P4 - Aventureiro - REV00 - 03.2024

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Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG

Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo iii

00 03/2024 Para Revisão Equipe Técnica VLAV VLAV


Ass. do
Revisão Data Descrição Breve Ass. do Autor Ass. do Superv.
Aprov.

PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE


SANTO ANTÔNIO DO AVENTUREIRO / MG

Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo

Elaborado por: Equipe técnica Supervisionado por: Vera Lúcia Abreu Vilela

Revisão Finalidade Data


Aprovado por: Vera Lúcia Abreu Vilela
00 02 18/03/2024

Legenda Finalidade: [1] Para Informação [2] Para Comentário [3] Para Aprovação

Seletiva Consultoria e Projetos Ltda-ME


SEDE - Rua Vereador Luiz Michette, nº 384 –
Maracanã - 35738-000, Prudente De Morais, MG
Filial - Praça Barão da Conceição, 66 – Centro
Santo Antônio do Aventureiro, MG
Tel: (31) 99498-1575
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ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO

SELETIVA CONSULTORIA E PROJETOS LTDA-ME


SEDE – Rua Vereador Luiz Michette, nº 384 – Maracanã
35738-000, Prudente De Morais, MG
Filial - Praça Barão da Conceição, 66 – Centro
Santo Antônio do Aventureiro, MG
Tel: (31) 99498-1575

EQUIPE TÉCNICA

PROFISSIONAL FUNÇÃO FORMAÇÃO

Equipe Técnica Permanente


Geógrafa especialista em
Jaqueline Serafim do Coordenadora do projeto e responsável
geoprocessamento e Mestre
Nascimento técnico
em Análise Ambiental e Social
Engenheira Civil Mestre em
Vera Lúcia de Abreu Vilela Profissional de nível superior
Saneamento e Meio Ambiente
Engenheiro Civil pós-
Carlos Mauro Novais
Profissional de nível técnico graduado em Engenharia
Gonçalves
Sanitária
Equipe de Consultores
Graduado em Direito
Leonardo Gurgel Profissional da área de direito especialista em Direito
Municipal
Graduada em Ciências
Maria Rita Pinheiro de Oliveira Profissional da área de economia
Econômicas
Profissional da área de mobilização
Larissa Costa Silveira Bióloga
social
Equipe de Apoio Técnico
Bióloga especializada em
Cristiane Alcântara Hubner Suporte técnico / Levantamentos
Educação Ambiental

Janaina Silva Ferreira Formatação / Revisão textual Graduanda em Letras

Engenheira Civil especialista


Nayara Costa Meireles Suporte técnico/ Levantamentos
em Engenharia Sanitária
Arquiteto e Urbanista com
Romeu Sant’Anna Filho Suporte técnico/ Levantamentos especialização em
Engenharia Sanitária
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DADOS GERAIS DA CONTRATAÇÃO

CONTRATANTE Associação Pró-Gestão das Águas do Rio Paraíba do Sul

CONTRATO Nº 033/2023

ASSINATURA DO
17 de julho de 2023
CONTRATO

ASSINATURA DA
ORDEM SE 03 de outubro de 2023
SERVIÇO

Elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de


ESCOPO DO
Resíduos Sólidos de Chiador/MG, Santos Dumont/MG, Santo
CONTRATO
Antônio do Aventureiro/MG e Bias Fortes/MG

PRAZO DE
12 meses, a partir da data da emissão da Ordem de Serviço.
EXECUÇÃO

VALOR GLOBAL DO R$ 494.870,79 (quatrocentos e noventa e quatro mil, oitocentos e


CONTRATO setenta reais e setenta e nove centavos)

a) Ato Convocatório nº 17/2022


DOCUMENTOS DE
REFERÊNCIA b) Termo de referência para contratação, parte integrante do Ato
Convocatório nº 17/2022
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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos (PMGIRS), trata-se de


um importante norteador da gestão pública municipal junto ao setor de resíduos
sólidos e limpeza urbana, pautado pela Lei Federal nº 11.445/2007, que estabelece
diretrizes nacionais para o Saneamento Básico e, ainda, mais especificamente, pela
Lei Federal nº 12.305, de 2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, e Decreto Federal nº 10.240/2020, que prevê diretrizes necessárias à boa
gestão dos resíduos sólidos.

O PMGIRS, objeto deste projeto, atende à demanda do Comitê de Integração da Bacia


Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), especificamente para a Elaboração
dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Chiador/MG,
Santos Dumont/MG, Santo Antônio do Aventureiro/MG e Bias Fortes/MG, por
meio do Ato Convocatório n° 17/2022. A empresa Seletiva Consultoria e Projetos
venceu o processo licitatório realizado pela Associação Pró-Gestão das Águas da
Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP) e o contrato de serviço nº
033/2023 foi assinado no dia 17 de julho de 2023, sendo a ordem de serviço emitida
dia 03 de outubro de 2023. A partir dessa data iniciou-se então os trabalhos para tal
elaboração.

O presente Plano contempla em seu escopo, de forma detalhada e abrangente, o


desenvolvimento de estudos, análises e diagnóstico situacional, prevendo todas as
áreas (urbana e rural) e especificidades deste complexo eixo do saneamento básico
em relação aos respetivos municípios. Podendo-se, a partir de então, identificar as
principais carências e demandas locais, e apresentar possíveis soluções, primando
por alternativas economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis. Aborda
ainda a compatibilização das políticas públicas e o controle social.

A construção do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Santo


Antônio do Aventureiro inclui o desenvolvimento de atividades diversas, resultando
em um estudo aprofundado sobre o tema, trabalhado de forma multidisciplinar e
apresentado em 8 Produtos – etapas de elaboração, conforme descrito a seguir:

• Produto 1 – Plano de Trabalho e Plano de Comunicação e Mobilização Social;


• Produto 2 – Legislação Preliminar;
• Produto 3 – Caracterização Municipal;
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• Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo;


• Produto 5 – Prognóstico;
• Produto 6 – Versão Preliminar do PMGIRS;
• Produto 7 – Versão Final do PMGIRS;
• Produto 8 – Manual Operativo do PMGIRS.

O Produto 4: Diagnóstico Municipal Participativo – apresenta levantamento


abrangente e objetivo de todos os resíduos identificados junto ao município, a situação
do manejo atual de cada resíduo, seu controle de geração, os serviços prestados pela
municipalidade nesse sentido, além de breve análise técnico-financeira para avaliar a
sustentabilidade do sistema de gestão dos resíduos sólidos e limpeza urbana no
Município de Santo Antônio do Aventureiro. Concomitantemente, inclui o relatório de
mobilização social, abordando os principais tópicos relativos à participação social e
percepções da população local quanto aos serviços prestados.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................... 17


2. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS
SÓLICOS............................................................................................................................. 20
2.1. Definição e Classificação dos Resíduos .................................................................... 20
2.1.1. Classificação dos resíduos gerados no Município de Santo Antônio do
Aventureiro... .................................................................................................................... 25
2.2. Caracterização dos Resíduos Sólidos Gerados no Município de Santo Antônio do
Aventureiro .......................................................................................................................... 26
2.2.1. Estudo gravimétrico dos RSU ............................................................................ 28
2.3. Gestão dos Resíduos Sólidos ................................................................................... 35
2.3.1. Resíduos sólidos urbanos (RSU) ....................................................................... 36
2.3.1.1. Acondicionamento....................................................................................... 37
2.3.1.2. Descarte irregular........................................................................................ 38
2.3.1.3. Coleta ......................................................................................................... 38
2.3.1.4. Área rural .................................................................................................... 42
2.3.1.5. Disposição final ........................................................................................... 43
2.3.2. Serviços de limpeza urbana ............................................................................... 46
2.3.3. Resíduos de serviços de saúde (RSS) ............................................................... 49
2.3.3.1. Acondicionamento....................................................................................... 52
2.3.3.2. Geração, coleta e transporte ....................................................................... 54
2.3.4. Resíduos da construção civil e resíduos volumosos (RCC/RV) .......................... 55
2.3.5. Resíduos agrossilvopastoris............................................................................... 59
2.3.6. Resíduos de serviços de transporte ................................................................... 61
2.3.7. Resíduos de serviços de saneamento básico .................................................... 63
2.3.8. Resíduos industriais ........................................................................................... 65
2.3.9. Resíduos de mineração ..................................................................................... 67
2.3.10. Resíduos de logística reversa ............................................................................ 68
2.3.10.1. Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens .................................................. 69
2.3.10.2. Pilhas e baterias ......................................................................................... 70
2.3.10.3. Pneus.......................................................................................................... 72
2.3.10.4. Óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC) e óleos comestíveis . 74
2.3.10.5. Eletroeletrônicos e seus componentes ........................................................ 77
2.3.10.6. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista ....... 78
2.4. Procedimentos Operacionais para a Gestão do Sistema de Resíduos Sólidos ......... 79
2.4.1. Resíduos da construção civil .............................................................................. 80
2.4.2. Resíduos dos serviços de saúde ........................................................................ 82
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2.4.3. Resíduos industriais ........................................................................................... 86


2.4.4. Logística reversa ................................................................................................ 88
2.4.4.1. Embalagens de agrotóxicos ........................................................................ 90
2.4.4.2. Pilhas e baterias ......................................................................................... 91
2.4.4.3. Pneus inservíveis ........................................................................................ 94
2.4.4.4. OLUC .......................................................................................................... 96
2.4.4.5. Eletroeletrônicos e seus componentes ........................................................ 98
2.4.4.6. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista ....... 98
3. INDICADORES DE DESEMPENHO PARA OS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E DE
MANEJO DE RESÍDUOS .................................................................................................. 100
4. CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA
URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................... 105
4.1. Receita .................................................................................................................... 105
4.2. Despesa .................................................................................................................. 106
4.3. Balanço Financeiro ................................................................................................. 108
5. PRINCIPAIS LACUNAS IDENTIFICADAS EM RELAÇÃO AO MANEJO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA ....................................................................................... 109
6. IDENTIFICAÇÃO DE SOLUÇÕES CONSORCIADAS ................................................ 111
7. COLETA SELETIVA, RECICLAGEM, LOGÍSTICA REVERSA E INCLUSÃO SOCIAL –
ASSOCIAÇÃO DE CATADORES E PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO ................... 112
7.1. Logística Reversa e Gestão Compartilhada ............................................................ 115
8. COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL E AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE
APOIAR PROJETOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 118
8.1. Mudanças Climáticas .............................................................................................. 121
9. PASSIVOS AMBIENTAIS, ÁREAS DEGRADADAS / CONTAMINADAS E RISCOS
ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................... 123
9.1. Passivos Ambientais e Áreas Contaminadas .......................................................... 125
10. AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA, AVALIAÇÃO E REDUÇÃO DE
RISCOS DE DESASTRES NATURAIS E ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS ...................... 128
10.1. Ações para Contingência ........................................................................................ 128
10.2. Ações para Emergências ........................................................................................ 131
10.3. Atendimento a Aumentos de Demanda Temporária / Sazonal ................................ 133
10.4. Redução de Riscos de Desastres Naturais e Antrópicos ......................................... 135
11. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL
AMBIENTALMENTE ADEQUADA DE REJEITOS ............................................................. 141
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12. ATENDIMENTO E INTEGRAÇÃO COM A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E DECRETOS


REGULAMENTADORES, NA ÁREA DE RESÍDUOS SÓLIDOS, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................................... 147
13. PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL E PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO DO
PMGIRS...... ...................................................................................................................... 149
13.1. Comunicação Social................................................................................................ 150
13.2. Mobilização Social .................................................................................................. 150
13.3. Ações de Comunicação e de Mobilização do Produto 4 .......................................... 152
13.3.1. Comunicação direta através da equipe da Seletiva Consultoria e Projetos e gestor
do GA..... ........................................................................................................................ 152
13.3.2. Criação de página eletrônica de interlocução permanente com a população ... 153
13.3.3. Divulgação da elaboração do PMGIRS nas redes sociais ................................ 154
13.3.4. Criação do Grupo de Acompanhamento em plataforma digital......................... 157
13.4. Setorização Municipal ............................................................................................. 158
13.4.1. Programação das oficinas de participação ....................................................... 159
13.4.2. Comunicação social e mobilização para os eventos de oficinas setoriais......... 160
13.5. Divulgação do convite para oficina setorial nas redes sociais ................................. 160
13.6. Divulgação das oficinas setoriais por cartazes impressos ....................................... 162
14. RESULTADOS DAS OFICINAS SETORIAIS DE DIAGNÓSTICO DO PMGIRS ......... 166
14.1. Participação das Comunidades nas Oficinas ............................................................ 166
14.1.1. Metodologia das oficinas setoriais de diagnóstico ............................................. 167
14.1.2. Análise dos dados para o diagnóstico participativo............................................. 170
15. CONCLUSÃO DOS RESULTADOS DA MOBILIZAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO
PARTICIPATIVO ............................................................................................................... 178
16. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 179
17. ANEXOS..................................................................................................................... 182
ANEXO A. APRESENTAÇÃO DE SLIDES EXIBIDA DURANTE AS OFICINAS SETORIAIS
DIAGNÓSTICAS PARTICIPATIVAS DO PMGIRS DE SANTO ANTÔNIO DO
AVENTUREIRO... .............................................................................................................. 182
ANEXO B. LISTA DE PRESENÇA DAS OFICINAS SETORIAIS DIAGNÓSTICAS
PARTICIPATIVAS DO PMGIRS DE SANTO ANTÔNIO DO AVENTUREIRO.................... 185
ANEXO C. ATA DAS OFICINAS SETORIAIS DIAGNÓSTICAS PARTICIPATIVAS DO
PMGIRS DE SANTO ANTÔNIO DO AVENTUREIRO........................................................ 187
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Início dos trabalhos ............................................................................................. 29


Figura 2 – Início dos trabalhos – continuação ...................................................................... 30
Figura 3 – Separação e pesagem dos resíduos ................................................................... 30
Figura 4 – Separação e pesagem dos resíduos – continuação ............................................ 31
Figura 5 – Limpeza final / Equipe executora da atividade .................................................... 31
Figura 6 – Resíduos separados por composição física ........................................................ 32
Figura 7 – Composição dos resíduos (%) ............................................................................ 33
Figura 8 – Porcentagem materiais reutilizáveis / rejeitos (%) ............................................... 34
Figura 9 – Organograma do sistema de gestão dos resíduos e suas etapas ....................... 35
Figura 10 – Lixos acondicionados em sacolas e sacos plásticos, comumente dispostos em
caixas, bombonas e latão .................................................................................................... 37
Figura 11 – Coleta – Frequência e atendimento .................................................................. 40
Figura 12 – Serviço de coleta .............................................................................................. 41
Figura 13 – Acondicionamento dos RSU na zona rural ........................................................ 43
Figura 14 – Localização do Aterro Sanitário – Compromisso Ambiental – Além Paraíba/MG
............................................................................................................................................ 45
Figura 15 – Praça Central – espaço muito bem conservado e limpo.................................... 47
Figura 16 – Serviço de limpeza / falta de EPIs em algumas atividades ................................ 48
Figura 17 – Pátio da Prefeitura – estrutura da Secretaria de Obras e Serviços Públicos ..... 49
Figura 18 – Nova unidade de saúde em Santo Antônio do Aventureiro ............................... 51
Figura 19 – Unidades / estruturas de saúde em Santo Antônio do Aventureiro ................... 52
Figura 20 – Lixo infectante acondicionado devidamente, isolado dos demais, em lixeira e em
embalagens próprias ........................................................................................................... 53
Figura 21 – Estabelecimentos de saúde privados em Santo Antônio do Aventureiro ........... 54
Figura 22 – Área utilizada como bota-fora no município ...................................................... 57
Figura 23 – Descarte irregular de RCC em logradouros públicos e lote baldio..................... 58
Figura 24 – Escritório local da Emater ................................................................................. 61
Figura 25 – Ponto de embarque/desembarque de passageiros em Santo Antônio do
Aventureiro .......................................................................................................................... 62
Figura 26 – Atividade de confecção no município ................................................................ 66
Figura 27 – Pneus armazenados no pátio da prefeitura ....................................................... 73
Figura 28 – Posto de gasolina, lava-jato, revenda de óleo e acondicionamento das
embalagens vazias .............................................................................................................. 76
Figura 29 – Etapas do ciclo dos resíduos .......................................................................... 113
Figura 30 – Ciclo da logística reversa e reciclagem ........................................................... 116
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Figura 31 – Programa Bota Fora – equipe envolvida em atividade .................................... 120


Figura 32 – Programa Bota Fora – equipe envolvida em atividade (continuação) .............. 121
Figura 33 – Mapeamento risco geológico-geotécnico ........................................................ 124
Figura 34 – Localização dos antigos aterros controlados (“lixões”) – Santo Antônio do
Aventureiro ........................................................................................................................ 126
Figura 35 – Áreas favoráveis à destinação de resíduos sólidos – Santo Antônio do Aventureiro
.......................................................................................................................................... 146
Figura 36– Registro fotográfico da reunião/mobilização junto à Prefeitura Municipal de Santo
Antônio do Aventureiro ...................................................................................................... 153
Figura 37– Divulgação da linha direta de ouvidoria no site da Prefeitura de Santo Antônio do
Aventureiro (link para acesso: PMGIRS (pmsaa.mg.gov.br) .............................................. 154
Figura 38 – Convite informativo ......................................................................................... 155
Figura 39 – Divulgação do convite informativo (link para acesso: Prefeitura Santo Antônio do
Aventureiro - Home)........................................................................................................... 155
Figura 40 – Divulgação do convite informativo no Instagram da Prefeitura (link para acesso:
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐌. 𝐝𝐞 𝐀𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨 (@prefeituraaventureiro) • Fotos e vídeos do Instagram) . 156
Figura 41– Divulgação do convite informativo no Facebook da Prefeitura (link para acesso:
https://www.facebook.com/share/p/zrih8RtGP49VRhcs/?mibextid=WC7FNe) ................... 157
Figura 42 – Grupo de Acompanhamento criado no WhatsApp .......................................... 158
Figura 43 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no site da
Prefeitura Municipal (link para acesso: PMGIRS (pmsaa.mg.gov.br) ................................. 161
Figura 44 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no Facebook da
Prefeitura Municipal (link para acesso:
https://www.facebook.com/share/p/Z9rrJjkNRamUNuwZ/?mibextid=WC7FNe) ................. 161
Figura 45 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no Instagram da
Prefeitura Municipal (link para acesso: 𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐌. 𝐝𝐞 𝐀𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨
(@prefeituraaventureiro) • Fotos e vídeos do Instagram) ................................................... 162
Figura 46 – Cartazes produzidos para os 2 setores de Santo Antônio do Aventureiro ....... 163
Figura 47 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) no CRAS ................... 163
Figura 48– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) na Farmácia Popular .. 164
Figura 49– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) na Prefeitura Municipal 164
Figura 50– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 2) no Centro de Convivência
.......................................................................................................................................... 165
Figura 51– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 2) no CRAS .................... 165
Figura 52 – Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas – Setor 1.................................. 166
Figura 53 – Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas – Setor 2.................................. 167
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Figura 54– Questionário norteador utilizado nas Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas
.......................................................................................................................................... 169
Figura 55 – Discussão geral por temática discutidas nas Oficinas Diagnósticas ................ 171
Figura 56 – Descarte nos cursos d’água ............................................................................ 172
Figura 57 – Disponibilidade de lixeiras ............................................................................... 173
Figura 58 – Disponibilidade de mão de obra qualificada .................................................... 174
Figura 59 – Planejamento e eficiência dos serviços de limpeza urbana ............................. 175
Figura 60 – Inexistência de ações de educação ambiental ................................................ 176
Figura 61 – Inexistência da coleta seletiva......................................................................... 177
Figura 62 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 1................................ 185
Figura 63 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 2................................ 186
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos resíduos identificados – Santo Antônio do Aventureiro .......... 25


Tabela 2 – Resultado Gravimetria........................................................................................ 33
Tabela 3 – Quadro de pessoal – Setor limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos ....... 36
Tabela 4 – Coleta de RSU ................................................................................................... 38
Tabela 5 – Frota de Veículos – Coleta e Transporte de RSU............................................... 41
Tabela 6 – Resíduos destinados ao aterro sanitário – controle Prefeitura 2023/2024 .......... 44
Tabela 7 – Procedimentos Operacionais – RSD .................................................................. 79
Tabela 8 – Procedimentos Operacionais – Resíduos de Limpeza Urbana ........................... 80
Tabela 9 – Principais Procedimentos Operacionais – RCC.................................................. 82
Tabela 10 – Principais Procedimentos Operacionais – RSS ................................................ 85
Tabela 11 – Principais Procedimentos Operacionais – Resíduos Industriais ....................... 87
Tabela 12 – Instrumentos normativos aplicáveis à gestão de resíduos industriais ............... 87
Tabela 13 – Principais Procedimentos Operacionais – Resíduos Logística Reversa e Classe I
............................................................................................................................................ 89
Tabela 14 – Instrumentos normativos aplicáveis à gestão de pilhas e baterias.................... 94
Tabela 15 – Principais Procedimentos Operacionais – Pneus ............................................. 95
Tabela 16 – Indicadores gerais – RSU .............................................................................. 101
Tabela 17 – Indicadores Coleta – RSU .............................................................................. 102
Tabela 18 – Indicadores – potenciais recicláveis / rejeitos ................................................. 102
Tabela 19 – Indicadores – RCC/ RV e RSS ....................................................................... 103
Tabela 20 – Indicadores – Limpeza pública ....................................................................... 103
Tabela 21 – Indicadores Finais de Desempenho – Santo Antônio do Aventureiro ............. 104
Tabela 22 – Despesas – Resíduos sólidos e limpeza urbana ............................................ 107
Tabela 23 – Despesas – Contratação de serviços – resíduos............................................ 107
Tabela 24 – Principais lacunas – sistema de manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana
.......................................................................................................................................... 109
Tabela 25 – Ações para contingência – Resíduos sólidos e limpeza urbana ..................... 129
Tabela 26 – Ações para Emergência – Resíduos sólidos e limpeza urbana ...................... 131
Tabela 27 – Ações/atividades a serem observadas/realizadas para atendimento à demanda
temporária ......................................................................................................................... 135
Tabela 28 – Parâmetros Utilizados como Critérios para Identificação de Áreas Potenciais para
Instalação do Aterro Sanitário ............................................................................................ 145
Tabela 29 – Definição dos Setores em Relação à Comunidade Atendida.......................... 159
Tabela 30 – Programação da Oficina Participativa do Município Santo Antônio do Aventureiro
em Função dos Setores Estabelecidos .............................................................................. 160
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRELPE – Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e
Demolição
AGEVAP – Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
CEPEA/ESALQ – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz
CF – Constituição Federal
CIM – Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima
CMRR – Centro Mineiro de Referência em Resíduos
CNI – Confederação Nacional da Indústria.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DER – Departamento de Estradas de Rodagem
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança
GA – Grupo de Acompanhamento
IBGE – Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística
INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPTU – Imposto Territorial Urbano
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MME – Ministério de Minas e Energia
NBR - Normas Brasileiras
PPA – Plano Plurianual
PDP – Plano Diretor Participativo
PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos
PGRS – Plano de Gestão de Resíduos Sólidos
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo xvi

PGRSS – Plano de Gestão de Resíduos dos Serviços de Saúde


PIRH – Plano Integrado de Recursos Hídricos
PLANARES – Plano Nacional de Resíduos Sólidos
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PMGIRS – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico
PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental
PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente
PNMC – Política Nacional sobre Mudança do Clima
PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPA – Plano Plurianual da União
PSBR – Programa Saneamento Brasil Rural
PSF – Programa de Saúde da Família
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
RSS – Resíduos dos Serviços de Saúde
RCC – Resíduos da Construção Civil
SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SGB – Serviço Geológico do Brasil
SINIR – Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente
SNIS – Sistema de Informações sobre Saneamento
TCM-GO – Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás
TR – Termo de Referência
UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 17

1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

A Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de


Resíduos Sólidos – PNRS. Essa lei é norteada pelos princípios básicos de redução
da geração de resíduos sólidos, reutilização, reciclagem, logística reversa,
responsabilidade compartilhada, fortalecimento das cooperativas de catadores, coleta
seletiva, tratamento e disposição final de resíduos sólidos, entre outros. Na Lei
mencionada fica determinada a necessidade dos municípios elaborarem o Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS, prevendo ainda a
possibilidade de que, aqueles municípios que optarem por soluções consorciadas
intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, possam ser dispensados da
elaboração de PMGIRS específico, desde que o plano intermunicipal preencha os
requisitos quanto ao conteúdo mínimo do PMGIRS (BRASIL, 2010, art.19, § 9º).
Trazendo para o âmbito estadual, a Lei nº 18.031/2009 estabelece a Política Estadual
de Resíduos Sólidos (PERS), norteando a gestão e o gerenciamento dos resíduos no
Estado de Minas Gerais.

O PMGIRS constitui um documento essencial como ferramenta de planejamento


estratégico para a temática de resíduos sólidos nos municípios e regiões, sendo nele
definidos critérios, parâmetros, metas e ações efetivas para atendimento dos objetivos
e princípios propostos pela PNRS, englobando medidas estruturais e estruturantes.
Para tanto, o plano deve apresentar um conteúdo mínimo, conforme disposto na Lei
e decreto regulamentador da PNRS (Lei Federal nº 12.305/2010 e Decreto Federal nº
7.404, de 23 de dezembro de 2010), abordando desde a etapa de diagnóstico da
situação dos resíduos sólidos gerados no território, metas a serem cumpridas,
programas e ações necessários, com respectivas definições de reponsabilidades,
entre outras questões dispostas na PNRS. Cabe destacar que o PMGIRS deve ser
revisado, observado o período máximo de 10 (dez) anos, conforme alteração dada
pela Lei Federal nº 14.026, de 15 de julho de 2020.

Apesar do disposto nas legislações supracitadas, e, mesmo após mais de uma década
de sua vigência, ainda são grandes as dificuldades encontradas por parte dos
gestores municipais com relação à elaboração e implementação do PMGIRS,
podendo ser citados: a ausência de corpo técnico qualificado para elaboração do
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 18

plano ou de recursos financeiros para contratação de consultoria especializada, ou


ainda, o não reconhecimento da importância da gestão integrada dos resíduos sólidos.

Colocando em perspectiva a realidade do estado, dados publicados pela Fundação


Estadual do Meio Ambiente (FEAM), por meio do Panorama da Destinação Final dos
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em MG, apontam que, em dezembro de 2017,
60,08% da população urbana era atendida por sistemas de destinação final
regularizados ambientalmente, porcentagem que representava 11.039.351 habitantes
das áreas urbanas de 379 municípios mineiros, considerando dados da contagem
IBGE 2016.

Visando uma solução real para lidar com tal demanda, é necessário serem feitos
esforços no sentido de uma conscientização efetiva por parte do poder público e
criadas ferramentas e tecnologias que permitam aos agentes da municipalidade se
enquadrarem à legislação e melhorarem sua gestão e, consequentemente, garantir
mais qualidade de vida e bem-estar social de sua cidade, preservando, ou mesmo,
recuperando seu meio ambiente.

Nesse contexto, cabe destacar que a elaboração do PMGIRS pode auxiliar os


gestores em um dos principais desafios que se têm observado nos municípios de
forma geral: a inexistência de dados ou ausência de sistematização desses. Isso
porque, com a realização do diagnóstico, é possível identificar as lacunas que
precisam ser preenchidas em relação a dados e informações sobre o manejo e
gerenciamento de resíduos sólidos no município, inclusive de outras áreas correlatas
à essa temática. Ainda, para além das questões de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos (de responsabilidade do poder público), o PMGIRS deve abordar
todos os demais atores municipais geradores de resíduos ou que façam parte do ciclo
de vida dos produtos, abordando temas como a definição de responsabilidades quanto
à elaboração, implementação e operacionalização de planos de gerenciamento de
resíduos específicos (a exemplo de industriais, de mineração, da construção civil, dos
serviços de transporte e de saneamento, entre outros).

Outras questões a serem trabalhadas no âmbito do PMGIRS são aquelas trazidas na


Lei Federal 14.026/2020 (que alterou artigos da Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento, nº 11.445/2007, e da PNRS), podendo ser citada a questão da
regionalização da prestação dos serviços, da cobrança pelos serviços prestados e da
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 19

regulação desses. Ainda, e não menos importante, a participação social é prevista


como parte fundamental nesse processo de diagnóstico e construção de soluções
viáveis e propostas de melhorias na gestão do município como um todo e, nesse caso,
mais especificamente, dos resíduos sólidos e da limpeza urbana.

Frente ao panorama exposto, ressalta-se a importância da execução deste trabalho,


a fim de oferecer aos municípios propostas e alternativas alinhadas à legislação
ambiental vigente, substanciadas pela elaboração do PMGIRS, que possam contribuir
para o melhor gerenciamento desses resíduos gerados no âmbito dos territórios dos
entes consorciados.

Destaca-se que o atendimento às especificações do Plano de Gerenciamento


Integrado de Resíduos Sólidos deve se dar em consonância com as políticas públicas
previstas para os municípios e região onde se inserem, de modo a compatibilizar as
soluções a serem propostas com as leis, planos e projetos previstos para a área de
estudo.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 20

2. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS


RESÍDUOS SÓLICOS

O serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos compreende a


coleta, remoção e o transporte dos resíduos sólidos domiciliares; a varrição e limpeza
de vias e logradouros públicos; a remoção e transporte de resíduos das atividades de
limpeza; a remoção de resíduos volumosos e de entulhos lançados em vias e
logradouros públicos. Além disso, a prestação deste serviço também engloba a
operação e manutenção dos sistemas de transferência de resíduos sólidos urbanos e
das unidades de triagem e compostagem, incluindo a transferência dos rejeitos
gerados nessas unidades para destino final disposto de forma correta, utilizando
aterros sanitários em conformidade com a legislação ambiental (ADASA, 2015).

O manejo inadequado dos resíduos pode oferecer uma série de riscos ambientais,
que ultrapassam os limites do município gerador, podendo gerar doenças e
comprometer a qualidade de vida da população, direta ou indiretamente, devendo ser
observada toda a cadeia dos resíduos sólidos, desde o momento da geração até seu
tratamento, possível reaproveitamento e destinação final ambientalmente correta.

Ressalta-se ainda que a decomposição dos resíduos e a formação de lixiviados


podem levar à contaminação do solo e de águas subterrâneas com substâncias
orgânicas, microrganismos patogênicos e inúmeros contaminantes químicos
presentes nos diversos tipos de resíduos.

A partir do exposto, esforços devem ser somados por parte do poder público, iniciativa
privada, terceiro setor (entidades de classe, associações de bairro etc.) e o cidadão,
no sentido de garantir a boa gestão desse complexo e indispensável sistema,
englobando todas as práticas e atividades a ele correlacionadas.

2.1. Definição e Classificação dos Resíduos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em sua Norma Brasileira – NBR


10.004/2004, que estabelece os critérios de classificação e os códigos para a
identificação dos resíduos de acordo com suas características, define resíduos sólidos
como: resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 21

água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem


como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica
e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Nesse contexto, os rejeitos, de acordo com a Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010 –


Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tratam-se dos resíduos sólidos que,
depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por
processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

Conforme a NBR 10.004/2004, a classificação dos resíduos envolve a identificação


do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características
e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a
serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de
acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem.

Quanto à NBR 10.004/2004, essa apresenta a seguinte classificação dos resíduos


sólidos, dividindo-os em duas classes principais: perigosos e não perigosos:

a. Resíduos Classe I – Perigosos: Característica apresentada por um resíduo que,


em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode
apresentar: risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou
acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado
de forma inadequada, apresentando ao menos uma das características como
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

b. Resíduos Classe II – Não Perigosos: resíduo de restaurante (restos de alimentos),


resíduo de madeira, sucata de metais ferrosos, resíduo de materiais têxteis, sucata
de metais não ferrosos (latão etc.), resíduos de minerais não-metálicos, resíduo de
papel e papelão, areia de fundição, resíduos de plástico polimerizado, bagaço de
cana, resíduos de borracha, outros resíduos não perigosos.

• Resíduos Classe II A – Não inertes: aqueles que não se enquadram nas


classificações de resíduos Classe I – Perigosos ou de resíduos Classe II B -
Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos Classe II A – Não inertes, podem
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ter propriedades tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou


solubilidade em água.
• Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados
de forma representativa, segundo a NBR 10.007, e submetidos a um contato
dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente,
conforme NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados
a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-
se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da Norma.

Para efeitos da Lei 12.305/2010, os resíduos sólidos são classificados quanto à


origem e periculosidade:

I - Quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: originários de atividades domésticas em residências


urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: originários da varrição, limpeza de logradouros e
vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nos itens “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nos itens “b”, “e”, “g”, “h” e
“j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos no item “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária (SNVS);
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação
e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
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j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,


terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios.

II - Quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de


inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade apresentam
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei,
regulamento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados no item “a”.

As Resoluções RDC 222/2018 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e


CONAMA 258/2005 classificam os Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) conforme
abaixo:

a) Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por


suas características, podem apresentar risco de infecção.
b) Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas que apresentam risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
c) Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção
especificados nas normas do Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
d) Grupo D: resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico
à saúde ou ao meio ambiente, sendo equiparados aos domiciliares.
e) Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes tais como: lâminas de
barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas,
pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares,
micropipetas, lâminas de lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro
quebrados e laboratórios e outros similares.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
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Quanto aos resíduos do “Grupo C” citados acima, a Norma CNEN NN 4.01 –


Resolução CNEN 208/16, dispõe sobre a Autorização para Posse, Uso e
Armazenamento de Minérios, Matérias-Primas e Demais Materiais Contendo
Radionuclídeos das Séries Naturais do Urânio e/ou Tório em instalações mínero-
industriais nas quais sejam lavrados, beneficiados e industrializados, incluindo locais
de armazenamento inicial de escórias e resíduos radioativos.

De acordo com a NBR 15.113 e Resolução CONAMA n° 307/2002 (e suas alterações:


Resolução 431/2011 e 448/2012), os Resíduos da Construção Civil (RCC) são
classificados em:

a) Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:


• de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem;
• de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa
e concreto;
• de processo de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
b) Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
c) Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem e
recuperação, como os produtos oriundos do gesso.
d) Classe D: resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como
tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais
e outros.

A classificação dos resíduos sólidos é indispensável, visto que cada tipo de resíduo
requer uma abordagem (armazenamento/ coleta/ tratamento/ disposição final)
específica, no intuito de garantir seu eficaz manejo, com ações e investimentos
assertivos. As respectivas legislações, diretrizes e normas devem, portanto, ser
norteadoras desse processo.
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2.1.1. Classificação dos resíduos gerados no Município de Santo Antônio do


Aventureiro

A partir das diversas especificações e classes que definem e agrupam os resíduos


sólidos, descritas acima, de acordo com as normas e legislação vigentes, trazendo
então para a realidade de Santo Antônio do Aventureiro, a Tabela 1 relaciona os
resíduos identificados no município de acordo com as classificações apresentadas.

