P4 - Aventureiro - REV00 - 03.2024
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Elaborado por: Equipe técnica Supervisionado por: Vera Lúcia Abreu Vilela
Legenda Finalidade: [1] Para Informação [2] Para Comentário [3] Para Aprovação
ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO
EQUIPE TÉCNICA
CONTRATO Nº 033/2023
ASSINATURA DO
17 de julho de 2023
CONTRATO
ASSINATURA DA
ORDEM SE 03 de outubro de 2023
SERVIÇO
PRAZO DE
12 meses, a partir da data da emissão da Ordem de Serviço.
EXECUÇÃO
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Figura 54– Questionário norteador utilizado nas Oficinas Setoriais Diagnósticas Participativas
.......................................................................................................................................... 169
Figura 55 – Discussão geral por temática discutidas nas Oficinas Diagnósticas ................ 171
Figura 56 – Descarte nos cursos d’água ............................................................................ 172
Figura 57 – Disponibilidade de lixeiras ............................................................................... 173
Figura 58 – Disponibilidade de mão de obra qualificada .................................................... 174
Figura 59 – Planejamento e eficiência dos serviços de limpeza urbana ............................. 175
Figura 60 – Inexistência de ações de educação ambiental ................................................ 176
Figura 61 – Inexistência da coleta seletiva......................................................................... 177
Figura 62 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 1................................ 185
Figura 63 – Lista de Presença Oficina Diagnóstica Setorial – Setor 2................................ 186
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo xiv
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar do disposto nas legislações supracitadas, e, mesmo após mais de uma década
de sua vigência, ainda são grandes as dificuldades encontradas por parte dos
gestores municipais com relação à elaboração e implementação do PMGIRS,
podendo ser citados: a ausência de corpo técnico qualificado para elaboração do
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 18
Visando uma solução real para lidar com tal demanda, é necessário serem feitos
esforços no sentido de uma conscientização efetiva por parte do poder público e
criadas ferramentas e tecnologias que permitam aos agentes da municipalidade se
enquadrarem à legislação e melhorarem sua gestão e, consequentemente, garantir
mais qualidade de vida e bem-estar social de sua cidade, preservando, ou mesmo,
recuperando seu meio ambiente.
O manejo inadequado dos resíduos pode oferecer uma série de riscos ambientais,
que ultrapassam os limites do município gerador, podendo gerar doenças e
comprometer a qualidade de vida da população, direta ou indiretamente, devendo ser
observada toda a cadeia dos resíduos sólidos, desde o momento da geração até seu
tratamento, possível reaproveitamento e destinação final ambientalmente correta.
A partir do exposto, esforços devem ser somados por parte do poder público, iniciativa
privada, terceiro setor (entidades de classe, associações de bairro etc.) e o cidadão,
no sentido de garantir a boa gestão desse complexo e indispensável sistema,
englobando todas as práticas e atividades a ele correlacionadas.
I - Quanto à origem:
II - Quanto à periculosidade:
A classificação dos resíduos sólidos é indispensável, visto que cada tipo de resíduo
requer uma abordagem (armazenamento/ coleta/ tratamento/ disposição final)
específica, no intuito de garantir seu eficaz manejo, com ações e investimentos
assertivos. As respectivas legislações, diretrizes e normas devem, portanto, ser
norteadoras desse processo.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 25
Resíduos Sólidos Resíduos úmidos: resíduos orgânicos, compostáveis e rejeitos não reaproveitáveis.
Domiciliares (RSD):
originários de atividades Resíduos secos: composto por resíduos recicláveis (embalagens plásticas, vidros,
domésticas em papel etc.).
residências urbanas.
Resíduos Comerciais e Gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da
de Prestadores de atividade desenvolvida nos diferentes circuitos de distribuição de bens de consumo,
Serviços como supermercados, bancos, lojas hotéis, restaurantes e bares.
Resíduos de Varrição: limpeza dos resíduos acumulados junto à sarjeta e meio fio,
evitando o acúmulo de resíduos. É indispensável para o bom aspecto e asseio da
cidade, além de influir na saúde pública, segurança de pedestres e dos veículos, e até
no bem-estar dos habitantes.
Resíduos de Poda: provenientes da capina, corte de grama e poda/corte de árvores.
A capina de áreas públicas, sarjetas e meios fios, realizadas com o intuito de garantir
as condições de drenagem e evitar o mau aspecto desses.
Resíduos de Limpeza Resíduos de Feiras Livres: gerados nos setores de venda (hortifrutigranjeiros,
Urbana carnes, cereais, artesanato etc.), desde a recepção e organização dos alimentos nas
barracas pelos feirantes até o consumidor, incluindo o consumo no próprio local de
comida, frutas, sorvetes etc., tornando-se gerador.
Resíduos Cemiteriais: provenientes da manutenção e limpeza com coleta dos restos
florais resultantes das coroas e ramalhetes, vasos plásticos ou cerâmicos de vida útil
reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos e da infraestrutura local,
resíduos gerados em exumações, resíduos de velas, resíduo proveniente de varrição
e poda.
Compostos por areia, material gradeado e lodo, gerados no tratamento de esgoto;
Resíduos dos Serviços lodo e resíduos do processo de filtração e tratamento de água e material recolhido nos
Públicos de serviços de desobstrução de bueiros e galerias pluviais. São gerados em Estações de
Saneamento Básico Tratamento de Água e de efluentes, e em serviços de manutenção dos sistemas de
drenagem, de onde é removido o material inerte.
Resultantes de atividades industriais, nos estados sólido, semi-sólido, gasoso -
quando contido, e líquido, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
Resíduos Industriais
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. (RESOLUÇÃO
CONAMA nº 313/2002).
