Centro Universidade Mauricio de Nassau
Laudiceia Ribeiro de Oliveira Silva
Nutrição 6° período
Patologia da Nutrição e Dietoterapia
Maceió
2023
Laudiceia Ribeiro de Oliveira Silva
Trabalho desenvolvido como recurso
avaliativos da disciplina Patologia da
nutrição e dietoterpia professora e nu-
Nutricionista Nina Thaís Gomes.
hais
Nutrição 6° período
Nutrição e Atenção à saúde
Trabalho desenvolvido como recurso
avaliativo da disciplina de nutrição e
dietética, mencionadas pela professora
e nutricionista Priscilla Maria.
Maceió
2023
PRINCIPAIS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA APS
Vigilância alimentar e nutricional
Define-se VAN como a descrição contínua e a predição de tendências das
condições de alimentação e nutrição da população e de seus fatores
determinantes para subsidiar o planejamento de ações para prevenção e
enfrentamento dos agravos relacionados alimentação e nutrição, contribuindo
com a organização da atenção nutricional na KAS. A VAN compreende desde
os inquéritos populacionais até a avaliação das condições de alimentação e
nutrição nos serviços de saúde. Embora a alimentação inadequada seja o fator
de risco que mais impacta na carga de doenças no Brasil e apesar de mais de
50% dos adultos brasileiros apresentarem excesso de peso, a incorporação da
avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar na rotina das equipes
da APS ainda é um grande desafio. No âmbito da VAN, cabe aos profissionais
da APS avaliar o estado nutricional (peso, altura e outros indicadores e o
consumo alimentar por meio de marcadores de consumo).
Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde no Brasil
A má alimentação é um dos principais fatores de risco relacionados à carga
global de doenças no mundo. No Brasil, em 2015, ela foi o fator de risco que
mais contribuiu para os anos de vida perdidos, sendo superior, ao uso de
álcool, drogas, tabagismo e inatividade física. a Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da
Saúde (OMS) lançaram, para o período de 2016 a 2025, a Década de Ação
das Nações Unidas para a Nutrição. Atualmente, o Brasil coordena duas Redes
de Ação para países da América Latina e Caribe: uma sobre guias alimentares
baseados em alimentos (ao invés de baseados em nutrientes) e outra sobre
redução do consumo de sal para prevenção de doenças cardiovasculares. A
alimentação foi reconhecida como direito na Constituição brasileira em 2010, e
como um dos determinantes da saúde da população na lei que criou o Sistema
Único de Saúde (SUS); cabe à direção nacional do SUS a competência de
“formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição” . As ações de
alimentação e nutrição no SUS foram institucionaliza- das a partir da
publicação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), em 1999.
Em 2011, uma atualização da PNAN agregou a essa política o propósito de
melhorar as con- dições de alimentação, nutrição e saúde da população
brasileira pela promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
vigilância alimentar e nutricional (VAN), prevenção e cuidado integral dos
agravos relacionados à alimentação e nutrição. De 2006 a 2018, as
prevalências de excesso de peso, obesidade e diabe- tes tiveram incremento
de 30%, 65% e 40%, respectivamente, enquanto a prevalência de hipertensão
não apresentou uma variação anual estatisticamente significativa Em crianças,
18,8% das menores de 2 anos, 14,3% daquelas com idade de 2 a 4 anos e
24,4% das crianças de 5 a 10 anos apresentam excesso de peso. Atualmente a
desnutrição permanece como problema de saúde importante no país,
principalmente nas crianças menores de 5 anos pertencentes a povos e
comunidades tradicionais.
Atenção nutricional no sus: contextualização
A atenção nutricional deve dialogar com as demandas e necessidades de
saúde do território, considerando as de maior frequência e relevância e
observando critérios de risco e vulnerabilidade, e deve ainda fazer parte do
cuidado integral na rede de atenção à saúde (RAS).