Tabela 1 – Classificação dos resíduos identificados – Santo Antônio do Aventureiro

Classificação dos resíduos gerados em quanto à Origem, Características Físicas e Periculosidade

Resíduos Sólidos Resíduos úmidos: resíduos orgânicos, compostáveis e rejeitos não reaproveitáveis.
Domiciliares (RSD):
originários de atividades Resíduos secos: composto por resíduos recicláveis (embalagens plásticas, vidros,
domésticas em papel etc.).
residências urbanas.
Resíduos Comerciais e Gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da
de Prestadores de atividade desenvolvida nos diferentes circuitos de distribuição de bens de consumo,
Serviços como supermercados, bancos, lojas hotéis, restaurantes e bares.
Resíduos de Varrição: limpeza dos resíduos acumulados junto à sarjeta e meio fio,
evitando o acúmulo de resíduos. É indispensável para o bom aspecto e asseio da
cidade, além de influir na saúde pública, segurança de pedestres e dos veículos, e até
no bem-estar dos habitantes.
Resíduos de Poda: provenientes da capina, corte de grama e poda/corte de árvores.
A capina de áreas públicas, sarjetas e meios fios, realizadas com o intuito de garantir
as condições de drenagem e evitar o mau aspecto desses.
Resíduos de Limpeza Resíduos de Feiras Livres: gerados nos setores de venda (hortifrutigranjeiros,
Urbana carnes, cereais, artesanato etc.), desde a recepção e organização dos alimentos nas
barracas pelos feirantes até o consumidor, incluindo o consumo no próprio local de
comida, frutas, sorvetes etc., tornando-se gerador.
Resíduos Cemiteriais: provenientes da manutenção e limpeza com coleta dos restos
florais resultantes das coroas e ramalhetes, vasos plásticos ou cerâmicos de vida útil
reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos e da infraestrutura local,
resíduos gerados em exumações, resíduos de velas, resíduo proveniente de varrição
e poda.
Compostos por areia, material gradeado e lodo, gerados no tratamento de esgoto;
Resíduos dos Serviços lodo e resíduos do processo de filtração e tratamento de água e material recolhido nos
Públicos de serviços de desobstrução de bueiros e galerias pluviais. São gerados em Estações de
Saneamento Básico Tratamento de Água e de efluentes, e em serviços de manutenção dos sistemas de
drenagem, de onde é removido o material inerte.
Resultantes de atividades industriais, nos estados sólido, semi-sólido, gasoso -
quando contido, e líquido, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
Resíduos Industriais
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. (RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/2002).
Resultantes dos serviços de saúde, conforme definido em regulamento (PNRS) ou em
normas estabelecidas pelo Sisnama e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Os
resíduos de saúde, ou hospitalares, são os resíduos produzidos pelas atividades de
unidades de serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios, postos de saúde etc.
Incluem resíduos infectantes (classe A), como culturas, vacinas vencidas, sangue e
Resíduos dos Serviços
hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurante ou cortantes, animais contaminados,
de Saúde (RSS)
fluídos orgânicos; os resíduos especiais (classe B), material radioativo ou
contaminado, resíduos farmacêuticos, resíduos químicos; e os resíduos comuns
(classe C), que não oferecem risco adicional à saúde pública, sendo os das áreas
administrativas, de varrição e limpeza de jardins, etc (Resoluções CONAMA 258/05 e
RDC ANVISA 222/2018).
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Classificação dos resíduos gerados em quanto à Origem, Características Físicas e Periculosidade

Resíduos sujeitos a
sistema de Logística Resíduos eletroeletrônicos: compostos por equipamentos eletroeletrônicos
Reversa (computadores, eletrodomésticos, aparelhos de TV etc.) e seus componentes.
Resíduos de lâmpadas, pilhas e baterias: compostos por lâmpadas fluorescentes,
de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, e por pilhas e baterias usadas,
principalmente as que contenham níquel, cádmio ou metais pesados em sua
composição, por serem mais poluentes.
Resíduos de agrotóxicos e embalagens: compostos por produtos e agentes de
Perigosos (Classe I) processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção,
no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de florestas nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da
fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos,
bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,
estimuladores e inibidores de crescimento; além de suas embalagens vazias. (Decreto
4.074/2002 / Resolução CONAMA 465/2014).
Resíduos de óleo lubrificante: compostos por óleos lubrificantes, seus resíduos e
embalagens, conforme PNRS (Resolução CONAMA 362/2005 / Resolução 450/2012)

Resíduos pneumáticos: gerados a partir de todo artefato inflável, constituído


Não Perigosos (Classe basicamente por borracha e materiais de reforço utilizados para rodagem em veículos,
II) que não mais se presta a processo de reforma que permita condição de rodagem
adicional. (Resolução Conama 416/2009).
Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
Resíduos da Construção blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
Civil (RCC) madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos
de obras, caliça ou metralha (Resolução 307/2002).
Resíduos Gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
Agrossilvopastoris insumos utilizados nessas atividades.
Produtos que apresentam características como inflamabilidade, corrosividade,
Resíduos Sólidos reatividade e toxicidade, estabelecidas pela NBR 10.004/2004, oferecendo risco
Perigosos potencial aos seres vivos ou ao ambiente. Os RSP são separados em três grandes
grupos: biológicos, químicos e radioativos.

Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

2.2. Caracterização dos Resíduos Sólidos Gerados no Município de Santo


Antônio do Aventureiro

Para garantir a gestão adequada dos resíduos é necessário levar em consideração:


as características das fontes de produção; o volume e os tipos de resíduos, dando a
eles tratamento diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas; as
características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades
demográficas, climáticas e urbanísticas locais.

O lixo pode ser caracterizado em função da sua composição física ou gravimétrica,


que corresponde à distribuição relativa do peso bruto de cada um de seus materiais
componentes, ou seja, traduz o valor relativo, ou percentual, de cada componente
presente no lixo em relação ao seu peso total. Enquanto a composição gravimétrica
traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo
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analisada, o peso específico (PE) aparente trata-se do peso do lixo solto em função
do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m³. Sua
determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações.

Na ausência de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores de 230 kg/m³ para
o peso específico do lixo domiciliar, 280 kg/m³ para o peso específico dos resíduos de
serviços de saúde e de 1.300kg/m³ para o peso específico de entulho de obras.

O teor de umidade representa a quantidade de água presente no lixo, medida em


percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e
da incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno
de 40 a 60%. A compressividade é o grau de compactação ou a redução do volume
que uma massa de lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão
de 4 kg/cm², o volume do lixo pode ser reduzido de um terço a um quarto do seu
volume original.

O potencial hidrogeniônico (PH) do lixo indica o teor de acidez ou alcalinidade dos


resíduos. Em geral, situa-se na faixa de 5 a 7. A composição química consiste na
determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio,
cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras. A relação
carbono/nitrogênio (C:N) indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo
nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na
ordem de 35/1 a 20/1.

As características biológicas do lixo são aquelas determinadas pela população


microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das suas
características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento
e de disposição final mais adequados.

O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado
no desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da
decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de
coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos
veículos. Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de destinação final
e de recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos
resíduos.
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2.2.1. Estudo gravimétrico dos RSU

O estudo gravimétrico dos resíduos sólidos urbanos (RSU) facilita o gerenciamento


de resíduos, uma vez que possibilita uma maior compreensão da quantidade e
qualidade dos resíduos gerados nos municípios a partir da análise da composição
gravimétrica, geração per capita e peso específico dos RSU. Conforme mencionado
por Monteiro et al. (2001), a composição gravimétrica traduz o percentual de cada
resíduo em uma amostra coletada, e isso faz com que o município conheça a
composição dos seus resíduos sólidos, podendo ocorrer variação de uma localidade
para a outra em função de características sociais, econômicas, culturais, geográficas
e climáticas, ou seja, dentro de um município podem haver características
gravimétricas distintas.

Os resultados obtidos pela composição gravimétrica da amostra de uma fração de


determinado volume de resíduo coletado, disponibilizado dentro de uma seleção
heterogênica, demonstra os comportamentos e tendências consumistas de um setor
da sociedade e permitem avaliar preliminarmente as possibilidades de redução na
geração e reaproveitamento dos componentes passíveis de reciclagem, valorização
energética e orgânica dos resíduos sólidos, implantação de coleta diferenciada,
adequação de instalações e melhores alternativas para destinação final de cada tipo
de resíduo. A obtenção destes dados garante uma análise prática e básica para
qualquer tomada de decisão no manejo dos resíduos sólidos.

O processo consiste na pesagem e separação dos lixos recicláveis e dos rejeitos. É


despejado todo o lixo dos sacos após coleta planejada, e então separados os
recicláveis dos rejeitos, que são colocados em tambores. São considerados como
rejeitos todos os resíduos que não possuem valor de mercado como fraldas, grama,
terra, papel higiênico e cerâmicas.

A composição gravimétrica dos resíduos gerados no Município de Santo Antônio do


Aventureiro foi realizada pela equipe técnica da Seletiva, com apoio da Secretaria de
Obras e Serviços e da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente,
com o objetivo de levantar dados detalhados sobre a geração de RSU e de quantificar
os resíduos recicláveis aterrados atualmente, que poderiam ser destinados à coleta
seletiva. Os trabalhos foram realizados no dia 06 de março do presente ano, em pátio
cedido pela prefeitura, na região central.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 29

A gravimetria realizada passou pelas seguintes etapas:

• Coleta dos resíduos na região Central e adjacentes;


• Pesagem para cálculo de densidade do resíduo;
• Triagem detalhada dos resíduos coletados;
• Pesagem e discriminação dos valores de todos os resíduos separados;
• Ensacamento dos resíduos para sua disposição final no aterro sanitário.

Figura 1 – Início dos trabalhos


Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 30

Figura 2 – Início dos trabalhos – continuação


Seletiva, 2024.

Figura 3 – Separação e pesagem dos resíduos


Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 31

Figura 4 – Separação e pesagem dos resíduos – continuação


Seletiva, 2024.

Figura 5 – Limpeza final / Equipe executora da atividade


Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 32

Figura 6 – Resíduos separados por composição física


Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 33

Após levantamento e análise dos dados, pôde-se verificar o seguinte cenário quanto
aos resíduos sólidos urbanos gerados no município (Tabela 2):

Tabela 2 – Resultado Gravimetria


Resíduo por tipologia Peso (kg) Porcentagem (%)
1 Vidro - -
2 Papel 1,00 1,30
3 Papelão 4,50 6,25
4 Plástico mole 6,00 8,30
5 Plástico duro 3,00 4,10
6 Isopor 1,50 1,00
7 PET 2,00 2,80
8 Tetrapak 1,00 1,30
9 Trapo (pano) 17,00 20,60
10 Borracha 1,50 2,00
11 Madeira - -
12 Metal ferroso 1,00 1,39
13 Alumínio - -
14 Matéria orgânica 20,00 28,00
15 Papel higiênico / fralda descartável 6,00 8,30
16 Eletrônico - -
17 Couro - -
18 Outros 10,50 14,88
TOTAL 72,00 100
Fonte: Seletiva, 2024.

Vidro
Papel
1% Papel
Papelão
6% Plástico mole Papelão
Outros
8%
15% Plástico mole
Plástico duro
Papel higiênico / fralda Plástico duro Isopor
descartável 4% Isopor
1%
8%
PET
PET 3%
Tetrapak Tetrapak
1%
Trapo
Borracha
Matéria orgânica Trapo 21%
28% Madeira
Metal ferroso
Borracha Alumínio
2%
Matéria orgânica
Metal ferroso
Papel higiênico / fralda descartável
1%
Eletrônico
Couro
Outros

Figura 7 – Composição dos resíduos (%)


Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 34

A partir de tal análise, conforme a respectiva amostra utilizada para o estudo, tem-se
o peso específico dos RSU de Santo Antônio do Aventureiro, de 100 kg/m³. E, ainda,
considerando a população do município (IBGE, 2022), calculou-se sua geração per
capita de RSU (média de resíduos gerados por habitante), sendo essa de 0,557
kg.hab/dia.

Ante os números apresentados no estudo, cabe destacar um dado bastante relevante


em relação à coleta e destinação dos RSU do município frente a um possível futuro
reaproveitamento/reciclagem desses resíduos. Dos 100% de resíduos dispostos no
aterro atualmente, 29,22% são materiais recicláveis, 28% matéria orgânica e apenas
42,78% são rejeitos, sendo esse último o que realmente se caracteriza como lixo, e,
portanto, o único com disposição final indicada em aterro sanitário, visto não ser
passível de algum tipo de reutilização.

recicláveis
29%

rejeitos recicláveis
43%
matéria orgânica
rejeitos

matéria orgânica
28%

Figura 8 – Porcentagem materiais reutilizáveis / rejeitos (%)


Fonte: Seletiva, 2024.

Dessa forma, se conclui que aproximadamente 57,22% de todo o resíduo coletado em


Santo Antônio do Avetureiro e destinado ao aterro poderia estar sendo reaproveitado,
gerando renda, sobretudo à população mais carente, incrementando a economia local
e ainda desonerando a Municipalidade de grande parte dos custos relacionados à
destinação dos resíduos gerados em seu território.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 35

2.3. Gestão dos Resíduos Sólidos

O sistema de gestão dos resíduos sólidos urbanos compreende todas as etapas do


processo, desde a coleta, transporte, tratamento, até a disposição final do lixo,
conforme ilustra o organograma abaixo (Figura 9).

Figura 9 – Organograma do sistema de gestão dos resíduos e suas etapas


Fonte: Adaptado de Technical Guidance Report – Banco Mundial, 2012.

Este sistema pode ser administrado de diferentes formas, como diretamente pela
Administração Municipal; através de uma empresa pública específica; ou ainda
através de uma empresa de economia mista criada para desempenhar
especificamente essa função. Os serviços podem ser ainda objeto de concessão ou
terceirizados junto à iniciativa privada. As concessões e terceirizações podem ser
totais ou parciais, envolvendo um ou mais segmentos das operações de manejo dos
resíduos e da limpeza urbana. Existe ainda a possibilidade de consórcio com outros
Municípios, especialmente nas soluções para destinação final dos resíduos.

Em Santo Antônio do Aventureiro, a Secretaria de Obras e Serviços com apoio da


Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, é responsável pelo
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 36

planejamento e fiscalização do sistema de gestão dos resíduos sólidos e limpeza


urbana, bem como pela infraestrutura, instalações e plano de operações, sendo a
executora dos serviços do setor.

Quanto à operacionalização do sistema, predominantemente, os serviços são


realizados diretamente pela Municipalidade, e uma parcela por empresas contratadas.
As atividades específicas da limpeza urbana são gerenciadas e executadas com
equipes e equipamentos próprios (varrição de vias e logradouros públicos, capina e
roçada, poda de árvores, limpeza de feiras, etc.).

De acordo com informações da prefeitura, o município atualmente possui o seguinte


quadro de pessoal direcionado ao Setor de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos (Tabela 3):

Tabela 3 – Quadro de pessoal – Setor limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
Serviços Nº Funcionários Prefeitura / Terceirizado
Coleta (motoristas) 01 Terceirizado
Coleta (coletores) 02 Terceirizado
Varrição 06 Prefeitura
Poda, capina e roçada 03 Prefeitura
Motorista (limpeza/capina/roçada) 01 Prefeitura
Demais serviços (Coleta RSS, Coleta
02 Terceirizado
Seletiva etc)
Gerenciais ou Administrativos 01 Prefeitura
TOTAL 16 Prefeitura / Terceirizado
Fonte: Seletiva, 2024.

A infraestrutura e atividades realizadas no município relacionadas ao respectivo


sistema foram levantadas em visita técnica, por meio de trabalhos de campo e coleta
de dados junto à prefeitura, a entidades locais, como a Emater, Copasa, e serão
apresentadas na sequência.

2.3.1. Resíduos sólidos urbanos (RSU)

De acordo com o artigo 13 da PNRS, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) podem ser
divididos em Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD), Resíduos Comerciais e de
Prestadores de Serviços e Resíduos Sólidos Públicos (RPU).

A gestão desses resíduos é de reponsabilidade da Prefeitura, e em Santo Antônio do


Aventureiro fica a cargo da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos,
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 37

conforme já mencionado, sendo o serviço de coleta, transporte e disposição final


realizado por empresa terceirizada, com infraestrutura própria (mão de obra,
caminhões coletores/compactadores, aterro).

2.3.1.1. Acondicionamento

Conforme identificado em visita técnica e também informado pela prefeitura, no


Município de Santo Antônio do Aventureiro os resíduos domésticos e comerciais
costumeiramente ficam acondicionados em sacos plásticos e em caixas de papelão,
depositados em bombonas ou latões ou conteiners instalados ao longo das vias e em
pontos estratégicos pela Municipalidade, conforme Figura 10.

Figura 10 – Lixos acondicionados em sacolas e sacos plásticos, comumente


dispostos em caixas, bombonas e latão
Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 38

2.3.1.2. Descarte irregular

Em Santo Antônio do Aventureiro, não foi identificado descarte irregular ou acúmulo


de RSU em vias públicas ou lotes baldios. Ressalta-se que, além da coleta, que ocorre
regularmente, 3 vezes na semana, é perceptível a quantidade considerável de
dispositivos públicos para acondicionamento do lixo por parte do morador, iniciativa
que tem se mostrado bastante eficiente, contribuindo para manter os logradouros
públicos mais limpos e sem acúmulos indesejados de resíduos. Nesse sentido,
ressalta-se que a população também tem contribuído, utilizando-se das lixeiras e
conteiners disponíveis.

2.3.1.3. Coleta

Em Santo Antônio do Aventureiro, como já mencionado, a coleta é realizada, por


empresa contratada, sendo a Compromisso Ambiental Indústria e Comércio de
Material Reciclável, no período da manhã, 3 vezes por semana (2ª, 4ª e 6ª feira) na
área urbana (Sede e Distrito São Domingos) e 1 vez por semana (4ª feira) no Povoado
Alto da Conceição e também no Córrego Grande – Hotel Fazenda. As demais
localidades rurais não são atendidas pelo serviço. A Tabela 4 e a Figura 9 apresentam
a frequência e locais onde ocorre a coleta.

Tabela 4 – Coleta de RSU

Frequência / locais / Horário da coleta

Período Segunda-feira Quarta-feira Sexta-feira

Sede / Distrito São Domingos


Sede / Sede /
Diurno Povoado Alto da Conceição /
Distrito São Domingos Distrito São Domingos
Córrego Grande Hotel
Fazenda
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024.

Cabe mencionar que no contrato de prestação de serviços consta o atendimento com


em todo o território municipal, tanto na área urbana quanto também na rural, prevendo
inclusive uma distância total percorrida de 142 km por coleta/dia. Ainda, o contrato
aborda quanto ao roteiro de coleta, a ser cumprido pela empresa conforme definido
pela prefeitura. Destaca-se, contudo, que a prefeitura não possui um roteiro ou
mapeamento da rota de coleta, e a empresa não disponibiliza à prefeitura um
mapeamento do roteiro que realiza, apesar de provavelmente possuir tal controle de
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 39

rota. Mesmo a coleta sendo realizada de modo satisfatório, visto que não há
reclamações recorrentes por parte dos moradores, esse é um dado bastante útil para
a prefeitura, visto que pode ser utilizado para melhor planejamento e maior efetividade
do serviço. Assim, recomenda-se que a prefeitura solicite tal controle junto à
prestadora do serviço.

Atualmente, o serviço é executado por 3 funcionários, sendo 2 coletores e 1 motorista,


em caminhão compactador. Segundo a Prefeitura, a empresa responsável fornece
equipamentos de proteção individual (EPI) para os trabalhadores do setor, como
uniforme, botas e luvas de proteção (Figura 12).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 40

Figura 11 – Coleta – Frequência e atendimento


Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 41

Figura 12 – Serviço de coleta


Fonte: Seletiva, 2024.

A Tabela 5 apresenta as características do veículo utilizado na coleta e transporte dos


resíduos. Há ainda um caminhão reserva.

Tabela 5 – Frota de Veículos – Coleta e Transporte de RSU


Unid. Marca Modelo Capacidade Ano Propriedade
01 Volkswagen Compactador 17.260 15m³ 2022 Particular

01 (reserva) Volkswagen Compactador 17.280 15m³ 2022 Particular


Fonte: Seletiva, 2024.

Destaca-se que a população de Santo Antônio do Aventureiro se concentra


majoritariamente em área urbana, cerca de 88,8% dos 3.769 habitantes (FJP, 2021).
E, segundo dados do IBGE (2021), o percentual da população urbana atendida por
sistema de coleta e tratamento de lixo é de 100%, estando o município, nesse sentido,
dentro do parâmetro de universalização previsto para esse serviço.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 42

2.3.1.4. Área rural

Em relação à área rural, conforme informado, apenas em duas localidades é realizado


o serviço de coleta. Tal situação se mostra deficiente neste aspecto, tendo em vista o
acúmulo do lixo por tempo superior a 72 horas, que é o máximo indicado, conforme
procedimentos operacionais, apresentados ainda nesse estudo (item 2.4), devendo-
se buscar soluções para suprir essa demanda e atender também a população rural
como um todo.

Assim, o mínimo para um serviço satisfatório seria a implementação da respectiva


coleta 2 vezes por semana, visto que um espaço de tempo muito prolongado entre as
coletas acaba por ser um incentivo a práticas irregulares, uma vez que o lixo
acumulado gera mal cheiro e é um foco de animais indesejados.

Dessa forma, na área rural, um mecanismo comumente utilizado para diminuir a


quantidade de resíduos sólidos para ser posteriormente enterrado são as queimadas.
A falta de coleta ou mesmo a dificuldade de acesso aos locais que fazem este serviço
fazem com que a comunidade rural opte por este método. Todavia, a queima do lixo
pode ser uma alternativa desastrosa tanto para o meio ambiente quanto para o ser
humano, visto que o fogo pode extravasar e provocar um incêndio, causando perdas
para a fauna e flora nativa e mesmo colocando pessoas em risco. Além disso, o
empobrecimento do solo, causado também pela perda de nutrientes provindos da
serapilheira é notável. Ainda, outra questão seria a emissão de gás carbônico,
prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana.

Em Santo Antônio do Aventureiro, segundo informações da Prefeitura, não é incomum


a prática de queima do lixo ou mesmo seu enterramento nas localidades rurais de um
modo geral.

Nas duas localidades rurais onde a coleta ocorre uma vez por semana, também são
disponibilizadas pela prefeitura bombonas ao longo das estradas, para
acondicionamento do lixo e seu posterior recolhimento (Figura 13).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 43

Figura 13 – Acondicionamento dos RSU na zona rural


Fonte: Seletiva, 2024.

2.3.1.5. Disposição final

A Lei nº 12.305/2010 estabelece a disposição final ambientalmente adequada como


um dos objetivos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (artigo 7º) e uma das
prioridades na gestão e no gerenciamento dos resíduos (artigo 9º). Esta é definida
como a distribuição ordenada dos rejeitos em aterros sanitários, observando-se
normas operacionais específicas para evitar danos ou riscos à saúde e segurança
pública e para minimizar os impactos ambientais adversos (artigo 3º). Ou seja, os
aterros sanitários são apontados pela Lei como a solução ideal para a disposição final
dos rejeitos. Apesar de não ser a melhor solução disponível, os aterros sanitários
também podem ser a destinação final dos resíduos sólidos. (Toneto Jr. et al, 2014).

Em Santo Antônio do Aventureiro não há área de transbordo, visto que os resíduos


são coletados pela empresa Compromisso Ambiental e transportados, por caminhão
compactador, diretamente à sua destinação final ambientalmente adequada, em
aterro sanitário particular licenciado, com certificação REV-LO n° 980 de 23/08/2018,
válida por 10 anos, de propriedade da empresa, localizado na Rod. BR 116, km 809,
no Município de Além ParaíbaMG, a aproximadamente 16 km de distância da Sede
de Santo Antônio do Aventureiro. O contrato de prestação de serviços prevê um valor
aproximado de 60 t/mês de resíduos a serem recebidos no aterro, ou, 720 toneladas
de RSU por ano.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 44

O controle quantitativo do lixo coletado/destinado é feito no próprio aterro, sendo a


pesagem realizada no local, e o motorista o funcionário da prefeitura responsável por
tal acompanhamento. A média mensal de lixo destinado está muito próxima ao valor
previsto no contrato, sendo atualmente 63 t/mês, conforme dados fornecidos pela
Prefeitura e apresentados na Tabela 6, que representa o montante mensal de RSU
encaminhado ao aterro sanitário nos últimos 7 meses.

Tabela 6 – Resíduos destinados ao aterro sanitário – controle Prefeitura 2023/2024


Ano Mês Quantitativo (t)
2023 Agosto 56,50
2023 Setembro 61,10
2023 Outubro 62,80
2023 Novembro 62,80
2023 Dezembro 70,40
2024 Janeiro 68,30
2024 Fevereiro 59,40
TOTAL 441,30

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro 2024.

No município ainda não foi implementada a coleta seletiva e não há usina de triagem
e compostagem, para separação e reaproveitamento de parte dos resíduos, sendo
destinado ao aterro 100% dos RSU coletados no município, incluindo os resíduos das
indústrias têxteis locais, que também são recolhidos pela coleta convencional da
prefeitura, sem nenhum custo ou reaproveitamento desses resíduos (trapo/pano) por
parte dos seus geradores.
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Figura 14 – Localização do Aterro Sanitário – Compromisso Ambiental – Além


Paraíba/MG
Fonte: Seletiva, 2024.
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2.3.2. Serviços de limpeza urbana

Os serviços de limpeza dos logradouros públicos contemplam atividades como:


varrição; capina e raspagem; roçagem; limpeza de bocas de lobo; limpeza de feiras;
desobstrução de ramais e galerias; desinfestação e desinfecção; poda de árvores;
pintura de meio fio; lavagens de logradouros públicos.

Nas vias, a maior parte dos detritos é encontrada nas sarjetas, devido ao
deslocamento de ar causado pelos veículos, que empurram o resíduo para o meio fio.
Além disso, as chuvas se encarregam de levar os detritos para junto do meio fio, na
direção das bocas de lobo.

Os principais motivos sanitários para que as ruas sejam mantidas limpas são: prevenir
doenças resultantes da proliferação de vetores (moscas, baratas, ratos, etc.) e
depósitos de lixo nas ruas ou em terrenos baldios; evitar danos à saúde resultantes
de poeira em contato com os olhos, ouvidos, nariz e garganta. No que se refere ao
aspecto estético, a cidade limpa propicia orgulho a seus habitantes, melhora a
aparência da comunidade, ajuda a atrair novos residentes e turistas, valorizar os
imóveis e consequentemente movimentar os negócios.

Ainda, em relação aos aspectos de segurança, a limpeza e manutenção de


logradouros públicos irá prevenir danos a veículos, causados por impedimento ao
tráfego, como galhadas e objetos cortantes; promover a segurança do tráfego, pois a
poeira, terra e pequenos detritos podem causar derrapagens de veículos, assim como
folhas e capins secos podem causar incêndios. Também evita o entupimento do
sistema de drenagem pluvial.

O plano de varrição, contendo os roteiros realmente executados, deve ser verificado


e conferido pelos responsáveis. Nesse plano devem constar os trechos varridos para
cada roteiro, as respectivas extensões (expressas em metros lineares de sarjeta e
passeio) e as guarnições. Devem-se escolher as frequências mínimas de varrição
para que os logradouros apresentem a qualidade de limpeza estabelecida. Pode-se
usar de um a três trabalhadores por roteiro, sendo recomendado um trabalhador
específico para definir responsabilidades e fiscalização.

A varrição é realizada na superfície dos passeios pavimentados, sarjetas e canteiros


centrais ajardinados ou não, esvaziamento dos cestos de lixo (papeleiras) e
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 47

acondicionamento dos resíduos passíveis de serem contidos em sacos plásticos. O


esvaziamento dos cestos de lixo pelos varredores é realizado concomitantemente aos
trabalhos de varrição nos respectivos turnos. O produto do esvaziamento deve ser
acondicionado juntamente com o produto da varrição.

Conforme já informado, no Município de Santo Antônio do Aventureiro as atividades


operacionais da limpeza urbana são realizadas pela própria prefeitura, através da
Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos. Assim, os serviços gerais de
varrição de vias e logradouros públicos são executados diariamente por funcionários
e equipamentos próprios, sendo 4 na área urbana, 1 em São Domingos e 1 em Alto
da Conceição. A cada dois meses, em média, ou conforme demanda, é realizada a
capina e roçada no município, e a poda 1 vez ao ano. Os resíduos da limpeza pública
também são destinados ao aterro.

A Praça Central do município se encontra muito bem conservada e limpa (Figura 15).

Figura 15 – Praça Central – espaço muito bem conservado e limpo


Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 48

Para a realização do serviço de limpeza, segundo informado pela Prefeitura, não há


roteiro de varrição pré-definido, trabalhando os varredores por setor, em equipe. O
serviço é executado com uso de vassouras, pá e tambor, para varrer, coletar e
acondicionar o lixo, posteriormente recolhido. Não são fornecidos EPIs para a
atividade.

No município, a cada 15 dias ocorre uma feira dos agricultores, e fica a cargo da
equipe de limpeza da Municipalidade a limpeza do local após encerramento das
atividades. Ainda, nos períodos em que ocorrem eventos turísticos na cidade, como o
Motofest, no mês de maio, e a Exposição Agropecuária, em setembro, os serviços e
estruturas de limpeza são reforçados, sendo a coleta inclusive realizada diariamente,
para suprir a demanda dessas ocasiões.

Figura 16 – Serviço de limpeza / falta de EPIs em algumas atividades


Fonte: Seletiva, 2024.
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Figura 17 – Pátio da Prefeitura – estrutura da Secretaria de Obras e Serviços Públicos


Fonte: Seletiva, 2024.

Convém mencionar que, tanto o serviço de coleta quanto a limpeza pública no


município se mostram eficientes, com regularidade e suficientes para suprir as
principais demandas do município e sua população nesse sentido. Há lixeiras em
vários pontos do território, desde a área central até as mais afastadas, e as vias se
encontram limpas. Não foram identificados pontos de descarte irregular ou acúmulo
de lixo no território. A principal carência identificada é referente à falta de coleta nas
comunidades rurais.

2.3.3. Resíduos de serviços de saúde (RSS)

A Resolução CONAMA 358/2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final


dos resíduos dos serviços de saúde, incumbe aos geradores a responsabilidade pelo
gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final, ficando os
estabelecimentos obrigados a elaborarem o Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde (PGRSS) para o processo de licenciamento ambiental.

Por suas características, os RSS necessitam de processos diferenciados em seu


manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. Para melhor
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 50

controle e gerenciamento, os RSS são divididos em grupos, conforme Resolução


Conama nº 358/2005.

O Ministério do Meio Ambiente estima que cerca de 75% dos resíduos gerados pelos
estabelecimentos de serviços de saúde correspondem a resíduos do grupo D, ou seja,
correspondem aos resíduos comuns e passíveis de reciclagem. Já os resíduos dos
grupos A, B, C e E correspondem, em média, a cerca de 25% do conjunto dos RSS
gerados pelos estabelecimentos de serviços de saúde, os quais, dado seu alto grau
de periculosidade, requerem tratamento especial.

Esses dados indicam que, na prática, e a partir da implementação de um manejo


adequado dos RSS, dentro e fora dos estabelecimentos de serviços de saúde, mas,
especialmente, na fase intraestabelecimento, a maior parte dos resíduos é passível
de tratamento comum, ou seja, pode receber o mesmo tipo de tratamento conferido
aos RSU. Os resíduos infectantes e especiais devem ser coletados separadamente
dos resíduos comuns, sendo que os resíduos radioativos devem ser gerenciados em
concordância com as resoluções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Há regras a serem seguidas em relação à segregação (separação) de resíduos


infectantes do lixo comum, nas unidades dos serviços de saúde:

• Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em
recipiente próximo ao local de sua geração;
• Os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos
leitosos, em conformidade com a norma técnica da ABNT/NBR 9190/2003,
devidamente fechados;
• Os resíduos perfurocortantes (agulhas, vidros, etc.) devem ser acondicionados
em recipientes especiais para este fim;
• Os resíduos provenientes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisas
microbiológicas tem que ser submetidos à esterilização no próprio local de sua
geração;
• Os resíduos compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana tem
que ser dispostos, em separado, em sacos brancos leitosos, devidamente
fechados.
• Para que os sacos plásticos contendo resíduos infectantes não venham a se
romper, liberando líquidos e ar contaminados, é necessário utilizar
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 51

equipamentos de coleta que não possuam compactação e que, por medida de


precaução, sejam herméticos ou possuam dispositivos de captação de líquidos.

De acordo com informações da prefeitura, existem em Santo Antônio do Aventureiro


as seguintes unidades municipais de saúde: 3 Unidades Básicas de Saúde (UBS) –
sendo 1 na Sede,1 em São Domingos e 1 em Alto da Conceição – 1 Farmácia de
Minas, 1 Zoonose em fase inicial de implantação e 1 Vigilância Sanitária, além de 3
ambulâncias (Figura 18 e Figura 19).

O município também participa de um convênio regional de saúde, o Consórcio


Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste-Juiz de Fora/MG (Cisdeste), que, dentre
outras ações, prevê a disponibilidade do Serviços de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) ao município, conforme demanda, em casos mais urgentes. Ainda, Santo
Antônio do Aventureiro também está recebendo uma nova unidade de saúde, dada
sua demanda. Essa encontra-se em fase avançada de construção. Todas as unidades
de saúde municipais possuem PGRSS.

Figura 18 – Nova unidade de saúde em Santo Antônio do Aventureiro


Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 52

Figura 19 – Unidades / estruturas de saúde em Santo Antônio do Aventureiro


Fonte: Seletiva, 2024.

2.3.3.1. Acondicionamento

Segundo informado pela Prefeitura Municipal, o armazenamento em todas as


unidades públicas do município é feito devidamente, em bombonas plásticas
apropriadas, em local adequado, sendo separado o lixo comum do resíduo hospitalar
contaminante. O acondicionamento dos resíduos contaminantes nas unidades
municipais é realizado em sacos plásticos resistentes e sinalizados, além de estarem
dentro de lixeiras com tampas e que são abertas sem contato manual, ou em
bombonas devidamente tampadas (Figura 20).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 53

Figura 20 – Lixo infectante acondicionado devidamente, isolado dos demais, em


lixeira e em embalagens próprias
Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 54

2.3.3.2. Geração, coleta e transporte

Os serviços de coleta, tratamento e disposição final dos Resíduos de Serviços de


Saúde (RSS) do município, classificados conforme resoluções CONAMA 258/05 e
RDC ANVISA 222/2018, são realizados pela empresa Ecolife Soluções Ambientais
Ltda, conforme contrato de prestação de serviços, prevendo a quantidade máxima de
100 kg/mês a serem recolhidos, uma vez ao mês, nas 3 UBS. Assim sendo, prevê-se
uma média anual de geração de RSS no município de 1,2 t/ano, ou ainda, 0,318
kg.hab/ano, considerando a população municipal.

