas sociais (educação, saúde, água, energia e saneamento). Com o
surgimento dum surto de cólera na década de 90 levou á construção do pavilhão
da cólera na comuna de Ngola Kilunje. Nessa altura foi construída igualmente a
primeira sala de partos que fez com que a população diminuísse a procura a
outras maternidade e hospitais, e foi igualmente construído o primeiro posto
médico na comuna sede. A maternidade Augusto N‟gangula (antiga Casa da
Misericórdia), a segunda maior na província de Luanda, existe desde os meados
dos anos 60. Verificaram-se campanhas de sensibilização para ingresso á escola.
O limitado acesso dos angolanos á escola até essa altura, conheceu a
massificação do ensino e a abertura de algumas escolas particulares do ensino
primário até a quarta classe, a um preço simbólico. Em 1992 surge o instituto
Dom Bosco, que para além de ter enquadrado na escola crianças que se
6
encontravam fora do sistema de ensino, preparou profissionais para o emprego

com a criação do primeiro centro de formação profissional no município.
A nível económico, antes da independência, as principais actividades económicas

do Município eram a pesca, agricultura de subsistência. O Município contava
ainda com algumas indústrias de vulto como a Refinaria e fábricas de enchimento
de gás botânico, de cerâmica, de colas, de fardamento e de panelas, para além de
outras de pequena dimensão como padarias. Um grande número de moradores
do Município, em especial do Bairro Operário era funcionários públicos e
operários que trabalhavam nas fábricas e nos Caminhos-de-ferro e Porto de
Luanda. Praticava-se a economia privada por pequenos comerciantes
Portugueses, através de lojas e cantinas. Em 1960 foi construído o mercado de
São Paulo e na década de 80 (1986) aparece o Roque Santeiro, maior mercado
informal de Angola. No período pós – independência apesar da fuga dos seus
proprietários, algumas indústrias continuaram a funcionar. No obstante foram
surgindo outras indústrias e um número significativo de Oficinas.
Com a realização das primeiras eleições em Angola e a abertura do mercado,

apareceram outras empresas como por exemplo, a empresa de construção civil
Mota Companhia, fábrica de pneus, de gelo, de farinha de peixe e armazéns
geridos pelos estrangeiros, ao passo que outras deixaram de funcionar por terem
sido saqueadas no conflito pós eleitoral. Surge nessa altura no Município o BPC
(Banco de poupança e credito). Nesta altura, começa a proliferação do mercado
informal em grande escala, motivado pelo desaparecimento de algumas empresas
e consequentemente o desemprego de muitos munícipes.
No campo cultural, o município do Sambizanga para além de ser destaque com

grupos carnavalescos (União Kiela, Kabokomeu, Mar Baixo, União Kazukuta),
conheceu grandes artistas (Artur Nunes, David-Zé, Lurdes Van-Dúnem, Elias
Dyakimuezo, Carlos Lamartine e Domingos Prado Paím, este ultimo foi o primeiro
cantor africano a ganhar na era colonial um disco de ouro). Igualmente foi e ainda
são destaques, agrupamentos musicais, recreativos e culturais, entres eles o
clube do Maxinde e os centros culturais (Agostinho Neto, o Ngoma e Mãe Joana).
No domínio desportivo teve, e ainda tem equipas de renome como: o Académica

do Ambrizete, ASES, Maracanã e o PAS. Esta ultima foi a primeira equipa de
futebol africana a jogar no estádio do Maracanã, no Brasil e a ganhar a taça de
Angola em 1995.
O advento da PAZ trouxe um novo cenário para o município. Os jovens

começaram a se engajar na vida do município, contribuído para o surgimento de
7
varias associações, com destaque para a Akwa-Sambila, a Associação

Inforsambila, a Liga das Organizações da Sociedade Civil do Ngola Kiluanje, a
Associação dos Comités de Água para o Progresso Comunitário. Economicamente
o município começou a crescer (maior números de lojas e cantinas, aparecimento
de roulotes, abertura do super mercado da rede PRESIDILD, etc.) vivendo-se uma
verdadeira economia do mercado. A actividade Bancária cresce
consideravelmente. Estão em curso a reabilitação das estradas e terraplanagem
em toda extensão do município. Verifica-se um melhoramento de alguns serviços
públicos (água, energia e saneamento).
II- Caracterização física e ambiental
2.1- Enquadramento geográfico
O Sambizanga é um dos nove municípios da província da Luanda, tem uma

superfície de 14.5 km2, e faz limite a Norte com o município do Cacuaco, a Sul
com o município da Ingombota, a Este com os Municípios do Cazenga e Rangel, a
Oeste com Oceano Atlântico e o Município da Ingombota.
O município Administrativamente está dividido em três comunas nomeadamente,

comuna Sede com uma área de 4,825 Km2, Bairro Operário com 1,575 Km2 e
Ngola Kiluanje com 8,100 Km2km².
Existem vinte e dois bairros, distribuídas entre as três Comunas, tendo a comuna
Sede quatro bairros (Santo Rosa, Mota, Lixeira e Madeira) a comuna do Bairro
Operário com cinco bairros (Valódia, Bairro Operário, S. Paulo, Miramar, Barrocas)
e Ngola Kilunje com treze bairros (São Pedro da Barra, Farol das Lagostas, Bairro
da Paz, Marconi, Mulemba, Val Saroca, Ossos, Central, Porto Pesqueiro,
Campismo, Anteros, Nguanhã e Encib). A comuna do Bairro Operário é muitas das
vezes considerado como tendo seis bairros, devido a divisão do Bairro Valódia em
dois: Valódia A/1 e Valódia B/2.
8
9
2.2- Situação Climática
O Município do Sambizanga integra-se, quase, totalmente na região semi-

árida e árida do litoral, de Clima tropical quente e seco, com uma estação
chuvosa de cinco a seis meses (compreendidas entre 350 a 400 mm), agravada
por uma distribuição muito irregular e oscilações acentuadas de ano para ano.
A estação seca (de cacimbo) é bastante prolongada, correspondendo ao

período frio do ano, com destaque para os meses de Junho ao Agosto. A
temperatura média anual está situada entre os 23,3ºC e os 27ºC. É mais
quente no interior que na orla litoral1.
2.3- Solos
2.4- Vegetação e Fauna
2.5- Riscos ambientais
Embora não se tenha realizado nenhum estudo de impacto ambiental a nível

do município, verifica-se alguns factores de risco ambiental nomeadamente: i.
concentração de industrias nocivas ao ambiente como a refinaria, as fabricas
de velas para automóveis, de botijas de gás butano, de cerâmica e outras,
sobretudo na Comuna Ngola Kiluanje, no porto pesqueiro; ii. águas paradas e
acumulação de lixo, sobretudo perto dos mercados e nas áreas de difícil
acesso dos carros para a recolha de lixo; iii. a maioria dos prédios, sobretudo
na comuna sede e no Bairro Operário têm problemas de esgoto, tanto parte do
interior como do exterior, o que tem criado situações complicadas ao
ambiente, sobretudo focos de mosquitos e odores repugnante; iv. poluição
atmosférica e sonora causadas pelas viaturas que circulam e não só.
As zonas mais criticas que apresentam algumas implicações para o meio

ambiente são o Porto Pesqueiro e a Lixeira, por serem áreas com maior
incidência de erosão, o êxodo de ocupação é elevado, as casas na sua maioria
são de chapas e construídas em locais inapropriados.
1
FONTE: Repartição de Estudos e Planeamento da Administração Municipal do Sambizanga
10
11
III-Caracterização Demográfica
A população do município Sambizanga (2006) está estimada pela Administração
Municipal, em cerca de 650 mil habitantes2 distribuídos por um território de 14,5
km², tendo uma densidade populacional de aproximadamente 44.828
habitantes/km².
Superfí População Estimada pela Densidade

Comuna Bairros % área
cie Km2 Administração Contagem / Kms
Santo Rosa 35 000
Mota 41 000
Sede 4,825
Lixeira 74 000
Madeira 70 000
Sub-Total 220 000 145 800 45.596 33,3
Valódia 80 000
Bairro Operário 39 625
Bairro
1,575 S. Paulo 42 750
Operário
Miramar 4 125
Barrocas 13 500
Sub-Total 180 000 75 400 114.286 10,9
S. Pedro da Barra 22 000
Farol das Lagostas 20 250
Bairro da Paz 20 675
Marconi 20 300
Mulemba 20 000
Val Saroca 19 850
Ngola
8,100 Ossos 19 750
Kiluange
Central 19 200
Porto Pesqueiro 19 000
Campismo 18 275
Anteros 17 400
Nguanhã 17 400
Encib 15 900
250 000 252 600 30.864 55,8
14, 5 650 000 473 800 44.827 100
2
Dados da Administração municipal obtidos a partir do levantamento feito pelas comissões de moradores em
(data 2008).
A contagem das casas aproveitando GIS e imagem satélite foi feito em 2008.
Como se pode verificar no quadro acima, em termos de concentração populacional

vivem na comuna Ngola Kilunge cerca de 38% da população, na comuna sede 34% e
no Bairro Operário 28% A comuna do Bairro Operário apresenta uma elevada
densidade populacional, que atinge quase o tripulo da densidade do município. A
comuna de Ngola Kilunge é a maior em termos de extensão, mas aquela que
apresenta uma densidade populacional mais reduzida.
Estes dados populacionais devem ser analisados com reservas, uma vez que por um
lado ainda não se realizou um censo populacional, e por outro há fragilidades no
registo da população, pois actualmente o mesmo é feito pelas comissões de
moradores.
Devido a insuficiência de dados desagregados da população por sexo e faixa etária

no Municipio de Sambizanga, não é possível realizar um análise certo neste âmbito.
Este facto limita muito a capacidade de planeamento e implementação de
programas de desenvolvimento a nível do município.
Gráfico 5 - Estrutura da população por grupo quinquenal de idade

(Luanda, 2000)
90-94
80-84
70-74
60-64
50-54
40-44
30-34
20-24
10-14
0-4
25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Distribuição por Idade Masculina / Feminina - Fonte: Ministério de Planeamento - 2000
13
Comuna 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-44 45-59 >60 Total
M F M F M F M F M F M F M F M F
Sede
Bairro
Operário
Ngola
Kiluange
TOTAL
N. De Quantidade
Designação
Ordem (estimativa)
1 Habitantes residentes no município 650 000
2 Mulheres residentes no município 3000 000
3 Homens residentes no município 200 000
4 Crianças residentes no município 150 000
14
15
IV -Caracterização institucional
4.1- Administração Municipal
A Administração Municipal do Sambizanga é o órgão desconcentrado da

Administração do estado da Província.
A- Orgânica
O funcionamento da Administração Municipal é assente no Decreto 2/07, de 3 de

Janeiro. O município está enquadrado na categoria A3, e é um dos 68 Municípios
que se tornaram unidades orçamentais.
A estrutura orgânica da Administração municipal do Sambizanga, aprovada pelo

Ministério da Administração do Território, no Decreto nº 87/08, de 10 de Julho,
compreende os seguintes serviços:
1- Órgão deliberativo
Administração Municipal
2- Órgão de apoio consultivo

Conselho Municipal de Auscultação e Concertação Social
3- Serviços de apoio instrumental:

a. Gabinete do Administrador Municipal
b. Gabinete do Administrador Municipal - Adjunto
c. Centro de Documentação e Informação
4- Serviços de apoio técnico:

a. Secretaria da Administração Municipal
b. Repartição de Estudos e Planeamento
c. Repartição Jurídica e do Contencioso Administrativo
5- Serviços desconcentrados da Administração Municipal:

a. Repartição Municipal da Saúde
b. Repartição Municipal do Registo
c. Repartição Municipal de Educação
d. Repartição Municipal de Fiscalização
3
O Decreto-Lei nº2/07,de 3 Janeiro adopta uma tipologia de estruturação dos municípios em modelos A, B e
C, tendo como pressupostos o grau de desenvolvimento económico-social, a densidade populacional e a
realidade orgânico -funcional e potenciais recursos.
16
e. Repartição Municipal de Energia e Água

f. Repartição Municipal de Saneamento Público e Espaços Verdes
g. Repartição Municipal do Ordenamento do Território, Urbanismo e
Ambiente
h. Repartição Municipal dos Assuntos Sociais
i. Repartição Municipal dos Assuntos Económicos
j. Repartição Municipal de Serviços Técnicos
6- Serviços desconcentrados das Delegações Provinciais

a. Repartição das Finanças
b. Serviços do Ministério do Interior
7- Superintendência
a. Instituto Público Municipal
b. Empresas Publicas Municipais
Quanto as Administrações Comunais, estas regem-se nos termos dos artigos 71º
a 81º do Decreto – Lei nº 2/07 de 3 de Janeiro. A sua estrutura orgânica
compreende os seguintes órgão e serviços de apoio consultivo, executivo e
instrumental:
a) Conselho Comunal de Auscultação e concertação Social;

b) Secretaria da Administração;
c) Gabinetes do Administrador da Comunal e Administrador Comunal –
Adjunto
d) Secção dos Serviços Económico, Social e Produtivo;
e) Secção de Organização, Serviços Comunitários e Fiscalização.
A nível da Administração Municipal, a maioria das repartições já foram estruturas.