Resultantes dos serviços de saúde, conforme definido em regulamento (PNRS) ou em
normas estabelecidas pelo Sisnama e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Os
resíduos de saúde, ou hospitalares, são os resíduos produzidos pelas atividades de
unidades de serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios, postos de saúde etc.
Incluem resíduos infectantes (classe A), como culturas, vacinas vencidas, sangue e
Resíduos dos Serviços
hemoderivados, tecidos, órgãos, perfurante ou cortantes, animais contaminados,
de Saúde (RSS)
fluídos orgânicos; os resíduos especiais (classe B), material radioativo ou
contaminado, resíduos farmacêuticos, resíduos químicos; e os resíduos comuns
(classe C), que não oferecem risco adicional à saúde pública, sendo os das áreas
administrativas, de varrição e limpeza de jardins, etc (Resoluções CONAMA 258/05 e
RDC ANVISA 222/2018).
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Resíduos sujeitos a
sistema de Logística Resíduos eletroeletrônicos: compostos por equipamentos eletroeletrônicos
Reversa (computadores, eletrodomésticos, aparelhos de TV etc.) e seus componentes.
Resíduos de lâmpadas, pilhas e baterias: compostos por lâmpadas fluorescentes,
de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, e por pilhas e baterias usadas,
principalmente as que contenham níquel, cádmio ou metais pesados em sua
composição, por serem mais poluentes.
Resíduos de agrotóxicos e embalagens: compostos por produtos e agentes de
Perigosos (Classe I) processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção,
no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de florestas nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da
fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos,
bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,
estimuladores e inibidores de crescimento; além de suas embalagens vazias. (Decreto
4.074/2002 / Resolução CONAMA 465/2014).
Resíduos de óleo lubrificante: compostos por óleos lubrificantes, seus resíduos e
embalagens, conforme PNRS (Resolução CONAMA 362/2005 / Resolução 450/2012)
analisada, o peso específico (PE) aparente trata-se do peso do lixo solto em função
do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m³. Sua
determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações.
Na ausência de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores de 230 kg/m³ para
o peso específico do lixo domiciliar, 280 kg/m³ para o peso específico dos resíduos de
serviços de saúde e de 1.300kg/m³ para o peso específico de entulho de obras.
O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado
no desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da
decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de
coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos
veículos. Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de destinação final
e de recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos
resíduos.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 28
Após levantamento e análise dos dados, pôde-se verificar o seguinte cenário quanto
aos resíduos sólidos urbanos gerados no município (Tabela 2):
Vidro
Papel
1% Papel
Papelão
6% Plástico mole Papelão
Outros
8%
15% Plástico mole
Plástico duro
Papel higiênico / fralda Plástico duro Isopor
descartável 4% Isopor
1%
8%
PET
PET 3%
Tetrapak Tetrapak
1%
Trapo
Borracha
Matéria orgânica Trapo 21%
28% Madeira
Metal ferroso
Borracha Alumínio
2%
Matéria orgânica
Metal ferroso
Papel higiênico / fralda descartável
1%
Eletrônico
Couro
Outros
A partir de tal análise, conforme a respectiva amostra utilizada para o estudo, tem-se
o peso específico dos RSU de Santo Antônio do Aventureiro, de 100 kg/m³. E, ainda,
considerando a população do município (IBGE, 2022), calculou-se sua geração per
capita de RSU (média de resíduos gerados por habitante), sendo essa de 0,557
kg.hab/dia.
recicláveis
29%
rejeitos recicláveis
43%
matéria orgânica
rejeitos
matéria orgânica
28%
Este sistema pode ser administrado de diferentes formas, como diretamente pela
Administração Municipal; através de uma empresa pública específica; ou ainda
através de uma empresa de economia mista criada para desempenhar
especificamente essa função. Os serviços podem ser ainda objeto de concessão ou
terceirizados junto à iniciativa privada. As concessões e terceirizações podem ser
totais ou parciais, envolvendo um ou mais segmentos das operações de manejo dos
resíduos e da limpeza urbana. Existe ainda a possibilidade de consórcio com outros
Municípios, especialmente nas soluções para destinação final dos resíduos.
Tabela 3 – Quadro de pessoal – Setor limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
Serviços Nº Funcionários Prefeitura / Terceirizado
Coleta (motoristas) 01 Terceirizado
Coleta (coletores) 02 Terceirizado
Varrição 06 Prefeitura
Poda, capina e roçada 03 Prefeitura
Motorista (limpeza/capina/roçada) 01 Prefeitura
Demais serviços (Coleta RSS, Coleta
02 Terceirizado
Seletiva etc)
Gerenciais ou Administrativos 01 Prefeitura
TOTAL 16 Prefeitura / Terceirizado
Fonte: Seletiva, 2024.
De acordo com o artigo 13 da PNRS, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) podem ser
divididos em Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD), Resíduos Comerciais e de
Prestadores de Serviços e Resíduos Sólidos Públicos (RPU).
2.3.1.1. Acondicionamento
2.3.1.3. Coleta
rota. Mesmo a coleta sendo realizada de modo satisfatório, visto que não há
reclamações recorrentes por parte dos moradores, esse é um dado bastante útil para
a prefeitura, visto que pode ser utilizado para melhor planejamento e maior efetividade
do serviço. Assim, recomenda-se que a prefeitura solicite tal controle junto à
prestadora do serviço.
Nas duas localidades rurais onde a coleta ocorre uma vez por semana, também são
disponibilizadas pela prefeitura bombonas ao longo das estradas, para
acondicionamento do lixo e seu posterior recolhimento (Figura 13).