Em relação aos serviços privados, como farmácias, laboratórios, consultórios


odontológicos e clínicas médicas, que também trabalham com materiais
contaminantes, é de responsabilidade de cada estabelecimento a destinação correta
dos RSS por estes gerados. Quanto à fiscalização desses estabelecimentos, a
prefeitura deve se atentar à apresentação do PGRSS e contrato de destinação final
dos RSS por parte do proprietário como condicionante para liberação/renovação do
alvará de funcionamento.

Em Aventureiro há alguns estabelecimentos de saúde privados, localizados,


sobretudo, na área central (Figura 21).

Figura 21 – Estabelecimentos de saúde privados em Santo Antônio do Aventureiro


Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 55

2.3.4. Resíduos da construção civil e resíduos volumosos (RCC/RV)

Como mencionado, os resíduos da construção civil (RCC), também denominados


resíduos da construção civil e demolição (RCD), correspondem aos resíduos
provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos
de obras, caliça ou metralha.

Os resíduos volumosos (RV), por sua vez, são constituídos por peças de grandes
dimensões, como móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens e
outros resíduos de origem não industrial, não coletados pelo sistema de recolhimento
domiciliar convencional. Os componentes mais constantes desse tipo de resíduos são
as madeiras e os metais. Os RV são definidos pelas normas brasileiras que versam
sobre os RCC e normalmente são removidos das áreas geradoras juntamente com os
RCC.

Os RCC são resíduos difíceis de se degradar ou não degradáveis, o que os tornam


diferenciados dos RSU no quesito de disposição em solo, pois tendem a não ter
volume diminuído com o decurso do tempo, esgotando o espaço de disposição com
maior rapidez e privando outros usos após o encerramento das atividades (SINIR,
2023). Pela predominância do padrão construtivo no Brasil, o maior percentual de
material encontrado nos RCC é de argamassa (63%), em especial argamassa de
concreto utilizada na composição de estruturas, motivo pelo qual o material reciclável
gerado em maior quantidade nas unidades de reciclagem de RCC é a bica ou brita
corrida reciclada. E na sequência: concreto e blocos (29%), orgânicos (1%) e outros
(7%) (SINIR, 2023).

De acordo com Pinto (1999), o resíduo gerado pela construção civil corresponde, em
média, a 50% do material que entra na obra. Confirmando esse percentual, Lima
(2001) afirma que, de todos os resíduos sólidos gerados em uma cidade, cerca de
dois terços são resíduos domésticos e um terço vem da construção civil, podendo
atingir 50% em alguns municípios.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 56

Sendo a indústria da construção civil um dos grandes contribuintes do


desenvolvimento socioeconômico, e também o maior gerador de resíduos de toda a
sociedade, ao longo de toda a sua cadeia produtiva, a maior preocupação com o tema
se dá pela falta de gerenciamento sobre todo esse resíduo, devido a muitos municípios
não possuírem uma política que exija uma destinação final ambientalmente correta.

O município de Santo Antônio do Aventureiro não possui centrais de armazenamento


de RCC, ficando sob responsabilidade de cada gerador o gerenciamento e a
destinação final do material. Também não possui empresa que realize tal serviço, com
a colocação de caçamba e destinação correta dos resíduos.

Segundo informado pela Prefeitura, conforme demanda são recolhidos os RCC


dispostos em logradouros públicos e levados para uma área da Municipalidade,
localizada na zona urbana, em caráter provisório, para posterior destinação em áreas
como estradas vicinais com erosões, por exemplo. Contudo, tal situação se
caracteriza como um bota-fora irregular do município, devendo ser remediada, uma
vez que a área não foi licenciada para esse fim e, quando de sua desativação, pode
se configurar como um passivo ambiental para o município.

Dessa forma, é necessário haver uma recuperação ambiental da área, sendo o


cenário recomendável a implementação de ponto licenciado para recebimento de
RCC/RV, particular ou do próprio município, devendo esse, se executor do serviço,
cobrar do gerador pela coleta e disposição ambientalmente adequada desses
resíduos.

Assim, a prefeitura deve implementar meios de subsidiar seus custos com o serviço,
prevendo, por exemplo multas para os infratores, o que também acaba por coibir
irregularidades, e também a implementação de cobrança junto ao gerador por meio
de taxa de recolhimento do resíduo, conforme previsto na Lei n° 11.445/2007 (Política
Nacional do Saneamento Básico), que estabelece que o serviço prestado pelo poder
público tenha sustentabilidade financeira, o que ainda não ocorre em Santo Antônio
do Aventureiro.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 57

Figura 22 – Área utilizada como bota-fora no município


Fonte: Seletiva, 2024.

Para além da questão da área de destinação de RCC/RV, foram identificados alguns


pontos de acúmulo de entulho na em logradouros públicos e lotes baldios. Cabe
mencionar que os moradores costumam depositar tais resíduos nas vias, pois serão
recolhidos pelo serviço de limpeza urbana, que ocorre periodicamente, sendo essa
uma situação, ainda que não ideal, provisória.

Os RCC descartados na zona urbana causam impactos visuais, comprometem a


limpeza pública, a saúde e segurança da população, visto que se tornam focos de
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 58

vetores de doenças, obstruem vias públicas, calçadas, bocas de lobo, galerias de


águas pluviais, além de implicar em custos para o município a sua remoção.

Figura 23 – Descarte irregular de RCC em logradouros públicos e lote baldio


Fonte: Seletiva, 2024.

A prefeitura informou que não possui nenhum controle da quantidade de RCC gerado
ou coletado no município. De acordo com o Panorama da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2020), em 2019 o
índice de geração média per capita de RCC para a região sudeste foi de 0,726
kg/hab/dia; tomando como base esta média e a população total do município (3.769
habitantes), foi estimado que são gerados cerca de 2,74 t/dia de RCC em Santo
Antônio do Aventureiro.

O levantamento de números confiáveis sobre os resíduos de construção e demolição


depende de informações com agentes externos à administração pública. Ante o
exposto e a falta de tais dados, vale ressaltar a necessidade de construção de um
acervo e sistematização de informações que estão fora dos órgãos públicos. Poderá
ser criada uma sistemática de registro de fornecedores, procedência, usuários,
volumes manejados, entre outros, visando construir um banco de dados atualizado
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 59

para essa tipologia de resíduos. Tal ação será sugerida no Produto 5 deste PMGIRS,
do Prognóstico.

2.3.5. Resíduos agrossilvopastoris

Os resíduos agrossilvopastoris correspondem àqueles gerados nas atividades


agropecuárias e silviculturais, incluindo os relacionados a insumos utilizados nessas
atijmvidades. Estes resíduos são subdivididos nas categorias orgânica e inorgânica.

Dentre os resíduos agrossilvopastoris orgânicos enquadram-se os resíduos gerados


em culturas perenes e temporárias. Em relação às criações animais, são considerados
os resíduos gerados na criação de bovinos, caprinos, ovinos, suínos, aves e outros,
assim como os provenientes dos abatedouros e atividades agroindustriais. Os
resíduos de natureza inorgânica abrangem os agrotóxicos, fertilizantes, produtos de
uso veterinário e suas embalagens (ARMBH, 2013).

O manejo da maior parte desse tipo de resíduo é de responsabilidade do próprio


gerador, podendo ser efetuada de forma individual ou coletiva e é regida por legislação
específica. Já a gestão adequada dos agrotóxicos, seus resíduos e embalagens,
conforme abordado no tópico relativo aos resíduos sujeitos à logística reversa, deve
ser entendida como um ciclo, o qual envolve agricultores, canais de distribuição, a
indústria e o poder público, com responsabilidades compartilhadas e em conformidade
com a legislação vigente, entre elas, a Lei Federal nº 9.974/2000. Cabe ressaltar que
os resíduos advindos de atividades agrossilvopastoris apresentam um potencial
energético capaz de produzir energia elétrica, como a bioeletricidade sucroenergética,
abordada na Deliberação Normativa Copam nº 159/2010.

Os resíduos orgânicos gerados na agricultura correspondem aos gerados nas


agroindústrias, como, por exemplo, os efluentes, além dos restos vegetais utilizados
para a ambiência do rebanho e as perdas derivadas da colheita, dentre outros. Em
relação à criação de animais, os resíduos gerados constituem-se, basicamente, de
dejeto. Nas indústrias associadas, como abatedouros e laticínios, os resíduos são
compostos, por exemplo, por carcaças, restos animais, sangue, gorduras e efluentes.

Visando atender às exigências previstas pelos órgãos competentes, no ano de 2002


os fabricantes de agrotóxicos criaram o Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (inpEV). O inpEV assumiu a gestão e os trabalhos relativos à
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 60

destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos em todo o território nacional,


de forma autônoma. O inpEV representa a indústria fabricante nesse processo,
retirando as embalagens vazias que foram devolvidas nas unidades de recebimento
e as enviando para a correta destinação – reciclagem ou incineração.

Atualmente o Brasil é referência na logística reversa de embalagens vazias de


agrotóxicos, enviando para destinação final ambientalmente adequada 94% das
embalagens primárias, ou seja, aquelas que entram em contato direto com o produto.
Em relação ao total de embalagens comercializadas, 80% parecem receber
destinação adequada, de acordo com o inpEV.

Uma medida relevante a ser implementada pelos municípios consiste no


cadastramento das atividades agrossilvopastoris, de modo a viabilizar um melhor
monitoramento dos resíduos por elas gerados.

Em Santo Antônio do Aventureiro, segundo informações da prefeitura e escritório local


da Emater, as principais atividades agropecuárias do município são alguns cultivos de
agricultura familiar, como hortaliças, tomate, pimentão, mandioca, morango, milho,
feitão, etc., sendo o uso de agrotóxico bem pouco expressivo, praticamente herbicidas
para controle de alguma planta infestante, ou do mato de modo geral.

É válido, contudo, orientar o agricultor a retornar ao fornecedor qualquer embalagem


de defensivos, em caso do seu uso, realizando ainda a tríplice lavagem antes da
devolução. Segundo a Emater, tal conscientização é feita junto aos produtores.

Já os resíduos orgânicos gerados na atividade, em sua grande parte, são


aproveitados em composteiras domésticas ou utilizados como alimento para os
animais dentro das propriedades.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 61

Figura 24 – Escritório local da Emater


Fonte: Seletiva, 2024.

2.3.6. Resíduos de serviços de transporte

Os resíduos de serviços de transporte correspondem àqueles originários de portos,


aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de
fronteira.

Em se tratando dos resíduos dos transportes terrestres, além daqueles originários de


rodovias e ferrovias, enquadram-se também os provenientes de terminais
alfandegários e passagens de fronteiras terrestres. Cabe ao gerador a
responsabilidade pelo gerenciamento desses resíduos. Além disso, as empresas que
operam os terminais rodoviários e ferroviários brasileiros estão sujeitas à elaboração
de planos de gerenciamento de resíduos sólidos, conforme artigo 20, alínea b, inciso
IV, da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Os resíduos gerados pelos serviços de transportes podem conter organismos


patogênicos, além de materiais de higiene e de asseio pessoal e restos de comida.
De um modo geral, o manejo dos resíduos de serviços de transportes segue os
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 62

mesmos princípios utilizados no manejo dos resíduos domiciliares. No entanto,


medidas especiais devem ser adotadas em relação aos resíduos das pessoas ou
cargas provenientes de países em situação epidêmica. Entre essas medidas especiais
destaca-se a destinação desses resíduos a aterros sanitários após a incineração,
esterilização ou tratamento aprovado pela autoridade competente.

Os resíduos devem ser recolhidos diariamente e acondicionados em instalações


adequadas por até 48 horas. Essas instalações devem ser cobertas e protegidas de
intempéries. O contêiner adequado para o acondicionamento deve ser determinado a
partir das características dos resíduos, sendo necessário, portanto, realizar um
levantamento prévio do volume e das características dos resíduos gerados no local.

A classificação dos resíduos gerados em portos, aeroportos, passagens de fronteiras


e recintos alfandegários é definida no Regulamento Técnico de Boas Práticas
Sanitárias destes resíduos, conforme Resolução RDC nº 56/2008.

O município não possui um terminal rodoviário, para viagens intermunicipais ou para


deslocamentos internos, apenas um ponto de parada para embarque e desembarque
de passageiros, localizado junto à Praça Central. Também não há aeroporto em seu
território. Dessa forma, considera-se que não há geração desses resíduos em Santo
Antônio do Aventureiro.

Figura 25 – Ponto de embarque/desembarque de passageiros em Santo Antônio do


Aventureiro
Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 63

2.3.7. Resíduos de serviços de saneamento básico

Os resíduos de serviços públicos de saneamento básico relacionam-se àqueles


gerados nas atividades de manejo de resíduos sólidos, limpeza urbana, de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e de drenagem e manejo de águas
pluviais. Assim, tais resíduos são resultantes, entre outros, dos processos aplicados
em Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Estações de Tratamento de Esgoto
(ETEs) – ambos envolvendo considerável carga orgânica – e dos sistemas de
drenagem, com predominância de material inerte. Deve-se ressaltar, também, a
possibilidade de existência de produtos químicos oriundos dos sistemas de
tratamento, o que reforça a necessidade de classificação específica desses resíduos,
para direcionar corretamente seu gerenciamento. (ARMBH, 2013).

A coleta e tratamento desses resíduos são executados pelos próprios geradores, ou


seja, as empresas concessionárias dos serviços de tratamento de água e esgoto dos
municípios. Logo, a destinação final do lodo, ou resíduo gerado por esta atividade,
deve considerar as características de cada caso, podendo variar desde a
compostagem até o aterro sanitário ou industrial.

A literatura contemporânea (WANKE et al, 2002 e JANUÁRIO et al., 2007), indica que
a geração de lodo equivale, de modo geral, a 1 tonelada/dia para cada m³ de vazão
da central de tratamento, e, portanto, podem ser esperados volumes de algumas
toneladas por dia no município que possui centrais de tratamento de esgotos
implantadas. Assim, o lodo removido nas diferentes etapas do tratamento requer
maiores cuidados e controle na etapa da destinação final também pelo expressivo
montante gerado.

A aplicação no solo na forma líquida ou sólida, a sua compostagem ou co-


compostagem com o lixo urbano ou disposição em aterro sanitário, são alternativas
de disposição final do lodo aceitas.

O uso do lodo como fertilizante orgânico representa o reaproveitamento integral de


seus nutrientes e a substituição de parte das doses de adubação química sobre as
culturas e/ou áreas de reflorestamento, com rendimentos equivalentes, ou superiores
aos conseguidos com fertilizantes comerciais. As propriedades do produto o tornam
especialmente interessante a solos agrícolas desgastados por manejo inadequado,
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 64

bem como para recuperação de áreas degradadas. Porém, é importante alertar que
existem restrições para o uso de lodo no solo, devido à presença de patógenos, sais
solúveis, compostos orgânicos persistentes e metais tóxicos. Segundo a Resolução
nº 375/ 2006, os lodos gerados em sistemas de tratamento de esgoto, para terem
aplicação agrícola, deverão ser submetidos a processo de redução de patógenos e
da atratividade de vetores. A resolução veta a utilização agrícola de:

I - lodo de estação de tratamento de efluentes de instalações hospitalares;


II - lodo de estação de tratamento de efluentes de portos e aeroportos;
III - resíduos de gradeamento;
IV - resíduos de desarenador;
V - material lipídico sobrenadante de decantadores primários, das caixas de gordura
e dos reatores anaeróbicos;
VI - lodos provenientes de sistema de tratamento individual, coletados por veículos,
antes de seu tratamento por uma estação de tratamento de esgoto;
VII - lodo de esgoto não estabilizado; e
VIII - lodos classificados como perigosos de acordo com as normas brasileiras
vigentes.

A incineração dos lodos após a desidratação completa também é possível


(JANUÁRIO et al, 2007). Todavia esta destinação é dispendiosa podendo alcançar
um custo médio de R$ 2.000,00 por tonelada de lodo desidratado (SABESP, 2002),
sem contar os custos de destinação das cinzas produzidas.

A disposição do lodo em aterros é viável, sendo uma alternativa segura para a saúde
pública e ambiental quando corretamente projetado e operado, além de ser
regulamentado pelas legislações ambientais vigentes. Esta solução deve ser
priorizada sempre que evidenciado o impedimento de envio destes resíduos para
aproveitamento energético ou para fins de fertilização, por conta de possíveis
contaminações, detectadas em ensaios específicos. (Cachoeirinha, 2012).

A compostagem aeróbica juntamente com resíduos sólidos provenientes de atividades


de poda e manutenção de áreas verdes municipais é uma importante alternativa
(SILVA et al, 2008), levando-se sempre em conta que para este fim o lodo não deve
apresentar características de periculosidade.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 65

A geração de biogás a partir do lodo, juntamente com outros tipos de resíduos sólidos,
particularmente resíduos de podas e resíduos orgânicos é interessante também.
Estudo de Cassini (2003) observa a importância da utilização do biogás gerado pelo
consorciamento de lodos de ETAs e ETEs com resíduos sólidos no aproveitamento e
destinação final destes materiais quando aproveitados conjuntamente. Traballi et al,
2009 cita que 1 m³ de biogás equivale energeticamente a 1,5 m³ de gás de cozinha,
0,5 a 0,6 litros de gasolina, 0,9 litro de álcool, 1,43 kWh de eletricidade e 2,7 kg de
lenha (Cachoeirinha, 2012).

Outra solução menos usual consiste na utilização de lodos de ETAs na fabricação de


material cerâmico, contanto que as características físico-químicas do lodo sejam
relativamente constantes. Estima-se um custo de R$ 35,00 por tonelada de lodo
incorporado na produção de material cerâmico, valor este que abrange os custos de
transporte e disposição nas jazidas de argila (Morita et al, 2002). Ainda, o envio de
lodos de ETAs para ETEs é viável, mas demanda um custo significativo que engloba,
dentre outros, avaliações técnicas de capacidade de recebimento da ETE
(Cachoeirinha, 2012).

Em Santo Antônio do Aventureiro, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais


(Copasa) é a empresa que executa os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, contudo o município não possui ETE, sendo o esgoto
direcionado in natura ao Rio Aventureiro. E, segundo informações do escritório local
da Copasa, no município também não há uma ETA, sendo o abastecimento de água
advindo de dois poços, com tratamento por cloração. não havendo assim geração de
rejeito advindo dessa atividade.

Ressalta-se que os resíduos da limpeza dos dispositivos de drenagem, como já


mencionado, são destinados ao bota-fora utilizado pela prefeitura.

2.3.8. Resíduos industriais

A Política Nacional de Resíduos Sólidos sujeita aos geradores de resíduos industriais


a elaboração de Plano de Gerenciamento de seus resíduos. No entanto, por terem
cada um deles característica própria, de acordo com a NBR 10004, é necessário
subdividi-los em três classes: Resíduos Classe I (Perigosos); Resíduos Classe II A
(Não Perigosos - Não Inertes); Resíduos Classe II B (Não Perigosos - Inertes).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 66

A economia do município gira em torno basicamente das indústrias têxteis instaladas


no território, sendo cerca de 3 confecções e 15 facções, segundo dados da Prefeitura.
O principal resíduo gerado dessa atividade são justamente os retalhos / trapo.

Figura 26 – Atividade de confecção no município


Fonte: Seletiva, 2024.

O município não possui um programa específico de gerenciamento de resíduos


industriais, bem como centrais de armazenamento, visto que tais resíduos são
gerenciados pelas próprias empresas, com base na Lei Federal 12.305/2010, ficando
sob responsabilidade dessas o tratamento e a destinação final ambientalmente correta
dos resíduos por elas produzidos.

Conforme a legislação vigente, a destinação dos resíduos industriais deve estar


contemplada no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) como
integrante do processo de licenciamento ambiental realizado pelo órgão de controle
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 67

ambiental integrante do Sisnama. Este emite orientações (termo de referência,


instruções normativas etc.) de conformidade com a tipologia para subsidiar a
elaboração. Entretanto, cabe ressaltar que é de responsabilidade do município
fiscalizar, dentro de sua jurisdição, o correto manejo dos resíduos gerados,
empregando ferramentas e leis que possibilitem o efetivo controle e conhecimento dos
planos de gerenciamento dos resíduos, elaborados por esta classe de geradores.
Atualmente, a Prefeitura não monitora o setor exigindo a apresentação de tais planos
e não possui infraestrutura para contínuas fiscalizações.

A legislação disponível e devidos procedimentos em relação a esse resíduo estão


dispostos no item 2.4, dos Procedimentos Operacionais.

2.3.9. Resíduos de mineração

De forma mais específica, os resíduos de mineração são todos os resíduos resultantes


de atividades minerárias, da lavra ao produto final, que se encontrem nos estados
sólido, semissólido, gasoso – quando contido – e líquido – cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível.

A lavra a céu aberto representa a principal atividade minerária desenvolvida em todo


o Estado. Segundo FEAM (2012), mais de 32 milhões de toneladas de finos de minério
de ferro foram geradas pelos municípios que apresentaram seu relatório de atividades
minerárias. Esse total corresponde a 97,40% do total de resíduos gerados pela lavra
a céu aberto e 96,78% de todos os resíduos gerados pelas atividades minerárias.

Tendo em vista o potencial poluidor dos resíduos gerados pelas atividades minerárias,
assim como os riscos que oferecem à saúde humana, o gerenciamento
ambientalmente adequado desses é fundamental. Deve-se, prioritariamente, prevenir
ou reduzir, na fonte, a sua geração, sendo que sua disposição final deve ser utilizada
apenas como último recurso, após cessadas todas as possibilidades de reutilização e
reciclagem. A destinação dos resíduos, estéreis e rejeitos de empreendimentos do
setor minerário se subdivide em Destinação Dentro da Mineração (DM), Destino
Externo (DE) e Sem Destino Definido (SDD).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 68

Os estéreis, materiais escavados e gerados pelas atividades de extração ou lavra no


de capeamento da mina, sem valor econômico, têm como maior percentual a
destinação Dentro da Mineração (99,48%), sendo a destinação em pilhas a mais
frequente, totalizando 83,69%. Aproximadamente 61% dos estéreis destinados
externamente são utilizados na construção de estradas e pavimentação de vias. Não
existe um controle sistemático e em escala nacional sobre quantidade de estéreis
gerados, porém, sabe-se que estes constituem, no estado de Minas Gerais, entre 70%
e 80% da massa de resíduos sólidos gerada pela atividade de mineração (BRASIL,
2011).

Os rejeitos resultantes dos processos de beneficiamento a que são submetidas as


substâncias minerais, também são majoritariamente dispostos dentro da mineração
(99,67%), sobretudo em barragens de rejeitos (95,18%). Esta forma de disposição
também é predominantemente empregada para os resíduos com destino externo
(57,01%). Cabe ressaltar que as barragens de rejeitos representam um sério risco se
não forem adequadamente planejadas, operadas e mantidas.

Em Santo Antônio do Aventureiro, segundo informado pela prefeitura, não há


atividades minerárias. É válido ressaltar, de toda forma, que é de responsabilidade
dos geradores dos resíduos sólidos das atividades minerárias, além da realização dos
inventários, a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o plano deve conter, entre outras
informações a descrição do empreendimento ou atividade; diagnóstico dos resíduos
sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização
dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a ele relacionados, etc.

2.3.10. Resíduos de logística reversa

A Lei nº 12.305/2010 e seu Decreto regulamentador nº 10.936/2022 definem a


logística reversa como instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação
final ambientalmente adequada. A legislação traz avanços expressivos nas práticas
ambientais do País ao inaugurar conceitos como o de responsabilidade compartilhada
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 69

pelo ciclo de vida dos produtos, que envolvem toda a sociedade no objetivo de dar
destinação ambientalmente adequada aos resíduos sólidos (apud CNI, 2014).

A ampliação da logística reversa tende a gerar redução da disposição inadequada de


contaminantes (do solo, água e causadores diretos de doenças), a redução dos
resíduos destinados a aterros sanitários e a redução do uso de matérias-primas
virgens (cuja exploração tem impactos ambientais) no processo industrial. Tais
benefícios justificam a concessão de incentivos pelo setor público, seja para estimular
a atividade de recuperação e reciclagem de resíduos sólidos, seja para reduzir o custo
a ser incorrido pelo setor privado (e pelos consumidores) na implantação de estruturas
de logística reversa ou na expansão das estruturas existentes (CNI, 2014).

Segundo a Lei nº 12.305/2010, em seu art. 33, os resíduos sujeitos à logística reversa
são:

I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja


embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em
normas técnicas;
II – pilhas e baterias;
III – pneus;
IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

2.3.10.1. Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens

Os agrotóxicos, seus resíduos e embalagens se enquadram nos resíduos sujeitos à


logística reversa obrigatória, e seu manejo foi devidamente abordado no item 2.3.5,
junto aos Resíduos Agrossilvopastoris. Como mencionado, no município não é comum
serem comercializados defensivos agrícolas, sendo o uso de agrotóxico bem pouco
expressivo, praticamente herbicidas para controle de alguma planta infestante, ou do
mato de modo geral. Há também uma indústria alimentícia de cultivo de mamão e
laranja, mas não houve maiores informações quanto ao uso de agrotóxicos na
atividade.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 70

Todos os procedimentos operacionais relacionados ao manejo desses resíduos estão


dispostos no item 2.4.

2.3.10.2. Pilhas e baterias

O aumento no consumo de eletroeletrônicos, desencadeado pelo maior poder


aquisitivo das classes sociais e associado ao rápido desenvolvimento de novas
tecnologias, resulta em um maior consumo e descarte de pilhas e baterias. As pilhas
e baterias são divididas em primárias (descartáveis) ou secundárias (recarregáveis).

A composição destes resíduos, em especial os metais, e o volume considerável


gerado pela população representam um grave problema ambiental, daí a necessidade
do seu correto gerenciamento. Cumpre ressaltar que a absorção pelo organismo dos
metais presentes nesse tipo de resíduos se dá, principalmente, por inalação, seguida
da ingestão e, mais raramente, através da pele (ARMBH, 2013).

As substâncias das pilhas que possuem um ou mais componentes metálicos como


chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn),
manganês (Mn) e seus compostos, possuem características corrosivas, reativas e
tóxicas, sendo classificadas como Resíduos Perigosos (Classe I).

De acordo com a legislação vigente, os fabricantes, importadores, distribuidores e


comerciantes de pilhas e baterias devem disponibilizar aos consumidores locais para
o recebimento das pilhas e baterias inservíveis. Os Pontos de Entrega armazenam as
pilhas recebidas e, ao atingir determinada quantidade, encaminham o material para o
sistema de coleta e triagem.

Pontos de entrega primários são pequenos estabelecimentos comerciais, que poderão


disponibilizar coletores portáteis para receber (gratuitamente) pilhas e baterias
descartadas do consumidor doméstico. Já os pontos de entrega secundários são
estabelecimentos comerciais (de médio e grande porte), que poderão disponibilizar
coletores para receber (gratuitamente) pilhas e baterias descartadas do consumidor
doméstico e também de pequenos estabelecimentos cadastrados como pontos de
entrega primário. Dos pontos de entrega e de triagem e consolidação o material é
transportado para empresas de reciclagem (SINIR, 2023).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 71

Vale destacar os ganhos econômicos, sociais e de imagem corporativa, associados à


logística reversa e à reciclagem desses resíduos. O processo de reciclagem de pilhas
e baterias pode ser específico para estas ou ser realizado em conjunto com outras
matérias, além de seguir três diferentes linhas: a baseada em operações de
tratamento de minérios, a hidrometalúrgica e a pirometalúrgica. Os principais produtos
comercializados a partir do processo de recuperação das pilhas e baterias são o
cádmio metálico (vendido para empresas que produzem baterias), óxidos metálicos,
cloreto de cobalto, chumbo refinado e suas ligas, resíduos contendo aço e níquel em
siderúrgicas e níquel e ferro utilizados na fabricação de aço inoxidável. (ARMBH,
2013).

Por sua vez, cada cidadão tem como responsabilidade realizar a identificação e a
triagem destes resíduos, destinando-os aos postos de coleta autorizados pela
prefeitura municipal. Conclui-se, portanto, que a correta destinação de pilhas e
baterias se relaciona diretamente com a atitude dos cidadãos, aliada ao cumprimento
da legislação por parte de produtores e distribuidores. A conscientização e
engajamento desses a respeito dos riscos iminentes à saúde humana e ao meio
ambiente relacionados à gestão destes resíduos é fundamental. (ARMBH, 2013).

Em Santo Antônio do Aventureiro, segundo informado pela prefeitura, ainda não foi
implementada a logística reversa de pilhas e baterias, portanto não há nenhum ponto
de entrega/coleta desses resíduos, sendo recolhidos juntamente com os demais pelo
caminhão de coleta, conforme descarte da população.

É válido frisar que deve haver um esforço em conjunto entre a Municipalidade e a


iniciativa privada para implementação da logística reversa de forma efetiva,
desenvolvendo um trabalho, sobretudo, de orientação e conscientização da
população.

Segundo dados da Green Eletron, Gestora para Resíduos de Equipamentos


Eletroeletrônicos Nacional, até setembro de 2020, 1.755,79 toneladas de pilhas foram
coletadas, e atualmente, existem 4.453 pontos de coleta no Brasil.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 72

2.3.10.3. Pneus

Os resíduos pneumáticos, ou pneus, possuem uma estrutura complexa, formada por


diversos materiais, tais como aço, borracha, nylon e poliéster. Os pneus são produtos
de degradação lenta e, quando depositados em locais inadequados, prejudicam o
meio ambiente e a saúde pública. Tendo em vista o passivo ambiental que esses
resíduos representam, legislações foram promulgadas, salientando os riscos
iminentes à saúde e ao meio ambiente associados à gestão inadequada destes
resíduos. (ARMBH, 2013).

Para cada pneu novo comercializado para o mercado de reposição, as empresas


fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu inservível.
Assim, cabe aos Fabricantes e importadores: realizar a coleta e dar destinação
adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção
definida; e aos Distribuidores, Revendedores, Destinadores, Consumidores e Poder
Público: atuar em articulação com os fabricantes e importadores para implementar os
procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis existentes no país. Os fabricantes
e os importadores de pneus novos deverão implementar pontos de coletas de pneus
usados, podendo envolver os pontos de comercialização de pneus, os municípios,
borracheiros e outros (SINIR, 2023).

O sistema de logística reversa funciona por meio de parcerias, em geral com


prefeituras, que podem disponibilizar áreas de armazenamento temporário para os
pneus inservíveis. A gestão da coleta, transporte e armazenamento dos pneus pode
ser realizada a partir de parcerias entre recauchutores, revendedores e borracharias.
Assim, é indispensável que existam nos municípios pontos de coleta de resíduos
pneumáticos, de modo a evitar seu estoque doméstico. Os pneus dispostos
inadequadamente constituem passivo ambiental que pode resultar em sério risco ao
meio ambiente e à saúde pública. O ideal é que este resíduo seja destinado o mais
próximo possível de seu local de geração, de forma ambientalmente adequada e
segura.

A Resolução Conama nº 416/09, art. 15º, veda a disposição final de pneus no meio
ambiente de forma inadequada, tais como seu lançamento em corpos d’água, terrenos
baldios ou alagadiços, a disposição em aterros sanitários e a queima a céu aberto.
Apesar da resolução, em Minas Gerais, uma quantidade considerável de pneus é
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 73

depositada em aterros comuns, lixões ou abandonados em cursos d’água. Outra


situação comum verificada nos municípios do estado é o empilhamento de pneus em
quintais e terrenos baldios, acumulando água e propiciando a proliferação de vetores
de doenças, como dengue e leptospirose. Há, ainda, a queima irregular destes
resíduos em algumas localidades, comprometendo a qualidade do ar, devido à grande
quantidade de material particulado e gases tóxicos liberados pela queima da borracha.

Segundo informado pela prefeitura e verificado em levantamento de campo, em Santo


Antônio do Aventureiro, os pneus inservíveis da prefeitura ficam acondicionados no
pátio de veículos da prefeitura, em área coberta. Os pneus recolhidos e armazenados
pela prefeitura são posteriormente encaminhados para o Município de Leopoldina
para sua destinação ambientalmente adequada (Figura 27), mas não há dados
disponíveis quanto ao seu recolhimento ou quantitativo de geração.

Figura 27 – Pneus armazenados no pátio da prefeitura


Fonte: Seletiva, 2024.
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O número de pneus considerados inservíveis, recolhidos e destinados, segundo o


Cadastro Técnico Federal do IBAMA, aponta para uma taxa de geração média de
resíduos de 2,9 kg anuais por habitante. Considerando tal dado e a população de do
município, de 3.769 habitantes, a geração anual de pneus inservíveis em Santo
Antônio do Aventureiro foi estimada em 10,9 t/ano.

Conforme disposto acima, deve haver um esforço em conjunto por parte da prefeitura,
iniciativa privada e população para implementação efetiva dessa prática essencial
para destinação adequada do resíduo. Tendo em vista o caráter voluntário dos pontos
de recebimento, campanhas de conscientização devem ser realizadas, de modo a
informar a população sobre os riscos associados à destinação inadequada dos pneus,
e também os locais de ponto de entrega.

Destaca-se ainda que tal resíduo possui valor agregado, quando do seu
reaproveitamento e reciclagem. Os pneus podem ser transformados em óleo, gás e
enxofre; podem ser utilizados, localmente, na otimização da produção, na construção
civil, em obras de contenção de encostas e erosões, processo bastante difundido no
Brasil. Nesse caso, é necessário manutenção adequada, para evitar a proliferação de
vetores. Também são usados na produção de artefatos e artesanatos de borracha e
reutilizados a partir da técnica de recauchutagem, caso servíveis. Ainda, têm utilização
na regeneração da borracha para usos diversos, na geração de energia, composição
do asfalto, entre outras. No Brasil, a forma mais comum para o aproveitamento de
pneus (cerca de 85% da destinação final dos resíduos recolhidos pela Reciclanip) é
como combustível alternativo ao coque do petróleo, em fornos de cimenteiras
(ARMBH, 2013).

2.3.10.4. Óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC) e óleos comestíveis

A maioria dos derivados de petróleo são totalmente consumidos durante o uso, mas
este não é o caso dos óleos lubrificantes. De tempos em tempos, ele precisa ser
trocado, pois perde capacidade devido a uma série de fatores, como a contaminação
por partículas de outros elementos.

O óleo lubrificante usado retirado dos motores e dos equipamentos é chamado OLUC
(Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado) conhecido popularmente como “óleo
queimado” (denominação incorreta e que deve ser evitada). Ele possui características
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 75

que representam um risco para o meio ambiente. Mas, apesar de ter ácidos orgânicos,
metais pesados e dioxinas em sua composição, o OLUC é, em sua maior parte, óleo
básico, ou seja, ele pode ser recuperado. Para isto, deve passar por um processo
chamado rerrefino, com o qual atinge um reaproveitamento de 75 a 80% de seus
constituintes (Instituto Jogue Limpo, 2024).

O descarte inadequado de óleo lubrificante usado ou contaminado direto no solo ou


curso d’água gera graves danos ambientais, e sua combustão gera gases residuais
nocivos ao meio ambiente e à saúde pública.