As Administrações comunais ainda estão a funcionar na base Decreto-Lei nº
17/99 de 29 de Outubro. E ainda assim, em nenhuma Administração Comunal
existe Administrador Comunal Adjunto, bem como em algumas não existem
Chefes de Secção.
B- Pessoal
O quadro de pessoal a nível do município é composto por 107 trabalhadores,

sendo que 89% dos quadros pertencem à Administração Municipal e 11% às
Administrações Comunais (5,6% Ngola Kiluanje, 4,7% Bairro Operário e 0,7%
Comuna-Sede).
17
Como se pode verificar na tabela abaixo, o quadro de pessoal da Administração

Municipal previsto no Decreto nº 87/08, de 10 de Julho, ainda está incompleto.
Dos 729 cargos criados, foram preenchidos 13%, até o presente mês. Embora não
tenha sido ainda nomeado o pessoal, algumas repartições já estão a funcionar de
acordo com o novo quadro.
Quanto as Administrações comunais existem um défice muito grande de recursos

humanos, sendo a Comuna Sede a mais preocupante, pois existe apenas o
Administrador Comunal.
Fazendo uma análise em relação ao género no quadro de pessoal do município,

na tabela indicativa abaixo, verifica-se que na Administração Municipal há um
desequilíbrio de género na ocupação dos cargos de direcção e chefia, pois 32
cargos existentes, 72% são ocupados por homens e 28% por mulheres. Já nas
Administrações Comunais a situação é inversa, de 03 Administradores comunais,
02 são mulheres.
A nível de qualidade e capacidade dos quadros, pouca informação foi obtida

neste âmbito. Como se pode verificar na tabela abaixo, não há nem informações
sobre as habilitações literárias dos quadros. Quanto ao investimento na formação
de quadros, as Administradores Comunais referiram que a partir do ano de 2007,
têm vindo a beneficiar de formações promovidas pelo IFAL e MAT, em temas
sobre o Decreto nº 02/07 e sobre Administração pública e regime jurídico.
18
Quadro - Pessoal das Administrações Municipal e Comunais

Administração Comuna Sede Comuna Bairro Comuna Ngola
Municipal Operário Kiluaje
Função Sexo Sexo Sexo Sexo
Ocupados
Previsto4
Qtd.
Qtd.
Qtd.
Hab
Hab
Hab
Hab
F M F M F M F M
Téc.
Administrador 1 1 - 1 Sup - 1 1 1 - 1 1 -
Administrador Téc.
Adjunto 1 - 1 Sup - -
1
Chefes de 1 1 - - -
Secretaria 1
Chefes de 17 12 4 8 - - -
Repartições
Chefes de 34 17 5 12 - 1 - 1 -
secção
Técnico 56 05 1 4 - - -
superior
84 10 2 8
Técnico médio - - - - 1 - 1 1 1 -
Técnico 36 ?
10 - 2 2 - 1 1 -
Administrativo 103
Auxiliar 80 18 14 4 - - 1 1 -
Operário 04
Qualificado 137 - - 2 1 1
Operário Não
Qualificado 179 16 - - -
729 95 26 39 1 1 5 3 2 6 5 1
Total
Fonte: Administração Municipal
4
Quadro de pessoal para a Administração Municipal, previsto no Decreto nº 87/08, de 10 de Julho – Anexo I
19
C- Coordenação e consulta institucional
O município tem um fórum municipal constituído mas as suas reuniões não têm
sido regulares. Os encontros de Concertação e Auscultação Social têm sido
realizados de forma periódica.
D- Instrumentos de planificação e capacidade de governação
As acções e investimentos planeadas para o município são feitos com base em

dois instrumentos: Plano quinquenal e Plano anual.
As Administrações Comunais não têm um plano de acção propriamente dito.

Anualmente, com o apoio das comissões de moradores são elaboradas listas de
necessidades das comunas, que são encaminhadas para a Administração
municipal para serem incorporadas no plano anual.
Quanto aos relatórios, as Administrações comunais elaboram dois tipos: i.

relatório anual que descreve actividades desenvolvidas pela administração; ii.
relatórios específicos que descrevem as actividades dos sectores. Os mesmos são
enviados á Administração Municipal para fazer a compilação, e elaborar o
relatório do município a ser enviado ao governo da Província.
E- Finanças municipais
O município enquanto unidade orçamental, no âmbito do Programa de Melhoria

de Gestão Municipal, do Governo Central, foi beneficiado, no ano de 2008, com o
equivalente a USD 1.000.000,00 para.
No início de 2008 o Conselho de Ministros aprovou igualmente a concessão de

um Fundo Especial de USD 5.000.000 para o desenvolvimento do município.
As Administrações comunais não têm orçamento próprio, está dependente da

Administração Municipal. A partir de Março de 2008, segundo o Administrador da
comuna sede, a Administração Comunal passou a receber mensalmente o valor
de 300.000,00 kz para despesas correntes.
Receitas são provenientes?
Quadro - Demonstrativo das Receitas do Município
20
Fontes Valor Kz
Impostos
Multa
Receitas de Serviços Diversos
Outros
Quadro - Demonstrativo das Despesas do Município

Percentual
Tipo de despesas Valor Kz
??
??
??
??
TOTAL
Algumas dificuldades a nível de gestão indicadas pelo Administrador do

Município5
As principais dificuldades operacionais, para a Administração Comunal Ngola

Kiluanje, são a falta de viatura (que tem dificultado a deslocação aos bairros) e
insuficiência de meios de trabalho (computadores e mobiliários).
5
Não foi possível obter informações a nível da Administração municipal neste âmbito
21
Quadro 06- Situação dos Meios de Trabalho das Administrações

Situação dos meios
Situação das
Administrações Rádio de
Meios Rolantes Equipamentos instalações
Comunicação
Municipal
Comuna Sede
Comuna Bairro
Operário
Ngola Kiluanje
Administração Municipal não forneceu informações
4.2- As comissões de moradores

As comissões de moradores são vistas enquanto um órgão representativo do
poder local juntos dos bairros, são reconhecidas enquanto elo de ligação entre a
Administração e a comunidade. Para a Administrações comunais, as comissões de
moradores têm participado na governação, trabalham em estreita colaboração
com o governo a nível local. As acções das comissões de moradores são
orientadas pelo governo.
O nível de funcionamento e dinamismo das comissões de moradores varia muito

de uma comuna para outra. Observa-se que na comuna do Bairro Operário uma
boa parte das comissões de moradores são inoperantes. Já nas comunas do
Ngola Kilunje e Sede, algumas são activas, sobretudo no encaminhamento de
problemas de âmbito social, outras ajudam a Administração comunal nos
pareceres do licenciamento comercial e na cedência de atestado de residência.
Em cada um dos sectores existe uma comissão de moradores que abrangem

vários quarteirões. As comissões são constituídas por um presidente, um
secretário, um tesoureiro e um fiscal. Anualmente há assembleias para eleição
das comissões de moradores, os seus integrantes são indicados pelos munícipes
e depois vão á votação secreta.
22
É de referir que alguns munícipes6 estão descontentes com o desempenho de

algumas comissões de moradores. Estes alegam que para alem de existir
comissões de moradores com pouca credibilidade, a exemplo nos bairros
Madeira e São Pedro da Barra, há morosidade e/ou fuga na resolução dos
problemas vividos nos bairros,
4.3- Autoridades Tradicionais

Com o advento da Paz, muitas autoridades tradicionais que estavam instaladas
no Sambizanga, em situação de deslocado, retornaram a suas áreas de origem.
Actualmente a nível do município existem dois sobas (um no Farol da Lagosta e o

outros na Lixeira). Oficialmente não são reconhecidos, não têm estatuto legal.
Estes participam nalgumas actividades a nível do governo e da comunidade, mas
não têm uma actuação específica.
4.4- Sociedade Civil

Existe um embrião de movimento associativo no município. Na comuna Ngola
Kilunje é onde se concentra um maior número de associações, estas na sua
maioria são constituídas por jovens. Este movimento surgiu a partir intervenção
da DW, quem já vem actuando nesta comuna desde de 1999, com acções de
formações sobre Associativismo e educação cívica, e intervenção no sector de
água e saneamento.
Fruto da actuação e dinamismo das Associações, foi criada a Liga das

Organizações da Sociedade civil do Ngola Kiluanje, constituída por varias
organizações (AMCNK, AATLC, AI, ACAPC, GCRNK e AJA). No entanto,
ultimamente verifica-se uma certa fragilidade no seu funcionamento.
Existem ainda outras Associações que são referência no município, pelo seu
envolvimento em acções no âmbito social, nomeadamente: a ADEMUS (Associação
para o Desenvolvimento Municipal do Sambizanga); a Associação Havemos de
Voltar e a Associação Akwa Sambila. Esta ultima é considerada de maior
referência, está há 10 anos a actuar no municipio, e foi a criadora do Projecto de
requalificação do Município de Sambizanga.
Para além das organizações locais, o município conta com algumas ONGs, que
trabalham no domínio social. As de maior destaque é a DW, a PSI- Angola, a SC-
UK, a CVA.
6
Durante a pesquisa, nos grupos focais.
23
Quadro de intervenção das ONGs no Município

Organizações Sectores Áreas de Intervenção Local de Acção
N.Kiluanje
Operário
Sede
PSI- Angola Saúde Acções de sensibilização no tratamento da
Agua água e praticas de higiene.
DW Redução da Sensibilização e formação sobre Direitos
X X X
Pobreza Humanos e Cidadania, Governação Local.
Geração de renda Micro crédito X X X
Educação Renovação da escolas X X X
Água Construção e reabilitação de chafarizes, X X X
Saneamento Acções de sensibilização X X X
LUPP Redução da
X X X
Pobreza
24
4.5- Igrejas
Actualmente existem no município 129 igrejas legalizadas, sendo 72 na comuna
Ngola Kiluanje, 45 na Comuna Sede e 12 na comuna do Bairro Operário. Para
além dessas, existem ainda 33 que não estão legalizadas (22 na Comuna Ngola
Kiluanje, 10 na Comuna sede e 01 no Bairro Operário.7
Algumas igrejas para além da evangelização têm desenvolvido acções de âmbito

social (campanha de vacinação e de limpeza nos bairros) e de educação cívica
(sensibilização sobre a importância das eleições). As igrejas Católica, Messiânica,
7º Dia, Metodista Unida e IERA, são as que tem maior actuação.
Uma das dificuldades enfrentada pelo responsável da secção municipal da

cultura8 prende-se com o efectivo controlo das igrejas, para além da grande
proliferação, não se consegue identificar a localização de algumas igrejas.
Mapa das Igrejas no Município de Sambizanga

Acção Social
Rendimento
Geração de
Comuna Bairro Nome da Igreja
Numero de
Educação
Membros
Nutrição
Mulher
Saúde
Sede Santo Rosa
Mota
Lixeira
Madeira
7
Informações fornecida pelo responsável da secção municipal da cultura,
8
Órgão que controla a actuação das igrejas no município.
25
Sub-Total
Valódia
Bairro
Operário
S. Paulo
Bairro
Operário
Miramar
Barrocas
Sub-Total
S. Pedro da
Barra
Farol das
Lagostas
Ngola
Kiluange Bairro da Paz
Marconi
26
Mulemba
Val Saroca
Ossos
Central
Porto
Pesqueiro
Campismo
Anteros
Nguanhã
Encib
Sub-Total
27
28
4.6- Sector Privado

Embora o número de comerciantes do mercado formal e informal seja bastante
expressivo no município, não se faz sentir a sua actuação enquanto actor do
desenvolvimento municipal.
4.6- Partidos políticos

Não foi possível obter informações oficiais sobre a quantidade de partidos
políticos existentes no município, no entanto os referidos pela população como
sendo os mais presentes no município são: MPLA, UNITA, FNLA, PLD, PRS,
PADEPA e PRD.
V- Caracterização social
5.1- Educação
O município conta com uma repartição de educação que responde pelo ensino
básico, mas esta ainda não está em pleno funcionamento conforme a nova
estrutura orgânica.
Actualmente estão em funcionamento seis áreas (ensino geral, ensino de adulto,

secretaria, finanças, recursos humanos, segurança/protecção das escolas). A
gestão dessas áreas está centralizada no município e a escola é o órgão
executivo, tendo cada uma o seu director pedagógico.
Estão em funcionamento no município 33 estabelecimentos de ensino público,

dos quais 49% na Comuna Ngola Kiluange, 24% na Comuna do Bairro Operário e
27% na comuna sede.
No ano lectivo de 2008, tiveram acesso ao ensino de base público do município,

um total de 36.747 alunos, distribuídos nas classes da iniciação, ensino primário
e 1º ciclo.
Já no que concerne ao ensino médio público, o município conta com apenas dois
institutos.
O município conta ainda, nas três comunas, com colégios privados e escolas
comparticipadas.
29
Nas escolas comparticipadas estão matriculados um total de 21.443 alunos, o

que corresponde a 58% do total de alunos que estão matriculados no ensino
público.
Nível
Professores
Secundário
Estudantes
Numero da
Comuna Bairro Nome da Escola
Primário
Numero
Numero
Privado
Estado
Médio
Salas
Sede Santo Rosa
Mota
Lixeira
Madeira
Sub-Total
Valódia
Bairro
Bairro Operário
Operário
S. Paulo
30
Miramar
Barrocas
Sub-Total
S. Pedro da
Barra
Farol das
Lagostas
Bairro da Paz
Marconi
Ngola
Kiluange
Mulemba
Val Saroca
Ossos
Central
31
Porto
Pesqueiro
Campismo
Anteros
Nguanhã
Encib
Sub-Total
32
33
5.2.1- Situação do ensino básico
Segundo a Repartição Municipal da educação, todas as escolas do município já

funcionam com base na reforma educativa. Embora não tenha sido possível
cumprir na totalidade com todas as normas, já é notório um certo avanço , como
por exemplo: nalgumas escolas, as crianças estão mais tempo na escola e há um
maior acompanhamento dos professores.
No ano lectivo de 2008, tiveram acesso ao ensino de base, um total de 36.747

alunos, distribuídos pela comuna sede 24%, Ngola Kiluanje 55% e Bairro Operário
21%.
Do total de matriculados, 84% estão no ensino primário, 15% no primeiro ciclo e

