TCC - Antonio Suelio Rodrigues Paiva
TCC - Antonio Suelio Rodrigues Paiva
TCC - Antonio Suelio Rodrigues Paiva
VITÓRIA
2019
ANTONIO SUELIO RODRIGUES PAIVA
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Trabalho Final de
Mestrado Profissional
Para obtenção do grau de
Mestre em Ciências das Religiões
Faculdade Unida de Vitória
Programa de Pós-Graduação
Linha de pesquisa: Religião e Esfera Pública
Vitória – ES
2019
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Doutor�I-FCSES
RESUMO
Esta pesquisa tratará sobre a percepção de discentes e docentes acerca da diversidade religiosa
observada nos anos finais do Ensino Fundamental II da Escola de Ensino Fundamental e
Médio Zaíra Manhães de Andrade, localizada no munício de Cariacica/ES. É uma pesquisa
relevante por mostrar que, para se situar o Ensino Religioso no contexto escolar, faz-se
necessário primeiro compreendê-lo enquanto componente curricular, bem como sua
interdisciplinaridade, levando em consideração a diversidade, a cultura dos indivíduos, o meio
social em que vivem, a realidade econômica dos/das discentes, dentre outros fatores. A
pesquisa traz informações sobre a institucionalização do Ensino Religioso desde o período da
colonização até as legislações atuais, que a caracterizam como disciplina obrigatória de oferta
facultativa para os/as discentes e a importância da disciplina Ensino Religioso e seu papel na
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
construção de uma escola fraterna, cidadã e solidária na busca pelo respeito a diversidade
religiosa. Para tanto foram analisadas as categorias fraternidade, cidadania e solidariedade, e
como o debate em torno das mesmas, ajuda e ou afeta a percepção do corpo discente e
docente sobre a diversidade no ambiente da Escola. A metodologia utilizada parte da pesquisa
bibliográfica para a pesquisa de campo, tendo como instrumento de coleta de dados um
questionário com perguntas fechadas que foi aplicado aos/as discentes e docentes. Os dados
coletados foram interpretados à luz da percepção dos/as docentes e discentes a respeito da
diversidade religiosa nas aulas ministradas na disciplina Ensino Religioso e no espaço escolar
e sua contribuição na construção de uma escola cidadã, fraterna e solidária. Os resultados
indicam que os/as discentes buscam compreender e respeitar a diversidade religiosa e com
isso reforçam os valores adquiridos no percurso da vida. Já os/as docentes participantes da
pesquisa apontaram que abordam o tema da diversidade religiosa nas aluas, cumprindo a
função transversal e multidisciplinar do tema. No entanto, encontram dificuldades quanto ao
apoio pedagógico que não recebem na Escola. Contudo, o esforço dedicado por estes
profissionais afirma a importância da disciplina Ensino Religioso no espaço escolar para o
desenvolvimento de uma escola fraterna, cidadã e solidária.
This research will deal with the perception of students and teachers about the religious
diversity observed in the final years of Elementary School II of Zaíra Manhães de Andrade
Elementary and Middle School, located in Cariacica / ES. It is a relevant research to show
that, in order to situate Religious Education in the school context, it is necessary to first
understand it as a curricular component, as well as its interdisciplinarity, taking into account
the diversity, the culture of individuals, the social environment in that live, the economic
reality of the students, among other factors. The research provides information about the
institutionalization of Religious Education from the period of colonization to the current
legislation, which characterize it as a compulsory subject of optional provision for students
and the importance of the Religious Teaching discipline and its role in the construction of a
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
fraternal school, a citizen and solidarity in the search for respect for religious diversity. In
order to do so, the categories fraternity, citizenship and solidarity have been analyzed and, as
the debate around them, helps and / or affects the perception of the student body and teacher
about diversity in the school environment. The methodology used is part of the bibliographic
research for the field research, having as a data collection tool a questionnaire with closed
questions that was applied to the students and teachers. The data collected were interpreted in
the light of the perception of teachers and students regarding religious diversity in the classes
taught in the Religious Education and in the school space and their contribution in the
construction of a community school, fraternal and solidarity. The results indicate that the
students seek to understand and respect religious diversity and thereby reinforce the values
acquired in the course of life. Already the teachers participating in the research pointed out
that they approach the theme of religious diversity in the communities, fulfilling the
transversal and multidisciplinary function of the theme. However, they find difficulties in the
pedagogical support that they do not receive in the School. However, the effort dedicated by
these professionals affirms the importance of the discipline Religious Education in the school
space for the development of a fraternal school, citizen and solidarity.
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 74
APÊNDICES ............................................................................................................................ 81
ANEXOS .................................................................................................................................. 84
8
INTRODUÇÃO
1
A partir deste ponto a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Zaíra Manhães de Andrade, localizada
no município de Cariacica/ES, será designada como Escola.
2
BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 7 de abril de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Fundamental. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 15 abr. 1998. Disponível em:
<encurtador.com.br/rwFLS>. Acesso em: 05 set. 2018.
9
Religião. Conforme se verá de forma pormenorizada na pesquisa, tal concepção sugere que o
Ensino Religioso seja retirado do currículo escolar em função da alegação de que o Estado é
laico. No entanto, há os que defendem a permanência da disciplina, desde que se tenha como
parâmetro a formação integral dos discentes. Para Ana Maria Gonçalves e Tamiris Alves
Muniz
Trata-se de sua relevância dialógica, o que, segundo Ivor Goodson, concorre para sua
consolidação no currículo. Conforme o referido autor, o processo de se tornar uma disciplina
escolar caracteriza a evolução da comunidade, que não somente elabora objetivos, mas eleva
os objetivos pedagógicos e utilitários e os definem como uma disciplina acadêmica. 4
A motivação pessoal para esta pesquisa surgiu da prática docente na referida Escola,
onde o pesquisador pôde observar, a princípio sem o rigor científico, que há discentes e
docentes que se sentem discriminados quanto à sua opção religiosa. Diante deste contexto,
delimitou-se como problema de investigação a seguinte questão: A percepção de discentes e
docentes acerca da diversidade religiosa na Escola tem auxiliado na promoção da construção
de uma escola fraterna, cidadã e solidária?
Buscando responder à questão problematizadora estabeleceu-se como objetivo geral
investigar o entendimento acerca da diversidade religiosa dos/as discentes e docentes nas
aulas de Ensino Religioso da Escola pesquisada. Para melhor subsidiar o objetivo geral,
elenca-se como objetivos específicos: identificar se a Escola trabalha com clareza a
abordagem sobre a diversidade religiosa, tanto nas aulas de Ensino Religioso e em outras
disciplinas, entre os/as docentes e discentes; relatar se no ambiente familiar e religioso dos/as
discentes há respeito às diferentes religiões; observar se os/as docentes das demais disciplinas
respeitam a diversidade religiosa; analisar se a identidade religiosa dos/as discentes e docentes
interfere na aceitação ou rejeição do outro que professe identidade religiosa diferente da sua
e/ou não professe nenhum tipo de crença.
3
GONÇALVES Ana Maria; MUNIZ, Tamiris Alves. A permanência da disciplina Ensino Religioso no currículo
escolar brasileiro. Revista Teias. Rio de Janeiro, v. 15, n. 39, 2014, p. 117-132. Disponível em: <http://twixar.
me/LtXK>. Acesso em: 20 jul. 2018. p. 119.
4
GOODSON, Ivor. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 120.
10
questões contidas no questionário dividiram-se em dois blocos, a saber: bloco 1, onde foi
apresentada a caracterização do/a entrevistado/a: sexo, idade e renda familiar e o bloco 2, que
analisa as questões objetivas - perfil do entrevistado: questões direcionadas a percepção
dos/as discentes e docentes da Escola acerca da diversidade religiosa nas aulas de Ensino
Religioso e nos demais espaços da Escola.
A bibliografia pesquisada contempla a discussão acerca do Ensino Religioso em
contexto histórico apresentando a história do referido componente curricular na educação
brasileira e sua importância no entendimento de discentes e docentes acerca da diversidade
religiosa no âmbito escolar, que contou com as contribuições de autores como: Marcio
Moreira Alves 5, Elisa Rodrigues 6, Dermeval Saviani 7, Keila Patrícia Gonzalez e Leonardo
Chaves de Carvalho 8, Loyana Christian de Lima Tomaz e Rozaine Aparecida Fontes Tomaz 9,
dentre outros, buscou-se clarear e aprofundar as ideias relacionadas ao tema. Além dos
autores, fez-se necessária uma busca em documentos como a Lei de Diretrizes e Bases
(LDB) 10, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 11, o Fórum Nacional Permanente para
o Ensino Religioso (FONAPER) 12 entre outros.
5
ALVES, Marcio Moreira. A igreja e a política no Brasil. Brasiliense: São Paulo, 1979.
6
RODRIGUES, Elisa. Questões epistemológicas do Ensino Religioso. Interações: Cultura e Comunidade, Belo
Horizonte, v. 8, n. 14, p. 230-241, 2013.
7
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 4. ed., 2014.
8
GONZALEZ, Keila Patrícia; CARVALHO, Leonardo Chaves de. A trajetória histórica do Ensino Religioso na
Escola Pública Brasileira: discussões sobre as atuais configurações do Ensino Religioso no País. Dourados:
UEMS, 2015.
9
TOMAZ, Loyana Christian de Lima; TOMAZ, Rozaine Aparecida Fontes. Laicidade e Religião: um percurso
histórico da disciplina Ensino Religioso no Brasil. Trilhas Pedagógicas, v. 6, n. 6, p. 131-150, 2016.
10
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de
1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
11
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, SEB, 2017.
12
FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). Parâmetros Curriculares
Nacionais: Ensino Religioso. 9 ed. São Paulo: Mundo Mirim, 2009.
11
Escola.
O capítulo três identifica o percurso metodológico da pesquisa e o perfil dos/as
discentes e docentes pesquisados, discute os resultados dos questionários e analisa os dados
obtidos, buscando fomentar o debate acerca da diversidade religiosa tão somente na disciplina
de Ensino Religioso, como também de forma integrada em todos os ambientes da Escola.