Em 2011 foram coletados 416,6 milhões de litros de OLUC, o que representa 37,0%
do OLUC reciclável comercializado no período (1.126,0 milhões de litros), superando
a meta estabelecida para o período. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o de
Minas e Energia (MME) estabelecem em ato normativo conjunto as metas a serem
cumpridas pelo setor, que são divulgadas em portarias interministeriais (CNI, 2014).

Há em Santo Antônio do Aventureiro 1 posto de gasolina e 4 lava-jatos, e o município


integra a estatística acima, visto que, conforme informado pelo posto de gasolina, as
embalagens dos óleos comercializados são acondicionadas e destinadas
corretamente, junto à empresa específica, para o Município de Miraí. A caixa
separadora do óleo contaminante se encontra desativada, pois não há lavação no
local). Quanto aos lava-jatos, segundo verificado em campo, não é feito o manejo
correto do resíduo contaminante gerado (Figura 28).

O município ainda não realiza fiscalização da atividade e dessa forma também não
dispõe de quantitativo de geração do respectivo resíduo.

Outro dado relevante é com relação ao óleo comestível usado, que, segundo
informado pela Emater, é recolhido por pelo menos um morador local, Dona
Terezinha, que produz sabão e inclusive já comercializa o produto na feira dos
produtores municipal.

Ainda não há no município campanha / ação de incentivo a tal reaproveitamento pelos


moradores, o que pode ser uma iniciativa simples e bastante eficaz. Não há um
quantitativo médio de geração desse resíduo.
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Figura 28 – Posto de gasolina, lava-jato, revenda de óleo e acondicionamento das


embalagens vazias
Fonte: Seletiva, 2024.
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2.3.10.5. Eletroeletrônicos e seus componentes

Produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso doméstico são todos aqueles


cujo funcionamento depende do uso de correntes elétricas com tensão nominal não
superior a 240 volts. Ao final de sua vida útil, tornam-se resíduos que devem ser
gerenciados de forma ambientalmente adequada. Sendo assim, a legislação
estabeleceu mecanismos para que o consumidor possa efetuar a devolução destes
produtos para que o setor empresarial se encarregue de seu gerenciamento desde o
descarte, até a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos em aterros.

O gerenciamento inadequado de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos pode


causar a contaminação do solo e da água com metais pesados, a depender da
composição destes equipamentos. Além disso, se manipulados de forma inadequada,
podem causar incêndios, intoxicações ou outros danos à saúde da população e ao
meio ambiente.

O sistema funciona de acordo com as seguintes etapas:

1. Descarte pelo consumidor dos produtos eletroeletrônicos, em pontos de


recebimento;
2. Recebimento e armazenamento adequado;
3. Transporte dos produtos eletroeletrônicos dos pontos de recebimento até
pontos de consolidação ou destinação final ambientalmente adequada
(reutilização, reciclagem, recuperação ou disposição final ambientalmente
adequada);
4. Tratamento dos resíduos;
5. Disposição final dos rejeitos em aterros.

Em Santo Antônio do Aventureiro ainda não há implementada a logística reversa ou


destinação adequada desses resíduos, que, se descartados junto ao RSU, acabam
por serem dispostos no aterro sanitário, podendo comprometer o meio ambiente.
Como iniciativa, a prefeitura deve buscar implementar programas de conscientização
pra esclarecer para a população quanto à logística reversa e os resíduos específicos
que a envolvem, incluindo os eletrônicos.
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Cabe mencionar que foi informado pela prefeitura que os resíduos


eletrônicos/eletrodomésticos, quando dispostos em logradouros públicos, costuma ser
recolhidos por catadores / comerciantes de ferro velho, que passam de tempo em
tempo, recolhendo ou comprando tais resíduos dos moradores. São cerca de 2
catadores que realizam tal atividade no território. O município ainda não possui
controle do quantitativo de geração/recolhimento do resíduo.

Segundo dados da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e


Eletrodomésticos (Abree) e a Gestora para Resíduos de Equipamentos
Eletroeletrônicos Nacional (Green Eletron), em 2021, 1.960 toneladas de
eletroeletrônicos foram recolhidas e 4.229 pontos de coleta foram instalados em todo
o país.

2.3.10.6. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista

As lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, no momento


do descarte, não devem ser destinadas junto ao lixo comum. Os consumidores devem
descartar suas lâmpadas nos pontos de recebimento instalados no comércio.

Grande volume de lâmpadas de mercúrio, se descartado de maneira inadequada,


pode gerar a contaminação do solo e da água e causar danos à saúde humana, à
fauna e à flora. O mercúrio, a depender do grau de exposição, pode causar sérios
problemas de saúde.

O processo de logística reversa das lâmpadas inclui o gerenciamento das seguintes


etapas: coleta, transporte, triagem, consolidação e tratamento na indústria de
reciclagem. Segundo dados da Reciclus, em 5 anos, de 2017 a
2021, 20.138.214 unidades de lâmpadas foram recolhidas em 3.043 pontos de coleta
no país.

No município ainda não é feita a logística reversa desses resíduos, sendo assim,
também há um controle com relação à sua geração ou coleta.
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2.4. Procedimentos Operacionais para a Gestão do Sistema de Resíduos


Sólidos

Este item apresenta as regras essenciais para os devidos processos de


armazenamento, acondicionamento, coleta e transporte, tratamento, triagem e
reciclagem e destinação final dos resíduos sólidos. Estas foram elaboradas com base
nas normas ABNT, Resoluções do Conama e da Cetesb, e na lei 12.305/2010.

Os procedimentos e suas respectivas fontes estão relacionados a seguir, específicos


para cada tipo de resíduo.

Tabela 7 – Procedimentos Operacionais – RSD


Resíduos Domiciliares, de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços
Atividade Procedimentos Fonte
• Deve ser realizada a coleta de resíduos domésticos, estabelecimentos
comerciais, públicos, prestação de serviços, institucionais, entulhos, terra
e galhos de árvores, desde que embalados em recipientes de até 100
litros;
• Para o bom andamento do sistema de coleta seletiva no município, os
resíduos recicláveis devem ser acondicionados adequadamente e de
forma diferenciada;
• A execução da coleta deve ser realizada porta a porta com frequência
Memorial
diária e alternada, no período diurno e/ou noturno por todas as vias
descritivo dos
públicas oficiais à circulação ou que venham ser abertas, acessíveis ao
serviços, Lei
Coleta veículo de coleta;
12.305, NBR
• Excluindo-se a possibilidade de acesso ao veículo coletor, a coleta deverá
9.190 e NBR
ser manual, nunca ultrapassando um percurso de 200m além do último
12.980
acesso;
• Nas localidades que apresentarem coleta em dias alternados, não poderá
haver interrupção maior que 72 horas entre uma coleta e outra;
• Os serviços de coleta devem ser realizados de segunda a sábado,
inclusive feriados;
• Os coletores devem usar EPIs (uniformes, luvas, sapato fechado,
preferencialmente botas, coletes refletivos, capas de chuva, bonés e
outros eventuais equipamentos de segurança).
• Os caminhões coletores devem estar equipados com carroceria especial
para coleta de lixo, modelo compactador, dotado de sistema de descarga
automática, com carregamento traseiro e com suporte para pá e
Memorial
vassouras;
descritivo dos
• Os caminhões coletores devem possuir inscrições externas alusivas aos
Transporte serviços,
serviços prestados e obedecer aos dispositivos de segurança e padrões
NBR 13.221 e
exigidos para tal;
NBR 12.980
• Os caminhões e demais equipamentos devem ser adequados e suficientes
para atendimento da demanda, possuindo tempo máximo de fabricação
de 10 anos.
• Os resíduos coletados, se possível e preferencialmente, devem ser
beneficiados por meio dos processos de triagem, reciclagem e
Lei n° 12.305,
Destinação compostagem (no caso dos resíduos orgânicos);
NBR 13.896 e
Final • Em caso da inexistência dos processos de compostagem (resíduos
NBR 13.591
orgânicos) e reciclagem, a disposição final dos resíduos deve ser realizada
em aterro sanitário de resíduos não perigosos (Classe II A), devidamente
licenciado pelos órgãos ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.
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Tabela 8 – Procedimentos Operacionais – Resíduos de Limpeza Urbana


Resíduos Limpeza Urbana
Atividade Procedimentos Fonte
• O serviço deve ser realizado com todo o material necessário, de primeira
qualidade: vassouras, sacos de lixo e pórticos para o lixo coletado nas
varrições;
Memorial
• A varrição deve ser realizada diariamente, de segunda a sexta;
descritivo dos
Varrição de rua • Todos os resíduos gerados devem ser recolhidos;
serviços e
• Em caso de urgência, o serviço deverá ser realizado em qualquer hora ou NBR 12.980
dia;
• Os empregados deverão estar devidamente uniformizados e com
equipamentos de segurança individuais e coletivos.
Memorial
Poda de grama
descritivo dos
e roçagem em • O serviço deve ser realizado com todo o material necessário, de primeira
serviços, Lei
terrenos qualidade: vassouras, ferramentas, maquinário e trator para roçagem.
n°12.305 e
baldios
NBR 12.980
• Os resíduos orgânicos advindos dos serviços de poda e roçagem, se
possível e preferencialmente, deverão ser beneficiados por meio do
processo de compostagem; Lei 12.305,
Destinação
• Em caso da inexistência do processo de compostagem (resíduos NBR 13.591 e
Final
orgânicos), a disposição final dos resíduos (varrição, poda e roçagem) NBR 13.896
deve ser realizada em aterro sanitário de resíduos não perigosos (Classe
II A), devidamente licenciado pelos órgãos ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

2.4.1. Resíduos da construção civil

O Brasil gera aproximadamente 84 milhões de metros cúbicos de resíduos de


construção civil e demolição por ano, de acordo com informações da Associação
Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição
(ABRECON). Segundo o Panorama da Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2019), cerca de 45 milhões de
toneladas de RCC foram coletadas pelos municípios em 2018, com destaque para a
região Sudeste, que corresponde a mais de 50% desse total.

São considerados geradores pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,


responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos de
construção civil ou demolição.

Considerando que os RCC representam um significativo percentual dos resíduos


sólidos produzidos nas áreas urbanas dos municípios, e que sua disposição em locais
inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental; e ainda, que seu
manejo é de responsabilidade dos geradores; citando-se ainda que a gestão integrada
de RCC deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, a
Resolução CONAMA n° 307/2002, que estabelece as diretrizes, critérios e
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procedimentos para a gestão desses resíduos, disciplinando as ações necessárias de


forma a minimizar os impactos ambientais, apresenta a seguinte subdivisão dos RCC:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados;


II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias
ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.

Ressalta-se que a Resolução CONAMA 448, de 18 de janeiro de 2012, ao considerar


a necessidade de adequação da Resolução 307/2002 aos mecanismos PNRS - Lei
12.305/2010, altera diversos artigos da Resolução anterior (artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º,
9º, 10 e 11) e possibilita o gerenciamento desses resíduos com maiores
responsabilidades, sejam de origem em obras públicas ou em atividades privadas,
originadas em pequenos ou grandes geradores.

Assim, os aterros de resíduos classe A passaram a ser espaços de reservação de


materiais para usos futuros e devem estar tecnicamente adequados para receberem
e disporem estes resíduos no solo, com os materiais segregados, no menor volume
possível, possibilitando a utilização futura destes e também da área, com
licenciamento pelos órgãos ambientais responsáveis. Também foram estabelecidas
as ATTs (áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos) para separação, armazenamento temporário dos materiais segregados,
transformação e destinação adequada posterior. Estes mecanismos devem ser
implantados com gestão integrada, entendida como conjunto de ações que
estabeleçam soluções para os resíduos sólidos e considerem as dimensões
ambientais, econômicas, culturais, políticas e sociais, com mecanismos participativos
e de controle social e que busquem o fortalecimento do desenvolvimento sustentável.
Também é indispensável estar em acordo com os planos de gerenciamento de
resíduos exigidos na Lei 12.305/2010 (FONSECA, 2012).
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Os geradores de RCC devem ter como objetivos em seus planos de gerenciamento:


a) não geração; b) redução; c) reutilização; d) reciclagem; d) tratamento adequado; e)
disposição final adequada. Os RCC não podem ser dispostos em aterros de resíduos
sólidos urbanos, encostas, corpos de água, terrenos e lotes vagos, áreas protegidas
ou de descarte ilegais, conhecidos como “bota fora”.

Os planos de gerenciamento dos RCC devem ser elaborados pelos grandes


geradores, e os pequenos geradores devem ter diretrizes técnicas e procedimentos
específicos para suas responsabilidades previstos nos planos municipais (apud
FONSECA, 2012).

Tabela 9 – Principais Procedimentos Operacionais – RCC


Resíduos da Construção Civil
Atividade Procedimentos Fonte
Plano de
• Os resíduos em questão estão sujeitos e devem possuir seu devido
Gerenciamento de Lei 12.305
plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Resíduos Sólidos
• O local para armazenamento dos resíduos em questão deve ser de
maneira que o risco de contaminação ambiental seja minimizado e
também, deve ser aprovado pelo Órgão Estadual de Controle Ambiental,
atendendo a legislação específica;
Armazenamento NBR 11.174
• Não devem ser armazenados juntamente com resíduos Classe I;
• Devem ser considerados aspectos relativos ao isolamento, sinalização,
acesso à área, medidas de controle de poluição ambiental, treinamento
de pessoal e segurança da instalação.
• Deve ser realizado em contêineres e/ou tambores, em tanques e a
granel. O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a
Acondicionamento NBR 11.174
geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em
que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem.
• A coleta deve ser realizada em contêineres ou caçambas estacionárias,
Coleta NBR 12.980
com volume superior à 100 L.
• Em caso de necessidade de utilização de área para a realização de
Transbordo e
transbordo e triagem, essa deve respeitar os parâmetros estabelecidos NBR 15.112
triagem
na respectiva NBR.
• Se possível e preferencialmente os resíduos em questão devem ser
Lei 12.305,
beneficiados por meio do processo de reciclagem, onde a área de
CONAMA
execução deverá atender aos parâmetros estabelecidos na respectiva
307/02,
Destinação final NBR.
NBR 15.113
• Em caso da inutilização do processo de reciclagem, os resíduos deverão
e NBR
ser encaminhados a aterro sanitário (Classe II B), devidamente
15.114
licenciado pelos órgãos ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

2.4.2. Resíduos dos serviços de saúde

A Resolução CONAMA 358/2005 dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos


resíduos dos serviços de saúde e se aplica a todos os serviços relacionados com o
atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência
domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde;
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento
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(tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e


farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na
área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos
farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para
diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de
acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

A Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as


determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN, e às indústrias de
produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu
licenciamento ambiental.

As atividades relacionadas à atenção humana ou animal que envolvem o


gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) – inclusive aquelas
realizadas por instituições de ensino e pesquisa – são regulamentadas pela RDC nº
222/2018, que revogou a norma anterior (RDC nº 306/2004).

O gerenciamento de RSS abrange todas as etapas de planejamento de recursos


físicos, materiais e capacitação dos recursos humanos envolvidos. Assim como a
Resolução CONAMA 358/2005, para a RDC nº 222/18 também não se aplica as fontes
radioativas seladas e as indústrias de produtos sob vigilância sanitária.

Todo gerador de resíduos de serviços de saúde é responsável pela elaboração,


implantação, implementação e monitoramento de um Plano de Gerenciamento, o
chamado PGRSS, que deve estar disponível para consulta dos órgãos de vigilância
sanitária ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral. Caso
o serviço gere, exclusivamente, resíduos do Grupo D, ou seja, resíduos que não
apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente,
sendo equiparados aos resíduos domiciliares, o PGRSS pode ser substituído – para
obtenção da licença sanitária – por uma notificação da respectiva condição ao órgão
de vigilância sanitária competente (ANVISA, 2020).

Todas as etapas do gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, desde a


segregação, o acondicionamento e a identificação, incluindo a coleta, o transporte, o
armazenamento e a destinação, estão detalhadamente descritos na RDC nº
222/2018. Destacando-se que:
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a) Os RSS devem ser segregados no momento de sua geração, conforme


classificação por grupos de risco;
b) Os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser
encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem,
aproveitamento ou logística reversa, tendo disposição final ambientalmente
adequada.

O serviço gerador de RSS deve garantir que os trabalhadores sejam avaliados


periodicamente em relação à saúde ocupacional, mantendo registros da respectiva
avaliação. Ademais, deve manter um programa de educação continuada para todos
os envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, inclusive os que atuam
temporariamente (ANVISA, 2020).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABTN) possui algumas normas relativas


ao controle dos resíduos de saúde, dentre as quais:

• NBR 10.004 – Resíduos Sólidos – Classificação;


• NBR 12.807 – Terminologia dos resíduos de serviços de saúde;
• NBR 12.809 – Manuseio dos resíduos de saúde;
• NBR 12.810 – Coleta dos resíduos de saúde;
• NBR 7.500 – Símbolo de risco e manuseio para o transporte e armazenamento
de material;
• NBR 7.501 – Terminologia de transporte de resíduos perigosos;
• NBR 9.191 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Especificação;
• NBR 9.190 – Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – Classificação.
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Tabela 10 – Principais Procedimentos Operacionais – RSS


Resíduos de Serviços de Saúde
Atividade Procedimentos Fonte
Plano de
• Os resíduos em questão estão sujeitos e devem possuir seu devido
Gerenciamento de Lei 12.305
plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Resíduos Sólidos
• Os resíduos devem ser armazenados em área autorizada pelo órgão
de controle ambiental, à espera do tratamento ou disposição final
Armazenamento adequada, desde que atenda às condições mínimas de segurança; NBR 12.235
• Os encarregados devem utilizar todos os equipamentos de proteção
individual necessários para realização do serviço.
Memorial
• Os resíduos segregados devem ser embalados em sacos ou
descritivo dos
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
serviços,
Acondicionamento ruptura (de acordo com o grupo de resíduo em questão);
NBR 13.853,
• A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser
NBR 9.191 e
compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.
NBR 12.235
• A coleta deve ser realizada no mínimo 2 vezes por semana;
• A empresa e/ou municipalidade responsável pela coleta externa dos
resíduos de serviços de saúde devem possuir um serviço de apoio que
proporcione aos seus funcionários as seguintes condições:
higienização e manutenção dos veículos, lavagem e desinfecção dos
EPI e higienização corporal; Memorial
• O veículo coletor deve atender aos parâmetros estabelecidos pela descritivo dos
NBR 12.810, item 5.2.3.1; serviços,
• Os resíduos comuns podem ser coletados e transportados em veículos NBR 13.221,
Coleta e transporte
da coleta domiciliar; NBR 12.807,
• Em caso de acidente de pequenas proporções, a própria guarnição NBR 12.809,
deve retirar os resíduos do local atingido, efetuando a limpeza e NBR 12.810 e
desinfecção simultâneas, mediante o uso dos equipamentos auxiliares NBR 12.980
mencionados no item 5.2.3 da NBR 12.810;
• Em caso de acidente de grandes proporções, a administração
responsável pela execução da coleta externa deverá notificar
imediatamente os órgãos municipais e estaduais de controle ambiental
e saúde pública.
• Resíduos grupo E (perfurocortantes): Deve ser realizado processo
físico (autoclavagem ou micro-ondas) ou outros processos que vierem
a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga Memorial
microbiana; descritivo dos
• Resíduos grupo B (sólidos - com características de periculosidade): Se serviços,
Tratamento possível, e preferencialmente, os resíduos químicos no estado sólido Resolução
que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente devem ser CONAMA n°
tratados (tratamento térmico) ou atender aos parâmetros estabelecidos 358/05 e NBR
no processo "Destinação final", desta tabela; 12.808
• Resíduos grupo A1, A2 e A5 (biológicos): devem receber tratamento
prévio de esterilização e desinfecção.
• Resíduos grupo B (sólidos): Em caso da não reutilização ou
reciclagem, os resíduos em questão devem ser dispostos em aterro
sanitário de resíduos perigosos (Classe I), devidamente licenciado
Memorial
pelos órgãos competentes, porém quando tratados devem ser
descritivo dos
encaminhados à disposição final específica;
serviços,
• Resíduos do grupo A3: Devem ser atendidas as requisições descritas
Resolução
no Art. 18 da Resolução CONAMA n° 358/05;
CONAMA n°
Destinação final • Resíduos do grupo D: Se possível, e preferencialmente, devem ser
358/05,
beneficiados pelos processos de reutilização e reciclagem, porém, em
CONAMA n°
caso da inutilização dos processos descritos anteriormente, deverão
275, NBR
ser encaminhados a aterro sanitário (Classe II A), devidamente
13.896 e NBR
licenciado aos órgãos competentes;
10.157
• Resíduos do grupo A1, A2, A4 e A5 (biológicos): Devem ser dispostos
em aterro sanitário de resíduos não perigosos (Classe II A),
devidamente licenciado pelos órgãos ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.
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2.4.3. Resíduos industriais

Conforme a Portaria 280, de 29 de junho de 2020 e Resolução CONAMA 313, de 29


de outubro de 2002, a gestão dos resíduos industriais tem início com o inventário dos
resíduos gerados em processos produtivos e instalações industriais, que podem ser
perigosos ou não perigosos.

O Inventário Nacional de Resíduos Sólidos é o conjunto de informações sobre a


geração, tipologia, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos gerados
pelas indústrias do país.

As indústrias das tipologias previstas na Classificação Nacional de Atividades


Econômicas do IBGE devem reportar informações complementares às já declaradas
no MTR (Sistema Estadual de Manifesto de Transporte de Resíduos), referentes ao
ano anterior, para elaboração e envio do Inventário Nacional de Resíduos Sólidos. Os
Geradores devem se cadastrar e fornecer as correspondentes informações da sua
atividade e de gerenciamento de seus resíduos. Se já estiverem cadastrados no
Sistema MTR como GERADORES, basta ingressar com seus dados para acessar o
sistema (SINIR, 2023).

Em consonância à Seção V da PNRS, o PGRS deve considerar as orientações do


órgão de controle ambiental apontando e descrevendo as ações visando minimizar a
geração de resíduos na fonte, procedimentos para segregação, acondicionamento,
coleta, classificação, armazenamento (interno/externo), transporte (interno/externo),
tratamento (interno/externo), logística reversa (reutilização, reciclagem), destinação
ambientalmente adequada e a proteção à saúde pública (SINIR, 2023).
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Tabela 11 – Principais Procedimentos Operacionais – Resíduos Industriais


Resíduos Industriais (Classe I e II)
Atividade Procedimentos Fonte
Lei 12.305; Lei nº
Plano de Gestão • Sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos
6.938/81,
de Resíduos sólidos industriais, que passa a ser integrante do processo de
regulamentos e
Sólidos licenciamento ambiental
alterações
• O local para armazenamento deve ser de maneira que o risco de
contaminação ambiental seja minimizado e também deve ser
aprovado pelo Órgão Estadual de Controle Ambiental, atendendo Resolução
a legislação específica; CONAMA 313/02;
Armazenamento
• Não devem ser armazenados juntamente com resíduos classe I; IN IBAMA 06/13;
• Devem ser considerados aspectos relativos ao isolamento, NBR 11.174
sinalização, acesso à área, medidas de controle de poluição
ambiental, treinamento de pessoal e segurança da instalação.
Resolução
• O acondicionamento deve ser realizado em contêineres e/ou CONAMA 313/02;
Acondicionamento
tambores, em tanques e a granel. IN IBAMA 06/13;
NBR 11.174
Resolução
• A coleta deve ser realizada em contêineres ou caçambas CONAMA 313/02;
Coleta
estacionárias, com volume superior a 100 L. IN IBAMA 06/13;
NBR 12.980
Lei n° 12.305
• A disposição final deve ser realizada em aterro sanitário (Classe
Resolução
Destinação final II A), devidamente licenciado por órgãos ambientais
CONAMA 313/02;
competentes.
IN IBAMA 06/13;
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

A Tabela 12 dispõe os instrumentos normativos aplicáveis à gestão de resíduos


industriais:

Tabela 12 – Instrumentos normativos aplicáveis à gestão de resíduos industriais


Resíduos Industriais (Classe I e II)
Atividade Procedimentos
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
Resolução CONAMA nº 420, presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
de 28 de dezembro de 2009 ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de
atividades antrópicas.
Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
Resolução CONAMA nº 401, baterias comercializadas em território nacional e os critérios e padrões para o
de 04 de novembro de 2008 seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.
Alterada pela Resolução nº 424, de 22 de abril de 2010.
Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado
Resolução CONAMA nº 275,
na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas
de 25 de abril de 2001
informativas para a coleta seletiva.
Resolução CONAMA nº 362, Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado
de 23 de junho de 2005 ou contaminado.
Resolução CONAMA nº Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores
228/1997 elétricos de chumbo.
Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos. Alterada pelas
Resolução CONAMA nº 023,
Resoluções nº 235, de 07 de janeiro de 1998, e nº 244, de 16 de outubro de
de 12 de dezembro de 1996
1998.
Resolução CONAMA nº 008,
Dispõe sobre a entrada no país de materiais residuais.
de 19 de setembro de 1991
Altera e complementa a Deliberação Normativa COPAM nº 90, de 15 de
Deliberação Normativa
setembro de 2005, que dispõe sobre a declaração de informações relativas às
COPAM n º136, de 22 de
diversas fases de gerenciamento dos resíduos sólidos industriais no Estado de
maio de 2009
Minas Gerais.
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Resíduos Industriais (Classe I e II)

Deliberação Normativa Dispõe sobre a declaração de informações relativas à identificação de áreas


COPAM nº 116, de 27 de suspeitas de contaminação e contaminadas por substâncias químicas no
junho de 2008 Estado de Minas Gerais.
Deliberação Normativa
Institui o Programa Estadual de Gestão de Áreas Contaminadas, que
Conjunta COPAM/ CERH nº
estabelece as diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo
02, de 08 de setembro de
e gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por substâncias químicas.
2010
Deliberação Normativa
Dispõe sobre a declaração de informações relativas às diversas fases de
COPAM nº 90, de 15 de
gerenciamento dos resíduos sólidos industriais no Estado de Minas Gerais.
setembro de 2005
Resolução CONAMA n º235,
Altera o anexo 10 da Resolução CONAMA nº 23, de 12 de dezembro de 1996.
de 07 de janeiro de 1998

Sistemas espaciais –Limpeza de superfície de sistemas de fluido. Parte 3:


ABNT NBR ISSO 14952-3/
Procedimentos analíticos para determinação de resíduos não voláteis e
2006
contaminação da partícula.

Resíduos em solos – Determinação da biodegradação pelo método


ABNT NBR 14283/ 1999
respirométrico.

ABNT NBR 12235/1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos –Procedimento.

ABNT NBR 11174/1990 Armazenamento de resíduos classe II–não inertes e III – inertes.

Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos –


ABNT NBR 8418/1984
Procedimento.
Incineração de resíduos sólidos perigosos – Padrões de desempenho –
ABNT NBR 11175/1990
Procedimento.

ABNT NBR 8911/1985 Solventes – Determinação de material não volátil – Método de ensaio.

ABNT NBR 13221/2010 Transporte terrestre de resíduos

Fonte: ARMBH, 2013, adaptado Seletiva, 2024.

2.4.4. Logística reversa

Os sistemas de logística reversa podem ser implementados e operacionalizados por


meio dos seguintes instrumentos (MMA, 2023):

• Acordos Setoriais: os acordos setoriais são atos de natureza contratual,


firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores
ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos. O processo de implantação da logística reversa
por meio de um acordo setorial pode ser iniciado pelo Poder Público ou pelos
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e
embalagens, referidos no art. 14 do Decreto 10.936/2022, que apresenta ainda
os procedimentos para implantação da logística reversa por meio de um acordo
setorial, listados na seção II do Capítulo III do Decreto.
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• Regulamentos editados pelo Poder Público: neste caso a logística reversa


poderá ser implantada diretamente por regulamento, veiculado por decreto
editado pelo Poder Executivo. Antes da edição do regulamento, o Comitê
Orientador deverá avaliar a viabilidade técnica e econômica da logística
reversa. Os sistemas de logística reversa estabelecidos diretamente por
decreto deverão ainda ser precedidos de consulta pública.
• Termos de Compromisso: o Poder Público poderá celebrar termos de
compromisso com fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes
visando o estabelecimento de sistema de logística reversa: I - nas hipóteses
em que não houver, em uma mesma área de abrangência, acordo setorial ou
regulamento específico, nos termos estabelecidos neste Decreto; II - para o
estabelecimento de compromissos e metas mais exigentes do que aqueles
previstos no acordo setorial ou no regulamento de que trata o art. 18.

Ressalta-se que os resíduos que já possuem seu sistema de logística implantado são:
embalagens de agrotóxicos; óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC);
embalagens plásticas de óleos lubrificantes; pilhas e baterias; e pneus.

Os principais resíduos sujeitos à logística reversa são apresentados a seguir, com


suas devidas regulamentações e procedimentos operacionais. A Tabela 13 dispõe de
forma suscinta os principais procedimentos operacionais quanto à logística reversa e
resíduos classe I:

Tabela 13 – Principais Procedimentos Operacionais – Resíduos Logística Reversa e


Classe I
Resíduos sujeitos à logística reversa (Pilhas, Baterias, Lâmpadas Fluorescentes e Eletroeletrônicos) e
demais resíduos Classe I
Atividade Procedimentos Fonte
Plano de
• Os resíduos em questão estão sujeitos e devem possuir seu devido
Gerenciamento de Lei 12.305
plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Resíduos Sólidos
• Deve ser implementado sistema de logística reversa para recebimento
dos resíduos em questão. Vale ressaltar que a Lei prevê todos os
Logística reversa Lei 12.305
resíduos sujeitos a logística reversa, portanto, essa adoção deve ser
previamente analisada.
Área para • Deve ser estabelecida área para recebimento e coleta do resíduo,
recebimento e sendo parte integrante do sistema de logística reversa. (Vale ressaltar
Lei 12.305
coleta dos resíduos que os procedimentos utilizados devem respeitar os processos
(Ecoponto) "Armazenamento" e "Acondicionamento", contidos nesta planilha).
• Uma contenção temporária de resíduos deve ser realizada em área
autorizada pelo órgão de controle ambiental, à espera do tratamento
Armazenamento NBR 12.235
ou disposição final adequada, desde que atenda às condições básicas
de segurança.
Acondicionamento • Deve ser realizado em contêineres, tambores, tanques e/ou a granel. NBR 12.235
• Os veículos coletores deverão portar rótulos de risco, painéis de Decreto nº
Coleta (gerador)
segurança específicos e conjunto de equipamentos para situações de 96.044/88,
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Resíduos sujeitos à logística reversa (Pilhas, Baterias, Lâmpadas Fluorescentes e Eletroeletrônicos) e


demais resíduos Classe I
emergência, indicado por Norma Brasileira ou, na inexistência desta, o NBR 14.619,
recomendado pelo fabricante do produto; NBR 13.221,
• Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos NBR 7.500 e
veículos e equipamentos, os rótulos de risco e painéis de segurança NBR 8.286
deverão ser retirados.
• Se possível, e preferencialmente, os resíduos devem ser beneficiados
por meio dos processos de triagem, reutilização ou reciclagem.
Lei nº 12.305,
Destinação final • Em caso da não existência dos processos de reutilização e reciclagem,
NBR 10.157
os resíduos devem ser dispostos em aterro sanitário (Classe I),
devidamente licenciados aos órgãos ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

2.4.4.1. Embalagens de agrotóxicos

Em relação a esses resíduos, a Lei nº 9.974/2000, regulamentada pelo Decreto nº


4074/2002, altera a Lei 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa,
a experimentação, produção, a embalagem e rotulagem, o transporte,
armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, importação,
exportação, destino final dos resíduos e embalagens, registro, classificação, controle,
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

A Resolução CONAMA nº 465/2014 estabelece que, de acordo com a legislação


federal, cada participante do sistema de logística reversa de embalagens de
agrotóxicos tem o seu papel bem definido dentro das responsabilidades
compartilhadas. A Resolução ANTT nº 5.947/2021 atualiza o Regulamento para o
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e aprova as suas Instruções
Complementares.

Dessa forma, a legislação vigente dispõe sobre a responsabilidade compartilhada


entre os agricultores, os canais de distribuição, a indústria e o poder público pela
destinação ambientalmente adequada desse tipo de resíduo, classificado em parte
como perigoso (classe I). A destinação das embalagens vazias e das sobras de
defensivos agrícolas deverá atender às recomendações técnicas apresentadas na
bula ou folheto complementar, disponibilizados por ocasião da compra do produto. Os
consumidores deverão efetuar a devolução das embalagens, tampas e sobras de
defensivos aos estabelecimentos comerciais indicados na nota fiscal para destinação
ambientalmente adequada. Antes da devolução, cabe ao agricultor realizar a tríplice
lavagem das embalagens no campo, armazenando-as temporariamente para entrega
posterior na unidade de recebimento indicada (SINIR, 2023).
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Os estabelecimentos nos quais os recipientes serão entregues fornecerão


comprovante de recebimento das embalagens e deverão dispor de instalações
adequadas para seu recebimento e armazenamento, até que sejam recolhidos pelas
empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras, responsáveis pela
destinação final dessas embalagens. Os locais destinados ao desenvolvimento de
atividades que envolvem embalagens vazias de defensivos, seus componentes ou
afins, bem como produtos em desuso ou impróprios para utilização, deverão obter
licenciamento ambiental. Quando o produto não for fabricado no país, a pessoa física
ou jurídica responsável pela importação assumirá a responsabilidade pela destinação,
de acordo com a previsão legal (SINIR, 2023).

Em 2012, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV)


recuperou 94% de todas as embalagens colocadas no mercado (CNI, 2014). Fontes
mais recentes do Instituto (2020) indicam que, ao todo, são 411 unidades de
recebimento no país (302 postos e 109 centrais); sendo destinadas 49.881,1 t de
embalagens vazias de defensivos agrícolas; e ainda, que 93% das embalagens
plásticas primárias comercializadas no Brasil têm destinação ambientalmente
adequada; havendo 3,9 mil ações de recebimento itinerantes em 2020 e sendo assim
evitadas 823.167 mil t de emissões de CO2 (apud SINIR, 2023).

2.4.4.2. Pilhas e baterias

As pilhas e baterias são equipamentos eletroquímicos que funcionam como


miniusinas portáteis e possuem a habilidade de converter a energia química em
energia elétrica. As pilhas e baterias podem ser classificadas de diversas formas,
dependendo do formato, composição e sua finalidade (SINIR, 2023).