1% na classe de iniciação. Estima-se oficialmente que tenham ficado fora do
sistema de ensino cerca de 1.166 crianças em idade escolar, mas é possível que o
número de crianças em idade escolar fora do sistema seja mais elevado uma vez
que as escolas não têm o controlo dos que não conseguiram ter acesso.
No ano lectivo de 2008 aumentou o número de criança no ensino primário em

comparação com o ano lectivo de 2007, como se pode verificar no quadro
abaixo. Em 2008 houve um crescimento de 12,5% no número de crianças do
ensino primário, enquanto que no 1º ciclo a situação foi inversa, pois houve uma
redução de 21,4%, devido principalmente à insuficiência de salas de aulas.
Como forma de possibilitar o aumento de alunos com acesso à escola, foi

implementado o sistema triplo9 em duas escolas do município, sendo uma na
comuna do Bairro Operário e outra na comuna sede.
9
Consiste no funcionamento da escola com três turnos diários
34
Quadro - Acesso ao ensino básico

Alunos Matriculados – 2007 e 2008
Comunas
Iniciação Ensino primário10 1º Ciclo11
2007 2008 2007 2008 2007 2008
Sede do
- - 9.032 6.331 2.065 2.320
Sambizanga
Ngola
241 261 10.201 17.018 4.771 3.051
Kiluange
Bairro
188 213 8.231 7.553 - -
Operário
Total 429 474 27.464 30.902 6.836 5.371
Fonte: Repartição Municipal da Educação
A rede escolar municipal para o ensino de base público conta com 33 escolas,
das quais 8 (24%) estão em bom estado, 5 (15%) estão em estado regular e 20 (61
%) encontram-se em mau estado12.
Há uma tendência para que esta situação melhor, uma vez que está previsto no
curto prazo a reparação de 08 escolas no município, das quais 05 situam-se na
comuna do Ngola Kiluange, 01 na Comuna sede e 02 no Bairro Operário.
Quadro - Estado conservação das Escolas Publicas

Situação das escolas
Bom Estado Mau
Comuna Total
estado Regular Estado
Sede 01 03 05 09
Bairro Operário 01 - 07 08
Ngola Kiluange 06 02 08 16
Total 08 05 20 33
Fonte: Secção Municipal da Educação
10
Compreende o ensino da 1ª à 6ª classe.
11
Compreende o ensino da 7ª à 9ª classe
12
A classificação dada ao estado de conservação (bom, regular e mau) das escolas, é a usada pela repartição
municipal de educação.
35
36
Como se pode observar no quadro abaixo existe um deficit de salas de aulas,

uma vez que para além das crianças fora da escola, a reforma educativa
determina que deve haver 35 alunos por sala de aula. Embora a média de
alunos/sala de aulas no município seja de 45 alunos, considerando que as
escolas funcionam em dois turnos, a situações da comuna Ngola Kilunge é a mais
critica uma vez que ultrapassa a média do município. Este deficit deve ser bem
analisado, pois para além de existirem crianças em idade escolar fora do sistema,
no Bairro Operário os alunos não tiveram acesso ao 1º ciclo por falta de sala de
aulas (ver quadro acima).
A insuficiência de escolas nos bairros obriga a que muitas crianças se desloquem

para outras comunas e/ou municípios. Estas para além de enfrentarem
dificuldades de transporte, por vezes têm sofrido acidentes de viacção, ao
atravessar as estradas, sendo disso exemplo os bairros da Lixeira e Dimuca.
Esta situação poderá vir a melhorar a curto prazo, uma vez que está previsto a
ampliação de 4 escolas do município, das quais 02 no Bairro Operário, 01 no
Ngola Kiluange e 01 na comuna sede.
Quadro 10- Alunos por sala de aula

Média
Total de
Ensino Nº de Alunos/s
Comuna salas de
primário escolas ala de
aula
aulas
Sede 6.331 09 96 66
Ngola 16
Kiluange 17.018 169 101
Bairro 08
Operário 7.553 78 97
Total 30.902 33 343 90

Fonte: Secção Municipal da Educação
37
38
5.2.4- Professores
Como se pode verificar no quadro abaixo, para o ano lectivo 2008, o município
conta com 1.166 professores, sendo 68% para atender o ensino primário, 31%
para o 1º ciclo e 1% para a classe de iniciação. Do total de professores do
município 58% têm o nível de escolaridade médio, 30% possuem o nível básico13 e
s]o 12% têm o nível superior.
Como também se pode observar no mesmo quadro abaixo, no município a média

Alunos/Professor é de 30 para a classe da iniciação, 40 para o ensino primário e
15 para o 1º ciclo. No entanto, na comuna Ngola Kiluange, o rácio do ensino
primário ultrapassa a media do município.
A nível de reciclagem, são realizados seminários trimestrais para professores. Os

últimos seminários abordaram a problemática da reforma educativa, sobretudo
na vertente das avaliações diárias.
Uma das grandes dificuldades que os professores enfrentam é a insuficiência de

manuais e guias metodológicos, estando limitados apenas aos programas.
Quadro - Distribuição de alunos por professor

Ensino
Iniciação 1º Ciclo Média Alunos/Professores
Comun primário
as Aluno
Prof. Alunos Prof. Alunos Prof. Iniciação Primário 1º Ciclo
s
Sede - - 6.331 240 2.320 67 - 26 35
Ngola
Kiluang
e 261 07 17.018 185 3.051 289 37 100 11
Bairro
Operári
o 213 09 7.553 369 - - 26 20 -
Total 474 16 30.902 794 5.371 356 30 40 15
Fonte: Repartição Municipal da educação
5.2.5- Aproveitamento escolar
13
São os professores que têm entre a 8ª a 11ª classe, mas alguns deles estão a continuar os estudos no
Instituto Dom Bosco.
39
No ano lectivo de 2007, do total de alunos matriculados foram reprovados 30% e

desistiram cerca de 10%. As principais razões14 da desistência e reprovação são: i.
o facto de uma boa parte dos alunos serem de famílias com muito baixo
rendimento; ii . algumas crianças faltam muito às aulas ou/e desistem para
trabalhar no mercado como forma de ajudar no rendimento da família; iii. a
maioria das escolas não têm merenda escolar, iv. pouca motivação dos alunos
por falta de material escolar (uniformes, cadernos, lápis), pois numa sala de aula
com 35 alunos apenas cerca de cinco é que possuem material; v. fraco
acompanhamento dos pais dos alunos no processo de aprendizagem; vi. gravidez
precoce e na maioria dos casos não podem dar continuidade aos estudos porque
não têm com quem deixar o filho.
5.2.5 Merenda escolar
O Programa de merenda escolar do G.P.L tem abrangido o município do

Sambizanga, mas está limitado às comunas do Bairro operário e comuna sede.
Actualmente estão a ser beneficiadas um total de sete escolas, que tiveram como
critérios para serem seleccionadas a acessibilidade e condições de
armazenamento da merenda.
5.2.6- Relação escola e comunidade
Em todas escolas do município estão instituídas comissões de encarregados da

educação, cujos membros foram eleitos por votação. Na prática a maioria das
comissões não funcionam, devido ao pouco interesse e colaboração dos pais e ao
facto das direcções das escolas terem pouca iniciativa.
Existem nas escolas uma área específica que cuida das actividades extra-
escolares e algumas delas têm tentado engajar as crianças em actividades
desportivas e na realização de visitas a museus e locais históricos. Este tipo de
iniciativa, ultimamente tem sido realizado pontualmente, por dificuldades de
transporte para os alunos.
5.2.3- Escolas Comparticipadas15
Actualmente existem no município 38 escolas comparticipadas com um total de

219 salas de aula. Na comuna de Ngola Kilunge estão localizadas 33 escolas com
14
Explicações dadas pela direcção da educação e pelos pais.
15
São escolas privadas com financiamento público, que faz apetrechamento das escolas, colocação de
professores e apoio metodológicos aos professores.
40
um total de 196 salas de aulas e na comuna sede existem 5 escolas com 23 salas
de aulas. Estas escolas leccionam, até à 6ª classe, e as mensalidades cobradas
aos alunos não podem exceder o valor de 30 usd por mês.
Durante a pesquisa de campo16 foi referido que algumas escolas comparticipadas

funcionam em condições precárias (carteiras partidas, falta de quadro negro, sem
água, etc). São exemplo disso, algumas escolas pertencentes às igrejas nos
bairros do Encib, Madeira e São Pedro da Barra. Os valores que cobram
mensalmente variam entre os 200 kz para 1ª classe e 300 a 400kz para as
classes que vão da 2ª à 4ª classe.
Quadro....Alunos nas escolas comparticipadas

Alunos matriculados
Comunas Total
Homens Mulheres
Ngola Kilunge 17.967 1.036 19.003
Sede 1.560 880 2.440
Total 19.527 1.916 21.443
5.2.3- Ensino médio
A nível do ensino médio o Município conta com dois institutos. Um politécnico na

Comuna Ngola Kiluange(no Bairro da Paz) que oferece cursos de electricidade, de
mecânica e frios. Um outro é o Dom Bosco, na comuna Sede (no Bairro da Lixeira)
que oferece cursos de carpintaria, mercenária, costura industrial, serralharia e
dactilografia. Existem ainda escolas de formação geral, comuna de Ngola Kiluanje
(no Bairro Val Saroca).
Existem ainda escolas de formação geral, comuna de Ngola Kiluanje (no Bairro
Val Saroca).
Falta a capacidade de cada instituto / escola, (salas de aula, tipo de construção e

condições, alunos matriculados desagregado por sexo.
5.2.7- Ensino de Adultos
O município desenvolve um programa de ensino de adulto que tem como

objectivo atender pessoas com atraso escolar.
Não existem dados oficiais sobre o índice de analfabetismo no Município, mas

durante a pesquisa, as populações referiam que este é bastante elevado.
16
Nos grupos focais.
41
Se aplicarmos as estimativas do índice de analfabetismos a nível nacional17 à

população do município e o compararmos com o número de matriculados no pós
alfabetização (ver quadro abaixo), pode-se se concluir que é muito baixa a
frequência no ensino de adultos. No entanto é de realçar que 66% dos
matriculados são mulheres.
Outro aspecto importante é que durante a pesquisa de campo, sobretudo nos

bairros Madeira e Valodia, as populações fizeram referência á falta de ensino de
adultos.
Ensino da Adulto
Alunos Matriculados no Pós Alfabetização
Nº de matriculados Total
Comunas
Homens Mulheres
Sede do
Sambizanga 300 425 725
Ngola Kiluange 325 544 869
Bairro Operário 99 223 322
Total 724 1.392 2.116
Fonte: Repartição Municipal da educação
5.2.8- Ensino Privado
No município do Sambizanga matricularam-se no ensino privado, no ano lectivo

de 2008, um total de 7.000 alunos distribuídos entre o PUNIV e o I, II e III nível.
È responsabilidade da repartição municipal da educação fazer o controlo

estatístico e metodológico das escolas privadas.
Nº de sala de aulas por nível

Nível Nº Salas Nº de alunos
I,II,III e PUNIV 88 4.550
I,II e III 29 1.450
I e II 62 1.000
Total 179 7.000
17
Segundo Estratégia de Combate a Pobreza, cap.5.5, a taxa de analfabetismo de adulto era de 58% no ano
2000.
42
8000
7000
6000
5000
Numero de Salas
4000
Numero de alunos
3000
2000
1000
0
I,II,III e I,II e III I e II Total
PUNIV
5.2.9- Problemas do sector de educação
Durante a recolha de dados para o perfil foram identificados como principais

problemas nos recursos humanos do sector de educação o facto dos Directores
das escolas terem pouca capacidade de gestão das escolas e a fraca assiduidade
e pontualidade dos professores18, agravado pelo facto do controlo do absentismo
já não ser feito ao nível municipal, mas sim provincial. No que se refere às
instalações foram identificados problemas como o facto de algumas escolas não
terem energia nem gerador, as condições de saneamento serem bastantes
precárias, a maioria não tem água corrente e as casas de banho não funcionam,
boa parte das escolas têm pouco equipamento (carteiras e bibliotecas), as escolas
de ensino médio não têm laboratório para aulas praticas.e são limitados os
espaços de lazer nas escolas. A falta de merenda escolar na comuna Ngola
Kiluange e em algumas do Bairro Operário e comuna Sede, também foram
considerados problemas do sector.
5.3- Cultura e lazer
A nível de cultura o município conta com grupos culturais, com destaque para os
grupos de dança tradicional e de teatro. Estão registados 9 grupos de dança
tradicional (4 na Comuna Sede, 03 no Ngola Kiluanje e 02 no Bairro Operário), 9
18
Durante a pesquisa de campo e nos grupos focais, as populações dos bairros Madeira, Mota, Valodia e São
Paulo referiram muito a fraca assiduidade dos professores.
43
grupos de teatro (04 Ngola Kiluanje, 03 na Comuna Sede e 02 no Bairro Operário)