12
A disciplina Ensino Religioso na educação pública do Brasil teve seu embrião ainda
no período colonial, à época, sob a forma do ensinamento doutrinário cristão-católico, por
meio da catequese e do ensino da religião. Tem-se como principal referência desse período, o
projeto dos missionários jesuítas como principal caminho para estabelecer junto aos nativos
uma convicção religiosa a partir dos dogmas católicos. 13
Marcio Moreira Alves explica que,
As diversas nações indígenas que já habitavam o solo brasileiro e que passaram a ter
a companhia dos colonizadores e seus ideais expansionistas que visavam a conquista da terra
recém-descoberta, possuíam sua própria religiosidade, porém, esta religiosidade foi
desprezada, já que a ação jesuítica na colônia brasileira pregava a conversão dos índios à
religião e aos costumes do homem branco. 15
De acordo com Sérgio Rogério Azevedo Junqueira, durante o período Colonial e
Imperial brasileiro, nos séculos XV a XIX, é instituída a cristianização por delegação
13
SAVIANI, Dermeval. História das Ideias pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 4 ed,
2014. p. 42.
14
ALVES, Marcio Moreira. A igreja e a política no Brasil. Brasiliense: São Paulo, 1979. p. 21.
15
SHIGUNOV NETO, Alexandre; MACIEL, Lizete Shizue Bomura. O ensino jesuítico no período colonial
brasileiro: algumas discussões. Educar, Curitiba, n. 31, p. 169-189, 2008. Editora UFPR. Disponível em:
<encurtador.com.br/hnwEO>. Acesso em: 20 nov. 2018. p. 174.
13
pontifícia, reforçando o poder então estabelecido da Igreja Católica e sua influência político-
social. 16
Com a Reforma Protestante, a partir do século XVI, a Igreja Católica buscou reagir, e
através do movimento conhecido como Contrarreforma, centralizou seus esforços no
crescimento expansionista e na consolidação do catolicismo, principalmente em países onde a
reforma protestante teve baixa repercussão, como Portugal e Espanha.
Desta forma, consideram Loyana Christian de Lima Tomaz e Rozaine Aparecida
Fontes Tomaz, que o apoio realizado através de Roma e pelos reinados sob a fé católica às
navegações, extrapolando-se os motivos nitidamente econômicos, eram fundamentados
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16
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. A presença do Ensino Religioso no contexto da educação. In:
JUNQUEIRA, S.; WAGNER, R. (Orgs.). O ensino religioso no Brasil. 2. ed. Curitiba: Champagnat, 2011. p. 82.
17
TOMAZ, Loyana Christian de Lima; TOMAZ, Rozaine Aparecida Fontes. Laicidade e Religião: um percurso
histórico da disciplina ensino religioso no Brasil. Trilhas Pedagógicas, v. 6, n. 6, p. 131-150, 2016. Disponível
em: <http://twixar.me/1x0K>. Acesso em: 08 jun. 2017. p. 131.
18
SAVIANI, 2014, p. 57.
19
JUNQUEIRA, 2011, p. 87.
14
20
SHIGUNOV NETO; MACIEL, 2008, p. 176.
21
ZANINI, Flávia Emília. O olhar dos jesuítas sobre a cultura indígena – século XVI. 2014. 87 f. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba,
2014. Disponível em: <http://twixar.me/rQ0K>. Acesso em: 15 nov. 2018. p. 51.
22
SHIGUNOV NETO; MACIEL, 2008, p. 174.
23
MARCOS, Wiliam Ramos. Modelos de Ensino Religioso: contribuições das Ciências da Religião para a
superação da confessionalidade. 2010. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Religião, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. Disponível em:
<encurtador.com.br/rvIOT>. Acesso em: 26 ago. 2018. p. 24.
24
ALVES, 1979, p. 207.
15
ampliava o conceito de organizar a escola para todos, trazendo para si o laicismo na formação
de cidadãos com envolvimento e a serviço do agigantamento do Estado e dos seus diversos
interesses. 25
Era uma época em que os Estados europeus encontravam-se sob um contexto de
grande turbulência, envolto em revoltas e revoluções que desestabilizavam a sociedade, como
a que ocorreu em 1688, conhecida como a Revolução Gloriosa, a Independência Americana
em 1776, e a Revolução Francesa no ano de 1789. No Brasil, seguindo esses rumos
revolucionários, ocorreu a Inconfidência Mineira no ano de 1789, no mesmo ano da
Revolução Francesa, e a Inconfidência Baiana, em 1798 26. Com todos esses adventos, o
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século XVlII foi chamado de o Século das Luzes, manifestando a razão do ser humano,
compreendendo o poder de reorganização do mundo, dado que essa “razão trouxe um
otimismo, valorizando os próprios poderes, lutando contra o princípio da autoridade do
teocentrismo que caracterizou a Idade Média, antes do Renascentismo e da Reforma
Religiosa” 27.
Diante de todos esses acontecimentos, os jesuítas foram descritos como sendo
perigosos para o estado português, principalmente devido ao seu grande poder político e
econômico, fato esse que motivou a preocupação nos países em que estavam atuantes, e dessa
forma acabou culminando com a expulsão do Brasil e também de outros países. Como uma
das consequências tiveram seus livros e documentos destruídos, o que repercutiu como uma
grande perda para a educação no Brasil, porque nessa época, ter livros era uma raridade. 28
Portanto, a partir do ano de 1759, com a saída dos jesuítas, ocorre uma mudança
considerável no que se refere à educação religiosa, com o Estado passando a assumir o que se
tinha à época como educação. Esse momento ocorre com a vinda do Marquês de Pombal.
Ficou conhecida como a reforma Pombalina que implementou um modelo fundamentado
basicamente pelo racionalismo do Iluminismo. Assim, a educação permaneceu com a
característica elitista. 29
25
ALVES, 1979, p. 21.
26
ARAÚJO, Kárita de Fátima. Os Inconfidentes nas Minas gerais: uma relação entre a geografia e a literatura
setecentista de Cláudio Manoel da Costa. 2014. 190 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014. Disponível em: <http://twixar.me/mx0K>.
Acesso em: 15 nov. 2018. p. 32-33.
27
GALVÊAS, Maria de Fátima Pimentel Pereira. História da religião no Brasil: o Ensino Religioso e a catequese
na sociedade brasileira. UNITAS – Revista Eletrônica de Teologia e Ciências das Religiões, Vitória-ES, v. 5, n.
2, p. 745-756, 2017. Disponível em: <http://twixar.me/Gx0K>. Acesso em: 15 nov. 2018. p. 746.
28
SHIGUNOV NETO; MACIEL, 2008, p. 183.
29
ALVES, 1979, p. 22.
16
30
CAETANO, Maria Cristina. O Ensino Religioso e a formação de seus professores: dificuldades e
perspectivas. 2007. 389 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de
Educação, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. Disponível em:
<encurtador.com.br/tyGKO>. Acesso em: 26 ago. 2018. p. 28.
31
CASIMIRO, Ana Palmira Bittencourt Santos. Evangelização, catequese e educação no Brasil: uma perspectiva
histórica. Quaestio, Sorocaba, SP, v. 11, n. 1, p. 111-124, 2009. Disponível em: <http://twixar.me/MBXK>.
Acesso em: 12 ago. 2018. p. 117.
32
CASIMIRO, 2009, p. 118.
33
COSTA, 2009, p. 1.
34
ROSITO, Margaréte May Berkenbrock. Aulas Régias: Currículo, Carisma, Poder- um teatro clássico? 2002.
219 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2002. Disponível em: <http://twixar.me/Dx0K>. Acesso em: 16. Nov. 2018. p. 198-199.
17
35
ZANINI, 2014, p. 35.
36
TOMÉ, Dyeinne Cristina; QUADROS, Raquel dos Santos; MACHADO, Maria Cristina Gomes. A educação
feminina durante o Brasil colonial. In: SEMANA DE PEDAGOGIA DA Universidade Estadual de Maringá. v.
1, n. 1, 2012. Anais... Maringá: UEM, 2012. p. 1-12. Disponível em: <http://twixar.me/Lx0K>. Acesso em: 16
nov. 2018. p. 01.
37
TOMÉ; QUADROS; MACHADO, 2012, p. 01.
38
XAVIER, Maria Elizabete Sampaio Prado; RIBEIRO, Maria Luísa Santos; NORONHA, Olinda Maria.
História da educação: a escola no Brasil. São Paulo: FTD, 1994. p. 47.
39
XAVIER; RIBEIRO; NORONHA, 1994, p. 47.
40
XAVIER; RIBEIRO; NORONHA, 1994, p. 48.
18
de comparecer às aulas para se ocuparem de outros ofícios para melhor ganhar a vida” 42,
mesmo com o status adquirido de funcionários públicos. Ficavam à espera de que a Coroa
Portuguesa apresentasse uma solução ao problema, embora o modelo educacional vigente
estivesse instável.
41
MORAIS, Christianni Cardoso; OLIVEIRA, Cleide Cristina. Aulas régias, cobrança do subsídio literário e
pagamento dos ordenados dos professores em Minas Gerais no período colonial. Educação em Perspectiva,
Viçosa, v. 3, n. 1, p. 81-104, 2012. Disponível em: <encurtador.com.br/puwB3>. Acesso em: 16 nov. 2018. p.
83.
42
MORAIS; OLIVEIRA, 2012, p. 93.
43
MORAIS; OLIVEIRA, 2012, p. 102.
44
VAZ, Fabiana Andréa Barbosa. História da educação e da escola brasileira: uma peça “encenada” em um
“cenário político – econômico nacional?” In: JORNADA DE HISTEDBR, 10., 2010, Pará. Anais... Belém:
UFPA, 2010. p. 1-25. Disponível em: <encurtador.com.br/cACU7>. Acesso em: 16 nov. 2018. p. 10.
45
VAZ, 2010, p. 11.
19
46
ALVES, 1979, p. 26.
47
ROSITO, 2001, p. 25.
48
BRASIL. Constituição (1824). Constituição política do Império do Brasil. Rio de Janeiro, 1824. Disponível
em: <encurtador.com.br/mrFJ5>. Acesso em: 12 out. 2017.
49
BRASIL, 1824.
50
LEDESMA, Maria Rita Kaminski. Evolução histórica da educação brasileira: 1549-2010. Guarapuava:
Unicentro, 2010. p. 40.
20
Para Loyana Christian de Lima Tomaz e Rozaine Aparecida Fontes Tomaz, o Ensino
Religioso durante o Brasil Império seguiu os parâmetros estabelecidos desde o Brasil Colônia,
onde se adotava uma prática de ideologização pelo e para o Estado em contraponto à
formação integral e humana. 53
Segundo Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Débora Nascimento Teófilo, durante o
governo de Dom Pedro II, o Estado assumiu a regulamentação do ensino e sua secularização.