A Resolução CONAMA nº 401/2008 estabelece os limites máximos de chumbo,


cádmio e mercúrio e os critérios e padrões para o gerenciamento ambientalmente
adequado das pilhas e baterias portáteis, das baterias chumbo-ácido, automotivas e
industriais e das pilhas e baterias dos sistemas eletroquímicos níquel-cádmio e óxido
de mercúrio, relacionadas nos capítulos 85.06 e 85.07 da Nomenclatura Comum do
Mercosul-NCM, comercializadas no território nacional. Já a Instrução
Normativa IBAMA n° 8, de 30 de setembro de 2012, institui, para fabricantes nacionais
e importadores, os procedimentos relativos ao controle do recebimento e da
destinação final de pilhas e baterias ou de produtos que as incorporem.
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O Plano de Gerenciamento de Pilhas e Baterias, que contempla sua destinação


ambientalmente adequada, conforme estabelecido no artigo 3º, inciso III, da
Resolução Conama nº 401/2008, deve ser apresentado anualmente ao IBAMA pelos
fabricantes nacionais e importadores de pilhas e baterias. O termo de referência para
a elaboração deste Plano exige informações sobre o fabricante nacional ou
importador, resíduo/produto, coleta, transporte e destinação.

Conforme art. 10º da Instrução Normativa Ibama nº 08/2012, as pilhas e baterias


usadas ou inservíveis, a serem recolhidas nos estabelecimentos de venda e na rede
de assistência técnica autorizada, devem ser acondicionados de forma a evitar
vazamentos e a contaminação do meio ambiente ou riscos à saúde humana.

As baterias que não estiverem totalmente descarregadas devem ser estocadas de


forma que seus eletrodos não entrem em contato com os eletrodos de outras baterias
ou com objetos de metal. As baterias de níquel-cadmio que não estiverem totalmente
descarregadas deverão ser colocadas, individualmente, em sacos plásticos antes de
serem colocadas junto com outras baterias de Ni-Cd. As baterias de chumbo-ácido
devem ser colocadas em caixas de papelão, podendo ser utilizada a própria caixa do
produto. Os recipientes devem ser resistentes, não metálicos e não condutores de
eletricidade, devido ao peso e características dos materiais que serão ali depositados.
(ARMBH, 2013).

O transporte das pilhas e baterias usadas ou inservíveis deverá ser efetuado por
pessoas físicas ou jurídicas, inscritas no Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, conforme
estabelecido no art. 9º da Instrução Normativa Ibama nº 8/2012. O transporte deve,
ainda, estar de acordo com as normas e legislações vigentes, como o Decreto Federal
nº 96.044/1988, que regulamenta o transporte rodoviário de resíduos perigosos.

Ainda em relação ao transporte, o aproveitamento dos sistemas de coleta já existentes


nos municípios pode ser realizado implementando nos caminhões coletores de
resíduo recipientes para colocação das pilhas e baterias. Recomenda-se que o veículo
contenha, ainda, kit de emergências e EPIs. Além disso, o motorista deve possuir
manual de procedimentos a seguir em casos de emergências/acidentes. O material
coletado deve ser encaminhado para uma central de armazenamento, a ser definida
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 93

pelo município. O transporte deverá ser realizado periodicamente, de modo a evitar o


acúmulo de grandes quantidades destes resíduos. (ARMBH, 2013).

Os contêineres com as baterias estocadas, que devem ser armazenados em local


arejado e protegido contra sol e chuva, devem ser selados ou vedados para se evitar
liberação do gás hidrogênio, que é explosivo em contato com o ar, devendo ficar sobre
estrados ou pallets para que as baterias se mantenham secas. O armazenamento que
precede a destinação final deve atender à ABNT/NBR 12.235:1992, que dispõe sobre
o armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

Tendo em vista que as pilhas são usadas abundantemente pelas pessoas e a grande
maioria desconhece os riscos potenciais do descarte incorreto destas, tornou-se
comum o descarte em aterros municipais, junto com o resíduo domiciliar. Entretanto,
não são todas as pilhas e baterias que podem ser destinadas a aterros sanitários.
Conforme art. 3º e 4º da Resolução Conama nº 401/2008, as baterias com sistema
eletroquímico chumbo-ácido e as baterias níquel-cadmio e óxido de mercúrio não
podem ser incineradas e dispostas em aterros sanitários. Algumas pilhas e baterias
podem ser destinadas a aterros sanitários licenciados, sendo elas: comuns e alcalinas
(zinco/manganês e alcalina/manganês) e as especiais, de niquelmetalhidreto, íons de
lítio, lítio e zinco ar (ARMBH, 2013).

O tratamento e disposição final de pilhas e baterias devem seguir as diretrizes


previstas para resíduos industriais Classe I, uma vez que são classificadas como
resíduos perigosos Classe I. O lançamento in natura, a queima a céu aberto e o
lançamento em corpos d’água destes resíduos é vedado, em qualquer situação. Em
Minas Gerais, a Lei Estadual nº 13.766/2000, em seu art. 4º, atribui ao Copam a
competência para estabelecer normas para recolhimento, reutilização e reciclagem de
resíduos sólidos que, por sua composição físico-química, necessitem de
procedimentos especiais para serem descartados no meio ambiente.

A Tabela 12 a seguir indica os instrumentos normativos aplicáveis à gestão de pilhas


e baterias:
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 94

Tabela 14 – Instrumentos normativos aplicáveis à gestão de pilhas e baterias

Atividade Procedimentos

Resolução CONAMA nº 420, Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
de 28 de dezembro de 2009. presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes.

Resolução CONAMA nº 401, Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
de 04 de novembro de 2008. baterias comercializadas no território nacional.

Resolução CONAMA nº 023, Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos. Alterada pelas
de 12 de dezembro de 1996. Resoluções nº 235, de 07 de janeiro de 199.

Resolução CONAMA nº 228, Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos acumuladores elétricos
de 20 de agosto de 1997. de chumbo.

Deliberação Normativa
Dispõe sobre a declaração de informações relativas à identificação de áreas
COPAM nº 116, de 27 de
suspeitas de contaminação e contaminadas.
junho de 2008.

Deliberação Normativa
Institui o Programa Estadual de Gestão de Áreas Contaminadas, que
Conjunta COPAM / CERH nº
estabelece as diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo
02, de 08 de setembro de
e gerenciamento ambiental.
2010.

ABNT NBR 8418/1984 Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais.

ABNT NBR 10157/1987 Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto, construção.

ABNT NBR 11175/1990 Incineração de resíduos sólidos perigosos – Padrões de desempenho.

Fonte: ARMBH, 2013, adaptado Seletiva, 2024.

2.4.4.3. Pneus inservíveis

A Instrução Normativa IBAMA nº 01, de 18 de março de 2010, determina atividades


fundamentais para a devida implementação da Resolução CONAMA 416, de 30 de
setembro de 2009, que dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada
por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada. Assim, institui, no
âmbito do IBAMA, os procedimentos necessários ao cumprimento da Resolução
CONAMA nº 416/2009, pelos fabricantes e importadores de pneus novos, e quanto à
coleta e destinação final de pneus inservíveis.

Os fabricantes e importadores de pneus novos deverão declarar ao IBAMA, em


periodicidade máxima de 01 (um) ano, por meio do CTF, a destinação adequada dos
pneus inservíveis.

O Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Pneumáticos deve ser elaborado


pelos municípios, devendo conter duas etapas, conforme estabelecido na Lei Federal
nº 12.305/2010. A primeira etapa corresponde ao Programa Municipal de
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 95

Gerenciamento de Resíduos Pneumáticos, elaborado, implementado e coordenado


pelo município. A segunda etapa consiste em projetos de gerenciamento de resíduos
pneumáticos, elaborados e implementados por fabricantes, importadores e
distribuidores.

O encaminhamento dos pneus inservíveis até os pontos de coleta constitui a primeira


etapa do fluxo logístico. Os pontos de coleta podem ser disponibilizados e
administrados pelas prefeituras municipais, por incentivo da Agência Nacional da
Indústria de Pneumáticos (ANIP) / Reciclanip, para onde são levados os pneus
recolhidos pelo serviço público ou levados pela própria população. Uma vez
depositados nos pontos de coleta, a Reciclanip assume a responsabilidade pela
gestão da logística de transporte dos pneus inservíveis (Agência RMBH, 2013).

Segundo dados da Reciclanip (2020), entidade que coleta e destina de forma


ambientalmente adequada os pneus inservíveis, criada em 2007 para consolidar o
Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, da Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), houve uma destinação
de 379.931 mil toneladas de pneus em 2020, em 1.160 pontos de coleta implantados
até esse ano (apud SINIR, 2023).

Tabela 15 – Principais Procedimentos Operacionais – Pneus


Pneus Inservíveis
Atividade Procedimentos Fonte
Plano de
• Os resíduos em questão estão sujeitos e devem possuir
Gerenciamento de Lei 12.305
seu devido plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Resíduos Sólidos
Logística reversa • Deve estar inserido no sistema de logística reversa. Lei 12.305
• Deve ser estabelecida área para recebimento e coleta
do resíduo em questão, sendo a mesma parte integrante Lei 12.305; Resolução
Área para recebimento
do sistema de logística reversa. (Vale ressaltar que os CONAMA 416/09;
e coleta dos resíduos
procedimentos utilizados devem respeitar os processos Instrução Normativa
(Ecoponto)
"Armazenamento" e "Acondicionamento" contidos nesta IBAMA 01/10
planilha)
• O local para armazenamento deve ser de maneira que o
risco de contaminação ambiental seja minimizado e
também deve ser aprovado pelo Órgão Estadual de
Controle Ambiental, atendendo a legislação específica; Resolução CONAMA
• Não devem ser armazenados juntamente com resíduos 416/09; Instrução
Armazenamento
classe I; IBAMA 01/10;
• Devem ser considerados aspectos relativos ao NBR 11.174
isolamento, sinalização, acesso à área, medidas de
controle de poluição ambiental, treinamento de pessoal
e segurança da instalação.
Resolução CONAMA
416/09; Instrução
• O acondicionamento deve ser realizado em contêineres
Acondicionamento IBAMA 01/10
e/ou tambores, em tanques e a granel.
NBR 11.174
NBR 11.174
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 96

Pneus Inservíveis
Resolução CONAMA
416/09; Instrução;
• A coleta deve ser realizada em contêineres ou
Coleta IBAMA 01/10
caçambas estacionárias, com volume superior a 100 L.
NBR 11.174;
NBR 12.980
• Preferencialmente, o resíduo em questão deve ser
beneficiado por meio da reutilização ou processo de
Lei 12.305
reciclagem;
NBR 13.896
• Em caso da inexistência dos processos de reutilização e
Destinação final Resolução CONAMA
reciclagem, a disposição final do resíduo deverá ser
416/09; Instrução
realizada em aterro sanitário de resíduos não perigosos
IBAMA 01/10
(Classe II A), devidamente licenciado por órgãos
ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.

2.4.4.4. OLUC

Conforme ABNT/NBR 10.004:2004, os óleos lubrificantes são enquadrados na Classe


I (resíduos perigosos), devendo, portanto, ser gerenciados conforme esta
classificação. De forma semelhante, suas embalagens representam um risco
ambiental se geridas de forma inadequada. Com relação ao óleo lubrificante usado ou
contaminado (OLUC), seu recolhimento, coleta e disposição final são regulados pela
Resolução CONAMA nº 362/2005, alterada pela Resolução nº 450/2012. Essa
resolução determina que todo OLUC coletado seja destinado à reciclagem por meio
do rerrefino, que é considerado como melhor alternativa ambiental para esse resíduo,
classificado como classe I – perigoso. O recolhimento fica a cargo dos produtores,
importadores, revendedores, bem como dos geradores (os consumidores), num
modelo de responsabilidade compartilhada, como previsto na PNRS (Lei
12.305/2010).

Os produtores e importadores de óleo lubrificante acabado são responsáveis por


coletar ou garantir a coleta e a destinação final do OLUC, proporcionalmente ao
volume de óleo lubrificante por eles comercializado. Esses agentes podem contratar
uma empresa coletora autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo, ou se
habilitarem para a coleta conforme a legislação do mesmo órgão. Os produtores e
importadores não se isentam da responsabilidade pela coleta e destinação legal ao
contratar um coletor terceirizado, estando sujeitos a responder pelas ações dos seus
contratados. Têm ainda como obrigação divulgar nas embalagens de óleo lubrificante
acabado e informes técnicos como o consumidor deve retornar corretamente o OLUC,
bem como os danos decorrentes da disposição inadequada do resíduo, que deve
estar contido também na propaganda e publicidade do produto acabado (CNI, 2014).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 97

Por sua vez, o consumidor tem o dever de entregar o resíduo perigoso ao ponto de
recolhimento (revendedor) ou outro coletor autorizado. Uma vez que a maior parte do
OLUC é descartada justamente no ponto de recolhimento (ponto de troca de óleo), o
cumprimento dessa obrigação é bastante facilitado. O revendedor assume o papel de
ligação entre o consumidor e os agentes de reciclagem do óleo lubrificante usado ou
contaminado (OLUC), os coletores. Sua responsabilidade consiste em dispor de
instalações adequadas e licenciadas pelo órgão ambiental para recolher de forma
segura o OLUC em seu estabelecimento. O resíduo deve ser entregue exclusivamente
ao coletor, que dará prosseguimento à destinação ambientalmente adequada.

O Ibama, a ANP e o órgão estadual de meio ambiente, quando solicitados, são os


responsáveis pelo controle e verificação do exato cumprimento dos percentuais de
coleta fixados pelo MMA e MME.

Atualmente, o Ibama não conta com um relatório específico para prestação de


informações sobre as operações envolvendo os óleos lubrificantes. Para as empresas
inscritas no CTF/APP, que também são sujeitas à Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental, há a obrigatoriedade do preenchimento do Relatório Anual de Atividades
Potencialmente Poluidoras e utilizadoras de Recursos Ambientais (RAPP).

Desde 2016, o governo brasileiro conta com o Sistema de Informação de


Movimentação de Produtos (SIMP), cujo órgão gestor é a ANP. Segundo a Agência,
o sistema tem por objetivo monitorar dados de produção e movimentação de produtos
regulados pela ANP, na cadeia de midstream e downstream, abrangendo Produtores,
Refinadores, Distribuidoras, TRRs, Revendedores e outros agentes. O SIMP foi
desenvolvido dentro das mais rígidas normas de segurança da informação para
garantir aos agentes a inviolabilidade dos arquivos transitados, além disso, possibilita
o acompanhamento da evolução do mercado de combustíveis nos diferentes setores
(IBAMA, 2024).

Para os órgãos ambientais, o SIMP é um importante instrumento para verificação do


cumprimento da destinação final ambientalmente adequada preconizada pela
Resolução Conama nº 362/05.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 98

2.4.4.5. Eletroeletrônicos e seus componentes

No Brasil, a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e


Eletrodomésticos (Abree) e a Gestora para Resíduos de Equipamentos
Eletroeletrônicos Nacional (Green Eletron) são as duas entidades gestoras do sistema
de logística reversa dos eletroeletrônicos e de seus componentes.

O Acordo Setorial para implantação de Sistema de Logística Reversa de Produtos


Eletroeletrônicos Domésticos e seus Componentes foi assinado no dia 31 de outubro
de 2019 e teve seu extrato publicado no D.O.U de 19 de novembro de 2019.

Por meio do Acordo Setorial, os integrantes da cadeia produtiva dos produtos


eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes se comprometem a realizar
uma série de ações para atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

• Acordo Setorial de Eletroeletrônicos;


• Anexo I - Relação de empresas associadas - ABINEE;
• Anexo II - Relação de empresas associadas - ABRADISTI;
• Anexo III - Relação de empresas associadas - ASSESPRO NACIONAL;
• Anexo IV - Relação de empresas associadas e parceiras - GREEN ELETRON;
• Anexo V - Lista de Produtos;
• Anexo VI - Manual Operacional Básico;
• Anexo VII - Cronograma de implantação;
• Anexo VIII - Lista dos municípios alvo;
• Anexo IX - Avaliação dos possíveis impactos socioambientais.

Em 13 de fevereiro de 020 foi publicado o Decreto nº 10.240, de 12 de fevereiro de


2020, que replica o conteúdo do acordo setorial firmado em 31 de outubro de 2019.
No site da Abree é possível encontrar todos os resíduos que possuem ponto de
recebimento bem como os pontos mais próximo da localização do município.

2.4.4.6. Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista

No Brasil, a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos


de Iluminação - Reciclus é a entidade gestora do sistema de logística reversa de
Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 99

Por meio do Acordo Setorial, os integrantes da cadeia produtiva dos produtos


eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes se comprometem a realizar
uma série de ações para atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

• Acordo Setorial para implantação do Sistema de Logística Reversa de


Lâmpadas Fluorescentes, de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista.
• Anexo I - Previsão de Municípios - Pontos de Entrega e Recipientes.
• Anexo II - Avaliação dos Impactos Sociais e Econômicos.
• Publicação do Extrato do Acordo Setorial de Lâmpadas.
• Empresas signatárias apresentaram um texto descritivo para orientação à
implantação e operação da Logística Reversa.
• Manual de Implantação e Operação.
• Relação das empresas signatárias e aderentes ao Acordo Setorial de
Lâmpadas.

Para os importadores, existem orientações específicas sobre os procedimentos a


serem seguidos para o atendimento aos requisitos de obtenção da anuência prévia à
importação de lâmpadas, conforme o estabelecido pela resolução Conmetro nº
01/2016. O modelo de declaração de ciência ao acordo setorial para implantação do
Sistema de Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes, de Vapor de Sódio e
Mercúrio e de Luz Mista está disponível no site do SINIR.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 100

3. INDICADORES DE DESEMPENHO PARA OS SERVIÇOS DE LIMPEZA


URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS

A criação, adequação e a utilização de indicadores de desempenho compõem


elementos imprescindíveis para uma análise mais aprofundada e embasada e
avaliação da gestão dos resíduos sólidos e da limpeza urbana, sendo possível
considerar as especificidades e particularidades de cada região, avaliando-se os
dados existentes no município.

Os indicadores são instrumentos utilizados para medir, monitorar e avaliar a qualidade


e suficiência dos serviços prestados pela administração municipal ou por empresas
terceirizadas, auxiliando os gestores no momento de mensurar a eficiência na
prestação dos serviços, e sendo norteadores na definição de novas estratégias,
quando necessário, na busca por melhorias e adequações na prestação dos serviços,
alcance de metas e identificação de possíveis gargalos.

A metodologia utilizada neste estudo para escolha dos indicadores no âmbito do


respectivo setor, apresentados a seguir, tem como função prática analisar aspectos
quanto ao atendimento da população, operação, situação financeira e também social
dos serviços prestados; assim, podem ser utilizados como ferramentas de controle e
regulação dos serviços prestados. Tais indicadores foram construídos a partir de
indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), das
informações disponibilizadas pela Prefeitura Municipal e levantamentos de campo, e
são apresentados a seguir.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 101

Tabela 16 – Indicadores gerais – RSU

Indicadores gerais de desempenho


Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa Funcionários em relação à população
16 funcionários
IG1 nº funcionários manejo RSU 4 funcionários / 1.000 hab.
3.769 habitantes
população
Despesa manejo RSU em relação ao orçamento
geral da Municipalidade R$ 382.080,00
IG2 1,50% (2023)
despesa total com manejo RSU R$ 25.701.149,00
despesa orçamento geral
Despesa empresas terceirizadas manejo RSU
em relação à despesa total com manejo RSU R$ 359.280,00
IG3 94% (2023)
despesa total terceirizada R$ 382.080,00
despesa total manejo RSU
Autossustentabilidade manejo RSU
R$ 13.475,68
IG4 Arrecadação com os serviços prestados RSU 3,50%
R$ 382.080,00
despesa total manejo RSU
Despesa per capita (população) com manejo do
RSU R$ 382.080,00
IG5 R$ 101,37 / hab./ano
Despesa total manejo RSU 3.769 habitantes
população
Nº funcionários próprios em relação ao total de
funcionários manejo RSU 11 funcionários
IG6 68,8%
nº funcionários prefeitura 16 funcionários
nº total funcionários manejo RSU
Nº funcionários terceirizados em relação ao total
de funcionários manejo RSU 05 funcionários
IG7 31,25%
nº funcionários terceirizados 16 funcionários
nº total funcionários manejo RSU
Nº funcionários gerenciais/administrativos em
relação ao total de funcionários manejo RSU 01 funcionários
IG8 6,25%
nº pessoal administrativo / gerencial 16 funcionários
nº total funcionários manejo RSU

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 102

Tabela 17 – Indicadores Coleta – RSU

Indicadores de desempenho
Coleta – Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa cobertura coleta em relação à população
urbana 3.346 hab. urbanos
IC1 100%
população urbana 3.346 hab. urbanos atendidos
população urbana atendida
Taxa cobertura coleta em relação à população
rural 423 hab. rurais
IC2 50%
população rural 211 hab. rurais atendidos
população rural atendida

Taxa de terceirização do serviço de coleta


63 𝑡/𝑚ê𝑠
IC3 quantitativo coletado por empresa terceirizada 100%
63 𝑡/𝑚ê𝑠
quantitativo total coletado
Produtividade mão de obra da coleta (motorista +
coletores) em relação ao número coletado 63 𝑡/𝑚ê𝑠 21 t / funcionário /
IC4
quantitativo RSU coletado 3 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 mês
nº funcionários coleta
Taxa de funcionários da coleta (motorista +
coletores) em relação à população 3 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 0,80 funcionários /
IC5
nº funcionários envolvidos na coleta 3.769 ℎ𝑎𝑏. 1.000 hab
população
Funcionários da coleta em relação ao número de
funcionários total do setor 3 funcionários
IC6 19%
nº funcionários (motorista + coletores) 16 funcionários
quantitativo total de funcionários do setor
Quantitativo coletado per capita em relação à
população atendida pela coleta 2.100 𝑘𝑔
IC7 0,590 kg / hab./dia
quantitativo RSU coletado 3.557 ℎ𝑎𝑏. 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
população atendida

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.

Tabela 18 – Indicadores – potenciais recicláveis / rejeitos

Indicadores de desempenho
Materiais recicláveis / reaproveitáveis / rejeitos
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa de recicláveis em relação ao total de RSU coletado
0,61 𝑡/𝑑𝑖𝑎
IR1 quantitativo materiais recicláveis (gravimetria) 29%
2,10 𝑡/𝑑𝑖𝑎
quantitativo RSU coletado
Taxa de rejeito acumulado em relação ao total de RSU coletado
0,90 𝑡/𝑑𝑖𝑎
IR2 quantitativo de rejeito (gravimetria) 43%
quantitativo RSU coletado 2,10 𝑡/𝑑𝑖𝑎

Taxa de recuperação de materiais recicláveis e matéria orgânica,


em relação ao total de RSU coletado 1,21 𝑡/𝑑𝑖𝑎
IR3 57%
Quantitativo recicláveis + matéria orgânica (gravimetria) 2,10 𝑡/𝑑𝑖𝑎
quantitativo RSU coletado

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 103

Tabela 19 – Indicadores – RCC/ RV e RSS


Indicadores de desempenho
RCC / RV e RSS
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa de RCC coletada pela Prefeitura em relação à quantidade
total coletada Sem dados
IS1 -
total RCC coletado disponíveis
RCC coletado Prefeitura
RSS coletado per capita em relação à população
100 𝑘𝑔/𝑚ê𝑠 0,88 kg /1.000
IS2 total RSS coletado
3.769 ℎ𝑎𝑏. hab.dia
população
Taxa de RSS coletado em relação à quantidade total de RSU
coletado 100 𝑘𝑔/𝑚ê𝑠
IS3 0,16%
total RSS coletado 63.000 𝑘𝑔 /𝑚ê𝑠
total RSU coletado

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.

Tabela 20 – Indicadores – Limpeza pública


Indicadores de desempenho
Limpeza pública
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa de terceirização dos varredores 00
IL1 varredores terceirizados 0,0%
06
quantidade total varredores
Taxa de varredores em relação à população urbana 06 𝑣𝑎𝑟𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 1,80 varredores
IL2 nº varredores
3.346 ℎ𝑎𝑏. /1.000 hab.
população urbana
Varredores em relação ao total de funcionários no manejo de
RSU 06 𝑣𝑎𝑟𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
IL3 37,5%
nº varredores 16 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠
total funcionários do setor

Taxa de terceirização de capinadores


00
IL4 capinadores terceirizados 0,0%
03
quantidade total capinadores

Taxa de capinadores em relação à população urbana


03 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 0,89 capinadores
IL6 nº capinadores 3.346 ℎ𝑎𝑏. /1.000 hab.
população urbana
Capinadores em relação ao total de funcionários do setor
03 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
IL7 nº capinadores
18,75%
16 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠
total funcionários do setor

Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 104

Tabela 21 – Indicadores Finais de Desempenho – Santo Antônio do Aventureiro


Ref. Indicador Situação do Município Média Nacional
IF1 Destinação final dos RSU Aterro Sanitário -
Taxa de cobertura coleta de RSU em relação à
IF2 100 % 95,30 %
população urbana
Taxa de cobertura coleta de RSU em relação à
IF3 50 % SI
população rural
IF4 Quantidade RSU coletado / mês 63 t / mês SI
Porcentagem de domicílios atendidos com coleta O município não possui
IF5 SI
seletiva coleta seletiva
IF6 Per capita RSU 0,590 kg / hab./dia 0,99 kg / hab. dia
R$ 13.475,68
IF7 Receita arrecadada com Taxa de limpeza SI
(cobrado junto ao IPTU)
4,24 funcionários / 1.000 1,87 empregados
IF8 Taxa de funcionários em relação à população urbana
hab. / 1.000 hab.
R$ 14.006,19
Despesa média por funcionário alocado nos serviços do
IF9 - empregados /
manejo de RSU
mês
Despesa manejo RSU em relação ao orçamento geral
IF10 1,5% 2,70 %
da Municipalidade
Despesa empresas terceirizadas manejo RSU em
IF11 94% 7,82 %
relação à despesa total com manejo RSU
IF12 Autossustentabilidade financeira manejo RSU 3,5% SI
Despesa per capita com manejo de RSU em relação à R$ 137,73 hab.
IF13 R$ 101,37 / hab./ano
população urbana mês
Nº funcionários próprios em relação ao total de
IF14 68,8% ND
funcionários manejo RSU
Nº funcionários terceirizados em relação ao total de
IF15 31,2% ND
funcionários manejo RSU
Nº funcionários gerenciais/administrativos em relação ao
IF16 6,25% ND
total de funcionários manejo RSU
IF17 Taxa de terceirização do serviço de coleta RSU 100 % ND
Produtividade mão de obra coleta RSU (motorista +
IF18 21 t / funcionário / mês ND
coletores) em relação ao quantitativo coletado
Taxa de funcionários da coleta (motorista + coletores) 0,80 funcionários / 1.000
IF19 ND
em relação à população hab.
Funcionários da coleta em relação ao número de
IF20 19% ND
funcionários total do setor
Quantitativo coletado per capita em relação à população
IF21 0,590 kg / hab./dia ND
atendida pela coleta
Taxa de RCC coletada pela Prefeitura em relação à
IF22 - ND
quantidade total coletada
Taxa de RSS coletado em relação à quantidade total de
IF23 4,80% ND
RSU coletado
IF24 Frequência da coleta domiciliar 3 vezes / semana ND
IF25 Taxa de terceirização dos varredores 0,0% ND
IF26 Taxa de varredores em relação à população urbana 1,80 varredores /1.000 hab. ND
Varredores em relação ao total de funcionários no
IF27 37,5% ND
manejo de RSU
IF28 Frequência de varrição dos logradouros Diária ND
0,89 capinadores /1.000
IF29 Taxa de capinadores em relação à população urbana ND
hab.
Capinadores em relação ao total de funcionários do
IF30 18,75% ND
setor
IF31 População atendida por coleta de RSU seletiva 0% ND
IF32 Proporção de RSU seletivo coletado 0% ND
IF33 Custo da coleta por pessoa atendida R$ 90,74 / hab./ano ND
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 105

Ref. Indicador Situação do Município Média Nacional


IF34 Custos dos serviços do setor por pessoa R$ 101,37 / hab./ano ND
% extensão de ruas atendidas pelo serviço de varrição
IF35 - ND
manual
IF36 Cobertura de varrição - População atendida (%) 100% ND
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.

4. CÁLCULO DOS CUSTOS DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE


LIMPEZA URBANA E DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

De modo geral, é importante que a população tenha consciência de que é ela quem
remunera o sistema, através do pagamento de impostos, taxas ou tarifas, implicando,
ao Poder Público Municipal a execução de uma gestão integrada que inclua,
necessariamente, um programa de sensibilização dos cidadãos e que tenha uma
nítida predisposição política voltada às prioridades identificadas, nesse caso, junto ao
sistema de resíduos sólidos e limpeza urbana.

Em termos de remuneração dos serviços, o sistema de limpeza urbana pode ser


dividido basicamente em coleta de lixo domiciliar, limpeza pública e disposição final.
Pela coleta de lixo domiciliar, cabe à Prefeitura cobrar da população uma taxa
específica, denominada taxa de coleta de lixo. Alguns serviços específicos, passíveis
de serem medidos, cujos usuários sejam também perfeitamente identificados, podem
ser objeto de fixação de preço e, portanto, serem remunerados exclusivamente por
tarifas específicas.

Não invariavelmente, a receita com a arrecadação da taxa, que quase sempre está
associada a uma pequena cobrança junto ao Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), representa apenas um percentual dos custos reais dos serviços, inferior ao
mínimo necessário para gerir o sistema, daí a necessidade de recursos
complementares por parte do Poder Público.

4.1. Receita

A realidade identificada em Santo Antônio do Aventureiro corrobora a afirmativa


acima, visto que a atual arrecadação municipal para o setor é feita através de uma
taxa de coleta, vinculada à cobrança do IPTU, sendo de 0,40% por metro linear sobre
o valor do tributo. De acordo com dados da Prefeitura Municipal, a arrecadação total
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 106

do município com a cobrança pelos serviços de limpeza e conservação das vias


públicas e coleta dos resíduos junto ao IPTU, em valores diretos, para o ano de 2023,
foi de R$ 13.475,68 (treze mil, quatrocentos e setenta e cinco reais e centavos).
Segundo informado, tal valor não é maior devido à inadimplência referente ao
pagamento do imposto, que chegou a 30% no mesmo ano de referência.

Considerando que, no respectivo ano, o município arrecadou um montante de R$ R$


3.368.916,02 (três milhões, trezentos e sessenta e oito mil, novecentos e dezesseis
reais e centavos) com o imposto, tem-se que o valor cobrado, através de taxa,
referente ao manejo dos resíduos e limpeza urbana representou um percentual real
de 0,4% sobre o total arrecadado no município.

Outra fonte de recurso para o setor trata-se do Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico, critério Meio Ambiente – subcritério
Saneamento, repassado ao município por meio da “Lei Robin Hood”, em função da
pontuação pela disposição final de RSU ambientalmente adequada, em aterro
sanitário. Em 2023, Santo Antônio do Aventureiro recebeu um total de R$ 95.542,33
(noventa e cinco mil, quinhentos e quarenta e dois reais e centavos) advindo do ICMS
Ecológico.

Considerando as duas fontes de receitas identificadas no município, traduz-se que o


montante arrecado pelo setor de resíduos sólidos e limpeza urbana em Santo Antônio
do Aventureiro, para o ano de 2023, foi de R$ 109.018,014 (cento e nove mil, dezoito
reais e centavos).

4.2. Despesa

De acordo com o Orçamento Geral do Município, previsto na Lei Orçamentária Anual


(LOA), a despesa para o exercício financeiro de Santo Antônio do Aventureiro em
2024 foi fixada em R$ 25.701.149,00 (vinte e cinco milhões, setecentos e um mil e
cento e quarenta e nove reais).

Desse montante, conforme tabela apresentada a seguir (Tabela 22), em que constam
os valores discriminados para as atividades relacionadas ao manejo dos resíduos
sólidos e limpeza urbana do município, fornecidos pela Municipalidade, as despesas
decorrentes do ano de 2023 junto ao respectivo setor, perfazem o valor de R$ R$
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 107

382.080,00 (trezentos e oitenta e dois mil e oitenta reais), o que representa, em


valores aproximados, 1,5% do orçamento geral do município para o ano de 2024.

Tabela 22 – Despesas – Resíduos sólidos e limpeza urbana


Despesas
Atividade Referência Valor
Caminhões (manutenção/combustível)
Pessoal – Coletores
Coleta RSU 342.000,00
Pessoal - Motoristas
Material / outras despesas
Caminhões (manutenção/combustível) 4.500,00
Pessoal (varrição) 9.500,00
Limpeza Pública
Pessoal (roçada/poda/coleta) 8.800,00
Material / outras despesas -
Resíduos Saúde Despesas gerais 17.280,00
Administrativo / Gerencial Despesas gerais -
TOTAL 382.080,00
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2023.

Conforme análise dos contratos de prestação de serviços relacionados ao manejo dos


resíduos sólidos, incluindo-se ainda os resíduos dos serviços de saúde (RSS), o custo
total com a contratação de empresa terceirizada para os serviços relacionados abaixo
(Tabela 23) é atualmente no valor de R$ 359.280,00 (trezentos e cinquenta e nove
mil, duzentos e oitenta reais) representando 94% da despesa total aproximada do
respectivo ano. Cabe ressaltar, contudo, que alguns valores não foram informados
pela prefeitura, e, assim, o custo interno direto com pessoal/administrativo/outras
despesas acaba por se apresentar, de certa forma, subestimado nesse estudo.

Tabela 23 – Despesas – Contratação de serviços – resíduos


Descrição do Nº Vigência Valor Total
Contratada Aditivo
serviço Contrato Início Fim (R$)
Compromisso
Coleta,
Ambienta – Indústria
transporte e
007/2021 e Comércio de 01/02/2021 01/02/2022 2 342.000,00
disposição final -
Material Reciclável
RSU
Ltda
Coleta,
transporte,
Ecolife Soluções
tratamento e 065/2023 14/07/2023 14/07/2024 - 17.280,00
Ambientais Ltda
destinação final -
RSS
TOTAL 359.280,00
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2023.

Convêm destacar que, apesar de ter sido aqui considerada, a despesa com o manejo
dos RSS (R$ 17.280,00) pode não estar prevista junto ao setor de resíduos sólidos e
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 108

limpeza urbana e sim junto à pasta da saúde. Todavia, tal valor representa um
pequeno custo ante o montante e não compromete em tese a análise apresentada,
além de ser útil para se compreender o valor geral dos custos advindos do manejo
dos resíduos do município como um todo.

4.3. Balanço Financeiro

Ante o exposto, fazendo um breve comparativo entre o valor arrecadado junto ao


setor, de R$ 109.018,014 (2023) e a despesa na ordem de R$ 382.080,00 (2023),
tem-se que, aproximadamente, apenas 28,50% dos custos com o manejo dos
resíduos sólidos e limpeza urbana em Santo Antônio do Aventureiro advêm de receita
própria (ICMS Ecológico/Taxa IPTU), sendo necessário um investimento considerável
dos cofres públicos para subsidiar as atividades envolvidas.

Assim, conclui-se que o setor apresentou um déficit financeiro de - R$ 273.061,986,


no último ano. Dessa forma, é válido destacar que o valor total arrecadado se mostra
bastante aquém do necessário para gerir o sistema de forma autossustentável.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 109

5. PRINCIPAIS LACUNAS IDENTIFICADAS EM RELAÇÃO AO MANEJO DOS


RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA

Conforme levantamento de campo e análise dos dados primários e secundários


disponíveis com relação ao setor, foram identificadas e são apresentadas a seguir as
principais lacunas a serem trabalhadas junto à realidade do município na busca de se
garantir um serviço e atendimento universalizado, considerando o contexto municipal
como um todo.