O primeiro nível de assistência do sistema de saúde, a APS, se caracteriza
pela longitudinalidade e integralidade nas ações A APS deve ser acessível a
todos e oferecer os serviços essen- ciais para prevenir e tratar doenças, sendo
responsável ainda pela promoção da saúde, reabilitação e cuidados paliativos.
No Brasil, a consolidação da APS tem como modelo prioritário a Estratégia
Saúde da Família (ESF). E está associada à redução da mortalidade infantil e
da mortalidade por infecções respiratórias e diarreia em menores de 5 anos
(17), à diminui- ção das hospitalizações por doenças potencialmente evitáveis
(18) e à redução da mortalidade por doenças cerebrovasculares e
cardiovasculares. que são, por sua vez, monitorados por meio do Sistema de
informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).
Prevenção das carências nutricionais
Embora o sobrepeso e a obesidade estejam hoje entre os principais desafios
do Brasil relacionados à alimentação e nutrição, ainda persistem carências
nutricionais combatidas por meio da suplementação de micronutrientes. As
crianças que frequentam as UBS recebem suplementos de ferro na idade de 6
a 24 meses em todos os municípios bra- sileiros. Manejo dietético da
obesidade, diabetes e hipertensão arterial sistêmica Para o cuidado dos
usuários com obesidade, diabetes e hipertensão, as equipes da APS ofertam,
entre outros, consul- tas individuais, atividades em grupos e visitas
domiciliares. Em 2013, o Ministério da Saúde redefiniu diretrizes para organiza-
ção da RAS das pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no
âmbito do SUS, com objetivo de organizar a atenção integral à saúde de
maneira articulada entre os diferentes níveis de atenção do SUS. A obesidade
é o terceiro principal fator de risco que provoca a maioria das mortes e
incapacidades em mulheres no Brasil, e o quinto entre homens (1). De acordo
com dados do SISAB, é possível observar que, no período de setembro de
2018 a agosto de 2019, dos mais de 105 milhões de atendimentos realizados e
passíveis de identificação nesse sistema, 26,38% das condições/problemas
avaliados cor- respondiam à hipertensão arterial, 10,51% ao diabetes e apenas
2,85% correspondiam à obesidade (dados não apresentados em tabela). No
Brasil, entre as pessoas com hipertensão, 36,7% têm obesi- dade e 74,4% têm
excesso de peso; entre aqueles com diabetes, 75,2% têm excesso de peso e
37% têm obesidade; e entre pessoas com hipertensão e diabetes, 80,1% têm
excesso de peso (36)..No âmbito do cuidado, apesar das diretrizes e
orientações publicadas pelo Ministério da Saúde sobre a atenção às pes- soas
com sobrepeso e obesidade, ainda é necessário avançar na incorporação
dessas informações na rotina e nas práticas dos profissionais de saúde, por
meio de uma abordagem ampla que envolva desde o diagnóstico nutricional
até o desenvolvimento de ações de promoção da alimentação adequada e
saudável e de atividades físicas.É preciso intensificar ações de prevenção e
promoção para que indivíduos com excesso de peso possam reduzir a
gravidade dessa condição e, com isso, reduzir o risco de desenvolverem
DCNT. Em relação à obesidade, é necessário que essa condição passe a ser
considerada não apenas como uma doença impor- tante, mas também como
um grave fator de risco para outras DCNT, que merece atenção por parte dos
profissionais de saúde e da população. Estudos apontam que, quando os
profissionais de saúde não falam sobre a obesidade, os indivíduos presumem
que ela não é um problema (37). Assim, o alto percentual de encaminhamento
de usuários com obesidade para a atenção especializada indica que o
tratamento e cuidado dessas pessoas na APS ainda é um desafio. Destaca-se
ainda a necessidade de qualificação dos profissão- nais da APS, em especial
médicos e enfermeiros, para a oferta de orientações sobre alimentação
adequada e saudável e sua sensibilização para o acolhimento das pessoas
com obesidade. Dentre as maiores barreiras para a procura do serviço de
saúde pelos usuários para tratamento da obesidade está o estigma e o
preconceito vivenciado por essas pessoas