Porém, não havia por parte do Estado, estrutura suficiente e necessária para desenvolver e
manter um projeto educacional leigo, o que motivou por parte dos cléricos a insistência da
possibilidade de assumirem as escolas. O Império brasileiro, ao promover a outorga de uma
Constituição com amparo confessional, simultaneamente procedendo com uma possível
abertura à liberdade religiosa, terminou por gerar para ele mesmo e para a Igreja uma
armadilha que resulta em várias e intensas consequências. 54
A Constituição do Brasil República de 1891, no artigo 72, parágrafo 6º, declarava
que será “[...] leigo o Ensino Ministrado nos Estabelecimentos públicos. Nenhum culto ou
Igreja gozará de subvenção oficial nem terá relações de dependência ou aliança com o
Governo [...]” 55. A Constituição de 1934 em seu artigo 153 afirmava que
51
LEDESMA, 2010, p. 40.
52
BRASIL, 1824.
53
TOMAZ; TOMAZ, 2016, p. 03.
54
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo; TEÓFILO, Débora Nascimento. Secularização e sua relação com o
Ensino Religioso. Teocomunicação, v. 42, n. 1, p. 82-97, jan./jun. 2012. Disponível em: <http://twixar.me/4x0K
>. Acesso em: 08 de jun. 2017. p. 91.
55
BRASIL. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,
1891. Disponível em: <encurtador.com.br/fvV12>. Acesso em: 12 jul. 2018.
21
O Ensino Religioso poderá ser contemplado como matéria do curso ordinário das
escolas primárias, normais e secundárias. Porém, não poderá ser obrigatório pelos
mestres ou professores, nem de frequência compulsória por parte dos alunos. 57
56
BRASIL. Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,
1934. Disponível em: <encurtador.com.br/tBUX8>. Acesso em: 15 jul. 2018.
57
BRASIL. Constituição (1937). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,
1937. Disponível em: <encurtador.com.br/lxCIP>. Acesso em: 15 jul. 2018.
58
COSTA, Antonio Max Ferreira. Um breve histórico do Ensino Religioso na educação brasileira. In: SEMANA
DE HUMANIDADES, 17, 2009, Rio Grande do Norte. Anais.... Rio Grande do Norte: Cchla, 2009. p. 1-6.
Disponível em: <encurtador.com.br/hiEIU>. Acesso em: 30 jul. 2018. p. 2-3.
59
JUNQUEIRA, 2012, p. 82.
22
Durante muito tempo a disciplina Ensino Religioso esteve presente nos currículos
escolares da educação básica brasileira, basicamente vinculada ao ensino católico e
catequético. Segundo João Décio Passos, “[...] a catequese era vista como construção, como
uma prática escolar voltada para a formação das ideias corretas em oposição às ideias falsas
[...]”60.
Após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, já se questionava a
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
existência ou não do Ensino Religioso nos currículos escolares brasileiros, pois em um estado
laico e republicano o ensino relacionado à religião, não fazia mais sentido, visto que com o
advento da proclamação, é marcada a concepção do ideário positivista no Brasil. Dessa forma,
durante os períodos Colonial e Imperial, “o Ensino Religioso mantinha-se presente no
processo educacional sem tornar-se motivo de polêmicas, com as mudanças em nível
ideológico e político tal situação não persistirá” 61.
Com a República e a forte ideologia positivista, a religião passa a ser assunto privado
e, concomitantemente, o ensino passa a não dar destaque para a doutrina religiosa. A reação
da Igreja Católica perante a laicização do Estado deu-se de forma discreta, por meio da Carta
Pastoral Coletiva, de 19 de março de 1890, tendo em vista que as decisões da Constituição já
eram de conhecimento da sociedade, antes mesmo de sua promulgação em 1891. Por
conseguinte, tal laicização do Estado leva ao questionamento sobre a pertinência do Ensino
Religioso como componente curricular. A Constituição de 1891 é a única a não mencionar,
direta ou indiretamente, o Ensino Religioso. 62
No período da República o Ensino da Religião Católica entra em crise, uma vez que
o novo regime em 1891 pede a separação entre Estado e Igreja. Assim, passa a vigorar o
seguinte pensamento: “Será leigo o Ensino ministrado nos estabelecimentos oficiais de
ensino” 63.
Esse pensamento foi influenciado pelos ideais de liberdade religiosa regida pelo
princípio da laicidade do Estado. É o que se vê no discurso de diversos parlamentares que
60
PASSOS, João Décio. Ensino Religioso: construção de uma proposta. São Paulo: Paulinas, 2007. p. 65.
61
TOMAZ; TOMAZ, 2016, p. 138.
62
MARCOS, 2010, p. 05.
63
FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO (FONAPER). Parâmetros Curriculares
Nacionais: Ensino Religioso. 9. ed. São Paulo: Mundo Mirim, 2009. p. 34.
23
64
NACIF XAVIER, Libânia. O debate em torno da nacionalização do ensino na Era Vargas Educação. Revista
do Centro de Educação, v. 30, n. 2, p. 105-120, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil,
2005. Disponível em: <encurtador.com.br/bqCEF>. Acesso em: 12 ago. 2018. p. 110.
65
BRASIL, 1934.
66
COSTA, 2009, p. 4.
67
COSTA, 2009, p. 5.
68
JUNQUEIRA, 2011, p. 40.
69
JUNQUEIRA, 2011, p. 40.
24
A expressão ‘sem ônus para os cofres públicos’ suscitou e ampliou novos estudos
sobre a identidade do Ensino Religioso, reforçando a necessidade de serem salvaguardados os
princípios da liberdade religiosa e do direito do cidadão que frequenta a escola pública. Isto
implica em nenhum cidadão ser discriminado por motivo de crença, em ter assegurada uma
educação integral, incluindo o desenvolvimento de todas as dimensões do seu ser, inclusive
religioso, independente de concepção religiosa ou filosófica de qualquer natureza. 72
A verdadeira ruptura propriamente dita ocorreu justamente com a lei de 22 de julho
de 1997, que estabeleceu novas normas para o artigo 33 da lei n.º 9.394 até então em vigor. O
referido artigo dispõe que “os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
admissão dos professores” 73.
A LDB 9394/96 trouxe uma maior autonomia para elaboração das propostas
pedagógicas de Ensino Religioso. A partir da lei 9.475 de 1997, “a regulamentação do Ensino
Religioso nos Estados foi feita por meio de Leis, Pareceres, Decretos, Resoluções,
Deliberações e Instruções Normativas” 74. Assim cada estado ficou responsável pela
regulamentação, material pedagógico e contratação de professores para atuação em sala de
aula.
70
BRASIL, 1988.
71
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em: <encurtador.com.br/hknuQ>.
Acesso em: 03 jun. 2017.
72
JUNQUEIRA, 2011, p. 34.
73
BRASIL, 1997, p. 03.
74
ARNAUT DE TOLEDO, Cézar Alencar; MALVEZZI, Meiri Cristina Falcioni. Questões político-pedagógicas
do Ensino Religioso na escola pública brasileira. In: CONGRESSO NACIONAL DA EDUCERE, 10, 2011,
Curitiba. Anais... Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2011. p. 937-953. Disponível em:
<encurtador.com.br/bFHIT. Acesso em: 09 out. 2017. p. 948.
25
75
BRASIL. Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997. Dá nova redação ao art. 33 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <encurtador.com.br/ksFM0>.
Acesso em: 03 jun. 2017.
76
GONZALEZ, Keila Patrícia; CARVALHO, Leonardo Chaves de. A trajetória histórica do Ensino Religioso na
Escola Pública Brasileira: discussões sobre as atuais configurações do Ensino Religioso no País. In: SIMPÓSIO
CIENTÍFICO CULTURAL, 9, 2015, Paranaíba: MS. Anais... Dourados: UEMS, 2015. p. 01-14. Disponível em:
<encurtador.com.br/wxzDI>. Acesso em: 05 set. 2018. p. 06.
26
sistemas de ensino no que tange aos conteúdos e critérios de habilitação dos professores
acarretaria, a princípio o respeito à diversidade. 77
Débora Diniz, Tatiana Lionço e Vanessa Carrião ao analisarem as leis estaduais que
tratam sobre Ensino Religioso, indicam que houve três modelos distintos nos estados
brasileiros, porém atualmente com a nova lei unificaram o ensino para todos os estados do
Brasil, podendo o mesmo ser confessional, contratando representantes de religiões para
ministrar as aulas desde 2017. 78
Em consonância com os autores acima, cabe destacar a decisão do Supremo Tribunal
federal (STF) que em discussão e votação acirrada por 6 votos a 5, decidiu por permanecer o
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
modelo confessional nas aulas de Ensino Religioso nas escolas públicas, visto que a matrícula
do referido componente curricular é facultativa, dando ao discente a opção de não participar
da aula, evitando qualquer constrangimento a alunos que não professam a religião
predominante. 79
Contudo, para o ministro José Celso de Mello 80, que votou contra:
O ensino religioso nas escolas públicas não pode nem deve ser confessional ou
interconfessional, pois a não confessionalidade do ensino religioso na escola pública
traduz consequência necessária do postulado inscrito na nossa vigente Constituição,
da laicidade do Estado Republicano brasileiro. 81
No entanto, para a ministra Carmem Lúcia Antunes Rocha 82, o fato do Ensino
Religioso, nas escolas públicas, ser uma disciplina facultativa, concluiu-se que não há:
77
GONZALEZ; CARVALHO, 2015, p. 06.
78
DINIZ, Débora; LIONÇO, Tatiana; CARRIÃO, Vanessa. Laicidade e Ensino Religioso no Brasil. Brasília:
Letras Livres: UnB: Unesco Brasil, 2010. p. 25.
79
EXAME. STF autoriza ensino religioso confessional nas escolas públicas. 2017. Disponível em:
<http://twixar.me/Xx0K>. Acesso em: 12 nov. 2018.
80
José Celso de Mello Filho é ministro decano do Supremo Tribunal Federal desde 1989. Disponível em:
<encurtador.com.br/bIKS8>. Acesso em: 15 nov. 2018.
81
EXAME, 2017.
82
Cármen Lúcia Antunes Rocha é ministra do Supremo Tribunal Federal desde 2006. Disponível:
<http://twixar.me/f60K >. Acesso em: 15 nov. 2018.
83
EXAME, 2017.
27
84
PASSOS, 2007, p. 60.