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No município ainda não foi implementada a coleta seletiva e não há usina de triagem
e compostagem, para separação e reaproveitamento de parte dos resíduos, sendo
destinado ao aterro 100% dos RSU coletados no município, incluindo os resíduos das
indústrias têxteis locais, que também são recolhidos pela coleta convencional da
prefeitura, sem nenhum custo ou reaproveitamento desses resíduos (trapo/pano) por
parte dos seus geradores.
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Nas vias, a maior parte dos detritos é encontrada nas sarjetas, devido ao
deslocamento de ar causado pelos veículos, que empurram o resíduo para o meio fio.
Além disso, as chuvas se encarregam de levar os detritos para junto do meio fio, na
direção das bocas de lobo.
Os principais motivos sanitários para que as ruas sejam mantidas limpas são: prevenir
doenças resultantes da proliferação de vetores (moscas, baratas, ratos, etc.) e
depósitos de lixo nas ruas ou em terrenos baldios; evitar danos à saúde resultantes
de poeira em contato com os olhos, ouvidos, nariz e garganta. No que se refere ao
aspecto estético, a cidade limpa propicia orgulho a seus habitantes, melhora a
aparência da comunidade, ajuda a atrair novos residentes e turistas, valorizar os
imóveis e consequentemente movimentar os negócios.
A Praça Central do município se encontra muito bem conservada e limpa (Figura 15).
No município, a cada 15 dias ocorre uma feira dos agricultores, e fica a cargo da
equipe de limpeza da Municipalidade a limpeza do local após encerramento das
atividades. Ainda, nos períodos em que ocorrem eventos turísticos na cidade, como o
Motofest, no mês de maio, e a Exposição Agropecuária, em setembro, os serviços e
estruturas de limpeza são reforçados, sendo a coleta inclusive realizada diariamente,
para suprir a demanda dessas ocasiões.
O Ministério do Meio Ambiente estima que cerca de 75% dos resíduos gerados pelos
estabelecimentos de serviços de saúde correspondem a resíduos do grupo D, ou seja,
correspondem aos resíduos comuns e passíveis de reciclagem. Já os resíduos dos
grupos A, B, C e E correspondem, em média, a cerca de 25% do conjunto dos RSS
gerados pelos estabelecimentos de serviços de saúde, os quais, dado seu alto grau
de periculosidade, requerem tratamento especial.
• Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em
recipiente próximo ao local de sua geração;
• Os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos
leitosos, em conformidade com a norma técnica da ABNT/NBR 9190/2003,
devidamente fechados;
• Os resíduos perfurocortantes (agulhas, vidros, etc.) devem ser acondicionados
em recipientes especiais para este fim;
• Os resíduos provenientes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisas
microbiológicas tem que ser submetidos à esterilização no próprio local de sua
geração;
• Os resíduos compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana tem
que ser dispostos, em separado, em sacos brancos leitosos, devidamente
fechados.
• Para que os sacos plásticos contendo resíduos infectantes não venham a se
romper, liberando líquidos e ar contaminados, é necessário utilizar
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 51
2.3.3.1. Acondicionamento
Os resíduos volumosos (RV), por sua vez, são constituídos por peças de grandes
dimensões, como móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens e
outros resíduos de origem não industrial, não coletados pelo sistema de recolhimento
domiciliar convencional. Os componentes mais constantes desse tipo de resíduos são
as madeiras e os metais. Os RV são definidos pelas normas brasileiras que versam
sobre os RCC e normalmente são removidos das áreas geradoras juntamente com os
RCC.
De acordo com Pinto (1999), o resíduo gerado pela construção civil corresponde, em
média, a 50% do material que entra na obra. Confirmando esse percentual, Lima
(2001) afirma que, de todos os resíduos sólidos gerados em uma cidade, cerca de
dois terços são resíduos domésticos e um terço vem da construção civil, podendo
atingir 50% em alguns municípios.
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Assim, a prefeitura deve implementar meios de subsidiar seus custos com o serviço,
prevendo, por exemplo multas para os infratores, o que também acaba por coibir
irregularidades, e também a implementação de cobrança junto ao gerador por meio
de taxa de recolhimento do resíduo, conforme previsto na Lei n° 11.445/2007 (Política
Nacional do Saneamento Básico), que estabelece que o serviço prestado pelo poder
público tenha sustentabilidade financeira, o que ainda não ocorre em Santo Antônio
do Aventureiro.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 57
A prefeitura informou que não possui nenhum controle da quantidade de RCC gerado
ou coletado no município. De acordo com o Panorama da Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe, 2020), em 2019 o
índice de geração média per capita de RCC para a região sudeste foi de 0,726
kg/hab/dia; tomando como base esta média e a população total do município (3.769
habitantes), foi estimado que são gerados cerca de 2,74 t/dia de RCC em Santo
Antônio do Aventureiro.
para essa tipologia de resíduos. Tal ação será sugerida no Produto 5 deste PMGIRS,
do Prognóstico.