e vários grupos carnavalescos, com destaque para Kabokomeu, União kazukuta.
Há centro culturais, sendo os de referencia no município são, Agostinho Neto
(comuna sede), Ngoma, Maxinde e Mãe Joana ( Ngola Kiluanje ). O município
dispõe de uma biblioteca pública, denominada Mário Santiago.
Existem no município muitos grupos de teatro com boa qualidade, porem ainda
com pouca visibilidade, têm uma actuação muito limitada ao interior da comuna.
Para o representante da cultura do município, uma das razões dessa situação,
deve-se ao facto dos mesmos não procurarem a Administração Municipal para
registarem-se e se tornarem reconhecidos.
Alguns grupos culturais têm colaborado com o governo local através da música,
do teatro, e outras manifestações, para divulgar algumas acções do governo a
nível do município, bem como tem realizado actividades de sensibilização na área
do HIV/SIDA e eleições.
A nível de lazer, de acordo com o responsável da secção municipal da cultura, a

comuna Sede é considerada como a mais activa. Há sempre oportunidades de
convívios, sobretudo nos finais de semana, abertos a toda a população.
Com a intenção de divulgar e valorizar a cultura a nível do município, e ocupar o

tempo livre da juventude, a secção municipal da cultura tem como perspectiva até
Dezembro de 2008, realizar alguns concursos denominados: “Vamos cantar
Luanda”, “Vamos pintar Luanda”, “ Vamos limpar Luanda”. A ideia é envolver as
escolas e a comunidade nestas actividades.
No domínio do desporto o município conta 5 estádios de futebol (Mário Santiago,

???) e conta oficialmente com equipas desportiva de renome( Académica do
Ambrizete, ASES, Maracanã, Progresso Associação do Sambizanga – PAS).
Existem equipas informais de futebol, constituídas por jovens que praticam a

modalidade em campos improvisados, nas ruas de alguns bairros do município.
5.4- Saúde
Os serviços de saúde pública do município estão sob a responsabilidade da

Repartição Municipal da Saúde que integra seis áreas: PAV, Inspecção, Lepra e
Tuberculose, HIV/ SIDA, Saúde Materno-infantil e recuperação nutricional. Esta
repartição é igualmente responsável pelas áreas administrativas, recursos
humanos e logística.
44
A nível de saúde pública o município conta com unidades sanitárias nas três
comunas, porém são bastante insuficiente para atender a demanda. São
prestados serviços de banco de urgência, consultas e implementados programas
na área do PAV, Lepra e Tuberculose, HIV/ SIDA, Saúde Materno-infantil( nem
todos programas são abrangentes às unidades sanitárias).
A nível dos serviços de saúde privados o município, em todas as três comunas

conta com vários postos de saúde e centros.
5.4.1- Cobertura hospitalar
A nível de saúde pública o município conta com 03 centros de saúde, 01 Posto de

Saúde e 02 ambulâncias.
O centro e os postos de saúde funcionam no horário da função pública, isto é, de

2ª a 6ª feira, das 8h00 às 15h30. É de referir que as populações manifestam um
grande desagrado com estas normas de funcionamento, uma vez que nem
sempre as pessoas adoecem nos dias e horários estipulados.
Os serviços prestados pelos centros são a realização de consultas (pediatria,

clínica geral, ginecologia e urgência), consultas de estomatologia são realizadas
só na comuna sede, os serviços de laboratório (sem fazerem análise bioquímica),
raio-X (só no centro do Ngola Kiluange) são outros serviços prestados no
município. São ainda implementados alguns programas de âmbito nacional, como
sejam o PAV e Puericultura, Materno-infantil, Recuperação nutricional (nos
centros da sede e Ngola Kiluange), Lepra e Tuberculose (na sede do município) e
CATV (também na sede do município).
Embora esteja assegurado por lei que a prestação de serviços nas unidades saúde
públicas deve ser gratuita, foi constatado no terreno que tal não acontece por
vezes de forma tão categórica, pois alguns populares referiram que nos bancos
de urgência de alguns centros de saúde, se cobra entre 700kz a 1.000kz por
cada análise.
45
Quadro 14- Infra-estruturas de saúde pública

Populaçã Posto de
Comuna Localização da infra-estrutura Centros
o Saúde
220 000 Bairro Mota 01 -
Sede Sub Total 01 -
Média
250 000 Bairro Val Saroca 01 -
Bairro Petrangol - 01
Ngola Kiluange Bairro São Pedro da Barra - 01
Sub Total 01 02
Média
180 000 Bairro Operário 01 -
Bairro Operário Sub Total 01 -
Média -
Total Geral 650 000 03 02
Fonte: Repartição Municipal da Saúde
É de referir que uma boa parte da população, recorre em primeira instância ao

tratamento tradicional, quer seja por questões culturais e/ou devido à grande
carência de unidades sanitárias públicas.
Devido a insuficiência de infra-estruturas de saúde nas comunas, os doentes de

alguns bairros enfrentam muitas dificuldades, sobretudo em termos de
transporte e às longas distâncias que têm que percorrer para serem assistidos.
São disso exemplo, os bairros da Paz, Mulemba e Ossos.
A nível dos serviços de saúde privados o município conta com 16 postos de

saúde19 e 05 centros de saúde (ver quadro indicativo abaixo) 20, a maioria dos
quais localizada na comuna de Ngola Kiluange. A repartição de Saúde do
município não possuiu dados actualizados e realísticos sobre os serviços
prestados no sector privado. O licenciamento e o controlo do funcionamento
desses serviços é da responsabilidade dos serviços nacionais de saúde.
19
Segundo as informações da população, alguns postos são clandestinos e funcionam em condições
precárias.
20
Presume-se que há um maior número de instalações privadas. Os dados do quadro indicativo foram
fornecidos pela população durante a realização dos grupos alvo.
46
Quadro Indicativo Unidade de Saúde Privadas no Municipio

Localização da infra-
Comuna Centros Posto de Saúde
estrutura
Mota 01 -
Sede Lixeira - 01
Santo Rosa - 01
Sub Total 01 02
Farol da Lagosta - 02
Bairro da Paz - 01
São Pedro da Barra 01 -
Anteros 01
Porto Pesqueiro - 01
Marcone - 01
Ngola Kiluange
Ossos - 01
Mulemba - 01
Campismo 01 -
Valsaroca 01 -
Petrangol - 01
Nguanhã - 01
Sub Total 04 09
Bairro Operario - 04
Bairro Operário
Valódia - 01
Sub Total - 05
Total Geral 05 16
Fonte: Levantamento directo
47
48
5.4.2- Pessoal
O município conta com um total 492 trabalhadores na área da saúde pública,
distribuídos pelas três comunas, funcionando na comuna sede cerca de 29,2%
dos trabalhadores, 49.4% no Ngola Kilunge e no Bairro Operário 21,4%.
O número de trabalhadores de saúde é insuficiente para atender a população,

sobretudo em termos de médicos e técnicos médios. O quadro abaixo indica que
dos 492 trabalhadores existentes no municipio, só 2% são médicos, 18% são
técnicos médios, 46% técnicos básicos, 11% técnicos de laboratório e 23% pessoal
de apoio (Administrativos e auxiliares).
Durante a pesquisa as populações referiram que a eficiência do atendimento nas

unidades de saúde é muito fraca, pois os pacientes ficam muito tempo à espera
para serem atendidos.
Quadro - Pessoal de saúde

Técnico Técnico Técnico de Administrativo
Comuna Médico Total
Médio Básico Laboratório s e auxiliares
Sede 05 37 67 25 10 144
Ngola Kiluange 04 24 121 15 79

243
Bairro Operario 02 26 36 16 25 105
TOTAL 11 87 224 56 114 492
Fonte: Repartição Municipal da saúde
A nível de capacitação e reciclagem do pessoal ligado ao sector de saúde, o

investimento tem sido muito limitado. Os quadros têm tido pouca oportunidade
para aumentar os seus conhecimentos de forma a melhorar a qualidade da
prestação dos serviços. A título de exemplo verifica-se que no centro de saúde
da comuna sede, há um bom número de técnicos que nunca participaram nos
treinamentos e reciclagem; no programa materno infantil, com excepção da área
de urgência, a ultima reciclagem foi realizada no ano de 2006 e no CATV, apenas
a reciclagem sobre as campanhas do HIV/Sida tem sido realizada
sistematicamente.
49
50
5.4.3- Programas de saúde implementados no Município

A nível do Sambizanga não existe nenhum programa integrado municipal de
saúde, pois todos os que estão a ser implementados actualmente são de âmbito
nacional, nomeadamente:
i. PAV – Programa Alargado de Vacinação

O município conta um programa de vacina de rotina que contempla o Sarampo,
Pentavalente, Tétano, Febre-amarela, BCG e vitamina A.
Quanto ao Pólio, o município tem vindo a realizar campanhas alargadas de

vacinação, tendo a última campanha abrangido todas as comunas.
A partir do ano 2007 tem-se verificado uma maior aderência às vacinas de rotina.
A proibição da cobrança dos serviços e o uso obrigatório de seringa descartável
são os dois factores que têm contribuído para tal.21
Nas campanhas de vacinação o município conta localmente com apoio de

algumas organizações da sociedade civil, nomeadamente a ONG AFICARE e
algumas organizações religiosas.
ii. PNME- Programa Nacional de Medicamentos

A distribuição de medicamentos é gerida pela Direcção Provincial da Saúde. Estes
são enviados para o município de acordo com o número de consultas realizadas
mensalmente. A repartição de saúde a nível do município tem a responsabilidade
de fazer a distribuição dos kits de medicamentos para os centros e postos de
saúde.
O acesso das pessoas aos medicamentos nas unidades hospitalares é deficiente,

tanto a nível da diversidade como da qualidade, sobretudo no que se refere ao
dipirona, diasepam, xarope).
Devido à insuficiência de medicamentos nas unidades hospitalares públicas, os

pacientes recorrem ao mercado paralelo, sobretudo ao mercado do Roque
Santeiro. Por vezes os medicamentos lá adquiridos estão com prazos de validade
vencidos ou os medicamentos são adulterados.
21
Informação do responsável pelo programa de vacinação a nível do município,
51
Embora esteja assegurado por lei que a distribuição de medicamentos essenciais

deva ser gratuita, verifica-se que nalguns centros e postos de saúde, estão ainda
a cobrar aos pacientes pelo fornecimento dos mesmos22.
iii. Saúde materno Infantil

Os serviços prestados no município, no âmbito do programa materno infantil,
contemplam consultas de pediatria, ginecologia e obstetrícia, acompanhamento
ao pré e pós parto, atendimento aos partos prematuros (nos casos de urgência).
Estes serviços só existem nos centros de saúde.
Apesar de existir no centro de saúde da Comuna da Ngola Kiluange, uma sala de

parto com capacidade para 14 camas e alguns hospitais provinciais que realizam
serviço de parto, verifica-se que muitas mulheres ainda fazem os seus partos em
casa, pelo facto de terem dificuldade de acessos aos serviços públicos.
Tem se verificado nos centros de saúde que a procura dos serviços pós parto
quando comparado com o pré parto é muito baixa.
iv. Recuperação Nutricional – O programa tem como objectivo cuidar das crianças
desnutridas que são diagnosticadas pelos postos e centros de saúde e enviados
para as unidades de referência instaladas no município. Estas estão em
funcionamento nos centros de saúde da Comuna Ngola Kiluage e da Sede do
Sambizanga, de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00.
As actividades desenvolvidas pelo programa são o internamento diurno23 com

fornecimento de cinco refeições, fornecimento de medicação e controlo de peso.
A maior incidência de casos de desnutrição observa-se na comuna Sede do
Sambizanga, sobretudo nos bairros da Lixeira, Mota e Madeira, tendo como
principais causas a alimentação inadequada e o desmame precoce devido à uma
nova gravidez pós parto.
Verifica-se que algumas crianças que estiveram internadas, ao retornar ao centro

para fazer o controlo, se encontram com pouco peso. As principais razões são o
facto das crianças receberem pouco cuidado dos pais após a alta e as famílias
não terem condições de lhes dar uma alimentação adequada.24
22
O chefe da repartição de saúde do município, tem conhecimento das reclamações. Mas, segundo o mesmo
não foram ainda tomadas medidas severas por não se ter provas factuais e as vitimas não fazerem as
denúncias por escrito.
23
Só recebem crianças para internamento com idade entre 6 meses a 5 anos.
24
Segundo o responsável do Programa de recuperação nutricional do Centro de Saúde do Sambizanga
52
As instalações onde funcionam as actividades do programa não são apropriadas.