85
DANTAS, Douglas Cabral. O Ensino Religioso na rede pública estadual de Belo Horizonte, MG: história,
modelos e percepções de professores sobre formação e docência. 2002. 206 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte,
2002. Disponível em: <encurtador.com.br/hIK56>. Acesso em: 12 set. 2018. p. 195.
86
FONAPER, 2009, p. 26.
28
Nacionais para o Ensino Religioso (PCNER), referenciando o Ensino Religioso como parte do
currículo escolar. 87
A proposta do FONAPER ao produzir o PCNER era descaracterizar o Ensino
Religioso, até então de perfil proselitista, vinculado ao ensino cristão em suas diversas
vertentes, resolvendo a questão que era compreendida como inconstitucional. 88 Dessa
maneira, o Ensino Religioso poderia ser compreendido como um componente curricular do
Sistema Nacional de Ensino com todas as suas peculiaridades e particularidades.
De acordo com Sérgio Rogério Azevedo Junqueira:
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
O documento dos Parâmetros foi utilizado ainda para orientar a redação do novo
texto do art. 33 da LDB, pois, apesar do texto original preconizar duas modalidades
para esta disciplina como confessional e interconfessional, o Fonaper, após tantos
anos de estudos, compreendera que estas modalidades não eram mais compatíveis
com a realidade brasileira, por isso buscou todo um esforço para alterá-lo. 89
87
ARNAUT DE TOLEDO, Cézar de Alencar; AMARAL, Tânia Conceição Iglésias do. Análise dos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o ensino religioso nas escolas públicas. Revista Linhas, v. 6, n. 1, p. 1-18, 2005.
Disponível em: <encurtador.com.br/ayOW0>. Acesso em: 06 ago. 2018. p. 5.
88
ARNAUT DE TOLEDO; AMARAL, 2005, p. 4.
89
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil.
Petrópolis: Vozes, 2002. p. 72.
90
ARNAUT DE TOLEDO; AMARAL, 2005, p. 5.
91
RODRIGUES, Elisa. Questões Epistemológicas do Ensino Religioso: uma proposta a partir da Ciência da
Religião. Interações – Cultura e Comunidade, Belo Horizonte, Brasil, v. 8 n. 14, p. 230-241, 2013. Disponível
em: <encurtador.com.br/qBSY6>. Acesso em: 05 ago. 2018. p. 239.
29
92
RODRIGUES, 2013, p. 239.
93
FONAPER, 2009, p. 46-47.
94
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, SEB, 2017.
Disponível em: <http://twixar.me/d60K>. Acesso em: 26 de jul. 2018. p.433.
95
BRASIL, 2017, p. 433.
30
a partir de pressupostos éticos e científicos, sem proselitismo, o que implica discorrer sobre
esses conhecimentos com base na diversidade cultural e nas tradições religiosas, considerando
também a presença de filosofias de vida desconectadas da religião. 98
Corroborando com a BNCC, Teresinha Felismina de Souza destaca que o papel do
Ensino Religioso é estimular o interesse dos/das discentes para o conhecimento religioso,
ensinando-os/as sobre o pluralismo religioso e para a singularidade de cada religião,
proporcionando a capacidade de garantir o promover o respeito a diversidade, a pluralidade e
ao reconhecimento da magnitude de todas as tradições religiosas. 99 Desta forma, o Ensino
Religioso oportuniza uma comunicação entre e cultura e a dimensão religiosa considerando as
diferenças culturais e religiosas que formam a identidade de cada cidadão. 100
A disciplina Ensino Religioso deve proporcionar um ambiente onde se promova a
discussão e reflexão dos valores humanos, por meio dos estudos de conhecimentos religiosos
e das filosofias de vida, promovendo o reconhecimento das diferenças e o respeito por elas. O
Ensino Religioso suscita discussões que favorecem experiências pedagógicas, diálogos sobre
as identidades culturais, religiosa ou não, promovendo uma formação cidadã democrática, e
de fácil convivência. 101
Com base nestes pressupostos já apresentados, o referido componente curricular deve
garantir aos/as discentes o desenvolvimento de competências especificas, que são:
96
BRASIL, 2017, p. 436.
97
BRASIL, 2017, p. 436.
98
BRASIL, 2017, p. 436.
99
SOUZA, Teresinha Felismina de. O Ensino Religioso na escola pública em Boa Vista: uma contribuição
epistemológica para a formação do cidadão e da cidadania. 2015. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Religião, Universidade Católica de Pernambuco, Boa Vista, 2015. Disponível
em: <encurtador.com.br/eirBN>. Acesso em: 21 ago. 2018. p. 18.
100
SOUZA, 2015, p. 88.
101
SOUZA, 2015, p. 11.
31
102
BRASIL, 2017, p. 435.
103
JORGE, Wellington Junior; TERUYA, Teresa Kazuko; SOUZA, Izaque Pereira de. Ensino Religioso na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC): possibilidades de desafios. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE
ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO, 7., 2017. Anais.... Canoas: PPGEDU, 2017. p. 1-13. Disponível em:
<http://twixar.me/Z60K>. Acesso em: 23 ago. 2018. p. 7.
32
Nos dias atuais quando as religiões abarcam níveis sociais e políticos maiores e mais
importantes, a ratificação da lei ocorrida atualmente em diferentes níveis da legislação do
país, que prevê a “aplicabilidade dos 25% da receita resultante de impostos na manutenção e
desenvolvimento do ensino público, conforme determina o art. 69 da Lei nº 9.394/96” 104, com
regulamentação do financiamento público, concebe uma alteração significativa nas relações
entre as instâncias privada e públicas, e também na concepção do Estado laico, como
contempla o art. 210 § 1º da CF de 1988 105:
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais. § 1o O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental 106.
104
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB nº 4/2015, de 6 de maio de 2015 . Consulta sobre a
aplicabilidade dos 25% da receita resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino público,
conforme determina o art. 69 da Lei nº 9.394/96. Disponível em: <http://twixar.me/460K>. Acesso em: 12 out.
2018.
105
STIGAR, Robson. Um grande lobby a favor da presença do ensino religioso na atual lei de diretrizes e bases
da educação nacional. Revista Último Andar, n. 26, p. 88-124, 2015. Disponível em: <encurtador.com.br/
jyET2>. Acesso em: 12 out. 2018. p. 88.
106
BRASIL, 1988, p. 124.
107
EXAME, 2017.
33
No âmbito escolar, aquilo que é diferente, que não é comum à maioria, é visto como
suspeito, tornando-se alvo de críticas. Logo, aceitar e respeitar as diferentes crenças ou falta
delas, faz da disciplina de Ensino Religioso um meio para trabalhar esta questão e aprofundar
o conhecimento das diferentes religiões e suas relevâncias para aqueles que a seguem 110, visto
que a diversidade religiosa destaca a riqueza cultural, capacidade de interpretar a realidade, a
busca por uma sociedade mais justa e descontentamento diante do comodismo. “O Ensino
Religioso pode, portanto, ser o espaço inicial para se reconhecer o direito à diferença” 111.
É neste espaço que os/as discentes e os/as docentes oportunizam momentos de
discussão e conscientização de que o que é diferente precisa ser respeitado e pode agregar
conhecimento e enriquecimento cultural. Por isso, a disciplina Ensino Religioso apresenta
108
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Declaração sobre a eliminação de todas as formas de intolerância e
discriminação fundadas na religião ou nas convicções. Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas
em 25 de nov. 1981 - Resolução 36/55. Disponível em: <http://twixar.me/960K>. Acesso em: 24 ago. 2018. p. 1.
109
BRASIL, 2017, p. 435.
110
RODRIGUES, José Raimundo; SANTOS, Juliana Pimentel. Do senso comum pedagógico à descoberta da
cidadania fraterna: contribuições da filosofia da educação para a formação inicial do docente de ensino religioso.
Reflexus, Revista de Teologia e Ciências das Religiões, v. 7, n. 10, p. 11-25. 2013. Disponível em:
<encurtador.com.br/aeNOT>. Acesso em: 12 out. 2018. p. 20.
111
RODRIGUES; SANTOS, 2013, p. 20.
34
elementos que podem contribuir para uma convivência harmoniosa e pacífica atendendo a
uma sociedade pluralista.
Desta forma, os objetivos da disciplina de Ensino Religioso estabelecidos na BNCC
contribuem para o respeito à diversidade cultural e religiosa dos indivíduos, valorizando o ser
humano, pois é do ser humano que se constitui uma sociedade. 112 A aplicabilidade destes
objetivos leva a uma maior consciência de si e do outro, da coletividade e do respeito às
escolhas individuais.
As habilidades e competências almejadas visam contribuir de forma efetiva para o
entendimento da diversidade de ideias e o respeito às mesmas, de forma a contribuir para um
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
112
ARAUJO, Maria Dalva de Oliveira. Ensino religioso como aporte da formação humana: percepção de
estudantes do ensino fundamental. 2014. 127 f. Dissertação (Mestrado) -Programa de Pós-Graduação em
Ciências das Religiões, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014. Disponível em: <encurtador.
com.br/qB029>. Acesso em 12 out. 2018. p. 89.
113
BRASIL, 2017, p. 436
114
BRASIL, 2017, p. 436
35
cerca, com aquilo que ele não compreende, com tudo que para ele se apresenta de forma
enigmática e complexa. Tal compreensão se revela através dos simbolismos religiosos, das
linguagens, saberes, narrativas, símbolos, ritos, tradições, mitos dentre outros de cada
cultura. 115
A disciplina Ensino Religioso tratará tais conhecimentos, dentro de uma abordagem
ética e científica, sem privilegiar nenhuma crença ou manifestação religiosa em específico.
Tal processo se dá através da pesquisa, da observação, do diálogo e análise da realidade que
cerca o/a discente. Assim, objetiva-se combater a intolerância religiosa, a discriminação ou a
exclusão, trabalhando a cultura da paz no espaço escolar. Para isto, a BNCC explica que
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
115
BRASIL, 2017, p. 434.
116
BRASIL, 2017, p. 435.
117
BRASIL, 2017, p. 41.
36
membro da sociedade, designado pelo nome de socialização, não tem fim e pode dividir-se
em socialização primária e socialização secundária” 118.
Neste contexto da socialização nasce a cultura na interação dos indivíduos entre si.
As suas trocas de experiências e percepções ajudam a construir sua identidade cultural.