Cabe destacar que as questões aqui apontadas, assim como a percepção da


população, servirão de base para a construção de programas, projetos e ações, a
serem apresentados na etapa de Prognóstico – Produto 5 deste PMGIRS.

Tabela 24 – Principais lacunas – sistema de manejo dos resíduos sólidos e limpeza


urbana
Lacuna Descrição

Ausência de
monitoramento/controle de No município não é realizado nenhum tipo de monitoramento em
quantitativo dos resíduos sólidos relação à geração dos resíduos em geral, com exceção para os RSU
gerados no município (exceto RSU e RSS, visto que ambos possuem controle de pesagem.
e RSS)

É importante um acompanhamento mais de perto, para orientação e


Falta de exigência/fiscalização fiscalização dos estabelecimentos no município, sobretudo dos
quanto ao PGRS dos resíduos perigosos e contaminantes, como dos serviços de saúde,
estabelecimentos em geral óleo e seus resíduos, e os resíduos sujeitos à logística reversa em
geral.

Nas localidades rurais não há a oferta desse serviço, e a população se


torna responsável por dar destinação aos resíduos gerados em suas
Ausência / insuficiência dos
residências, comumente isso ocorre de forma individual, sendo
serviços de coleta na área rural
recorrente as alternativas de queima dos resíduos, aterramento,
disposição irregular em terrenos baldios, entradas vicinais e outros.

No município não há programa de coleta seletiva devidamente


Ausência de programa de coleta implementado pelo poder público municipal. E inexiste
seletiva organizações/cooperativas ou associações cadastradas para coleta
de materiais recicláveis.

Não há cooperativas nem incentivo à atividade dos catadores, ou


Cooperativas / catadores
cadastro desses junto à prefeitura.

Queima do lixo Na área rural, é comum a queima e/ou enterramento do lixo.

Insuficiência financeira do setor de


Não há uma cobrança efetiva pelos serviços prestados. Somente um
resíduos sólidos e limpeza urbana
pequeno valor cobrado junto ao IPTU do município.
junto à prefeitura

Disposição final irregular de


Os RCC coletados são encaminhados para bota-fora irregular.
Resíduos da Construção Civil

A prefeitura não dispõe de Plano Municipal de Gerenciamento de


Falta de PGRS de RCC RCC/RV e também não é exigido junto aos geradores desse tipo de
resíduo.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 110

Lacuna Descrição

Ausência de definição que possa subsidiar a identificação de


pequenos e grandes geradores (indústrias, fábricas e grandes
Falta de controle e cobrança pelo comércios) de modo que estes tenham seus resíduos coletados por
manejo dos resíduos comerciais terceiros custeados pelos próprios, ou que seja implementada uma
cobrança diferenciada desses estabelecimentos para recolhimento
pela Prefeitura Municipal.

Fornecimento limitado ou ausência de fornecimento dos equipamentos


Falta de EPIs de proteção individual (EPI) para os trabalhadores envolvidos na
coleta/limpeza pública por parte da Prefeitura Municipal.

Ausência de roteiro/planejamento É importante que haja um cronograma estabelecido para execução


para realização dos serviços de dos serviços de varrição, assim como uma rota pré-estabelecida,
varrição visando maior eficiência dos serviços.

Ausência de roteiro dos serviços Não há cronograma formalizado sobre as rotas de coleta de RSU
de coleta realizadas, ficando a cargo do motorista da operação da coleta a rota.

Inexistência de gerenciamento de Há pouco ou nenhum gerenciamento/ controle da logística reversa no


resíduos com logística reversa município.
Falta de ação/programa ou
Ausência de ação da Prefeitura relacionada ao manejo dos resíduos
incentivo para reaproveitamento
de óleos comestíveis.
do óleo comestível

Ausência de campanhas de A educação ambiental ainda não foi devidamente implementada no


educação ambiental município.

Fonte: Seletiva, 2024.


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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 111

6. IDENTIFICAÇÃO DE SOLUÇÕES CONSORCIADAS

A Lei Federal n.º 12.305, de agosto de 2010, estabelece como um de seus


instrumentos o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação
entre os entes federados, visando o aumento do aproveitamento e a redução dos
custos envolvidos na gestão de resíduos sólidos, e ainda, que os planos municipais
de gestão de resíduos sólidos devem prever a identificação das possibilidades de
implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios,
considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais
estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais (BRASIL, 2010b).

De acordo com a PNRS, os consórcios públicos constituídos com o objetivo de


viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam
resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo
Federal. O tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos são algumas das
dificuldades encontradas hoje pelos municípios para adequação à legislação, uma vez
que muitos ainda destinam seus resíduos domésticos para lixões ou aterros
controlados devido a dificuldades financeiras, gerenciais, técnicas, logísticas,
tecnológicas e ambientais. Nesse sentido, a formação de um consórcio intermunicipal
pode ser uma solução adotada para essa questão.

Com relação aos Convênios e Consórcios, destaca-se que Santo Antônio do


Aventureiro integra o Cisdeste. O consórcio é 100% público, tripartite, que reúne 147
municípios das regiões sudeste e leste do sul do Estado de Minas Gerais em prol do
atendimento regionalizado de Urgência e Emergência. Com o consórcio, viabiliza-se
a locomoção do paciente ao hospital de referência mais próximo.

A sede está localizada em Juiz de Fora/MG, onde estão distribuídas oito unidades
móveis de atendimento, sendo 6 USB (Unidade de Suporte Básico) e 2 USA (Unidade
de Suporte Avançado). Na região que integra o Consórcio, há, ainda, outras 54
ambulâncias.

Em Santo Antônio do Aventureiro, a Secretaria Municipal de Saúde desenvolve ações


voltadas à conscientização ambiental e mutirões de limpeza, conforme apresentado
no item de Educação Ambiental, em parceria com o Cisdeste.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 112

7. COLETA SELETIVA, RECICLAGEM, LOGÍSTICA REVERSA E INCLUSÃO


SOCIAL – ASSOCIAÇÃO DE CATADORES E PARTICIPAÇÃO DO PODER
PÚBLICO

A coleta seletiva de materiais recicláveis consiste em uma das etapas do


gerenciamento dos resíduos sólidos e é definida como a coleta desses resíduos
previamente segregados conforme sua constituição ou composição. Abrange o
serviço de coleta seletiva os materiais recicláveis como papéis, plásticos, vidros,
metais, embalagens longa vida, isopor, entre outros. Essa iniciativa promove a
economia dos recursos naturais e de insumos, o reuso, a ampliação do mercado da
reciclagem, a educação para um consumo mais consciente e a inclusão
socioprodutiva de catadores de materiais recicláveis. Já a reciclagem consiste num
conjunto de operações interligadas, realizadas por diferentes agentes econômicos,
tendo por finalidade reintroduzir os materiais presentes nos resíduos gerados pelas
atividades humanas nos processos produtivos (Toneto Jr. et al, 2014).

Há algumas espatas em um sistema municipal de coleta seletiva formal, envolvendo


as atividades principais:

• coleta domiciliar porta a porta ou em pontos específicos para recolhimento de


diversos tipos de materiais recicláveis gerados pela população e separados na
fonte;
• triagem e beneficiamento dos materiais recicláveis;
• comercialização para a indústria de reciclagem.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Política Estadual de Resíduos Sólidos


preveem que o serviço de coleta seletiva poderá ser prestado por organizações de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
baixa renda (Lei n° 12.305/2010, art. 36, inciso VI, §1°). Essas organizações, podem
inclusive, e nos termos da mesma Lei, atuar como prestadores de serviços em outras
atividades relativas à gestão integrada de resíduos sólidos, conforme contratação pelo
município.

Assim, um dos principais instrumentos a serem levados em conta para o


fortalecimento da reciclagem é a instalação, nos municípios, de programas de coleta
seletiva, envolvendo as etapas de coleta, transporte, tratamento e triagem do lixo
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 113

gerado. Tais programas, além de possibilitarem uma maior eficiência para a


reciclagem de materiais diversos, também reduzem os impactos ambientais causados
pela disposição inadequada de resíduos sólidos, uma vez que permitem a redução do
volume a ser descartado e seu redirecionamento para uma destinação mais adequada
(Ipea, 2013).

Figura 29 – Etapas do ciclo dos resíduos


Fonte: IsoVirtual, 2024.

Cabe ressaltar que, com relação ao sistema de coleta seletiva, os consumidores têm
por obrigação acondicionarem adequadamente e de forma diferenciada os resíduos
sólidos gerados, conforme estabelecido em plano municipal de gestão integrada (Lei
n° 12.305/2010, art. 35). Por essa razão, entende-se que a população tem um papel
importante no desempenho dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, à
medida em que participa dispondo seus resíduos domiciliares adequadamente, nos
pontos e dias pré-estabelecidos pela Municipalidade.

Os programas de coleta seletiva dependem consideravelmente da separação prévia


dos resíduos na fonte geradora, o que diminui os níveis de rejeitos no material
coletado seletivamente, aumentando, assim, o valor dos materiais recuperados e
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 114

reduzindo os custos desta modalidade de coleta (Ipea, 2011). Neste contexto, as


ações de educação ambiental são fundamentais para a conscientização da população
(Ipea, 2013).

Muitas organizações de catadores que atuam na coleta seletiva em parceria com as


prefeituras já desenvolvem atividades de reciclagem com materiais oriundos dessa
atividade. A implantação da coleta seletiva enquadra o município na Política Nacional
de Resíduos Sólidos e possibilita um município mais sustentável, criando melhores
condições de trabalho para os cooperados/associados.

Contemplando a atuação dos catadores, um decreto recente, Decreto Federal nº


11.414/2023, instituiu o Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadores para a
Reciclagem Popular e o Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica dos
Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis. Assim sendo, são objetivos do
Programa o fortalecimento de suas associações, cooperativas e outras formas de
organização popular, a melhoria das condições de trabalho e o fomento ao
financiamento público, bem como a inclusão socioeconômica, entre outros (apud
CONECTAVERDE, 2023).

Em Santo Antônio do Aventureiro ainda não há cooperativa ou associação de


catadores e nem uma previsão de projeto para implantação. A Municipalidade também
não implementou sua coleta seletiva, e nesse sentido, é importante serem analisadas
as possibilidades para suprir tal demanda, na busca por se adequar à legislação
vigente.

O número de catadores em atividade no município não é expressivo. São


aproximadamente de 4 catadores, que passam com certa frequência recolhendo
recicláveis e ferro velho, para posterior venda entre outros compradores. Os
moradores e alguns estabelecimentos costumam guardar o ferro
velho/eletrônicos/eletrodomésticos inutilizados para repassar aos citados catadores.

Diversos municípios têm procurado dar ainda um cunho social aos seus programas
de reciclagem, formando cooperativas de catadores que atuam na separação de
materiais recicláveis existentes no lixo. Ademais, é necessário que a Municipalidade,
em Santo Antônio do Aventureiro, implemente a coleta seletiva propriamente dita e
incentive iniciativas para criação de uma associação de catadores, podendo
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 115

inicialmente ser feito um cadastro na prefeitura dos catadores e ações de incentivo à


atividade, como programa de coleta seletiva junto às escolas.

As principais vantagens da utilização de cooperativas de catadores são:

• Geração de emprego e renda;


• Resgate da cidadania dos catadores, em sua maioria moradores de rua ou em
situação de vulnerabilidade;
• Redução das despesas com os programas de reciclagem;
• Organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando problemas na coleta
de lixo e o armazenamento de materiais em logradouros públicos;
• Redução de despesas com a coleta, transferência e disposição final dos
resíduos separados pelos catadores que, portanto, não serão coletados,
transportados e dispostos em aterro pelo sistema de limpeza urbana da cidade.

7.1. Logística Reversa e Gestão Compartilhada

Conforme a Lei nº 12.305/2010, os fabricantes, importadores, comerciantes e


distribuidores desses produtos devem viabilizar a implantação da logística reversa.
Visando atender a essa obrigação, devem, portanto, implantar procedimentos de
compra dos produtos ou embalagens usados; disponibilizar postos de entrega de
resíduos reutilizáveis e recicláveis; e, ainda, atuar em parceria com organizações de
catadores de materiais recicláveis, no caso de produtos comercializados em
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens.

No âmbito da logística reversa, cabe aos consumidores efetuarem a devolução após


o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e embalagens sujeitos a este
sistema. Os comerciantes e distribuidores, por sua vez, devem efetuar a devolução
dos resíduos aos fabricantes ou aos importadores, cabendo a estes a
responsabilidade de dar destinação ambientalmente adequada aos produtos e
embalagens reunidos ou desenvolvidos pelo sistema de logística reversa,
encaminhando o rejeito para disposição final ambientalmente adequada. A figura a
seguir ilustra o ciclo da logística reversa e ainda as possibilidades de
reaproveitamento/reciclagem do resíduo.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 116

Figura 30 – Ciclo da logística reversa e reciclagem


Fonte: Thray Gestão, 2024.

Como já abordado no item de operacionalização dos sistemas de logística reversa,


esses podem ser implementados a partir de três modalidades distintas:

• Acordos Setoriais;
• Regulamentos editados pelo Poder Público;
• Termos de Compromisso.

Recentemente, no âmbito da logística reversa e reciclagem, foi promulgado o Decreto


nº 11.413, de 13 de fevereiro de 2023, que revoga o Decreto nº 11.044, de 13 de abril
de 2022 (que instituía o Certificado de Crédito de Reciclagem – Recicla), e institui o
Certificado de Crédito de Reciclagem de Logística Reversa (CCRLR), o Certificado de
Estruturação e Reciclagem de Embalagens em Geral (CERE), e o Certificado de
Crédito de Massa Futura, no âmbito dos sistemas de logística reversa de que trata o
art. 33 da Lei nº 12.305/2010.

O recém-criado decreto prevê que os fabricantes, importadores, distribuidores e


comerciantes de produtos ou embalagens sujeitos à logística reversa que investirem
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 117

em projetos estruturantes de recuperação de materiais recicláveis poderão solicitar à


entidade gestora a emissão do CERE, atendendo aos seguintes requisitos: ter mais
de cinquenta por cento da sua meta de recuperação de embalagens em geral
cumprida por meio de parceria, com prazo mínimo de doze meses de duração, com
catadores individuais; cooperativas e associações de catadores de materiais
recicláveis; ou entidades cuja origem dos resíduos seja comprovadamente de
catadores de materiais recicláveis.

O segundo, Decreto nº 11.414, também de 13 de fevereiro de 2023, institui o


Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadores para a Reciclagem Popular e o Comitê
Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadores de Materiais Reutilizáveis
e Recicláveis.

Dessa forma, foram instituídos novos mecanismos que buscam ampliar as soluções
integradas de implementação e operacionalização dos sistemas de logística reversa,
contemplando, entre outros: os pontos de entrega de recicláveis, as unidades de
triagem manual ou mecanizada, as unidades de reciclagem, a comercialização de
produtos ou de embalagens descartadas.
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8. COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL E AVALIAÇÃO DA


CAPACIDADE DE APOIAR PROJETOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL

No processo de comunicação, a compreensão dos valores, modos de manifestação


social e espacial, assim como das especificidades de cada local, deve ser considerada
como variável essencial na estratégia comunicativa e, por conseguinte, para a
construção de Planos estrategicamente mobilizadores (HENRIQUES et al, 2007).

A educação ambiental se apresenta como o instrumento mais eficiente e acessível de


conscientização, aplicada, no caso das crianças, desde os primeiros anos escolares,
e para a população geral, por meio de ações de trabalhos de divulgação, programas
de coleta seletiva, seminários sobre o tema, etc.

A título de contextualização, com relação à educação, tem-se algumas possibilidades


e especificidades. A educação formal pode ser entendida como aquela organizada,
que acontece em local específico, sistematizado, com análise de conteúdo, regulada
por leis e normas da instituição de ensino. A educação não formal é aquela na qual o
processo de aprendizagem parte da cultura dos indivíduos e dos grupos, envolvendo
engajamento político, as experiências que se adquire ao longo da vida, o trabalho e a
identificação de potencialidades, compreensão sociopolítica da sociedade e suas
organizações, podendo acontecer em diferentes proporções. Já a educação informal
é aquela que se adquire nas relações sociais, no processo de socialização, por
exemplo, dentro da família, com amigos, clubes, igreja, comunidade e até os meios
de comunicação em massa (GOHN, 2006 apud LIMA et al, 2019.). Essas estruturas
são fundamentais para a construção de uma população sensível ambientalmente e
que seja capaz de difundir as informações a respeito do plano municipal de
saneamento básico.

Em relação à educação formal, o Município de Santo Antônio do Aventureiro conta


com escolas municipais tanto em área urbana como rural. Nos ambientes de ensino,
no âmbito da elaboração e especialmente na execução do Plano, podem ser
trabalhadas atividades pedagógicas com os alunos, responsáveis e funcionários,
buscando demonstrar a importância do planejamento na gestão dos resíduos sólidos
e do saneamento básico, bem como a necessidade de participação e envolvimento
da população na execução do planejamento.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 119

Com relação à educação informal, podem ser utilizados espaços de participação


social, como reuniões dos conselhos municipais existentes, das associações
comunitárias, Sindicatos Rurais, bem como ser aproveitada a estrutura do Grupo de
Acompanhamento do PMGIRS, os quais podem ser utilizados como meios de
educação e diálogo, vivências dos participantes, trabalhos cotidianos, relações
familiares e comunitárias, entre outras.

Para tanto, será necessária a utilização de meios de educação informal para


capacitação destes, a exemplo de oficinas, rodas de conversa, intercâmbios,
atividades pedagógicas direcionadas aos membros das instituições, entre outros.

No Brasil, destaca-se também o Programa de Educação Ambiental e Mobilização


Social em Saneamento (PEAMSS), que propõe a implementação de projetos de
educação ambiental, a criação de instâncias de participação popular e, com esta
iniciativa, reafirma a importância do controle social na gestão dos serviços públicos,
como estratégia de comprometimento da sociedade no processo de transformação de
sua realidade, na busca pela universalização do acesso aos serviços do saneamento.

Dentro do PEAMSS foram lançadas publicações visando subsidiar o trabalho de


educadores ambientais e responsáveis pelo desenvolvimento de projetos
socioambientais nos empreendimentos de saneamento apoiados com recursos
federais e de fundos públicos. Tais materiais podem servir de apoio ao Município de
Santo Antônio do Aventureiro na construção de programas de educação ambiental
voltados para os resíduos sólidos e o saneamento de modo geral.

Cabe ressaltar ainda que podem ser utilizados os projetos já desenvolvidos no


município como um meio de apoiar projetos e ações que serão previstos PMGIRS, a
exemplo dos projetos relacionados ao meio ambiente, como o plantio de mudas nas
escolas no dia da árvore, que pode ser desenvolvido pela Secretaria Municipal de
Educação, gincanas voltadas à coleta seletiva, entre outras ações.

Segundo informado pelo município, algumas ações de educação ambiental e


conscientização da população são desenvolvidas no município sobretudo pela
Secretaria de Saúde e Vigilância Sanitária, com algumas ações periódicas ao longo
do ano junto às escolas, e em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e com a
Secretaria de Obras, o Programa Bota Fora, do Ministério da Saúde, que, juntamente
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 120

com a Secretaria de Estado da Saúde, através do Consórcio Intermunicipal de Saúde


da Região Sudeste-Juiz de Fora/MG (Cisdeste), do qual o município faz parte, realiza
mutirões de limpeza em pontos estratégicos do município, em dias específicos
chamados pelo Programa de Dia D. São distribuídos panfletos divulgando a ação e
orientando os moradores a limparem seu quintal e colocarem o lixo para fora, para
recolhimento pela equipe, que envolve funcionários das 3 secretarias municipais
citadas acima. A atividade ainda prevê poda de árvore e roçada de lotes baldios.

As atividades, ocorridas no presente ano, tem por objetivo a conscientização


ambiental e o combate à dengue, que tem apresentado muitos casos na região.
Inicialmente, as localidades do município já previstas para realização da ação são:
Morro do Colégio, Morro do Sapê e Distrito São Domingos. Abaixo são apresentados
alguns registros dos trabalhos.

Figura 31 – Programa Bota Fora – equipe envolvida em atividade


Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 121

Figura 32 – Programa Bota Fora – equipe envolvida em atividade (continuação)


Fonte: Seletiva, 2024.

8.1. Mudanças Climáticas

Dentro da temática de educação ambiental, um assunto recorrente é quanto ao clima


e poluição do ar. Assim, a educação ambiental se apresenta como o instrumento mais
eficiente e acessível de conscientização, aplicada, no caso das crianças, desde os
primeiros anos escolares, e para a população geral, por meio de ações de trabalhos
de divulgação, programas de coleta seletiva, seminários sobre o tema, etc.

Tal iniciativa tem em sua aplicação efetiva uma resposta positiva na busca pela
adoção de novos conceitos e comportamentos no que diz respeito, por exemplo, ao
consumo, ainda hoje por vezes impensado e excessivo, e ao descarte, comumente
feito de maneira inadequada, por falta de orientação ou mesmo compreensão da
população ante o tema.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 122

Relaciona-se a mudança climática a ações e atividades poluidoras do ar e do


ambiente, e, também nesse aspecto, o combate ao descarte inadequado e à queima
dos resíduos tem um papel importante, visando gerar cada vez menos acúmulo de
lixo, diminuindo consequentemente a degradação/poluição do meio. Os locais de
armazenamento e de disposição final dos resíduos sólidos tornam-se ambientes
propícios para a proliferação de vetores e de outros agentes transmissores de
doenças. Pode haver também a emissão de partículas e outros poluentes
atmosféricos diretamente, pela queima de lixo ao ar livre ou pela incineração de
rejeitos sem o uso de equipamentos de controle adequados. De modo geral, os
impactos dessa degradação estendem-se para além das áreas de disposição final dos
resíduos, afetando toda a população.

Além desses impactos mais imediatos ao ambiente, a decomposição anaeróbica da


matéria orgânica presente nos resíduos gera grandes quantidades de GEE,
principalmente o metano (CH4), altamente inflamável em alta concentração, e
segundo gás em importância dentre os considerados responsáveis pelo aquecimento
global. O potencial de emissão de metano diminui com a melhora das condições de
controle dos aterros e da profundidade dos lixões (GOUVEIA, 2012).

Em Santo Antônio do Aventureiro ainda não há legislação específica sobre o tema das
mudanças climáticas e nem de política de educação ambiental.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 123

9. PASSIVOS AMBIENTAIS, ÁREAS DEGRADADAS / CONTAMINADAS E


RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Em se tratando inicialmente de riscos geológico-geotécnico, o mapeamento de


susceptibilidade de risco geológico realizado para o Município Santo Antônio do
Aventureiro visa indicar a possível ocorrência de riscos advindos dos movimentos de
massa. Para Cerri e Amaral (1998), os movimentos de massa podem ser considerados
riscos geológicos exógenos, que fazem parte da subcategoria dos riscos naturais
físicos. O risco geológico pode ser definido como situação de perigo, perda ou dano
social, em razão da possibilidade de ocorrência de processo geológico, induzido ou
não. Trata-se da probabilidade de um evento provocar perdas ou danos na área que
é potencialmente afetada pelo processo geodinâmico. Segundo Schenkel (2014),
risco é a probabilidade de consequências prejudiciais ou perdas (econômicas, sociais
ou ambientais) resultantes da interação entre perigos naturais e os sistemas humanos.

Os movimentos de massa são processos de dinâmica superficial em que rochas e


materiais não consolidados são movimentados encosta abaixo, em reposta à força
gravitacional (CHRISTOFOLETTI, 1980). Corresponde a qualquer forma de
desprendimento e transporte de manto, de solo e rocha pela ação da gravidade,
incluindo rastejamento, deslizamento, queda de rochas, avalanches e queda de
barreiras. Além da dinâmica natural relacionada ao desenvolvimento das encostas em
ambientes tropicais, que apresentam como seu principal resultado de denudação,
qualquer intervenção antrópica, inclusive ocupações em áreas de risco geológico,
pode afetar o relevo, provocando processos de movimentação de massa, segundo
Guerra (2011). O crescimento da ocupação urbana indiscriminada em áreas
desfavoráveis, sem o adequado planejamento para o uso e ocupação do solo e sem
adoção de técnicas adequadas de estabilização de terrenos, está disseminando a
ocorrência de acidentes associados a estes processos, os quais, muitas das vezes,
atingem dimensões de desastres.

No entanto, conforme informações obtidas in loco não houve de fato eventos críticos
correlacionados aos movimentos de massa no território municipal. Segundo informado
pela prefeitura, também não há ocorrências críticas no município em função de chuvas
fortes ou outras questões relacionadas.
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Figura 33 – Mapeamento risco geológico-geotécnico


Fonte: Seletiva, 2024.
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9.1. Passivos Ambientais e Áreas Contaminadas

Segundo informado pela Municipalidade, já houve dois aterros controlados “lixões” no


território municipal, sendo uma área desativada em 2014, que já se encontra
visualmente regenerada, e outra área utilizada entre 2018 e 2020, desativada desde
então e que atualmente precisa ser recuperada, visto o município já ter sido inclusive
notificado por essa questão, se encontrando atualmente sub judice.

É necessário a compreensão de que, recorrentemente, áreas ocupadas por aterros


controlados e lixões são desativadas sem critérios técnicos, limitando-se ao
encerramento da disposição de resíduos no local, fechamento e abandono da área.
No entanto, a geração de gases, chorume e odores continuam, enquanto houver
atividade biológica no interior do maciço de resíduos, podendo causar poluição do ar
e das águas, problemas de instabilidade no terreno e degradação do solo. Dito isso,
o município deve buscar técnicas que minimizem os impactos ambientais, caso
necessário, adotando técnicas utilizadas para desativação, adequação e recuperação
de áreas degradadas pela disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros
controlados (FEAM, 2010).

O município não possui mais áreas de disposição final inadequada de RSU, sendo
atualmente a disposição final do RSU coletado no município devidamente realizada
em aterro sanitário particular licenciado, no Município de Além Paraíba/MG, a
aproximadamente 16 km de distância da Sede de Santo Antônio do Aventureiro.

Destaca-se, contudo, que, em relação à destinação de RCC no município, essa ainda


é realizada em área, de propriedade da prefeitura, na área urbana do território, sem
licença para tal uso. A área é uma espécie de transbordo, sendo recolhido o entulho
periodicamente (a cada 15 dias em média) para utilização em estradas vicinais, por
exemplo. De toda forma, acaba por se apresentar como irregularidade para o
Município, sendo necessário buscar alternativas para solucionar tal questão e
suspender o uso da área, que futuramente, após desativada para esse fim, será
caracterizada também como um passivo ambiental, sendo necessária,
posteriormente, sua recuperação.
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Figura 34 – Localização dos antigos aterros controlados (“lixões”) – Santo Antônio do


Aventureiro
Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 127

Convém mencionar ainda que o serviço de coleta de RSU atende apenas a duas
localidades rurais, ficando o restante das comunidades descobertas pelo serviço, o
que inevitavelmente contribui para a queima e mesmo enterramento do lixo, podendo
comprometer o solo, causando seu empobrecimento e ainda um risco de
contaminação do lençol freático.

Nesse sentido, medidas de educação ambiental e ainda orientações por parte de


órgãos mais atuantes na área rural, como a Emater, são importantes ações no sentido
de mitigar ou, de preferência, reverter por completo tal cenário, que depende ainda de
um trabalho em conjunto, visto que a ausência da coleta nessas localidades também
precisa ser revista, para solucionar a questão de acúmulo do lixo pela falta de coleta.
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10. AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA, AVALIAÇÃO E REDUÇÃO


DE RISCOS DE DESASTRES NATURAIS E ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS

Conforme previsto na Lei Federal nº 11.445/2007, são estabelecidas ações de


emergências e contingências para todos os setores do saneamento. Tais ações tem
um papel fundamental ao devido controle e mitigação dos impactos causados em
situações de risco e atípicas, que comprometam a segurança pública e a normalidade
na prestação dos serviços básicos e, mais especificamente, nesta abordagem, o
manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana.

Os serviços relacionados a esse sistema são indispensáveis para a garantia de


salubridade e bem estar da população, e podem ser comprometidos ante a fenômenos
naturais, como chuvas intensas, podendo provocar enchentes, deslizamentos de
terra, entre outros, e demais fatores, como aumento temporário de demanda,
acidentes químicos e biológicos, interrupções no atendimento, sabotagens, entre
outros. Assim, as ações para emergências e contingências contemplam medidas e
procedimentos a serem adotados, previstos e programados para controle ou
eliminação de uma ocorrência atípica, de eminente risco à população, aos bens
materiais e ao meio ambiente.

As medidas de contingência são voltadas ao contingenciamento, ou seja, na


prevenção. E, por sua vez, as medidas de emergência visam programar as ações em
face à ocorrência de um acidente de risco ou incidente grave. Assim, ambas serão
abordadas a seguir.

10.1. Ações para Contingência

As possíveis situações críticas, que exigem ações para contingências, podem ser
minimizadas através de um conjunto de procedimentos preventivos de operação e
manutenção. As ações para contingência relacionadas aos serviços de limpeza
urbana são direcionadas a ocorrências como: paralisação do serviço de coleta;
vazamento e contaminação do solo por chorume; fechamento do aterro; interrupção
do serviço de limpeza pública, entre outros. A Tabela 25, abaixo, relaciona tais ações.
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Tabela 25 – Ações para contingência – Resíduos sólidos e limpeza urbana

Origem possível Ações para emergência


Ocorrência: Paralisação dos serviços de coleta de resíduos domiciliares e de coleta seletiva
• Acompanhar as reinvindicações dos funcionários para evitar a
Greve dos funcionários da ocorrência de greves;
prefeitura/ desarticulação das • Monitorar questões administrativas relacionadas aos trâmites
associações de catadores/ou legais e contratuais dos serviços;
algum outro fato
administrativo (rescisão ou • Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
rompimento de contrato, promover a redução de resíduos domiciliares gerados e estimular
processo licitatório etc.) a prática de compostagem;
• Estabelecer parcerias com a associação de catadores.

Ocorrência: Paralisação dos serviços de coleta e destinação dos resíduos de saúde


Problemas operacionais da
empresa responsável pela
coleta e destinação dos • Acompanhar o andamento do contrato administrativo com a
resíduos de saúde/ou algum empresa terceirizada;
outro fato administrativo • Monitorar questões administrativas relacionadas aos trâmites
(rescisão ou rompimento de legais e contratuais dos serviços.
contrato, processo licitatório
etc.)
Ocorrência: Paralisação dos serviços de poda, varrição e capina
Greve dos funcionários da • Acompanhar o andamento do contrato administrativo com a
prefeitura ou da empresa empresa terceirizada;
contratada para execução • Monitorar questões administrativas relacionadas aos trâmites
dos serviços legais e contratuais dos serviços.
Ocorrência: Demanda imediata de podas e remoção de árvores
Tombamento de árvores
devido a acidentes de • Realizar inspeção periódica para verificar as condições das
trânsito, patologias ou espécies arbóreas do município.
vendavais
Ocorrência: Acúmulo de resíduos sólidos
• Cobrar taxa contingencial, caso o aumento da demanda seja
pontual;
• Ampliar a capacidade de coleta;
Aumento temporário da
demanda • Avaliar a população flutuante do município e a demanda dos
empreendimentos;
• Realizar campanhas educativas para conscientizar os munícipes
sobre a necessidade de reduzir a geração de resíduos.
Danos nos equipamentos
• Realizar manutenção preventiva dos equipamentos utilizados.
utilizados
• Verificar a demanda de manejo de resíduos recicláveis por meio
Disponibilidade de mão de de atualização do estudo gravimétrico dos resíduos gerados no
obra incompatível com a município;
demanda • Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
promover a redução de resíduos gerados.
Ocorrência: Descarte de resíduos em locais inapropriados
Frequência insuficiente de
coleta ou ausência de • Realizar estudo local para definição dos pontos e frequência de
atendimento pelos serviços coleta de resíduos;
de coleta
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 130

Origem possível Ações para emergência


• Acompanhar e avaliar periodicamente a necessidade de
implantação de novos pontos de coleta;
• Promover a divulgação de informações sobre pontos, frequência
e horários de coleta de resíduos no município;
• Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
promover o descarte ambientalmente adequado de resíduos.
• Realizar estudo para avaliar locais com demanda de coleta de
Quantidade insuficiente de resíduos e implementá-los;
pontos de coleta • Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
promover o descarte ambientalmente adequado de resíduos.
• Promover a divulgação de informações sobre pontos, frequência
Deficiência de divulgação de e horários de coleta de resíduos no município, através de meios
informações sobre o de comunicação local, cartazes e faixas, associações de bairro e
funcionamento dos serviços instituições do município;
de coleta de resíduos sólidos • Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
promover o descarte ambientalmente adequado de resíduos.
Ocorrência: Contaminação do solo e do lençol freático
• Planejar a destinação e disposição final ambientalmente
Destinação final inadequada adequadas para os resíduos gerados no município;
dos resíduos (vazadouro a
céu aberto/lixão) • Consolidar parcerias de consorciamento junto aos municípios
vizinhos para destinação final dos resíduos.
Ocorrência: Proliferação de vetores de doenças e animais peçonhentos
• Realizar estudo local para definição dos pontos e frequência de
coleta de resíduos;
• Acompanhar e avaliar periodicamente a necessidade de
Descarte de resíduos em implantação de novos pontos de coleta;
locais inapropriados • Promover a divulgação de informações sobre pontos, frequência
e horários de coleta de resíduos no município;
• Realizar campanhas educativas junto aos munícipes para
promover o descarte ambientalmente adequado de resíduos.
Ocorrência: Paralisação dos serviços de aterro sanitário
• Acompanhar as reinvindicações dos funcionários para evitar a
ocorrência de greves;
Greve ou problemas
• Monitorar questões administrativas relacionadas aos trâmites
operacionais do responsável
legais e contratuais da operacionalização;
pelo manejo do aterro
• Acompanhar mensalmente as condicionantes do licenciamento
ambiental do aterro e verificar o funcionamento das atividades.
• Elaborar plano de ação detalhado para situações de emergência
Explosão, incêndio, no local;
vazamentos tóxicos no aterro • Solicitar inspeção trimestral pelo órgão ambiental estadual para
verificar situação do aterro.
• Elaborar plano de ação detalhado para situações de emergência
Desmoronamento de no local;
taludes/bermas e afins • Solicitar inspeção trimestral pelo órgão ambiental estadual para
verificar situação do aterro.
Ocorrência: Vazamento de chorume
Excesso de chuvas ou • Solicitar inspeção trimestral pelo órgão ambiental estadual para
problemas operacionais verificar situação do aterro.

Fonte: Seletiva, 2024.


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10.2. Ações para Emergências

As emergências oriundas de situações imprevistas exigem ações imediatas que


devem ser enfrentadas através de um conjunto de procedimentos corretivos. As
emergências possíveis, suas origens e o respectivo plano corretivo emergencial são
previstos a seguir, direcionados a cada um dos quatro eixos do saneamento.