A sala de internamento para além de ter uma capacidade limitada (13 camas para
cerca de 50 crianças por dia), é pouco ventilada e está localizada junto de uma
rua com muita poluição sonora. A cozinha é pequena e os equipamentos são
insuficientes.
5.4.4- Saúde preventiva – Este programa consiste na realização de visitas

domiciliares, através dos agentes de saúde, com o objectivo de orientar e
acompanhar as famílias no âmbito da saúde preventiva. Este programa começou
a ser implementado no município a partir de Setembro 2007, e conta com o apoio
de cerca de 500 agentes de saúde, sendo que cada agente tem sob a sua
responsabilidade cerca de 100 famílias, que são visitadas 2 vezes por semana.
Segundo estes dados e considerando que o município do Sambizanga tem em
média cinco pessoas por família prefazendo 130.000 famílias enquanto que a
cobertura dos agentes só abrenge 50.000 famílias, ou seja 38,5% das famílias.
5.4.5- Principais doenças

As principais doenças no município, segundo a repartição Municipal da saúde
são: Malária, Doenças Respiratórias Agudas, Doença Diarreicas Agudas, Febre
tifóide, HIV/Sida e Tuberculose. O quadro abaixo prova isso mesmo, quando
mostra que a malária corresponde a 61,2%, das doenças diagnosticadas, logo
seguida das Doenças respiratórias com (12,2%) e as Diarreicas com (11,7%).
Analisando a incidência da malária por comuna, nota-se que o maior problema
está em Ngola Kiluange que correspondendo a 38,5% da população do município
tem 58% dos casos da malária.
É de referir que durante a realização da pesquisa as populações referiram outras

doenças, para além das mencionadas acima, como sejam a cólera (com maior
incidência nas zonas da Lixeira, Porto Pesqueiro ( Dimuca), Nguanhã e São Pedro
da Barra ), DST, hepatite e conjuntivite.
53
Quadro 17- Principais doenças
Nº registado em 2007
Ngola Kilunge
Operário
Principais Doenças
Bairro
Sede
Total
%
Malária
15.234 7.354 31.296 53.884 61,2
D. R. A.
3.196 2.540 4.985 10.721 12,2
D.D.A
2.947 1.694 5.662 10.303 11,7
Tuberculose
340 DND DND 340 0,4
Febre tifóide
2.364 848 1.725 4.937 5,6
HIV/Sida
54 DND DND 54 0,1
Outras doenças
2.874 1.064 3.772 7.710 8,8
Total
27009 13.500 47.440 87.949 100
Fonte: Repartição Municipal da Saúde, referente ao ano de 2007.
54
55
5.4.6- Situação do HIV / Sida

O Município conta actualmente com um CATV, que está instalado no centro de
saúde da sede do Sambizanga. As actividades desenvolvidas pelo Centro são a
realização de palestras a nível de prevenção e como conviver com o HIV / Sida, o
aconselhamento (pré e pós testagem), realização de teste e tratamento.
O pessoal do CATV por vezes depara com algumas dificuldades decorrentes do

facto de alguns pacientes sero positivos reagirem muito agressivamente quando
recebem os resultados, levando a que alguns deles tentem subornar os
funcionários para que estes falsifiquem o resultado.
Durante o primeiro semestre de 2008, foram oficialmente diagnosticados no

centro de saúde da comuna sede do Sambizanga 93 casos positivos, todos
residentes no município do Sambizanga. O quadro abaixo apresenta os dados
desagregados por Bairro, e mostra que os Bairros Mota e Lixeiras são os que têm
uma maior incidência de casos. Segundo a população, uma das razões desta
situação deve-se ao facto de existirem nestas zonas focos de prostituição e
destas serem áreas de maior concentração de viajantes.
Estatística de sero-positivo por Bairros no 1º Semestre 2008
1º Semestre 2008
Local Total
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Mota 05 04 05 06 05 06 31
Lixeira 03 04 07 06 07 04 30
Madeira 02 01 03 05 01 02 14
Dimuca 02 - 01 02 01 - 06
Santo Rosa 02 - 01 01 01 02 07
Bairro Operário 01 - - 01 - 02 04
Total 15 09 17 21 15 16 93
Fonte: CATV- Centro de Saúde da Comuna sede do Sambizanga
Para além dos dados oficiais, durante a pesquisa a equipa foi informada da
existência de casos de pessoas portadores do vírus em outros Bairros,
comosejam o Farol da Lagosta- 04 (01 acabou por falecer); Encib - 01; Val Saroca
– 01 e Valodia- 01. 25
25
Informações obtidas nos workshops comunais e nos grupos focais.
56
Presume-se que o número de pessoas sero-positivas no município seja bastante

elevado, uma vez que no município os dados oficiais são apenas baseados no
único CATV que existe no município.
No obstante ter sido realizado no município várias palestras nas escolas, igrejas e
feiras, promovidas pelas instituições religiosas, associações e partidos políticos, e
uma boa parte da população ter acesso às informações através dos meios de
comunicação social, 26, há uma tendência para o aumento de casos de HIV/Sida,
por se verificar, segundo a repartição de saúde do município ainda no município,
a existência de populações desinformadas sobre o assunto.
É de referir que só no primeiro semestre de 2008, aumentou em 72% o número

de casos de pessoas sero-positivos, em comparação com todo o ano de 2007.
450
400
350
300 Janeiro de 2008
250
Junho de 2008
200
150 Total Geral
100
50
0
Testadas
Testadas
Testadas
Testadas
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
positivo
soro
Crianças Homens Mulheres Gravidas Total de

Gráfico 2
Abaixo é apresentado um quadro da situação desagregada por sexo.27
Quadro 19 Indicativo da comparação da evolução do HIV/Sida no Município
Crianças Homens Mulheres Grávidas Total de soro
Período
Testadas Positivo Testadas Positivo Testadas Positivo Testadas Positivo positivo
Janeiro
09 01 69 02 91 14 114 02 19
2008
Junho
07 01 98 04 79 06 269 13 24
2008
Total
16 02 167 06 170 20 383 15 43
geral
26
Constatada durante as entrevistas com os grupos focais.
27
A informação está limitada aos meses de Janeiro e Junho, pelo facto do CATV na altura da entrevista não
ter os dados desagregados por sexo de todos os meses do primeiro semestre de 2008.
57
Fonte: CATV – Centro de saúde da comuna sede do Sambizanga
5.4.9- Principais dificuldades do sector de saúde

Embora o município receba uma dotação orçamental da Direcção Provincial da
saúde, que é destinada à compra de medicamentos (reagentes), combustível e
manutenção de viaturas. Um dos constrangimentos referido pela repartição da
saúde é a falta de um fundo de maneio para suportar as despesas correntes do
sector.
Os principais problemas do sector de saúde do município são:

 As instalações da repartição de saúde, para além de funcionarem num
Centro de Saúde, o espaço é insuficiente para o seu funcionamento.
 As unidades hospitalares e pessoal que neles funciona (especialistas e
técnicos médios) são insuficientes para fazer a cobertura de todo o
município.
 Insuficiência de medicamentos, em quantidade, qualidade e diversidade.
 O CATV não oferece boas condições de funcionamento. Precisam de
equipamento com maior capacidade de centrifugação e faltam meios
audiovisuais para apoiar a realização das palestras.
 Existem centros de saúde do município que ainda não prestam alguns
serviços essenciais. Os serviços de raio-X e sala de parto não existem nos
centros das comunas sede e do Bairro Operário. O CATV e o Programa de
lepra e Tuberculose não estão implementados nos centros das comunas do
Ngola Kiluange e do Bairro Operário.
 Os serviços de laboratório dos centros não realizam análise bioquímica.
 Os centros de saúde do município carecem de outras meios e condições
para melhorar a qualidade dos serviços, a saber: lavandaria, refeitório,
casa de banho para os pacientes e ampliação de algumas instalações.
 Não existe fundo de maneio para despesas correntes.
5.5- Saneamento
O saneamento do meio está a cargo da Repartição Municipal de Saneamento
Público e Espaços Verdes, tendo a Secção de Limpeza Pública e Saneamento a
responsabilidade de assegurar a execução de tarefas nos domínios da limpeza e
da recolha dos resíduos sólidos.
À semelhança de outros municípios de Lunda, a situação do lixo tem constitui

ainda um dos principais problemas a nível do saneamento. Nos últimos anos
verifica-se uma certa melhoria no que concerne a gestão do lixo. Estão actuando
no municípios algumas empresas para fazer a limpeza das ruas (mas limitadas
aos centro urbanos) e para efectuar a recolha de lixo nas áreas mais criticas,
58
sobretudo nas mediações dos mercados e armazéns, bem como para a recolha
porta a porta em algumas áreas do município.
Alguns aspectos de realce que não têm contribuído para o deficiente saneamento
do meio28, prende-se com a pouca cooperação por parte dos munícipes, que para
além de contribuírem de forma significativa para a sujeira das ruas, são poucos
os adere às campanhas de limpeza. Outro é no que diz respeito as empresas que
recolhem o lixo, há pouco empenho na recolha e algumas zonas, sobretudos os
becos, não oferecem condições para circulação dos carros (muito referido nos
bairros São Paulo, Madeira, Valodia e Encib. Outro ainda é referente a
insuficiências dos serviços, há poucos contentores (sobretudo na comuna do
Ngola Kiluanj), e a inexistência de balneários públicos, o que leva as pessoas
fazerem as suas necessidades maiores e menor ao ar livre.
Como forma de colmatar a problemática do lixo no município e de

responsabilizar mais a população nesta questão, há perspectivas de se criar
micro- empresas de recolha de lixo no interior dos Bairros, constituídas por
grupos de moradores e controladas pela Administrações Comunais.
Um outro problema a nível do saneamento que o município vem enfrentando

prende-se com os sistemas colector de águas pluviais e de esgotos. A maioria
dos bairros é desprovida de vala de drenagem, tendo se verificado água
estagnadas. No entanto na comuna do Bairro Operário, algo já começa a ser feito
para melhorar a situação. Já estão a ser feitas obras de reabilitação das valas de
drenagem e do sistema esgotos.
Quanto ao uso de latrinas, a „fossa séptica‟ é mais utilizada pelos agregados

familiares em todas as comunas, de seguida é a „latrina seca‟. Na Comuna do
Bairro Operário do total de inqueridos, 84% diz ter „fossa séptica‟ e 16% tem
„latrina seca. Na comuna do Ngola Kiluanje não obstante „a fossa séptica‟ ser a
mais comum, seguida da „latrina seca‟, há outras alternativas mais precárias
como o uso do „balde‟ e o „poço roto‟, situação que não difere da comuna do
Sambizanga, porém esta apresenta outras formas como „ar livre/capim‟ e a
„vala‟.29
28
Referidos nos grupos focais durante a realização da pesquisa.
29
Informações obtidas a partir dos inquéritos por amostra, sobre o acesso à água e a existência de condições
de saneamento básico, no âmbito do estudo de base do observatório urbano.
59
Onde os agregados fazem necessidades
B Operário
Fossa Séptica
Latrina Seca
Ngola Kiluanje
Balde
Fossa Séptica
Latrina Seca
Outro
Poço roto
Sambizanga
Balde
Capim/ ar
livre
Fossa Séptica
Latrina Seca
Outro
Poço roto
Vala
negra/aberta
60
Destino do lixo da residência

B Operário
Contentor
Deixar ao ar livre
Deixar no chão
para recolha
Enterrar
Lixeira
Queimar
Ngola Kiluanje
Contentor
Deixar ao ar livre
Deixar no chão para

recolha
Enterrar
Lixeira
Queimar
Sambizanga
Contentor
Deixar ao ar livre
Deixar no chão
para recolha
Enterrar
Lixeira
Queimar
61
5.6- Água
A população do município abastece-se através de cinco diferentes meios, isto é,
água canalizada em casa, tanques de vizinhos, torneiras de vizinhos, chafarizes e
camiões cisternas (público e/ou privado). No entanto, a grande maioria da
população não tem ligação a rede pública, tendo como principais meios de
acesso à água, os tanques e os chafarizes.
O gráfico abaixo apresenta a situação do acesso a água em cada uma das

comunas.
A percentagem de famílias que tratam a água que consomem

B Operário
Ferve Sambizanga
B. Operario Ngola Kiluanje
7% Ferver filtrarFerve Ferver e
eoutro
Não trata 3% 8% filtrar
Ferver e
10% 25% 9% 1%lixívia 1% 8%
Ferver e lixívia 12% 2%
8% Ferve
Filtra Ferve
Filtra Filtrar e
1% Ferver e filtrar
9% Ferver e filtrar
lixívia
3%Ferver e lixívia Ferver e lixívia
Lixívia 1%
Filtra 3% Filtra
7% Não trata Filtrar e lixívia Filtrar e lixívia

Lixívia Lixívia
outro Não trata Não trata
35% outro outro
14%
2%
64%
Lixívia
67%
62
A situação da água em cada uma das comunas caracteriza-se da seguinte forma:
Comuna Bairro Operário – Em toda extensão da comuna existe água canalizada.