Especificamente sobre a sociedade brasileira, no que diz respeito à cultura, pode-se afirmar
que ela é plural, uma vez que em sua formação foi influenciada por diversas culturas de
diversos povos. 119
O reconhecimento da realidade de uma cultura plural leva os indivíduos a
reconhecerem que cada um está ligado a uma raiz cultural. A apreciação das heranças
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
culturais de cada grupo é o que leva à apreciação e ao respeito ao outro, a defesa do direito de
cada grupo manifestar sua singularidade cultural e o reconhecimento de que a diversidade
cultural é positiva para o convívio social, promove certamente uma cultura de paz.
Assim, constata-se que a educação brasileira carece de contextualizar-se com os
tempos atuais, tornando-se capaz de formar pessoas promovedoras de ações cujos objetivos
sejam a resolução de problemas sociais, como pobreza, analfabetismo, destruição do meio
ambiente, a violência que atinge as crianças, adolescentes e idosos.
Por isso, a disciplina Ensino Religioso, além de contribuir com o entendimento e
respeito das diversidades culturais e religiosas, também contribui para o desenvolvimento da
consciência de discentes sobre os problemas que atravessam a sociedade e educação
brasileira, por meio do exercício da fraternidade, cidadania e solidariedade para a promoção
da vida. Estas categorias teóricas serão abordadas no próximo tópico deste capítulo e apontam
para a possibilidade de que as mesmas ajudem na construção de uma escola fraterna, cidadã e
solidária.
118
BERGER, Peter L.; BERGER, Brigitte. Socialização: como ser um membro da sociedade. In: FORACCHI,
Marialice Mencarini; MARTINS, José de Souza (Org.). Sociologia e sociedade: leituras e introdução à
Sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1977. p. 204.
119
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Currículo, conhecimento e cultura. Brasília:
Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: <encurtador.com.br/gluDP>.
Acesso: 12 set. 2018. p. 35.
37
[...] torna-se necessária, por isso, uma nova interpretação da escola e, ao mesmo
tempo, a capacidade de a própria escola se reinterpretar nas suas especificidades e
funções, orientando e favorecendo processos de aprendizagem centrados no
desenvolvimento pessoal e social e numa perspectiva de cidadania fundada na
autonomia e na responsabilidade. Também a abordagem espartilhada dos termos
desenvolvimento/pessoal/social tem, ao longo dos tempos, merecido a atenção de
muitos investigadores, de diferentes áreas, nomeadamente nos campos da política,
da psicologia, da sociologia, da economia e da cultura. Porém, é sobretudo no
âmbito da educação em geral, e da educação escolar em particular que a expressão
semanticamente composta desenvolvimento pessoal e social tem sido objeto de
análise e de interesse pedagógico e disciplinar, [...] o desenvolvimento pessoal e
social é entendido como uma possibilidade desejável, e passível de construção
efetiva pela educação escolar, pressupondo que, através dessa construção, se poderá
120
CHEQUINI, Maria Cecilia Menegatti. A relevância da espiritualidade no processo de resiliência. Rev. Psic.,
São Paulo, v. 16, n.1, p. 93-117, 2007. Disponível em: <encurtador.com.br/ltAFN>. Acesso em: 27 jul. 2018. p.
101.
121
MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 33.
122
SILVA, Gizelli de Jesus, et al. A construção da cidadania pela Responsabilidade Social da Escola Solidária.
Revista Digital Espacios, Maranhão, v. 38, n. 10, p. 1-5, 2017. 2017. Disponível em: <encurtador.com.br/OSW
46>. Acesso em: 28 ago. 2018. p. 01.
38
desenvolvidas ações pedagógicas que ressaltem estas práticas para que sejam aplicadas dentro
e ou fora do espaço escolar. 125
Nessa linha argumentativa, Gizelli de Jesus Silva et al, apontam que:
A ação educativa permite construir nos educandos a auto percepção de sua condição
de cidadão, garantindo o respeito e proteção do sistema democrático e suas
instituições educativas. O direito à cidadania deve ser compartilhado por todos os
membros da comunidade e a ignorância demonstrada pela sociedade em relação a
esses direitos impede o crescimento do indivíduo. 126
Vida social é construída pelo próprio ser humano, coletivamente: sua economia, sua
cultura, sua educação, seus sistemas de governo, sua política, seu conhecimento,
suas religiões, etc. As necessidades individuais e coletivas não se excluem, elas se
complementam, e estas polaridades estão sempre em busca do equilíbrio. Quando
não consideradas em sua complementaridade elas geram a exclusão 127.
123
MONTEIRO, José Alberto. O desenvolvimento pessoal e social: entre a lei e a cidadania. Um estudo de caso.
2013, 299 f. Tese (Doutorado) - Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação,
Porto, 2013. Disponível em: <encurtador.com.br/aMSZ9>. Acesso em: 27 ago. 2018. p. 33
124
SILVA et al, 2017, p. 8.
125
SILVA et al, 2017, p. 2.
126
SILVA et al, 2017, p. 2.
127
MIELE, Neide; POSSEBON, Fabrício. Ciências das Religiões: proposta pluralista na UFPB. Numen: revista
de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 15, n. 2, p. 403-431, 2009. Disponível em: <encurtador.com.
br/iDMX9>. Acesso em: 12 out. 2018. p. 410.
39
128
MIELE; POSSEBON, 2009, p. 418.
129
SOUSA, Francisca Roseane Franco Ribeiro de. Formação continuada de professores de ensino
religioso: concepção do professor. 2013. 216 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Ciências das Religiões, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: <encurtador.
com.br/pxzLM>. Acesso em: 13 out. 2018. p. 166.
130
FONAPER, 2009, p. 75.
131
SILVA, Isaac Pinto da. Ensino religioso em sala de aula: contribuições à formação do aluno e à aprendizagem
de valores. Unitas – Revista Eletrônica de Ciências das Religiões. Vitória-ES, v. 2, 2014, p. 166-174.
Disponível em: <encurtador.com.br/aAJLY>. Acesso em: 12 ago. 2018. p. 170.
132
FONAPER, 2009, p. 75.
133
BAGGIO, António Maria. A redescoberta da fraternidade na época do “terceiro 1789”. In: O princípio
esquecido 1: a fraternidade na reflexão atual das ciências políticas. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2008.
p. 200.
134
BAGGIO, 2008, p. 200.
40
apenas da Constituição, dizemos nós, pois, a partir dela o princípio se espraia por
todo ordenamento jurídico. 136
A solidariedade, antes de sua assimilação pelo direito e pelas ciências sociais era
entendida como dever moral ou religioso de fraternidade. Porém, em fins do século XIX e
início do século XX surge a ideia da solidariedade, com um discurso diferente, inconfundível
com o sentido de caridade ou fraternidade. O embasamento da solidariedade supera o da
justiça corretiva, da igualdade formal, já que projeta os princípios da justiça social e da justiça
distributiva. 137
A solidariedade é dos princípios que trabalha a formação humana, visando a
integração dos sujeitos, a harmonia de suas relações sociais. Trabalha as atitudes que norteiam
os processos educativos, assim como os sentimentos do grupo envolvido no processo. A
escola como quem promove a solidariedade deve ser a mola propulsora de atividades que
auxiliem as relações pessoais através de vivências que levem à compreensão da realidade. 138
É de fundamental importância que os/as discentes saibam quais as suas e as
necessidades das outras pessoas. Trabalhar o eu, é uma forma de fazê-los enxergar os outros,
gradativamente. Cada discente poderá compreender o seu lugar no mundo, demonstrando a
solidariedade ou aprendendo-a como virtude que queira alcançar ou aprimorar. Em uma
relação dialógica, as discussões acerca das propostas na prática educativa, indicarão quais os
melhores caminhos para se alcançar o objetivo desejado. 139
135
BAGGIO, 2008, p. 200.
136
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 2006. p. 571.
137
LIKES, Sandra Mara. Responsabilidade civil por abandono afetivo. Revista Âmbito Jurídico, Rio Grande, v.
XVIII, n. 140, p. 1-8, 2015. Disponível em: <http://twixar.me/NBXK>. Acesso em: 29 ago. 2018. p. 3.
138
MENDES, Napoleão Marcos de Moura. O Ensino Religioso escolar e a construção da cidadania. In:
ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO DA UFPI, 2., 2002, Anais.... Piauí: UFPI, 2002. p. 1-18.
Disponível em: <http://twixar.me/M60K>. Acesso em: 13 out. 2018. p. 12.
139
SILVA, Eunaide Monteiro de Almeida. Escolas da rede municipal do Recife: o Ensino Religioso, os
parâmetros curriculares nacionais e a religiosidade do/a professor/a. 2017. 117 f. Dissertação (Mestrado) -
41
alcancem seus objetivos. 144 Portanto, o item a seguir abordará o perfil dos/as docentes que
ministram a disciplina Ensino Religioso.
Segundo Elisa Rodrigues a escola pública deve tratar uma disciplina como o Ensino
Religioso partindo do conhecimento sobre a diversidade religiosa e no acatamento e
entendimento ao direito de escolha do outro em ter ou não, uma religião. Para quem professa
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
uma fé, ou para aquele que não vê a religião como fundamental, é preciso sinalizar que o
valor da experiência religiosa se manifesta na possibilidade de dar sentido à existência, moral
e espiritual. 145
144
CARON, Lurdes. Políticas Públicas para a formação de professores a educação básica. In: JUNQUEIRA,
S.R.; OLIVEIRA, L. B. (Org). Ensino Religioso: memória e perspectiva. Curitiba: Champgnat, 2007. p. 170.
145
RODRIGUES, 2013, p. 241.
146
MUNIZ, Tamiris Alves. A disciplina Ensino Religioso no Currículo Escolar Brasileiro: institucionalização e
permanência. 2014. 209 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade
Federal de Goiás, Goiás. Disponível em: <encurtador.com.br/hBV59>. Acesso em: 30 ago. 2018. p. 150.
147
CARNEIRO, Olair Cambruzzi. A Concepção dos Professores no Ensino Religioso. ISCI- Instituto Saber de
Ciências Integradas - Revista Científica. v. 13, n. 1, p. 1-6, 2014. Disponível em: <http://twixar.me/C60K>.
Acesso em: 02 set. 2018. p. 3.
43
É notório que a sala de aula para o Ensino Religioso será assinalada pelas diferenças.