Em relação ao eixo da limpeza urbana, a Tabela 26 apresenta as possíveis


ocorrências e as ações diretas de mitigação dos problemas relacionados identificados.

Tabela 26 – Ações para Emergência – Resíduos sólidos e limpeza urbana

Origem possível Ações para emergência


Ocorrência: Paralisação dos serviços de coleta de resíduos domiciliares e de coleta seletiva
• Trabalhar com quadro de funcionários reduzido e menor
Greve dos funcionários da frequência de prestação dos serviços;
prefeitura/ desarticulação das • Comunicar à população sobre a paralisação dos serviços,
associações de catadores/ou mobilizando-os para manter o município limpo;
algum outro fato
administrativo (rescisão ou • Contratar empresa terceirizada para realizar os serviços de
rompimento de contrato, coleta de resíduos domiciliares;
processo licitatório etc.) • Comercializar os resíduos recicláveis no sistema de caminhão
fechado.
Ocorrência: Paralisação dos serviços de coleta e destinação dos resíduos de saúde
Problemas operacionais da
empresa responsável pela • Acionar veículos de limpeza da prefeitura para coletar os
coleta e destinação dos resíduos de saúde;
resíduos de saúde/ou algum • Encaminhar os resíduos de saúde para destinação final
outro fato administrativo ambientalmente adequada;
(rescisão ou rompimento de • Contratar outra empresa para realizar os serviços de coleta e
contrato, processo licitatório destinação dos resíduos de saúde.
etc.)
Ocorrência: Paralisação dos serviços de poda, varrição e capina
• Trabalhar com quadro de funcionários reduzido e menor
Greve dos funcionários da frequência de prestação dos serviços;
prefeitura ou da empresa • Comunicar à população sobre a paralisação dos serviços,
contratada para execução mobilizando-os para manter o município limpo;
dos serviços • Contratar empresa terceirizada para realizar serviços de poda,
varrição e capina.
Ocorrência: Demanda imediata de podas e remoção de árvores

Tombamento de árvores • Acionar a Cemig, caso tenha afetado a rede de distribuição de


devido a acidentes de energia elétrica do município;
trânsito, patologias ou • Comunicar à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros;
vendavais • Isolar a área para realização da poda ou remoção de árvores.

Ocorrência: Acúmulo de resíduos sólidos


• Aumentar equipe de limpeza;
Aumento temporário da
demanda • Acionar emergencialmente o setor de manutenção do prestador
de serviços;
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Origem possível Ações para emergência


• Acionar os meios de comunicação para aviso à população para
evitar disposição dos resíduos nas ruas;
• Informar o órgão ambiental competente e/ou Vigilância Sanitária.

Danos nos equipamentos • Realizar reparo ou reposição emergencial dos equipamentos


utilizados danificados.
• Acionar a prefeitura para aumentar quadro de funcionários
Disponibilidade de mão de concursados ou terceirizados;
obra incompatível com a
demanda • Contratar empresa terceirizada para realizar os serviços de
coleta de resíduos volumosos e de construção civil.
Ocorrência: Descarte de resíduos em locais inapropriados
• Identificar áreas com deficiência de atendimento do serviço de
Frequência insuficiente de coleta;
coleta ou ausência de • Adequar a frequência de coleta e atendimento de acordo com as
atendimento pelos serviços demandas identificadas;
de coleta • Realizar limpeza do local afetado pelo descarte inapropriado de
resíduos.
• Identificar áreas com deficiência de atendimento do serviço de
Quantidade insuficiente de coleta e implementar novos pontos de coleta;
pontos de coleta • Realizar limpeza do local afetado pelo descarte inapropriado de
resíduos.
• Realizar limpeza do local afetado pelo descarte inapropriado de
Deficiência de divulgação de resíduos;
informações sobre o • Divulgar informações sobre pontos, frequência e horários de
funcionamento dos serviços coleta de resíduos sólidos para a população, através de meios de
de coleta de resíduos sólidos comunicação local, panfletagem, associações de bairro e
instituições do município.
Ocorrência: Contaminação do solo e do lençol freático
• Conter a ocorrência de contaminação do solo e do lençol freático;
Destinação final inadequada
• Encaminhar os resíduos para disposição final ambientalmente
dos resíduos (vazadouro a
adequada;
céu aberto/lixão)
• Realizar recuperação da área degradada.

Ocorrência: Proliferação de vetores de doenças e animais peçonhentos


• Identificar áreas com deficiência de atendimento do serviço de
coleta;
• Adequar a frequência de coleta e atendimento de acordo com as
Descarte de resíduos em demandas do município;
locais inapropriados • Realizar limpeza do local afetado pelo descarte inapropriado de
resíduos;
• Realizar dedetização dos locais com presença de vetores de
doenças e animais peçonhentos.
Ocorrência: Paralisação dos serviços de aterro sanitário
• Encaminhar os resíduos para um aterro alternativo (particular ou
Greve ou problemas de município vizinho);
operacionais do responsável
pelo manejo do aterro • Acionar caminhões de limpeza da prefeitura para transportar tais
resíduos para o aterro alternativo.
• Comunicar aos órgãos municipais, Defesa Civil e Corpo de
Explosão, incêndio, Bombeiros;
vazamentos tóxicos no aterro
• Evacuar e isolar a área do aterro;
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Origem possível Ações para emergência


• Realizar limpeza e reparos da área e estruturas danificadas.

• Comunicar aos órgãos municipais, Defesa Civil e Corpo de


Desmoronamento de Bombeiros;
taludes/bermas e afins • Evacuar e isolar as áreas afetadas;
• Realizar reparos na estrutura danificada.

Ocorrência: Vazamento de chorume


• Comunicar aos órgãos municipais;
• Conter o chorume de forma a evitar uma maior contaminação do
Excesso de chuvas ou
solo;
problemas operacionais
• Remover o chorume por meio de caminhão limpa fossa e
encaminhar para uma estação de tratamento de esgoto.
Fonte: Seletiva, 2024.

10.3. Atendimento a Aumentos de Demanda Temporária / Sazonal

Determinados eventos (programados ou não) acabam por ocasionar um aumento


temporário da demanda, e, mesmo ocorrendo de modo sazonal, e por um período
limitado, dias ou semanas, pode comprometer o bom funcionamento do serviço
público local e acarretar situações indesejadas, como falhas nos serviços,
paralisações repentinas de setores e até acidentes mais significativos, caso a
infraestrutura local não esteja preparada para tal cenário, podendo representar, em
última instância, um risco de colapso do sistema. Lixo acumulado, extravasamento de
esgoto, desabastecimento de água potável, são apenas algumas das possíveis
ocorrências no município, se não houver o devido planejamento para um eventual
aumento de demanda, que garanta um sistema de saneamento mais resiliente,
trabalhando com certa folga e programado para imprevistos.

Dessa forma, no âmbito municipal, quando se trata de um serviço tão abrangente


quanto os do saneamento básico, e mais especificamente aqui abordado, o sistema
de manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana, não somente o investimento em
infraestrutura é necessário, sendo tão ou mais importante a busca por soluções
inovadoras, com alternativas tecnológicas de baixo custo, que podem ser estudadas
e adotadas, e uma boa articulação com a equipe disponível, sendo essa bem treinada
e situada dentro do cenário em que atua, estando assim preparada para agir tanto em
situações rotineiras quanto atípicas.

É válido ressaltar que os eventos festivos, turísticos e culturais são ocasiões


importantes que marcam a história individual da região e, além de agregar valor
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 134

cultural e entretenimento à população, são uma oportunidade muito favorável de


divulgação do local e geração de recursos para o município e sua comunidade. Para
o efetivo planejamento, deve haver uma comunicação fluente entre os setores da
prefeitura responsáveis pelo calendário municipal de eventos (cultura, lazer,
entretenimento, etc.) e os gestores à frente dos serviços de setor da limpeza/resíduos
que possam ser afetados com o aumento da demanda. Tal interação permite uma
análise conjunta do cenário, e a adoção das medidas preventivas necessárias,
garantindo que tais eventos ocorram dentro da normalidade, contribuindo para que
sejam bem sucedidos.

Os possíveis eventos programados ao longo do ano no município também devem ser


previamente comunicados e planejados entre os setores, conforme mencionado
acima, buscando-se evitar indesejadas ocorrências e imprevistos.

O aumento temporário na demanda dos serviços de limpeza pública e coleta exige


que o poder público, em parceria com o prestador de serviços, estabeleça um
procedimento metodológico que vise mitigar os imprevistos e reestabelecer os
serviços, podendo demandar ações preventivas ou emergenciais, já abordadas no
presente documento. Para atendimento a essa demanda é fundamental que o
prestador de serviço (terceirizado ou não) tenha conhecimento prévio de uma
estimativa de público/turistas atraídos pelos eventos ou épocas do ano como férias e
feriados prolongados, a fim de planejar adequadamente as ações preventivas. Assim,
sugere-se na Tabela 27 algumas questões às quais os prestadores devem se atentar
para o atendimento à demanda temporária nos eventos mencionados anteriormente.
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Tabela 27 – Ações/atividades a serem observadas/realizadas para atendimento à


demanda temporária

Ações e atividades a serem observadas/realizadas

1 Verificar em qual época do ano ocorrem os eventos;

2 Mapear o município, estabelecendo os pontos mais críticos de demanda temporária;


Seguir as ações emergenciais propostas neste documento para que o atendimento
3
volte à normalidade;
Criar canais de comunicação com a população, para que a essa possa informar o local
4
de um evento, bem como ser alertada para qualquer situação atípica;

5 Adotar medidas complementares de frota adicional para coleta de resíduos;

6 Verificar a necessidade de contratação de funcionários (coleta e varrição);

Atentar quanto aos equipamentos adicionais no local de destinação/disposição final de


7
resíduos, ocasionados pelo aumento do volume de resíduos;

8 Articulação dos diferentes órgãos envolvidos nos eventos;

9 Disponibilização de equipamentos reservas para atendimento à demanda;

Definir as responsabilidades e obrigações entre as partes, visando menor custo e maior


10
efetividade.
Fonte: Seletiva, 2024.

10.4. Redução de Riscos de Desastres Naturais e Antrópicos

Os desastres podem ser classificados em naturais ou antrópicos. Os desastres


naturais são causados pelo impacto de um fenômeno natural de grande intensidade
sobre uma área ou região povoada, podendo ou não ser agravado pelas atividades
antrópicas. Como exemplo, tem-se as inundações em decorrência de grandes
volumes de chuvas, estiagem (ausência prolongada de chuvas), incêndios florestais
de causas naturais, processos erosivos, deslizamentos, vendavais e granizos. Já os
desastres antrópicos são ocasionados pelas ações ou omissões do homem, a
exemplo de contaminação de cursos d’água por processos industriais, incêndios
industriais, entre outros.

A ocorrência de graves desastres no Brasil, levou a uma crescente conscientização


acerca da importância de se aperfeiçoar a gestão dos riscos de desastres, o que
resultou na edição da Lei Federal nº 12.608, de 2012, que dispõe sobre as diretrizes
e os objetivos da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. A redução dos riscos
de desastres é o principal objetivo dessa política, ou seja, trata-se de valorizar as
medidas de prevenção aos riscos e não apenas aquelas com foco na resposta e
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recuperação dos desastres. Nesse sentido, a legislação brasileira exige que os


gestores públicos, de todas as instâncias governamentais - União, Estados, Distrito
Federal e Municípios – adotem, no âmbito de suas competências legais, as ações
necessárias à redução dos riscos de desastres, devendo, para tanto, atuar em
conjunto com a sociedade e com o setor privado (Jica; MCidades, 2018).

Com o arcabouço legal aprimorado a partir da lei supracitada, foram realizadas


alterações junto ao Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), principal marco para política
urbana no Brasil, que visaram à implementação de medidas no campo do
planejamento urbano, que configurem uma ocupação adequada do território municipal
(Lima, 2018). Entre suas diretrizes, a referida lei prevê:

Art. 2º - É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre
Art. 4º § I - Atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas.
Art. 5º § VII - Identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e
vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência; §
VIII - Monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos,
biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de
desastres; § IV - Produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de
ocorrência de desastres naturais.

Da competência dos Estados, destaca-se:

Art. 7º § V - Realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico


das áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios; § VIII -
apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de
risco, na elaboração dos Planos de Contingência de Proteção e Defesa Civil
e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações
emergenciais.

Em 2014, foi sancionada a Lei Federal nº 12.983/2014, que dispõe sobre as


transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito
Federal e Municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de
desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres e sobre
o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil.

De encontro às premissas da legislação nacional, o Plano Municipal de Redução de


Risco – PMRR consiste num instrumento de planejamento para diagnóstico do risco
e a proposição de medidas estruturais para a sua redução, considerando a estimativa
de custos, os critérios de priorização e a compatibilização com outros programas nas
três esferas de governo: federal, estadual e municipal. A partir desse conjunto de
ferramentas é possível dimensionar o problema, nortear as ações necessárias
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 137

(estruturais e não estruturais) para reduzir ou erradicar as situações de risco de


deslizamentos no município, bem como captar recursos para financiar as medidas que
extrapolam a capacidade da Prefeitura (MDR, 2011).

Considerando-se que o Município de Bias Fortes ainda não dispõe de um Plano


Municipal de Redução de Risco, o presente documento apresenta as diretrizes gerais
para sua elaboração.

A redução dos riscos de desastres pressupõe o conhecimento dos riscos; o


aperfeiçoamento da governança e a destinação de recursos adequados; o aumento
da resiliência, para fazer face aos impactos dos desastres; a melhoria das ações de
preparação para uma resposta eficaz; a recuperação dos desastres de forma a se
“construir melhor que antes”, envolvendo ações de reabilitação e de reconstrução
(Jica; MCidades, 2018).

Em relação ao tema, é válida a compreensão de alguns aspectos fundamentais,


conforme descrito pela Defesa Civil-MG (2018):

• Desastre - é a interrupção séria do funcionamento de uma comunidade ou


sociedade, que causa perdas humanas e importantes perdas materiais,
econômicas ou ambientais, que excedem a capacidade da comunidade ou
sociedade afetada para fazer frente à situação utilizando seus próprios
recursos. O desastre resulta da combinação de ameaças, condições de
vulnerabilidade, e influencia na capacidade ou medidas para reduzir as
consequências negativas e potenciais do risco.

• Gestão do Risco de Desastre - é o conjunto de decisões administrativas, de


organização e de conhecimentos operacionais desenvolvidos por sociedades
e comunidades para implementar políticas, estratégias e fortalecer suas
capacidades, a fim de reduzir os impactos de ameaças naturais e desastres
ambientais e tecnológicos consequentes. Isso envolve todo tipo de atividade,
incluindo medidas estruturais e não estruturais para evitar ou limitar os efeitos
adversos dos desastres.

• Redução dos Riscos de Desastres - marco conceitual de elementos que


têm a função de minimizar vulnerabilidades e riscos em uma sociedade, para
evitar (prevenção) ou limitar (mitigação e preparação) o impacto adverso de
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 138

ameaças, dentro do amplo conceito de desenvolvimento sustentável.

Conforme a Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Eird), o marco


conceitual referente à redução de risco de desastres se compõe dos seguintes
campos de ações:

i. Avaliação de riscos, incluindo análise de vulnerabilidade, assim como análises


e monitoramento de ameaças/perigos;

ii. Conscientização para modificar o comportamento;

iii. Desenvolvimento do conhecimento, incluindo informação, educação,


capacitação e investigação;

iv. Compromisso político e estruturas institucionais, incluindo informação,


política, legislação e ação comunitária;

v. Aplicação de medidas incluindo gestão ambiental, práticas para o


desenvolvimento social e econômico, medidas físicas e tecnológicas,
ordenamento territorial e urbano, proteção de serviços básicos e formação de
redes e alianças;

vi. Sistemas de detecção e alerta precoce, incluindo prognóstico, predição,


difusão de alertas, medidas de preparação e capacidades de enfrentamento.

Considerando a concepção do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil –


SINPDEC, a atuação dos órgãos de defesa civil ocorre por meio da sucessão de
esforços; desta forma, primeiramente a Coordenadoria Municipal de Proteção e
Defesa Civil (Compdec) realiza as atividades de defesa civil para minimização dos
desastres e o atendimento das ocorrências pontuais. Dentre as atribuições da
Compdec, as ações de prevenção aos desastres são primordiais, sendo por este
motivo fundamental que o município faça o levantamento das áreas de risco. Após
realizar o mapeamento das áreas vulneráveis, se faz necessário a elaboração do
Plano Municipal de Gestão do Risco, com vistas a responder de forma rápida e
estruturada os eventos adversos que possam comprometer a segurança das
comunidades / pessoas.

Destaca-se entre as ações preventivas para se evitar desastres (MCidades, 2008):

• Treinamento de equipes municipais, com o objetivo de capacitar técnicos das


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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 139

prefeituras para a elaboração de diagnóstico, prevenção e gerenciamento de


risco;
• Apoio financeiro para elaboração, pelo município, do Plano Municipal de
Redução de Risco, instrumento de planejamento que contempla o diagnóstico
de risco, as medidas de segurança, a estimativa de recursos necessários e o
estabelecimento de prioridades;
• Apoio financeiro para elaboração de projetos de contenção de encostas em
áreas de risco consideradas prioritárias nos Planos Municipais de Redução de
Riscos.

Além das ações estruturais, há também aquelas não estruturais, que compreendem
um conjunto de medidas estratégicas, sem envolver obras de engenharia, voltadas
para a redução do risco e de suas consequências, utilizando-se de ferramentas de
gestão e mudanças de comportamento pelo poder público, pelos moradores das áreas
de risco e pela sociedade em geral. Nesse sentido, o Plano Municipal de Redução de
Risco, segundo o modelo proposto para os municípios brasileiros, é um instrumento
de prevenção dos mais relevantes, por conter um amplo leque de informações
técnicas e estabelecer diretrizes para as ações preventivas da Defesa Civil.

Com intuito de padronizar a gestão do risco, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil


(Cedec) elaborou uma proposta de Plano Municipal de Gestão do Risco para
aplicação nos casos aqui abordados, que se encontra disponível no site da Defesa
Civil-MG para download (endereço eletrônico: www.defesacivil.mg.gov.br), servindo
de referencial para os municípios. Para facilitar sua elaboração, o Plano no site foi
subdividido em 3 (três) etapas:

i. Conhecimentos Gerais;

ii. Construção de Cenários;

iii. Medidas a serem realizadas para a prevenção, mitigação e preparação.

Ressalta-se que as ações de redução de desastres nacionais, apresentadas no Plano


Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, devem estar
vinculadas às do PMRR, que também deve levar em consideração os objetivos
estipulados pela Política Nacional de Defesa Civil, instituída pela Lei Federal nº
12.608, de 10 de abril de 2012. Nessa lei, as atividades de redução de desastres se
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 140

voltam para a prevenção, preparação para emergências e desastres, respostas aos


desastres e às ações de reconstrução do meio atingido.

É válido ressaltar que o diagnóstico dos riscos urbanos e os planos de ação para sua
redução não se restringem às comunidades afetadas, abrangendo todo o município.
Por isso, devem ser conhecidos por todos os órgãos da administração pública
(especialmente aqueles vinculados à defesa civil, obras e serviços urbanos,
planejamento, habitação, assistência social, saúde e educação), pelas Câmaras
Municipais, pelo Ministério Público e por toda a sociedade, com especial ênfase para
os moradores das áreas de risco. Ouvir as experiências e orientar os moradores em
situação precária sobre as situações de risco existentes, as suas causas e as
alternativas de obras e ações para minimizá-las ou evitar situações semelhantes, pode
resultar no estabelecimento de parcerias na gestão de risco e no compartilhamento
das responsabilidades de monitoramento e prevenção.

Quando se trata do tema de acidentes e eventos naturais, é certo que haverá


situações em que, mesmo com a adoção de todas as medidas de precaução
indicadas, poderão ocorrer danos significativos e de naturezas diversas. Assim, em
sucedendo tais eventos, é importante que os gestores e agentes responsáveis saibam
as medidas cabíveis e mais eficientes a serem tomadas, agindo em curto prazo de
tempo, buscando mitigar ao máximo as perdas e impactos negativos.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 141

11. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL


AMBIENTALMENTE ADEQUADA DE REJEITOS

O crescimento populacional e as mudanças nos padrões de consumo são as principais


atividades que têm contribuído para o aumento da geração dos Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU). Sendo assim, a problemática sobre a geração dos RSU e sua
disposição final vem crescendo de forma gradativa e ganha, portanto, cada vez mais
espaço nas discussões técnicas e nas pesquisas da área de saneamento. As
mudanças nos padrões de consumo e o aumento de poder aquisitivo das pessoas,
que passaram a consumir mais, refletem no aumento significativo das quantidades de
resíduos sólidos produzidos.

O alto grau de urbanização das cidades, associados a uma ocupação intensa do solo,
restringe a disponibilidade de áreas próximas aos locais de geração de
resíduos sólidos com as dimensões necessárias para se implantar um aterro
sanitário. Isto posto, o problema tende a se agravar, à medida que a população
urbana e a quantidade de resíduos per capita gerada diariamente, aumentam
significativamente as taxas de produção de resíduos sólidos urbanos, enquanto, as
alternativas de áreas para disposição desses resíduos diminuem. Soma-se a isso, o
fato de que na grande maioria das cidades brasileiras a disposição final dos resíduos
sólidos urbanos é totalmente inadequada, isto é, os RSU estão sendo descartado em
lixões a céu aberto, colocando em risco os ambientes naturais.

O problema do manejo dos resíduos sólidos afeta no Brasil, principalmente, os


municípios de pequeno porte que, devido aos recursos escassos, e ao mesmo
tempo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), impõe a eles
uma série de atribuições que os mesmos ainda não têm condições de administrarem
de maneira independente. Existe, ainda, um agravante, que é a carência de estudos
que indiquem as melhores configurações para uma possível solução.

Sobretudo, a instalação de um aterro sanitário para disposição final ambientalmente


adequada de rejeitos exige um estudo de viabilidade técnica e locacional não
abordados no âmbito de um PMSB. Para a avaliação das áreas ambientalmente
adequadas para disposição final há que se analisar, ainda, leis e normas vigentes nas
esferas municipal, estadual e federal de governo, como por exemplo, a Resolução
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 142

Conama n° 404, de 11 de novembro de 20081, que estabelece critérios e diretrizes


para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos
sólidos urbanos (CONAMA, 2008), apresentando os seguintes critérios orientadores
para a escolha do local de implantação de aterros sanitários:

• Locais com vias de acesso em boas condições de tráfego ao longo de todo o


ano, mesmo no período de chuvas intensas;
• Respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação ambiental e
normas técnicas, a exemplo de distâncias de Áreas de Preservação
Permanente (APPs), Unidades de Conservação (UCs), ecossistemas frágeis e
recursos hídricos subterrâneos e superficiais;
• Locais que apresentem características hidrogeológicas, geográficas e
geotécnicas adequadas ao uso pretendido;
• Áreas preferencialmente antropizadas e com potencial mínimo de incorporação
à zona urbana da sede, distritos ou povoados e de baixa valorização imobiliária;
• Áreas que garantam a implantação de empreendimentos com vida útil superior
a 15 anos;
• Áreas que não apresentem riscos, a exemplo da susceptibilidade a erosões,
salvo após a realização de intervenções técnicas, capazes de garantir a
estabilidade do terreno;
• Impossibilidade de uso de áreas ambientalmente sensíveis e de vulnerabilidade
ambiental, como as sujeitas a inundações.

Apesar do envolvimento de uma série de procedimentos técnicos para definição final


de uma área para adequada destinação de resíduos sólidos, PFEIFFER (2001)
destaca que, nos últimos anos, pesquisas relacionadas à questão ambiental vêm
utilizando o Sistema de Informação Geográfica (SIG) como ferramenta nos processos
de análise e planejamento ambiental. No caso de localização de aterros, essa
ferramenta tem se mostrado bastante útil devido à sua rapidez e integração dos dados.
Com a utilização do SIG, é possível combinar informações, aplicar normas e
aproximar-se das áreas mais adequadas. A escolha de áreas para disposição exige

1 É importante verificar, com a atualização do PMSB, se a referida norma permanece vigente e,


eventualmente, outros instrumentos normativos pertinentes.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 143

critérios rigorosos e busca alcançar equilíbrio entre os aspectos sociais, ambientais e


o custo (IPT, 1995).

A escolha de locais para disposição de resíduos sólidos urbanos é um processo que


envolve considerações sobre aspectos sociais, econômicos, políticos e ambientais e
que devem ter como premissas o menor risco à saúde humana e o menor impacto
ambiental possível. A seleção dessas áreas para a disposição final de RSU deve
atender a uma determinada população urbana, tornando-se parte do planejamento
urbano da região.

Para ROY (1996), o apoio à decisão é a atividade da pessoa que, através da


utilização de modelos de forma explícita, mas não necessariamente formalizados por
completo, auxilia na obtenção de elementos que respondam as questões expostas
por um stakeholder em um processo decisório. Já o apoio multicritério à decisão tem
como princípio buscar o estabelecimento de uma relação de preferências (subjetivas)
entre as alternativas que estão sendo avaliadas sob a influência de vários critérios no
processo de decisão (ALMEIDA & COSTA, 2003).

Problemas relacionados à tomada de decisão são comuns em uma infinidade de


áreas, tanto públicas quanto privadas. Com o desenvolvimento dos Sistemas de
Informações Geográficas (SIG), o processo de seleção de áreas preliminares para
aterros sanitários tem sido cada vez mais feito com base em análise espacial e em
modelagem matemática. As análises espaciais contam com o uso do SIG, que
emprega algoritmos de geoprocessamento para a seleção preliminar das áreas.

No presente relatório a análise multicriterial, em ambiente SIG, buscou definir as


alternativas locacionais para disposição de resíduos sólidos no Município de
Itacuruba. Para tanto foram compiladas informações de fontes como CPRM, IBGE,
ANAC, IBAMA, ALOS, e CECAV.

A análise multicritério utilizada foi a superposição ponderada (Weighted overlay)


disponível no software ArcGIS 10.8. Esta técnica agrega e pondera valores diversos
para possibilitar uma análise integrada de múltiplos dados (mapas) envolvidos em
uma mesma problemática (ESRI, 2017).

Os critérios estabelecidos foram destacados, em conformidade à legislação vigente,


e buscaram atender, no mínimo, aos critérios técnicos impostos pela Norma da ABNT
(NB – 10157) e NBR 13896/1997, Deliberação Normativa nº 52/2001, e ainda de forma
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mais específica, na Resolução Ministério do Meio Ambiente nº 347/2004 e Resolução


CONAMA nº 4, de 9 de outubro de 1995, transcritos a seguir:

A Resolução Ministério do Meio Ambiente nº 347/2004, prevê como [...] área de


influência das cavidades naturais subterrâneas a projeção horizontal da caverna
acrescida de um entorno de duzentos e cinquenta metros, em forma de poligonal
convexa. [...].

A Resolução CONAMA nº 4, de 9 de outubro de 1995:

Art. 1º São consideradas “Área de Segurança Aeroportuária - ASA” as áreas


abrangidas por um determinado raio a partir do “centro geométrico do aeródromo”, de
acordo com seu tipo de operação, divididas em 2 (duas)categorias:

I - raio de 20 km para aeroportos que operam de acordo com as regras de


voo por instrumento (IFR); e
II - raio de 13 km para os demais aeródromos.

Decreto nº 99.274 de 6 de junho de 1990:

Art. 27 - Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de 10 km


(dez quilômetros), qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada as
normas editadas pelo CONAMA.

Tendo em vistas as missivas legais, destacadas anteriormente, na elaboração da


simulação de áreas para implantação de aterros sanitários no Município de Santo
Antônio do Aventureiro, em um primeiro momento, foram observados os critérios de
maior peso como apresentado na Tabela 28.

O processamento das camadas cartográficas, inerentes aos parâmetros destacados


pelo CEMPRE (2018), possibilitou identificar, de forma preliminar, as áreas restritivas
e com potencial médio a alto, no que concerne à disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos. O resultado do processamento geoestatístico permitiu identificar
que, não há alternativas locacionais favoráveis à disposição de resíduos sólidos no
Município de Santo Antônio do Aventureiro.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 145

Tabela 28 – Parâmetros Utilizados como Critérios para Identificação de Áreas


Potenciais para Instalação do Aterro Sanitário
Critérios de Restrição
Proximidade a cursos d’água 300 metros de distância.
Áreas Particulares cadastradas nas categorias: Reserva Legal e Áreas de
Cadastro Ambiental Rural
Preservação Permanente.
Declividade Declividades superiores a 30%
Solos Categorias com elevada permeabilidade e granulometria arenosa.

Aeroportos 20 km de raio a partir do centro geométrico do aeródromo.

Unidades de Conservação Raio de 10 km (dez quilômetros), categorizada como área circundante.

Domínios Hidrogeológicos: Carbonatados/Metacarbonatados –


Subsidência Cárstica
Porosos/Fissurais.

Adensamentos Populacionais 2 km de raio.


Limite de Área Urbana
20 km de raio a partir do centro gerador.
Municipal
Proximidade ao Sistema 100 metros a partir da faixa de domínio, estabelecida pelos órgãos
Viário competentes.
Cavidades Naturais 250 metros de raio.

Fonte: CEMPRE, 2018.

Apesar da inviabilidade identificada preliminarmente, vale ressaltar, que de forma


complementar aos critérios apresentados para priorização das áreas para instalação
do aterro sanitário, caso a Prefeitura Municipal, ainda queira aprofundar-se na análise
de concepção, faz-se necessário após a definição e aquisição da área, a realização
de um estudo detalhado do local abordando diversos aspectos que incluem dados
mais detalhados, como a realização do diagnóstico do meio físico, envolvendo
informações relacionadas à topografia, geologia, tipos de solo e viabilidade técnica e
econômica para operação do mesmo; bem como levantamento do meio biótico, a
exemplo da caracterização da vegetação, fauna e recursos hídricos; características
locacionais e possíveis impactos a população do entorno, dentre outros aspectos, que
no âmbito deste diagnóstico, torna-se inviável a realização da indicação da área. Além
das normas e orientações gerais, para definição de áreas ambientalmente adequadas
para destinação de resíduos e disposição final de rejeitos.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 146

Figura 35 – Áreas favoráveis à destinação de resíduos sólidos – Santo Antônio do


Aventureiro
Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 147

12. ATENDIMENTO E INTEGRAÇÃO COM A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E


DECRETOS REGULAMENTADORES, NA ÁREA DE RESÍDUOS SÓLIDOS,
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO

A legislação do município deve refletir os anseios da população local, mas também é


necessária sua adequação à legislação nos âmbitos Estadual e Federal, sendo um
elo indispensável dessa cadeia, contribuindo nesse aspecto para um cenário mais
abrangente e equiparado.

Ante o exposto, trazendo para a realidade da gestão dos resíduos sólidos em Santo
Antônio do Aventureiro, é necessário que parte de sua legislação seja revista,
atualizada ou mesmo construída, se adequando às políticas públicas pertinentes,
tendo por norte a PNRS, a PNSB, e suas regulamentações. Considerando ainda as
particularidades do município, seus legisladores devem primar por um arcabouço legal
atual, realista e representativo.

Após análise da legislação de Santo Antônio do Aventureiro, identificou-se


inconformidades com as leis federais no âmbito do saneamento básico e resíduos
sólidos, e também há inconformidades do arcabouço legal municipal tendo por base
o parâmetro estadual, muito pela falta de leis que ainda não foram implementadas no
município, sendo importantes instrumentos auxiliadores da gestão pública e que não
estão sendo contemplados no âmbito municipal.

Ressalta-se que o PMSB do município não aborda o eixo dos resíduos sólidos e não
prevê a universalização do sistema do saneamento básico, carecendo de um estudo
mais aprofundado e revisão do seu conteúdo. O município ainda não possui Plano de
Drenagem Pluvial ou PMGIRS (esse em fase de elaboração).

Também ainda não possui Política de Coleta Seletiva ou Política de Educação


Ambiental, apesar de previstas no seu Plano Diretor, o que traria mais entendimento
e conscientização sobre os aspectos ambientais, inclusive em relação às mudanças
climáticas, que ainda não é citada na legislação. A Lei Orgânica está em acordo ao
que preconiza a Constituição Federal, no que concerna às competências dos entes.
Esses e outros aspectos aqui não citados indicam que o município deve tomar
medidas e ter um olhar mais atento e proativo no que tange à gestão dos resíduos
sólidos e suas respectivas legislações vigentes.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 148

Dado que o tema meio ambiente é assunto de importância maior na atualidade,


abarcando o saneamento básico e consequentemente o tema dos resíduos sólidos,
muito são os esforços que o Estado tem feito, em direção ao que prevê também a
legislação federal, no sentido de orientar e apoiar os municípios, sobretudo aqueles
menores, que costumam ter menos infraestrutura, recursos e corpo técnico para
conseguir, sem apoio, se adequar totalmente ao que hoje se mostra necessário.

Nesse sentido, com a adequação de sua legislação, Santo Antônio do Aventureiro


estará apto a incentivos fiscais e recursos advindos do Estado, que tem buscado
implementar medidas e programas que contribuam com seus municípios, sobretudo
no aspecto econômico, devendo se adequar às políticas estaduais, como: a Política
Estadual de Apoio e Incentivo à Coleta Seletiva, Política Estadual de Reciclagem de
Materiais, Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS-MG), Legislação de
Educação Ambiental e Lei “Hobin Hood” – ICMS Ecológico e Bolsa Reciclagem, entre
outras.

A partir de tal perspectiva, a integração da legislação municipal à estadual vai muito


além de questões burocráticas ou exigências legais, mas sim, é uma forma do
município demonstrar interesse e se ater a esse tema tão necessário e urgente, que
impacta sua população diariamente e impactará as próximas gerações se medidas
não forem implementadas, em todas as esferas de governo, em um processo
sistêmico e compartilhado, onde todos tem seu papel de relevância.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 149

13. PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL E PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO DO


PMGIRS

O presente documento tem por objetivo detalhar, cronologicamente, dados e


informações sobre o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
(PMGIRS) para o Município de Santo Antônio do Aventureiro. Vale ressaltar que a
empresa Seletiva Consultoria e Projetos, responsável pela elaboração deste projeto,
é norteada pelas diretrizes contidas nos instrumentos legais, como o novo Marco
Regulatório, na qual atualiza o marco legal do saneamento básico, a Lei Federal
11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o Saneamento Básico e, ainda,
mais especificamente, pela Lei Federal n.º 12.305, de 2010, que estabelece a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, e pelo Decreto Federal n.º 10.240/2020, que prevê
diretrizes necessárias à boa gestão dos resíduos sólidos, principalmente no que diz
respeito à participação da população e, consequentemente, o exercício da cidadania.