Porém, uma boa parte das casas não têm água canalização directamente, utilizam
os tanques do vizinho. Algumas casas fazem canalização ilegal, isto é, sem
passar pelo sistema oficial, e parte delas corre água com pouca pressão. A
comuna conta com dois chafarizes.
B Operário
5%
Água canalizada em
casa
Outro
33%
48% Tanque do vizinho
Torneira do vizinho
Camião Cisterna
Privado
12% 2%
Comuna Ngola Kiluanje- Falta de agua potável em toda a comuna. Existe uma
conduta30 de água mas está inoperante. Dos treze bairros existes apenas seis tem
chafarizes (Val Saroca, Ossos, Nguanhâ, Campismo, São Pedro da Barra e
Petrangol), porém para além de não abranger todas famílias, maioria dos está
inoperante. Os demais bairros e uma parte das famílias dos bairros referidos
acima, consomem água dos tanques e cacimbas. Há perspectivas de melhorar
esta situação, uma vez que estão a ser construídos fontanários aéreos31, o
primeiro já foi inaugurado no Bairro do Porto Pesqueiro. A previsão da
Administração é construir em todos os bairros.
30
Que vem da MABOR e que passa pela estrada direita dos Kuanzas até a entrada da refinaria.
31
São tanques assentes numa base de cimento, com torneiras. São abastecidos diariamente com camiões
cisternas do Governo.
63
Ngola Kiluanje
3%1%
3% 2% 10%
2%
Água canalizada
em casa
Chafariz
Outro
Tanque do
vizinho
Torneira do
vizinho
Camião Cisterna
Público
Camião Cisterna
79% Privado
Comuna Sede – O acesso à água canalizada é muito limitado, apenas algumas
famílias que vivem nos bairros do Mota, Madeira e Santo Rosa que se beneficiam.
Todos os bairros possuem chafarizes32, mas para além de não beneficiar todas as
famílias, uma grande parte encontra-se avariado. A alternativa para a maioria das
famílias são os tanques privados e/ou as cisternas do governo.
Sambizanga
3% 3% 6%
Água canalizada em
20% casa
25% Chafariz
Outro
Tanque do vizinho
3% Torneira do vizinho
Camião Cisterna
Público
40% Camião Cisterna
Privado
32
Alguns chafarizes não têm sistema de escoamento para água, o que tem provocado uma grande
acumulação de água no chão.
64
A nível do município o recurso a chafarizes é comum nas três comunas. Como se

pode verificar no quadro indicativo abaixo, existem no município 44 chafarizes
operacionais, 16 chafarizes avariados e 28 em construção e/ou por construir.
Quadro.20 indicativo dos chafarizes por bairros.

Situação dos Chafarizes
Operacional
Construção
Comunas Bairros
construir
Avariado
ou por
Em
Lixeira 14 2 7
Mota 3 2 5
Sede do Sambizanga Sanro Rosa 2 1 4
Madeira 4 4 2
Sub-total 23 9 18
Farol da Lagosta - 1
Paz - -
Ngola Kiluange Bairro Encib - -
São Pedro da 2 -
Barra
Anteros - 1
Porto Pesqueiro - -
Marcone - 5 6
Ossos 2 1
Mulemba - -
Val Saroca 2 - -
Campismo - - -
Petrangol - - -
(Central)
Nguanhã 12 - 2
Swub-total 18 7 8
São Paulo - - ?
Bairro Operário 2 - 1
Bairro Operário Valódia 1 - 1
Mucesse - - ?
Miramar - - ?
Sub-total 3 - 2
Total geral 44 16 28
65
De uma maneira geral, os problemas mais mencionados pelos munícipes em

relação ao abastecimento de água foram: i. a água não sobe nalguns edifícios,
por falta de pressão (sobretudo os localizados nos bairros Valodia e São Paulo); ii.
elevado custo da água, um balde de 20 litros nos tanques custa entre 50kz a
80kz (sobretudo nos bairros Val Saroca, Campismo, Paz e São Pedro da Barra.),
iii. consumo de água não tratada, que tem contribuído para o aumento das
doenças; iv. falta de contadores nas residências e ligações clandestinas; v.
insuficiência de chafarizes, e alguns dos existentes, a água tem pouca pressão.
Destino das águas residuais da casa
B Operário
Fossa/WC
Rua
Vala
Ngola Kiluanje
Mar
Fossa/WC
Quintal
Rua
Vala
Sambizanga
Fossa/WC
Quintal
Rua
Vala
66
67
5.7- Cobertura de energia

A energia eléctrica do Município é proveniente de ?? e é distribuída através da
EDEL. Tendo a Administração Municipal a responsabilidade de assegurar a
execução das acções, programas, projectos e medidas de politicas no domínio da
distribuição.
O Sambizanga, a semelhança de vários municípios de Luanda, durante muitos

anos passou sérios problemas de energia, sobretudo na comuna do Kgola
Kiluanje e comuna Sede. Embora recentemente se tenha verificado algumas
melhorias, a situação de energia nas comunas ainda é problemática, vejamos:
Comuna Bairro Operário – Uma boa parte da comuna é beneficiada de energia

pública, porém verifica-se deficiências na iluminação pública no bairro Valodia
(algumas ruas do sector A-1 e no sector B-2), o mesmo se passa no sector D-4
do bairro do São Paulo.
B Operário
Electricidade
Gas
Comuna Ngola Kiluange- A maior parte da comuna está desprovida do

fornecimento de energia pública. Os cabos e postes de transformação na sua
maioria são obsoletos. Foram construídas a cerca de quatro anos, com a
comparticipação da comunidade, algumas alvenarias para colocação de PTEs nos
bairros Marconi, Val Saroca e São Pedro da Barra, no entanto ainda não estão em
funcionamento. Nos bairros Encib e Ossos, os PTEs instalados não cobre todas as
residências. Não há iluminação pública em toda extensão da comuna.
68
Ngola Kiluanje
Carvão
Gas
Petróleo
Comuna Sede – Algumas ruas não são beneficiadas de iluminação pública.Em

toda extensão da comuna possui PTEs, porém para além de não ser suficiente
para cobrir todas as residências, os cabos e portes de transformação estão
obsoletos. Existem alvenarias que foram construídas há tempo, mas ainda não
foram apetrechadas (nas mediações no sector 4 do bairro da Madeira).
Sambizanga
Carvão
Electricidade
Gas
Petróleo
Em todo município, verifica-se que ainda há consumidores clandestinos, o que

tem afectado a qualidade da energia devido a sobrecarga.
5.8- Justiça e protecção
5.8.1- Assistência Social
69
5.8.2- Situação da Mulher

Embora não tem sido possível obter informações a nível da secção municipal da
família e promoção da mulher sobre a situação da mulher no município do
Sambizanga, durante a pesquisa, sobretudo nos grupos focais, foi possível
verificar alguns aspectos.
Uma grande maioria das mulheres está a desenvolver actividade de rendimento

como forma de sobrevivência e/ou de complemento de renda. Um número
significativo tem o mercado informal como a principal fonte de rendimento,
desenvolvendo pequenos negócios em locais fixos (mercados e/ou porta de casa)
ou de forma ambulante (chamada “zunga”). Algumas mulheres para além da
actividade do mercado informal praticam outras actividades como complemento
de renda, a exemplo, trabalham como empregada doméstica e na lavra (situada
em outros municípios, por vezes muito distantes a exemplo de Viana, Kilamba
Kiaxe, Cacuaco). Outras mulheres são funcionárias públicas (sobretudo no bairro
Operário e Valodia) porém, em número muito insignificativo.
Para a maioria das mulheres, os rendimentos são insuficientes, chegando apenas

para suportar as despesas com alimentação da família, e por vezes para suportar
despesas com educação e saúde dos filhos. Algumas mulheres sentem-se
frustradas na condição de ser chefe de família e não ter condições financeira de
colocar os filhos na escola, e por vezes ser obrigada a colocar os filhos para
trabalha. Igualmente são obrigadas a aderir a prostituição, por falta de emprego.
(sobretudo nos bairros Mota, Madeira, Operário).
As mulheres para além de sofrerem com a sobrecarga de trabalho, são vítimas de

violência doméstica (mas referidos nos Bairros Operário, Paz, Lixeira, Mota), de
violações sexuais (Val Saroca, Ensib, Madeira) e de assalto. Algumas percorrem
grandes distâncias na busca de água, e têm que levantar muito cedo para não
correr o risco de não encontrar água.
É pouco expressivo o envolvimento das mulheres nas actividades comunitárias, a

excepção de alguns grupos de gestão de chafarizes, onde se verifica a presença
de algumas mulheres.
5.8.3- Situação dos Jovens

Tal como acontece noutros municípios da província de Luanda, a situação da
juventude é preocupante, no obstante ter alguns aspectos positivos. Abaixo são
apresentadas algumas questões relacionadas aos jovens do município do
Sambizanga de âmbito social, económico e cultura.
70
 Em relação a educação, muitos jovens, sobretudo os que estudam a noite,

têm dificuldade de transporte para frequentar as aulas. Os jovens, de
ambos os sexos, têm enfrentado problemas para dar continuidade aos
estudo médio ou superior. Uns deslocam-se para outros municípios para
terem acesso a formação media e superior. Outros não encontram vagas,
e não tem condições financeiras para pagar o ensino privado. Outras
ainda interrompem os estudos por causa de gravidez e/ou não ter onde
deixar o filho. Muitos jovens contactados durante a pesquisa sonham no
futuro ser jornalistas, juristas, médicos, aeromoças, desportistas,
engenheiros de tubagem, etc. No entanto, estão sépticos na concretização
do mesmo, visto que têm muita dificuldade de continuar com os estudos.
 Uma boa parte dos jovens dedicam-se actividades culturais e recreativas

tais como a música, dança e teatro. No entanto estes alegam que há
pouco incentivo / apoio por parte do governo e não só para
desenvolverem as actividades.
 Os jovens nos tempos livres assistem televisão e frequentam, embora um

número reduzido a igreja, a praia e a discotecas. A maioria reclama da
falta de espaço nos bairros para pratica de desporto. (Petrangol, São Pedro
da barra, Encib, Madeira, Lixeira, Valodia, Bairro Operário, São Paulo). No
entanto, em alguns espaços, mesmo que muito limitado encontra-se
jovens a praticar desporto (judo, xadrez, futebol e basquet). Igualmente
os jovens reclamam pela insuficiência de bibliotecas e cybers.
 A poucas de oportunidades de emprego, tem levado muito jovens a

delinquência (no consumo excessivo de álcool e no envolvimento com
outros tipos drogas). Igualmente tem levando a que alguns jovens
desloquem-se para outros município e/ou províncias a procura de
melhores condições de vida, sobretudo de oportunidade de emprego.
 Uma boa parte dos jovens sobretudo do sexo masculino participam de

instituições politicas e sociais, alguns ocupam cargos de liderança em
comissões de moradores e partidos políticos (mais referido nos bairros da
Lixeira, São Paulo, Val Saroca, Farol das Lagostas, São Pedro da Barra e
Operário). Porém, alguns jovens sentem-se marginalizados pelo os mais
velhos, sobretudo para ocupação de cargos na comissão de moradores.
 Em virtude da grande delinquência que se verifica no município, por vezes

não é muito boa a relação dos jovens com os mais velhos. O último tem
uma tendência para marginalizar e denegrir os jovens, e por vezes
71
generalizam a atitude e comportamento dos mesmos (dizem que os

mesmos estão perdidos, e são bandidos, bêbados, delinquentes). No
entanto uma boa parte dos jovens dos bairros33 Madeira, Lixeira, São
Paulo, Operário, Petrangol, Paz, Encib e Farol das Lagostas, vêem os mais
velhos como seus pais, conselheiros, tios exemplo a seguir.
5.8.4- Protecção da Criança

O facto não ter os dados demográficos desagregado por faixa etária, não é
possível sabe qual a população de criança34 no município do Sambizanga.
Embora existam no município o INAC e uma rede de protecção à criança, alguns

dos mais elementares direitos da criança ainda não estão garantidos: (i) no direito
a educação verifica-se que existem ainda crianças em idade escolar estão fora do
sistema de ensino; (ii) existência de trabalho infantil, sobretudo no mercado
informal; (iii) maus tratos; (iv) abuso sexual; (v) acusação de feitiçaria;
Na prática esses mecanismos de protecção à criança deixa muito a desejar. O

INAC, passa por dificuldades técnicas e organizativa. A rede que foi criada para
reforçar o INAC na protecção e direito da criança, o seu funcionamento é muito
frágil.
No obstante as dificuldades, o INAC no âmbito dos onze compromissos do direito

das crianças está a dinamizar algumas acções (i)divulgação dos onze
compromissos junto das escolas; (ii) levantamento das crianças de 0-5anos que
estão sem registo, com vista a efectuar o referido registo; através do projecto
PIÒ, apoio algumas crianças de rua que usam droga (iii) apoio em alimentação
para algumas crianças órfãos.
O Município conta um centro de referência de julgado de menor, que tem como

objectivo fazer aconselhamento nas questões de mal trato das crianças.
5.8.5-Habitação e urbanismo
Existem dois tipos de habitação no município, casas e prédios. Esta ultima em
pequena proporção e mais localizado no bairro operários e parte da comuna
sede.
Quanto as casas, existem vários tipos de construção, sendo que a mais
predominante é a casa de construção de blocos. Encontra-se também casas de
madeira, de chapas e de pau-a-pique (em numero reduzido).
33
Contactados nos grupos focais.
34
Considera-se criança todo o ser humano menor de 18 anos.
72
Material de construção da casa
B Operário
Blocos
Outro
Pau a pique
Tijolos
Ngola Kiluanje
Adobes
Blocos
Outro
Tijolos
73
Sambizanga
Adobes
Blocos
Outro
Pau a pique
Tijolos
Bairro Operário
São várias as formas de aquisição do terreno, com grande destaque para a