A partir disso, apreende-se que este ensino se constitui em um desafio para os educadores,
uma vez que exige que eles se revistam de uma postura que propicie a liberdade de opinião
sobre as várias religiões dos alunos, isto é, precisa ser um lugar ideal para construção da
identidade individual e social, cuidando sempre de combater a desigualdade e a
intolerância. 148
Assim se expressa Vera Maria Candau sobre o assunto
148
CARNEIRO, 2014, p. 6.
149
CANDAU, Vera Maria. Reinventar a Escola. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 130.
150
FONAPER, 2009, p. 25.
151
GUTIÈRREZ, Francisco. Educação como práxis política. São Paulo: Summus, 1988. p. 45.
44
for engajado e politizado, mais condição terá de proporcionar ressignificações na vida dos/as
discentes. 152
Segundo Marinilson Silva, pensar atualmente na identidade pedagógica que constitui
ser docente de Ensino Religioso se compreende em
Numa proposta que elenca essa dimensão e seus pontos de vista, conectada à
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
proposta mais atual, a das Ciências das Religiões, haja vista, que esta proposta vai “além de
uma perspectiva reducionista e linear, uma vez que condiz com a proposta curricular
produzida com base na teoria pós-crítica de currículo” 154.
A partir daí, então, deve-se sempre considerar nos processos de construção de
identidades individuais e coletivas dos/as professores de Ensino Religioso “[...] as suas
histórias de vida, suas experiências de fé, vivenciadas no cotidiano, e a busca de
transcendência, de percepções e sentidos” 155, contudo, não se esquecendo de que este
processo somente ocorre por meio de relações socioculturais.
A formação de um/a docente não ocorre apenas no momento inicial, daí a
importância da formação continuada, logo:
152
CARON, 2007, p. 170.
153
SILVA, Marinilson. Em busca do significado do ser professor do Ensino Religioso. João Pessoa:
Universitária UFPB, 2010. p. 22.
154
SILVA, 2010, p. 22.
155
SILVA, 2010, p. 63.
156
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo; RODRIGUES, Edile Maria Fracaro. A formação do professor de
Ensino Religioso: o impacto sobre a identidade de um componente curricular. Revista Pistis & Praxis, Teol.
Pastor, Curitiba, v. 6, n. 2, p. 587-609, 2014. Disponível em: <encurtador.com.br/bexGH>. Acesso em: 02 nov.
2018. p. 590.
45
dos professores é de extrema importância para que se sintam inseridos no atual contexto e
para aquisição de competências e habilidades[...]” 157.
O docente da disciplina Ensino Religioso, tanto quanto os demais, necessitam de
competência para assumir a sala de aula de acordo com as novas exigências da lei. Precisa
tornar-se um/a docente que, além do conhecimento conceitual-teórico, saiba conviver e
respeitar a diversidade cultural e religiosa do seu país. Em suas pesquisas, Lurdes Caron fez
um apontamento sobre a formação de docentes
157
CARON, 2007, p. 155.
158
CARON, Lurdes. (Org.). O Ensino Religioso na nova LDB: histórico, exigências, documentário. Petrópolis:
Vozes, 1997. p. 67-79.
159
CARON, 1997, p. 82.
160
FONAPER, 2009, p.28.
46
o grande desafio que a história apresenta aos/as docentes que atuam na área do Ensino
Religioso. 161
Os valores de uma sociedade são o seu alicerce, sem eles não há conduta social e a
sociedade com facilidade fica numa condição de anomia. Assim, faz-se premente que se
resgate os valores ético/morais na atualidade. Nesse sentido, o/a docente da disciplina Ensino
Religioso se configura como uma ferramenta de essencial valor na escola, com fim de resgatar
os valores perdidos. 162 Ele/ela precisa estar atento e aberto a aceitar os valores apresentados
pelos/as discentes, e não os discriminar. Devem impulsioná-los/as ao respeito recíproco nas
diversidades que venham a se apresentar em sala de aula ou nos vários ambientes da escola. 163
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
161
JUNQUEIRA, 2002, p. 24.
162
RIBEIRO, Antônio Lopes. O Ensino Religioso na pós-modernidade. Encontros Teológicos, v. 25, n. 1, p.
123-140, 2010. Disponível em: <encurtador.com.br/wACJR>. Acesso em 12 jul. 2018. p. 137.
163
RODRIGUES, 2013, p. 239.
164
RODRIGUES, 2013, p. 231.
165
RIBEIRO, 2010, p. 136.
166
RAMOS, Fernanda Peres; NEVES, Marcos Cesar Danhoni; CORAZZA, Maria Júlia. A ciência moderna e as
concepções contemporâneas em discursos de professores-pesquisadores: entre rupturas e a continuidade. Revista
47
Esse profissional não nasce pronto. Por mais que passe o período acadêmico de
formação, ele irá incompleto para a sala de aula. Contudo, aos poucos, com as
experiências e formações subsequentes, sua identidade, seu perfil vai sendo
construído junto com os/as discentes. 167
escolar mais prazeroso e familiar aos/às discentes, começando pelo diálogo, que é uma
ferramenta que está ao alcance de todos os envolvidos.
A transferência dos valores e da religião para as novas gerações segue aos padrões
culturais e sociais estabelecidos pela família e/ou por fatores afetivos. Sendo assim, para saber
conviver com todos é preciso auxiliar a criança e ao adolescente a descobrir-se a si mesmo,
para que possa entender o outro. 168
Logo, a disciplina Ensino Religioso tem representação significativa na formação de
crianças e jovens, e para que se tenha êxito é necessário que no meio escolar o diálogo seja
explorado de forma eficaz e coerente. E é por meio do diálogo que se alcança o conhecimento
das diversas culturas e tradições religiosas e a compreensão do que é respeito e do que é
tolerância. 169
Em linhas gerais, de acordo com a BNCC
Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 10, n. 1, p. 84-108, 2011. Disponível em: <encurtador.com.br/
hyHK0>. Acesso em: 12 ago. 2018. p. 87.
167
SANTOS, Silvana Fortaleza dos. Ensino Religioso: uma perspectiva para a educação infantil e os anos
iniciais. Curitiba: Ibpex, 2009. p. 11-15.
168
RIBEIRO, Angélica Ferreira; KLEBIS, Augusta Boa Sorte O.; BOSCOLI, Olga Maria de Andrade P. O
diálogo e a tolerância no Ensino Religioso como fatores contribuintes para a cultura da paz. Colloquium
Humanarum, v. 12, n. Especial, p. 1337-1345, 2015. Disponível em: <http://twixar.me/Ns0K>. Acesso em: 20
nov. 2018. p. 1342.
169
RIBEIRO; KLEBIS; BOSCOLI, 2015, p. 1343.
170
BRASIL, 2017, p. 434.
48
diálogos pertinentes ao tema. No que diz respeito à tolerância, este é o principal caminho nas
“relações entre as pessoas com suas diferentes crenças religiosas, [...] pode-se dizer que é
preciso saber conviver com e nas situações” 171.
Do mesmo modo, Sérgio Rogério Azevedo Junqueira, enfatiza que a disciplina
Ensino Religioso
171
RIBEIRO; KLEBIS; BOSCOLI, 2015, p. 1343.
172
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 603.
173
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 603.
174
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 592.
49
formação para a cidadania responsável, que sem dúvida inclui a participação na vida
pública de um país como o nosso, marcado pela diversidade cultural e religiosa. 175
cultura, maturidade da fé, na comunidade onde atua, respeito à crença dos outros,
orientando-os para o bem comum e a se comprometerem na ação social e política’.
O Ensino Religioso educa para a vivência e o diálogo no pluralismo político e
religioso. 176
Caberá ao docente que irá ministrar as aulas da disciplina Ensino Religioso trazer
uma “contribuição significativa no processo de aprendizagem do educando, ao ser alguém que
entende o diálogo como um aspecto fundamental na relação professor aluno” 177. Será de
competência do/a docente estimular ideias que ajudem aos/as discentes a descobrir e/ou
compreender o sentido da vida, tal como “promover um debate aberto e responsável a respeito
da liberdade e da consciência dos alunos sobre os conteúdos e valores da sua religião e em
relação a escolha livre e responsável” 178.
Entretanto, o que se espera é que acima de tudo, o/a docente seja capaz de promover
o diálogo, seja sensível e respeite as diferentes maneiras de acreditar na vida ensinando aos
discentes a valorizarem o conhecimento científico, bem como sua identidade cultural, social e
pessoal.
Para além de uma disciplina obrigatória, o Ensino Religioso pode ser trabalhado de
forma interdisciplinar no incentivo à formação da cidadania entre os/as discentes. Firmando-
se como elemento partícipe da formação básica do/a discente, a disciplina Ensino Religioso
está inserida nos horários efetivos das escolas públicas, como disciplina obrigatória, mas de
caráter facultativo e “submetida às mesmas exigências das demais áreas do saber que
compõem o currículo escolar” 179, dentro de sua formação faz com o conhecimento das
175
MENDES, 2002, p. 14.
176
SILVA, 2014, p. 170.
177
RIBEIRO; KLEBIS; BOSCOLI, 2015, p. 1341
178
RIBEIRO; KLEBIS; BOSCOLI, 2015, p. 1341.
179
PASSOS, 2007, p. 65.
50
religiões seja parte da educação geral contribuindo para uma “formação completa dos
cidadãos” 180.
Sendo assim, as mudanças, alinhadas com a concepção do respeito “à diversidade
cultural religiosa e o veto ao proselitismo, representaram para o Ensino Religioso um
importante marco no sentido de buscar sua identidade e pertinência no meio escolar” 181. Em
consonância, a Lei 9475/97 destaca que a disciplina Ensino Religioso não deve ser
direcionada apenas a uma religião específica, mas sim fazer com que o conhecimento das
diversas religiões seja apresentado a partir do “respeito à diversidade cultural religiosa do
Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo” 182.
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Contudo, para Sérgio Rogério Azevedo Junqueira o maior desafio dos/as docentes de
Ensino Religioso é propiciar aos discentes, como indivíduos
[...] a experiência da dimensão religiosa, o sentido radical da vida humana, para uma
posterior organização das próprias idéias e do compromisso com uma das múltiplas
e diversificadas formas de expressão da religiosidade humana, é o grande desafio
que a história apresenta aos educadores que atuam na área do ensino Religioso. 183
Para isso, na busca de enfrentar esse desafio, a disciplina Ensino Religioso, ao lado
de outras disciplinas, pode contribuir com mais um modo de como discuti-la para uma visão
realista, adotando uma metodologia pautada na pluridisciplinaridade, e assim apresentando
significativa contribuição para a formação do cidadão.