A literatura contemporânea (WANKE et al, 2002 e JANUÁRIO et al., 2007), indica que
a geração de lodo equivale, de modo geral, a 1 tonelada/dia para cada m³ de vazão
da central de tratamento, e, portanto, podem ser esperados volumes de algumas
toneladas por dia no município que possui centrais de tratamento de esgotos
implantadas. Assim, o lodo removido nas diferentes etapas do tratamento requer
maiores cuidados e controle na etapa da destinação final também pelo expressivo
montante gerado.
bem como para recuperação de áreas degradadas. Porém, é importante alertar que
existem restrições para o uso de lodo no solo, devido à presença de patógenos, sais
solúveis, compostos orgânicos persistentes e metais tóxicos. Segundo a Resolução
nº 375/ 2006, os lodos gerados em sistemas de tratamento de esgoto, para terem
aplicação agrícola, deverão ser submetidos a processo de redução de patógenos e
da atratividade de vetores. A resolução veta a utilização agrícola de:
A disposição do lodo em aterros é viável, sendo uma alternativa segura para a saúde
pública e ambiental quando corretamente projetado e operado, além de ser
regulamentado pelas legislações ambientais vigentes. Esta solução deve ser
priorizada sempre que evidenciado o impedimento de envio destes resíduos para
aproveitamento energético ou para fins de fertilização, por conta de possíveis
contaminações, detectadas em ensaios específicos. (Cachoeirinha, 2012).
A geração de biogás a partir do lodo, juntamente com outros tipos de resíduos sólidos,
particularmente resíduos de podas e resíduos orgânicos é interessante também.
Estudo de Cassini (2003) observa a importância da utilização do biogás gerado pelo
consorciamento de lodos de ETAs e ETEs com resíduos sólidos no aproveitamento e
destinação final destes materiais quando aproveitados conjuntamente. Traballi et al,
2009 cita que 1 m³ de biogás equivale energeticamente a 1,5 m³ de gás de cozinha,
0,5 a 0,6 litros de gasolina, 0,9 litro de álcool, 1,43 kWh de eletricidade e 2,7 kg de
lenha (Cachoeirinha, 2012).
Tendo em vista o potencial poluidor dos resíduos gerados pelas atividades minerárias,
assim como os riscos que oferecem à saúde humana, o gerenciamento
ambientalmente adequado desses é fundamental. Deve-se, prioritariamente, prevenir
ou reduzir, na fonte, a sua geração, sendo que sua disposição final deve ser utilizada
apenas como último recurso, após cessadas todas as possibilidades de reutilização e
reciclagem. A destinação dos resíduos, estéreis e rejeitos de empreendimentos do
setor minerário se subdivide em Destinação Dentro da Mineração (DM), Destino
Externo (DE) e Sem Destino Definido (SDD).
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 68
pelo ciclo de vida dos produtos, que envolvem toda a sociedade no objetivo de dar
destinação ambientalmente adequada aos resíduos sólidos (apud CNI, 2014).
Segundo a Lei nº 12.305/2010, em seu art. 33, os resíduos sujeitos à logística reversa
são:
Por sua vez, cada cidadão tem como responsabilidade realizar a identificação e a
triagem destes resíduos, destinando-os aos postos de coleta autorizados pela
prefeitura municipal. Conclui-se, portanto, que a correta destinação de pilhas e
baterias se relaciona diretamente com a atitude dos cidadãos, aliada ao cumprimento
da legislação por parte de produtores e distribuidores. A conscientização e
engajamento desses a respeito dos riscos iminentes à saúde humana e ao meio
ambiente relacionados à gestão destes resíduos é fundamental. (ARMBH, 2013).
Em Santo Antônio do Aventureiro, segundo informado pela prefeitura, ainda não foi
implementada a logística reversa de pilhas e baterias, portanto não há nenhum ponto
de entrega/coleta desses resíduos, sendo recolhidos juntamente com os demais pelo
caminhão de coleta, conforme descarte da população.
2.3.10.3. Pneus
A Resolução Conama nº 416/09, art. 15º, veda a disposição final de pneus no meio
ambiente de forma inadequada, tais como seu lançamento em corpos d’água, terrenos
baldios ou alagadiços, a disposição em aterros sanitários e a queima a céu aberto.
Apesar da resolução, em Minas Gerais, uma quantidade considerável de pneus é
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Conforme disposto acima, deve haver um esforço em conjunto por parte da prefeitura,
iniciativa privada e população para implementação efetiva dessa prática essencial
para destinação adequada do resíduo. Tendo em vista o caráter voluntário dos pontos
de recebimento, campanhas de conscientização devem ser realizadas, de modo a
informar a população sobre os riscos associados à destinação inadequada dos pneus,
e também os locais de ponto de entrega.
Destaca-se ainda que tal resíduo possui valor agregado, quando do seu
reaproveitamento e reciclagem. Os pneus podem ser transformados em óleo, gás e
enxofre; podem ser utilizados, localmente, na otimização da produção, na construção
civil, em obras de contenção de encostas e erosões, processo bastante difundido no
Brasil. Nesse caso, é necessário manutenção adequada, para evitar a proliferação de
vetores. Também são usados na produção de artefatos e artesanatos de borracha e
reutilizados a partir da técnica de recauchutagem, caso servíveis. Ainda, têm utilização
na regeneração da borracha para usos diversos, na geração de energia, composição
do asfalto, entre outras. No Brasil, a forma mais comum para o aproveitamento de
pneus (cerca de 85% da destinação final dos resíduos recolhidos pela Reciclanip) é
como combustível alternativo ao coque do petróleo, em fornos de cimenteiras
(ARMBH, 2013).
A maioria dos derivados de petróleo são totalmente consumidos durante o uso, mas
este não é o caso dos óleos lubrificantes. De tempos em tempos, ele precisa ser
trocado, pois perde capacidade devido a uma série de fatores, como a contaminação
por partículas de outros elementos.