„compra‟, do total de inqueridos no geral atinge 42% nas três comunas, sendo
que a Comuna do Bairro Operário 47%, Ngola Kiluanje 44% e Sambizanga 39%. A
„renda‟ é uma outra forma de aquisição muito similar em todas as comunas
atingindo 21% no Bairro Operário, 24% no Ngola Kiluanje e 23% no Sambizanga.
Outra é a „herança‟ há uma predominância nas Comunas do Bairro Operário 22%
74
e Sambizanga 23% possivelmente por serem bairros mais antigos sem relação aos
bairros da Comuna do Ngola Kiluanje, que por seu turno, há uma maior
„ocupação de terreno vazio‟ atingindo 20%. É de referir que com excepção de
algumas rusgas entre os agregados em relação ao seu tahlão/terreno/casa, não
há no municipio indicação de conflitos em relação a terra. 35
35
Informações obtidas a partir dos inquéritos por amostra, sobre posse de terra, no âmbito do estudo de base
do observatório urbano.
75
Forma de aquisição do terreno/casa
B Operário
B Operário
CedênciaCedência
do Estado
do Estado
Compra Compra
HerançaHerança
Ocupação
Ocupação
de terreno
de terreno
vazio vazio
Renda Renda
Ngola Kiluanje
Cedência do
Estado
Cedência entre
familia
Compra
Herança
Ocupação de
terreno vazio
Renda
Sambizanga
Cedência do
Estado
Cedência entre
familia
Compra
Herança
Ocupação de
terreno vazio
Renda
76
As características habitacionais e urbanista do Sambizanga são contrastantes de

uma zona para outras. Numa mesma comuna, como é o caso a do Bairro
Operário, no bairro Miramar encontra-se algumas zonas urbanizadas, e com
muitas casas de luxo, já o bairro vizinho, Boa Vista, é um verdadeiro musseque.
Encontra-se também zonas de transição, localizada entre zona moderna e a
periferia, situadas no Bairro Operário, sobretudo nas zonas do Miramar e Valodia.
A zona periférica é a que tem uma maior extensão, localizada sobretudo nas
comunas Ngola Kiluaje e sede. É nesta zona onde se encontra a maior
aglomeração da população e igualmente o maior número de famílias com baixos
rendimentos. Segundo o responsável pela área do urbanismo e ambiente, 80%
das habitações do município são caracterizadas enquanto musseque. Embora o
Bairro Operário se encontre numa situação diferenciada, não se pode considerar
enquanto uma comuna urbanizada, visto que a situação do saneamento ainda é
precária. Fazendo uma comparação com as outras duas comunas do município, a
do Bairro Operário é mais estruturada.
Algumas medidas foram tomadas pelo Governo com vista a desocupação de

algumas zonas consideradas de risco para a população, como a transladação da
população das barrocas da Boa Vista (junto ao Bairro Miramar) para o Bairro social
do Zango em Viana e prevê a requalificação do Município.
A maioria das condições habitacionais do município, deixa ainda muito a desejar.

As casas são construídas nas zonas informais com insuficiência de serviços
básicos como rede de esgoto, de água e de electricidade. Os prédios na sua
maioria têm problemas de infiltração e de escoamento de água residual, por
causa das tubagens estarem completamente destruídas.
Existe um projecto de requalificação do Sambizanga, de autoria da Associação

dos Naturais e Amigos do Sambizanga( Akwa-Sambila) e conta com o apoio do
GPL. O referido projecto prevê a requalificação dos bairros do Mota, Lixeira e
Operário. Neste último bairro já deu inicio a um levantamento demográfico da
população para identificar o número de casas e da população existente.
Questões que estão pendentes:

1. Qual a média de anos que as famílias residem no seu talhão ou terreno?
2. Quais são para as famílias os principais tipos de ameaças sobre a posse do seu
terreno?
3. Qual a média de divisões por habitação?
77
5.8.6- Segurança Pública

A nível de segurança pública o município conta com onze unidades policiais
distribuídas entre as três comunas.
No município, na comuna Ngola Kiluanje está localizada a cadeia central de

Luanda.
Quadro 21 – Esquadras e Postos Policiais

Localização da infra-
Comuna Esquadra Posto Policial
estrutura
Madeira 01 01
Sede Lixeira 01 01
Santo Rosa - 01
Sub Total 02 03
Bairro da Paz - 01
São Pedro da Barra 01 -
Ngola Kiluanje
Ossos - 01
Petrangol 01 -
Sub Total 02 02
Bairro Operario - 01
Bairro Operário
Valódia - 01
Sub Total - 02
Total Geral 04 07
Segundo os munícipes, no obstante ter se verificado uma melhoria a nível de

segurança publica nos últimos anos, no município há uma incidência muito
grande de casos de violência, sendo os bairros Lixeira, Madeira, São Pedro da
Barra, Encib, Petrangol, Valodia e Bairro Operário os que têm uma maior
incidência. Os casos mais frequentes são ofensas corporais, assalto, violação de
mulheres, sobretudo as menores de 18 anos.
Os assaltos na sua maioria são praticados por grupos de jovens delinquentes,

que consomem álcool de forma excessiva e outros tipos de drogas (referido
sobretudo nos bairros da Madeira e São Pedro da Barra e operário).
VI – Acesso, Transporte e Comunicação
6.1- Acesso às estradas

As principais vias que permitem a ligação à sede do Município
78
79
6.2- Transporte
6.3- Comunicação
O acesso à informação faz-se através da televisão, rádio, telemóveis, telefonia

fixa( mais utilizada na comuna do Bairro Operário) serviços de internet. A
existem também jornais que circulam no município sobretudo na comuna do
Bairro Operário e em parte na comuna Sede.
Média Comunitaria: INFOSAMBILA
VII- Caracterização económica
Actualmente o município conta com uma repartição para assuntos económicos,

que integra duas secções, uma do Comercio, hotelaria e turismo, e a outra da
indústria e geologia e minas.
O comércio, a prestação de serviços e indústria constituem as principais

actividades económicas do município, sendo o comércio mais predominante.
Questões pendentes:
- Percentagem de membros do agregado familiar maior de 15 anos que tem
emprego, no sector formal, informal e no total.
- Rendimento médio por família.
7.5.1- Comércio
O sector informal é dominante em todo extensão do Município, para além dos

mercados informais, existe a venda de ambulante e a prestação de serviços.
Maioritariamente o comércio informal é praticado por mulheres. Verifica-se que

em toda extensão do município, a presença de mulheres a venderem nos
mercados, praças, nas portas de suas casas, e na venda ambulante. No geral as
mulheres dedicam-se mais a venda de produtos alimentício, de limpeza e
vestuário, considerados produtos de maior saída e que não exige grandes
investimentos.
80
Actividade económica praticada em casa

B Operário
Arrendamento
informal
Comércio a retalho
Comercio de
produtos agricolas
Pequenos serviços
Ngola Kiluanje
Arrendamento
informal
Comércio a retalho
Comercio de
produtos agricolas
Comércio venda de
blocos de
Sambizanga construção e sabão
Pequena produção
Arrendamento
informal
Pequenos serviços
Comércio a retalho
VendaComercio
de de
produtos agricolas
medicamentos
Comércio
pequena farmáciavenda de
água
Pequena produção
Pequenos serviços
Embora em escala mais pequena verifica-se também homens na prática do

comércio informal, sobretudo nos mercados, comercializam mais produtos de
maior peso comercial, a exemplo aparelhos sonoros, electrodomésticos, mobílias,
entre outros.
Os estabelecimentos comerciais predominantes são de pequeno e médio porte, e

subdividem-se em retalhista, grossista, misto, geral e precário, sendo nas
comunas sede e Bairro Operário onde se encontra o maior número de
81
estabelecimentos comerciais. O Município conta com um total de1.807

estabelecimentos comerciais: 1.038 retalhista, 176 grossista, 196 misto, 207
geral, 190 precário e 281 estabelecimento no ramo da prestação de serviço. No
entanto são os mercados que constituem o ponto comercial mais significativos
para a maioria da população do município.
É de referir que os números dos estabelecimentos comerciais apresentados acima

são os que estão legalizados e controlados pela repartição dos assuntos
económicos. Existe no município um grande número de estabelecimento
comercial ilegal, tendo como principais razões (i)a maioria dos comerciantes não
se enquadram nos critérios exigidos (ii) são onerosos os custos para legalização
(iii) o processo de legalização é bastante moroso.
Actualmente estão sob o controlo da repartição para assuntos económicos 12

mercados, sendo 05 formais36 e 06 informais37.
Quadro Mercados oficiais existentes no Município

Comuna Número de Número de
mercados mercados
(informais) (formais)
Sede 03 02
Bairro Operário - 02
Ngola Kiluange 04 01
Total 07 05
Fonte: repartição para assuntos económicos
Dos principais mercados formais existentes no Sambizanga destacam-se o São

Paulo (na Sede); Beato Salú (no Bairro Operário); Camponês (na Ngola Kiluange)).
O mercado do Roque Santeiro que foi é considerado o maior mercado de Africa,

foi transferifo ao município de Cacauco em 2010.
Os locais onde funcionam os mercados, sobretudo onde estão instaladas as

praças, são bastante precários a nível de organização e higiene.
Na área da prestação de serviços encontra-se espalhada por todo município

vários ramos de actividades, com mais destaque os serviços de carpintaria,
36
Para a repartição dos assuntos económicos, os mercados formais são aqueles oficializados pelo estado e
que tem uma estrutura própria.
37
Para a repartição dos assuntos económicos, os mercados informais são as denominadas praças, que são
reconhecidas pelo estado, não são oficializadas e nem tem estrutura física.
82
pedreiros, mecânica, Camionistas, Serralharia, recauchutagem, salão e beleza. Na

sua maioria são os homens que estão envolvidos da prestação de serviços e os
estabelecimentos funcionam em locais com condições bastante precária.
7.5.2- Principais problemas do sector
Na perspectiva da repartição dos assuntos económicos, os principais problemas

enfrentados no ramo do comércio ao nível do município são (i) a resistência dos
vendedores dos mercados não oficiais e ambulantes em realizar a actividade de
venda em locais apropriados (ii) muitos estabelecimento comercial estão a
funcionar ilegalmente, o que tem reflectido negativamente na economia do
município.
Para os comerciantes os principais problemas com os quis se deparam são (i)

morosidade na fiscalização e a excessiva burocracia no processo de legalização
do comercio; (ii) fraca capacidade de investimento, sobretudo por causa da
limitada oportunidade de crédito; (iii) dificuldade de transportação das
mercadorias; (iv) dificuldade na conservação dos produtos, sobretudo nos
estabelecimentos de venda de frescos, por escassez de energia eléctrica.
Na perspectiva dos munícipes os principais problemas enfrentados são: (i)

inexistência de controlo de preços por parte das instituições de direito; (ii) fracos
serviços de inspecção aos estabelecimentos comerciais, alguns estabelecimentos
funcionam em locais impróprias e/ ou vendem produtos com prazos expirados.
7.5.2-Indústria
A concentração de indústrias do município situa-se na comuna Ngola Kiluange,

que é também considerada uma das principais área de concentração de indústria
da província de Luanda.
Actualmente estão registada no município 35 industria38, sendo as mais

importantes a refinaria, a fabrica de pneus (Vulcap) de chapas ( Olimpic Grupo),
de papel higiénico (Suave), de velas para automóveis ( GDK), de enchimento de
gás butano, de cerâmicas para fabrico de tijolos, e de gelo. Algumas dessas
indústrias têm contribuído na formação de quadros.
38
Dados fornecidos pelo Centro Integrado do Emprego e Formação Profissional do Sambizanga.
83
O fabrico de artesanato, em pequena escala, constitui uma outra actividade

económica do município. Embora não tenha sido possível apurar quantos
artesãos existem no município e onde há maior concentração, durante a pesquisa
constatou-se que no bairro do Santo Rosa, existe um grupo de refugiados tem o
artesanato enquanto a principal fonte de rendimento da família.
7.5.3- Hotelaria e turismo
Os serviços de hoteleira e similares integram 58 estabelecimentos licenciados,

sendo que 76% estão situados na Comuna do Bairro Operário.
Quadro...Oferta de serviços de hotelaria e similares

Estabelecimentos por Comunas
Designação Total
Sede Bairro Ngola

Operário Kiluange
Hotéis 01 - - 01
Pensões / hospedaria 01 05 02 08
Restaurantes - 06 01 07
Tabernas - 06 - 06
Geladerias - 02 - 02
Botequins 03 14 01 18
Lanchonete e Snak.bar - 09 04 13
Pastelaria - 02 - 02
Aldeiamento Turistico - - 01 01
Total 05 44 09 58
Ao nível da inspecção e controlo da rede de hotelaria do município, tem se

verificado que alguns estabelecimentos estão a funcionar sem estarem
devidamente legalizados.
Uma das maiores preocupações relativamente ao comércio ilegal manifestadas

pela respectiva secção municipal foi a relacionada com a proliferação de
“Tabernas39”, sobretudo na comuna sede. Estas preocupações devem-se ao facto
desses estabelecimentos não possuírem condições mínimas para ser
enquadrados no comércio legal, uma vez que na sua maioria funcionam nas
próprias residências dos proprietários sem as devidas adaptações ao ramo
39
Espaços que vendem comidas e bebidas umas vezes fixas e outras ambulantes.
84
comercial. Por outro lado é difícil fechar estes espaços uma vez que eles
constituem a principal fonte de rendimento de agregados familiares numerosos.
7.5.4- Emprego e formação profissional
Não foi possível obter dados oficiais sobre a situação do desemprego no

município, bem como qual a percentagem da população em idade
economicamente activa40.
O Sector informal é o principal gerador de emprego do município, onde se

destacam os vendedores dos mercados, os ambulantes e os trabalhadores
ocasionais.
O Município conta com um Centro Integrado do Emprego e Formação