O Plano de Comunicação Social, utilizado para a divulgação dos eventos do Produto


4 e a captação de dados, serão relatadas quais estratégias foram adotadas para a
Mobilização Social em termos de divulgação e preparo da população neste momento
de diagnóstico. Para a realização do diagnóstico participativo referente ao Produto 4,
no município de Santo Antônio do Aventureiro foram programadas 02 (duas) oficinas
setoriais, conforme setorização acordada previamente com o GA, distribuída ao longo
de 01 (um) dia. A abordagem metodológica, as discussões e informações obtidas ao
longo dos eventos supracitados serão detalhadas no decorrer do presente relatório.
Além disso, também serão dispostas as estratégias de mobilização, seus resultados
e o registro de evidência da 2ª reunião com o GA-PMGIRS-Santo Antônio do
Aventureiro.

Por fim, este documento contém anexos referente à execução dos eventos como lista
de presença, registros fotográficos, ata detalhada de todas as oficinas e os respectivos
setores. Através destes arquivos de atas, é possível acompanhar os principais
aspectos discutidos, bem como as colocações apresentadas pelos participantes dos
eventos.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 150

13.1. Comunicação Social

Considerando o Plano de Mobilização e Comunicação Social, os eventos do Produto


4, propostos no Termo de Referência, tiveram suas metodologias apresentadas e
executadas. A equipe de mobilização social da Seletiva Consultoria e Projetos,
juntamente ao Grupo de Acompanhamento (GA) do Município de Santo Antônio do
Aventureiro, selecionaram a melhor data para a viabilidade dos eventos, sendo ela no
dia 05 (cinco) de março, bem como a definição da setorização elencados no Termo
de Referência (TR).

Deste modo, a fim de adequar a realização das oficinas com a realidade da população
de Santo Antônio do Aventureiro, a Seletiva Consultoria e Projetos propôs, junto ao
Grupo de Acompanhamento (GA), que a realização dos eventos públicos em horários
que não alterassem a rotina dos moradores locais, sugerindo que os eventos fossem
realizados entre o período na tarde e início da noite. Esses eventos se dedicaram,
principalmente, em uma compreensão da comunidade quanto ao processo de
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS),
sendo assim, a Seletiva Consultoria e Projetos disponibilizou momentos de escuta e
interação entre moradores e os profissionais técnicos. Tal abordagem permitiu um
amplo conhecimento do Município, dando foco ao eixo do gerenciamento dos
Resíduos Sólidos, sob a perspectiva da população.

Além do Plano de Mobilização, somaram-se outras estratégias que buscaram um


maior envolvimento dos munícipes de modo a divulgar a elaboração do PMGIRS, bem
como a realização dos eventos, e que serão devidamente citadas no item de
mobilização social.

13.2. Mobilização Social

Conforme mencionado acima, o Plano Municipal De Gestão Integrada de Resíduos


Sólidos deve ser fundamentado em informações técnicas qualificadas, articuladas
com as realidades políticas e sociais no entorno da comunidade beneficiada. Contudo,
faz parte de este processo uma mobilização social, não somente de difusão das
políticas públicas, mas, também, como um mecanismo de incitação à participação da
sociedade nas atuações da gestão pública.

Descrito no Plano de Trabalho - Produto 1 deste PMGIRS, a metodologia utilizou-se


de diversos canais de comunicação para a divulgação dos eventos, entre eles,
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 151

convites virtuais, cartazes impressos afixados nos locais de grande visitação dos
moradores e de acesso público do município, site do município de Santo Antônio do
Aventureiro, linha direta de ouvidoria através da criação da página eletrônica, rádio
local, redes sociais (Instagram e Facebook) e disponibilização de mobilizador local.

Esta mobilização, além de tornar o processo mais transparente, proporcionou à


população de Santo Antônio do Aventureiro aproximação e autonomia, diante das
instâncias de decisão e, durante os eventos, notou-se o compartilhamento de
propósitos, desafios e sugestões de intervenções para a melhoria da qualidade de
vida da comunidade. Durante o processo de elaboração do Plano Municipal De
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos também é importante haver a participação
organizada das instituições públicas, privadas, sociedade civil e de pessoas que se
relacionam com o tema, uma vez que promove o envolvimento do cidadão em todas
as etapas dessa construção, resultando no exercício de cidadania. Em suma, torna-
se claro que o envolvimento social no planejamento do PMGIRS é essencial para
serem incorporados ao processo os diferentes saberes, objetivando a formação de
alianças e vínculos entre pessoas, comunidades e instituições governamentais.

Por falar em vínculos, conforme descrito em parágrafos anteriores, o envolvimento


social nas ações do PMGIRS foi incitado através da aplicação de diferentes
estratégias, além da divulgação por meio de convites e peças publicitárias, houve
visita à Prefeitura Municipal para incentivo e divulgação dos eventos, e envio de
informações através do grupo de acompanhamento (GA) na plataforma WhatsApp.
Vale ressaltar que o grupo de WhatsApp foi criado e movimentado, durante todo o
processo da mobilização das oficinas setoriais, na etapa diagnóstica do PMGIRS do
Município, pelo Grupo de Acompanhamento (GA), ficando aberto para a participação
de todos os munícipes.

Também é importante destacar que o gestor do GA realizou a divulgação das oficinas


através dos cartazes impressos, afixando em pontos estratégicos das comunidades,
dos diversos setores de mobilização, incluindo o contato com as lideranças locais.
Portanto, não restam dúvidas de que esse trabalho foi de suma importância para
alcançar importantes atores, estratégicos do Município, no apoio da disseminação das
informações à população.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 152

13.3. Ações de Comunicação e de Mobilização do Produto 4

Como estratégia para obter o envolvimento da população e dos vários setores da


sociedade civil do Município de Santo Antônio do Aventureiro, em todos os eventos
do Produto 4 do PMGIRS, foram estabelecidos os seguintes canais de comunicação:

• Comunicação direta através da equipe da Seletiva Consultoria e Projetos e do


mobilizador local;
• Linha direta de ouvidoria através da criação da página eletrônica no site da
Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Aventureiro;
• Grupo de WhatsApp.

Estes canais permaneceram ativos durante toda a execução do PMGIRS, mas, neste
documento, serão citadas apenas as ações relacionadas aos eventos do Produto 4.

13.3.1. Comunicação direta através da equipe da Seletiva Consultoria e


Projetos e gestor do GA

Para dar início ao cronograma de atividades dos quatro municípios contemplados no


Ato Convocatório n.º 17/2022, foi estabelecido um canal de comunicação direta entre
a equipe da Seletiva Consultoria, setores da administração pública e setores da
sociedade civil. No dia 06 (seis) de fevereiro de 2024 (dois mil e vinte e quatro), a
equipe responsável pela elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PMGRIS) realizou uma visita em campo no município de Santo
Antônio do Aventureiro para dar início as ações de mobilização em relação à
divulgação da execução do PMGIRS e dos eventos da etapa diagnóstica.

Visando estabelecer uma mobilização mais efetiva e de levantar dados constantes do


eixo socioambiental, a Coordenadora de Mobilização, Gabriela Oliveira, visitou a
Prefeitura Municipal para realizar esclarecimentos quanto ao PMGIRS e, também,
instruir os pontos focais que as contribuições são compartilhadas entre as secretarias,
além de iniciar a divulgação das Oficinas Setoriais de Diagnóstico do Produto 4.

Durante a visita à Prefeitura Municipal, a Coordenadora de Mobilização Gabriela


Oliveira se reuniu com o ponto focal do município, Sr. Mateus Rocha, onde definiram
a setorização do município em função da localidade e distância das áreas, bem como
estabeleceram as ações referente a mobilização e realização das oficinas em cada
setor. A Srta. Gabriela Oliveira, e a equipe desta secretaria (Figura 36) conversaram
a respeito da divulgação das ações do Plano, grupo de WhatsApp criado pelo GA e a
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 153

importância da participação social nesta etapa. Durante a reunião, foram coletados os


contatos dos mobilizadores sociais do município, na qual auxiliarão na divulgação dos
eventos, que foi prontamente aceito pelos representantes da Secretaria que,
posteriormente, foi estabelecida a comunicação entre os demais servidores
municipais e a coordenação de mobilização. Essa parceria teve por objetivo alcançar
o maior número de informações a respeito da comunidade, a fim de que as
necessidades dessas famílias estejam refletidas no PMGIRS, e o Plano indique a
situação real da população.

Figura 36– Registro fotográfico da reunião/mobilização junto à Prefeitura Municipal de


Santo Antônio do Aventureiro
Fonte: Seletiva, 2024.

13.3.2. Criação de página eletrônica de interlocução permanente com a


população

O município de Santo Antônio do Aventureiro já possui uma página eletrônica de


interlocução com a população. O site dispõe de informações para emitir notas fiscais,
verificar sobre as licitações municipais, acesso a informações, diário oficial eletrônico,
ouvidoria e todas as principais notícias dos eventos e projetos em andamento no
município (Figura 37), além disso, conta com uma aba para divulgação do PMGIRS e
as atividades desenvolvidas durante a sua elaboração, o canal de ouvidoria fomenta
a participação da população mediante comentários, considerações e sugestões, além
de ofertar para a população um espaço reservado de disponibilização dos produtos
em formato virtual para download.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 154

Figura 37– Divulgação da linha direta de ouvidoria no site da Prefeitura de Santo


Antônio do Aventureiro (link para acesso: PMGIRS (pmsaa.mg.gov.br)
Fonte: Seletiva, 2024.

13.3.3. Divulgação da elaboração do PMGIRS nas redes sociais

Com o intuito de comunicar amplamente a todos os cidadãos, o Plano Municipal de


Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) na qual se encontra em elaboração
em Santo Antônio do Aventureiro, foi remetido um convite informativo (Figura 38) aos
profissionais de comunicação do município, visando à divulgação nas redes sociais
da iniciativa de elaboração do referido plano. O propósito primordial deste convite é
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 155

comunicar à comunidade a realização futura de reuniões públicas dedicadas a ouvir


as necessidades e demandas da população em relação à gestão de resíduos sólidos.

Figura 38 – Convite informativo


Fonte: Seletiva, 2024.

Figura 39 – Divulgação do convite informativo (link para acesso: Prefeitura Santo


Antônio do Aventureiro - Home)
Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 156

Figura 40 – Divulgação do convite informativo no Instagram da Prefeitura (link para


acesso: 𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐌. 𝐝𝐞 𝐀𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨 (@prefeituraaventureiro) • Fotos e vídeos do
Instagram)
Fonte: Seletiva, 2024
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 157

Figura 41– Divulgação do convite informativo no Facebook da Prefeitura (link para


acesso: https://www.facebook.com/share/p/zrih8RtGP49VRhcs/?mibextid=WC7FNe)
Fonte: Seletiva, 2024

13.3.4. Criação do Grupo de Acompanhamento em plataforma digital

Para favorecer a troca de informações entre os membros do Grupo de


Acompanhamento (GA), instituído pelo Gestor Municipal, a equipe de mobilização e a
equipe técnica da Seletiva Consultoria e Projetos adotou como ferramenta de
comunicação a plataforma WhatsApp. Denominado “PMGIRS – AGEVAP PMSAA”,
este grupo é alimentado, continuadamente, tanto pelas coordenações do PMGIRS,
quanto por parte dos membros e outros partícipes do GA (Figura 42).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 158

Figura 42 – Grupo de Acompanhamento criado no WhatsApp


Fonte: Seletiva, 2024.

13.4. Setorização Municipal

O foco deste Plano segue, justamente, a proposta do TR, Ato Convocatório 017/2022
(AGEVAP, 2022), que propõe a setorização do Município de Santo Antônio do
Aventureiro. Para concretização desta proposta, a equipe da Seletiva Consultoria e
Projetos e os integrantes do GA realizaram uma reunião online para iniciar a
campanha de mobilização social e a definição da setorização. No segundo momento,
afim definir os setores municipais, foi realizado um levantamento de informações por
meio de um questionário enviado ao ponto focal do Município que continha perguntas
referente acessibilidade dos locais, quantidade de distritos e/ou comunidades e a
logística de acesso.

Nesse contexto, todos os Setores de Mobilização foram definidos conforme o


mapeamento dos pontos focais, buscando ser o mais coincidente possível em termos
de políticas públicas, compatibilizados com a realidade local de cada setor. Outro
levantamento realizado pela equipe da Seletiva Consultoria e Projetos juntamente
com os Técnicos do Município de Santo Antônio do Aventureiro, considerando que
eventos ocorrem de forma presencial, foi a busca otimizada de espaços que poderiam
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 159

sediar a realização desses eventos. Sendo assim, foi considerado a proximidade


territorial entre bairros e o deslocamento entre a sede do Município e cada localidade.

Durante a primeira visita da mobilização da equipe da Seletiva Consultoria e Projetos


à Santo Antônio do Aventureiro, houve um acordo entre os representantes municipais
e a equipe quanto ao número de setores que seriam estabelecidos para o Município.
Segundo os próprios representantes, aderir ao número de 02 (dois), facilitaria a
compreensão das demandas locais, e atenderia todas as comunidades do município,
conforme descrito na Tabela 30.

Tabela 29 – Definição dos Setores em Relação à Comunidade Atendida

Setores Comunidades Atendidas

Centro, São Vicente, Bela Vista, Rua de Baixo, Lavourinha, Lava Pés e
SETOR 1 – SEDE
Morro do Sapé
SETOR 2 – SÃO DOMINGOS Centro
Fonte: Seletiva, 2024.

13.4.1. Programação das oficinas de participação

Conforme elucidado em tópicos anteriores, as Oficinas Setoriais Diagnósticas


Participativas foram realizadas sob a modalidade presencial. A decisão dos locais das
oficinas foi definida em função da acessibilidade da população e infraestrutura do
local, propiciando um espaço aberto e coletivo, entre munícipes e técnicos, para
debates da situação atual dos serviços de gerenciamento dos resíduos sólidos. Os
endereços dos locais de realização das oficinas, bem como as datas de início da
divulgação, os dias e horários dos eventos, constam abaixo, na Tabela 30.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 160

Tabela 30 – Programação da Oficina Participativa do Município Santo Antônio do


Aventureiro em Função dos Setores Estabelecidos
Data do Início Data dos
Setores Horário Local
da Divulgação Eventos
CENTRO CRAS -
Rua Darcy Simplício
SETOR 1 – SEDE 27/02/2024 05/03/2024 15:00H
Pacheco, n.º 59 –
Centro
CENTRO CRAS,
Praça Carlos
SETOR 2 – SÃO DOMINGOS 27/02/2024 05/03/2024 09:30H
Augusto Pires – São
Domingos
Fonte: Seletiva, 2024.

13.4.2. Comunicação social e mobilização para os eventos de oficinas


setoriais

Como preparação para a execução das oficinas setoriais, a Seletiva Consultoria e


Projetos realizou uma série de ações conforme o Plano de Comunicação Social e
Mobilização Social, vale ressaltar que as ações de mobilização se iniciaram com 15
(quinze) dias de antecedência, segundo o TR estabelecido. Foram estabelecidos,
especificamente, os seguintes canais de comunicação para as oficinas:

• Convites eletrônicos;
• Divulgação em redes sociais;
• Divulgação em Sítio Web;
• Cartazes impressos.

Através destes canais, realizaram-se ações citadas a seguir.

13.5. Divulgação do convite para oficina setorial nas redes sociais

Para alcançar o maior número de munícipes interessados em participar dos eventos,


a Seletiva Consultoria e Projetos adotou, como uma das estratégias de divulgação, o
envio de convite eletrônico. Inicialmente, o envio foi separado por setores segundo o
endereço dos locais de realização das oficinas e encaminhado a todos os partícipes
do GA e ao técnico de comunicação do Município. Na sequência, o convite também
foi disponibilizado nas redes oficiais da Prefeitura de Santo Antônio do Aventureiro
(Facebook e Instagram), no grupo de Acompanhamento – GA WhatsApp e no site da
Prefeitura Municipal.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 161

Figura 43 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no site da


Prefeitura Municipal (link para acesso: PMGIRS (pmsaa.mg.gov.br)
Fonte: Seletiva, 2024.

Figura 44 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no


Facebook da Prefeitura Municipal (link para acesso:
https://www.facebook.com/share/p/Z9rrJjkNRamUNuwZ/?mibextid=WC7FNe)
Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 162

Figura 45 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (todos os setores) no


Instagram da Prefeitura Municipal (link para acesso: 𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐌. 𝐝𝐞 𝐀𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨
(@prefeituraaventureiro) • Fotos e vídeos do Instagram)
Fonte: Seletiva, 2024.

13.6. Divulgação das oficinas setoriais por cartazes impressos

Foram elaborados cartazes para as 02 (dois) oficinas setoriais do Município (Figura


46), contendo chamadas para os eventos, local e horário do evento. Os cartazes foram
afixados na Prefeitura Municipal, CRAS, e em pontos de maior fluxo de pessoas dos
dois setores (Figura 47 a Figura 51).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 163

Figura 46 – Cartazes produzidos para os 2 setores de Santo Antônio do Aventureiro


Fonte: Seletiva, 2024.

Figura 47 – Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) no CRAS


Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 164

Figura 48– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) na Farmácia Popular


Fonte: Seletiva, 2024.

Figura 49– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 1) na Prefeitura


Municipal
Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 165

Figura 50– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 2) no Centro de


Convivência
Fonte: Seletiva, 2024.

Figura 51– Divulgação da oficina setorial de diagnóstico (Setor 2) no CRAS


Fonte: Seletiva, 2024.

Vale destacar que, durante toda a campanha de divulgação, a equipe de mobilização


seguiu com as ações de chamamento das comunidades, apontando a importância da
sua participação, por parte da população, seria fundamental para que o Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) fosse elaborado de
acordo com todas as necessidades do Município. Esse chamamento ocorreu,
inclusive, durante a execução da Oficina.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 166

14. RESULTADOS DAS OFICINAS SETORIAIS DE DIAGNÓSTICO DO PMGIRS

14.1. Participação das Comunidades nas Oficinas

No dia 05 (cinco) de março de 2024 (dois mil e vinte e quatro) foram realizadas, junto
à população, as oficinas setoriais para coleta de dados para o diagnóstico, sobre os
serviços de gerenciamento de resíduos sólidos no município. Foi realizada uma oficina
em cada um dos 02 (dois) setores de mobilização estabelecidos junto à população
durante a elaboração do Produto 4 do PMGIRS.

Durante os 02 (dois) eventos contabilizou-se a presença de 15 (quinze) munícipes,


distribuídos por setores. No Setor 01, por exemplo, participaram 06 (seis) pessoas do
Centro e o Setor 02 contou com a presença de 09 (nove) moradores de São
Domingos. Ver lista de presença no (ANEXO B. Lista de Presença das Oficinas
Setoriais Diagnósticas Participativas).

Em todos os eventos os participantes foram comunicados que haveria o registro


fotográfico, para registrar a ocorrência. Esses registros podem ser consultados na
Figura 52 e na Figura 53.

Figura 52 – Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas – Setor 1


Fonte: Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 167

Figura 53 – Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas – Setor 2


Fonte: Seletiva, 2024.

14.1.1. Metodologia das oficinas setoriais de diagnóstico

A metodologia utilizada foi definida de forma que envolvesse a população do município


na elaboração do Plano, sendo assim, as oficinas foram voltadas para facilitar a
participação dos sujeitos sociais em relação à gestão de resíduos sólidos e realizar
um levantamento da realidade local por meio de análise das informações. Levando
em consideração que o tempo previsto para ocorrência da Oficina Diagnóstica seria
de 02 (duas) horas, houve uma organização para ocorrer três momentos, que se
seguiram na seguinte ordem:

Primeiro momento: apresentação do objetivo da Oficina, considerações sobre a


importância da participação de todas as comunidades e breve abordagem sobre os
eixos do PMGIRS e sua elaboração, a apresentação foi guiada com o auxílio de slides
(ANEXO A. Apresentação de Slides Exibida Durante as Oficinas Setoriais
Diagnósticas Participativas. Nesse momento, foi informado que as contribuições dos
participantes seriam anotadas pelo relator, a fim de se produzir uma tabela dos
problemas vivenciados pelas comunidades.

Segundo momento: foi explicado a metodologia da oficina, a qual se pautou em uma


roda de conversa com os participantes, sendo estes indagados para que indicassem
as potencialidades e fragilidades do gerenciamento de resíduos sólidos no seu
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 168

respectivo setor e/ou comunidade/bairro. Para isso, utilizamos uma dinâmica


chamada Árvore de Problemas (diagrama de causa e efeito): essa técnica é sugerida
na etapa de diagnóstico, sendo realizada de forma lúdica com o auxílio de meios
físicos (cartolina, lápis de cor, canetas, etc.) para identificar o que se espera de
melhorias. Resumidamente, compreende “analisar a relação causa-efeito de vários
aspectos de um problema previamente determinado. As raízes da árvore simbolizam
as causas do problema; o próprio problema se encontra no tronco; e os galhos e as
folhas representam os “efeitos”. A roda de conversa e dinâmica foi conduzida por um
roteiro semiestruturado de perguntas relacionadas a gestão dos resíduos sólidos
(envolvendo desde o acondicionamento domiciliar até a destinação final), ressalta-se
que o roteiro de perguntas foi utilizado apenas como um orientador dos técnicos da
Seletiva a realização dos questionamentos (Figura 54).

Por fim, o terceiro momento os participantes tiveram oportunidade de contribuir com


informações, a equipe da Seletiva consolidou o fim da dinâmica e apresentou de forma
breve as próximas etapas participativas.

Vale observar que durante a prática, as oficinas concluíram no tempo inicialmente


planejado, devido às contribuições e participação da população. Em resumo, após
avaliação dos problemas identificados na fala dos participantes das oficinas, foram
percebidos diversos relatos de hábitos negativos por parte da população, além de
recorrentes solicitações quanto à educação ambiental, disponibilidade de lixeiras
públicas e pela implantação da coleta seletiva. As atas e seus respectivos relatórios
podem ser consultados no (ANEXO C. Ata das Oficinas Setoriais Diagnósticas
Participativas do PMGIRS de Santo Antônio do Aventureiro).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 169

Figura 54– Questionário norteador utilizado nas Oficinas Setoriais Diagnósticas


Participativas
Fonte: Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 170

O item a seguir apresenta uma breve análise dos resultados das discussões
realizadas durantes as oficinas setoriais, demonstrando os índices de qualidade dos
serviços prestados pela Prefeitura Municipal, servindo como um indicador das
deficiências no manejo de resíduos sólidos em cada setor do Município de Santo
Antônio do Aventureiro.

14.1.2. Análise dos dados para o diagnóstico participativo

No decorrer das Oficinas Diagnósticas, em Santo Antônio do Aventureiro, foram


realizadas 05 (cinco) ao todo, a saber: Setor 01 (Sede) e Setor 02 (São Domingos).
Nos eventos supracitados buscou-se orientar as discussões e assim abordar 06 (seis)
temas relacionados ao Gerenciamento e Manejo de Resíduos Sólidos no território
municipal, visando identificar as principais carências na prestação dos serviços, a
partir da percepção da população, sendo eles:

• Frequência dos serviços de limpeza nos cursos d’água;


• Disponibilidade de lixeiras públicas;
• Mão de obra qualificada;
• Planejamento e Eficiência da coleta e limpeza
• Inexistência de ações de educação ambiental;
• Ausência da coleta seletiva.

Dentro desse contexto, as informações discutidas e delineadas pelos participantes


das Oficinas Diagnósticas (15 moradores) foram sistematizadas em formato gráfico,
conforme se apresenta na Figura 55. Observa-que forma geral os maiores percentuais
foram definidos pela ausência da coleta seletiva (33%), seguido pela irregularidade da
frequência de limpeza dos cursos d’água (22%).
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 171

Percentual Geral por Temática discutida no


município

Frequência dos serviços de limpeza nos cursos d'água 22,00%


CARÊNCIASIDENTIFICADAS

Disponibilidade de lixeiras públicas 18,00%

Mão de obra qualificada 4,00%

Planejamento e Eficiência da coleta e limpeza 8,00%

Inexistência de ações de educação ambiental 15,00%

Ausência da coleta seletiva 33,00%


0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
PERCENTUAL DE MENÇÃO PELA POPULAÇÃO

Figura 55 – Discussão geral por temática discutidas nas Oficinas Diagnósticas


Fonte: Seletiva, 2024.

A não menção ao tema de grande relevância, como logística reversa, pode estar
elencando à falta de ações de educação ambiental. Além disso, durante as discussões
com os partícipes, foi possível notar que algumas temáticas não foram mencionadas
pelos moradores daquele setor específico, devido às diferenças frequentes entre as
realidades das comunidades/distritos e da sede.

Portanto, na análise disposta a seguir buscou-se demonstrar as variações setoriais no


âmbito municipal, e assim setorizar as lacunas na prestação dos serviços relacionadas
ao eixo de resíduos sólidos, identificadas em Santo Antônio do Aventureiro,
direcionando dessa forma, ações do poder público municipal, que objetivem a
implantação de melhoria e também direcionar o presente estudo na proposição
prognóstica de ações capazes de fomentar a eficiência e eficácia do Sistema
Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 172

Frequência dos serviços de limpeza nos cursos d'água

17,00%

83,00%

Setor 1 Setor 2
Figura 56 – Descarte nos cursos d’água
Fonte: Seletiva, 2024.

Em relação ao descarte irregular nos cursos d’água (Figura 56), os índices foram os
seguintes: 17% no setor 01 (Sede) e 83% no setor 02 (São Domingos), indicando que
todos os setores que abordaram o tema informaram que tal prática acarreta um risco
à saúde pública devido à contaminação ambiental. Os moradores mencionaram que
a irregularidade da frequência de limpeza nesses locais, em conjunto com a falta de
campanhas ambientais educativas que promulguem a destinação correta, influencia
diretamente no descarte inadequado nos corpos hídricos. A implementação de
políticas eficazes de gestão de resíduos e de proteção dos recursos hídricos é
essencial para mitigar esses problemas e proteger a saúde e o bem-estar da
comunidade local. Adicionalmente, a realização de ações de fiscalização e educação
ambiental, aliada à criação de infraestrutura adequada para o descarte correto de
resíduos, como implantação da coleta seletiva, pode contribuir significativamente para
reduzir o descarte irregular nos cursos d'água e preservar a qualidade dos recursos
hídricos na região.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 173

Disponibilidade de lixeiras públicas

20,00%

80,00%

Setor 1 Setor 2
Figura 57 – Disponibilidade de lixeiras
Fonte: Seletiva, 2024.

Durante as interações, a infraestrutura urbana foi amplamente discutida. Residentes


de todos os setores participantes destacaram a escassez de lixeiras públicas (Figura
57) comunitárias como um problema significativo. Os índices de participação nesse
tópico foram de 20% no setor 01 (Sede) e 80% no setor 02 (São Domingos).

É relevante mencionar que os residentes informaram que a quantidade de lixeiras


instaladas não atende à população, o que dificulta a coleta de resíduos e contribui
para a poluição ambiental, uma vez que o lixo se acumula nas vias públicas. Vale
ressaltar que a instalação de mais lixeiras em locais estratégicos, é totalmente aliada
a campanha de conscientização sobre a correta utilização desses recursos, pode se
tornar uma solução viável. Além disso, a manutenção regular das lixeiras existentes
também é essencial para garantir a eficácia do sistema de coleta de resíduos na
comunidade.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 174

Mão de Obra Qualificada

100,00%

Setor 2
Figura 58 – Disponibilidade de mão de obra qualificada
Fonte: Seletiva, 2024.

A qualificação e quantidade dos colaboradores (Figura 58) que desempenham


atividades na limpeza urbana são aspectos cruciais que impactam diretamente a
disponibilidade de mão de obra, influenciando, por sua vez, a frequência e
regularidade dos serviços prestados. Os residentes da comunidade de São Domingos
observaram que o número de trabalhadores tem um impacto direto na qualidade dos
serviços oferecidos, sobretudo nos aspectos com deficiência relacionada à varrição,
poda, roçagem e capina das vias. Já na Sede, esse tema não foi mencionado.

Paralelamente, a falta de qualificação e mão de obra adequada resulta na


irregularidade da coleta, agravando a ineficiência dos serviços de limpeza urbana,
conforme demonstrado anteriormente. Os moradores também destacaram a
necessidade de capacitação para esses trabalhadores, especialmente no manejo
adequado dos resíduos sólidos, uma vez que a falta de qualificação acaba resultando
no espalhamento de lixo pelas ruas. Para resolver esses problemas, é essencial
investir em programas de capacitação e treinamento para os trabalhadores da limpeza
urbana, além de garantir uma quantidade adequada de pessoal para realizar as
atividades de maneira eficiente.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 175

Planejamento e Eficiência da coleta e limpeza

100,00%

Setor 1
Figura 59 – Planejamento e eficiência dos serviços de limpeza urbana
Fonte: Seletiva, 2024.

Outro tema discutido nas Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas foi a


identificação de deficiências na manutenção do planejamento e eficiência dos serviços
de limpeza urbana (Figura 59), abrangendo a coleta de lixo, poda, capina e roçagem
nas ruas e praças. Os dados informados foram de 100% no setor 01 (Sede), já na
comunidade de São Domingos o assunto não foi mencionado, evidenciando uma
lacuna nos serviços públicos.

Os residentes do Setor 02 identificaram a insuficiência de funcionários como a


principal causa do problema. Além disso, a falta de planejamento adequado, a
ausência de manutenção preventiva e a inadequada distribuição de recursos são
fatores que contribuem para a ineficiência dos serviços de limpeza urbana nesses
locais. Para mitigar essas deficiências, é crucial revisar o planejamento dos serviços
de limpeza urbana, redistribuir recursos humanos conforme a demanda e garantir a
eficácia das atividades de manutenção da limpeza urbana.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 176

Inexistência de ações de Educação Ambiental

25,00%

75,00%

Setor 1 Setor 2
Figura 60 – Inexistência de ações de educação ambiental
Fonte: Seletiva, 2024.

No que concerne às ações de educação ambiental (Figura 60), os índices indicaram


uma predominância de 75% no setor 01 (Sede) e de 25% no setor 02 (São Domingos).
Este tema foi amplamente discutido, com foco principalmente em campanhas
educativas sobre o descarte adequado dos resíduos e sua separação. Entretanto,
para haver eficácia na separação e posterior reutilização, é fundamental a
implementação da coleta seletiva em Santo Antônio do Aventureiro.

A implantação de programas educativos ambientais desempenha um papel crucial na


conscientização da população sobre a importância da separação correta dos resíduos,
bem como no estímulo à prática de hábitos sustentáveis. Essas iniciativas visam não
apenas reduzir a quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários, mas
também promover a sustentabilidade ambiental e incentivar a adoção de
comportamentos mais responsáveis em relação ao meio ambiente.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 177

Ausência de Coleta Seletiva

44,00%

56,00%

Setor 1 Setor 2
Figura 61 – Inexistência da coleta seletiva
Fonte: Seletiva, 2024.

Para concluir as temáticas discutidas nas Oficinas Setoriais Diagnósticas


Participativas, no que concerne à ausência de coleta seletiva, os índices foram de
56% no setor 01 (Sede) e 44% no setor 02 (São Domingos).

Os participantes de todos os setores que mencionaram essa questão relataram que,


embora realizem a separação do lixo domiciliar em algumas ocasiões, quando a
Prefeitura efetua a coleta, os resíduos são misturados aos materiais no caminhão,
tornando inviável a segregação. Na comunidade de São Domingos, os residentes
informaram que os trabalhadores responsáveis pela coleta comum também recolhem
materiais recicláveis, sendo essa atividade realizada de forma privada por eles. Nesse
contexto, a comunidade contribui com a separação dos materiais, promovendo, assim,
a coleta seletiva de forma colaborativa.

A implantação efetiva da coleta seletiva, aliada à conscientização da população sobre


a importância da separação correta dos resíduos, pode ser crucial para reduzir a
quantidade de materiais enviados para aterros sanitários, promovendo a reciclagem e
a economia circular. Além disso, é importante que as autoridades locais promovam
campanhas educativas e invistam em infraestrutura adequada para a coleta seletiva,
visando a sustentabilidade ambiental e o bem-estar da comunidade.
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15. CONCLUSÃO DOS RESULTADOS DA MOBILIZAÇÃO PARA O


DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

O resultado esperado desse processo participativo é a construção de um cenário em


que a população se manifeste como atores efetivos e protagonistas na identificação
de problemas. Em outras palavras, para que o direito a gestão dos resíduos sólidos
seja reconhecido e concretizado para todo o Município de Santo Antônio do
Aventureiro, é preciso haver mobilização popular. É importante dizer que esse
processo de depoimentos e reivindicação por qualidade de vida propiciou uma
ampliação do conhecimento sobre o gerenciamento de resíduos sólidos do Município,
além de qualificar as demandas sociais, no que diz respeito ao direito de acesso da
população a gestão dos resíduos.

Com uma expressiva participação de lideranças dos 02 (dois) setores do Município,


foi possível obter dados relevantes sobre o relacionamento das diversas comunidades
em relação ao gerenciamento integral dos resíduos. Conforme dito anteriormente,
foram 15 (quinze) munícipes participantes somado à participação nas oficinas. Ou
seja, a base de informações que expressam a percepção da população quanto aos
problemas enfrentados no Município, ficou bastante significativa. Por falar em base de
informações, o ponto focal e os colaboradores do município foram bastante ativos
durante todo o processo de mobilização. Portanto, a participação popular nas oficinas,
por diferentes meios de comunicação, agregou a este diagnóstico o ponto de vista de
uma parcela diversificada da população. A partir desse processo, a expectativa de
melhores condições de vida à população, e das condições ambientais, será uma
realidade mais concreta para a população.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 179

16. REFERÊNCIAS

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Classificação.
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n° 306/2004 – NBR 15.113
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embalagens/ Acesso em: dezembro de 2023.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
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SINIR. Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. Disponível
em: https://sinir.gov.br/perfis/logistica-reversa/logistica-reversa/pilhas-e-baterias/ Acesso em:
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JARDIM, Arnaldo et al (Org). Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.
São Paulo: Manole, 2012. p. 79 – 101.
THRAY. Empreendimentos. Disponível em: https://www.thray.com.br/ Acesso em: março de
2024.
UFRPE. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Disponível em:
https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/677/1/Educacao_Ambiental_2016.pdf Acesso
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UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/124860. 2012. Acesso em: dezembro de 2023.
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conflitos e critérios de harmonização entre as demais legislações e normas. In: JARDIM,
Arnaldo et al (Org). Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. São Paulo:
Manole, 2012. p. 3 – 38.
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17. ANEXOS

ANEXO A. Apresentação de Slides Exibida Durante as Oficinas Setoriais


Diagnósticas Participativas do PMGIRS de Santo Antônio do Aventureiro
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ANEXO B. Lista de Presença das Oficinas Setoriais Diagnósticas


Participativas do PMGIRS de Santo Antônio do Aventureiro

As Figura 62 e Figura 63 mostram as listas de presença assinadas durante as Oficinas


Setoriais dos 02 (dois) setores do Município de Santo Antônio do Aventureiro.

Figura 62 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 1


Fonte: Seletiva, 2024.
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Figura 63 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 2


Fonte: Seletiva, 2024.
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ANEXO C. Ata das Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas do


PMGIRS de Santo Antônio do Aventureiro
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