O óleo lubrificante usado retirado dos motores e dos equipamentos é chamado OLUC
(Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado) conhecido popularmente como “óleo
queimado” (denominação incorreta e que deve ser evitada). Ele possui características
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que representam um risco para o meio ambiente. Mas, apesar de ter ácidos orgânicos,
metais pesados e dioxinas em sua composição, o OLUC é, em sua maior parte, óleo
básico, ou seja, ele pode ser recuperado. Para isto, deve passar por um processo
chamado rerrefino, com o qual atinge um reaproveitamento de 75 a 80% de seus
constituintes (Instituto Jogue Limpo, 2024).
Em 2011 foram coletados 416,6 milhões de litros de OLUC, o que representa 37,0%
do OLUC reciclável comercializado no período (1.126,0 milhões de litros), superando
a meta estabelecida para o período. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o de
Minas e Energia (MME) estabelecem em ato normativo conjunto as metas a serem
cumpridas pelo setor, que são divulgadas em portarias interministeriais (CNI, 2014).
O município ainda não realiza fiscalização da atividade e dessa forma também não
dispõe de quantitativo de geração do respectivo resíduo.
Outro dado relevante é com relação ao óleo comestível usado, que, segundo
informado pela Emater, é recolhido por pelo menos um morador local, Dona
Terezinha, que produz sabão e inclusive já comercializa o produto na feira dos
produtores municipal.
No município ainda não é feita a logística reversa desses resíduos, sendo assim,
também há um controle com relação à sua geração ou coleta.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 79
ABNT NBR 11174/1990 Armazenamento de resíduos classe II–não inertes e III – inertes.
ABNT NBR 8911/1985 Solventes – Determinação de material não volátil – Método de ensaio.
Ressalta-se que os resíduos que já possuem seu sistema de logística implantado são:
embalagens de agrotóxicos; óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC);
embalagens plásticas de óleos lubrificantes; pilhas e baterias; e pneus.
O transporte das pilhas e baterias usadas ou inservíveis deverá ser efetuado por
pessoas físicas ou jurídicas, inscritas no Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, conforme
estabelecido no art. 9º da Instrução Normativa Ibama nº 8/2012. O transporte deve,
ainda, estar de acordo com as normas e legislações vigentes, como o Decreto Federal
nº 96.044/1988, que regulamenta o transporte rodoviário de resíduos perigosos.
Tendo em vista que as pilhas são usadas abundantemente pelas pessoas e a grande
maioria desconhece os riscos potenciais do descarte incorreto destas, tornou-se
comum o descarte em aterros municipais, junto com o resíduo domiciliar. Entretanto,
não são todas as pilhas e baterias que podem ser destinadas a aterros sanitários.
Conforme art. 3º e 4º da Resolução Conama nº 401/2008, as baterias com sistema
eletroquímico chumbo-ácido e as baterias níquel-cadmio e óxido de mercúrio não
podem ser incineradas e dispostas em aterros sanitários. Algumas pilhas e baterias
podem ser destinadas a aterros sanitários licenciados, sendo elas: comuns e alcalinas
(zinco/manganês e alcalina/manganês) e as especiais, de niquelmetalhidreto, íons de
lítio, lítio e zinco ar (ARMBH, 2013).
Atividade Procedimentos
Resolução CONAMA nº 420, Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
de 28 de dezembro de 2009. presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes.
Resolução CONAMA nº 401, Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
de 04 de novembro de 2008. baterias comercializadas no território nacional.
Resolução CONAMA nº 023, Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos. Alterada pelas
de 12 de dezembro de 1996. Resoluções nº 235, de 07 de janeiro de 199.
Resolução CONAMA nº 228, Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos acumuladores elétricos
de 20 de agosto de 1997. de chumbo.
Deliberação Normativa
Dispõe sobre a declaração de informações relativas à identificação de áreas
COPAM nº 116, de 27 de
suspeitas de contaminação e contaminadas.
junho de 2008.
Deliberação Normativa
Institui o Programa Estadual de Gestão de Áreas Contaminadas, que
Conjunta COPAM / CERH nº
estabelece as diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo
02, de 08 de setembro de
e gerenciamento ambiental.
2010.
ABNT NBR 10157/1987 Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto, construção.
Pneus Inservíveis
Resolução CONAMA
416/09; Instrução;
• A coleta deve ser realizada em contêineres ou
Coleta IBAMA 01/10
caçambas estacionárias, com volume superior a 100 L.
NBR 11.174;
NBR 12.980
• Preferencialmente, o resíduo em questão deve ser
beneficiado por meio da reutilização ou processo de
Lei 12.305
reciclagem;
NBR 13.896
• Em caso da inexistência dos processos de reutilização e
Destinação final Resolução CONAMA
reciclagem, a disposição final do resíduo deverá ser
416/09; Instrução
realizada em aterro sanitário de resíduos não perigosos
IBAMA 01/10
(Classe II A), devidamente licenciado por órgãos
ambientais competentes.
Fonte: Adaptado Seletiva, 2024.
2.4.4.4. OLUC
Por sua vez, o consumidor tem o dever de entregar o resíduo perigoso ao ponto de
recolhimento (revendedor) ou outro coletor autorizado. Uma vez que a maior parte do
OLUC é descartada justamente no ponto de recolhimento (ponto de troca de óleo), o
cumprimento dessa obrigação é bastante facilitado. O revendedor assume o papel de
ligação entre o consumidor e os agentes de reciclagem do óleo lubrificante usado ou
contaminado (OLUC), os coletores. Sua responsabilidade consiste em dispor de
instalações adequadas e licenciadas pelo órgão ambiental para recolher de forma
segura o OLUC em seu estabelecimento. O resíduo deve ser entregue exclusivamente
ao coletor, que dará prosseguimento à destinação ambientalmente adequada.