Profissional, que tem como objectivo (i)no âmbito do emprego faz o controlo das
empresas existentes no município e registo de pedidos e de ofertas de emprego,
(ii) no âmbito da formação, realizam acções de formação na área de canalização e
electricidade.
O quadro abaixo indica que no conjunto dos ramos de actividades das empresas
registadas, o município tem capacidade de absorver 7.305 pessoas ao serviço,
sendo a indústria e o comércio os maiores empregadores. A distribuição de
trabalhadores por sexo mostra que 81% são homens e 19% são mulheres. Embora
o número de indústria registado no município seja bastante inferior em relação
ao número de empresa no ramo do comércio, esta absorve um maior número de
pessoal ao serviço.
Trabalhadores empregados no município

Empresas Nº de trabalhadores Trabalhadores por
Ramo de Actividade registadas Homens Mulheres ramo de actividade
Industria 35 2.267 390 2.657
Construção 03 729 34 763
Comercio 260 1.934 730 2.664
Serviços Comunais 37 416 181 597
Educação e Ensino 05 49 27 76
Transporte 02 515 03 518
S.S.A.S.C.F.D 02 08 11 19
Outras Esferas 02 07 04 11
40
O município não tem dados desagregados da população por faixa etária que permita identificar a população
economicamente activa.
85
Total 346 5.925 1.380 7.305

Fonte: Centro Integrado do Emprego e Formação Profissional
No âmbito da Formação profissional, para além do Centro Integrado do Emprego

e Formação Profissional que está situado no Bairro Farol da Lagosta, existe o
Instituto Dom Bosco, no bairro da Lixeira, que ministra curso de formação na área
de profisional e o centro de formação Avelino dos Santos, situado no bairro do
Mota, com curso de formação
O Centro Integrado do Emprego e Formação Profissional tem deparado com

alguns constrangimentos que por vezes impede o desenvolvimento das suas
actividades com mais eficiência e eficácia, nomeadamente: (i) a maioria das
empresas não comunicam aos órgãos de direito a existência de vagas para
emprego; (ii) inexistência de software que permita a triangulação e actualização
dados; (iii) a má localização geográfica do centro.
7.4.5- Serviços Financeiros
O município conta com 29 agências bancária. A maior concentração verifica-se

no Bairro Operário com 65% do total dos bancos existentes no município.
Quadro Institucoes Financeiras e Bancos existentes no município.

Nº de Bancos
Total
Comunas
Banco Milénio
Novo Banco
KixiCredito
Banco Sol
E. Santo
BCA
BPC
BFA
BIC
BAI
BCI
Bairro Sede 01 02 - 03 - - - - - - - 06
Ngola Kiluange 02 01 01 - - - - - - - - 04
Bairro Operário 06 03 03 01 01 01 01 01 01 01 01 20
Total 09 06 04 04 01 01 01 01 01 01 01 30
Para as autoridades do município, o elevado número de bancos no município para

além de constituir uma oportunidade para o desenvolvimento económico do
município, pelo facto de estarem mais perto dos munícipes e dos pequenos
vendedores, tem facilitado para realizar deposito, pagamentos e obtenção de
créditos.
86
8. Bem-Estar
The Ministry of Urbanism and Construction (MINUC) has adopted UN

Habitat‟s five indicators of urban poverty based on Objective 11 of the
Millenium Development Goals (MDGs) as the basis of the Sistema Nacional
de Informacao Territorial. , DW conducted baseline studies in Luanda‟s
municipalities to assess the levels of well-being in Luanda. According to
the MDGs, a household‟s situation is described as “precarious” when it
lacks access to adequate housing or basic services as defined by the
following five indicators.
 Sobrepoveamento
 Segurança na Posse (Posse Segura na Terra)
 Estruturas Duraveis
 Acesso a Água Potavel
 Acesso a Saneamento Melhorado
For the purposes of DWs current research, a household was considered to

be a group of people living under one roof.
The indicators are described below in more detail to assist the interpretation of the
information.
Indicator 1 - Access to safe water; A household is considered to have access to

improved water supply if it has sufficient amount of water for family use, at an affordable
price, available to household members without being subject to extreme effort, especially
to women and children. Measurable indicators include –
 Affordability: water should consume less than 10% of the household income;
 Sufficient quantity: water should be available at a quantity of at least 20 liters per person
per day;
 Potable quality available without excessive efforts and time: clean water should be
available at each household or through standposts or improved wells or boreholes within
200 meters of the household;
Indicator 2 - Access to sanitation; A household is considered to have adequate access

to sanitation, if an excreta disposal system, either in the form of a private toilet or a toilet
shared between a maximum of two families. Measurable indicators include the proportion
of households with –
• a direct private connection (to the dwelling or plot) to the public sewer or to septic system
(with sufficient capacity)
• a pour flush latrine, private or shared (not public)
• a ventilated improved pit latrine, private or shared (not public)
87
Indicator 3 – Security of Tenure; Defined by the right of all individuals and groups to
effective protection by the State against forced evictions. People have secure tenure when
-
 There is evidence of documentation that can be used as proof of secure tenure status;
 There is either de facto or perceived protection from forced evictions.
Indicator 4 - Quality of Housing; A house is considered as ‘durable’ if it is built on a non-

hazardous location and has a structure permanent and adequate enough to protect its
inhabitants from the extremes of climatic conditions such as rain, heat, cold, humidity.
The following should be considered as inadequate:
 Housing settled in geologically hazardous zones (landslide/earthquake and flood areas);
 Housing settled on garbage-mountains or industrial pollution areas;
 Housing around other high-risk zones, e.g. railroads, airports, energy transmission lines.
 Quality and durability of construction (e.g. materials used for wall, floor and roof)
Indicator 5 – Overcrowding; A house is considered to provide a sufficient living area for

the household members if not more than two people share the same room.
Measurable indicators include;
 The Proportion of households with three persons or more per room.
 The proportion of population living in settlements with a density of over 50,000 people
per square kilometer.
Graduação e Pontuação
Building on the indicators of UN Habitat, the DW team adjusted the indicators to take
account of local conditions. Os Sub-indicadores específicos, baseados nas
recomendações da UN Habitat, sobre os dados sócio-económicos existents e discuções
em grupos focais, foram identificados e graduados desde 1 (melhores condições) a 3
(piores condições) para medir o nível de cada um dos cinco indicadores incluídos nas
análises.
Indicador Sub-indicador Graduação

Indicador 1: Sobrepovoamento
População por km2 Baixa Densidade (<100 pop/Ha) 1
Média Densidade (100-300 pop/Ha) 1
Alta Densidade (300-500 pop/Ha) com 2
algumas áreas sobrepovoadas
Sobrepovoamento Acima dos 50,000 3
2
pessoas por km (500> pop/Ha)
Indicador 2: Posse Segura
Tipos de Assentamentos de acordo Planificado / organizado / titulada 1
ao nível de organização e infra- Requalificável/organizavel/Não tituladas
estruturas
2
Desorganizada / não planificada 3
Indicador 3: Estruturas Duráveis
Material de construção das Tijolos / Blocos de cimento 1
habitações Adobe revestido de cimento ou Madeira 2
Pau-a pique, adobe não revestido ou 3
chapas
Material de cobertura do tecto Telhas, ou concreto 1
Chapas de zinco 2
88
Capim 3
Localização Segura / Baixos Riscos 1
Sem drenagem / Acesso limitado e 2
Risco Médio
Zonas de inundações/ Utility Clearance / 3
zona de cinistros / Alto Risco
Indicador 4: Acesso a Água Potável
Principal Fonte de Água Conexão à rede de água canalizada 1
Chafarizes ou cacimbas melhoradas 2
com bombas manuais
Sem acesso a água potável (o Mercado 3
informal de água, ou cacimbas
tadicionais)
Indicador 5: Acesso a um Saneamento Melhorado
Serviços de Saneamento Conexão a rede de drenagem 1
Fossa septica 2
Latrinas Secas melhorads 2
Sem serviços / serviços inadequados / 3
latrines públicas
Recolecção de resíduos sólidos Regular / recolha domiciliar 1
Irregular / contentores / depositos 2
Nenhum 3
Municipal well-being
Figure 1: This map represents the overall well-being of Sambizanga. The light pink areas
are the best off, and the darkest areas are the worst off.
89
1. Sobrepoveamento
Figure 2: This map represents population density. The darkest areas have the highest
population density and the lightest the lowest.
2. Segurança da Posse (Posse Segura da Terra)
Figure 3: This map represents security of tenure. The lightest areas have fairly secure tenure, the
darkest have no security.
90
3. Estruturas Duraveis
Figure 4: This map represent housing quality. The lighter areas have housing of acceptable quality,
the darker areas have low quality housing.
4. Acesso a Água Pótavel
Figure 5: This map represent access to potable water. The darkest areas have almost no access to
potable water, the lightest areas have acceptable access, and the other areas have poor access.
91
5. Acesso ao Saneamento Melhorado
Figure 6: This map represents access to basic sanitation. The darkest areas have almost no
access, the lightest areas have adequate access, with all the others having basic access.
92

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ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE SAMBIZANGA

Perfil do Município do Sambizanga

preparado em colaboração com o

Sistema de Informação Geográfica

AMCNK Associação dos Músicos da Comuna Ngola Kiluanje

Este perfil vem para auxiliar à administração municipal e seus parceiros na

A pretensão do governo “Angolano em tornar Angola num bom país para

dinâmicas municipais para que os programas de desenvolvimento sejam

Luanda é uma província em constantes mudanças, por isso, um período de

O nome Sambizanga, resulta da aglutinação de Sambila (termo quimbundo que

A nível Administrativo o Município foi conhecendo alterações ao longo do tempo.

Os primeiros grupos etnolinguísticos que habitaram o Sambizanga foram os

Tomé, do Congo Democrático, do Mali, Senegal, Mauritânia e do Líbano, os

Hoje, embora grande parte do Município do Sambizanga seja composto por um

A nível político, o Município é conhecido pelo grande movimento nacionalista dos

A nível social, no período pós independência, começou aumentar o número de

encontravam fora do sistema de ensino, preparou profissionais para o emprego

A nível económico, antes da independência, as principais actividades económicas

Com a realização das primeiras eleições em Angola e a abertura do mercado,

No campo cultural, o município do Sambizanga para além de ser destaque com

No domínio desportivo teve, e ainda tem equipas de renome como: o Académica

O advento da PAZ trouxe um novo cenário para o município. Os jovens

varias associações, com destaque para a Akwa-Sambila, a Associação

II- Caracterização física e ambiental

2.1- Enquadramento geográfico

O Sambizanga é um dos nove municípios da província da Luanda, tem uma

O município Administrativamente está dividido em três comunas nomeadamente,

2.2- Situação Climática

O Município do Sambizanga integra-se, quase, totalmente na região semi-

A estação seca (de cacimbo) é bastante prolongada, correspondendo ao

2.4- Vegetação e Fauna

2.5- Riscos ambientais

Embora não se tenha realizado nenhum estudo de impacto ambiental a nível

As zonas mais criticas que apresentam algumas implicações para o meio

Superfí População Estimada pela Densidade

Como se pode verificar no quadro acima, em termos de concentração populacional

Devido a insuficiência de dados desagregados da população por sexo e faixa etária

Gráfico 5 - Estrutura da população por grupo quinquenal de idade

Distribuição por Idade Masculina / Feminina - Fonte: Ministério de Planeamento - 2000

1 Habitantes residentes no município 650 000

2 Mulheres residentes no município 3000 000

3 Homens residentes no município 200 000

4 Crianças residentes no município 150 000

4.1- Administração Municipal

A Administração Municipal do Sambizanga é o órgão desconcentrado da

O funcionamento da Administração Municipal é assente no Decreto 2/07, de 3 de

A estrutura orgânica da Administração municipal do Sambizanga, aprovada pelo

2- Órgão de apoio consultivo

3- Serviços de apoio instrumental:

4- Serviços de apoio técnico:

5- Serviços desconcentrados da Administração Municipal:

e. Repartição Municipal de Energia e Água

6- Serviços desconcentrados das Delegações Provinciais

a) Conselho Comunal de Auscultação e concertação Social;

A nível da Administração Municipal, a maioria das repartições já foram estruturas.

O quadro de pessoal a nível do município é composto por 107 trabalhadores,

Como se pode verificar na tabela abaixo, o quadro de pessoal da Administração

Quanto as Administrações comunais existem um défice muito grande de recursos

Fazendo uma análise em relação ao género no quadro de pessoal do município,