180
PASSOS, 2007, p. 58.
181
MARCOS, 2010, p. 44.
182
BRASIL, 1997, p. 58.
183
JUNQUEIRA, 2002, p. 24.
184
CARON, Lurdes. Experiência Religiosa numa Proposta Ecumênica de Educação Religiosa Escolar. In:
FABRI DOS ANJOS, Márcio (Org.). Sob o Fogo do Espírito. São Paulo: Paulinas, 1998. p. 286-287.
51
ensino” 186.
De acordo com Maria Cristina Caetano, a prática pedagógica, deve se configurar
através dos trabalhos coletivos entre os professores; das relações entre teoria e prática como
eixo articulador no conjunto da produção do conhecimento, e das variedades de práticas
pedagógicas, sincronizadas de acordo com o desenvolvimento das aulas. 187
Contribuindo com o que já foi descrito, o FONAPER sugere que nas atividades de
trabalho devem ser utilizadas
Por isso se faz necessária mais uma vez a distinção: para a sociedade as religiões são
confissões de fé e de crença, mas no ambiente escolar, as religiões são objeto de
conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso. Por meio do estudo das
manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem, as diferenças culturais
são abordadas com o objetivo de ampliar a compreensão da diversidade religiosa
como expressão da cultura, construída historicamente e marcada por aspectos
econômicos, políticos e sociais. 189
185
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 606.
186
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 604.
187
CAETANO, 2007, p. 167.
188
FONAPER, 2009, p. 28.
189
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 605.
52
190
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2002. p. 25.
191
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. 23ª edição. São Paulo: Cortez, 2007. p.
123.
54
não” 192, este instrumento possibilita aos participantes da pesquisa maior comodidade, pois o
“questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador” 193.
Os questionários foram aplicados para os/as discentes e docentes da Escola, entre os
meses de março e abril de 2017. A amostragem da pesquisa foi realizada com 12 (doze)
discentes de ambos os sexos de 3 (três) turmas do Ensino Fundamental II e 13 (treze)
docentes de ambos os sexos da Escola. As questões contidas no questionário dividiram-se em
dois blocos, a saber: a caracterização do/a entrevistado/a por sexo, idade e renda familiar e as
respostas às questões direcionadas à percepção dos/as discentes e docentes da Escola acerca
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
da diversidade religiosa nas aulas de Ensino Religioso e nos demais espaços da Escola.
A participação dos/as discentes do Ensino Fundamental II da Escola ocorreu de
forma voluntária, sendo confirmada por escrito através da autorização de seus respectivos
responsáveis. A aplicação do questionário, agendada com antecipação, ocorreu na sala dos
professores e foi aplicada em 3 grupos com 4 discentes de cada vez em diferentes dias, onde
cada um respondeu individualmente.
Os/as docentes, que responderam ao questionário, estavam vinculados à Escola no
momento da pesquisa e lecionavam para os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental,
participaram da pesquisa de forma voluntária e responderam ao questionário nos seus horários
de planejamento de aula, devidamente autorizados pela coordenadora pedagógica.
Os dados obtidos permitiram a aproximação com o tema do objeto de estudo que é a
percepção acerca da diversidade religiosa na Escola. É importante que nesta etapa do trabalho
as reflexões tecidas nos capítulos anteriores acerca do processo de formação humana e cidadã
dos/as discentes no espaço escolar sejam correlacionadas às percepções apresentadas aqui
pelos/as discentes e docentes respondentes do questionário.
Espera-se que com este confronto entre as reflexões mencionadas no decorrer do
trabalho e os dados coletados da pesquisa, se possa verificar até que ponto estas percepções
acerca da disciplina Ensino Religioso podem representar uma aproximação à diversidade
religiosa e ao pluralismo cultural no âmbito escolar para os/as discentes e docentes
investigados. Os itens seguintes apresentarão os dados obtidos através de gráficos e tabelas.
192
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São
Paulo: Atlas 2003. p. 204.
193
LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 205.
55
Este segmento será utilizado para apresentar o perfil dos/as discentes e docentes da
Escola, fornecendo ao leitor subsídios para melhor conhecimento da mostra obtida na
pesquisa de campo.
• Perfil dos/as discentes alvos da pesquisa
194
ANEXO B. Questionários respondidos pelos/as discentes.
56
195
ANEXO B. Questionários respondidos pelos/as discentes.
196
ANEXO B. Questionários respondidos pelos/as discentes.
57
Conforme demonstra o Gráfico 5: Idades dos/as docentes, a faixa etária entre os/as
docentes da Escola que responderam ao questionário está distribuída da seguinte maneira:
31% tem de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos, respectivamente, 23% tem de 30 a 39 anos, 15%
tem de 20 a 29 anos e 0% tem até 20 anos.
197
ANEXO B. Questionários aplicados aos/as docentes.
198
ANEXO C. Questionários respondidos pelos/as docentes.
58
A renda familiar dos/as docentes participantes indica que 39% percebem entre 1 e 3
salários mínimos; 38% entre 3 e 5 salários mínimos e 23% possuem renda familiar entre 5 e 7
salários mínimos. O gráfico 6: Renda familiar dos/as docentes demonstra os resultados ora
mencionados.
3.2 Percepção acerca da diversidade religiosa dos/as discentes dos anos finais do Ensino
Fundamental II
199
ANEXO C. Questionários respondidos pelos/as docentes.
200
SILVA, 2010, p. 45.
59
Bloco 2 - Questões
Não
direcionadas ao meio Sim Porcentagem Não Porcentagem
respondeu
familiar/pessoal
Q 1. Em sua religião é
pregado o respeito à 6 50% 5 41,67% 1 (8,33%)
diversidade religiosa?
Q 4. Em seu ambiente
familiar há respeito à 9 75% 3 25% 0
diversidade religiosa?
Q 10. Você convive
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
201
ANEXO B. Questionários respondidos pelos/as discentes.
202
BITTENCOURT FILHO, José. Matriz religiosa brasileira: religiosidade e mudança social. Petrópolis:
Vozes; Rio de Janeiro: Koinonia, 2003. p. 42.
203
SOUSA, 2013, p. 93.
60
discentes, visto que “inicialmente, cada indivíduo está intimamente relacionado com as
experiências religiosas da família” 205.
A Questão 10. Você convive sem restrições com outras pessoas de diferentes
religiões, apontou que 83,33% dos respondentes afirmaram conviver sem nenhum tipo de
restrição no mesmo ambiente de pessoas que professam uma religião diferente da sua. O
resultado demonstrou que estes jovens entendem a importância de respeitar o diferente, ainda
que presenciem situações de intolerância em seus ambientes familiares e religiosos.
Estes dados atendem a uns dos objetivos da pesquisa que é relatar se no ambiente
familiar e religioso dos/as discentes há respeito à diversidade religiosa, pois é função da
família e das instituições religiosas o papel da doutrinação religiosa, do ensino do princípio
básico que é o respeito ao diferente, a “[...] doutrinação desta ou daquela religião, [...] cabe a
família e a instituição religiosa, e a escola cabe a garantia da liberdade religiosa sem qualquer
forma de proselitismo” 206.
Em consonância com o que foi afirmado, Maria Cristina Caetano, destaca que
A opção pela fé se constitui como uma prerrogativa da família [...] e ainda que a
família não tenha uma crença, [...] é importante que a criança e o jovem possam
entender o fenômeno religioso, até mesmo para aprofundar na religião que recebeu
da família, ter subsídios para buscar outras, ou não ter crença alguma. 207
Outro objetivo alcançado com a pesquisa se trata da análise no que diz respeito à
identidade religiosa dos/as discentes, e se a mesma interfere na aceitação ou rejeição do outro
que professe identidade religiosa diferente da sua. Como foi visto na Tabela 1, na questão 10,
mais de 70% dos respondentes disseram não ter nenhuma restrição em conviver no mesmo
204
BERGER; BERGER, 1977, p. 204.
205
JUNQUEIRA, 1995, p. 92.
206
SILVA, 2017, p. 40.
207
CAETANO, 2007, p. 328.
61
ambiente com pessoas que professam credos diferentes, pois entendem que as diferenças
devem ser respeitadas, pois é “através da informação e do conhecimento que se promove uma
consciência pacífica entre as religiões” 208.
Aqui serão abordadas as questões do bloco 2 do questionário pertinentes ao espaço
escolar, sobre as percepções dos/as discentes em relação ao comportamento dos professores e
dos colegas em relação à diversidade religiosa na escola, conforme demonstra a Tabela 2.
Bloco 2 - Questões
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Não
direcionadas ao espaço Sim Porcentagem Não Porcentagem
respondeu
escolar
Q 2. Nas aulas de
Ensino Religioso você
6 50% 6 50% 0
se sente incluído e
representado?
Q 3. Apesar de seguir
uma denominação
religiosa diferente dos
demais estudantes, 12 100% 0 0% 0
você procura agir com
respeito à opção
religiosa do próximo?
Q 5. Em seu ambiente
escolar há respeito à 7 58,33% 5 41,67% 0
diversidade religiosa?
Q 6. Os professores de
todas as disciplinas
6 50% 5 41,67% 1 (8,33%)
sempre respeitam a
diversidade religiosa?
208
MIELE; POSSEBON, 2008, p. 415.
209
ANEXO B. Questionários respondidos pelos/as discentes.
62
Q 9. Já presenciou no
ambiente escolar algo
que possa significar 6 50% 6 50% 0
uma não aceitação da
diversidade religiosa?
Sobre as aulas de Ensino Religioso, que teve como base a Questão 2. “Nas aulas de
Ensino Religioso você se sente incluído e representado?”, 50% dos/as discentes investigados
responderam que não se sentem representados e 50% declarou que se sentem representados, o
que representa que metade do grupo não se sente incluída e/ou representada nas aulas da
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
disciplina Ensino Religioso. Esta informação traz certa preocupação, pois as aulas de Ensino
Religioso não devem estar relacionadas ao doutrinamento de nenhum tipo de credo, devem
estar firmadas na formação crítica e cidadã, relacionando-se ao conhecimento das religiões e
suas contribuições para o desenvolvimento de uma sociedade. A disciplina ER nas escolas
públicas é parte integrante no processo de formação do/a discente como cidadão. Para Sérgio
Rogério Azevedo Junqueira e Edile Maria Fracaro Rodrigues
210
JUNQUEIRA; RODRIGUES, 2014, p. 592.