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 102
Indicadores de desempenho
Coleta – Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa cobertura coleta em relação à população
urbana 3.346 hab. urbanos
IC1 100%
população urbana 3.346 hab. urbanos atendidos
população urbana atendida
Taxa cobertura coleta em relação à população
rural 423 hab. rurais
IC2 50%
população rural 211 hab. rurais atendidos
população rural atendida
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
Indicadores de desempenho
Materiais recicláveis / reaproveitáveis / rejeitos
Ref. Indicador Cálculo Resultado
Taxa de recicláveis em relação ao total de RSU coletado
0,61 𝑡/𝑑𝑖𝑎
IR1 quantitativo materiais recicláveis (gravimetria) 29%
2,10 𝑡/𝑑𝑖𝑎
quantitativo RSU coletado
Taxa de rejeito acumulado em relação ao total de RSU coletado
0,90 𝑡/𝑑𝑖𝑎
IR2 quantitativo de rejeito (gravimetria) 43%
quantitativo RSU coletado 2,10 𝑡/𝑑𝑖𝑎
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 103
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
Fonte: Santo Antônio do Aventureiro, 2024; IBGE, 2022; Adaptado PMSJN, 2021; Seletiva, 2024.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 104
De modo geral, é importante que a população tenha consciência de que é ela quem
remunera o sistema, através do pagamento de impostos, taxas ou tarifas, implicando,
ao Poder Público Municipal a execução de uma gestão integrada que inclua,
necessariamente, um programa de sensibilização dos cidadãos e que tenha uma
nítida predisposição política voltada às prioridades identificadas, nesse caso, junto ao
sistema de resíduos sólidos e limpeza urbana.
Não invariavelmente, a receita com a arrecadação da taxa, que quase sempre está
associada a uma pequena cobrança junto ao Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), representa apenas um percentual dos custos reais dos serviços, inferior ao
mínimo necessário para gerir o sistema, daí a necessidade de recursos
complementares por parte do Poder Público.
4.1. Receita
4.2. Despesa
Desse montante, conforme tabela apresentada a seguir (Tabela 22), em que constam
os valores discriminados para as atividades relacionadas ao manejo dos resíduos
sólidos e limpeza urbana do município, fornecidos pela Municipalidade, as despesas
decorrentes do ano de 2023 junto ao respectivo setor, perfazem o valor de R$ R$
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 107
Convêm destacar que, apesar de ter sido aqui considerada, a despesa com o manejo
dos RSS (R$ 17.280,00) pode não estar prevista junto ao setor de resíduos sólidos e
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 108
limpeza urbana e sim junto à pasta da saúde. Todavia, tal valor representa um
pequeno custo ante o montante e não compromete em tese a análise apresentada,
além de ser útil para se compreender o valor geral dos custos advindos do manejo
dos resíduos do município como um todo.
Ausência de
monitoramento/controle de No município não é realizado nenhum tipo de monitoramento em
quantitativo dos resíduos sólidos relação à geração dos resíduos em geral, com exceção para os RSU
gerados no município (exceto RSU e RSS, visto que ambos possuem controle de pesagem.
e RSS)
Lacuna Descrição
Ausência de roteiro dos serviços Não há cronograma formalizado sobre as rotas de coleta de RSU
de coleta realizadas, ficando a cargo do motorista da operação da coleta a rota.
A sede está localizada em Juiz de Fora/MG, onde estão distribuídas oito unidades
móveis de atendimento, sendo 6 USB (Unidade de Suporte Básico) e 2 USA (Unidade
de Suporte Avançado). Na região que integra o Consórcio, há, ainda, outras 54
ambulâncias.
Cabe ressaltar que, com relação ao sistema de coleta seletiva, os consumidores têm
por obrigação acondicionarem adequadamente e de forma diferenciada os resíduos
sólidos gerados, conforme estabelecido em plano municipal de gestão integrada (Lei
n° 12.305/2010, art. 35). Por essa razão, entende-se que a população tem um papel
importante no desempenho dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, à
medida em que participa dispondo seus resíduos domiciliares adequadamente, nos
pontos e dias pré-estabelecidos pela Municipalidade.
Diversos municípios têm procurado dar ainda um cunho social aos seus programas
de reciclagem, formando cooperativas de catadores que atuam na separação de
materiais recicláveis existentes no lixo. Ademais, é necessário que a Municipalidade,
em Santo Antônio do Aventureiro, implemente a coleta seletiva propriamente dita e
incentive iniciativas para criação de uma associação de catadores, podendo
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 115
• Acordos Setoriais;
• Regulamentos editados pelo Poder Público;
• Termos de Compromisso.
Dessa forma, foram instituídos novos mecanismos que buscam ampliar as soluções
integradas de implementação e operacionalização dos sistemas de logística reversa,
contemplando, entre outros: os pontos de entrega de recicláveis, as unidades de
triagem manual ou mecanizada, as unidades de reciclagem, a comercialização de
produtos ou de embalagens descartadas.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 118
Tal iniciativa tem em sua aplicação efetiva uma resposta positiva na busca pela
adoção de novos conceitos e comportamentos no que diz respeito, por exemplo, ao
consumo, ainda hoje por vezes impensado e excessivo, e ao descarte, comumente
feito de maneira inadequada, por falta de orientação ou mesmo compreensão da
população ante o tema.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 122
Em Santo Antônio do Aventureiro ainda não há legislação específica sobre o tema das
mudanças climáticas e nem de política de educação ambiental.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 123
No entanto, conforme informações obtidas in loco não houve de fato eventos críticos
correlacionados aos movimentos de massa no território municipal. Segundo informado
pela prefeitura, também não há ocorrências críticas no município em função de chuvas
fortes ou outras questões relacionadas.
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Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 124
O município não possui mais áreas de disposição final inadequada de RSU, sendo
atualmente a disposição final do RSU coletado no município devidamente realizada
em aterro sanitário particular licenciado, no Município de Além Paraíba/MG, a
aproximadamente 16 km de distância da Sede de Santo Antônio do Aventureiro.
Convém mencionar ainda que o serviço de coleta de RSU atende apenas a duas
localidades rurais, ficando o restante das comunidades descobertas pelo serviço, o
que inevitavelmente contribui para a queima e mesmo enterramento do lixo, podendo
comprometer o solo, causando seu empobrecimento e ainda um risco de
contaminação do lençol freático.
As possíveis situações críticas, que exigem ações para contingências, podem ser
minimizadas através de um conjunto de procedimentos preventivos de operação e
manutenção. As ações para contingência relacionadas aos serviços de limpeza
urbana são direcionadas a ocorrências como: paralisação do serviço de coleta;
vazamento e contaminação do solo por chorume; fechamento do aterro; interrupção
do serviço de limpeza pública, entre outros. A Tabela 25, abaixo, relaciona tais ações.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 129
Além das ações estruturais, há também aquelas não estruturais, que compreendem
um conjunto de medidas estratégicas, sem envolver obras de engenharia, voltadas
para a redução do risco e de suas consequências, utilizando-se de ferramentas de
gestão e mudanças de comportamento pelo poder público, pelos moradores das áreas
de risco e pela sociedade em geral. Nesse sentido, o Plano Municipal de Redução de
Risco, segundo o modelo proposto para os municípios brasileiros, é um instrumento
de prevenção dos mais relevantes, por conter um amplo leque de informações
técnicas e estabelecer diretrizes para as ações preventivas da Defesa Civil.
i. Conhecimentos Gerais;
É válido ressaltar que o diagnóstico dos riscos urbanos e os planos de ação para sua
redução não se restringem às comunidades afetadas, abrangendo todo o município.
Por isso, devem ser conhecidos por todos os órgãos da administração pública
(especialmente aqueles vinculados à defesa civil, obras e serviços urbanos,
planejamento, habitação, assistência social, saúde e educação), pelas Câmaras
Municipais, pelo Ministério Público e por toda a sociedade, com especial ênfase para
os moradores das áreas de risco. Ouvir as experiências e orientar os moradores em
situação precária sobre as situações de risco existentes, as suas causas e as
alternativas de obras e ações para minimizá-las ou evitar situações semelhantes, pode
resultar no estabelecimento de parcerias na gestão de risco e no compartilhamento
das responsabilidades de monitoramento e prevenção.
O alto grau de urbanização das cidades, associados a uma ocupação intensa do solo,
restringe a disponibilidade de áreas próximas aos locais de geração de
resíduos sólidos com as dimensões necessárias para se implantar um aterro
sanitário. Isto posto, o problema tende a se agravar, à medida que a população
urbana e a quantidade de resíduos per capita gerada diariamente, aumentam
significativamente as taxas de produção de resíduos sólidos urbanos, enquanto, as
alternativas de áreas para disposição desses resíduos diminuem. Soma-se a isso, o
fato de que na grande maioria das cidades brasileiras a disposição final dos resíduos
sólidos urbanos é totalmente inadequada, isto é, os RSU estão sendo descartado em
lixões a céu aberto, colocando em risco os ambientes naturais.
Ante o exposto, trazendo para a realidade da gestão dos resíduos sólidos em Santo
Antônio do Aventureiro, é necessário que parte de sua legislação seja revista,
atualizada ou mesmo construída, se adequando às políticas públicas pertinentes,
tendo por norte a PNRS, a PNSB, e suas regulamentações. Considerando ainda as
particularidades do município, seus legisladores devem primar por um arcabouço legal
atual, realista e representativo.
Ressalta-se que o PMSB do município não aborda o eixo dos resíduos sólidos e não
prevê a universalização do sistema do saneamento básico, carecendo de um estudo
mais aprofundado e revisão do seu conteúdo. O município ainda não possui Plano de
Drenagem Pluvial ou PMGIRS (esse em fase de elaboração).
Por fim, este documento contém anexos referente à execução dos eventos como lista
de presença, registros fotográficos, ata detalhada de todas as oficinas e os respectivos
setores. Através destes arquivos de atas, é possível acompanhar os principais
aspectos discutidos, bem como as colocações apresentadas pelos participantes dos
eventos.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 150
Deste modo, a fim de adequar a realização das oficinas com a realidade da população
de Santo Antônio do Aventureiro, a Seletiva Consultoria e Projetos propôs, junto ao
Grupo de Acompanhamento (GA), que a realização dos eventos públicos em horários
que não alterassem a rotina dos moradores locais, sugerindo que os eventos fossem
realizados entre o período na tarde e início da noite. Esses eventos se dedicaram,
principalmente, em uma compreensão da comunidade quanto ao processo de
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS),
sendo assim, a Seletiva Consultoria e Projetos disponibilizou momentos de escuta e
interação entre moradores e os profissionais técnicos. Tal abordagem permitiu um
amplo conhecimento do Município, dando foco ao eixo do gerenciamento dos
Resíduos Sólidos, sob a perspectiva da população.
convites virtuais, cartazes impressos afixados nos locais de grande visitação dos
moradores e de acesso público do município, site do município de Santo Antônio do
Aventureiro, linha direta de ouvidoria através da criação da página eletrônica, rádio
local, redes sociais (Instagram e Facebook) e disponibilização de mobilizador local.