211
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O desenvolvimento da experiência religiosa. Petrópolis: Vozes,
1995. p. 14.
63
100% respondeu que age com respeito à diferença religiosa dos colegas. Este resultado
demonstra que os/as discentes investigados têm consciência da importância de respeitar o
diferente que “aponta para a ideia de diversidade, de respeito à pluralidade religiosa e de
promoção do conhecimento do fenômeno religioso em suas diversas manifestações” 212 como
fator inerente à formação intelectual e cidadã de cada um.
No tocante a Questão 5. “Em seu ambiente escolar há respeito à diversidade
religiosa?” e a Questão 7. “Alguma vez você já sofreu ofensa ou preconceito no ambiente
escolar devido a sua religião?”, que questionam sobre o respeito à diversidade religiosa no
ambiente escolar fora da sala de aula (questão 5), 58,33% respondeu que sim e 41,67%
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
respondeu que não há respeito. Quanto à experiência de ser ofendido ou ter sofrido
preconceito no ambiente escolar (questão 7), 41,67% afirmou que já passou por estas
situações e 58,33% disseram que não.
Visto que a BNCC propõe que a disciplina Ensino Religioso propicie os
conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de crença e contribua para o
diálogo exercitando o respeito ao pluralismo de ideias 213, a “diversidade religiosa aponta para
uma riqueza cultural, capacidade interpretativa da realidade, busca de uma sociedade mais
justa, [e] insatisfação diante do comodismo” 214. Os conteúdos abordados na disciplina Ensino
Religioso podem “[...] ser o espaço inicial para se reconhecer o direito à diferença” 215 e vir a
mudar este quadro de intolerância.
O resultado da Questão 6. “Os professores de todas as disciplinas sempre respeitam
a diversidade religiosa?”, veio responder a um dos objetivos da pesquisa que é o de observar
se os/as docentes das demais disciplinas respeitam a diversidade religiosa, o que se viu é que
as respostas ficaram divididas na percepção dos/as discentes. Dos/as discentes investigados
50% respondeu que sim; 41,67% respondeu não e 8,33% não respondeu. Os dados apontaram
que a diversidade religiosa ao ser tratada em outras disciplinas é respeitada na percepção da
maioria dos/as discentes respondentes. Em face dessa exposição deve-se considerar que “a
enorme diversidade das crenças religiosas da população brasileira, frequentemente
contraditórias umas em relação às outras” 216, pode ser motivo de discussão e debate em sala
212
MUNIZ, 2014, p. 166.
213
BRASIL, 2017, p. 435.
214
RODRIGUES; SANTOS, 2013, p. 20.
215
RODRIGUES; SANTOS, 2013, p. 20.
216
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Parecer
CP nº 97/99. Sobre formação de professores para o Ensino Religioso nas escolas públicas de ensino
fundamental. 1999. Disponível em: <http://twixar.me/tBXK>. Acesso em: 03 nov. 2018. p. 04.
64
de aula, contudo, o/a docente que esteja mediando esse momento deve estar isento de
qualquer pessoalidade, para que não interfira na formação do/a discente.
Para a Questão 8. “Os seus colegas de escola o apoiam e incentivam quanto a sua
escolha religiosa?” e a Questão 9. “Já presenciou no ambiente escolar algo que possa
significar uma não aceitação da diversidade religiosa?”, os resultados para a questão 8
apontaram que 58,33% afirmam que recebem apoio e incentivo em relação a sua opção
religiosa, um aluno não respondeu e 33,33% responderam que não recebem apoio e incentivo
dos colegas em relação à sua escolha religiosa.
Quanto aos resultados da questão 9,50% afirmaram que nunca presenciaram
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
nenhuma situação na Escola que significasse uma não aceitação da diversidade religiosa neste
ambiente, enquanto 50% dos respondentes afirmam que já presenciaram situações de
constrangimento relativa à escolha religiosa.
Sendo assim, é necessário que na Escola sejam promovidos debates acerca da
diversidade religiosa e sua importância para a construção social de cada indivíduo, pois
aprender sobre os diferentes credos faz parte crescimento intelectual, cultural e social de cada
cidadão e “o respeito à tolerância para com o diferente, a partir do estudo do fenômeno
religioso e da descoberta gradual da dimensão religiosa, presente em toda experiência humana
pessoal ou comunitária” 217, tem a sua relevância na formação da cidadania de forma fraterna e
solidária com o seu próximo.
Do mesmo modo, Sérgio Rogério Azevedo Junqueira afirma que o PCNER orienta
que:
217
CAETANO, 2007, p. 110.
218
FONAPER, 2009, p. 69.
65
Este item trata da percepção que o/a docente tem em relação à disciplina Ensino
Religioso e a diversidade religiosa e também relatar a visão dos/as docentes a respeito do
conceito e prática do Ensino Religioso como disciplina curricular e interdisciplinar. Visto que
219
STIGAR, 2015, p. 89.
220
FONAPER, 2009, p. 6.
221
ANEXO C. Questionários respondidos pelos/as docentes.
66
O respeito às relações pessoais e interpessoais, uma vez que o sujeito pode não
concordar com o outro; é um direito. No entanto, deve respeitar o direito do outro
em se manifestar. Nessa relação do eu com o outro, o princípio de ser justo é
referência para o processo de interiorização e legitimação de valores. 222
222
FERREIRA, Amauri Carlos. Ensino Religioso nas fronteiras da ética. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 44.
223
RODRIGUES, 2013, p. 239-240.
67
Uma vez que ao considerar o fenômeno religioso como objeto de estudo deste
componente curricular declara como finalidade proporcionar o conhecimento dos
elementos básicos que compõem o fenômeno religioso a partir das experiências
224
SILVA, 2017, p. 80.
225
RIBEIRO; KLEBIS; BOSCOLI, 2015, p. 1341.
226
CAETANO, 2007, p. 113-114.
68
Portanto, para que os/as docentes possam ter interesse em desenvolver ações que
discutam o respeito às diversidades da Escola, é necessário que encontrem apoio e orientação
227
FONAPER, 2009, p. 08.
228
FERREIRA, 2001, p. 49.
229
ANEXO C. Questionários respondidos pelos/as docentes.
230
MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 14.
69
pedagógica para estas práticas, visto que estas orientações fazem parte da coordenação
pedagógica escolar e promovem
Outro ponto a ser destacado, foi a resposta unânime da questão 5, em que os/as
docentes responderem que a direção escolar não atua sistematicamente na capacitação destes
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
231
JUNQUEIRA, 1995, p. 24.
232
FONAPER, 2009, p. 22.
233
ANEXO C. Questionários respondidos pelos/as docentes.
70
[...] nenhum cidadão poder ser discriminado por motivo de crença; em ter
assegurada uma educação integral, incluindo o desenvolvimento de todas as
dimensões de seu ser, inclusive a religiosa, independente de concepção religiosa ou
filosófica de qualquer natureza. 236
234
CAETANO, 2007, p. 255.
235
CAETANO, 2007, p. 256.
236
CARON, 1997, p. 23.
237
CAETANO, 2007, p. 238.
71
CONCLUSÃO
deve ser ponderada e tratada como um desafio que exige um exercício cotidiano, constante e
ininterrupto. Portanto, é relevante que a escola ofereça em seu currículo oportunidades de
debates, reflexões e formações continuadas sobre as diversidades religiosas e problematize a
realidade dos/as discentes e docentes, a intolerância aos desiguais só não ocorre quando as
pessoas têm acesso ao conhecimento sobre o tema.
Sendo assim, tanto os/as docentes da disciplina de Ensino Religioso e os trabalhos
desenvolvidos por meio da interdisciplinaridade, exigem dos envolvidos atitudes desafiadoras
e cautelosas em prol do reconhecimento da diversidade religiosa e/ou a ausência de confissão
de fé ou credo, busca por embasamentos teóricos e pedagógicos que promovam a reunião de
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
possui assim sua individualidade e diversidade, uma vez que, ao experimentar a sociabilidade,
adquire hábitos, costumes, atitudes e valores culturais.
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
75
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Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
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Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2014. Disponível em: <http://twixar.me/rpXK>. Acesso
em: 15 nov. 2018.
82
APÊNDICES
Prezado(a) aluno(a),
O presente questionário será utilizado para a coleta de dados para a elaboração da Dissertação de Mestrado de
Antonio Suelio Rodrigues Paiva, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da
Faculdade Unida de Vitória. O objetivo geral é colher dados que auxiliem a identificar e compreender os
aspectos da diversidade religiosa e a influência dos mesmos na não construção de uma escola fraterna, cidadã e
solidária. Ao responder o questionário, você estará contribuindo significantemente para o sucesso de nosso
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Prezado(a) professor(a),
O presente questionário será utilizado para a coleta de dados para a elaboração da Dissertação de Mestrado de
Antonio Suelio Rodrigues Paiva, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da
Faculdade Unida de Vitória. O objetivo geral é colher dados que auxiliem a identificar e compreender os
aspectos da diversidade religiosa e a influência dos mesmos na não construção de uma escola fraterna, cidadã e
solidária. Ao responder o questionário, você estará contribuindo significantemente para o sucesso de nosso
estudo. Destacamos que não é necessário se identificar.
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
email: [email protected]
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa coordenada pelo pesquisador
acima mencionado. O objetivo da pesquisa é analisar a diversidade religiosa dos/as discentes
da instituição acima identificada com a finalidade de indicar se a identidade religiosa dos/as
discentes afeta a construção de uma escola fraterna, cidadã e solidária. Você autoriza o
pesquisador a utilizar os resultados do estudo para publicações diversas, mas seu nome ou
identificação não serão revelados. Não haverá remuneração ou ajuda de custo para sua
participação na pesquisa. Quaisquer dúvidas que você tiver em relação à pesquisa ou à sua
participação, antes ou depois do consentimento, serão respondidas pelo pesquisador acima
mencionados e/ou pelo professor orientador Julio Cezar de Paula Brotto, da Faculdade Unida
de Vitória
Declaro que recebi as devidas explicações sobre a pesquisa, inclusive que posso retirar o meu
consentimento e interromper minha participação a qualquer tempo. Assumo o compromisso
de participar da pesquisa por livre e espontânea vontade.
Grau de parentesco do responsável legal com o participante da pesquisa:
____________________________.
__________________________________________________
Assinatura do Responsável Legal do participante da pesquisa
Identidade ou CPF
________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Identidade ou CPF
Certificado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - 13/06/2019.
ANEXOS