Estes canais permaneceram ativos durante toda a execução do PMGIRS, mas, neste
documento, serão citadas apenas as ações relacionadas aos eventos do Produto 4.
O foco deste Plano segue, justamente, a proposta do TR, Ato Convocatório 017/2022
(AGEVAP, 2022), que propõe a setorização do Município de Santo Antônio do
Aventureiro. Para concretização desta proposta, a equipe da Seletiva Consultoria e
Projetos e os integrantes do GA realizaram uma reunião online para iniciar a
campanha de mobilização social e a definição da setorização. No segundo momento,
afim definir os setores municipais, foi realizado um levantamento de informações por
meio de um questionário enviado ao ponto focal do Município que continha perguntas
referente acessibilidade dos locais, quantidade de distritos e/ou comunidades e a
logística de acesso.
Centro, São Vicente, Bela Vista, Rua de Baixo, Lavourinha, Lava Pés e
SETOR 1 – SEDE
Morro do Sapé
SETOR 2 – SÃO DOMINGOS Centro
Fonte: Seletiva, 2024.
• Convites eletrônicos;
• Divulgação em redes sociais;
• Divulgação em Sítio Web;
• Cartazes impressos.
No dia 05 (cinco) de março de 2024 (dois mil e vinte e quatro) foram realizadas, junto
à população, as oficinas setoriais para coleta de dados para o diagnóstico, sobre os
serviços de gerenciamento de resíduos sólidos no município. Foi realizada uma oficina
em cada um dos 02 (dois) setores de mobilização estabelecidos junto à população
durante a elaboração do Produto 4 do PMGIRS.
O item a seguir apresenta uma breve análise dos resultados das discussões
realizadas durantes as oficinas setoriais, demonstrando os índices de qualidade dos
serviços prestados pela Prefeitura Municipal, servindo como um indicador das
deficiências no manejo de resíduos sólidos em cada setor do Município de Santo
Antônio do Aventureiro.
A não menção ao tema de grande relevância, como logística reversa, pode estar
elencando à falta de ações de educação ambiental. Além disso, durante as discussões
com os partícipes, foi possível notar que algumas temáticas não foram mencionadas
pelos moradores daquele setor específico, devido às diferenças frequentes entre as
realidades das comunidades/distritos e da sede.
17,00%
83,00%
Setor 1 Setor 2
Figura 56 – Descarte nos cursos d’água
Fonte: Seletiva, 2024.
Em relação ao descarte irregular nos cursos d’água (Figura 56), os índices foram os
seguintes: 17% no setor 01 (Sede) e 83% no setor 02 (São Domingos), indicando que
todos os setores que abordaram o tema informaram que tal prática acarreta um risco
à saúde pública devido à contaminação ambiental. Os moradores mencionaram que
a irregularidade da frequência de limpeza nesses locais, em conjunto com a falta de
campanhas ambientais educativas que promulguem a destinação correta, influencia
diretamente no descarte inadequado nos corpos hídricos. A implementação de
políticas eficazes de gestão de resíduos e de proteção dos recursos hídricos é
essencial para mitigar esses problemas e proteger a saúde e o bem-estar da
comunidade local. Adicionalmente, a realização de ações de fiscalização e educação
ambiental, aliada à criação de infraestrutura adequada para o descarte correto de
resíduos, como implantação da coleta seletiva, pode contribuir significativamente para
reduzir o descarte irregular nos cursos d'água e preservar a qualidade dos recursos
hídricos na região.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 173
20,00%
80,00%
Setor 1 Setor 2
Figura 57 – Disponibilidade de lixeiras
Fonte: Seletiva, 2024.
100,00%
Setor 2
Figura 58 – Disponibilidade de mão de obra qualificada
Fonte: Seletiva, 2024.
100,00%
Setor 1
Figura 59 – Planejamento e eficiência dos serviços de limpeza urbana
Fonte: Seletiva, 2024.
25,00%
75,00%
Setor 1 Setor 2
Figura 60 – Inexistência de ações de educação ambiental
Fonte: Seletiva, 2024.
44,00%
56,00%
Setor 1 Setor 2
Figura 61 – Inexistência da coleta seletiva
Fonte: Seletiva, 2024.
16. REFERÊNCIAS
SINIR. Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. Disponível
em: https://sinir.gov.br/perfis/logistica-reversa/logistica-reversa/pneus-inserviveis/ Acesso
em: dezembro de 2023.
SINIR. Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. Disponível
em: https://sinir.gov.br/perfis/logistica-reversa/logistica-reversa/pilhas-e-baterias/ Acesso em:
dezembro de 2023.
SOLER, Fabrico Dorado et al. Acordos setoriais, regulamentos e termos de compromisso. In:
JARDIM, Arnaldo et al (Org). Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.
São Paulo: Manole, 2012. p. 79 – 101.
THRAY. Empreendimentos. Disponível em: https://www.thray.com.br/ Acesso em: março de
2024.
UFRPE. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Disponível em:
https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/677/1/Educacao_Ambiental_2016.pdf Acesso
em: dezembro de 2023.
UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/124860. 2012. Acesso em: dezembro de 2023.
YOSHIDA, Consuelo. Competência e as diretrizes da política nacional de resíduos sólidos:
conflitos e critérios de harmonização entre as demais legislações e normas. In: JARDIM,
Arnaldo et al (Org). Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. São Paulo:
Manole, 2012. p. 3 – 38.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo Antônio do Aventureiro / MG
Produto 4 – Diagnóstico Municipal Participativo 182
17. ANEXOS